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THESE
1)KANTÓNIO GARLOSJMRES
IIECARVALHO ALBUQUERQUE.
» s
.nk?íy
APRESENTADA
A
FACILDADE DE
MEDICINA
DA
lUDIA
E
PUBLICAMENTE SUSTENTADA
EM
DE
NOVEMBRO
DE
1864
aot
cLuloiuo
(Batfoò aiteò de, (í^aiwafljo t uLtbtiaueuuie,NATUftAL DA BAHIA,
lí Alho legitimodo Dr. .tosePires de Carvalho c Albuquerque ,
e de D.MariaClara Tires de Carvalho c Albuquerque.
COM
O
1IH
DE
OBTER
O
GR.lO
&a
&®it<m
tm
«rateis*»
BAHIA
TYPOGRAPHIA
DE CAMILLO DE
LELLIS
MASSON
&
C.ltun clc
Nauta
Itarliara u. 2.FACULDADE
DE
MEDIC1AA
DA
BAHIA.
DIRECTOR
E\.m0 Sr. Conselheiro Dr.Jailo Baptistados Anjos.
VICJE-DIRJECTOR.
EXi.- SR. CONSELHEIRO OR. VICENTE FERREIRA DE MAGALHÃES.
LENTES
PROPRIETÁRIOS.
1.° ANNO.
OSSRS.DOUTOHES: MATÉRIAS QVELECCIONAM.
... .. , IPhvstcaemgeral, eparticularmentecmsuai
Cons. VicenteFerreirade Magalhães J ap pHcaçõesaMedicina.
Francisco Rodrigues daSilva ChimicaeMineralogia.
Adriano
AU
esdeLimaGordilho Anatomiadescripliva.2.°ANNO.
AntónioMarianodo liomíim Botânica eZoologia.
António de Cerqueira Pinto Chimicaorgânica.
Physiologia.
Adriano Alves deLimaGordilho Repetição deAnatomia descripliva.
3.»ANNO.
Continuação dePhysiologia. EliasJoséPedrosa Anatomiageral epalhologica. JosédeGóesSiqueira Palhologiageral.
4.°ANNO.
Cons. Manoel Ladisfiu AranhaDantas Palhologiaexterna.
AlexandreJosé deQueiroz Pathologiainterna.
m
iir„.nt„. „;,, c ;~ IPartos,moléstiasdemulheres pejadas,edeMatinas MoleiraSampaio
j mCuinosrecem-nascidos.
S.°ANNO.
AlexandreJosédeQueiroz Continuação de Palhologiainterna.
loséAntónio doFreitas
I An rií™ I àpJ?i^h!SÍ I
^
#medle*na«P«»t«>.Joaquim António de Oliveira Roteiho Matéria medica, cllierapeutica.
6.»ANNO.
DomingosRodriguesSeixas ITygicne, e historiade medicina.
Salusliano Ferreira Souto Medicinalegal.
AntónioJosé Ozorio Pharmacia.
AntónioJosé Alves. Clinica externa do3.° c 4.°anno.
AntónioJanuário de Faria Clinicainterna doS.fcC 6.°anno.
OPPOSITORES.
José AfTonsoParaíso de Moura
]
AugustoGonçalves Martins I
DomingosCarlosdaSilva > SecçãoCirúrgica.
IgnacioJosé da Cunha PedroRibeiro de Araújo
Rosendo
A
prigioPereira Guimarães ) SecçãoAccessoria.JoséIgnacio de Barros Pimentel
VirgílioClimacoDamásio
António Alvares daSilva J
DemétrioCyriacolourinho
LuizAlvares dosSantos )Secção Medica.
João Pedro daCunha Valle \
JcronymoÓodréPereira '
SECRETARIO
INTERINO.O
Sr.lia*,'ffluf.iaiz cícAqisisaoC»»par.
OFFICIALDASECRETARIA.
O
Sr. I>i*.Josc
Tb<cotonio llartin». AKuculUuiteuúua;i;>tuia,ueul ri;jfj\u asldc!a'-councluilu»utilulhebt.DISSERTAÇÃO
SYMPHYSEOTOfVllÂ
ESUÂS
INDICAÇÕES.
A
symphyseolomia éuma
operação, que consiste na secção dafibro-carti-lagem
intír-pubianna,com
o fim de affastar as superfícies articulares,au-gmentando
por conseguinte o canal da bacia.Inventada, corno geralmente se diz, porSigault, estudantede medicinae ci-rurgia na faculdade de Paris, era ella todavia conhecida desde epocha muito maís remota, por issoqueSeverinoPíneau duzentos annosantes,reproduzindo as palavras de Galleno, diz,referindo-se ás articulaçõesda
bacia,— non
tantum dilalari sed eliam secari tulo possunt.Dolacourvé, sendo
chamado
á veruma
mulher, que havia perecido nosúl-timos dias da prenhez, praticou a secção da fibro-cartilagem inter-pubianna
com
uma
tesoura, tendoem
miraaugmentar
o canal pelviano, a fim deha-ver mais facilidade na extracção da criança.
Levado
poruma
razão semelhante a queacabamos
de mencionar,praticou Plenckcm
1766
a operação cesariana;como
porem
esta não aproveitasse,por isso que a cabeça do fetoja estava,
como
diz Gazeaux, muito introduzidana
exeavação pelviana, recorreu elle á symphyseolomia, a qual, conforme oaífirmou o
mesmo
Plenck, lhe deuum
resultado prompto, e fácil, sendopo-rem
de notar, que esse feliz resultado,em
vezdeleval-o á praticar namulher
viva esta operação, ao contrario de tal o arredasse completamente.
Segundo
Ramsbotham
namesma
epocha,em
que Sigaultpropunha
a ope-rarão!o Dr.Deriman
com
JoãoHunter
conferenciavão sobre omesmo
assum-pio. Estavao as cousas n'cste pé,
quando
Sigault,querendo
remediar,como
diz Baudelocque,o uso dos ganchos, e outrosinstrumentos semelhantes, sem-pre perigosos c mortaes para o feto, e querendoalém
d'isso pôrum
paradei-ro aos accidenles, tantas vezes mortaes, para a mãi, áque
dava lugar aope-ração cesariana, propôz
em
1768 àAcademia
de Medicina de Parisum
meio, que sanava lodos estes inconvenientes, consistindo elle na symphyseotomia. Esta Faculdade,em
vezde estenderos braços,eaffagarcm
seuseio essapro-posta, muito ao contrario, a repellio
como
delírio,bem
fatal, de tresloucadaimaginação.
A
sentença proferida por tão douto Tribunalnão
o fez descoroçoar,nem
abalou levemente, se quer, a crença, que odominava
sobre a proficuidade da operação; e,em
vez de arripiar carreira, sustentou elleem
uma
these, apre-sentadaem
Angersem
1773, a opinião, queem
Parisja havia emittido.Com
essas idéas á referverem-lhe
no
cérebro praticou Sigault asymphyseotomia
pela primeira vez
em
1777, sendo ajudado por Aííonso Lcroy,que
havia abraçado esta operação, declarando-se seu dedicado partidário.O
resultadofoi satisfatório, por isso que a
mulher
c a criança forão salvas.Um
clamor geral levantou-seem
favorde Sigault.A
sua operação foi quasi que universalmente aceita; eum
gTandenumero
de médicos e cirurgiões,tanto de França,
como
dos outros paizes declarárão-se apologistas d'ella.A
vista d'isso a Academia de Medicina de Paris, que á principio haviare-pellido Sigault
como
um
louco, querendo reparar o que havia feito,mandou
cunhar
uma
medalha, que oíYereeeu á elle, tendo essamedalha
em
uma
dasfaces o retrato do
Decano
d'essa Faculdade, e na outra a seguinte inscripção...Sectio symphys., oss. pub. lucina nova,
anno
1768, invenit, proposuit, 4777, fecit felicitei- J. R. Sigault. D. M. P. juvitA. Lcroy. D.M.
