CENTRO
SOCIO-ECONOMICO
PRQGRAMA
DE
Pós-GRADUAÇÃQ EM
ADM|N|sTRAçÃo
MESTRADO
EM
AD|v||N|sTRAÇÃo
ÁREA
DE
coNcENTRAçÃoz
Po|.íT|cAsE
GEsTÃo
|NsT|Tuc|oNAL
O
PERFIL
DA
CULTURA
ORGANIZACIONAL
DE
UM
HOTEL
DE SELVA
DO
ESTADO
DO
AMAZONAS:
ACAJATUBA
JUNGLE
LODGE
_ _ '
FLORIANOPOLIS
2002
O
PERFIL
DA CULTURA
ORGANIZACIONAL DE
UM
HOTEL
DE SELVA
DO
ESTADO
DO
AMAZONAS: ACAJATU BA
JUNGLE
LODGE
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação
em
Administração da UniversidadeFederal de Santa Catarina como requisito parcialà
obtenção do grau de Mestre
em
Administração,área de concentração
em
Políticas e GestãoInstitucional.
Orientador: Prof. Dr. Nelson Colossi
A
CULTURA
ORGANIZACIONAL
COMO
UMA
FERRAMENTA
EM
AMBIENTE
DE
MUDANÇA
UM
ESTUDO
DE
CASO:
ACAJATUBA JUNGLE
LODGE
Esta dissertação foi julgada
adequada
para a obtençãodo
Títulode
Mestreem
Administração (áreade
concentraçãoem
Políticase Gestão
Institucional) eaprovada
em
sua forma final peloPrograma de Pós-Graduação
em
Administraçãoda
Universidade Federalde
Santa Catarina.Prof. Nelson Colossi, Dr.
Coordenador do
CursoApresentada à
Comissão Examinadora
integrada pelos professores:Prof. Nelson Colossi, Dr.
\
Orientador
Prof. Carlos éz wski Mussi, Dr.
K
|/blzA
Deus,meu
eterno Guia,que
sempre
esteve Comigo.
Ao meu
pai Antônio Dantas (in Memorian)que sempre
me
educou
para seruma
vencedora.
À
minha
família,que
sempre
me
estimulou e
sempre
foio
meu
porto seguro.Gostaria
de
agradecer a todos que colaboraram para a elaboração destetrabalho.
Em
primeiro lugar,ao
CIESA,que
me
proporcionou a oportunidade defazer o curso
de
mestrado.Ao meu
professor orientador, pelo estímulo e orientação amim
dedicados;Ao
Prof. Dr. CarlosWolowski
Mussi pelas contribuiçõesque
foramde
fundamental importância.
Ao
Prof.Manoel Bessa
Filho,que cedeu
suaempresa
paraque
eupudesse
aplicar a pesquisa;
A
todos os funcionáriosdo
Acajatuba Jungle Lodge,em
especialao
Gerentedo
Hotel Sr. Cláudio Barichello,que
contribuiude
forma valiosacom
suasdeclarações e entrevistas, fundamentais para a elaboração deste trabalho.
Ao
meu
amigo, Tristão Sócrates Baptista Cavalcante,que
sempre
contribuiucom
materiaise
sugestõese
incentivo.À
minha amiga de
turma, Mirian Serrão Vital, pela forçaque
me
deu
durante todo o cursode
mestrado.Ao
Corpo
Docentedo
Curso de CiênciasEconômicas do
CIESA,que
considero
uma
familia,sempre
presente aomeu
lado, principalmente nosmomentos
mais difíceis.
À
bibliotecado
CIESA,que
me
foide
grande importância para coletade
BENSADON,
Maria Lourdes Dantas.A
Cultura Organizacionalcomo
Ferramenta
Em
Ambiente de
Mudança.
Um
Estudo
de Caso: Acajatuba Jungle
Lodge.Florianópolis, 2002. 110f. Dissertação (Mestrado
em
Administração)-
Programa de
Pós-Graduação
em
Administração, Universidade Federalde
Santa Catarina.Orientador: Prof. Nelson Colossi, Dr.
A
cultura frente àmudança
tem
sidoum
tema
largamente explorado nosúltimos anos,
sendo
objetode
uma
variedadede
artigos e livrosde
enfoquesdiversos, entre outros, análises profundas sobre
o
conceitode mudança,
atéreceituários
de
processosde
intervenção para gerentesque
desejam melhorar aperformance
de
suas empresas.Próximo
ao ano de
2013,ano
em
que
se expira omodelo de
desenvolvimentoda
Zona
Francade Manaus,
o Estadodo
Amazonas
defronta-secom
o
términode
maisum
cicloeconômico
ecom
a
possibilidadede
suaeconomia
entrarnovamente
em
um
marasmo,
prejudicando assim o progressoeconômico
e social.Surge,
dessa
forma,o
turismo ecológico ou ecoturismo, fundamentando-sena
ofertada
naturezapouco
transformada pelohomem,
nas suas relaçõese
inter-relaçõesespaciais e nos vestígios culturais por meio das áreas
de
consen/ação. Caracteriza-se, ainda, por
uma
políticade
planejamentoe
demanejo
dos recursos naturais,de
educação
ambiental,de
conhecimentoda
natureza,da
conscientização eda
integração das
comunidades
marginaisao
turismoe
ao
desenvolvimentosustentável, surgindo
como
uma
opção de
atividade econômica, pautado naspotencialidades naturais
da
região,sem
a vulnerabilidade políticado modelo
atual.Portanto, o presente trabalho, busca a aplicação
do
conceitoe de modelos de
cultura organizacional
em
uma
empresa do
setor turísticodo Amazonas,
maisespecificamente
um
hotelde
selva, escolhida através dos critériosde
tempo de
vida(mais
de
12 anos,que
abrange o antes e o depoisda
aberturado
comércio brasileiroà globalização
da
economia),e
da
abrangênciado
mercado
por ela alcançada.BENSADON,
Maria Lourdes Dantas.The
Organizational Cultureas
a tool in aChanging
Atmosphere.
A
study
of theCase: Acajatuba Jungle
Lodge.Florianópolis, 2002. 110f.
Programa de Pós-Graduação
em
Administração,Universidade Federal
de
Santa Catarina.Orientador: Prof. Nelson Colossi, Dr.
The
culture leading the change, that hasbeen
a Iargely exploited subject onthe last years, being target of
a
variety of articlesand
books which has differentpoints of viewing it, beside those, deeper analysis about the concept of changing,
even
“recipes” of interventions that have tobe
made
bymanagers
who
wants tobetter their enterprise performances.
