SABRINA
STEFANELLO
VALIDADE DE
HISTÓRIA
PRÉVIA
E
DE sINToMAs
AUTO-RELATADos
PARA
A
DETECÇÃO
DE DEPREssÃ0
No
HOSPITAL
GERAL
Trabalho
apresentado
à
Universidade
Federal
de Santa
Catarina,para
a
conclusão
do Curso
em
Medicina.
Florianópolis
Universidade Federal
de Santa Catarina
2002
VALIDADE DE
HISTÓRIA
PRÉVIA
E
DE SINTOMAS
AUTO-RELATADOS
PARA
A
DETECÇÃO
DE
DEPRESSÃo
No
HOSPITAL
GERAL
Trabalho
apresentado
à
Universidade
Federal
de
Santa
Catarina,para
a
conclusão
do
Curso
em
Medicina.
Presidente
do
Colegiado:
Prof.
Dr.
Edson
José
Cardoso
Orientadora:
Prof”.Dr”. Letícia
Maria
Furlanetto
Florianópolis
Universidade Federal
de Santa
Catarina
Stefanello Sabrina.
Validade de história prévia e de sintomas auto-relatados para a detecção
de depressão no hospital geral/ Sabrina Stefanello. - Florianópolis, 2002. 23p.
Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) - Universidade Federal
de Santa Catarina - Curso de Graduação
em
Medicina.Aos meus
pais,Vera
L.Schwengber
Stefanello e Milton D. Librelotto Stefanello,que sempre
estiveram ao
meu
lado independendo das circunstâncias.As
minhas
irmãs, Betina e Bianca Stefanello, quealém
de companheiras, pacientemente, ajudaramna
revisão deste traballio eno
emprego adequado da
língua portuguesa.A
minha
orientadora, Prof”. Dr”. LetíciaMaria
Furlanetto, por tudo o que aprendi durante arealização deste estudo e por saber orientar de
um
modo
tão especial que o conhecimentome
servirá para o resto da vida.
Ao
meu
namorado, Heder
LuizDeucher
Vieira, pelas horas quedeixamos
de estar juntos para que este trabalho fosse realizado, pela suacompreensão
e apoio.Aos
pacientes que voluntariamente participaram deste estudo, contribuindo para o ensino, adespeito de estarem passando por
momentos
delicados de suas vidas.A
toda a equipe médica,em
especial ao Prof. Dr. Carlos de BarrosMott
e ao Prof. Dr. OdilsonBorini, aos colegas e profissionais da saúde
que
me
auxiliaramem
váriosmomentos
difíceisda
minha
trajetória ena
conclusão deste trabalho.l -Introdução ... .. 2
-
Objetivo ... .. 3-
Método
... _. z . . . - . . . z - - z › z › - › ‹ z z z .-sUMÁ1uo
- - ¢ ‹ ¢ . . . ‹ › - â - › ‹ ú . . . « . . . . - ‹ - - - - ¢ ‹ « ¢ z › -- . . ¢ z . « › - - - › z › z z › . - z . . - -. z z . . . . ‹ - › z › - z « . - . . - . - . . . z . - › - › » › - . z z z . z - ‹ . . . . .- 4-
Resultados ... .. 5-
Discussão ... .. 6-
Conclusões ... ..Normas
Adotadas
... .. Referências BibliográficasApêndice
... ._Anexo
... .. › - - › - . . . ~ . . . .H z . z . z › ‹ ‹ - - . . . zz . . . .H z ‹ z ‹ › . . . - . . . .. . - › ‹ - . . - . . . ¢ - z. ‹ z ¢ - - z . . . z z - .H ‹ ‹ . . ‹ . - ø z - ~ - - . . . .. ivObjetivo: Testar a validade das variáveis: l) história prévia de depressão; 2)
humor
depressivo; 3) desesperança; 4) irritabilidade; 5) perdado
interesse nas pessoas; e 6) perdada
libido; para detectar Episódio Depressivo
Maior
(EDM)
em
pacientes intemadosna
clínicamédica do
Hospital Universitárioda
Universidade Federal de Santa Catarina.Método:
Em
um
estudo de validação,
foram
selecionados por randomização689
adultos intemados nasenfermarias de clinica
médica do
HU,
que aceitaram e conseguiram participarda
entrevista.Os
seguintes instrumentosforam
aplicados:um
questionário de variáveis sociodemográficas ede
história psiquiátrica; o
MINI
(Mini International Neuropsychiatríc Interview); eo
InventárioBeck
de Depressão (BDI). Testou-se a validade de váriosmodelos
para detectarEDM,
tendocomo
padrão-ouro 0 diagnóstico realizado pelo l\/HNI. Resultados:A
amostra(N=689)
foicomposta
predominantemente porhomens
(67,2%); brancos (84,5%);com
média
de idade :bDesvio
Padrão de 48,83i16,22 anos.O
modelo
com
maior sensibilidade (94,9%) foicomposto
por todas as variáveis exceto perda da libido e o que apresentou maior especificidade (98,3%) foi
a associação de ter história de depressão e ter perda
do
interesse nas pessoas. Conclusões:Os
resultados
sugerem
que para rastrearEDM
sejam considerados deprimidos os pacientesque
apresentem pelo
menos
uma
resposta afirmativaem:
história de depressão,humor
depressivo, desesperança, irritabilidadeou
perdado
interesse nas pessoas.Quando
se desejauma
baixa taxade falso-positivos pode-se usar a associação de história de depressão e perda
do
interesse naspessoas.