P. Este alvo-roçoporem
passou; e a matéria sendo reconsiderada, e estudada mais atten-tamente, não tardou queuma
forteopposição se levantasse, opposiçãoque
ca-da vez mais foiaugmentando,
e engrossandocom
a acquisição de lidadorescomo
Baudelocque,Denman,
Lachapelle,Sacombe,
Chailly-Iíonoré Cazeaux,Ramsbotham,
cte.; e quanto ao próprio Sigault, que á principio applicava asuaoperação á todos os casos de
má
conformação da bacia, a sua confiança n\ála havia sobremaneira diminuído; tanto que por fim ja recusava tental-aem
todos os casos,em
que o diâmetro antero-posterior da bacia apresentavamenos
de duas e meia pollegadas de extensão.E
dizBaudelocque
que,sendo
por elle
chamado
para conferenciarem á respeitodo
que deveria ser feitoem
uma
mulher, cuja bacia era mal conformada,com
espanto o ouvira propor a.-:
antesde morrer, conformeainda refere o
mesmo
author, propozéra amesma
operação
em
urna mulher, cujo diâmetro antero-posterior tinha 2e 4/2polle-gadas; esta
mulher porem
pario espontaneamenteuma
criança morta. Esta operação foi pouco á pouco sendoabandonada
em
França,como
ja o havia sido na Inglaterra,Allcmanha
etc,mormente
depois que Bouehardat.em
1830
sustentouuma
these sobre a utilidade do parto prematuro artificial,e
que
Stoltzem
1831
pela primeira vez o praticou. Esta operação, queachou
echo
em
todos os paizes, principalmente, alem dosja mencionados, na Ilollan-da, Itália,Dinamarca, Suissa, Polónia, e ató na America, veio prestarimmen-sos benefícios á sociedade, e não tardou á substituir a symphyseotomia; de
sorte que raríssima é hojea vez,
em
quesea pratica,quando
precedentementese
tem
reconhecido o estreitamento da bacia.II.
Depois de
mui
toscamentehavermos
esboçado o quadro histórico dasym-physeotomia,
passemos
a examinar qual o augmento, quefes
diâmetros da bacia traz esta operação.É
porsem
duvida admirável queessebcmfeilor da humanidade,como
cha-mavão
a Sigault, depois do parto da mulher Souchot, aopropor a sua opera-ração, e ainda ao sustentar sobre ella a sua theseem
Angers, ignorasse o gráo de aííastamento, que poderião os ossos púbis experimentar, fundando por conseguinte todo omonumento
da sua futura gloria sobrebem
falsa efraca base.
Com
eífeito algumas experiências por clle feitas sobre o cadáver, antes dasustentação da sua these, levaram-no á pensar que a secção da
fibro-cartila-gem
inter-pubiana nãopoderia trazerparaos púbisum
aíTastamcnto maior deuma
pollegada ealgumas
linhas, pelo que exarouem
sua these o seguinte trecho:Quo fado
(sijmplnjse sectaj ossa púbis súbitoplusquam
pollicease invicem recedunt, tuneque fattusnatura
arlisque viribus sollicitatusperca-naíemampliatum
in Incem incolumis educetur.Mencionemos porem
qual o gráo de aííastamento, que a symphyseotomia traz aos púbis, c o augmento, que experimentão os diâmetros da baciacom
esse aflastamento.Aífonso Loroydiz lerobtido,
sem
ruptura dos ligamentos sacro-illiacos,um
affastamento de
2
e 1/2 pollegadas; eem
duas mulheres se ter elevado á :\pollegadas.
Baudelocque
diz que,numerosas
experiências, feitas por elle, eoutros parteiros
no
Hotel—
Dieu, derão o resultado seguinte, que foicommu-nicado á
Academia
de cirurgia deParis.Collocada a
mulher
á beira do leito,e affastando os Ajudantesbrandamen-te as coxas, a
symphyseotomia
arrastou após sium
aífastamenlo de 3 a 6li-nhas
entre as superfícies articulares dos púbis.Os
ajudantes levarãoviolen-tamente
as coxas para fora, áponto de descreverem cilas ângulos rectoscom
o tronco, e só então, e carregando
com
toda a força sobre as cristas illiacasna
mesma
direcção, foi que puderâo conseguirum
affastamento de 2 e 1/9 pollegadas, sendoporem
de notar, que não houveuma
só mulher,em quem
esse affastamento deixasse de ser seguido da ruptura dos ligamentos sacro-illiacos.
Jacquemier,
comparando
as experiênciasumas com
as outras,vem
acon-cluir,
que
os púbis sepodem
affastar 2 c 1/2 pollegadasum
do outro,sem
que
haja ruptura dos ligamentos sacro-illiacos, citando todavia as experiên-cias de Giraud, c Ansiaux,em
que o affastamento foi levado a 3 pollegadas, emesmo
á 3 c 1/2.Cazeaux
na edição de1862
do seutratadode partos diz que, depois depra-ticada asymphyseotomia, ospúbisespontaneamenteaíTaslão-se de 1 á
2
e 1/2centímetros, e que pode esse affastamento ser levado alem, si os
parteiros
carregaremsobre as cristas illiacas,levando-as para fora: que este
affastamen-to
porem
não deve exceder de 5 centímetros, porquequasi que hacerteza de
iníallivel ruptura dos ligamentos sacro-illiacos.
Á
vista pois destas experiências,sem
partilharmos a opinião dos queque-rem
que seja o affastamento entre os púbis de 3 pollegadas emais,
nem
ad'aouelles, que
querem
que elle não seja maiorde 1 pollegada,
estabelecere-mos
2 c 1/2 pollegadas,como
termo além do qual o affastamento do púbis deve quasique
necessariamente arrastar a ruptura dos ligamentos
sacro-il-lia
passemos
agora áexaminar qual oaugmento, que paraos diâmetros daba-cia resulta do affastamento dos
púbis.
Segundo
as experiências de Ripping,um
ffÍmento
deuma
pollegada deu ao diâmetro antero-postenor
um
u-um
affastamenioa
^
um
affastament0 de 4 polle_?
T
9
£££
-esmo
resultado;
em
um
terceiro finalmente esse„Ío
9
^3KÍÍ
foi obtido, tendo sido oaffastamento dos púbis de 1/2
Clicvreul, cirurgião de Angers,
communicou
áAcademia
de cirurgia d'esselugar ter obtido somente
2
linhas, apesard'um
affastamento de 2 pollegadas; eque
levando-o á 3 pollegadas ainda omesmo
resultado persistira.Serrin, cirurgião de Strasbourg, levou o affastamento á 2 e 1/4 pollegadas,
e apenas conseguio
um
augmento
de 3linhas para o pequeno diâmetroda ba-cia, sendo levado á 6linhas, somentecom
um
afastamento de 3 pollegadas.Desgranges, cirurgião do Collegio de Lyon, diz, ter obtido
com
um
afasta-mento
de 2 pollegadas c 8 linhas uraaugmento
de 6 e 1/2 á 7 linhas.Convém
notar que n'estas experiências,quando
o aílastamento foi maior,houve
em
todasruptura dos ligamentossacro-illiacos, equando
fuimenor
fi-carão completamente alterados.
Baudelocque refereque, praticando a secção dafibro-carlilagem
inter-pubia-na
cm uma
mulher, rujo diâmetroautero-posterior do estreito superior tinha3
el/4
pollegadas, c o diâmetro transversal 5, resultou para ospúbisum
aí-lastamento de 1 pollegada, c para as symphyses sacro-illiacas 1 e 1/2 linhas:
estas forão alíastadas até 5 linhas,
mas
antes de mediar entre os púbis uraintervallo de 2 c 1/2 pollegadas os ligamentos sacro-illiacos forão
completa-mente
despedaçados.Diz o
mesmo
author que,em
outro caso,em
que a bacia tinha dediâme-tro antero-posterior
4
pollegadas c 7 linhas, c 4 pollegadaseO
tinhas dediâ-metro
transversal, os ligamentos sacro-illiacos romperão-se, o periosteo foidestacado das superfícies articulares, somente
com
oalistamento de 1polle-gada e 9 linhas dos púbis.
Se attendermos ao que dizLeroy c os seuspartidários, veremos, que os os-sos se dirigem tanto mais para diante, quanto mais se affastão; de sorte que,
um
aílastamento de 1 pollegada fazcom
que elles se adiantem 5 linhas; 2 e1/2 pollegadas 8 linhas, echegarião até 9 linhas, sifosse de 3 pollegadas o
in-tervallo dos púbis.