Next to the year 2013, year in which the model of development of
The Manaus
FreeTaxes
Zone
expires, the Estate ofAmazonas
faces theend
of anothereconomic
cycle
and
with the possibility of a total stagnation of it'seconomy
again, hindering theeconomic and
social progress.Arises, this way, the tourism, precisely the naturalist tourism, in the Ecological
and
Ecotourism modality, basing itself in the nature's offer, that has
been
only a littlechanged
by men,on
it's spatial relationsand
inter-relationsand
on the cultural traces by the conservation areas. Typified, also, by a planning policy that includes naturalresources managing, environmental education, nature knowledge, integrating the
population that live in the
edge
to the tourismand
to the self maintenancedevelopment, that arises as
an
option of aeconomic
activity,based on
the state's nature potential, without the politic vulnerability of thenowadays
model.Therefore, the following disserlation, tries to apply the concept
and
the models of theorganizational culture in
an
enterprise of the touristic sector inAmazonas, chosen
bythe judgment of time of existence (more than 12 years, that covers the before
and
after the opening of the Brazilian.
commerce
to the globalized economy),and
of thereaching of the market by it.
FIGURA
1:FIGURA
2 3FIGURA
3:FIGURA
4:FIGURA
5:FIGURA
6:FIGURA
7FIGURA
8:FIGURA
9:FIGURA
10:FIGURA11:
FIGURA
12FIGURA
13FIGURA
14A
Hierarquia das Necessidades deMaslow
... ..19Três Necessidades Específicas de Mclelland ... ..21
Três Tipos
de
Cultura Organizacional ... ._28
Novos Paradigmas no
Cenário Empresarial ... ..29
Fatores
que
Provocam
Resistências àsMudanças
... ..36As
Sete Caracteristicas Básicasque
Captam
aEssência
da
culturade
uma
Organização ... ..39Um
Exemplo de
Cultura Organizacional ... ..39Como
Interpretar a Cultura Organizacional ... ..41Cinco Pontos
que
Podem
Identificar osValores
de
uma
Organização ... ..44O
Processode Desvendar
da Culturade
Uma
Organização ....45População
Amazônica
Século XIX ... ..61Subsistema
de
Distribuição ... ..67Organograma do
Acajatuba JungleLodge
Hotel ... ..79 Criação eMudanças
Estratégicasdo
Hotel~
1
INTRODUÇAO
... ..1O1.1
TEMA
E
PROBLEMA
DE
PESQUISA...
... ..1O1.2
JUSTIFICATIVA
... ..'I31.3
OBJETIVOS
DA
PESQUISA
... ..141.4
ESTRUTURA DA
PESQUISA
... ..152
FUNDAM ENTAÇÃO
TEÓRICA
... ..172.1
A CULTURA
COMO
ABORDAGEM
DA
ESCOLA
COMPORTAMENTAL..
172.2
A CULTURA
E
A
MUDANÇA
NAS
ORGANIZAÇOES
... ..242.3
A
RESISTENCIA
AIMUDANÇA
CULTURAL
... ..352.4
MODELOS
DE
ANALISE
DE
CULTURA
ORGANIZACIONAL
... ..3a 3ASPECTOS METODOLÓGICOS
... ..5o 3.1CARACTERIZAÇÃO
DA
PESQUISA
... ..5o 3.2PROBLEMA
DE PESQUISA
... ..513.3
PERGUNTAS
DE PESQUISA
... ..513.4
DELIMITAÇÃO
DO
ESTUDO
... ..523.5
COLETA
DE
DADOS
... ..523.6
MODELO
A
SER
APLICADO
NA
PESQUISA
... ..533.7.
LIMITAÇOES
DA PESQUISA
... ... ..564
O
ESTADO
DO
AMAZONAS: CONTEXTO
ONDE
ESTÁ
SITUADO
O
ACAJATUBA
JUNGLE LODGE
... ..584.1
CARACTERÍSTICAS HISTORICAS
DO
ESTADO
DO AMAZONAS
... ..5s 4.2CARACTERISTICAS HISTORICAS
E
CULTURAIS
DA
CIDADE
DE
MANAUS
... ..ô2 4.3O AMAZONAS
E
O
TURISMO ECOLÓGICO
... ..ôõ 4.4Os
HOTEIS
DE
SELVA; PRINCIPAIS
RESPONSÁVEIS PELO
ECOTURISMO
NO
ESTADO
DO
AMAZONAS
... ..735
ACAJATUBA
JUNGLE
LODGE:
CARACTERÍSTICAS
E
ASPECTOS
CULTURAIS
... ..775.1
CARACTERISTICAS
DO
ACAJATUBA JUNGLE
LODGE
... ..775.2
TRAJETORIA
DA
EMPRESA
NO
TURISMO LOCAL
... ..8O 5.3PRINCIPAIS
ELEMENTOS
CULTURAIS
DO
ACAJATUBA
JUNGLE
LODGE
... ..84
5.3.2 Missão
da
organização ...5.3.3 Principais
normas
e valoresda
organização ... ._5.3.4
A
Culturada Empresa
eo
seu Perfii frente àmudança
5.3.5 Motivação; incentivos oferecidos aos funcionários ... ._
5.3.6 Pontos fortes
da
organização ... ..5.3.7 Pontos fracos
da
organização ... ..6
CONCLUSAO
E
RECOMENDAÇOES
... ..6.1
CONCLUSÕES
... _.6.2
RECOMENDAÇÕES
... ..RE|=ERÊNc|As
... _.1
|NTRoDuçÃo
O
presente capítulo apresenta otema
e problemade
pesquisa, a justificativado
estudo, seus objetivos e a estrutura da pesquisa.1.1
TEMA
E
PROBLEMA
DA
PESQUISA
Com
a intensificaçãoda economia
globalizada, os setores produtivos dospaíses
denominados de
emergentes,como
o Brasil, foram obrigados a preconizar amodernização,
não apenas de
suas máquinas,mas também
de
suasconcepções de
mercado.
E
uma
dessasconcepções segundo
Smircich e Calas,apud
Aktouf (1994),é
ade
cultura organizacionalou
culturade
empresa, conceitoque
passou apredominar nos estudos administrativos, a ponto
de
serdenominada de
a “correntedominante”, sobretudo
na década de
1980.O
fenômeno de
globalização cria a necessidadede
transformar asorganizações
em
entidades mais eficientes ecom
maior capacidadede
adaptaçãodiante das novas condições
do
mercado.Nesse
contexto, as organizaçõesdevem
promover
mudanças
nos
seus aspectos culturaisao
nívelde
integraçãoorganizacional, tanto interno, quanto externo.
O
conceitode
culturavem
da
Antropologia, relacionadocom
as crenças evalores
de
uma
sociedade. Para Chiavenato (1999), assimcomo
as sociedades, asorganizações
também possuem
idéiascomuns
sobre sua cultura,que
se refere acomportamentos
regularesde
interação, utilizadoscomo
linguagem, rituaise normas
que
se criamem
gruposde
trabalho.Segundo
esse autor, obter aadesão dos
funcionários às crenças
e
valoresda
organizaçãoé
um
desafio para o administradorSegundo
Moscovici (1996), a culturade
uma
organizaçao éuma
maneiracompartilhada
de
perceber a vida na organização,mantendo
seusmembros
unidose influenciando seus trabalhos.
