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Atitudes dos alunos face à Educação Física

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Atitudes dos Alunos face à Educação Física

José Campos Silvares

Orientador: Professor Doutor Paulo Alberto da Silva Pereira

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José Campos Silvares

Atitudes dos Alunos face à Educação Física

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Vila Real, outubro de 2012

Dissertação apresentada à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), com vista à obtenção do grau de Mestre em Ensino da Educação Física no Ensino Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação da Professor Doutor Paulo Alberto da Silva Pereira.

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RESUMO

ATITUDE DOS ALUNOS FACE À EDUCAÇÃO FÍSICA

Este estudo teve como principal propósito, analisar as atitudes dos alunos face à Educação Física, bem como examinar as diferenças de atitudes destes, em função do género, ano de escolaridade e nível socioeconómico.

Para o efeito, foram examinados 323 alunos, do ensino básico (6º e 9º ano de escolaridade) e secundário (11º ano de escolaridade), sendo 139 (43%) do sexo masculino e 184 (57%) do feminino. A média das idades é de 14.18 anos. Os indivíduos da amostra responderam a um questionário referente aos dados sociodemográficos e ao Questionário de Atitudes dos Alunos face à Educação Física (QAAEF) que avalia as seguintes dimensões: “gosto dos alunos pela Educação Física e suas matérias, bem como a satisfação/prazer dos mesmos nas aulas dessa disciplina”; “importância da Educação Física” e atitude global.

Os resultados mostraram que os alunos, de uma forma geral, têm uma atitude positiva face à Educação Física. No que diz respeito à comparação das atitudes dos alunos face à Educação Física entre os diferentes sexos, verificou-se que o masculino possui uma atitude mais positiva no fator “gosto pela Educação Física e suas matérias” e “satisfação/prazer nas aulas da disciplina”, e na atitude global. Por último, as atitudes dos alunos não variaram em função do ano de escolaridade e nível socioeconómico.

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ABSTRACT

ATTITUDE OF THE STUDENTS FACE TO PHYSICAL EDUCATION.

The main purpose of this study was to analyze the attitudes of students in relation to physical education and clarify the differences in attitudes, in terms of: gender, grade and socio-economic level.

To this end, we studied 323 elementary school students (6th and 9th grade) and secondary (11 th grade), being 139 individuals (43%) male and 184 (57%) were female. The average of age was 14,18 years. The individuals in the sample completed a questionnaire regarding the socio-demographic data and the “Questionário das

Atitudes dos Alunos Face à Educação Física (QAAEF)” that assesses the following

dimensions: "Like of the students for Physical Education and their matters, as well as the satisfaction / pleasure of the same on the classes of this discipline "," importance of physical education "and overall attitude.

Concerning the results, students in general have shown that they have a positive attitude to physical education. Regarding the comparison of students' attitudes in the face of physical education between different sex, it was found that the male has a more positive attitude in the factor "like for Physical Education and its matters" and "satisfaction / pleasure in lessons of this discipline ", and overall attitude. Finally, there were no statistically significant differences between the different years of education and socioeconomic level.

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vii ÍNDICE RESUMO ... iii ABSTRACT ... v ÍNDICE DE QUADROS ... ix AGRADECIMENTOS ... xi CAPÍTULO I ...1 Introdução ...1 CAPÍTULO II ...4 Revisão da literatura ...4 Definição de atitudes ...4

Atitudes dos alunos face à Educação Física ...8

Diferenças de género...11

Diferença entre ano de escolaridade ...15

Diferenças entre estatutos socioeconómicos ...18

CAPITULO III ...21

Metodologia ...21

Amostra ...21

Instrumentos utilizados ...21

Questionário descritivo sociodemográfico ...21

Questionário de Atitudes dos Alunos face à Educação Física (QAAEF) ...22

Variáveis ...24

CAPÍTULO IV ...25

Resultados ...25

Atitude dos alunos face à educação ...25

Diferenças de género...32

Diferença de médias entre os anos curriculares ...34

Diferenças entre níveis socioeconómicos ...34

CAPÍTULO V ...36

Discussão ...36

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Diferenças de género...37

Diferenças entre anos curriculares ...40

Diferença entre níveis socioeconómico ...42

CAPÍTULO VI ...46

Conclusão ...46

Recomendações ...47

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ix

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1: Valores médios de resposta ao QAAEF ... 26

Quadro 2: Percentagens de distribuição das respostas do QAAEF ... 28

Quadro 3: Comparação de médias entre género ... 33

Quadro 4: Comparação de médias entre os anos curriculares ... 34

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xi

AGRADECIMENTOS

Um sincero agradecimento ao Professor Doutor Paulo Alberto Pereira da Silva, pela disponibilidade, amizade e toda a ajuda na orientação deste trabalho.