SUMMARY
Objective:
To
evaluate the validity ofsome
variables to detect aMajor
Depressive Episode(MDE)
in medical inpatients at the University Hospitalof
Santa Catarina Federal University.The
variables were: previous history of depression, depressive
mood,
hopelessness, irritability, lossof
interest in people
and
lossof
interest in sex .~:
Six hundredand
eighty-nine medicalinpatients selected
by
randomization that consentedand were
able to finish the interviewwere
included in this study.
The
following instrumentswere
used: a questiomiaire withdemographic
and
clinical variables, theMini
lntemational Neuropsychiatry Interview(MINI) and
theBeck
Depression Inventory (BDI).
The
Validityof
differentmodels
to detectMDE
was
tested, usingthe
MINI
diagnoses as a gold standard. RiiltszOf
the689
interviewed patients,67.2%
were
male,
84.5%
were
white, with ages rangingfrom
18 to96
years(mean
i
Standard Deviationof
48.83i16.22 years).
The
model
with the highest sensibility (94.9%)was composed
of
allvariables, except loss of interest in sex.
The
one
with the highest specificity (98.3%)was
the associationof
historyof
depression and lossof
interest in people. Conclusions:These
results suggest that for the screeningof
MDE
patientswho
score positively in at leastone of
the following variables should be considered depressed: previous historyof
depression, depressivemood,
hopelessness, irritability or lossof
interest in people. If alow
rateof
false-positive cases isdesired, an association of previous history of depression
and
lossof
interest in people shouldbe
used.
I.
INTRODUÇÃO
Depressão é
um
termonormalmente
utilizadono
sentido de expressar tristeza, angústiaou
sofrimento relacionado a perdas
ou
decepções.No
entanto,do
ponto de vista psicopatológico, existe o sintomahumor
depressivo, que é caracterizado pelos pacientescomo
a sensaçãode que
tudo está
mais
dificil, pesado, arrastado. Outro sintoma importante é a anedonia, cuja característica é a incapacidade parcialou
total de obter prazercom
determinadas atividades e experiências de vida. Esses são sintomas centrais das síndromes depressivas,que
sãocaracterizadas pela associação de pelo
menos
um
dos sintomasacima (humor
depressivoou
anedonia)
com
outros sintomas depressivos, taiscomo:
alteraçõesno
apetiteou
no
peso; insôniaou
hipersonia; agitaçãoou
retardo psicomotor; diminuição da energia; sentimentos de desvaliaou
culpa; dificuldades para pensar, concentrar-seou tomar
decisões;ou
pensamentos recorrentes sobre morteou
ideação suicida, planosou
tentativas de suicidio.” 2 Pacientescom
síndrome
depressiva
podem
apresentar o diagnóstico de episódio depressivo maior, que é caracterizado pela presença de pelomenos
cinco sintomas depressivos dentre os descritos acima, durandoum
período determinado de
tempo
e causando grande impactono
funcionamentodo
paciente. Este diagnóstico é definido de acordocom
os critériosdo
Diagnosticand
StatisticalManual
of Mental
Disorders
-
Fourth Edition(DSM-IV),3
que estãono
anexo deste trabalho.Como
sepode
notar,em
pacientescom
doenças fisicas o reconhecimento e o diagnóstico de depressão é difícilem
virtude da sobreposição de sintomas que
pode
ocorrer, porque os sintomas somáticospodem
ser decorrentes tantoda doença
física quantoda
depressão,ou
deambos.
4”Estudos
mostram
que a prevalência de depressão maior varia de6,5%
a18,1%
em
pacientescom
doenças f`ísicas.8'“ Contudo, o quepredomina
em
pacientes intemadosno
hospital geral sãotranstornos de
humor
leves, depressão, preocupações e insônia.”Os
sintomascomo
cansaço,irritabilidade, preocupação e tensão estão presentes
em
pacientescom
ou
sem
transtomo dehtunor.“ Isso dificulta ainda mais a identificação dos pacientes
com
depressão maior.Em
vistado que
foi explicado, vários trabalhos estão sendo feitoscom
o intuito de melhorar o2
atenção primária de saúde.'°' “' 'M8 Dentre esses estudos,
Whooley
et al."compararam
duasquestões, as quais investigavam o
humor
depressivo e a anedonia,com
seis instrumentos já validados para diagnóstico de depressãomaior
e observaram que a sensibilidade e a especificidade entre todos eles era semelhante. Outro estudo foialém
e avaliou quatro instrumentos para rastreamento de depressão maior emenor
em
pacientes terminais, sendoque
um
deles eracomposto
porsomente
uma
pergunta sobrehumor
depressivo.Com
isso, verificou-se
que
um
itemtem
acurácia suficiente para o rastreamento de episódios depressivos e foisugerido que só
uma
questão investigandohumor
depressivo poderia ser usada nos contatos clínicos que permitissem entrevista diretado
paciente.” Williams et al.'° realizaramuma
pesquisaem
clínicas de atenção primária à saúde,onde compararam
doismétodos
