CURSO
DE
GRADUAÇÃO
EM
ENFERMAGEM
OBSERVAR
PARA
HUMAN1zARz
APRENDENDO A
COMPREENDER
Os
CHAMADOS
E
As RESPOSTAS
DO
RECÉM-NASCIDO
PRÉ-TERMO
JUNTO
À
FAMÍLIA E
EM
HM
É
z-‹ v-‹ L' .-.‹ 04 man`za A 24 760 SC ENF ema hu _ M __ N.Cham. TCC UF Auto Basso, Joé`F T' u 0: Observar _pa a 97 884 z-‹M
M--I
lfi (\¡M
Mn
.ii
..ii
5-1 .__.í ._. ‹-› .-‹ CCSM TCC UFSC ENF 04 E CC M CC M U) V) UFSC B Ex !_l 711-4 ¿CENTRO
DE
CIENCIAS
DA
SAÚDE
DEPARTAMENTO
DE
ENFERMAGEM
EQUIPE
CUIDADORA
Ê
A AJOÉLIPERNANDA
BASSO
KAREN
s1MAs EBSEN
KÊNIA ALICE
DA
s1LvA
Florianópolis (SC),
fevereiro
de
2002.
I
Ainda
que eu
falassea
línguados
homens, e falassea
língua
dos
anjos,sem amor
eu
nada
seria....(Camões,
salmo
21)Aofinal
desta longa caminhada,uma
etapade
nossas vidas está se concluindo, abrindoas
portaspara
um
caminho
desconhecido.Nossa
experiênciade
amor
não nos
permite definiro
ponto de
partida,nem
o de
chegada.Mas
nos
deixaa
certezade que
nossos corações estãorepletos
de
gratidãoaos
que
diretaou
indiretamente contribuírampara a
realizaçãode
nossosonho.
Dentre as
muitaspessoas
especiaisem
nossas vidas, gostaríamosde
agradeceralgumas
delas:
A
Deus, fonte inesgotávelde
amor
e sabedoria.Queremos
agradeceraos
momentos
de
reflexão, inspiração e luz
em
nossos caminhos, etambém
pelas pessoas especiaisque
ELE
colocou
em
nosso caminho.Aos
nossoPais (Sonia
eJoão
Ricardo,Leda
eArmando,
Luzia eRaw,
por
nos terdado
a
vida,que
mesmo
muitas vezes ausentes, são presençasetemas
em
nossos corações,nos
incentivando
em
nossa longa caminhada.Sem
seuamor
e muitas renúncias,não
estaríamos aquihoje.
Obrigada
por
todo seu amor.Às
irmãs (Aline, Erika, Kamille e Márcia), pelosmomentos
de
alegria e tristeza desdeo
início
de
nossa formação.Com
vocêsaprendemos
a
compartilhar muitas coisas, ewecialmenteo
Ao
Roberto pelo
carinho, atenção,compreensão
e apoio nosmomentos
de dlficuldade.Obrigada
por
sempre
estar junto comigo.Karen)
Ao
seuAderbal que
apesarda
partida prematura, tenho certezade que
olhapor
mim
onde
querque
esteja.Obrigada
por
sua
experiência de vida.Kênia)
As
minha
avós
Lourdes
Maria
eLaureana
pelo incentivo, apoio e carinho. Vocêsme
ensinaram
muito.Karen)
Aos
amigos
eamigas que
diretaou
indiretamente têm acrescentado algode novo
em
nossas vidas.Obrigada pelo
amor.À
meu
cunhado
Marcelo
que
apesardas
diferenças, muito acrescentouem meu
crescimentoenquanto
pessoa.Obrigada pela
compreensão, paciência e carinho. (Joéli)Aos meus
colegasda CASSI/SC
especialmenteà
Nilta,Maria
Lúcia e Luiz Guilherme pelos ensinamentos e carinho compartilhado.Karen)
Em
e.Wecialà
dona
Soniaque
compartilhou conosco muitos momentos,altemando
entusiasmo e
desânimo
na
caminhada
para
concretização deste sonho.Obrigada
por
ter sido nossamãe
nos
momentos
dificeis.Nós
teamamos.
Aos
Recém-Nascidos
Pre'-Termo e suasfamílias. Vocês
nos ensinaram que o
amor
pode
nascerprematuramente
enos mostraram
a
força
e
a
belezada
vidaem
sua
essência.À
nossa orientadoraMila
pela
sensibilidade, disponibilidade e competência.Obrigada
pelo
amor
demonstrado
em
todasas
suas atitudes,por
sua
vontadede
viver ede nos
fazervencer.
Você
éum
exemplo de
vidapara
nós.À
Marisa
pelo
entusiasmocom
que
aceitou participar e contribuirpara
nossa caminhada.Sua
presença
e experiênciaforam
fundamentais
nesta caminhada.As
nossas supervisorasJanaína
eMárcia
pela
colaboração, dedicação, ensinamentos epelo
amor
à
vida prematura, sentimentoque
sabemos
serum
exercício gratificante epor
muitasvezes doloroso. Vocês
são
especiaisem
nossas vidas.À
equipeda
neonatologiapor
todoo
carinho, receptividade, dedicação, ensinamentos eespírito
de
equipe. Vocêsforam
peças-chaveem
nossa caminhada.À
equipedo
Centro Obstétricopor
ter permitido nossa presençapara
quepudéssemos
assistir alguns partos.Ao
serviço social e psicologia,em
especial Viviane e Zaira, pelo incentivo e facilitaçãode algumas
atividades,em
especiala
participaçãono Curso
Método
Canguru.Obrigada
pelacredibilidade.
Ao
casalOgênio
eLurdes
por
terem nos acolhidoquando
chegamos
em
Curitiba, nosfazendo
sentir parte sesua
família.Aos
colegasde
turma, nossosmomentos
juntos serão inesquecíveis.Nossa
cumplicidade eamor
compartilhadosficaram
para
sempre
em
nossos corações.Obrigada
pelo carinho.Ao
departamento de enfermagem
por
contribuirem significativamentecom
nosso crescimento pessoal e profissional epor
nos
oportunizaremo
desvelamentode novos
horizontes.E
finalmentea
todas aquelaspessoas que de
alguma forma
deixaram
algode
bom
em
Trata-se
de
um
relatóriode
vivência apresentado à VIIIUnidade
Curriculardo
Curso de Graduação
em
Enfermagem
da Universidade Federal de Santa Catarina(UF
SC)
desenvolvidono
períodode 04 de
setembro à 15 denovembro
de 2001,na Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal(UTIN) do
Hospital Universitário(HU/UF
SC). Durante essavivência nosso objetivo principal foi de analisar e
compreender
oscomportamentos
dosbebês prematuros, através
da
observação, buscando instnimentalizar os familiares e equipede
saúde paraum
atendimento humanizado. Para alcançá-lo, procuramos realizaruma
prática assistencial humanizada,
filndamentada
na Teoria Humanísticade
Paterson eZderad,
que
valorizao
encontro, a presença,o
relacionamento e oschamados
e respostas.Na
operacionalizaçãoda
teoria, utilizamosum
processo deEnfermagem, que
inclui04
(quatro) etapas: a enfermeira busca
o
auto-conhecimento, a enfermeira conhece o outrointuitivamente, a enfermeira conhece
o
outro cientificamente e a enfermeira avaliao
conhecimento
intuitivo e científico. Esta vivência experienciada juntocom
os pais e aequipe, nos proporcionou
momentos
ricos de observação, nos quaispudemos
identificar ecompreender os comportamentos
destes “pequenos grandes seres”, os recém-nascidosprematuros.