A todos os professores, que voluntariamente me ajudaram na entrega, distribuição e recolha dos questionários o nosso sincero obrigado.

Aos conselhos executivos das escolas, pela colaboração e facilidade de acesso às turmas.

À minha filha e à minha esposa, que ficaram privadas em alguns momentos da minha companhia.

Ao meu irmão Pedro, pela colaboração, competência e ajuda neste trabalho que me permitiu chegar até aqui, obrigado.

A todos os meus familiares e amigos que com o seu contributo me ajudaram de alguma forma a chegar ao fim deste trabalho.

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Atitude dos alunos face à Educação física

Introdução

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CAPÍTULO I

Introdução

Um dos objetivos principais da ação educativa do professor é desenvolver nos alunos atitudes adequadas face à escola e às matérias disciplinares de modo a facilitar ou potenciar a sua aprendizagem. Logo, os estudos que aprofundem e apresentem resultados que permitam compreender as atitudes perante uma certa disciplina, e que variáveis influenciam essas mesmas atitudes, pode representar um relevante instrumento na ação educativa do professor, uma vez que permite verificar se os alunos gostam ou não da referida disciplina e ainda qual a melhor forma de modificar, no sentido positivo, essas mesmas atitudes (Pereira, 2008). Devido a este facto a nossa investigação irá se debruçar sobre a temática referente às atitudes dos alunos face à Educação física.

Há muitos fatores que podem influenciar a aprendizagem do aluno. A questão-chave na pesquisa educacional é o de identificar e compreender como esses fatores influenciam o desempenho do aluno. É necessário, por exemplo, haver uma criação de um ambiente positivo de aprendizagem que pode afetar tanto as atitudes dos estudantes como a aprendizagem do aluno. A valorização de atitudes positivas, portanto, é uma das componentes-chave que tem impacto na aprendizagem do aluno. Os alunos que se sentem confiantes e confortáveis no ambiente de aprendizagem podem apresentar um maior interesse em realizar uma tarefa de aprendizagem (Subramaniam e Silverman, 2007). Assim sendo, é possível afirmar que a promoção de atitudes positivas face às Atividades Físicas é umas das finalidades da Educação Física (Santos, 2001).

Antes de mais, é preciso delimitar um conceito tão vago como este que se designa de “atitudes”. As atitudes sempre foram um tema de certa controvérsia na comunidade científica, devido ao facto de não haver uma definição consensual, ou seja, existem diversos autores que se debruçam sobre esta matéria e têm visões um

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pouco divergentes (Pereira, 2008). Mas nesta investigação que nos propomos a fazer, iremos adotar a definição de Eagly e Chaiken (1993), que indica que a atitude é um constructo hipotético referente à tendência psicológica que é expressada através de uma avaliação favorável ou desfavorável de uma pessoa particular, comportamento, crença ou coisa. Resumindo os pontos essenciais a reter desta definição são: as atitudes não são diretamente observáveis e expressam-se sempre por um julgamento avaliativo.

Na nossa investigação iremos utilizar a variável “sexo” pois a literatura sugere o estudo dos pensamentos sob a perspetiva do desenvolvimento humano, uma vez que jovens de diferentes idades possuem distintas conceções de habilidade e formulam diferentes atribuições para o sucesso/insucesso da aprendizagem. Da mesma forma os estudos têm mostrado diferenças de perceções e interesses em função do gênero dos alunos (Henrique, 2004).

Além disso, a sociedade é obsessiva no estereótipo, relacionado com o gênero, correspondendo a um modelo comportamental masculino e feminino estereotipado e consequentemente as mulheres tendem a ser estereotipadas como menos competentes atleticamente que os homens (Eccles e Harold, 1991), pois ao longo do tempo foram construídos mitos sobre a habilidade do sexo baseado nas suas biologias (Williamson, 1996 cit. por Santos, 2001). Assim sendo iremos tentar aprofundar mais esta temática com os nossos resultados.