Baudelocque pensa que,supposto quepossão os púbis se aífastar2e 1/2 pol-legadas
sem
ruptura dos ligamentos sacro-illiacos, o diâmetroantero-poste-rior,
que
ordinariamente é o estreitado, não pode ganhar mais de4
á 6linhas.
Jacqucmier,
com
Leroy, diz que pode omesmo
diâmetro lucrar 8 linhascom
2
e 1/2 pollegadas de alíaslamcnto dos púbis.Quanto
á Cazcaux os 5 centímetros, que, diz elle,podem
mediar entre ospúbis, produzirão para o
pequeno
diâmetro10
millimetros.Sem
que nos deixemos offuscat pelas brilhantes experiências deou-6
Iros, consideraremos o
augmento
do diâmetro antero-posterior, (quegeral-mente
ó o estreitado) depois da operação, de G a 7 linhas.Tem
ainda dito os partidários da symphysiotomia que oaugmento
dodiâ-metro antero-posterior é tanto maior, quanto mais estreitado é esse
mesmo
diâmetro, eque porconseguinte maisnecessária, e eílicaz será a operação.
De-mos
de barato que assim seja, geralmente fallondo;mas
si considerarmos esfoaugmento
relativamenteá bacia, e ao feto,veremos que talargumento
cabeful-minado
diante dajusta apreciação dosfactos.Admitíamos
três bacias,uma
cujo diâmetro antero-posterior tenha10
li-nhas, outra,
em
que seja elle de 2 pollegadas, euma
terceira,em
que tenhao
mesmo
diâmetro 3 pollegadas.Admitíamos
ainda que opequeno
diâmetrotenha
augmentado
depois da secção dasymphyse
dos púbis,42
linhas napri-meira bacia, 9 na segunda, e 7 naterceira.
O
queresultariadaoperação?Re-sultaria quea baciadediâmetroantero-posterior mais estreitado, que é a
pri-meira, ficaria
com
2 pollegadas e4
linhas; a segundacom
2 pollegadas e9
linhas, e a terceira
com
3e7 linhas.Supponhamos
ainda, que acabeça do fetotivesse
em
todas trêsasdimensões normaes,istoé,3e l/ipollegadas. Pergunta-remos, qual d'estas três bacias estará maisno
caso dedarpassagem
ao pro-dueto da concepção? Será a primeira, que sótem 2
pollegadas e4
linhas de diâmetro antero-posterior, e para a qual haverá impossibilidade material de dar passagem áum
corpo de 3 e i/i pollegadas? Será a segunda,
em
queten-do esse
mesmo
diâmetro 3 pollegadas, aindatem
de arcarcom
o impossível,porquanto ainda nella persiste a desproporção entre o
pequeno
diâmetro da cabeça do feto, e o sacro-pubiano?Ou
será a terceira, que, sendo maior, elendo o seu diâmetro antero-posterior experimentado
menor
augmento que
nas outras, ficou todavia elevado á 3 pollegadas e 7 linhas?
A
resposta não nos parece duvidosa, devendo portanto talargumento
serrepellido
como
sophismabem
grosseiro, capaz somente de KB|>âv Xosespíri-tosincautos, e nimiamente fracos.
Tem-se
ainda dicto, queuma
das bossas parietaes se introduz entre ospú-bis; este facto
porem
tem sidocontestado por alguns parteiros;mas
admittidacomo
real essa introducção, somente trará ella para opequeno
diâmetroda
bacia,
em
relação á cabeça do feto,um
augmento
deuma, quando
muito trêsIII
Passemos
á tratar das circunstancias, que segundo os symphyseolomislasdevem
influirno
animo
dos parteiros para leval-os á praticar a operação, deque
nosoceupamos;
c não nosdemoraremos
em
analysar minuciosamentecada
uma
d'ellas, por quanto tornar-sc-hia desnecessário esse trabalhocm
virtude da opinião que
formamos
d'cstaoperação, opinião esta, que mais para dianteprocuraremos
fundamentar,como
o permittirem as nossas débeis for-ças: o que serásem
duvida tarefa árdua,esuperior aos poucosconhecimen-tos de obstetricia que possuímos,
mas
que julgamos do nosso deverempre-hender, muito
embora
nos tenhão de devoraressaschammas
6. que nosarre-meçamos,
procurando abafal-ascom
o peso do nosso corpo: muitoembora
o nosso
pensamento
n'essa longa, c dilliciljornada, antes de desfilar asúlti-mos
balizas, e tocar o termo, que visara, tenha de claudicar, c inanidocahir.O
que
ninguém
porem, jamais poderá atirar-nosem
face, é que, frouxo c tímido, nos acobardamos, crecuamos
á vista de qualquersombra, que, sea-travessando diante de nós, procure empecer-nos o passo.
A
symphyscotomia
trazendo para o diâmetro anlcro-posteriorum
augmento
de
9
linhas,pouco
mais ou menos, todas as vezes que opequeno diâmetro dacabeça do feto, tendo as dimensões normaes, (3 e^4/2 pollcgadaá) estiver
em
relaçãocom
uma
bacia, cujo pequeno diâmetro formenor
que elledever-se-ha
pratical-a, si, ajuntando-sc as9
linhas ao diâmetro da bacia, ficar ellebastante largo para poder dar
passagem
á cabeça do feto.E
pois apresentão,como
limitesá essa operação,um
estreitamentode2e4/
c 2pollegadas ao
mínimo,
c 3 c 1/4 aomáximo,
do diâmetro antero-posterior dabacia.
Osdiamctrostransversal e oblíquos
podem também
se achar estreitados, o,secundo
as experiências de Dcsgrangcs, esses diâmetrostambém podem
seraugmentados,
depois da symphyscotomia, principalmente o transversal, cujoaugmento
vem
a ser,pouco
maisou
menos, demetade
do aííastamento dos púbis; desorteque, si a operação fossevantajosa para os casos de estreitamen-to do diâmetro antero-posterior,com
muito mais rasão o seria para os dos diâmetros transversaes.Como
porem
raríssima é a vez,cm
que o diâmetro transversal estreitado serve de obstáculo ápassagem
do feto, c pelocontra-rio são muito mais frequentes os casos,
em
queprovem
o obstáculo does-treitamento do antero-posterior, é destes últimos (piemais especialmente nus
8
Um
volume
excessivo da cabeça da criança, os tumores da escavação, e aretroversão do útero são ainda; segundo os symphyseolomistas,indicações
pa-ra se ppa-raticar a operação.
IV.
Oceuparnos-hemos
agora domodo
de praticar a symphyseolomia, edei-xando de parte os diversos processos para tal fim empregados, descreveremos,
unicamente, o que é geralmente adoptado.
Antes de proceder a operação deverá o cirurgião collocar a
mulher
cm
po-sição conveniente. Esta posição varia
conforme
os paizes.Em
França é geralmente admittida a seguinte: amulher
écollocadaatra-vessada sobreo leito, quedevepor
um
dosladosestar encostado á parede.En-tro a parede e as costas da
mulher
são postosuns
poucos detravesseiros,sen-do,alemd'estes,collocado
um
outro bastanteduroeresistenteem
baixodocol-xão no ponto, sobre que deve repouzar oassento.
É
bom
collocarum
panno
dobrado
cm
muitas dobrascm
baixo do assento,paraqueellenão
se profunde muito no colxão, e alem d'esse a ponta de outro dobrado aocomprido,que
seestendaatéquaseochão, cujautilidade é receber osliquidos, que dos órgãos
tc-nhão
de correr.Deverá corresponder exactamente á beiradoleitoacommissura
anteriordoperinneo,e,nocasode prever ooperador
alguma
diííiculdade,deveráo assento da
mulher
excederum
poucoa beira do colxão. Estando osmem-bros inferiores dobrados, serão os calcanhares apoiados, c mantidos sobre os
joelhos de dous ajudantes, que sentados
em
cadeiras ao ladoum
do outro,es-tarão todaviaá
uma
certa distancia,demodo
á nãoimpedirem
aoperação.Um
terceiro ajudante será conservado junto á mulher, afim de ministrar-lhe os
cuidados necessários.
No
casode ser amulher
indócil,um
outro ajudanteain-da manteráabaciad'ella, afim de nãoexecutarmovimentos, quepoderião
com-prometter a operação.
