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Censo Demográfico de 1991: o auxílio das variáveis de nupcialidade nos estudo migratórios

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Censo Demográfico de 1991:

o auxílio das variáveis de nupcialidade nos estudo migratórios

*

Maria de Fátima Guedes Chaves†

Palavras-chave: migração feminina, migração interna, posição no domicílio, estado conjugal,

trabalho feminino

Resumo

O censo demográfico de 1991 coletou grande quantidade de informações, embora nem todas tenham sido utilizadas de imediato. Isto pode ter acarretado a supressão de algumas no recenseamento de 2000. A documentação dos microsdados da amostra, particionada por temas, combinada com questões de maior interesse no período implicou em menor visibilidade para alguns desses dados. Este trabalho mostra como o uso das informações coletadas sobre nupcialidade possibilita maiores aprofundamentos no estudo das migrações no período 80-91, especialmente no caso da migração feminina. A construção de variáveis a partir das informações sobre nupcialidade se mostrou de auxílio considerável para averiguar autonomia nos deslocamentos e também inserção dos migrantes no mercado de trabalho, especialmente nas áreas onde o setor serviço se apresenta bastante desenvolvido.

* Trabalho para apresentação no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais. IFCH/NEPO-UNICAMP, FACAMP

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Censo Demográfico de 1991:

o auxílio das variáveis de nupcialidade nos estudo migratórios‡

Maria de Fátima Guedes Chaves§ 1.Introdução

Dentre os estudos sobre trabalho feminino, parcela substantiva se preocupou em elaborar suas análises sob a ótica da questão de gênero (Bruschini, 1998; Bruschini e Lombardi, 1996; Montali, 1997). Neles, questões econômicas se mesclam às demográficas e sociais a fim de estudar os vários aspectos da presença da mulher no trabalho produtivo que, num período de vinte anos, viu crescer a taxa de participação feminina de 18,2% em 1970 para 39,2% em 1990 (Bruschini, 1998). Esses estudos entendem a inserção da mulher no mercado de trabalho como resultante das transformações acontecidas na sociedade brasileira que, num período marcado por instabilidades econômicas, vivenciou a queda da fecundidade, a expansão e a melhoria do nível de escolaridade, o aumento de famílias de chefia feminina, além das exigências de novos padrões de consumo (Bruschini, 1998). Essas transformações expõem uma sociedade que tem como parte de sua construção uma maior autonomia na condição feminina. Posições mais influentes na sociedade, enfrentamentos cotidianos alheios à esfera privada são comportamentos incorporados aos papéis femininos já culturalmente responsáveis pela sociabilidade e reprodução da família. O estado conjugal, a presença de filhos associados à idade e à escolaridade da trabalhadora, as características do grupo familiar, o ciclo de vida, são fatores sempre presentes na decisão da mulher de ingressar ou permanecer no

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mercado de trabalho, embora a necessidade economica e a existencia de emprego tenham papel fundamental (Bruschini, 1998). Desse modo, na decisão, na necessidade e na disponibilidade de participar do mercado de trabalho pesa, com muito mais intensidade do que para os homens, a tensão entre papéis familiares e profissionais.

Caminhos mais abertos, tal desejo (ou padrão) passa a figurar também nas correntes migratórias. Se o crescimento da responsabilidade vem acompanhado de maior autonomia, então é preciso considerar o deslocamento da mulher migrante compreendendo também busca de trabalho, de melhores qualificações, de mais liberdade, de maiores possibilidades ao invés de pensá-lo com o propósito simplista de acompanhar a família. Com isso, a experiência migratória feminina, em boa parte canalizada pela atração do mercado de trabalho, deve levar em conta as muitas outras variáveis que interferem nessa disponibilidade.