Outro ponto fulcral na nossa investigação, é o facto de se pretender comparar as atitudes dos alunos dos diferentes ciclos de ensino (2º ciclo; 3º ciclo e secundário). A escolha desta variável dependente prende-se no facto de não haver muita produção científica utilizando esta variável na área em questão, visto que a maioria das investigações sobre as atitudes dos alunos em relação à Educação Física tem procurado saber: (1) se essas atitudes são predominantemente favoráveis ou desfavoráveis; (2) se os alunos gostam da referida disciplina; (3) se os alunos consideram a Educação Física uma disciplina importante no currículo escolar ou na sua formação; (4) se existem diferenças na atitude face à Educação Física entre os alunos do sexo masculino e os do sexo feminino (Pereira, 2008).

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Atitude dos alunos face à Educação física

Introdução

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A última variável utilizada será o nível socioeconómico, pois é uma variável que nos desperta uma particular atenção visto não haver um total consenso na literatura atual acerca da sua influência sobre as atitudes dos alunos face à Educação Física, existindo autores defendendo que alunos de estatutos socioeconómicos mais baixos, poderão ter atitudes menos positivas em relação à Educação Física quando comparadas com alunos de estatuto mais elevados (Johnston, Delva e O’Malley, 2007), e outros que apresentam resultados que apoiam a teoria de não haver diferenças entre os estatutos acerca das atitudes face à Educação Física (Pereira, 2008; Pereira, Costa e Diniz, 2009). Assim, pretendemos ao incluir esta variável tentar elucidar com os nossos resultados as possíveis questões relativas a este tema.

Introduzida então a temática da nossa investigação e apresentada a pertinência desta, são identificados de seguida os objetivos do nosso estudo:

- Analisar as atitudes dos alunos face à Educação Física;

- Examinar diferenças de atitudes, em função do: género, ano de escolaridade e nível socioeconómico.

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CAPÍTULO II

Revisão da literatura

Esta revisão da literatura referente ao tema de investigação, irá de uma forma inicial abordar e definir o conceito de atitude. Posteriormente, será então apresentado e analisado o estado de arte da literatura corrente, acerca dos níveis das atitudes dos alunos face à Educação Física. Também se vai abordar no decorrer desta revisão os resultados de estudos já publicados que se relacionam com o tema e variáveis desta investigação.

Definição de atitudes

Como já foi referido, as atitudes sempre foram um tema de certa controvérsia na comunidade científica, devido ao facto de não haver uma definição consensual, ou seja, existem diversos autores que se debruçam sobre esta matéria e têm visões um pouco divergentes (Pereira, 2008).

A atitude do estudante é uma construção importante que merece atenção por parte dos professores, formadores de professores e pesquisadores. A fim de compreender as atitudes dos alunos em relação à Educação Física, as crenças dos alunos (cognitivo) e sentimentos (afeto) devem ser tidos em conta na equação. Esta visão multidimensional de atitude permite que tanto os profissionais como os pesquisadores criem bons ambientes que ajudam a nutrir e aumentar a aprendizagem do aluno. Quando os alunos se sentem confortáveis e acreditam que são competentes, e com um ambiente positivo, a aprendizagem ideal do aluno irá ocorrer. Por outro lado, se as componentes cognitivas e afetivas da atitude são afetados negativamente no ambiente de aprendizagem, as atitudes dos alunos podem-se manifestar no sentido

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Atitude dos alunos face à Educação Física

Revisão da literatura

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de não gostar ou não querem participar de atividade física (Subramaniam e Silverman, 2007).

Um aspeto que neste domínio merece ser referido é o que se refere à importância que a Educação Física pode assumir na melhoria das atitudes dos alunos. Na verdade, os resultados de vários estudos efetuados no âmbito do ensino básico põem em evidência que a prática da Educação Física escolar desenvolve uma atitude mais favorável dos alunos face à escola (Delfosse, Cloes, Ledent e Piéron, 1994).

Ao nível da conceptualização propriamente dita, deparamo-nos com numerosas definições de atitude, que abordam áreas tão diversificadas como a Psicologia, Sociologia, Antropologia e Psicossociologia.

De uma forma consensual, na literatura considera-se que as atitudes são constituídas por três componentes: cognitiva, afetiva e comportamental (Pereira, 2008).