Collocada a
mulher na
posição conveniente, e já tendo antes d'isso sidoes-vaziado o recto,
uma
sonda éintroduzidana bexiga, tendo por fim esta sonda não só evacuar a urina,como
collocar omcato
urinário dolado direito c parabaixo,para livral-odo canivete, sendo mantido n'essa posição por
um
ajudan-te,
em
quanto queum
outro puxaparacima
a pelle do púbis.
Tendo
o opera-dor exactamente reconhecido onde deve asyraphyse-pubiannaestar collocada,
começando
úum
centímetroá cima dopúbis, se estendeum
pouco áesquerdaacima
da clitóris. Sendo, pormeio
d'esta incisão, postaá descoberto aíibro-cartilagem inter-pubianna, é esta incisada
com
cuidado, para que não seja abexiga oflendida, e então, si as contracções
tem
logarenergicamente, os ossosafastão-se, e o parto pode ter lugarespontaneamente; devendo serapplicado o
fórceps
no
caso de não ter o parto lugar espontaneamente.O
dever o cirurgião ligar os vasos, cujasecção, durante aoperação, fizessereceiar
uma
hemorrhagia, é cousa que deve estar subentendida.Depois do parto
approxima
o cirurgião os ossos, reúne os tegumentos pormeio
de liras agglutinativas, emantém
tudo poruma
atadura de corposuffi-cientemente apertada.
V.
Antes de passará ultimapartedanossa dissertação,julgamos
alguma
cousa dever dizer,em
referenciaaos principaes casos,cm
quese liapraticado a ope-ração, que oraprende anossaaltenção; não porque nos abalancemosápensarque
anossapouco
vigorosa argumentação vá levar aconvicção da inutilidadeda operação aos espíritos emperrados, que a admiltem;
mas
sim porqueuni-camente
temoscm
mira tirar d'esscs factos razões, que militemem
favor daopinião,
que
livrementeexpendemos.
Nem
se nos deve taxar de leviano,si da humildecobscura esphera,em
quegiramos
como
estudante, nos erguemos, evimos energicamenteprotestarcon-tra a proficuidade da symphyseotomia: si tal fazemos é porque não
podemos
abafar ogrito, que da nossa consciência espontaneamente sedesprende, quan-docompulsando
as estatísticas,vemos, pelo obituário, que de vidas preciosastem
sido subtrahidas á sociedade por esses, que deslumbrados pelacoroado
gloria,que á Sigault votara aFaculdade deMedicinade Paris, se haviao
apre-sentado na arena
como
obstinadospropugnadoresda
suaideia.Os
factos, de que falíamos, são todos colleccionados por Baudelocque,e
não
fazemos mais do que reproduzil-oscom
as observações, que cremos con-venicntcsComecemos
pelo que tanta revolução causouem
toda a Françaem
virtudedo suecesso, que Sigault, eLeroy disserão ter obtido:
queremos fallarda
mu-lher Souchot.
i4-i
\0
*! c '
i pollegadas do diâmetro
antero-posterior, já havia parido quatro meni-nos de termo, osquaes
porem
tiniiãonascido mortos.Cumpre
notarainda,queo pequeno diâmetro da cabeça do 5.°
menino
era, conforme elles, de 3 c ',
pollegadas,
como
odos anteriores.Ora,comparando
opequeno
diâmetrodabaciacom
oda cabeça dofeto,veremos
queesteultimo excedia1 pollcgadaaoprimeiro.Supponhamos
que, feitaa operação, houvesseum
afastamento de2 e 1/spol-legadas, que, segundo já dissemos, traz
um
augmento
deG
á 7 linhas para opequeno
diâmetro da bacia, cque pela introducçãoda bossa parietal aindaessediâmetro ganhasse
2
á 3 linhas. Seria lai resultado sulíiciente para explicar obom
exito da operação?A
resposta não parece duvidosa.Si
porem
com
Baudclocque admittirmos queopequeno
diâmetro da cabeça do feto se achavaem
relação, nãocom
o diâmetro, que da saliênciado sacrovai ter á symphyse-pubianna,
mas
simcom
o quepartindod'um
dos ladosd'a-quella saliência se dirige á symphysc, que é o que ordinariamente
tem
lugar,podemos
dizerque opequeno
diâmetro da cabeça do feto seachavaem
relaçãocom
outro de 3 pollegadas, sendo porconseguinte deG
linhassomente a diffe-rença, por isso queaapplicação suecessiva dospelvimetros de CoutoulyeTrai-ncldeu repetidas vezes esse resultado, isto é, 3 pollegadas para o diâmetro da
bacia, de que
acabamos
de fallar.Baudclocque, tendo visto, c
medido
a cabeça dacriança depoisdo parto,ve-rificou ter cila 3 pollegadas c
4
linhasd'uma
bossaparietal áoutra, pelo quefi-caria sendo de
4
linhasa diíTerença, cnãode G,como
acima dissemos.Em
uma
criança de novemezes,e que aindanãotem
respirado,os ossos da cabeça aindatem pouca
solidez, as suas articulações aindanão estão ossiíica-das, por conseguinte facilmentecedem
auma
ligeira pressão,em
virtude da qual podeacabeçada
criançamudar
de formaedimensões, achatando-sc maisou
menos. Ora, tendoa cabeça do fetod'uma
bossaparietalá outra3 pollegadasc
4
linhas, e tendo esta partecVclla de atravessarum
canal de 3 pollegadas dediâmetro, necessariamente hade ser comprimida, e
em
virtuded'essacompres-são,
podendo
mudar
de formaedimensões, nãoseráporcertoexagerado suppor que possarcfium^Si3 linhas opequeno
diâmetro da cabeça do menino;fican-do por tanto adiíTerença de
uma
linha somente. Feita a operaçãopoude
a criança ser expellida.Perguntaremos, seria necessária esta operação?
Não
haveriameio
de fazerdcsappareceralinha, que havia de excesso,
sem
comprometter
a vida damu-lher? E, admittida a necessidade da operação,
bem
pequena
era adespropor-ção, para quecontinue este facto áser apontado
como
um
triumpho
da11
do feto nos estreitos da bacia podesse cila dcsapparcccr; c
quando
estaopera-ção não foide
modo
algum
innocente para a pobre mulher, por quanto o Dr. Dennison, que fora áParisse vira muitas vezes estainfeliz, refere que, depois da operarão,nunca
mais poderá cilaconter a urina.O
resultado, queacompanhou
a operação namulher
Souchot, não tevelu-gar
cm
todas as outras, cujas bacias, nasmesmas
condições, parcecrião dever experimentar asmesmas
consequências apósa symphyseotomia.Umas
perde-rão oslilhos, outras solTrcrão muito porcausa da operação, outras
cmfim
fal-leccrão; c entreas primeiras citaremos asmulheres, Verderais,eBlandin.Es-tas tornarão-se outra vez pejadas, e attendendo ao que a respeito da
primei-ra diz a parteira Ride, e da segunda a parteira Bellami, veremos o seguinte:
Que
a primeira, cuja bacia era estreitada dediante para traz,em
virtudeda grande saliência da base do sacro, solfrora a versão do feto, por apresentar clle a cabeça juntamentecom
uma
dasmãos.O
menino
nascera morto.Quanto
a segunda diz a parteira, ja referida, que Sigault estivera muitotempo
áquerer pcrsuadil-a da necessidade de submetter-scsegundavez a ope-ração; ao que cila demodo
algum
se quizera sujeitar, tendoem
lembrança ainutilidade da operação, c os snifrimentos, porque passarano primeiro parto:
á vista do que se retirara elle, ficando a infelizentregue somente aos cuidados
da parteira.
O
parto tivera lugar espontaneamente, ecom
promptidão, sendo de notar,segundo aflianea a
mesma
parteira, que omenino
era maior que muitos, queforãoaigreja ser baptisados no
mesmo
dia.O
queporem
não se podecontes-tar, éque elle se tivesse creado robusto, c
bem
conformado.Seriaeste facto mais
uma
pedra preciosa engastadana coroa degloria deSi-gault, si porventura se tivesse apobre mulher querido sujeitará operação, c si
tivesse esta aproveitado.