Para Fleury (1997), a cultura organizacional é formada pelo conjunto
de
pressupostos básicos
que
um
grupo inventou, descobriu, ou desenvolveu,ao
aprender a lidar
com
os problemasde
adaptação externa e integração interna eque
funcionaram
bem
o
suficiente paraserem
considerados válidose
ensinados a novosmembros como
a forma corretade
perceber, pensar e sentircom
relação a essesproblemas.
Da
mesma
forma, Alves (1999) ressaltaque
cultura éum
conjuntocomplexo
de
crenças, valores, pressupostos, símbolos, artefatos, conhecimentose
nonnas,freqüentemente personificado
em
heróis,que
é difundidona
empresa
pelos sistemasde comunicação
e pela utilizaçãode
mitos, estórias, rituais, alémde
processos de endoculturação.Essa
coleçãode
elementos,segundo o
autor, reflete as escolhasou
preferências
da
liderança empresarial e é compartilhada pelosdemais
membros
da
empresa, tendo propósito
de
orientar o comportamento desejado, tantoem
termosde
integração interna,como
de
adaptaçãoao
ambiente.Se no
Brasil, pelomenos
num
primeiromomento,
o efeitoda
globalização foiprejudicial para alguns dos setores produtivos,
no
Amazonas
esse efeito foitraumático, principalmente para
o
comércio, poiscom
a aberturaeconômica
feitapelo presidente
Fernando
Collor,em
1990, todo o paíspassou
a ter produtosimportados e
o
turismo local caiu significativamente.A
Zona
Francade Manaus,
por conseguinte,passou a
competircom
produtos estrangeirosde
melhor qualidadee
menor
preço.Segundo
Pontes Filho (2000),em
decorrênciade
sua reação para adquirir amodernidade exigida pela globalização, a
Zona
Francade
Manaus
encontra-seestabilizada, podendo-se afirmar
que
é o únicomodelo econômico
a prevalecer noEstado, haja vista
Manaus
responsabilizar-se por95%
de
todaa
atividadeeconômica do Amazonas.
'Assim, o turismo ecológico desponta
como
uma
das alternativas para o2013, sofrerá
modificações e o Governo do
Amazonas
estábuscando
alternativaspara desenvolver
o
interior e criarum
modelo que venha
gerar essedesenvolvimento.
O
turismo sustentável, portanto, é apontadocomo uma
dasalternativas para gerar o desenvolvimento
do
Estado, visto sero
setorque
maiscresce
no
mundo.O
Estadodo
Amazonas
é
considerado pelos estudiososcomo
a portade
entrada para o Ecoturismo
da
região,em
decorrênciade
suas características,ou
seja, através
de
sua localização geográfica,de sua
história,de
sua cultura ede
seupovo, constituindo-se, assim,
como
um
Estadode
grande potencial turístico.Geograficamente situado
em
plena Floresta Amazônica,o
Amazonas
possuium
dos
produtoscapazes
de
atrairuma
grande fatiado mercado
turístico nacional .einternacional, haja vista possuir a maior reserva ecológica, o maior reservatório
de
água
potáveldo
planetae
apresentar o maior índicede
preservaçãoem
termosregionais.
Segundo Raposo
(1994), esse Estado encontra-secom
cercade
98%
de
seus recursos preservados.
Lindberg
e Hawkins
(1995) destacamo
ecoturismocomo
uma
indústriaextremamente
ampla e
em
crescimentoem
muitos países.Uma
das
principaisvantagens
do
ecoturismo é ade
proporcionarum
impulsoque
favorece tanto aexpansão da
conservação quanto o desenvolvimentodo
turismo.Sob
o
aspectoda
conservação,
o
ecoturismoé o
benefícioque é
mais facilmente vendidoe
é, assim,com
freqüência, incorporado nas decisões sobre o usoda
terra.Em
termosconcretos, a cobrança
de
ingressose de
outras taxas associadasao
ecoturismopode
suplementar os orçamentos governamentaisde
conservação existentes efornecer incentivos para
a
conservação, por intermédiodo
setor privado.Sob
oaspecto
do
desenvolvimento econômico, o ecoturismopode
gerar oportunidadesde
emprego
em
regiões remotas. Diante dessa perspectiva,o
turismo ecológicodesponta
como
alternativa viávelde
desenvolvimento parao
Amazonas,
em
faceda
utilização
de
seus recursos naturais,que
poderão ser exploradas dentrode
uma
concepção econômica
ambientalde
preservação.De
acordocom
Abreu
(2001),o
turismo ecológicono
Amazonas
tem sua
empreendimentos
hoteleiros, concentrandoem
hotéisde
selva praticamente todasas atividades turísticas.
Essas
breves considerações sobre o significado da cultura organizacional edo
contextodo
desenvolvimentodo
Estadodo
Amazonas
permitem delimitar oobjeto
de
estudo desta investigaçãoque
será orientada pelo seguinte problemade
pesquisa:
~ ~
Qual a
relaçao entreo
processo
culturalde
uma
organizaçao eo
ambiente
em
que
elaatua?
Assim, este trabalho,
com
o intuito de percebercomo
amudança
e culturade
uma
organização se influenciam mutuamente,sendo
a primeirauma
força poderosaque
orienta asações
dos indivíduos dentroda
própria realidadede
uma
organização,
empreendeu-se
uma
investigação voltada parao
estudoda
culturade
um
Hotelde
Selva, o Acajatuba Jungle Lodge,ramo de mercado
ainda novo noAmazonas,
mas com
grande potencial econômico, haja vista a relaçãocom
odesenvolvimento sustentável preconizado para a região,
ou
seja,um
desenvolvimento relacionado
com
a utilização racional dos recursos advindosda
própria floresta amazônica. '
1.2
JUSTIFICATIVA
Segundo
o
SEBRAE-AM
(2000), as atividades turísticas no Estadodo
Amazonas,
atualmente estão voltadas ao ecoturismo,o
qual propicia potencialde
exploração econômica,
que
poderá crescer entre 12e
20%
ao
ano, nos próximos dez anos,podendo
estabilizar-seem
taxas anuaisde
9 a15%
na
primeiradécada
deste século.