No caso da componente cognitiva, esta refere-se às crenças e aos pensamentos que se mantém sobre o objeto da atitude (por exemplo, um aluno crer que a matéria de ensino – Judo é uma atividade física e desportiva violenta). A componente afetiva, a mais característica das atitudes, refere-se aos sentimentos de atração ou rejeição face a determinada coisa ou objeto (por exemplo, o aluno ao pensar nas aulas de Judo fica assustado). A componente comportamental diz respeito à tendência para agir de uma determinada maneira que é relevante segundo a atitude do sujeito (por exemplo, o aluno evitar ou recusar participar nas aulas da matéria de ensino – Judo) (Pereira 2008).

Diversos autores têm sugerido ainda outras definições de atitude. Para Eagly e Chaiken (1993), por exemplo, a atitude é um constructo hipotético referente à tendência psicológica que se expressa numa avaliação favorável ou desfavorável de uma pessoa particular, comportamento, crença ou coisa. Trata-se de uma definição simples que aborda as atitudes como sendo não diretamente observáveis (constructo hipotético) e expressam-se sempre por intermédio de um julgamento avaliativo. Como já foi referido, este será o significado de atitude que iremos utilizar preferencialmente ao longo do presente estudo como já foi referido.

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Indo de encontro a esta anterior definição, Gawronski (2007) numa metanálise que realizou em relação a este tema, afirmou que apesar de haver modelos que variam em maior ou menor grau no que diz respeito aos pressupostos específicos sobre o que exatamente constitui uma atitude e como as atitudes devem ser conceituadas em primeiro lugar (por exemplo, tendências internas, objeto de avaliação, associações, construções momentâneas, estados de ativação padrão), todos eles compartilham o pressuposto de que as respostas de avaliação desempenham um papel importante, se não para o papel mais importante a compreensão do comportamento social de um indivíduo.

Existem ainda outros autores que apresentam também definições simplificadas de atitudes, como é o exemplo de Hagger, Chatzisarantis e Biddle (2002) que afirmaram que a atitude representa uma avaliação psicológica de determinado objeto com base em atributos como bem-mal, benéfico-prejudicial, agradável-desagradável.

Em relação à função que as atitudes têm para um indivíduo, os autores Grunspun e Grunspun (1982) debruçaram-se sobre este tema e analisaram as funções

principais. Em primeiro lugar, os autores evidenciaram que as atitudes ajudam os indivíduos a compreender o mundo que os rodeia, simplificando uma entrada muito complexa procedente do seu meio ambiente. Em segundo lugar, as atitudes protege-os na sua autoestima, fazendo o possível para evitar verdades desagradáveis sobre si mesmo. Em terceiro lugar, ajuda-os no ajustamento, num mundo complexo, fazendo com que cada indivíduo reaja de modo a aumentar, ao máximo, suas recompensas procedentes do meio ambiente e por último as atitudes, permitem aos indivíduos expressarem os seus valores fundamentais. Portanto, as atitudes têm função explícita na economia da personalidade.

Ainda os mesmos autores referenciam que as atitudes são determinadas por uma grande variedade de forças e as pesquisas têm sido focalizadas sobre diferentes determinantes:

- Determinantes genéticos são aqueles determinados por fatores étnicos, tais como cargas de hostilidades e agressividade.

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Atitude dos alunos face à Educação Física

Revisão da literatura

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- Estados fisiológicos — As atitudes podem ser influenciados pelos estados fisiológicos. O próprio processo de maturação contribui para mudanças de atitude. Por exemplo: Uma doença física pode levar a determinadas atitudes específicas.

- Experiência direta com o objeto — Determinadas atitudes criam-se do contato direto com os objetos. O nível mais exagerado são as experiências traumáticas em doenças graves ou prolongadas, catástrofes e guerras. As atitudes que se formam por experiência direta com os objetos podem-se estabelecer de forma abrupta ou por longa exposição, e podem ser positivas ou negativas.

- Modeladas pelas Instituições — Aquelas instituições com as quais convivemos, através de sua ideologia modelam direta ou indiretamente as diversas atitudes nos diferentes grupos sociais.

- Comunicação Social — A comunicação social pode ser de forma verbal e não-verbal e vai funcionar por interação pessoa-a-pessoa ou pelos meios de comunicação social (Rádio, Jornal, televisão, etc.). Com o passar dos tempos os meios de comunicação social tornaram-se uma arma poderosa na moldagem das atitudes das pessoas.