para definir casos de depressão maior:um
com
somente
uma
questão e outrocom
vinte itens.A
partir disso,mostraram que
a sensibilidade deambos
foi similar,que mais
pacientescompletaram
o primeirométodo
sem
assistência e levarammenos
tempo.Uma
revisãodemonstrou
que instrumentos curtoscom
questõesbem
selecionadastêm
uma
performance tão
boa
quanto os mais elaborados e que sua brevidadepode
serum
ponto chave."Da
mesma
forma,numa
recente revisão, Williams et al.” observaramque
a performancede
instrumentos para detectar depressão, que variaram de 1 a
30
itens, foi semelhante. Estes autoressugerem
que o instrumento desejado deveria ser selecionado de acordocom
a brevidade,com
o formato de resposta,com
o desejo de investigar outras doenças psiquiátricas ecom
a necessidade de monitorar a respostado
paciente ao tratamento.Já foi visto que a depressão maior está relacionada a
uma
maior
morbi-mortalidade,1°'23 aum
menor
índice de sua detecção pelos médicosnão
psiquiatrasem
pacientescom
doenças físicas e,muitas vezes, a
um
tratamento inadequado.“' '°' 24' 25Porém,
quando
tratados para depressão deforma
ativacom
auxílio psiquiátrico, esses pacientesaderem melhor
ao tratamento proposto, 2°além
de apresentarem melhora física, mental e social.”Alguns
trabalhos revelaram determinados sintomas quemelhor
discriminavam pacientescom
depressão.8' '3Um
deles verificou
que
humor
depressivo, depressão matinal e desesperança discriminarambem
os pacientescom
depressão.” Furlanettog notou que os sintomascom
maior
poder discriminatório, classificando corretamente
96%
dos pacientescom
depressão, foram:trabalho, o conjunto de sintomas que
melhor
classificou os pacientescomo
deprimidos foi: perdano
interesse nas pessoas, irritabilidade, desânimo, choro e tristeza.” Associado a isso, pacientescom
história prévia de depressãoforam mais
freqüentemente identificadoscomo
deprimidosfg' 28'29
Em
virtudedo
que foi exposto, seria de grande valiana
prática clínica diária a validação deinstrumentos simples, rápidos e eficientes
que
permitissem a detecção de episódio depressivo4
II.
OBJETIVO
Testar a validade das variáveis: história prévia de depressão;
humor
depressivo; desesperança;irritabilidade; perda
do
interesse nas pessoas; e perdada
libido para detectar episódio depressivomaior
em
pacientes intemados nas enfermarias de clínicamédica do
Hospital Universitário Dr.111.
MÉTODO
3.1. Casuística
A
casuística foicomposta
de sujeitos adultos intemados nas enfermarias de clínicamédica do
HU
-UFSC,
de acordocom
os critérios abaixo: 3.1.a) InclusãoTodos
os pacientes consecutivamente intemados nas enfennarias de clínicamédica
do
HU-
UFSC
no
período demaio
de2000
amarço
de2002 foram
elegíveis para participardo
estudo.Através
da
listade
intemação obtidano
Serviço de Prontuário de Pacientes, 1234 pacientesforam
selecionados por randomização, utilizou-se
uma
tabela denúmeros
aleatórios. Destes,689
pacientes
que não
preencheram os critérios de exclusãocompuseram
a amostra.3.1.b)
Exclusão
1.
Não
conseguir participar da entrevista devido àdoença
física (por exemplo: afasia, surdez, dispnéia intensa);2. Pacientes
que
estavam intemadoshá mais
de sete dias;3. Idade inferior a 18 anos;
4.
Recusa
em
participar;5. Pacientes
que
tiveram alta hospitalar antes deserem
entrevistados;6. Pacientes que apresentavam prejuízo cognitivo (delirium e/ou demência)*;
7. Pacientes que
não
conseguiram completar a entrevista.3.2.
Desenho
Trata-se de
um
estudo de validação, observacional transversal.'
Transtomos caracterizados por comprometimento da cognição, por exemplo: memória, atenção e/ou linguagem. Quando há prejuízo cognitivo não é possível avaliar a presença ou não de depressão. Foi feita a avaliação clínica e os pacientes que preencheram os critérios do DSM-IV3 para delirium e/ou demência foram excluídos.
6
3.3.
Procedimentos
Aqueles indivíduos
que
deram
o consentimento, após serem esclarecidos sobre os objetivos e a naturezado
estudo foram entrevistados dentro da primeirasemana
de internação.Um
assistentede pesquisa colheu dados sociodemográficos e clínicos.
O
diagnóstico de episódio depressivomaior foi feito
conforme
descritono
item 3.4.c).3.4. Variáveis
3.4.a)
Sociodemográficas
Foram
coletadas as variáveis sociodemográficas descritasna
ficha
de coleta de dados presenteno
apêndice deste projeto.3.4.b) História Prévia
de Depressão
A
história psiquiátrica foi feita de acordocom
omodelo
realizado porKoenig
et al. (l997).3°A
avaliação de história prévia de depressão foi baseadaem
duas perguntas.Os
pacientesforam
perguntados se eles 1)
alguma
vez já tiveram qualquerdoença
mentalou
dos nervosque
necessitou de tratamento; 2)
alguma
vez játomaram
medicação
para os nervos por qualquermotivo.