2. Material e Método

A recessão da década de 80 interrompe o período de 30 anos de crescimento econômico no país. Retrai-se a indústria, acarretando o deslocamento de parcela de seus trabalhadores para o setor informal, com o conseqüente aumento de trabalhadores autônomos e do subemprego. O setor terciário cresce gerando empregos para a prestação de serviços, o comércio, as atividades sociais, a administração pública e também nas instituições financeiras, não impedindo que a década de 80 tenha sido cenário de uma deterioração das condições gerais do emprego e da renda do mercado urbano (Bruschini, 1998).

Em análise da inserção das mulheres brasileiras no mercado de trabalho no período 85 a 95, Bruschini (1998) mostra alterações ocorrendo concomitantemente à manutenção das desigualdades.

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Dentre as primeiras se destaca o envelhecimento da mão de obra feminina. Até o início dos anos 80, as taxas de atividade refletiam participação mais intensa das mulheres mais jovens, com idades entre 20 a 24 anos (45.8%), declinando a partir dessas idades em função do casamento e da maternidade. Na decorrer dessa década as trabalhadoras aumentaram sua presença no mercado em todas as idades e as taxas mais elevadas passaram as ser as das mulheres de 30 a 39 anos (54,7% em 1990), com considerável ingresso das cônjuges (20% delas eram ativas em 80 e 37,6% passaram a sê-lo em 90). Apesar de cerca de metade das trabalhadoras estarem engajada no mercado informal no final da década de 80, o aumento da atividade feminina ocorreu também no segmento formalizado do mercado, em ocupações de nível médio, em especial na administração pública, no comércio e nas atividades administrativas.

O crescimento da participação feminina no mercado de trabalho tem sido intenso e diversificado desde a década de 70. Não se tem aqui o objetivo de fazer mais uma análise desse comportamento, já estudado para as décadas de 80 e 90 por muitos especialistas (Bruschini, 1989 e 1998; Bruschini e Lombardi, 1996; Leone, 2000; Montali, 1997; Montali e Lopes, 2002; Wanjnman e Rios-Neto, 2000 ), detectando características comuns como o envelhecimento a partir dos anos 80 da mão de obra feminina, a forte inserção nos serviços, o crescimento da taxa de atividade, em especial das mulheres casadas e mães, e a permanência dessas mulheres no mercado de trabalho. Apontam também, além da manutenção do perfil feminino nas atividades de enfermagem, educação e serviços domésticos, a ocupação de postos de trabalho de maior qualificação em áreas técnicas e científicas, em especial nas áreas jurídicas e arquitetura.

Por que não pensar que esse perfil tenha pelo menos um pouco se refletido nas características das mulheres migrantes dessa década?

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De acordo com Montali e Lopes (2002), há estreita relação entre as posições ocupadas na família e as atividades exercidas pelos membros da família no mercado de trabalho. Um dos exemplos dessa situação é a maior facilidade em encontrar filhas do que cônjuges dentre as trabalhadoras no setor industrial. Neste trabalho as autoras mostram que as transformações ocorridas na década de 90 no mercado de trabalho afetaram distintamente a mão de obra feminina da Região Metropolitana de São Paulo, a depender de sua posição na família.

Essa abordagem foi fundamental para a insistência em caracterizar os fluxos migratórios analisados a partir das informações sobre o estado conjugal com que as mulheres se deslocaram neste estudo da migração feminina. Como as fontes de dados não inquirem sobre razões que provocaram a migração, buscou-se fazer isso por meio de aproximações que pudessem trazer indicações dessas características.

O censo demográfico de 1991 coletou grande quantidade de informações, embora nem todas tenham sido utilizadas de imediato. Isto pode ter acarretado a supressão de algumas delas no recenseamento de 2000. A documentação dos microdados da amostra, particionada por temas, combinada com questões de maior interesse no período implicou em menor visibilidade para alguns desses dados. Este foi o caso das variáveis coletadas sobre nupcialidade. Incorporando as transformações da sociedade refletidas nas estatísticas crescentes sobre divórcio e separações, as perguntas sobre as datas da “primeira união” e do início da “situação conjugal atual” foram introduzidas no questionário da amostra. Talvez em função da rapidez das mudanças, foram outros os temas dos estudos demográficos. Tal desinteresse, acrescido ao fato de não serem perguntas tradicionais do questionário, as deixou no ostracismo.