Ainda neste âmbito, achamos ser importante abordar o estudo realizado por Samaniego e Devís, (2004), cujo objetivo era distinguir os resultados das atitudes perante o processo, e as atitudes perante os resultados, definiram que a atitude em relação ao processo considera-se como a predisposição de valorizar a atividade física em si mesmo, ou seja a predisposição face à valorização intrínseca da atividade física. As atitudes perante o resultado é definida como a predisposição para avaliar a atividade física como um meio para alcançar efeitos considerados socialmente saudáveis, entre as quais o desenvolvimento da condição física, melhor aparência, autossuperação e a vitória.

Estes autores referem que a componente cognitiva de atitude face ao resultado está relacionada com o conhecimento das características objetiváveis e quantificáveis da atividade física relacionada com a saúde. A componente afetiva da atitude para o resultado está ligado a sentimentos que ocorrem após a prática. A saúde é valorizada

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como um objetivo que é alcançada através do exercício, assim as adaptações orgânicas que são obtidas passam para um segundo plano.

Segundo estes autores as atitudes funcionam como mediadores entre as conceções acerca da atividade física e a forma como se pretende realizá-las, por isso ocupam um lugar central no estudo e promoção da atividade física.

Concluindo achamos este tema das atitudes deveras interessante pois o conhecimento das atitudes dos alunos face à Educação Física representa um relevante instrumento na ação educativa do professor, uma vez que permite verificar se os alunos gostam ou não da referida disciplina e ainda qual a melhor forma de modificar, no sentido positivo, essas mesmas atitudes.

Atitudes dos alunos face à Educação Física

Como já foi acima referido, a atitude do estudante é uma construção importante que merece atenção dos professores, formadores de professores e investigadores. Com o objetivo de se compreender as atitudes dos alunos em relação à Educação Física, as crenças dos alunos (cognitivo) e sentimentos (afeto) devem ser tidos em conta na equação. Esta visão multidimensional de atitude permite que tanto os profissionais como os investigadores criem ambientes de aprendizagem que ajudam nutrir e aumentar essa aprendizagem do aluno. Quando os alunos se sentem confortáveis e acreditam que são competentes, e com um ambiente positivo, a aprendizagem do aluno ideal irá ocorrer. Por outro lado, se as componentes cognitivas e afetivas da atitude são afetados negativamente no ambiente de aprendizagem, as atitudes dos alunos podem manifestar-se no sentido de não gostar ou não quererem participar de atividade física. (Subramaniam e Silverman, 2007).

Assim sendo, com a análise das atitudes dos alunos, é possível por exemplo, promover uma motivação autodeterminada que pode ser um meio eficaz de garantir que as aulas de Educação Física corram melhor e que por outro lado aumente a atividade física dos alunos, que é algo com benefícios para a sua saúde física e mental

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Atitude dos alunos face à Educação Física

Revisão da literatura

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(Lonsdale, Sabiston, Raedeke, Há e Sum, 2009). Posto isto, nunca é demais relembrar que, tal como afirmam os autores Sallis e Mckenzie (1991), a Educação Física devia ter como finalidade principal contribuir para a saúde pública da população e, nesse sentido promover e desenvolver atitudes positivas, quer nos programas de Educação Física, quer nas atividades físicas dos tempos livres. Aliás, tal como referem Graham, Sirard e Neumark-Sztainer (2011), adolescentes detentores de atitudes mais positivas em relação ao desporto, exercícios e fitness são mais ativos 5 e 10 anos mais tarde.

Quanto às investigações já realizadas no âmbito das atitudes dos alunos face à Educação Física, existe um consenso que na generalidade os alunos têm uma atitude positiva para com a disciplina (Pereira, 2008; Pereira, Costa e Diniz, 2009; Petrica, Grilo, Orfão e Roque, 1999; Santos, 2001).

A investigação de Santos (2001) é um exemplo do que foi acima afirmado. O autor realizou uma pesquisa, tendo como amostra 46 alunos de duas turmas do 9o ano de escolaridade do ano letivo de 2000/01, de uma escola EB 2,3 do concelho da Maia, distrito do Porto. A média das idades da amostra foi de 15,21 anos ± 0,51.

O autor apurou que os alunos gostam muito da disciplina de Educação Física, somente 25% não manifestaram um forte gosto. Quase a totalidade dos alunos consideram o benefício da saúde como a orientação principal da Educação Física.