Em
caso afirmativo, foi avaliado e anotado o diagnóstico psiquiátrico prévio.3.4.c)
Morbidade Mental
Através
da
entrevista clínica e história pessoal realizada poracadêmico
de medicina treinado ecom
auxílioda
Dra. LetíciaMaria
Furlanetto, foi feito o diagnóstico de prejuízo cognitivo (delirium e/ou demência), de acordocom
os critériosdo
Diagnosticand
StatisticalManual
of
Mental
Disorders-
Fourth Edition(DSM-IV),3
já que esses pacientesnão
teriam condições derealizar corretamente a entrevista.
A
classificação expostaacima
é feita pela AssociaçãoPsiquiátrica Americana, utilizando
uma
nomenclatura padrão para definir efomecer
instruçõescodificadas precisas para o diagnóstico dos transtomos mentais.
Para o diagnóstico de episódio depressivo
maior
foi utilizado oMINI
(Mini International Neuropsychiatrjy Interview), que éuma
entrevista diagnóstica padronizada, semi-estruturadapacientes
sem
prejuízo cognitivo foram entrevistadoscom
oMINI
para derivar o diagnóstico deepisódio depressivo maior.
Para a avaliação dos sintomas depressivos,
um
pesquisador “cego” parao
diagnósticodo
MINI,
aplicou o InventárioBeck
de Depressão O3DI).32 Esse pesquisador eraum
acadêmico de
medicina que recebeu treinamento para aplicar esse instrumento.
Do
BDI
utilizaram-se perguntas quecorrespondem
aos sintomas de:humor
depressivo, desesperança, irritabilidade, perdado
interesse nas pessoas e perda da libido. Estas variáveis
foram
categorizadas paraque
nospacientes que tivessem pontuação maior
ou
igual a doisfossem
computadas
como
presentes.3.5. Análise estatística
A
análise estatística foi feita utilizando oSPSS
(StatisticalPackage
for Social Sciences), versão 10.0.” Testou-se a validade demodelos
hipotéticos, utilizando história prévia dedepressão, realizada de acordo
com
modelo
deKoenig
et al.” ealgumas
perguntasdo
BDI
citadas
no
item 3.4.c) para detectar episódio depressivo maior, tendocomo
padrão-ouro odiagnóstico realizado pelo
MINI.
Foram
montados
diferentesmodelos
hipotéticoscom
as seguintes variáveis: história prévia dedepressão;
humor
depressivo; desesperança; irritabilidade; perdado
interesse nas pessoas; e perda da libido. Essas variáveisforam
escolhidas baseadasno
estudo prévio de Furlanettofš Foiconsiderado
como
tendo depressãoquem
respondeu afirmativamente auma
ou mais
perguntasdestes
modelos
eem
mn
modelo, especificamente era preciso responder positivamente às duasvariáveis: história de depressão e perda
do
interesse nas pessoas. Para cadamodelo
proposto foitestada a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo
(VPP)
e valor preditivo negativo(VPN)-
3.6.
Aspectos
éticosO
estudo foi avaliado peloComitê
de Ética para Pesquisascom
SeresHumanos
da
UFSC. Os
pacientes foram esclarecidos sobre o estudo, sendo informados
que
em
nada
seria alterado seutratamento, caso decidissem não participar. Aqueles que
concordaram
em
participar assinaram o tenno de consentimento livre e esclarecido.No
caso de pacientes que tinham a sua capacidade de julgamentoou
de decisão prejudicada, o consentimento era obtidocom
o representante legal.8
Contudo, o paciente
também
era consultado e a avaliação só era realizada, caso eletambém
concordasse.Quando
foram detectados pacientescom
transtomos mentais sugestivos de sebeneficiarem
de tratamento específico, seusmédicos
assistenteseram
avisados e o Serviço deIV.
RESULTADOS
Durante este estudo,
um
total de1234
pacientesforam
entrevistados, e 545foram
excluídos.Dos
que
compuseram
a amostra final (N=689),463
(67,2%)eram do
sexo masculino,582
(84,5%)
da
raça branca, a idade dos pacientes variou de 18 a96
anos e a idademédia :Desvio
Padrão
(DP)
foi de 48,83i16,22 anos.A
escolaridade variou de zero a22
anos e amédia :EDP
foide 6,09:E3,99 anos.
As
principais características sociodemográficas encontram-sena
Tabela
1.A
maioria dos pacientes estava intemada
na
clínica médica, seguida pela gastroenterologia e cardiologia (Gráfico 1).TABELA
1-
Característicassociodemográficas
dos
689
pacientes
internados nas enfermarias
de
clínicamédica do
HU-UFSC
Característica n
%
Gênero
MasculinoFeminino
Idade
18-64 anos265
anosRaça
Branca
Negra
PardaEstado
Civil Casado(a) / Coabitando Separado(a) /Divorciado(a) Solteiro(a) Viúvo(a) Escolaridade 0 anos (analfabetos) 1 a 4 anos 5 a 7 anos28
anosRenda
familiarAté
R$
600,00R$
601,00 aR$
1.200,00>R$1.200,00
67,2 32,8 80,8 18,9 84,5 6,2 8,3 63,0 13,9 13,9 8,4 6,0 41,1 15,9 37,0 61,4 26,3 11,2 Fonte:HU-UFSC,
2000/02.I
ClínicaMédica
27%
I
Outras7%
I
Endocrinologia4%
I
GastroenterologiaI
Hematologia16%
8%
I
Neurologia10%
_ _I
Cardiologia Pneumologia15%
13%
GRÁFICO
1-
Distribuição das intemações por especialidade.Fonte: HU-UFSC, 2000/02.