Este trabalho mostra como o uso dessas informações coletadas sobre nupcialidade, combinadas com outras informações de cunho temporal mais tradicionais no questionário, possibilita

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maiores aprofundamentos no estudo das migrações no período 80-91, especialmente no caso da migração feminina (Tabela1). Embora Morokvasic (1984) considere prescindível o estudo das características dos movimentos autônomos ou familiares para o conhecimento da migração das mulheres, a construção de variáveis a partir das informações sobre nupcialidade se mostrou de auxílio considerável para averiguar autonomia nos deslocamentos e também inserção dos migrantes no mercado de trabalho, especialmente nas áreas onde o setor serviço se apresenta bastante desenvolvido.

Tabela 1

Situação Conjugal ao migrar, por sexo População migrante* com 15 anos e mais Rio de Janeiro, 1991

Solteiro Casado Separado Viúvo

homens 56,9 42,1 0,9 0,1 351.616

mulheres 52,3 44,0 2,7 1,0 375.022

Total 54,5 43,1 1,8 0,6 726.637

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico, 1991.

(*) tempo de residência no município atual menor que 10 anos.

sexo Estado Conjugal Total

Algumas informações serão mostradas a seguir para o estado do Rio de Janeiro

Tabela 2

Distribuição dos solteiros ao migrar, por sexo, segundo condição no domicílio Rio de Janeiro, 1991

Chefe Cônjuge Filh/Ent Parente Agr/Pen Emp.dom.

homens 34,0 0,6 39,2 19,3 6,4 0,6 200.144 mulheres 8,2 25,3 33,7 17,6 5,9 9,3 196.053 Total 21,2 12,8 36,5 18,4 6,2 4,9 396.197 homens 24,0 0,4 36,8 27,7 10,1 0,9 80.490 mulheres 8,4 13,7 30,9 24,2 8,6 14,1 78.250 Total 16,3 7,0 33,9 26,0 9,3 7,4 158.740

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico, 1991.

recentes (-3 anos de residência)

sexo Condição no domicílio Total

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3.Resultados por estado conjugal ao migrar

Os migrantes que se deslocaram solteiros o fizeram efetivamente, em sua maioria, na pretensão de um emprego. Sua taxa de atividade registra uma ocupação de cerca de 64%, variando entre 77% e 50% se tomadas de forma específica para os homens e para as mulheres, o que representa contingentes de cerca de 154 mil e 99 mil, respectivamente. Para os primeiros, tais taxas se mostram invariantes em função do tempo de residência, porém as mulheres com migração mais recente apresentam taxas de atividade mais elevadas do que as que se encontram há mais tempo no local de destino. Explicação parcial para esta relação inversa entre maior tempo de residência e menor atividade pode ser a saída do mercado de trabalho após um possível casamento e constituição de família.

Tabela 3

Distribuição dos migrantes, solteiros ao migrar, por setor de atividade segundo tempo de residência

Rio de Janeiro, 1991 setor de

atividade total menos de 3 anos total menos de 3 anos agropecuária 4,8% 5,8% 0,5% 0,7% inústria 27,2% 25,9% 11,4% 9,4% comércio 16,7% 17,0% 15,9% 15,6% prest. serv. 26,2% 28,1% 48,1% 53,7% serviços. 14,3% 13,2% 18,8% 16,1% adm. pública 7,6% 7,0% 2,1% 1,8% outras 3,2% 3,0% 3,1% 2,7% Total 153.939 60.826 98.896 42.502

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico, 1991.

homens mulheres

A distribuição dos trabalhadores do sexo masculino é praticamente constante em relação ao setor de atividade: o setor secundário e a prestação de serviços encampam – e em proporções semelhantes - a maior parte desses migrantes no decorrer do período. Entretanto, vale notar que, com o passar do tempo, a indústria passa a absorver uma proporção um pouco maior do que a prestação de serviços invertendo-se a posição dessas duas áreas frente à migração mais recente. Além

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disso, observa-se também certa constância quanto à posição na ocupação, já que a maior parte desses trabalhadores tem proteção da legislação - cerca de 77% deles são assalariados (65% no setor privado e 12% público), com os autônomos se concentrando em torno de 15%.