A grande maioria dos alunos achou divertido ou muito divertido praticar desporto nas aulas de Educação Física. No entanto há 10,71% das raparigas e 5,56% dos rapazes que não manifestaram esse sentimento.

Outro principal resultado da investigação foi que os alunos cotam muito positivamente os seus sentimentos relativos à aula de Educação Física. Por outro lado, os alunos não associam sentimentos negativos a essas mesmas aulas, não as considerando aborrecidas, entediantes ou desconfortantes. Os alunos gostam de fazer as coisas, concordam que é interessante, estão concentrados e envolvidos e o tempo parece-lhes passar depressa.

Podemos dizer que os alunos apresentaram uma atitude positiva face à disciplina, expresso por quase todos, no gosto pelas atividades desportivas e na importância atribuída às suas participações. O quadro de realização destes alunos nas

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aulas de Educação Física denotou um ambiente de aprendizagem positivo para a grande maioria dos alunos.

Concluindo esta investigação apurou que os dados recolhidos no questionário da atitude dos alunos face à disciplina de Educação Física permitem afirmar que os participantes, independentemente do grupo de análise, têm uma atitude positiva face à Educação Física: gostam, consideram-na importante, percecionam o seu significado como um benefício da saúde, as suas finalidades encontram-se no gosto da prática futura, divertem-se e experimentam sentimentos positivos. Embora a atitude dos alunos variem a maioria (mais de 80%) tira prazer da situação (Santos, 2001).

Os autores Pereira, Costa e Diniz (2009) afirmaram também na sua investigação que, de um modo geral, os alunos têm uma atitude favorável face à Educação Física. Com efeito a grande maioria dos alunos aprecia ou gosta da Educação Física e das suas matérias. É menor a proporção de alunos que manifesta uma posição favorável acerca da importância da Educação Física.

Também Pereira (2008) estudou esta temática, sendo que realizou uma investigação com uma amostra de 209 alunos distribuídos por oito turmas do 9º ano de escolaridade. O autor referiu que em primeiro lugar, constou que a grande maioria dos alunos aprecia ou gosta da Educação Física e das suas matérias, bem como considera que tem prazer ou diverte-se durante as aulas dessa disciplina. Estes dados foram confirmados através da percentagem elevada de alunos que declara que concorda (totalmente ou simplesmente concorda) que gosta da disciplina de Educação Física (82.4%) e das suas matérias (71.8%), que a Educação Física é uma das suas disciplinas preferidas (64.1%), que costumam divertir-se nas aulas (80.4%) e que nas aulas de Educação Física o tempo passa rapidamente (76.3%), por um lado; e que discordam (totalmente ou apenas discordam) que normalmente se aborrecem nas aulas de Educação Física (84.9%) e que geralmente desejam que as aulas dessa disciplina terminem depressa (81.4%), por outro.

Em segundo lugar, por comparação com os resultados dos itens relativos ao gosto dos alunos pela Educação Física e suas matérias e pela sua satisfação durante as aulas dessa disciplina, verificou-se que a proporção de posições favoráveis dos

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Atitude dos alunos face à Educação Física

Revisão da literatura

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estudantes acerca da importância da Educação Física reduz-se de uma forma assinalável. Com efeito, observa-se que cinco em cada dez alunos dizem “concordar” que a Educação Física é uma disciplina importante para a sua formação global, assim como referem que “concordam” que a Educação Física é tão importante quanto as outras disciplinas.

Aproximadamente quatro em cada dez alunos declarou que “discorda” que, em comparação com as outras disciplinas, a Educação Física é uma das menos importantes para a sua formação global.

O terceiro aspeto concluído na investigação e que ressalta da conjugação dos dois anteriores, é que os alunos apresentam dum modo geral uma atitude favorável relativamente à Educação Física.

Em suma, o estudo de um modo geral evidenciou que os alunos têm uma atitude favorável em relação à Educação Física. Com efeito, a grande maioria dos alunos aprecia ou gosta da disciplina e das suas matérias, bem como considera que tem prazer ou diverte-se nas aulas dessa disciplina. É menor a proporção de alunos que manifesta uma posição favorável acerca da importância da Educação Física. Apenas aproximadamente metade dos alunos afirma “concordar” que a Educação Física é importante para a sua formação global e que esta disciplina é tão importante quanto as outras disciplinas (Pereira, 2008).