Esta
mulher
tendo fallecido annos depois, obteve Sigault a bacia d'clla, everificou ter o diâmetro antero-posterior 3 pollegadas.
Os
que ainda votarão pela symphyseotomia no segundo parto damulher
Blandin, vendo que levianamente havião procedido,poisqueellapariranatural-mente
uma
criançabem
desenvolvida, quizerãoexplicar este facto pelamenor
circunferência da cabeça da ultima criança, dizendo ser cila de
12
pollega-das, ao passo
que
a da primeira era de 14.Infelizmente para ellcs a frágilbarquinha,
cm
que procurarão salvar a suaopinião, fez-se pedaços d'encontro aos formidáveis escolhos, que diante d'ella
levantara a judiciosa critica de Baudelocque.
12
relativamente aoparto, apresenta a caberá do feto.
Uma
de13
c 1/2áH
pol-legadas, e outra de 12.
Uma
de duas,ou
era a primeira,que
se apresentavano estreito superior, c neste caso a cabeça do primeiro feto era regular, e a operação nào tinha sido necessária, e muito
menos
o deveria serpara a expul-são da segunda criança, cuja circujOerencia da cabeça era até pequena, poisque tinha somente
12
pollcgadas;ou
então era a segunda, e no primeiro casoera muito grande, por isso que havia
um
excesso de 3 á4
pollegadas; eno
segundo
também
o era, sendo o excesso de 1 á 2 pollegadas; pelo que não poderia terlugar o parto;mas
ellesedeu, não será por consequênciaantilogi-co repellir
como
improcedente tal argumento.Nem
se venha dizer que, si o parto tevelugarespontaneamenteno
segundocaso, foi porque as duas pollegadas de excesso desapparecerão
em
virtude dacompressão, que soffrera a cabeça do feto; porquea que houvesse experimen-tado talcompressão, ainda depois do parto, deveria apresentar signaes recen-tes, e manifestos d'ella; o que se não deu, por quanto
nem
d'isso fallão osque, cá todo o custo,
querem
explicar este facto pelacompressão.Outros quizerão ainda explical-o dizendo que a bacia,
em
virtude dasym-physeotomia praticada no primeiro parto, tinha
augmentado
de capacidade, por isso queum
callo se haviaformado
entre os púbis.Admittido que tal callo se houvesse formado, e que tivesse Glinhas, o que
ja émuito, perguntaremos
um
talaugmento
seria suííiciente para explicar osegundo parto?
Não
é possível vacillar na resposta, sobre tudoquando
disser-mos
que, pela morted'essa mulher, que teve lugar muitotempo
depois, a suabacia foi examinada porSigault, que
nem
se quer encontrou vestígios daexis-tencia de tal callo.
A
mulher
Vespres éum
bem
tristeexemplo para os symphyseotomistas. Tinha a bacia d'estamulher
2 e1/2 pollegadas depequeno
diâmetro; pelo que Lauverjat e Coutouly havião proposto a operaçãocesarianna. Sigault
po-rem
entendeu dever praticar a secção dasymphyse
dos púbis, o que lhedeu
um
funesto resultado; por isso que a criança falíecera, e amãe
apenas viveramais cinco dias de soffrimentos atrozes.
Peita a autopsia, encontrarão o periosteo das
superfícies articulares
sacro-ilhacas destacado,
uma
collccçao purulentano
tecido cellular da fossa illiacaesquerda, etc, etc.
Passemos
á outro caso,em
que Lerõy muito se funda parademonstrar
as raniagens da symphyseotomia:queremos
fallar demulher
Brtlov Estaiatinhapardo
se,s vezes, tendo sidoem
todas ellasefletuado o parto,segundoelle
no-'
los recursos extremos daarte. '
i.;
O
pequeno
diamclro da cabeça do feto tinha,como
odeclarou o próprioLe-roy, S pollegadase 8 linhas, no septimo parto,
em
quefoi praticada a syraphy-seotomia,em
quanto que era de18
á19
linhas essemesmo
diâmetro dabacia.Feita,
como
acabamos
de dizer,aoperação, que foimuitolaboriosa, acrian-ça foiextraluda pelos pés, tendo tido Lerjoy o cuidado de introduzir entre os
púbis a parte posterior da cabeça,
quando
a quiz extrahir. Diz elleainda que apesar de teramulher
soffrido muitasdores poroccasião, edepois daopera-ção, que todavia no segundodia janão soíTreradoralguma,eandara
livremen-te
no
decimo; fora á igreja no vigésimo, c no vigésimo primeiro á Faculdade de Medicina.Convém
ainda notar, que entre as pessoas apontadas porLeroycomo
admiradas da operação á vista doestado,em
que a virão noquinto dia,está o Dr. Chaptal da
Academia
de Montpcllier, que foi o próprio que disse áBaudclocque
que duvidava,queuma
mulher
exteriormente tãobem
proporcio-nada
tivesseuma
bacia tão defeituosa. Perguntaremoscom
Baudclocque porque miraculoso meio poude precedentemente
uma
bacia de18
á19
linhasdarpassagem
a seis crianças detamanho
regular?Não
estará Leroyem
contra-dicção comsigomesmo
quando,julgandoinevitável a symphyseotomia namu-lherJúlia Collet, cuja bacia tinha 2 c1/2 pollcgadas de pequeno diâmetro, cré"
todavia na possibilidade deseis partos para
uma
mulher, cujo pequenodiâme-tro da bacia tinha quasi metade do da outra? Ainda
com
o author, que acima citamos, perguntaremos quaes íorão esses meiosextremos,que foiprecisoem-pregar nos seis primeiros partos?
Não
foi pela operação cesariana, não foi tirando aos pedaços, que se fez aextracção d'estas crianças;
mas
sim,como
declararão os próprios pais, natu-ralmenteuns, depoisd'um
longo epenoso trabalho, e por meio dogancho
osoutros,
sem
terem soíTrido mutilação alguma.O
testemunho dos pais aindavem
darum
golpe terrível no procedimento deLeroy; por quanto, disserão ellcs,que a septima criança era muitomenor
que as outras, tantoque chegarãoa compenctrar-se de quecila se não poderia
crear, o que foiconfirmado pela morte, que aos quatorze mezes veio
romper
otenue fio,que prendia ávida aquelle delicado ser.
Esta mulher, de
quem
ora nos oceupamos, vindoalgum tempo
depoiscon-sultaráBaudclocque para curar-se de
uma
descida do útero, teve elleocca-sião de examinal-a
com
todo o vagar, e então reconheceuserfalso tudoquan-to árespeito das dimensões da bacia havia dicto Leroy, verificando elle
Bau-dclocque ter o
pequeno
diâmetro da bacia mais de 3 pollcgadas e 1/4.Á vista pois cPisto, nada tem esle parto de extraordinário, e ainda, contra a cspeclativa de Leroy, nada prova
em
favor da symphyseotomia, senão queera14
desnecessária tal operação, cahindo portanto
desmoronado
o castello, quepa-ra sua defeza tão cuidadosamente levantara elle, não tendo podido a sua falsa
base resistir aos embates
d'uma
analyse verdadeira, e minuciosa.Confiado no suecesso, que cria ter obtido na
mulher
Bclloy, praticoua ope-raçãoem
mais trez:uma
chamada
Huguet, outra desconhecida, e a terceiraoperada á vista de Baudclocque.
A
primeira tinha, segundo Leroy,uma
bacia, cujopequeno
diâmetro erade 2! e 1/4 pollegadas. Praticada a operação, os ossos aíastarão-sc mais de
2 e 1/2 pollegadas, a doente apresentou
pouca
febre nos primeiros dias, cno
17.o estava completamente bôa.
A
criança não corria perigo, tendo opeque-no
diâmetro da cabeça 3 polegadas e 9 linhas.Um
mez
depois, apresentando-se á Baudclocque esta mulher, teve elle detambém
por sua vez medir os diâmetros da bacia, c então reconheceuque
ocompasso
de espessura dava exteriormente 6 c 1/2 pollegadas depequeno
diâmetro, devendo ser elle por conseguinte internamente de mais de 3 c 1/4
pollegadas. Introduzindo depois o dedo na vagina reconheceu elle ter esse
diâmetro 3 polegadas e 8 linhas; provando portanto ser desnecessária a
ope-ração, ainda admittido que o pequeno diâmetro da cabeça da criança tivesse
3 pollegadas e 9 linhas.