A
freqüência das variáveis testadas e a freqüência de pacientescom
diagnóstico positivo para depressão maior, de acordocom
os vários modelos testados encontram-se nas Tabelas 2 e 3,TABELA
2
-
Freqüência
das
variáveis testadasdos
689
pacientes internados
nas enfermarias
de
clínicamédica do
HU-UFSC.
Variáveis
Sim (%)
Não (%)
História de depressão
Humor
DepressivoDesesperança
Irritabilidade
Perda
do
interesse nas pessoasPerda da libido 11,3 17,1 15,7 44,8 13,8 28,4 88,7 82,9 84,3 55,2 86,2 71,6 Fonte:
HU-UFSC,
2000/02.TABELA
3
-
Freqüência
de
pacientes
com
diagnóstico
positivopara
depressão
de acordo
com
os vários
modelos
testados
(N=689).
Modelos
testadosCaso*
(%)
Não
caso (°/)HD
ouHumD
ou Des ou Ir ou Pint ou PlibHD
ouHumD
ou Des ou Ir ou PintHD
ouHumD
ou Des ou PintHumD
ouDes
ou PintHD
ou PintHD
e PintHD
65,7 60,1 36,4 31,5 22,9 2,2 11,3 34,3 39,9 63,6 68,5 77,1 97,8 88,7HD
= história prévia de depressão,HumD
= humor depressivo, Des = desesperança, Ir = irritabilidade,Pint = perda do interesse nas pessoas, Plib = perda da libido. *Caso = respondeu positivamente a pelo menos urna variável
Como
pode-se notarna Tabela
4, doismodelos
apresentaram alta sensibilidade (94,9%).Um
deles foicomposto
pelas seguintes variáveis: história prévia de depressão,humor
depressivo, desesperança, irritabilidade, perdado
interesse nas pessoasou
perdada
libido.Sendo que
uma
ou
mais dessas variáveis foi positiva. Outro
modelo
foicomposto
pelasmesmas
variáveis citadas acima,porém sem
a variável perda da libido.Do mesmo
modo
que
anteriormente descrito,uma
ou
mais dessas variáveis foi respondida afirmativamente pelos pacientes.Utilizando-se
somente
duas variáveis, história prévia de depressão e perdado
interesse nas pessoas, obteve-se amaior
especificidade (98,4%).Ainda
é preciso destacar que tendosomente
história prévia de depressão, obtivemos
90,3%
de especificidade.TABELA
4
-
Medidas
de validação dosmodelos
testados
para
detecção
de
depressivo
maior
(N=689).
episódio
Sensibilidade EspecificidadeVPP
%
%
%
Variáveis testadas*VPN
%
HD
ouHumD
ou Des ou Ir ou Pint ou Plib 94,9HD
ouHumD
ou Des ou Ir ou Pint 94,9HD
ouHumD
ou Des ou Pint 89,7HumD
ou Des ou Pint 82,0HD
ouHumD
ou Pint 82,1HD
ou Pint 71,8HD
e Pint 10,3HD
38,5 36,0 42,0 66,8 73,0 71,5 80,0 98,3 90,3 8,2 8,9 13,9 15,4 14,7 17,7 26,7 19,2 99,2 99,3 99,1 98,5 98,5 97,9 94,8 96,1VPP
= valor preditivo positivoVPN
= valor preditivo negativoHD
= história prévia de depressão,HumD
=
humor depressivo, Des = desesperança, Ir = irritabilidade, Pint = perda do interesse nas pessoas, Plib = perda da libido.'Padrão-ouro = Episódio Depressivo Maior pelo MINI.” Fonte: HU-UFSC, 2000/02.
14
V.
DISCUSSÃO
Através desse estudo observou-se que poucas perguntas
poderiam
ajudarno
rastreamento de episódio depressivo maior. Para isso, omodelo
ideal foicomposto
por cinco perguntas: históriade
depressão,humor
depressivo, desesperança, irritabilidadeou
perdado
interesse naspessoas.
O
modelo composto
por todas as seis variáveis propostas inicialmente (incluindo perda da libido) apresentou amesma
sensibilidade,mas
especificidademenor
(36%). Portanto,num
primeiro contatocom
o paciente, omodelo composto
pelas cinco perguntas descritasacima
poderia servir para rastreamento de episódio depressivo maiorem
pacientescom
doenças físicas,necessitando de investigação
complementar
caso o paciente respondesse afumativamente auma
ou
mais perguntas.Observou-se que a associação de história prévia de depressão e perda
do
interesse nas pessoastem
alta especificidade (98,3%),mas
baixa sensibilidade (10,3%) parao
diagnóstico de episódio depressivo maior, por conseguinte, estemodelo
poderia ser usadoquando
se desejarempoucos
falso-positivosf
É
precisochamar
a atenção para o fato de que história de depressãomesmo
quando
investigada isoladamente,tem
alta especificidade (90,3%) para diagnóstico de episódio depressivo maior.Esses achados estão
em
concordânciacom
a literatura, mostrandoque
um
menor número
depergtmtas,
quando
bem
selecionadaspodem
permitir o rastreamento de episódio depressivomaior
tão
bem
quanto longos instrumentos, neste caso oMINI.”