É
utilizando a intuição juntocom
a cientificidade,que poderemos
direcionarnosso olhar, prestando desta forma,
uma
assistência maishumanizada
aosRNs
prematuros1.
INTRODUÇÃO
--- --012.0BJETlVOS
--- --071.1.
GERAL
--- --071.2.
ESPECÍFICOS
--- --073.REv1sÃo
BIBLIOGRÁFICA
--- -~os 3.1.o
RECÉM-NAsc1Do
--- --os 3.1.1. Conceito '''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''' "08 3.1.2. Classificação ''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''"09
3.2.o
RECÉM-NAsc11)o
PRÉ-TERMO
(RNPT)
--- --11 3.2.1. Conceito ''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''' " ll 3.2.2. Classificação ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ -'12 3.2.3. Incidência e etiologiada
prematuridade ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ --143.2.4. Características --- --16
3.2.5. Mortalidade e viabilidade ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ ~-20 3.3.
COMPREENDENDO O
RNPT
--- --203.3.1. Tipos de
comportamentos
apresentados peloRNPT
--- --233.4.
A
FAMÍLIA
E
O
RNPT:
DESENVOLVENDO
LAÇOS
AFETIVOS
--- --263.5.
A
UTI
Neonatal --- -~273.5.1. Histórico --- --27
3.5.5.
Humanização
da
UTIN
''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''' "- ''''''''''''''''''''''''''' '-3_ó.
HUMANTZAÇÃO
NO
PROCESSO
DO
NASCIMENTO
--- --4.MARCO TEÓRICO
--- --4.1.CONHECENDO As TEÓRICAS
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ --4.z.
A
TEORIA
E
A
PROPOSTA
METODOLÓGICA
--- --4.3.
PRESSUPOSTOS
DAS
TEÓRICAS
--- --4_4.
PRESSUPOSTOS
DAS
AUTORAS
--- --4.5.CONCEITOS PRINCIPAIS
SEGUNDO
A
TEORIA
HUMANÍSTICA
DE
PATERSON
E
ZDERAD
--- --4.5. 1.Ser
Humano
--- --4.5.1.1. Conceito proposto para
O
trabalho --- --4.5.2.
Saúde-Doença
--- --4.5.2.1. Conceito proposto para
O
trabalho --- --4.5.3.
Comunidade
--- --4.5.3.1. Conceito proposto para
O
trabalho --- --4.5.4.
Cuidado
Humanizado
--- --4. 5.4. 1.ConceitO proposto para
O
trabalho --- --4.5_5.
Comportamento
do
RNPT
--- --4.5.5.1. Conceito proposto para
O
trabalho --- --5.
METODOLOGIA
--- --5. 1
.DESCRIÇÃO
DO
LOCAL DE
ESTÁGIO
-----~ 5.2.
POPULACAO
ALVO
--- -- 5.3.PROCESSO
DE
ENFERMAGEM
--- --~ 5.4.PLANO DE
ACAO
--- -- 5.5.ASPECTOS
ETICOS
--- -- õ.CRONOGRAMA
--- --- --7.
DESCRIÇAO
Dos RESULTADOS
--- ----BIBLIOGRAFIA
--- --Referências Bibliográficas-'_'
ANEXOS
--- ~~Trata-se
de
um
Relatóriode
Prática Assistencial cujo intuito foi atender a solicitação da VIIIUnidade
Curriculardo Curso de Graduação
em
Enfermagem. Teve
como
objetivo analisar ecompreender
oscomportamentos
dos bebês pre'-termo, atravésda
observação, buscandoinstrumentalizar os familiares e equipe
de
saúde paraum
atendimento humanizado. Foi realizadona Unidade de
Terapia Intensiva Neonatal(UTIN)
do
Hospital Universitário(HU)
situadono
Campus
da
Universidade Federalde
Santa Catarina(UFSC).
A
escolhada
área Neonatal originou-se a partirdo
contato e experiências enriquecedoras vivenciadasno
desenvolvimentodo
estágio curricular obrigatóriona
disciplina deEnfermagem
Obstétrica e Neonatológica. Esta vivência, nos colocou
em
contatocom
um
serque
apresentaum
repertório de
comportamentos que o
capacita para as trocas sociaiscom
o
seu meio, através desinais comunicativos e de capacidades olfativas, auditivas,
de
tato e paladar.O
recém-nascido(RN)
é sensível ao contato fisico,com
efeitosbenéficos
sobre os seus estados de alerta einquietação.
A
evidente orientação socialda
criança, suas habilidades de reconhecimento individual,principalmente
da
mãe,bem como
suas habilidades comunicativas, reconhecendo e expressandosinais
com
significado emocional têm,como
conseqüência relevante, aformação do
vínculo,com
a construção
de
parcerias interativas essenciais parao
desenvolvimentohumano.
Vale ressaltar
que
essas habilidades ecomportamentos
se manifestam ainda na vidaintra-uterina.
Desde
a oitavasemana
de gestação, já se encontram presentes os receptoresda
dor;ressaltando-se desta forma, a importância de
uma
assistência humanizada, incluindo o uso decapacidade
de
sonhar e imitar expressões faciaistambém
estão presentes desde os primeiros diasde
vida”.Segundo
Vemy
(1993, p. 3):“O
fetopode
ver, entender, tocar, degustar e mesmo,a
um
nível muito primitivo, aprender inutero (quer dizer, dentro
do
útero, antes do nascimento).Mais
importante, ele é capaz desentimentos
menos
elaborados que os dos adultos, é lógico,mas bem
reais.”Na
vida uterina,o
feto encontra-seem
meio
líquido aquecido, relativamente seletivo aosruídos e às influências extemas, preparando-se paulatinamente para a sua vida futura.
Uma
vez nascido prematuramente, as prioridades semodificam,
tomando
necessária ainternação, na maioria das vezes prolongada,
numa
UTIN,
o que
vêm
expor os pais e demaisfamiliares a
uma
estressante realidade, longedo
ideal sonhado.O RN
precisa adaptar-se aonovo
ambiente e à sua
nova
condição e por esta razão desenvolveuma
série de comportamentos,que
no
nosso entendimento, aindanão
se encontram totalmente desvendados por sua família e equipecuidadora. Muitas destas habilidades
que
deveriam ter sido aprendidas intra-útero aindanão
estãoevidentes.