Os
empreendimentos
hoteleirosque
ofertam serviçosde
ecoturismono
Amazonas
são os hotéisde
selva. Cavalcante (2001) detectouem
seu estudo,que
dos
14empreendimentos
hoteleirosde
selva, localizadosno
Amazonas, somente
apresentam características empreendedoras, haja vista o ingresso
em um
setornovo,
onde
os dirigentesdesse
tipode
hotel aindanão
têm
experiência suficientepara a exploraçao
do
ecoturismo.O
Acajatuba JungleLodge
éum
dos hotéisde
selvaque
semanteve
nomercado
apesar da crisedo
dólar,após
a implantaçãodo
Plano Real,em
1994.É
um
dos mais antigos eo
únicoque
possuium
estilo rústico, preservando a culturalocal. Foi fundado
em
1989, possuiuma
beleza natural muito peculiar, pois sualocalização é privilegiada, nas
margens
do Rio Acajatuba.Assim
sendo, a pesquisaanalisa os elementos
da
cultura organizacional dessaempresa do
setor turísticodo
Estado
do
Amazonas,
detectando seu perfil, sua trajetória e seus principaiselementos culturais.
Entretanto, a atividade turística no
Amazonas,
consideradacomo
capaz de
gerar
o
desenvolvimento sustentável para a região, necessitade
uma
melhorsistematização quanto
ao
conhecimentode
sua realidade, vistoque
ainda existeuma
carência muito grandede
material nessa área tãopouco
explorada, apesardo
grande potencial existente
na
regiao. Assim, este trabalho poderá auxiliar futuras pesquisas nesse setor.1.3
OBJETIVOS
DA
PESQUISA
O
objetivo geral desta pesquisa éo de
analisar os elementosda
culturaorganizacional
de
uma
empresa do
Setor turísticodo
Estadodo Amazonas,
visandodetectar seus principais elementos, seu perfil e sua trajetória, considerando
o ano de
2002.
Para
que
o objetivo geral seja atendido, necessário se faz delimitar osobjetivos específicos deste estudo,
que
se caracterizamcomo
sendo:- descrever a evolução, a trajetória e as perspectivas
da empresa no
- identificar os
componentes da
cultura organizacionalda
empresa;- relacionar a cultura organizacional
da empresa
com
a cultura local.1.4
ESTRUTURA DA
PESQUISA
O
presente estudo está estruturadoem
seis capítulos, divididosda
seguinteforma:
o primeiro capítulo, introdutório,
onde constam
a definiçãodo tema
eproblema
de
pesquisa, a justificativado
estudo e os objetivosdo
trabalho;o segundo, dedicado
à
Revisãoda
Literatura,onde
são abordados osprincipais vultos
da
Teoria Comportamental, defensoresda
cultura organizacionalcomo
um
fatorde
grande importância para as organizações;o terceiro, à metodologia
empregada na
pesquisa,onde
são descritos osmétodos
utilizados para a realização desta pesquisa, assimcomo
o modelo de
pesquisa proposto; .
o quarto,
composto das
características históricase
culturaisdo
Estadodo
Amazonas
eum
brevepanorama do
turismo local, contextoonde
se encontrainserida a empresa, objeto deste estudo;
o quinto, dedicado
ao
estudoda
culturado
Acajatuba Jungle Lodge,empresa
que
constituiu o objeto deste trabalho;o sexto capítulo, constando das conclusões
e recomendações
resultantes
do
estudo.Fazem
parte, ainda,da
estruturado
trabalhoa
bibliografia consultadae
os anexosque
caracterizam o instrumentalde
apoio,com
a funçãode
complementar ePassa-se, a seguir, a apresentar o referencial teórico
que
serviude
base para aprofundar e sustentaro tema e o
problemade
pesquisa analisadosno
decorrer deste trabalho.2
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓR|cA
Para se fazer
uma
abordagem
sobre Cultura Organizacional, necessário sefaz, inicialmente,
também
uma
revisão da literatura sobre os conceitos geraisde
cultura, assim
como
os grandes vultos da Escola Comportamental, deonde
a culturaorganizacional é originária.
2.1
A
CULTURA
COMO
VERTENTE DA
ABORDAGEM
COMPORTAMENTAL
A
abordagem
comportamentalmarca
a mais forte ênfase das ciênciasdo
comportamento
na Teoriada
Administração e a buscade
soluções democráticas eflexíveis para os problemas organizacionais.
Segundo
Chiavenato (1999), a Teoria Comportamental (ou Teoria Behavorista) veio significaruma
nova direção eum
novo enfoqueda
TeoriaAdministrativa,
ou
seja, aabordagem
das ciênciasdo
comportamento eo
abandono
das posições normativas e prescritivas das teorias anteriores (Teoria Clássica, das
Relações
Humanas
e Teoriada
Burocracia),e
aadoção de
posições explicativas edescritivas.
A
ênfasepermanece
nas pessoas,mas
dentrode
um
contextoorganizacional.
De
acordocom
autor, a Teoria Comportamental,com
ênfase nas pessoas,veio fazer oposição ferrenha e definitiva à Teoria Clássica,
com
sua profunda ênfasenas tarefas e na estrutura organizacional.
A
Teoria Comportamental critica severamente a Teoria Clássica,que
enfatiza o conceitode
autoridade formal.A
visão mecanicista dos autores clássicos incorporatambém
a Sociologiada
Burocracia, ampliando ocampo
da
teoria administrativa.Em
relação à Teoria
da
Burocracia, essa crítica incide, principalmente,no
que
se refereEm
1947, nos Estados Unidos,o
livrode
HerbertSimon “O Comportamento
Administrativo”
marca o
inícioda
Teoria Comportamental na Administração.Segundo
Chiavenato (1999), este livro alcançou grande repercussão e constituium
ataque indiscriminado aos princípios
da
Teoria Clássica e a aceitação-
com
osdevidos reparos e correções
-
das principais idéias da Teoriadas
RelaçõesHumanas.
Portanto, a Escola Comportamental passa a valorizar o ser
humano, dando
ênfase a seus desejos
de
crescimento e realização. Conseqüentemente, surge anecessidade de se estudar a cultura organizacional para o melhor entendimento dos
fatores
que
podem
conduzir a motivaçãohumana como
parte fundamental para o~
sucesso
da
organizaçao.Além
disso, para explicar o comportamento organizacional, a TeoriaComportamental fundamenta-se
no
estudo da motivaçãohumana.
A
Teoria dasRelações
Humanas,
por exemplo, considera ohomem um
animal complexo, isto é, ohomem
é dotadode
necessidades complexas e diferenciadas.Essas
necessidadesorientam
e dinamizam
ocomportamento
humano
em
direção a certos objetivos pessoais.Abraham
Maslow, psicólogo e consultor americano, apresentousua
Teoria daMotivação,
segundo
a qual as necessidadeshumanas
estão organizadase
dispostas
em
níveis,numa
hierarquiade
importância ede
influenciação. Essahierarquia
de
necessidadespode
ser visualizadacomo
uma
pirâmide.Na
base estãoas necessidades mais baixas (necessidades fisiológicas) e
no
topo as necessidadesmais elevadas (as necessidades
de
auto realização).Conforme
Maslow
apud
Chiavenato (1999), as necessidades fisiológicas sãoas mais prementes
de
todas as necessidades humanas.O
homem,
com
o estômago
vazio,
não
tem outra preocupaçãoa não
ser a procurade
alimentação. Porém,quando
se alimenta regularmentee
de
maneira adequada, afome
deixade
seruma
motivação importante.