'3' "° '8Com
alguns sintomas
destacados
em
outros trabalhos ecom
história de depressãof' 13' '°= 28' 29foi possível
montar
diferentes
modelos
que semostraram
efetivosno
rastreamento de episódio depressivo maior.É
importante destacar que a história prévia de depressão mostrou-se muito útil para o diagnósticode depressão,
como
havia sido vistoem
outros trabalhos.28' 2°A
taxa de episódio depressivo maior (5,7%) encontrada neste estudo está dentroda
prevalência sugerida por Silverstone et al.° Contudo,
em
outros trabalhos,8' '°' “essa taxa é maior.
'
F also-positivos são aqueles pacientes os quais se imagina que tenham episódio depressivo maior pelo método
em
É
possívelque
o fato de o consentimento ter sido pedido porum
aluno tenha facilitado a recusa, principalmente entre os pacientescom
depressão que pela própria sintomatologiada doença
preferem ficar quietos e isolados nos seus leitos. Outro fator que
pode
ter contribuído para essafieqüência de episódio depressivo maior é o fato
do
MINI
ser de acordocom
os critériosdo
DSM-IV3
e na sua instrução de uso ser sugerido que não secontem
os sintomas imputáveis auma
doença
física,ou
uso de medicamentos, drogasou
álcool.” Esta última avaliaçãopode
ter sidomuito rigorosa pelo pesquisador, não atribuindo sintomas somáticos
como
sendo parte deuma
alteração psiquiátrica,
mas
predominantemente decorrente dedoença
física.Além
disso, muitos pacientesnão
concluíram os questionários pelo fato deserem
longos e cansativos, poiseram
aplicados consecutivamente, portanto, estes tiveram
que
ser excluídos, contribuindo, assim, parauma
diminuiçãono tamanho
da casuística. Serão necessários mais estudos futuramente visando atestar os
modelos
avaliados.Outro ponto a ser lembrado consiste
no
fatodo
MINI
serum
instrumento diagnóstico e, sendoassim, incapaz de superar o diagnóstico clínico psiquiátrico.” Portanto,
mesmo
utilizando oMINI
como
padrão-ouro para o diagnóstico de episódio depressivo maior, elepode
ter classificadoincorretamente alguns pacientes.
Para utilização futura desses dados é necessário ter
em
mente
quenem
sempre
é fácil acorreta classificação diagnóstica psiquiátrica dos pacientes internados
no
hospital geral. Destamaneira, é preciso ter cautela
com
a utilização dosmodelos
testados, pois restringem-se aorastreamento e
não
ao diagnóstico de depressão.No
entanto,em
virtudedo
que foi exposto,um
pacientecom
história prévia de depressãotem
grande chance de estar realmente deprimido, mostrando a importância da investigação de história
de depressão
em
todos os pacientes queprocuram
o hospital geral, inclusivecomo
parte rotineirada anamnese.
Mesmo
considerando as limitaçõescomentadas
acima,com
este estudo foi possível estruturarmn
método
breve, de fácil aplicação eque
pode
ser incorporado na prática clínica diária, parao
rastreamento de episódio depressivo maior
em
pacientescom
doenças físicas intemadosno
HU-
UFSC,
facilitando assim o reconhecimento precoce e permitindo o tratamentoadequado
dessesVI.
CONCLUSÕES
Montou-se
um
modelo
para o rastreamento de episódio depressivo maiorcom
uma
sensibilidade de94,9%
euma
especificidade de40,2%
no
qual o pacienteteria que responder positivamente a pelo
menos
uma
das seguintes variáveis: história prévia de depressão,humor
depressivo, desesperança, irritabilidade eperda
do
interesse nas pessoas.Verificou-se que história prévia de depressão e
o
sintoma perdado
interessenas pessoas
quando
juntostêm
alta especificidade (98,3%)quando
se deseja obteruma
baixa taxa de falso-positivos.NORMAS
ADOTADAS
Este trabalho foi realizado de acordo
com
a normatizaçãoda
resoluçãonúmero
001/2001do
18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Dalgalarrondo P. Psicopatologia e Semiologia dos
Transtomos
Mentais. Porto Alegre: ArtesMédicas
Sul; 2000.Kaplan
HI,Sadock
BJ.Compêndio
de Psiquiatria: ciências comportamentais e psiquiatriaclinica. 7” ed. Porto Alegre: Artes
Médicas
Sul; 1997.American
Psychiatric Association. Diagnosticand
StatisticalManual
of Mental
Disorders.4 ed. Washington,
DC:
American
Psychiatric Association; 1994.Cavanaugh
S, ClarkDC,
Gibbons
RD.
Diagnosing depression in the hospitalized medicallyill. Psychosomatics 1983 ;24(9):809- l 5.
House
A.Mood
disorders in the physically ill--problems of defmition andmeasurement.
JPsychosom
Res
1988;32(4-5):345-53.McDaniel
JS,Mussehnan DL,
PorterMR,
Reed
DA,
Nemeroff
CB.
Depression in patientswith cancer. Diagnosis, biology,
and
treatment.Arch
Gen
Psychiatry l995;52(2):89-99.Montano
CB.