O
recém-nascido pré-termo(RNPT)
precisa concentrar suas energias na luta pelasobrevivência e desta
forma
apresenta respostas mais lentas aos estímulos,tem
uma
maiornecessidade de períodos de sono, é hipoativo,
mas
independente disto, precisa ser tocado eacariciado, e responde,
sempre que
estimulado deforma
correta eno
momento
adequado.Cabe
então àEnfermagem
facilitaro
acesso e acompreensão
dos pais sobre seus filhos, mostrando-lhescomo
o
RNPT
responde aos estímulos, ensinando-lhescomo
obter respostasprazerosas, e fazendo-os entender os seus
chamados
e respostas. Favorecendoo
relacionamento ea
formação do
vínculo (apego), entre osmesmos,
alivia-se parteda
angústia e da insegurança dospais; enquanto
que
parao
RNPT,
que
apresenta asmesmas
necessidades emocionais dosRNs
atermo, observa-se
que
contatos carinhosostendem
a diminuiro
tempo
de internação porcontribuir para a estabilidade clínica, reduzindo a ação
de
agentes estressores, levando a reaçõessurpreendentes e gratificantes.
Os
bebês pré-temioaprendem
desde cedo a lutar bravamente pela vida, e neste sentido, aUTIN
mostra-secomo
um
local propício, pois é nesta unidade que, segundo Portelaapud
Inhof etos melhores recursos
humanos
e materiais, tendocomo
propósito primário e fundamental reduzira mortalidade e morbidade, mediante fornecimento
de
serviços de atençãomédica
e deEnfermagem
especializada, integral e constante,com
a ajuda de equipamentos especiais de diagnóstico e tratamento.Autores
como
Miura
et al (1997, p. 76-77) enfatizam que:“A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal é, para o recém-nascido,
um
local de conservaçãoe recuperação
do
seubem
estar e de garantia de sobrevida, assimcomo
um
sítio gerador dedesconforto, desgaste físico e emocional intensos.
RNS
extremamente doentes ou prematurosestão submetidos,
para
a
preservação da qualidade de vida, às determinaçõesda
equipe desaúde e equipamentos de suporte,
nem
sempre coerentescom
aquilo que chamaríamos de“estar bem, ou estar melhor”.
Prestar
um
atendimento de qualidade,com
aparato tecnológico e científico de primeiralinha, é
sem
dúvida de grande importânciana
UTIN,
porém
deve-se ressaltarque o
enfoquehumanístico deve
sempre
estar aliado a estes aparatos.Por
esta razão,optamos
em
trabalharcom
a Teoria Humanística
de
Paterson e Zderad.Esta teoria
tem
um
enfoqueque
valoriza primeiramente as experiênciasfenomenológicas dos indivíduos,
buscando
suplementar o potencial dos sereshumanos
através deuma
visãoampla
e contextualizada. Consideradacomo
um
diálogo vivo, ofereceum
misto decuidado e conforto, permitindo gradativamente,
um
revelar-se mutuamente, cujomarco
dereferência envolve
o
encontro, a presença,o
relacionamento eum
chamado
euma
resposta.O
encontro éo
reunir-se de sereshumanos,
e caracteriza-se pela expectativa deque
haverá
uma
enfermeira para atender ealguém
a ser atendido.O
relacionamento refere-se ao processoem
que
enfermeira e paciente relacionam-seum
com
o
outro; isso significa estarcom
o
outro.
A
presença
é a qualidade de estar aberto, receptivo, pronto e disponível para a outra pessoae
finalmente
achamada
e resposta constituemuma
indicação da naturezacomplexa do
diálogovivido (ou vivenciado) (George, 1993).
Nesse
contexto, acreditamosque o
desenvolvimento fisico e emocional dos bebês de altorisco
depende
da relaçãohumana,
preservação e estimulaçãodo
vínculo entreo
RN
e sua família,e desta,
com
quem
cuidado
bebê.Conhecer o
RNPT,
tocá-lo, entender seusmomentos
de sono evigília,
compreender
os seuschamados
e respostas, implicaem uma
relaçãode
interação,que
quanto tátil, e
da compreensão do
RNPT
como
um
ser único e singular,com
necessidadesdiferenciadas
que
precisam ser conhecidas e respeitadas.Todos
os aspectos abordados são de extrema importância na realização deum
cuidado humanizado, sendo este “cuidadohumanizado”
um
dos principaisenigmas
daenfermagem
atualmente.
Segundo
Santosapud
Inhof et al (1999, p. 26),“Humanizar não
e' técnicaou
artiflcio,é
um
processo vivencialque
permeia toda atividade das pessoasque
trabalham, procurandorealizar e oferecer
o
tratamentoque
merecem
enquanto pessoas humanas, dentro dascircunstâncias peculiares
que
seencontram
em
cadamomento
no
hospital.”O
principal instmmentalizador deste “cuidado humanizado”,no
caso da equipe, éo
enfenneiro.
Segundo
Gomes
(1992),o
papel da enfermeira naUTIN
é similar ao das áreas decuidados mais críticos, nos quais
o
nível de conhecimentoavançado
e as habilidades técnicas sãorequeridas. Certamente, todas as enfermeiras
devem
ser capazes de interagircom
os pacientes esuas famílias, para apoiá-los durante a hospitalização. Pizzato e Poian (1998) relatam
que
um
dosobjetivos da
UTIN
deve
ser a atenção dispensada aos pais e sua participação nos cuidadoscom
acriança.