A
necessidadede
segurançaé o segundo
nível,que
constitui a buscade
proteção contra as
ameaças
ou
privação,ou
seja, a fugaao
perigo.Em
seguida,de
participaçao,de
aceitaçao por parte dos companheiros,de
trocade
amizade,afeto e amor.
Em
nossa sociedade, a frustração das necessidadesde amor
ede
afeiçao
conduzem
à faltade
adaptação social e à solidão.As
necessidadesde
estima estão relacionadascom
a maneira pela qual oindivíduo se vê e se avalia.
Envolvem
a auto apreciação, auto confiança, anecessidade
de
aprovação social ede
respeito,de
status ede
prestígio.A
satisfação
das
necessidadesde
estimaconduz
a sentimentosde
auto confiança; asua frustração
pode
produzir sentimentos de inferioridade.As
necessidadesde
auto realizaçao são as mais elevadas; sao asnecessidades
de
apessoa
desenvolver o seu potencial.Essa
tendência geralmentese expressa pelo impulso
de
apessoa
tornar-sesempre
maisdo
que
é ede
vir a ser tudoo que pode
ser. Geralmente essa teoria é mostradaem
forma de pirâmide,como
se observana
Figura 1.O Trabalho onauvo e desafiante
›
O Diversidade e autonomial,2ãšãiãefäí:zã5zE§aãa›»?Íš§;à§f¡'fE-:mt
espfinsa 1 l ÊPOÍ fesu os ›=z==,zz.›z..›.z-.- -z.-zz¬.- V -V ›z‹.›. ~.z ‹zz ›.› z;-ã:-zz-z~z»\zzzy.z-.-_.--z*-.zzz~ °'g““"Í“'e°°“"e°'“`°*`° sêš.=.=-:=.^-fz=š5:êëzzëÉ=s§1 --š;×>Í‹.5: 1 -= -z: .z.zzs::*ê: .âa->‹z%zz§š=-ê=az'=Ê45è:‹`l'›=;'-..=:z§5..â="¿az ê2âzê:::==z=5zsêzz;2'z,<ê*-:= ›-1-2-'‹==:;>== Amizade - 405 0018335 -==*=*¬»'~-¬'='==;ë5=sr=ú -=f==-=‹z§E.×' 1 " V"'íëzšsz5Kimi;2:-ë.f2=:~I='=1a§zs=úš::¢,
Interação com clientes
. , Gerente amigável
g 33-â›;zazzs.»;¿¿s'§ '=êa.=›zê5‹'='zz'=:Eã=§~'=. z«:›aa-'zâza=555==zs;:=s=sêeêêês;¡;››z;zs.z:‹zz.›z.z-ê=éz:a;ê:ze:' zê:<
4
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dem*
2 *f C°¡1f°¡Í° E5100 ›s.zzzzzzziéz.,.à.~:š$ë-zzézz .2:z_,..Qê_×.›z¬ zz,â<zz×t×zz§zz›,.zz-.z.~z. ...zzzzz»zzzzz.zz-ê..zzzz.-zéz.zâ‹z£§..,zàs...zeezzz›e~.×~záiíääàälëšzêãäãsšakêšzšzz-f¡‹=i5»< e|0 Horário de trabalho razoável
FIGURA
1:A
Hierarquiadas Necessidades
de
Maslow
Fonte: Chiavenato, (1999, p.169).
Outro grande vulto
da
Escola Comportamental foi Frederick Herzberg,que
formulou a Teoria dos Dois Fatores para melhor explicar
o comportamento
daspessoas
em
situaçãode
trabalho. Assim, essas pessoas poderiam descrever,em
detalhes, situações nas quais se sentiam excepcionalmente
bem
ou
mal. ParaFrederick Herzberg existem dois fatores
que
orientamo comportamento
dasOs
fatores higiênicosabrangem
as condiçoes nas quais as pessoasdesempenham
seu trabalho.Os
principais fatores higiênicos são o salário, osbenefícios sociais, o tipo
de
chefia, as condições físicas e ambientaisde
trabalho.Quando
os fatores higiênicos são ótimos, elesapenas
evitam a insatisfação dosempregados, pois
não
conseguem
elevar consistentemente a satisfação e,quando
aelevam,
não
conseguem
sustentá-la elevada por muito tempo. Porém,quando
essesfatores são péssimos,
provocam
a insatisfação dos empregados.Os
fatores motivadores estão relacionadoscom
o conteúdodo
cargo ecom
anatureza das tarefas
que o
individuo executa.Os
fatores motivadores envolvem os sentimentosde
crescimento individual, de reconhecimento profissional e asnecessidades
de
auto realizaçãoe
dependem
das tarefasque
o individuo realizaem
seu trabalho.
O
autor afirmaque
o efeito dos fatores motivadores sobre ocomportamento
daspessoas
é muito mais profundo e estável. Portanto,quando
osfatores motivadores
são
Ótimos, elesprovocam
a satisfação nas pessoasaumentando
a sua produtividade.Segundo Maximiano
(2000), outro autor importante a estudar a motivação foiDavid McClelland,
que
identificou três importantes motivos ou necessidades nadinâmica
do comportamento humano:
a)
necessidade
de
realização-
é a necessidadede
êxito competitivo,medido
em
relação aum
padrão pessoal de excelência.b)
necessidade
de
afiliação-
é a necessidadede
relacionamentoscalorosos, cordiais e afetuosos
com
outros indivíduos.c)
necessidade
de
poder
- é a necessidadede
controlarou
influenciaroutras pessoas.
Esses três motivos definidos por McCIelland estão intimamente relacionados
com
a necessidadede
soluçãode
problemas.Como
cada
indivíduo estácontinuamente diante
de
problemas, alguns comportamentos semostram
reiteradamente adequados, isto é, propiciam soluções para os problemas
com
osquais o indivíduo se defronta.
Como
resultado, toda vezque
o indivíduo tiverde
O
sucesso levará o indivíduo a confiar naquele padrão de comportamento.Se
uma
pessoa
é altamente motivada a competir e a lutar tendoem
vistaum
padrãode
excelência (necessidade
de
realização) ou setem
uma
forte necessidadede
relações cordiais e calorosas (necessidade
de
afiliação),como
resultado desseprocesso
de
aprendizagem, desenvolverá padrões desses motivos.o Necessidade caracterizada o Necessidade caracterizada o Necessidade caracterizada
de crescimento e de desafios. dominação sobre outras outras pessoas e de
pessoas. reconhecimento.
~
pela busca de oportunidades pela busca de controle e pela busca de proximidade com
FIGURA
2
: TrêsNecessidades Específicas de
McClellandFonte: Maximiano, (2000 p.14).