A
segunda, sendo examinadatambém
um
mez
depois pelomesmo
parteiro,foi por elle avalliado
cm
mais de 3 pollegadas opequeno
diâmetro da bacia.Com
cíTcito, forão applicados,em
presença de Leroy, e Philipp, ocompasso
de espessura, que deu 7 pollegadas
menos
um
quarto domeio
domonte
deVénus
ao alto do sacro; e ocompasso
de Coutouly, que internamentedeu
muj
facilmente 3 c1/4 pollegadas. Este facto, quanto a nós, ainda
nada
provaem
lavor da symphyscotomia, revelando tão somente que
houve
da parte doope-rador exageração sobre a necessidade da operação, e talvez precipitação.
A
terceira, para assistir a cujo parto fora Baudclocque convidado, tinha 3pollegadas de
pequeno
diâmetro, conforme avaliara Leroy.Com
eíTeito ocom-passo de Coutouly, reiteradas vezes applicado,
deu
omesmo
resultado.O
cordão umbelical apresentava-se abaixo da cabeça dofeto,
formando
uma
laçada navagina, oque fez
com
queopinasse Baudclocquepela operação
cesa-riana. Leroy porem, cônscio de quepela
symphyscotomia
consegueria salvaracriança, e a
mãe,
nãotrepidouem
pratical-a, lastimandonão
ter de operarem
baciamaisestreitada paralevar de vencida á Baudelocque,convencendo-o
dos miraculosos benefícios, que á arte dos partos prestava a
symphvseotomia
O
sonho doirado, e inebrianteporem,
em
que se rcfocillara sua*alma,
es-vucecru-se ao sopro da realidade.
A
esperança15
phantasia,
também
por sua vez fora malograda, diante do funestoresultado,que após si arrastara a operação, e
em
vez das delicias, que visara fruircom
a premeditada victoria, só tivera adecepção á abatter-lhea vaidade;porquanto
praticadaa symphyseotomia, fallecera a
mulher
após oitodiasdehorríveissof-frimentos.
Correremos
um
espesso vóo sobreo quadro desordenado, aíflictivo,emedo-nho,
que
após a autopsia, apresentava a baciad'estamulher, contentando-noscom
dizersomente
queem
virtude deum
afastamento de 2 pollegadas dospúbis, as
symphyses
sacro-illiacas forão despedaçadas, o periosleo destacado, etc. etc.Cumpre
ainda notar que a cabeça da criança era regular, por issoque
tinha i pollegadase2linhasdediâmetro occipito-frontal, e opollegadas e5 linhas de diâmetro bi-parietal. Estefactoainda nãoparece militar
em
favordaoperação, e pelo contrario
vem
engrossar onumero
dos que provào a inu-tilidade, e perigo d'clla.A
mulher
MariaRouillé,operada porMalhiis, tinha segundo ellc 3pollega-das
menos
1/4 de pequeno diâmetro da bacia. Observaremos que ellaja pas-sara por trez partes antes do que a levara á presença Je Malhiis.O
primeiro tiveralugar naturalmente,dandoem
resultadounia criança viva.No
segundo fora extrahida pelos pés porum
cirurgião, quenenhuma
praticatinha de partos,
conforme
clle próprio confessara.No
terceiro lura ofetoextra-indo por meio do
gancho
porum
estudante de cirurgia.Praticada a symphyseotomia, que fui longae trabalhosa, porquanto o
instru-mento, que fora applicado na direcção da symphysc-pubianna, sedesviara
de-pois,dirigindo-se sobre o
ramo
descendente do púbis direito, cortando-otrans-versalmente, sendo para issonecessário empregar a maiorforça, foi depois dos maiores exforçcs extrahida
uma
criança morta, a qual sahiocom
o braçodi-reito, e a coixa esquerda fracturados.
A
mãe
falleceu aonono
dia, e feita aautopsia apresentou-se aos olhos deMathiis
um
espectáculo de tal sortehorro-roso, que o fez ter
uma
syncope,convencendo aos médicose cirurgiõesdequehaviasido a
morte
deMariaRouilléconsequência daoperação. DizBaudelocqueque
osymphyse
não fora completamentecortada, senão depois da morte,con-forme
o confessara o próprio Mathiis.Cambon
refere teroperadoem
Mons
duasvezesuma
mulher,mediando
en-tre ellas o espaço de
um
anno
e nove mezes.Da
primeira vez, diz elle,terobti-do
um
afastamento de2 pollegadas,pouco
mais ou menos, tendotodaviamor-rido a criança: no entretanto queobteveda segundavez
uma
criançaviva,sem
comtudo
poder allirmar qual fora o aíTastamento dos púbis.deCirur-46
gia ter extraindo por meio dofórceps,
em
presençado
próprioCambon,
opri-meiro filhod'estamulher,
que
erauma
criança bastantegrande: equeseucom-panheiro Guilherme partejara da
segunda
vez essamesma
mulher, não tendo encontrado diííiculdade alguma.Ora
em uma
mulher,que
já havia parido duas vezessem
a intervenção dasymphyseotomia, (tendo até da primeira vez parido
uma
criança bastantegran-de,) seria necessário recorrer á ella nos dous últimos partos,
em
que o canalpelvianno,mais dilatadojá, oíTcreceria muito mais facilidade
em
darpassagem
á crianças,que
nenhuma
deformidade apresentavão?Não
foi portantocompro-melter
sem
necessidade a vida da infelizmulher?
E
não
teria sido amorte
da primeira criança consequência da operação?Uma
outramulher
foi operada porCambon,
noútero daqualuma
parteira,Knap,
eum
seudiscípuloem
balde havião tentado introduzir amão
para pra-ticar a versão.Unia
laçada do cordão umbellical se apresentava adiante da cabeça.Tendo
sido applicado
sem
proveito o fórceps, aconselharaKnap
a extracçãopormeio do gancho.Cambon
porem
em
vezde concordar,epelo contrarioquerendo apre-sentarum
exemplo palpável das vantagens da operação, de que se constituiráacérrimo defensor, cheio de confiança a poz
em
pratica. Ellaporem
fuilabo-riosa,
dando
em
resultado a morte da criança,que
só pelo fórcepspoude
serextrahida, e a morte
também
da infeliz mulher.Van-Damme
refere o caso seguinte:uma
mulher,que
omandara chamar
para partejal-a, apresentava o feto
em
má
posição, por issoque
a face d'este»voltadade lado, olhava para o púbis direito.
Crendo
Van-Damme
que o partonatural nãopodiaterlugar, porquantojáhavia muito
tempo
que amulher
inu-tilmentese esforçava para expellir a criança, c, depois de procurarem
vãoex-trahil-a pelos pés, tendo applicado
sem
proveito o fórceps elle e maisdous
companheiros, decidira-sc á recorrer á symphyseotomia.
Com
eíleitoalcan-çado por meio d'ella
um
afastamento de 1 e */, pollegadas, fora obtidauma
criança por
uma
nova applicação do fórceps, criança esta,que
fallecera trêssemanas
depois, salvando-se todavia a mulher.Esta
mulher
porem, conformeaífirma Baudelocque,antes do parto, deque
ora nos oceupamos, já havia parido naturalmente três crianças regulares,
que
todas crearão-se.
Este facto, que
Van-Damme
apresentacomo
uma
provaem
favor dasym-physeotomia, apenasjustificaa convicção, que temoi, de
que
não serianeces-sáriatal operação, visto
como
nada tinha deanormal
em
suasdimensões a caberá da criança, c era regular a bacia, ou
quando
muito insensivelmentees-17
rcitada, por quanto dera cila
passagem
á trez crianças, que ainda vivião,quando
foi praticada a symphyseotomia.Onde
poisa indicaçãopara a operação? Seria a posição,em
que seapresen-tava o feto?
Por
certo que não.Ou
seria porque o fórceps, applicado pordi-versas vezes, não poude extrahil-o? Isso
porem
demonstra, não anecessi-dade da operação,
mas
sim, permitta-se-nos toda a franqueza, a imperícia dosque
applicárão o fórceps, por isso queerão signaes manifestosdamá
applica-çãoas feridas, que na cabeça dacriançaforãoencontradas.