Levando
em
consideraçãoo
fatode o
“cuidadohumanizado”
estar inseridoem
todas asfaces
do
contexto hospitalar, seja ele prestado pela equipeou
pela famíliado
RN,
julgamos serde
extrema importância inseri-lo nesta busca
da compreensão
das capacidades destepequeno
ser.Neste caso, toma-se de extrema importância, a junção de
uma
filosofia que ampare
aparticipação dos pais
no
cuidado contínuo ao recém-nascido euma
equipede
enfermagem
especializada e
comprometida
com
a integração de familiaresna
assistência.Por
estar inseridoem
um
hospital intitulado"Amigo
da Criança", a área Materno-Infantil
do
HU
possuiuma
filosofia composta
por alguns princípios que reforçam a importânciade
um
cuidado humanizado, vindo ao encontro de nossa proposta para a prática assistencial.Segundo
essa filosofia:0 é direito
de
toda mulher~RN-família,no
processo de gravidez, parto e puerpéiio, receber atendimento personalizadoque
garantauma
assistência adequada, segundo Cárter, nosaspectos biológicos, sociais, psicológicos e espirituais;
0
na
atençãoda
saúdeda
mãe,RN
e família, na gravidez, parto e puerpério, se considera aimportância
do
papeldo
pai, sua presença e participação;0 a equipe interdisciplinar
que
presta assistência àmulher-
RN-
famíliadeve
atuar de formaintegrada, visando
um
atendimento adequado, segundo Cárter;0 as atividades de ensino, pesquisa e extensão, realizadas pela equipe interdisciplinar ligadas à
saúde
da
mulher-RN-
família,devem
refletir atitudes de respeitodo
serhumano
e reverterem
beneficiode
uma
melhor
assistência'70 a equipe
deve
exercer papel atuantena
educação mulher/acompanhante e grupo familiar,com
vistas ao preparo e adaptação ao aleitamento
matemo,
desenvolvimento daconfiança
ecapacidade
de
cuidardo
filho, execuçãode
cuidados básicos de saúde e planejamentofamiliar;
0 todo pessoal
deve
teruma
qualificação da assistência aque tem
direito a mãe,o
RN
e afamília;
0 desenvolvimento de atividades será de
forma
integrada quanto às unidadesque operam na
Matemidade,
ou
com
elas se relacionem (F ilosofiada Matemidade,
1995).Portanto, esse universo
onde
está inserido o recém-nascido pré-termo,que
para nós, émístico e ainda
pouco
explorado, desperta interesses profissionais relacionados auma
assistênciahumanizada
e interdisciplinar. Acreditamosque humanizar o
processo de cuidarem uma
UTIN
épreciso, e
depende
primeiramentede
cuidadores sensibilizados,que entendam o
nascimentocomo
um
processo,onde
principalmente amãe
seja agente ativo e respeitado.Esperamos, dentro deste contexto, termos prestado
uma
assistênciahumanizada
aoRNPT
e sua família,bem como
acrescentado experiências válidas e gratificantesao
trabalhoda
Desta
forma, gostaríamosde
apresentarum
pensamento,que
elaboramos tentandoexpressar
o que
nos impulsionou na elaboração e aplicação deste trabalho assistencial:“O
amor
não depende
de laços de sangue,nem
é instinto; éuma
questão de abrir0
coração para2.1.
GERAL
Analisar e
compreender
oscomportamentos
dos bebês pré-tenno, atravésda
observação,buscando
instrumentalizar os familiares e equipede
saúde paraum
atendimento humanizado.2.2.
ESPECÍFICOS
1. Prestar cuidados
de
enfermagem humanizados
aoRNPT
e família,com
base na teoriahumanística de Josephine E. Paterson e Loretta T. Zderad.
2. Estimular a interação
mãe/pai/RNPT
atravésdo
suporte emocional e educativo. 3. Observar e refletir sobre oschamados
e respostas dosRNPT.
4. Orientar os familiares e a equipe sobre os
chamados
e respostas dos bebês pré-termo,visando assim
um
cuidado humanizado.5. Elaborar
um
vídeo sobre oscomportamentos
dosRNPT,
objetivando instrumentalizar osfamiliares e a equipe de saúde para
o
cuidado humanizado.6.
Conhecer
a realidade de outrasUTlNs,
bem
como
a assistência prestada nestas. 7. Assistir,no mínimo,
a dois trabalhos de parto prematuro (TPP).Para fundamentar
o
nosso trabalho, sentimos necessidade de revisar alguns temasque
não
só serviramde
suporte,mas
principalmente, enriqueceram a prática vivenciada.3.1.
o
RECÉM-NAsc1:Do
3.1.1. ConceitoÉ
considerado pela OrganizaçãoMundial da Saúde
- (OMS),
como
períodoque
vai,desde
o
nascimento atéo
vigésimo oitavo dia de vida (Souzaapud
Santos et al 1999).“O
recém-nascido éum
serque
possui surpreendentes capacidades sensoriais e deinteração
com
o
mundo
que o
cerca.Por
outro lado,o
longo período de adaptação aomeio
ambiente extra-uterino de
que
necessita, confere-lhe fragilidade extrema fi'ente a situaçõesque
envolvam
alterações de seus sistemas vitaisou
oexponham
a ambientes nocivos” (Miura et al 1997).Segundo
Vemy
(1993)“a criança, antes do nascimento, é
um
ser dotado de sentimentos, de lembranças econsciência.
E
porque ele e' assim, tudo o que lheacontece
-
o que acontecea
todos nós-
nosnove meses que separam 0
momento
da concepção do nascimento temuma
importância3.1.2 Classificação
O
fatode
classificar osRNs,
éde
extrema importância, pois desta, depende a qualidade~
e toda a
adequaçao da
assistênciaque
será prestada.Atualmente, a classificação dos
RNs
ébem
compreendida, graças às diversasinvestigações
que foram
e estão sendo realizadasno
campo
da
Neonatologia.De
acordocom
aAcademia
Americana
de Pediatria(AAP),
os bebêsdevem
ser classificados utilizando-secomo
parâmetro: o peso
do
nascimento, a idade gestacional (IG), e alguns parâmetros de crescimentointra-uterino.
De
acordo
com
a idade gestacionalSegundo
Ziegel&
Cranley (1985) a classificação dosRNs
ocorreda
seguinte forma:0 ímaturo
-
menos
de26 semanas de
gestação; 0pré
termo-
de25
a37 semanas de
gestação; 0a
termo-
de 38
a42 semanas de
gestação; 0pós
termo-
mais
de42 semanas
de gestação.Whaley
eWong
(1999), classificam osRN
sda
seguinte forma:0 recém-nascido
prematuro
@ré-termo)-
um
RN
que não completou37 semanas
de gestação,a despeito
do
peso de nascimento;0 recém-nascido
a
termo-
aquele nascido entreo
começo
das 38semanas
e o final de42
semanas
de gestação, a despeitodo
pesode
nascimento;0 recém-nascido
pós-maduro
(pós-termo)~
aquele nascido após as42 semanas
de IG, adespeito
do
peso de nascimento.De
acordocom
Júnior eMiura
(1991), citado por Oliveira et al (1999),o
método
maisMétodo
de
Capurro
(ou avaliação somática) Texturada
pele:O
-
muito
tina, gelatinosa5
-
fina
e lisa10
~
algomais
grossa, discretadescamação
superficial15
-
grossa, rugas superficiais,descamação
nasmãos
e nos pés20
-
grossa, apergaminhadaFomza
da
orelha:O
-
chata, disforme, pavilhãonão
encuwado
8
-
pavilhão parcialmente encurvado na borda16
-
pavilhão parcialmente encurvadoem
toda parte superior24
-
pavilhão totalmente encurvadoGlândula
mamária:
O
-
não
palpável5
-
palpável,menos
de5mm
'
10
-
entre 5 e10mm
15
-
maior de
10mm
Pregas
plantares:O
- sem
pregas5
-
marcas mal
definidas sobre a parte anteriorda
planta10
-
marcas
bem
definidas sobre ametade
anterior e sulcosno
terçoanterior
15
~
sulcosna metade
anterior da planta20
-
sulcosem
mais da metade
anteriorda
plantaFormação
do
mamilo:O
-
apenas visível5
-
aréola pigmentada, diâmetro inferior a 7,5mm
10
-
aréola pigmentada, pontiaguda, diâmetro inferior a 7,5mm,
bordonão
levantado
15
-
bordo
levantado, diâmetro superior a 7,5mm
Idade
Gestacional=
204
(K)*+
contagem
dos pontos: 7=
semanas
e dias.De
acordo
com
o pesodo
nascimento x
idade gestacionalWhaley
eWong
(1999), citam a curvade
crescimento intra-uterino deLubcheco que
estabelece a relação
do
peso de nascimentocom
a IG, para classificar osRN
s:0 recém-nascido
adequado
para
a
idade gestacional (AIG)~
um
RN
cujo peso se encontraentre os percentis 10 ° e
90
° nas curvas de crescimento intra-uterino.0 recém-nascido
pequeno para
a
idade gestacional (PIG)-
um
RN
cujo índice de crescimentointra-uterino foi desacelerado e
o
peso ao nascimento se encontra abaixodo
percentil 10 ° nascurvas de crescimento intra-uterino.