Primary care issues related to the treatment of depression in elderly patients. J Clin Psychiatry l999;60 Suppl 20:45-51.Furlanetto
LM.
Diagnosticando depressãoem
pacientes intemadosem
enfermariasde
clínica médica. J Bras Psiq l996;45(6):363-370.
Silverstone
PH,
Lemay
T, Elliott J,Hsu
V, Starko R.The
prevalenceof
major depressive disorderand
low
self-steem in medical inpatients.Can
J Psychiatry 1996;41(3):67-74.Koenig
HG,
George
LK,
PetersonBL,
PieperCF.
Depression in medically ill hospitalizedolder adults: prevalence, characteristics,
and
course ofsymptoms
according to six diagnostic schemes.Am
J Psychiatry 1997;154(l0):l376-83.Whooley
MA,
Avins
AL,
Miranda
J,Browner
WS.
Case-finding instruments fordepression.
Two
questions are asgood
asmany.
JGen
Intem
Med
l997;12(7):439-45.Botega NJ,
Bio
MR,
Zomignani
MA,
Garcia C, Jr., PereiraWA.
Transtomos
do
humor
em
enfermaria de clínicamédica
e validação de escala demedida
(HAD)
de ansiedade e depressão.Rev
Saúde
Pública l995;29(5):355-63.Hawton
K,Mayou
R,Feldman
E. Significance of psychiatricsymptoms
in general medicalpatients with
mood
disorders.Gen
Hosp
Psychiatry l990;l2(5):296-302.Koenig
HG,
Meador
KG,
Cohen
HJ, BlazerDG.
Self-rated depression scalesand
screening for major depression in the older hospitalized patient with medical illness. JAm
GeriatrSoc
l988;36(8):699-706.Chochinov
HM,
Wilson
KG,
Enns
M,
Lander
S. "Areyou
depressed?" Screening for depression in the terminally ill.Am
J Psychiatry l997;154(5):674-6.Williams
JW,
Jr.,Mulrow CD,
Kroenke K,
Dhanda
R, BadgettRG,
Omori
D,
et al. Case-finding
for depression in primary care: arandomized
trial.Am
JMed
1999;l06(l):36-43.Schade
CP,
JonesER,
Jr., Wittlin BJ.A
ten-year review of the validity and clinical utilityof
depression screening. Psychiatr Serv l998;49(l):55-61.Williams
JW,
Jr.,Noel PH,
Cordes JA,Ramirez
G, PignoneM.
Is this patient clinicallydepressed? Jarna 2002;287(9):l 160-70.
Furlanetto
LM,
Bueno
JR, SilvaRV.
Características e evolução de pacientescom
transtomos depressivos durante a internação
em
enfermarias de clínica médica. J Bras Psiql998;47(12):609-617.
Perminx
BW,
Beekman
AT,
Honig A,
Deeg
DJ, SchoeversRA,
van
Eijk JT, et al.Depression and cardiac mortality: results
from
a cormnunity-based longitudinal study.Arch
Gen
Psychiatry 2001 ;58(3):22l-7.Cronin-Stubbs D, de
Leon CF,
BeckettLA,
Field TS,Glynn
RJ,Evans
DA.
Six-year effectof
depressivesymptoms
on
the co1n'se of physical disability in community-living olderadults.
Arch Intem
Med
2000;160(20):3074-80.Furlanetto
LM,
von
Armnon
Cavanaugh
S,Bueno
JR, CreechSD,
PowellLH.
Associationbetween
depressivesymptoms
and
mortality in medical inpatients. Psychosomatics2000;41(5):426-32.
Ganzini L, Smith
DM,
Fenn DS, Lee
MA.
Depressionand
mortality in medically ill olderadults. J
Am
GeriatrSoc
l997;45(3):307-12.Cavanaugh
S.The
prevalenceof
emotional and cognitive dysfunction in a general medical20
Freeling P,
Rao
BM,
Paykel ES, Sireling LI, BurtonRH. Umecognised
depression ingeneral practice.
Br
Med
J (ClinRes
Ed) l985;290(6485):l880-3.Katon
W, Von
KorffM,
Lin E,Simon
G,Walker
E, Unutzer J, et al. Stepped collaborative care for primary care patients with persistentsymptoms
of
depression: arandomized
trial.Arch
Gen
Psychiatry l999;56(l2): l 109-15.Coulehan
JL, SchulbergHC,
Block
MR,
Madonia
MJ,
Rodriguez E. Treating depressed primary care patients improves their physical, mental,and
social functioning.Arch
Intem
Med
l997;l57(l0):l1l3-20.Mullan
E,Katona
P,D'Ath
P,Katona
C. Screening, detectionand
management
of
depression in elderly primary care attenders. II: Detectionand
fitness for treatment: a case record study.Fam
Pract 1994;l l(3):267-70.Machado SCEP,
Abreu PB, Pechansky
FS, SchneiderFM,
Alberti V,Gus
G, et al.Depressão
no
hospital geral II: habilidade de detecção de sintomas depressivos pelo especialista não-psaiquiatra.ABP-APAL
l999;l l(3):97-100.Koenig
HG,
George
LK, Meador
KG.
Use
of antidepressantsby
nonpsychiatrists in the treatmentof
the medically ill hospitalized depressed elderly patients.Am
J Psychiatryl997;154:l369-1375.