Tabela 4

Distribuição dos migrantes, solteiros ao migrar, por posição na ocupação segundo tempo de residência

Rio de Janeiro, 1991

total menos de 3 anos total menos de 3 anos

agrícola 2,2% 2,9% 0,3% 0,5% privado 64,5% 65,6% 44,5% 40,0% público 12,2% 11,2% 8,7% 7,6% autonomo 15,6% 14,5% 7,5% 6,1% empregador 2,1% 1,3% 0,9% 0,4% emp. dom.. 2,9% 3,9% 37,5% 44,8% s/ remun. 0,5% 0,6% 0,5% 0 Total 153.939 60.826 98.896 42.502

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico, 1991.

assalariado

posição na ocupação homens mulheres

Para as mulheres, a situação é ligeiramente diferente: com o passar do tempo há uma pequena redução na proporção de trabalhadoras (54% para 50%). O aumento da participação de cônjuges dentre as mulheres que migraram solteiras quando se comparam as posições no domicílio no decorrer dos tempos de residência e a conseqüente redução nas participações de parentes em geral, agregadas e pensionistas e mesmo empregadas domésticas, pode explicar essa queda, pelo fato de que o casamento, para algumas delas, represente a saída do mercado de trabalho. (Não migraram para casar, mas casaram com o correr do tempo). Não há, como para os homens, equilíbrio entre dois setores de atividade. Indiscutivelmente, a prestação de serviços é onde mais se inserem essas mulheres, mais de 50% dentre as que trabalham. Em princípio mais concentradas no emprego doméstico (45%) e depois como assalariadas no setor privado (40%), essas são as duas posições na ocupação que se apresentam como mais freqüentes. À medida que aumenta o tempo de residência a participação dessas mulheres no emprego doméstico se retrai e cresce a participação das assalariadas

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no setor privado. Como se pode verificar, sua inserção no mercado de trabalho é mais precária do que a dos homens.

Dentre os que migram solteiros, a sede é o local que mais concentra trabalhadores, sejam eles homens ou mulheres. Para essas últimas, a participação chega a ser 10 pontos percentuais maior que a média. As características observadas no parágrafo anterior são reproduções mais suavizadas do que acontece na sede: pouco se altera na disposição das posições na ocupação para os homens e também no setor de atividade. Para as mulheres, o emprego doméstico diminui 10 pontos percentuais, redução maior do que a observada para essas migrantes como um todo. Em contrapartida, aumenta em quase dez pontos a inserção no assalariamento privado. A prestação de serviços perde um pouco de sua importância, apesar de ainda concentrar mais de 50% das trabalhadoras que migraram solteiras; aumenta um pouco a participação nos serviços e na indústria.

Tabela 4

Distribuição dos migrantes, solteiros ao migrar, por posição na ocupação segundo local de residência Rio de Janeiro, 1991

empreg. sem Total

privado público domést. remuneração

homens 1,2% 65,5% 12,2% 16,8% 1,7% 2,2% 0,5% 59.945 mulheres 0,1% 49,7% 8,1% 8,7% 0,7% 32,1% 0,6% 32.919 homens 0,1% 42,3% 6,6% 6,2% 0,8% 43,6% 0,5% 44.450 mulheres 0,3% 57,3% 9,6% 9,8% 1,2% 21,3% 0,4% 99.369 homens 6,0% 56,0% 12,3% 17,7% 3,4% 3,8% 0,7% 39.071 mulheres 1,0% 41,4% 13,9% 8,6% 1,3% 33,2% 0,6% 21.526