Segundo
Motta (1998), outro grande expoenteda
Escola Comportamental foiRensis Likert,
que
desenvolveuuma
teoriaonde
considera a administraçãocomo
um
processo relativo,
no
qualnão
existem principios universais válidos para todas ascircunstâncias e ocasiões.
Ao
contrário, a administraçãonunca
é igual nasorganizações.
E
essas diferençasdependem
das condições internas e externas dasorganizações.
Likert
apud
Motta (1998) sugereque
a organizaçãopode
ser vistacomo
um
sistema
de
interligaçãode
grupos. Esses grupos estão ligados por indivíduosem
posições chave,
que
pertencemao
mesmo
tempo
a dois ou mais grupos.Da
mesma
forma, a organização relaciona-se
com
seu ambiente através desses indivíduosque
desempenham
papelde
elosde
ligação. Ele ainda distingue os vários sistemasque
compõem
o ambientede
uma
dada
organização.Em
primeiro lugar, osde
largaescala,
como
o sistema industrial ou a sociedade global;em
segundo, os sistemasdo
mesmo
nível, taiscomo
as organizações concorrentes, fornecedorasou
consumidoras; e finalmente,
em
terceiro, as subestruturas, taiscomo
grupos formaise
informais.Grande
atenção é dedicada à coordenação.Ainda
segundo
Likert apud`Motta (1998), o sucessode
uma
organizaçãocompreensão das
características organizacionais físicas, as quais identificacomo
estrutura, processo
de
coletade
informações e mensuração,de comunicação
etomada de
decisões, recursos para execução, alémde
processosde
influenciação,conjunto
de
atitudes e motivaçoes.A
principalmensagem
do
autor, porém, parece ser ade que
a organizaçãoeficiente
deve
estar alerta às relações internas e externas, maximizando odesempenho
dos
elosde
ligaçao, no sentidode
seus interesses.Likert
apud
Motta (1998), propõeuma
classificaçãode
sistemas deadministração, definindo quatro diferentes perfis organizacionais,
denominados
perfis organizacionais
de
Likert,onde
descreve os perfisda
organizaçãobaseados
na
cultura organizacional: .Sistema
1-
autoritário e coercitivo-
sistema administrativo autocrático eforte, coercitivo
e
fortemente arbitrário eque
controla rigidamente tudoo
que
ocorrena organização.
É
o sistema mais duroe
fechado.Sistema 2
- autoritáriobenevolente
-
autoritárioque
constituiuma
variaçãoatenuada
do
sistema 1.No
fundo, éum
sistema 1 mais condescendente emenos
rígido.
Sistema 3
-
consultivo-
Trata-sede
um
sistemaque pende
mais para olado participativo
do que
para o lado autocrático e impositivo,como
nos doissistemas anteriores. Representa
um
gradativoabrandamento da
arbitrariedade organizacional.Sistema
4
-
participativo-
é o
sistema administrativo democrático, porexcelência.
É
o
mais abertode
todos os sistemas apontados por Likert,apresentando três aspectos principais:
-
A
utilizaçãode
princípiosde
motivaçãoem
vezda
'dialética tradicionalde “recompensas e
punições".-
A
composição de
gruposde
trabalho altamente motivados, estreitamente entrelaçados ecapazes
de
seempenharem
totalmente paraalcançar os objetivos empresariais.
A
competência técnicanao
deve seresquecida.
O
papel dos “elosde
vinculação superposta” é fundamental.-
Adoção
dos “principiosde
relações de apoio”: a administração adotametas
de elevadodesempenho
para si própria e para todos os empregados, eestabelece os meios
adequados
para atingi-las. Essas metasde
eficiência e produtividadepodem
ser maisbem
alcançadas por meiode
um
sistema deadministração
que
permita condições de satisfazertambém
aos objetivosindividuais dos empregados.
Segundo
Motta (1998), Likert preocupava-secom
a avaliação docomportamento
humano
na organização. Para o autor, as varáveis administrativas(como
estilode
administração, as estratégias, a estrutura organizacional, .atecnologia
empregada)
sãochamadas
“varáveis causais”, enquanto os itensde
comportamento
(como
lealdade, capacidades, atitudes, comunicações, interaçãoefetiva,
tomada de
decisões etc.) são aschamadas
“variáveis intervenientes”.As
variáveis causais
provocam
estímulosque atuam
nos indivíduose
criam certasrespostas,
que
são as “variáveisde
resultado”.Segundo
Ferreira (1997), outro autor a tratardo tema
foi Herbert A. Simon,que
defendia ser a estrutura eo
desempenho
das funçõesna empresa
facilitadaspela análise
da
influênciada
organização nas decisões eno comportamento
geraldos funcionários.
Como
toda atividade administrativa é grupal, aempresa
retirado
trabalhador parte
da
autonomia decisória e a substitui porum
processo decisórioorganizacional.
Com
isso, o processo decisório passa a ser o resultado daparticipação dos vários grupos
que formam
a empresa.Segundo
Ferreira (1997),Simon
e Bernard desenvolveramuma
teoria acercada
participação dos funcionários nas decisões organizacionais,denominada
Teoriado
Equilíbrio Organizacional.Segundo
essa teoria, a organização éum
sistema decomportamentos
sociaisde
várias pessoas, oschamados
participantes,que
recebem
incentivose fazem
contribuições para a empresa.A
organização será solvente-
e continuará existindo-
somente
enquanto as contribuições foremsuficientes para proporcionar incentivos
em
quantidade bastante para induzirem àPortanto, a partir desses estudos, a Teoria Administrativa passa a
desenvolver estilos
de
administraçãobaseados no
comportamentohumano,
visandodetectar a importância
de
se conhecer a cultura e_ até transformá-la para obtençãode
sucesso dianteda mudança.
2.2
A
CULTURA
E
A
MUDANÇA
NAS ORGANIZAÇOES
Atualmente existem várias correntes
que defendem
a questãoda
mudança
como
mola propulsorado
mercado, colocando as organizaçõesem
cheque,ou
seja,mostrando a necessidade
de
adaptação a essamudança
como uma
questãode
sobrevivência.
A
cultura frente àmudança
tem
sidoum
tema
largamente explorado nosúltimos anos,
sendo
objetode
uma
variedadede
artigose
livrosde
enfoquesdiversos. “Encontram-se
desde abordagens
académicascom
vertentes filosóficas eantropológicas,
com
análises profundas sobre o conceitode mudança,
atéreceituários
de
processosde
intervenção para gerentesque desejam
melhorara
performance
de
suas empresas”.(WOOD
Jr. 1995, p.15).Wood
Jr. (1995) afirmaque
aquase
totalidade dos artigos sobremudança
organizacional é iniciada por comentários sobrecomo
as organizações precisamadaptar-se para fazer frente a essas mudanças.