Amorim
P.Mini
Intemational Neuropsychiatric Interview (MINI): validação de entrevistabreve para diagnóstico de transtornos mentais.
Rev
Bras Psiquiatr 2000;22(3):lO6-15.Beck AT,
SteerRA. Beck
Depression Inventory Manual.San
Antonio: PsychologicalCorporation; 1993.
FICHA
DE
COLETA
DE
DADOS
|:iExcluído? (circule o motivo)1) Imp. Física; 2) +7dias; 3) <l8a; 4) recusa; 5) prejuízo cognitivo 6) alta hospitalar 7) outros
01-
Nome:
... ..02- Data da Intemação:..../ .... ../ ... .. Pront.: ... ..
03- Leito: ... .. Espec:
:ICM
ncardionpneumo
ngastronendocr Emeuro
Eihemato noutras04-Sexo: |:1Masc
nFem
Idade: ... ._Data
do
Nasc.: ... ../ ... ../ ... ..(dd/mm/aaaa)05- Raça: |:|Branca E|Parda L:1Negra L:|Amarela 1:|Outras ... ..
06- Estado Civil: i:1Solteiro E1Casado/Amasiado 1:1Viúvo i:iSeparado/Divorciado
07- Escolaridade: ... ..anos
08-
Renda
Familiar: i:1AtéR$
600,00 1:1R$ 601,00 a 1.200,00n> R$
1.200,0009- História pessoal: Qualquer
doença
mentalou
dos nervos? Játomou
medicação
para nervos?:mão
|:1sim10-
Em
caso positivo: doenças ... ..ll-
BDI
ll az rs 14 I: :Ó ll as 1:
vwWl“W|“›I*‹¬2°r1
12- Episódio DepressivoMaior
atual(MINI)?
:mão
|:1sim13- Pesquisador ... ..
22
VIII.
ANEXO
De
acordocom
o
Diagnosticand
StatisticalManual
of Mental
Disorders-
Fourth
Edition(DSM-IV),3
Episódio DepressivoMaior
é definido pelos seguintes critérios:A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiverem presentes durante o
mesmo
período de 2semanas
e representamuma
mudança
no
funcionamento anterior; pelomenos
um
dos sintomas é (1)humor
deprimidoou
(2) perda de interesseou
prazer.Observação:
Não
incluir sintomas claramente devidos auma
condiçãomédica
geralou
alucinaçõesou
delírios incongruentescom
ohumor.
1.
humor
deprimidona
maior partedo
dia, quase todos os dias,conforme
indicado por relato subjetivo (por exemplo, se sente tristeou
vazio)ou
observação por outros (por exemplo, parece prestes a chorar). Observação:Em
crianças e adolescentes,pode
serhumor
irritável.
2. interesse
ou
prazer acentuadamente diminuídos por todasou
quase todas as atividadesna
maior
partedo
dia, quase todos os dias (indicado por relato subjetivoou
observação feitapor outros).
3. perda
ou ganho
significativo de pesoquando não
está realizando dieta (por exemplo,uma
mudança
demais
de5%
do
peso corporalem
um
mês),ou
diminuiçãoou aumento do
apetite quase todos os dias. Observação:
Em
crianças, considere o fracasso para fazerganhos
de peso esperados.4. insônia
ou
hipersonia quase todos os dias.5. agitação
ou
retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outros,não
meramente
sensações de inquietaçãoou
de estar mais “devagar”).6. fadiga
ou
perda de energia quase todos os dias.7. sensação de inutilidade
ou
culpa excessivaou
inapropriada (quepode
ser delirante) quase todos os dias (nãomeramente
auto-reprovaçãoou
culpa por estar doente).8. capacidade diminuída para pensar
ou
concentrar-se,ou
indecisão, quase todos os dias (porrelato subjetivo
ou
observado por outros).9. pensamentos recorrentes sobre morte (não apenas o
medo
de morrer), ideação suicida recorrentesem
um
plano específico,ou
uma
tentativa de suicídioou
um
plano específicopara cometê-lo.
B.
Os
sintomasnão
satisfazem os critérios paraum
Episódio Misto.C.
Os
sintomascausam
sofrimento clinicamente significativoou
comprometimento no
funcionamento social, ocupacional
ou
em
outras áreas importantesda
vidado
indivíduo.D.
Os
sintomasnão
são devido aos efeitos fisiológicos diretos deuma
substância (por exemplo,uma
droga de abusoou medicamento) ou
condiçãomédica
geral (por exemplo,hipotiroidismo).
E.
Os
sintomasnão
são melhores explicados por luto, isto é, após a perda dealguém amado,
persistem por mais de 2
meses ou
são caracterizados por acentuadocomprometimento
funcional, preocupação
mórbida
com
inutilidade, ideação suicida, sintomas psicóticos,ou
retardo psicomotor.
A
classificação expostaacima
é feita pela Associação Psiquiátrica Americana, utilizandouma
nomenclatura padrão para definir os transtornos e
fomecer
instruções codificadas precisas paraodiagnóstico, o
DSM-IV
facilita o diagnóstico, o tratamento e as análises estatísticas dosTCC
UFSC
CM
0483
Ex.I
N-Chaim
TCC
Uräb
CM
u4õ_›Autor: Stefiiello, Sabrina
Título: Validade de história prévia e de
97281 l836 Ac. 253632
Ex.| UFSC BSCCSM