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico, 1991.

sexo agrícola assalariado autonomo empregador

outros municípios local de residência região metropolitana posição na ocupação entorno sede

A participação dos trabalhadores dentre aqueles que chegam ao entorno é a mais reduzida dentre a das três áreas. Apesar de mais concentradas na prestação de serviços, há um maior equilíbrio entre as áreas de atividade. O comércio e os serviços aparecem agora com quase 20% da participação cada um. A maior parte das mulheres se insere como assalariada do setor privado (quase metade delas) e as empregadas domésticas passam à segunda colocação. Dentre os homens, também a maior parte se insere como assalariado do setor privado.

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Tabela 5

Distribuição dos migrantes, solteiros ao migrar, por setor de atividade segundo local de residência Rio de Janeiro, 1991

agropecuária inústria comércio prest. serv. serviços. adm. pública outras

homens 2,6% 30,3% 19,4% 21,5% 14,4% 8,4% 3,3% 59.945 mulheres 0,2% 13,3% 18,0% 43,5% 19,5% 2,1% 3,4% 32.919 homens 0,7% 20,4% 15,3% 36,1% 15,3% 8,4% 3,7% 44.450 mulheres 0,2% 9,6% 14,4% 54,0% 17,0% 1,7% 3,2% 99.369 homens 14,0% 32,1% 14,3% 19,6% 12,6% 5,1% 2,3% 39.071 mulheres 1,9% 12,4% 15,9% 42,9% 21,6% 3,0% 2,4% 21.526

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico, 1991.

Total posição na ocupação

local de residência sexo entorno metropolitana sede

outros região

municípios

A participação dos trabalhadores dentre os que chegam aos outros municípios do Rio de Janeiro que não os da Região Metropolitana é também menor que a média. É neles que se encontram as maiores participações de assalariadas no setor público (14% para todo o período). Em contrapartida, é onde menos aparecem as do setor privado. Também para essas áreas, é que a atividade agrícola representa 1% do total. Aparentemente é mais fácil se inserir como empregada doméstica nesses municípios do que do que naqueles do entorno da Região Metropolitana, isto é, sua participação é maior na primeira. O setor serviços e a prestação de serviços são as atividades mais freqüentes. Os homens são mais freqüentemente encontrados na indústria. Aparecem agora, com peso mais significativo os que trabalham no setor agrícola. Setor secundário se equilibra entre essa área e entorno.

Cerca de 40% das filhas que migraram solteiras trabalham; a contrapartida masculina é vinte pontos percentuais mais elevada, de 60%. Proporcionalmente, entretanto, as filhas estão mais representadas no mercado de trabalho feminino do que os filhos no masculino. Enquanto os filhos se vêem mais na indústria, as filhas estão mais na prestação de serviços, embora se encontrem mais concentradas na indústria e no comércio do que a média das mulheres que migraram solteiras.

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Tabela 6 Tabela 7

Distribuição dos solteiros ao migrar, filhos do chefe, Distribuição dos solteiros ao migrar, filhos do chefe,

por sexo, segundo setor de atividade por sexo, segundo posição na ocupação

Rio de Janeiro, 1991 Rio de Janeiro, 1991

setor de atividade

agropecuária 8,4% 1,4% agrícola 3,7% 0,9%

inústria 28,7% 14,1% privado 66,3% 57,2%

comércio 17,5% 20,6% público 10,7% 8,0%

prest. serv. 22,4% 37,7% autonomo 15,2% 6,8%

serviços. 13,6% 20,5% empregador 1,0% 0,2%

adm. pública 6,2% 1,9% emp. dom.. 2,0% 26,3%

outras 3,2% 3,8% s/ remun. 1,1% 0,6%

Total 17.480 9.605 Total 17.480 9.605

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico, 1991. Fonte: FIBGE, Censo Demográfico, 1991.

assalariado

homens mulheres posição na ocupação homens mulheres

Ambos se encontram preferencialmente no emprego assalariado privado e menos de 25% delas trabalha como empregada doméstica. Os filhos homens apresentam uma grande diferença entre as participações na indústria e na prestação de serviços em lugar do equilíbrio verificado para o total dos migrantes solteiros nessas atividades; os filhos se inserem mais no setor secundário e no primário em detrimento do terciário.