0 recém-nascido
grande
para
a
idade gestacional(GIG)
-
um
RN
cujo pesono
nascimento seencontra
acima
do
percentil90
°nos
gráficos de crescimento intra-uterino.3.2.
O
Recém
Nascido Pré-Termo
(RNPT)
Sendo o
RNPT
o
foco centraldo
nosso trabalho, resolvemos estudá-lo mais detalhadamente.3.2.1. Conceito
Segundo
Ramos
eLeone
(1986),RNPT
é a criança nascida antesdo
termo,ou
seja,antes
de
completar37 semanas
de gestação, qualquerque
sejao
seu peso.Aquela
criança nascidacom
menos
de2500g
de
peso,com
idade superior a37
semanas, denomina-se “recém-nascido de baixo peso”.“A
prematuridade eo
baixo peso são muitas vezes concomitantes, principalmente nascrianças
com
menos
de 1500g, e ambos, prematuridade e baixo peso ao nascer, se associamao
aumento da morbidade
e mortalidade neonatal” (Vanghau, 1983, p.203).Para a Organização
Mundial da Saúde
(OMS),
“é prematura a criançaque
nasce antesde
3.2.2. Classificação
Os
RNPT
podem
ser classificados de acordocom
aIG
ecom
o
peso ao nascer.De
acordo
com
a idade
gestacionalRamos
eLeone
(1986) utilizam as seguintes abordagens para classificar osRNPT:
Prematuridade
Limíirofe (3 7-
38
semanas de
gestação)Grupo
de
RNS
que
podem
ser classificadoscomo
RNPT
ou
de tenno,dependendo do
critério adotado para a definição de prematuridade.
Pesam,
em
média,2800
a 3000g,medem
47
a48cm
de estatura eaproximadamente
34cm
de perímetro cefálico.A
evolução destesRNs
costuma
ser boa.Alguns
podem
manifestar sucção débil,com
repercussões sobre
0 ganho
de peso,o que
é facilmente superado pelo estímulo constante àsucção
no
seio.A
hiperbilirrubinemia neonatalpode
ser mais intensado que
nos demaisRNs
atermo, e eles
podem
também,
evidenciar instabilidade ténnicacom
necessidade de aquecimento.Prematuridade
Moderada
(31-
36 semanas de
gestação)Compreende
RNs com
IG
variáveis dentro de limitesamplos
e, portanto,podendo
apresentar pesos de nascimento desde l600g, aproximadamenf/e, até mais de 2500g.
A
estaturapode
variar entre39
e46cm,
eo
perímetro cefálico, entre29
e 33cm.Os
distúrbiosmais
freqüentes nesse grupo são: instabilidade térmica,hiperbilirrubinemia, distúrbios metabólicos, entre outros.
As
principais causas de óbitoscostumam
ser a síndromeda
angústia respiratória, imaturidade pulmonar,em
destaque, a doençada
membrana
hialina; e as infecções neonatais devido as características imunológicasdo
RN,
etambém
uma
falta deum
controlemais
rigorosode
assepsia nas salas de parto e unidadesde RNs.
A
viabilidade destesRNs
depende da
maturidade,do
número
de ocorrência e daintensidade das intercorrências apresentadas neste período.
Prematuridade Extrema
(24-
30 semanas de
gestação)Este grupo é
formado
porRNs
com IG
igualou
inferior a30
semanas,pesam
menos
de1500g
ao nascimento,medem
menos
do que
38cm
de estatura emenos
do que
29cm
de perímetrocom
prematuridade moderada,embora
estes ocorramcom
maior gravidade nesse grupo.Apresentam
alguns distúrbios muito freqüentes,como
por exemplo: crises de apnéia,persistência
do
canal arterial, hemorragia intracraniana e enterocolite necrotizante.A
mortalidadeé mais alta neste grupo, sendo
que pode
ser devido à: anóxia severa, infecção e síndromedo
desconforto respiratório.
De
acordo
com
o pesode nascimento
De
acordocom
Whaley
eWong
(1999), osRNPT
classificam-seem
quatro subgrupos,em
relação ao pesode
nascimento.Recém-nascido de
baixopeso
ao
nascimento(RNBP)
É
aqueleRN
cujo pesoao
nascimento émenor
que 2500g
apesar da IG.Recém-nascido de peso
extremamente baixofl?NPEB)
Grupo
constituído porRNS
cujo peso ao nascimento émenor
que
lOOOg_ Este grupoem
especial, necessita de
uma
maior atenção por parteda
enfermagem
edo
corpo médico.Recém-nascido de peso
muito baixoao
nascimento(RNPMB)
São
aqueles cujo peso ao nascimento é inferior a 1500g.Sua
IG
costuma
sermenor
do
que 34
semanas.Recém-nascido de peso moderadamente
baixoao
nascimento(RNPmB)
É
aqueleRN
que
apresentaum
pesoao
nascimento de1501g
a 2500g.Para
Taborda
(1999), citado por Santos et al ( 1999), osRNPT
são classificadossegundo
o
critério pesocomo:
0
RN
de
baixopeso
-
1501g
a 2500g; 0RN
de
muito baixopeso
-
1001g
a 1500g;3.2.3. Incidência e etiologia
da
prematuridadeDiversos fatores
podem
dificultar a determinaçãoda
incidência realda
prematuxidade.Podemos
constatarque
em
paísesmais
industrializados,onde
as condições sócio-econômicas sãoaté certo ponto favoráveis e
onde
adotam-semedidas
preventivas, a incidência é menor, aocontrário dos países
em
desenvolvimento.Segundo
Cloherty e Stark (2000, p.43),“aproximadamente
9%
de todos os nascimentos nos EstadosUnidos
são pré-termo, e quase2%
ocorrem
com
menos
de32 semanas de
gestação.Em
algunssegmentos
da população, ademografia
tem
um
importante papel na incidência deprematuridade.”