Segundo
o autor, a organizaçãodo
futuro estará mais voltada para os clientes, colocando
no
plano central a questãoda
qualidade
de
seus produtose
serviços; teráuma
relação mais próximacom
acomunidade,
assumindo
uma
posturade
maior responsabilidade paracom
o
meioambiente; internamente, possuirá
menor
número de
níveis hierárquicos, e a própriahierarquia,
no
sentido atual, desaparecerádando espaço à
figurado
lídercomo
treinador e motivador.
As
organizações dependerão muito maisdo
nívelde
motivação
de
sua forçade
trabalho,que
deverá terum
nívelde
especialização cada vez maiorque
o atual.Segundo
Derek
(1999), alémda
questãoda
estrutura, os sistemas-precisam ser
cuidadosamente
elaborados paraque
a implementação das estratégiasescolhidas, seja coerente e
que
os objetivos sejam alcançados.Atualmente a Cultura Organizacional é considerada
uma
estratégia, paracompetir nesse
mercado
globalizado, toda a organização teráque
criaruma
culturaclara dentro
da
empresa,também
é necessárioque
ela seja absorvida por todos,outro fator é importante a questão
de
adaptação àmudança
que
vem
sendo
muitoenfatizada por alguns
dos
mais significativos autores, a saber:No limiar do século XXl, é premente a necessidade de estratégias claras.
Porque, se as organizações não tiveram uma visão clara de como se
apresentar nitidamente diferentes e únicas, oferecendo algo diferente de
suas rivais a
um
grupo diferente de clientes, elas serão devoradas pelaconcorrência intensiva.
(PORTER
1999, p.31).Considerando a indefinição das fronteiras entre os setores de mercado e
das rotas de migração e as expectativas instáveis do cliente, as empresas
precisam experimentar novos produtos e serviços. Essas experiências de
mercado levam a condições incertas.
Um
produto pode serum
sucessoesmagador ou
um
fracasso total.Um
sucesso esmagador pode sersubstituído por outro produto num período de tempo muito curto. (KOTLER
1999, p.168).
A
mudança é a metafísica da nossa era. Tudo estáem
movimento. Tudooque é mecânico evoluiu, tomando-se melhor, mais eficiente, mais
sofisticado. Neste século, os automóveis evoluíram do modelo
T
para osBMW.
(BENNIS 1995, p.165).`
Segundo
Bennis (1995),a
inovação tecnológicaé
o tipode
mudança
maisconhecido pelos habitantes
do
mundo
moderno.No
entanto,uma
vezque
atualmente as
mudanças
se tornaramum
fatorpermanente
e aceleradorda
vidaamericana, a capacidade
em
se adaptara
elaspassou
a ser o fator determinantemais importante para a sobrevivência.
O
lucro, a economia, a eficiênciae
o estadode
espíritodo
momento
tornaram-se secundários para se manter a porta para arápida readaptaçäo
a
condiçoes mutantes.Segundo
Robbins (2000),no
início destenovo
século espera-seque
asempresas
ajamcomo
cidadãs responsáveis.A
sociedade esperaque
as corporações, por exemplo, contribuamcom
instituições beneficentes,apóiem
programas
comunitáriose adotem
políticas benéficasao
ambiente. Espera-seque
os executivos dessas
empresas defendam
epromovam
padrões éticos elevados.desconsiderar
uma
imagem
ruim na imprensa ou potenciais repercussõeseconômicas
associadas à idéiade
que
possam
ser socialmente irresponsáveis.Responsabilidade social inclui
um
amplo leque de questões,como
asrelações
com
acomunidade
e funcionários, o desenvolvimentoe
responsabilidade pelos produtos, políticasde
apoio às mulheres e às minorias enão
fazer negóciosem
paisesque não
respeitam os direitos humanos. Atualmente, a sensibilidade paracom
o
meio ambientevem
merecendo
muita atençao.De
acordocom
Senger
(1998), a globalização dasempresas e
as pressõesde mercado que surgem quando
se operaem um
ambientede
negócios global, noqual se
pode
produzir e vender qualquer coisaem
qualquer lugar, aliadasao
progresso tecnológico encontra-se mais
ou
menos
garantidas.Os
problemasverdadeiramente grandes,
que
ahumanidade
tem diantede
si, estão relacionados àincapacidade
de compreender
e gerenciar os comportamentoshumanos.
Assim, oautor assevera
que não
podemos
diminuir amarcha
porquenão temos
literalmentecapacidade
alguma
para controlar nosso comportamento nesse nível macro. Aindasegundo
o autor, a força mais profundaque
impulsiona asmudanças
é aconsciência,
mesmo
que
obscura e mal formulada,de
que
se estáem
sériasdificuldades. ~
Segundo Handy
(1998), para secompreender
toda essa confusãoem
volta,torna-se necessário encontrar
um
jeitode
organizá-laem
nossamente
paracomeçar
a entender
o
que
realmente está acontecendo nomundo
e depois tentar fazer algo arespeito. Assim, ele sugere
que o caminho é
aceitarque
a vidanunca
oferecerespostas simples
ou
certas,que a
vida está repletade
contradições e surpresas,que
ela está,na
verdade, repletade
paradoxos. Mas, se conseguirmos aprender acompreender e
aceitar esses paradoxos, então acreditaque
poderemos
finalmente encontrarcaminhos
para convivercom
eles. Vivercom
eles e gerenciá-los.Nessa
mesma
linhade
pensamento, Goldratt (1998) asseveraque
os gerentesnão
são tão ingênuos a ponto de solicitar a solução definitiva. Elespercebem
que
esse éum
processo de aprimoramento continuo. Obviamente, éconstante a necessidade
de
solucionar o próximo problema.E
vocênunca
terminaSegundo
Steere Jr. (1996), a liderança eficazde
qualquerempresa pode
sermoldada
emensurada
atravésde
pelomenos
três maneiras: pelos resultados daempresa, sua estrutura organizacional e sua cultura.