Dissemos
quefora a impericia dos parteiros a causa de não ser extrai tida pelo fórceps a criança, c não pareça ousadia, porque a juslificão as duasferi-das,
que
encontrarão,uma
sobre oladodo frontal,eoutra sobre o dooccipital,provando assim que forão as colheres applicadas sobre essas partes, abraçan-do-as obliquamente, o que é contra as regras da applicação do fórceps, cujas
colheres,
como
lodossabem, devem
ser adaptadas aos lados da cabeça. Foisem
duvida,em
virtude dequererem
applical-as aos lados da bacia, que cilasabraçarão tão inconvenientemente a cabeça dacriança, oque necessariamen-te necessariamen-teria lugar
em
razão da posição,em
que esta criança se apresentava.Després de
Memncur
citaum
caso de symphyseotomiaem uma
mulher, cujopequeno
diâmetro do estreito superiorda bacia tinha18
&20
linhas.Praticada a operação, deu a
mulher
immediatamente á luzuma
criança bastante grande,porem
morta,sem
que a própriamulher
soíTresse omenor
accidente.
Cumpre
notar que, conforme rezauma
carta de Després áum
ci-rurgião seu amigo,antçs de praticadaaoperação,seapresentara navulva a ea-beça da criançajuntamentecom
uma
das mãos.Uma
de duas, ou o diâmetro antero-posterior do estreito superior só tinha 18 á20
linhas,e nesse casode-modo
algum
poderia darpassagem
ácabeçado
feto, á ponto de apresentar-sena
vulvajuntamentecom
uma
das mãos; ouentão deu-se o quedisse Desprésna
carta, e opequeno
diâmetronão
tinha somente 18 á20
linhas, o queé-mais queprovável, visto teresta
mulher
noanno
seguinte parido naturalmente^e o
mesmo
se ter dado nos partos, que suecederão a este. Baudelocque aindadiz
que
a secção dasymphyse
pubiana n'essamulher
não fora completa.M.
G. citatambém
amulher
Batigny, a qual,praticada asymphyseotomiay pario ajudada dofórceps. Este caso ainda,como
o de cima, provaque não era necessária a operação, por quanto a criança nada tinha deanormal,e porqueno anno
seguinte parira Batigny tão natural e promptamenJe, quequando
aparteira,
chamada
para ajiulal-a, chegara, ja a encontrara desembaraçadada
criança.
Nagel
também
praticou a symphyseotomiaem uma
mullier, que ellc cria teruma
exostose na saliência do sacro.18
o
afastamento fui reputadodei cl/2
pollegadas.A
criança, sendo voltada,foi extrahida, c viveu apenas
um
quarto de hora, fallecendotambém
a pobremulher
no oitavo dia.Feita a autopsia reconheceu Nagel não haver tal exostose,e ser de 3
polle-gadas o pequeno diâmetro, encontrandoainda gangrenados oslábios daferida, os órgãos externos dageração, a vagina, e
uma
parte do útero.Riollay operou
uma
mulher, cujopequeno
diâmetro da bacia foiavaliadoter 2 pollegadas c 8 á
9
linhas.O
menino, sendo voltado, foi extraindo, morto, pelos pés,morrendo
também
amãe
uma
hora depois.Pela autopsia foi verificado ter o pequeno diâmetro do estreito superior 3
pollegadas, sendo
porem
de 2 pollegadas e4
linhas o do estreito inferior.O
diâmetro bi-parietal da cabeça do
menino
era de 3 pollegadas e 9linhas.O
afastamento dos púbis, depois da secção da symphysc, foi levado á
2
c 1/2pollegadas.
M. V. praticou a operação
cm
uma
mulher, que anteriormente havia parido naturalmente urna criança morta, e perfeita, levando-o á issouma
exostose, que ellesuppunha
existir na primeira falsa vértebra do sacro, sendoaopera-ção,
em
faltado outros instrumentos, feitacom uma
tesoura, euma
facaamol-lada.
A
mulher
e a criança morrerão, não tendo, peloexame
cadavérico, sidoencontrada tal exostose.
Estes trez faetos dispensão commentarios, por quanto
em nenhum
d'cllcsaproveitou a operação, tendo sido
em
todos trez, ja nãoqueremos
dizer ascrianças,
porem
simas mulheres, victimas daoperação.A
mulher Rougeau
é aindaum
exemplo apresentadopelossymphyscotomis-tas
em
abono daoperação. Esta mulher, que era primipara, tendo recorrido aDufay para partejal-a, resolvera-se ellea praticar asymphyseotomia, porse ter
convencido deque erade 2 pollegadase 8linhas o pequeno diâmetro do
estrei-to superiorda bacia.
A
operação,começada
por Dufay, fui acabada por Leroy, dandoem
resultadouma
criança, que á principio deu poucos signaes de vida,mas
que depois reanimou-se completamente.O
afastamento dos púbis foi,_undoLeroy, de 2 e 3/4 pollegadas, tendo ficado a
mulher completamente
curada no decimo terceiro dia.
Apresentando-se esta
mulher
á Baudelocque,pouco tempo
depois,reco-nheceu
elle não estar completamentecurada,como
dissera Leroy, por quantodilíicilmente movia-se, não podendo andar, sentar-se,
ou
deitar-scsem
serajudada por alguém.
Os
púbis, por isso que não se tinhão unido, afastavão-seum
do outro,
19
ella contol-a. Baudelocque ainda reconheceu ter o pequeno diâmetro 2
pole-gadas e 8 linhas.
Rougeau
tornou-se depois da operação, gravida por duasvezes, lendo
cm
ambas
parido antes do termo.Este facto parece ainda nadaprovar
em
abono da symphyseotomia.Boulotte, operada por Leroy, porque tinha, conforme avaliara elle,
quando
muito 2 e l/u2 pollegadas de diâmetro antero-posterior, e porque tinhão as
crianças nos dous partos, que precederão aeste,sidoextrahidas por ganchos, é
ainda
um
exemplo apresentadoem
favor da symphyseotomia, apesar de termorrido a criança. Esta operação cremos poder dizer, que era desnecessária,
por quanto tornando-se esta
mulher
gravida poucotempo
depois, parira na-turalmenteuma
criança bastante grande, maior talvezque a precedente.Baudelocque refere que
uma
mulher
da Ponte de S.Maxence
recorrera áelle no terceiro
mez
da prenhez paraconsultal-o, sepoderia ella parirnatural-mente,
ou
se seria necessário a intervenção da arte.Notemos, queellaja tiveradous partos,
um
dos quaes fora muitolaborioso,pelo que receiosa se dirigira á Baudelocque,
quando
pejada pela terceira vez, o (piai lhe assegurara que ella havia deparir naturalmente.Não
confiandopo-rem
muito, no que lhe dissera o referido parteiro, se dirigira esta mulher áParis, onde os Cirurgiões-Purteiros lhe apresentarão a symphyseotomia,
co-mo
único meio de salvar-se clambem
salvar seufilho. Ella, talvezcom
medo, não querendo submetter-se á operação, novamente recorrera á Baudelocque,que
aindauma
vez lhe afiançarao partonatural no fim de trez semanas.Com
eíTcito
no
fim d'cssetempo
parira cila espontaneamente, ecom
muita rapidezuma
criança bastante grande, e viva, sendo este parto presenciado pelocirur-gião Very.
É
um
cVestcs casos,em
que talvez a symphyseotomia salvasse a vidadamu-lher,
edo
menino,
e que ficaria registradocomo
um
triumpho para ossym-physeotomistas,
mas
em
que,podemos
dizer, era desnecessária, e que seriaum
erro indesculpável pratical-a, por quanto fora comprometter as duas vi-das, que tinhãoem
mira salvar.Ainda
poderíamos apontar alguns factos, e analysal-os,porem
como
isto tornariamui
longo o nosso trabalho, ecomo
se poderia filiaraojamenciona-do, o
que
sobre esses factos teriamos á dizer, aqui terminaremos a quinta parte da nossa dissertação.20
VI.
Depois do que
hemos
dicto árespeito da sympliyseotomia, corre-nos oinde-clináveldever de sobre ella francamente expender a nossa opinião.