Os patamares inferiores das taxas de atividade das mulheres migrantes pertencem às casadas. Contrastam brutalmente do comportamento dos homens nessa categoria e situam-se num máximo de 30%, mostrando que, efetivamente, a média das mulheres que migrou e permaneceu casada pelo menos até época do censo tem como motivação primeira acompanhar a família. Provavelmente é esse mesmo o motivo responsável pelo mais elevado percentual de mulheres reportadas como autônomas.

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Tabela 8 Tabela 9

Distribuição dos migrantes, casados ao migrar, Distribuição dos migrantes, casados ao migrar, por sexo, segundo setor de atividade por sexo, segundo posição na ocupação Rio de Janeiro, 1991 Rio de Janeiro, 1991

setor de atividade

agropecuária 4,8% 1,2% agrícola 1,9% 0,6%

inústria 30,4% 10,6% privado 52,0% 30,7%

comércio 13,5% 14,2% público 19,5% 20,8%

prest. serv. 18,7% 39,5% autonomo 19,0% 21,0%

serviços. 18,6% 27,3% empregador 4,9% 4,2%

adm. pública 9,8% 3,5% emp. dom.. 2,6% 21,9%

outras 4,2% 3,8% s/ remun. 0,0% 0,8%

Total 138.965 49.531 Total 138.965 49.531

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico, 1991. Fonte: FIBGE, Censo Demográfico, 1991.

homens mulheres posição na ocupação homens mulheres

assalariado

Já as mulheres que migraram separadas são detentoras da maior participação relativa no mercado de trabalho feminino, num nível de cerca de 70%. Mais da metade delas é assalariada em emprego privado; em seguida aparecem as empregadas domésticas (em menores proporções que as solteiras). A taxa de atividade dos migrantes separados (85%) não detém o mesmo título; a maior delas é a dos que migraram e permaneceram casados, de 94%.

Tabela 10 Tabela 11

Distribuição dos migrantes, separados ao migrar, Distribuição dos migrantes, separados ao migrar,

por sexo, segundo setor de atividade por sexo, segundo posição na ocupação

Rio de Janeiro, 1991 Rio de Janeiro, 1991

setor de atividade

agropecuária 1,9% 0,5% agrícola 0,7% 0,4%

inústria 30,1% 11,4% privado 53,0% 37,6%

comércio 13,1% 12,7% público 15,1% 14,3%

prest. serv. 25,0% 47,3% autonomo 22,2% 16,4%

serviços. 19,6% 23,3% empregador 5,4% 2,0%

adm. pública 5,5% 1,8% emp. dom.. 3,6% 29,1%

outras 4,8% 3,0% s/ remun. 0,0% 0,1%

Total 2.668 6.940 Total 2.668 6.940

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico, 1991. Fonte: FIBGE, Censo Demográfico, 1991.

mulheres homens

assalariado

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4.Conclusão

As informações acima talvez sejam suficientes para um pequeno panorama dos ganhos obtidos com a utilização das variáveis de nupcialidade incorporadas no censo demográfico de 1991. Infelizmente tais possibilidades não são passíveis de continuidade, uma vez que essas variáveis não se repetiram no censo de 2000. Dessa forma, questões importantes para a migração feminina, que poderiam ser subsidiadas por essas variáveis auxiliares, têm trincado o seu entendimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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