Os
resultados,quase
sempre,vêm
atravésde
mudanças
na estrutura organizacional.Com
menos
freqüência, oslideres focalizam
o
impactoque
causam, intencionalmente ou não, nas culturas dasempresas que
dirigem. Eles muitas vezes subestimam o papel exercido pela culturano
desempenho
de
uma
empresa
enão
conseguem
perceberque
uma
parte criticada função
do
líder é a definiçao eo
desenvolvimento cultural.Segundo
omesmo
autor,o
líder é responsável por vários elementos básicosda
cultura organizacional,como
identificar e comunicar os valores e os princípiosessenciais
que
orientamo comportamento
organizacional e atomada de
decisão.Para promover esses elementos
com
eficácia, o líderdeve
desenvolveruma
noção
comum
do
que
aempresa
está tentando realizar.Esse
foco envolve adefinição
de
objetivos compartilhados e acordados, a implementaçãode
uma
abordagem
coerenteda
administraçao e a incorporaçaode
uma
forte orientaçao para odesempenho
em
toda a empresa.Alves (1999), afirma
que
a culturada empresa não
é estanque.O
que há de
permanente
na
culturaé
exatamente a mutação. Ela modifica-seem
meioa
um
contínuo processo
de
aprendizagem organizacional sobre novosmodos
de
ser,atuar e
de
desenvolver problemas.O
próprio sucessoé
uma
condição transitória enão
um
resultado final e definitivo.De
acordocom
Wood
(1995), grande partedo
interesse pelotema
sedeve
aofato
de
que,após
operar todo tipode
mudança
em
suas empresas, muitosadministradores
começaram
a perceberque não
tinham feito o suficiente,que
aindaera necessário
mudar
os valores comuns, os símbolose
as crençasdo
grupo, paraque
os resultados positivos aparecessem.Segundo
Wagner
lll (1999), a cultura organizacional origina-sede
maneirasinformais e
não
oficiaisde
proceder. Ela influencia a organização formal ao modelara maneira
como
os funcionáriospercebem
ereagem
a cargos formalmente definidose
aos arranjos estruturais. Conseqüentemente, a cultura influencia as atitudesBennis (1995), tudo isso acontece porque as
normas
e os valores culturais forneceminformação social,
e
essa informação ajuda os funcionários a determinarem osignificado
de
seu trabalho eda
organizaçãoao
seu redor.Na
Figura 3, observam-se os três tiposde
cultura preconizados por Bennis (1995)que
podem
servircomo
ferramenta, para implementaçãode
uma
culturadesejada pelas organizações, visando buscar o sucesso.
"
Regras- Leis- fe°°mPe"SaS›
punições
Interpessoal,
comprometimento do grupo
Ações alinhadas com
auto conceito
Supefiflf
O
que “nós” pensamose sentimos
O
que eu penso e
sinto
Obediência Consenso Auto-realização
Disfiflfdâfwifl das Orientações
autoritárias; assumir riscos
Não atingir consenso Não ser verdadeiro
Com
alguém ““.Futuro Futuro Próximo Agora
Hierárquica Coleguismo Indivíduo
ESÍYUÍUHGO Orientado para o Grupo Orientado parao
indivíduo
Seguir H Ordem esfabelefiida Ser membro do grupo
de colegas
Agir para
conhecimento próprio
FIGURA
3: TrêsTipos
de
Cultura OrganizacionalFonte: Bennis, (1995, p.100).
Como
reflexodesse
contextode
mudanças, muitasempresas
já fizeramou
passaram
por processosde
dowsizíng, reengenharia, qualidade total etc. Evidencia- se,também, que
a tecnologia está muito mais disseminada por todos os cantos doplaneta a custos
cada
vez mais baixos,o que
fazcom
que o
mundo
estejamenor
por decorrência
de
uma
intensa redede
telecomunicação.Assim,
surgem
novos paradigmasno
cenário empresarialdando
ênfase àmudança
e mostrando a necessidadede
adaptação aos novos tempos,como
mostraPouca
Competitividade Competição GlobalEstabilidade
Mudanças
Previsibilidade Incertezas
Individualismo Parceria
Rigidez Hierárquica Flexibilidade
Poder
CentralizadoEmpowerment
Relação
Ganha
X
Perde RelaçãoGanha
X
Ganha
Crescimento
da
População Diminuiçãoda
PopulaçãoSegurança no
Emprego
Empregabilidade_i
_ _ Carreira
comd
Carreira Definida pela
Empresa
_ _Responsabilidade
do
individuo lFIGURA
4:Novos
Paradigmas
no
Cenário EmpresarialFonte:
KANTER
(1997, p. 156).Segundo
Kanter (1997), passou-se, nesse sentido, devido às novas necessidades das organizações,de
uma
força de trabalho braçal parauma
forçade
trabalho intelectual.
A
gestãodo
conhecimento naempresa
tornou-se algoque deve
ser tratado
com
bastante atenção, pois éum
fator estratégico,não
só por contribuirpara a sobrevivência
das
organizações,mas também
porque as impulsionam paraum
crescimento sustentável.Sobre essa temática, considera-se
que
“amudança
do
trabalho manual,em
geral supervisionado, para
o
trabalhobaseado no
'conhecimento', muitas vezessem
supervisão,
aumenta
a importânciado
comprometimentodo
trabalhador”.(KANTER
1997, p.156).
O
conhecimento estáem
alta nesta erado
capitalhumano,
porém,conhecimento só
não
basta.É
precisoque
este conhecimento possa ser colocadoem
prática, poissão
asações
provenientesdo
conhecimentoque
gerarão assoluções
de
que
as organizações necessitam.De
acordocom
Kim
(1996), nessemundo
de
constantes mudanças,um
universo
que
parece florescer na diversidade, multiplicidade e complexidade,não
seAs
organizaçõesque aprendem
precisam da energiade
todos os seus membros, assimcomo
da visão, das aspirações e das inspiraçõesde
todos os envolvidos nela.De
acordocom
o autor, o espírito da organizaçãoque
aprende é criado esustentado diariamente pelo conjunto
de
valoresque
governam
suas ações.Se
osvalores se
baseiam
em
princípios hierárquicos, autoritários e punitivos, o espírito dosque
trabalham sob tais condições refletirá esses valores.Assim, resultados são conseqüências
do
poder das pessoasde
criar soluçõespara os problemas
ou
desafiosque
lhes são apresentados.Em
buscada
produtividade, as
empresas
dependem
especialmentede
colaboradores motivados ecomprometidos
com
seus objetivos organizacionais.Para Bennis (1995), os agentes
de
mudança
são, na maior parte dos casos,externos à organização, trabalhando
em
colaboraçãocom
seus participantes.Além
disso, eles compartilham
de
uma
filosofia social, ou seja,de
um
conjuntode
valoresreferente
ao
mundo
e às organizações,que
influi nas suas estratégias, determinasuas intervenções e governa
em
grande parte suas respostas à organização.Finalmente,
em
decorrência dessa filosofia social compartilhada, os agentesde
mudança
participamtambém
de
um
conjuntode
metas normativas.As
metas geralmente mais procuradassegundo o
autor são: o aprimoramentonas relações interpessoais; a transformação nos valores, para
que o
fatorhumano
venha
a ser considerado legítimo e dignode
atenção; o aprimoramentodo
entendimento inter
e
intragrupalno
sentidode
reduzir tensões;o
desenvolvimentode
uma
equipe administrativa mais eficiente;o
desenvolvimentode
melhoresmétodos
de
soluçãode
conflitose
a substituiçãode
sistemasmecânicos
pororgânicos.
`
Portanto, pode-se verificar
que
há dois tipos fundamentaisde
alterações,quais sejam: estruturais e comportamentais. Essas alterações são geralmente
interdependentes
e
um
trabalho eficientede
desenvolvimento raramentepode
ocupar-se
de
um
de
seus tipos.O
desenvolvimento organizacional, porém,deve
serentendido