Arrojo, por
sem
duvida inqualificável, seria o nosso, silevado por fofoor-gulho de sciencia, viéssemos desvanecido atirar-nos ao
campo
da discussão,certo de
com
seguramão
garrotear asymphyseotomia.Mui
diversoporem
é ofim,áque nos
propomos
na confecção da nossathese.Satisfazer primeiramente á
um
dever,áque
nos obriga a lei,apresentarsem
refolhos nosso
modo
de pensar á respeito daoperação, que faz oassumpto
danossa dissertação, procurando fundamental-o,
como
o permittirem as nossas débeis forças; eis oque temosem
mira.Ja terá transpirado, por certo, através do que
temos
dicto,o valor, queda-mos
ásymphyseotomia, ecomo
estamoscompenetrado
de queem
matéria desciencia é pouca toda a franqueza, vimos, si
bem
que reccioso, expender onosso pensamento,
negando
áesta operação o nosso voto de adhesão.As
razões, que áisto noslevão, passaremos á expor.Duploé o fim,para que
devem
convergir os exforços dos que lançãomão
da symphyseotomia, á saber—
salvaravida dofeto,e pôrtambém
á resalvo os diasda mulher, cujo canal pelviano não pode dar
passagem
á essefeto.Outr'ora não havia limites á esta operação: qualquer que fosse o gráo de estreitamento da bacia, era cilaposta
em
pratica, tendo até imaginado o seu inventor Sigualt substituil-aáoperaçãocesariana.Os
factosporem
vicrãocon-firmar, que o estreitamentolevado alémde certo ponto não podiade
modo
al-gum
ser vencido pelaoperação, de que nosoceupamos,
pelo que demodo
al-gum
poderia aproveitar nos casos,em
que é indicada a operação cesariana;não
podendo por conseguinte substituil-a.O
próprio Sigaultchegaraácompenetrar-sed'isto, tanto queem
dous casos,em
um
dos quaes até o pequeno diâmetro da bacia tinha 2 c 1/2 pollegadas, propozera a operaçãocesariana.Vendo, por
um
lado, que sendo muito considerável o estreitamento daba-cia,não poderia pela symphyseotomia ter lugar o parto, cvendo, por outro, que no caso de
um
ligeiroestreitamento, poderiao parto natural terlugar, sen-do ellapor conseguinte desnecessária, estabelecerão os symphyscotomistas,co-mo
limjtes, á esta operação,um
estreitamento de2
e 1/2 pollegadas ao£4
Sendo,
como
jadissemos, o fimdasymphyscotomia
salvaravidadofetosem
comprometter a da mulher,
somos
de opinião que ella não o preenche, por quanto sobre quarenta eum
factosmencionados
por Baudelocque, quatorze mulheres, morrerão, c vinte e oito meninos.Ora
em uma
operação tão simples, e tão innocente,como
dizem ossym-physeotomistas, poderia
um
tal resultado terlugar?Por
certoque
não; e a praticavem
em
apoio d'estanossaresposta.Com
ef-feito, quantas vezes não se
tem
dado o caso deseremencontradas assymphy-ses pubiannas ossificadas, tornando-se necessário o
emprego
da serra, perden-do porconseguinte a operaçãoum
pouco
de sua simplicidade, e tornando-seextremamente
dolorosa? Quantas outras nãotem
a/contecido,como
se deucom
Leroy, resvallar o instrumento sobreum
dos púbis, oumesmo
ser elleapplicado sobre este,
na
hypothcse de se o fazer sobre a symphyse, e ser elledividido
em
dous fragmentos, tornando-se por conseguinte necessário oem-prego de meios para a sua reunião?
Quantas não
tem
as symphyscs sacro-illiacas sido encontradas ossiíicadas,tornando-se por isso inútil a operação?
Quantas ainda, apezar de praticada a symphyscotomia, não
tem
todavia o canal pelviannoas dimensões necessárias para que tenha lugar o parto, sendoporisso necessário recorrer á operação cesariana, ou a embryotomia?
Quantas emfira,apezar de toda a facilidade,que se houvesse encontrado
cm
praticar a operação, não
tem
sido as crianças victimas d'ella?Nem
se nos venha dizer quenenhum
risco pode a vida damulher
correr,porqueaistoresponderemos
com
aenumeração
dos accidentes,que
podem
ter lugar após a operação, conforme diz Baudelocque, cujas palavrasreprodu-ziremos. . „ . , .
__
« \ contusão, a ruptura das partes exteriores, a inílammaçuo destas
mes-«
mas
partes, e da substancia ligamento-cartilaginosa, que constituía asvm-< physe dos púbis; a desnudação das extremidades dos ossos sua cano, sua
« falta de reunião, alesãodo canalda
urettra, a ulceração da bex.ga, sna
des-« trnição parcial, sua hérnia por entre os ossos não
reunidos,e a "'cou.nen
« cia
da
urina, o afastamento,edespedaçamento dassymphysessacro-.!tocas,
«
ainlammação,
a grangrena, e a p.opriaruptura da madre;deposito de
ma-eri
sp^Luas,
o icíorosasno
lugar
mesmo
das symphysesdespedaçadas,em
todo o tecido cellulardabacia, eem
toda a extensão dosmúsculos psoas
L
•a
inllammação do
piritoneo, e dosintestinos,representa» o quadro dos
accidentes,
que tem
tido lugar após esta operação,^«^^^T
formação dabacia parecia tornar o parlo impossível
pela
Ma
natural. t « e « c « con22
Si,
como
já vimos, não preenche esta operação o seu fim, pois que á cadapasso, que se dá na operação, é gravemente compromettida a vida da mulher
sendo poucas vezes possível salvara dofeto; e senão
ha
um
só caso,em
queos symphyseotomistas digão tera operação aproveitado,que nãopossa sercontes-tado, parece não ser irracionalnegar-lhe anossaapprovação, tantomais
quan-do existe
um
meio muito mais seguro de salvar a vida dofeto,compromettendo
muito
menos
a vida da mulher, ou quase quesem
compromettel-a. Estemeioconsiste no parto prematuro artificial.
Parto prematuro artificial é aquelle, á que dá lugar a arte, antes do termo da prenhez,
em
tempo
porem,em
que o feto é já vitavel. Este é consideradoapto para viver a vida extra-uterina dofimdo septimo
mez
em
diante, sibem
que a lei franceza o considere vitavel desde o fim do sexto.
A
praticaporem
tem
demonstrado que são raros os que, sendoexpellidos antesdo septimomez
se chegãoa crear.
As
indicações para a symphyseotomiapodem
serapplicadas oo partoprema-turo. Ora
podendo
as indicações paraasymphyseotomia
serapplicadas ao partoprematuro, e sendo incontestáveis as vantagens d'este, parece,
que
seráanti-logico deixal-o de parte para praticar aquella.
Nem
pareça exagerado o que dizemos, por quanto ahiestãoá robustecer asnossas palavras os
250
casos colleccionadospela Senhora Lacour,em
que mais de metade das crianças salvarão-se,morrendo
apenasuma
mulher
sobre 16;e os 1
F
kde Mcissncr,
em
que nãohouve
álamentar perdaalguma
de vida.A
vista d'isto pois, jamais lançaríamosmão
da symphyseotomia, e sim doparto prematuro,
quando
previamentehouvéssemos
conhecido sero partona-tural impossível pela viaordinária.
Resla-nos agora ver, si é.ella praticável,
quando
fòr o parteirochamado,
echegarno acto
mesmo
do parto.Ordinariamente no nosso paiz é
chamado
o cirurgião, quando,em
virtudeda longa duração do trabalho, e dos sofírimentos da parturiente, se
começa
a receiar pela vidad'ella, edacriança. N'este caso,
ou
a criança está jamor-ta, e então de
modo
algum
dever-se-ha recorrer á symphyseotomia: ou entãoestá viva, c a vida d'ella se acha muito compromettida, por quanto
ja se
tem
tropido a bolsa das aguas, o liquor amniótico se
tem
escorridocompletamen-to, as contracções do útero se exercemdirectamente sobre o corpo do
feáo, o cordão umbellical é mais ou
menos
comprimido, a circulaçãoem
virtuded'is-so é mais, ou
menos
interrompida, ctc.Eitando pois gravemente compromettida
a vida do feto, nós fundando-nos
no que diz Cazeaux, e