Podemos
citar alguns eventos, taiscomo:
malformações, prenhez múltipla, curetagensrepetidas
que interrompem o
curso normalda
gestação antesque
o
desenvolvimento fetal estejacompleto, estes eventos e muitos outros, são responsáveis pelo grande
número
de partosprematuros.
Autores
como
Corrêa (1991) eNeme
(1995), relacionam alguns fatoresque
estariamassociados
com
o
nascimento prematuro, taiscomo:
0 desconhecimento
da
etiologia;0 idade
da
mãe
-inferior a 15 anos, e igualou
superior a 35 anos;0 condições sócio-econômicas
-
quando
desfavoráveis, associam-se a outros fatorescomo
amá
alimentação, promiscuidade sexual, condições precárias de higiene;
0 outras causas mais diretas, por exemplo:
malformações
uterinas, anomaliasda
placenta(descolamento prematuro
da
placenta, placenta prévia), polidramnio,malformações
fetais,infecção geral, e partos múltiplos.
Segundo
Ziegel&
Cranley (1986)o
“sinal”que dá
início ao trabalho de parto, édado
pelo feto, provavelmente isto está relacionado a
alguma
informaçãoque
é desvendadageneticamente e
que
sugereuma
alteraçãono
seumeio
ambiente paraque
este possa continuarsua vida. Este “sinal”
que dá
inícioao
trabalho de parto ainda é desconhecido,porém
algumascomplicações obstétricas conhecidas,
podem
também
dar início ao trabalhode
parto prematuro. Dentre as complicações,podemos
citar asde
ordem
matema
durante a gestação:0 gestações múltiplas
-
fator predisponente;0 placenta prévia (PP)- devido a hemorragia
que
ocorreno
primeiro trimestre;0 descolamento prematuro
da
placenta(DPP)~
no
último trimestre de gestação.0 relacionados a patologias
matemas:
0 diabetes
-
alto risco para a gestante eo
feto;0 hipertireoidismo;
0 sífilis,
que
pode
causar lesõesem
alguns órgãos e provocar o parto prematuro. Se diagnosticado precocemente,pode
ser tratadacom
sucesso;0 tuberculose;
0 rubéola
~
considerada causa significante das anomalias congênitasem
crianças de baixo peso.Algumas
anomalias,como
por exemplo, asdo
trato genital, predispõemum
TPP;
estespoderiam
ser evitados atravésde
realizações deexames
periódicos e de tratamento precoce. Santos et al (1999), citam outros fatoresque
predispõemo TPP. São
estes: ailegitimidade,
mães
que
trabalham fora e interferênciasextemas
sobreo
cursoda
gravidez,que
viriam a provocar
uma
estimulação precocede
contrações uterinas,com
conseqüente expulsãodo
feto.
Outros fatores considerados são os acidentes extemos, traumas (quedas e pancadas),
esforço físico excessivo, relações sexuais excessivas na última fase de gestação e choques
emocionais.
A
partir das causas apresentadas, a etiologiado
TPP
pode
ser agrupadada
seguinte forma:0 causas
que
estimulam a expulsão precocedo
feto, durante seu desenvolvimento (rupturaprematura
de membranas);
3.2.4. Características
Para Crosse
apud
Oliveira, Santos e Monticelli (1999), é de extrema importância conhecer as caracteristicas fisicas e funcionaisdo
RNPT.
p .
Fzslcas
O
RNPT,
não
tendo desenvolvido seu tecido adiposo por completo, oque
se processano
final
do
último trimestrede
gestação, apresenta fácie senil,mantendo
esse aspecto duranteum
período relativamente prolongado, quanto mais baixo houver sido seu peso ao nascer.Os
olhosde dimensões
exageradasem
relação a face,mostram
certo grau de exofialmia. Nota-se pescoçocurto e queixo apoiando-se diretamente
na
caixa torácica.Peso
Quanto
menor
seu peso ao nascer,maior
seráo
índice de mortalidade. Possibilidades desobrevivência
na
razão diretado
pesoao
nascer, estabelecendouma
taxonomia
prognósticadenominada:
Pre'-termo viável:
1000g
a2500g
Pré-termopré-viável:
500g
a1000g
A
perdade
peso fisiológica é mais acentuada e, enquantoo
RN
a termotem
o
poder derecuperá-lo
em
um
períodode
8 dias,o
pré termo só consegue após 15 a20
dias,quando
ascondições são satisfatórias.
Estatura
A
medida do
vértice ao calcanhar éum
método
mais fiel para estimar a maturidade,porque
mantém
uma
relação acentuadamente constantecom
a vida intra-uterina e épouco
afetadapor
outros fatores.O
pré-termo viável eo
pré-tenno pré-viável oscilam entre 35 a47cm.
Perímetro
cefálicoO
crâniodo
RNPT
tem
forma
redondaou
ovóide.As
fontanelas e suturas apresentam-sequase fechadas, sendo
que na
segundasemana
se ampliam.O
perímetro cefálico está entre 25 e 32,3cm.Perímetro
torácicoEntre 28,8 e 29,5cm.
É
um
pouco
maiordo que o
crânio, contrariando as medidas deum
RN
a tenno,onde
o
perímetro cefálico émaior do que o
torácico.Abdômen
Além
de
volumoso, e' quasesempre
distendido porgases, deixando perceber pela
transparência
da
pele local, a arborização venosa superficial.O
umbigo
encontra-seem
relação àsínfise púbica,
em
posição mais baixado que no
RN
normal. Nota-secom
grande freqüência,hémias
umbilicais.Membros
São
curtos e, ao invésde
mostrarem
a hipertonia fisiológicado
RN
a termo, são débeis eenfraquecidos, inteiramente hipotônicos.
No
RNPT,
as unhasnão
atingem o rebordo digital.Pele
V
Delicada,
de
coloração pálidaou
avermelhada, ao contrário da pele rósea própriado
recém-nascido a termo.
A
fragilidade capilar é notável, observando-semanchas
de aspectopurpúreo, principalmente
na
face constituindo a “máscara equimótica”. Observa-selanugem
abundante nas extremidades.
Devido
à imaturidade renal, observa-se presençade
edemas,sem
grave significação prognóstica.Órgãos
GenitaisNo
sexo masculino, observa-se testículosna
cavidade abdominal e a bolsa escrota]incompletamente formada, notando-se apenas
o
esboçoda
pele escrota]com
pouco
relevo,aderida à região
do
períneo.Alguns
dias após o nascimento,com
a descida testicular, a bolsa seforma
e toma-se pendente.No
sexo feminino,o
aspectoda
genitália é grotesco e rudimentar, mostrando-setumefeita e inchada.
Os
grandes lábios estão muito afastados e ospequenos
lábios quaseausentes,
dando
à regiãoum
aspecto defonnado.Fenômenos
pubertários, assimcomo
tumefaçãomamária ou
hidrocele fisiológica,não
são observados
em
nenhum
dos dois sexos.Nas
meninas não
se observa perda sangüínea vaginalsomente
são liberadosnos
últimos diasda
gestação a termo. Porém, a saída de secreção vaginalesbranquiçada, é
um
fatoque
ocorre freqüentementeem
bebês internados nasUTIN
s.Reflexos
O
reflexo de
Moro
está incompletona
24” semana, verificando-se a extensão dos braços (refiexodo
abraço incompleto), sendoque na 28
”se encontra completo,
porém
débil.O
reflexo de
sucção aparecena
24” e desde aí vai setomando
cadavez
mais enérgico.Na
32” semana, ele aindanão
é sincrônicocom
a deglutição, sendo que,com
34
semanas, eletorna-se sincrônico e permite a alimentação
da
criança ao seio materno.No
reflexo dos
pontos cardeais, observa seque
oRN
dirige sua cabeçana
direçaodo
estímulo,
de forma
débil entre a 24” e 28” semanas, porém, por voltada 32
3 este reflexojá se
apresenta
de
forma
enérgica.Pode-se observar
o reflexo
pupilar à luz a partir da 32” semana.Os
movimentos
demarcha
automáticaou deambulação
verificam-se a partir da 34” semana.A
partir da 32*semana
se verifica
o reflexo
sobre as pontas dos pés e,na
40” semana,o
RN
apóia as plantas dos péscompletamente
no
solo.Funcionais
~ ~
Quanto
mais prétermo o
RN,
mais
deficientes serao as suas funçoes:Aparelho
RespiratórioO
reduzidonúmero
de
capilaresem
contatocom
os alvéolos imaturos e a fiagilidade dosmúsculos
intercostaislevam
auma
expansão deficiente e à dificuldade respiratória.Em
conseqüência,
o
RNPT
pode
apresentar freqüentes crises de cianose nas suas primeirassemanas
de
vida, apnéia, respiração periódica, tiragem sub costal,movimentos
respiratórios superficiais,irregulares e
do
tipo abdominal.A
freqüência respiratória éem
média
de 58mrm
epodem
serauscultados
finos
estertores.Aparelho
CirculatórioO
coração apresenta-se relativamente grande,havendo
uma
freqüência cardíacaem
tomo
de
130bpm.
A
taquicardia ocorre por contado
desenvolvimento insuficientedo
centroresistência dos vasos sangüíneos e anormalidades
do
mecanismo
de coagulaçãodo
sangue.Aparelho
DigestivoOs
reflexosde
sucção e deglutição estãonormalmente
ausentesou
débeis.Há uma
tendência a
vômitos
e distensão abdominal devido à flacidezda
cárdia e à hipotoniado
piloro,podendo-se
atribuí-las, ocasionalmente,também
a excesso alimentar.Podem
apresentar facilmente diarréia causada por infecção enteralou
parenteral, baixatolerância aos alimentos e deficiência de enzimas (amilase e lipase pancreática).
O
figado
é relativamente grande e palpávelem
sua borda inferior,havendo
imaturidadehepática
com
funções deficientes, levando a hipoglicemias, hipoproteinemias,hipoprotrombinemias e hiperbilirrubinemias.
A
icterícia fisiológica, mais intensa e demorada, é causada pela atividade deficienteda enzima
hepática encarregadada
junçãodo
glicuronato àbilirrubina.
Aparelho
Urinário
O
rim apresenta-se pobreem
capilares; os glomérulos e néfrons estãoem
desenvolvimento, e a função renal ainda é
fimção
tubular, diminuindo a capacidadede
eliminaçãode
sódio, uréia, fósforo, potássio e cloretos, tendendo aoedema
eem
parte á acidose.A
urina éescassa
em
volume, ricaem
uratos e fortemente ácida.Sistema
Termorregulador
Apresenta-se imaturo; sendo
que
o
baixo metabolismo basal, apequena
atividademuscular e a
pouca
ingestão de alimentos nos primeiros dias de vidatambém
influenciam na
produção
insuficiente de calor.A
perda calórica está aumentada, devido àmaior
superficiecorporal
em
relação àmassa
muscular e a escassez de tecido adiposo.Um
superaquecimentoconduz
facilmente à hipertermia e desidratação.Sistema Nervoso
Os
reflexos estão abolidosou
diminuídos devido à mielinização incompleta das sinapsesnervosas.
Funcionam
precariamente os reflexos de sucção, deglutição e tosse,bem como
os daSistema
de
EquilflirioÁcido-Básico
O
RNPT
tem
uma
certa tendência à acidose. Processos infecciosos pulmonaresou
intestinais, alimentação incorreta, falta de líquidos e desenvolvimento incompleto dos rins
podem
alterar sua resen/a alcalina habitualmente baixa e variável.
3.2.5. Mortalidade e viabilidade
Aproximadamente
dois terços de todas as mortes infantisno
primeiromês
de vida estãorelacionados à prematuridade.
Muitas
dessas mortes são causadas principalmente por problemasrespiratórios.
A
taxade
mortalidade dos pré-tenno é inversamente proporcional à idadegestacional e ao peso ao nascer.
Os
nascidos antesda 28
”semana
de gestação apresentam
uma
taxa
de
mortalidade neonatalque
pode
chegar a até50%
ou
mais.A
partir dessa IG,o
número
regride de maneira considerável, especialmente se a criança consegue desenvolver-sede
modo
adequado
até omomento
do
parto.As
seqüelas pós-neonatais,especialmente os distúrbios neurológicos,
embora
ainda apresentemuma
freqüênciarelativamente elevada,
diminuíram
consideravelmente desdeo
advento de centros de cuidadosintensivos (Ziegel
&
Cranley, 1986).Existe
uma
grande dificuldadeem
conceitualizar o termo “viabilidade”, pois este sofreconstantes modificações.
Com
o
passar dos anos,vão
sobrevivendo cada vez maisRNs
apresentando
peso
muito baixoao
nascer etambém
uma
idade gestacional baixa.Uma
atenção pré-natalmais
rigorosa e adequada, a evolução dos centrosde
TerapiaIntensiva
fazem
com
que
estesRNs
ditos “inviáveis”, sobrevivam e atinjamIG
cada vez maiores,podendo
chegar atéum
graude
maturidadeque não
nos édado
prever(Ramos
e Leone, 1986).3.3.
COMPREENDENDO O
RNPT
Segundo
Klaus eKlaus
(1989), atépoucos
anos atrás, acreditava-seque o
RN
não
possuía
nenhum
tipo de capacidade,como
por exemplo, verou
reconhecer vozes.Era
capaz deexecutar
algumas
funções muito simples, taiscomo:
comer, mover-se, dormir e chorar.Em
hipótese
de que o
cérebrodo
RN
era desenvolvidoalém
deum
nível primitivo.Trabalhos recentes nos
mostram que
ao contráriodo que
os especialistas pensavam, oRNPT
é hipersensível, àmercê
de todas as informações sensoriais e incapazde
amortecerum
estímulo
não
adaptado, muito sofisticadoou
muito intenso para seu grau de maturação.Podemos
encontrar
em
inúmeras literaturas, depoimentos relacionandoque
o “simples ato de acariciarum
bebê
pré-tenno por cinco minutos a cada hora, por cerca de duas semanas, altera a motilidadeintestinal,
o
choro, a atividade eo
crescimento.”Ambiente
intra-uterinoDurante
uma
gestação,onde 0
fetopermanece
sem
enfrentarnenhuma
intercorrência,podemos
encontrarno meio
ambiente uterino, todoo
suporte fisiológico deque
este necessita,como
por exemplo: nutrição, excreção, oxigenação, controle térmico, etc.O
fato deo
bebê estarem
um
ambiente líquido, ausentede
gravidade e provido de contenção oferecida pelas paredesuterinas, possibilita a exploração
de
seu corpo e facilita seus movimentos,bem
como,
possibilitaa percepção de
um
grandenúmero
de
estímulos.São
vários os estímulos sensoriais: os auditivossão bastante filtrados
(podendo
existiruma
atenuação de até 40dB,dependendo
da fieqüênciasonora) e os visuais, muito atenuados, sendo estes, os últimos a receberem
o
menor número
deestímulos durante a gestação
(Manual do Curso
“AtençãoHumanizada
aoRecém-Nascido
deBaixo
Peso, 2001).Capacidades
fetaisO
efeito destemeio
ambienteno
desenvolvimento fetalpode
ser avaliado pelademonstração
das diferentes capacidades fetais:Audição
Reflexo
de
piscar presentede forma
consistente a partir de 28 semanas, existindo jáevidências de respostas a sons de mais alta intensidade e
dependendo da
freqüência, desde a 24”semana de
gestação.Às
35 semanas
de gestação,o
feto, consegue discriminar sílabas simplescomo
Bi
e Ba,próximo ao
termo, discrimina sons silábicoscomo
Babi e Biba.Têm
preferência por músicas escutadas, freqüentemente durante a gestação e pelavoz
matema
em
relação a outras vozes femininas.Olfato
Fetos expostos a alho,
na
dietamatema
durante a gestação,não
apresentavam aversão aoodor
desse vegetal, vinte horas apóso
parto.Gustação
A
deglutição está presente desde a 12” semana, permitindocom
30
semanas, a percepçãodo
sabordo
líquido amniótico,que
teráalgumas
semelhançascom
o do
leite materno.Habituação
Habituação é
o fenômeno
de diminuição de respostas sucessivas frente aum
estímuloque
seja idêntico e repetitivo.Envolve
algum
grau dememória
e funcionacomo
um
“filtro” peloqual
o organismo
elimina respostas supérfluasou
redundantes, ante a estímulos biologicamenteirrelevantes. Está presente inicialmente para estímulos táteis
em
tomo
de 13 a 14semanas
degestação, posteriormente
com
22
a 23semanas
para estímulos auditivos epróximo
ao termo,~
existe habituaçao para os estímulos visuais.
Condicionamento
Estudos
mostram
que
a partirde 32 semanas
de idade gestacional já é possívelo
condicionamento e pequenas aprendizagens
do
bebê.Ritmos
Circadianos
Fetos
com
20
a22 semanas
apresentammovimentos
fetais diurnos,não
estando,necessariamente,
em
sincroniacom
o
ritmomatemo.
No
último trimestre já existem ritmoscircadianos
em
termosde movimentos
corporais, respiratórios e freqüência cardíaca, impostospelo
meio
ambiente uterino(Manual do Curso “Atenção
Humanizada
ao Recém-Nascido
deBaixo
Peso, 2001).Desenvolvimento
do
SNC
do
fetoO
nascimento pré-termo ocorreem uma
época,em
que
as estruturas nervosas encontram-seem
um
estágio de “sensibilidade”do
seu desenvolvimento. Duranteo
períodoem
que
oRNPT
passana
UTIN,
estará ocorrendoum
grande crescimento cerebral.Esse
crescimentose dará principalmente pela multiplicação
de
células gliais e pelo estabelecimento de inúmeras conexões neurais,uma
vez que,com
20
semanas, já ocorreu a maior partedo
processo deproliferação e migração neuronal, e a maior parte dos neurônios já se encontram
em
seu localdefinitivo
no
córtex cerebral.O
nosso desenvolvimento estrutural e funcional engloba diversossub-sistemas,
que
intercalados entre si ecom
o meio,fonnam
um
único sistema (sistemanervoso), tais
como:
0 sub-sistema
autônomo
-
compreende
as funções neurovegetativas-
funções vitais(respiração, ritmo cardíaco, dor e aspecto
da
pele);0 sub-sistema
motor
-
compreende o
tônus muscular, a postura e osmovimentos
voluntários e involuntários.0 sub-sistema
de
organizaçãodos
estadosde
vigília-sono-
compreende
os estados deconsciência
obsewáveis
no
indivíduo.0 sub-sistema
de
atenção e interação social-
sistema decomunicação
com
o olhar eo
sorriso.Caracteriza-se pela capacidade
do
organismopermanecer
em
um
estado de alerta para receberinformações cognitivas, sociais e emocionais (Grenet, 1988).
Cada
RNPT
tem
seus própriosmecanismos
e estratégias de auto regulação, de evitação edefesa,
que
emprega de
maneira ativa para mantero
equilíbrio (evitação voluntáriado
olhar, sono“refúgio”); isto apenas
pode
se produzir seo
ambiente e os estímulos recebidos se adaptaremem
intensidade, duração e complexidade aos limites de sensibilidade da criança (Grenet, 1988).
3.3.1. Tipos de
comportamentos
apresentados peloRNPT
Para Grenet (1988), todos os sinais
que
são transmitidos peloRNPT,
são indicativos deconforto
ou
de desconforto.Cabe
ressaltarque
os principais tipos decomportamentos
observadosnos
RNPT
são de equilíbrioou de
stress, taiscomo:
Comportamentos
de
auto-regulação e equilíbrioEsse
tipode comportamento
ocorrequando o
RN
possui maturidade suficiente para gerirum
ambienteque
por muitas vezes setoma
hostil.Esses
comportamentos
observáveisno
sub-sistemaautônomo,
são:0 respiração calma;