Em forma de conclusão desta parte da revisão da literatura, foi possível verificar que de uma forma geral os alunos tendem a ter uma atitude positiva face à Educação Física. Com estes resultados observados na literatura, será de esperar que as nossas conclusões acerca do tema, vão de encontro ao que já foi apresentado.

Diferenças de género

Uma variável dependente que decidimos inserir no nosso estudo é a variável “sexo”. Esta é uma variável que se encontra em diversas investigações nesta área em questão, sendo que nem sempre existe um consenso sobre diferenças

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estatisticamente significativas entre os dois gêneros, mesmo que, como vamos ver de seguida os valores obtidos pelas pesquisas, tendem a referir várias vezes que o sexo masculino possui uma atitude mais positiva sobre a disciplina de Educação Física.

Uma das razões por optarmos inserir esta variável reside no facto de a literatura sugerir o estudo dos pensamentos sob a perspetiva do desenvolvimento humano, uma vez que jovens de diferentes idades possuem distintas conceções de habilidade e formulam diferentes atribuições para o sucesso/insucesso da aprendizagem. Da mesma forma os estudos têm mostrado diferenças de perceções e interesses em função do gênero dos alunos (Henrique, 2004).

É de realçar que a variável sexo define-se como uma variável a ser estudada, visto também alguns estudos mostrarem que as diferenças de aprendizagem por género são uma consequência de expetativas culturais e da sociedade e não de diferenças naturais (Eccles e Harold, 1991). Desta forma e tendo em atenção ao que foi dito anteriormente, a família que sofre influências culturais, segundo Grunspun e Grunspun (1982), esta desempenha um papel importante, pois é o transformador do organismo biológico do ser humano e antes de outras instituições começarem a moldar o indivíduo, a família já realizou essa transformação. Ou seja, o material biológico transformado sofre as influências culturais a que a família pertence.

A sociedade é obsessiva no estereótipo, correspondendo a um modelo comportamental masculino e feminino estereotipado e consequentemente as mulheres tendem a ser estereotipadas como menos competentes atleticamente que os homens (Eccles e Harold, 1991), pois ao longo do tempo foram construídos mitos sobre a habilidade dos sexos baseado nas suas biologias (Williamson, 1996, cit. por Santos, 2001).

Em relação a pesquisas realizadas com a variável, temos o exemplo de Pereira, Costa e Diniz (2009), que na sua pesquisa utilizaram uma amostra de 198 alunos do 9º ano de escolaridade e verificaram existirem diferenças significativas nas atitudes face à Educação Física entre os alunos do sexo masculino e feminino (t= -2.888; g.l= 196; p= .004) sendo que os primeiros manifestam uma atitude mais favorável que os últimos.

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Atitude dos alunos face à Educação Física

Revisão da literatura

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Os autores chegaram mais longe afirmando que as diferenças significativas existentes entre os diferentes sexos em relação às atitudes face à disciplina, poderiam estar relacionadas com elementos culturais.

Santos (2001) encontrou na sua pesquisa com alunos do 9º ano de escolaridade, diferenças entre os sexos, sendo que os seus resultados demonstraram o seguinte: as raparigas consideraram suficiente a carga horária. Ao contrário dos rapazes, quase 3/4 considerou serem poucas aulas. As raparigas manifestaram uma diminuição do interesse nos saltos em ginástica expressa no gosto e um aumento das baixas perceções de competência comparativamente com os rapazes. Os rapazes e as raparigas têm opiniões diferentes para o número de horas da Educação Física. As raparigas consideram as três horas semanais suficientes e os rapazes insuficientes.

Existiu uma variação de interesse no género, nas atividades desportivas, nas dimensões do gosto e na perceção de competência. As raparigas demonstraram variações positivas e negativas no gosto e nas perceções de competências e os rapazes tiveram variações negativas no gosto e na atribuição de perceção de competência.

O interesse dos alunos é diferenciado pelo género nas atividades desportivas e nas unidades estudadas. Os rapazes gostam mais pela alegria que a competição proporciona, têm uma maior perceção de competência positiva e consideram mais importante nas razões da aptidão. As raparigas classificam mais o gosto pelos aspetos sociais, pelo professor, pelo divertimento e menos pela competição (Santos, 2001).

Também Pereira (2008) encontrou diferenças entre os gêneros, demonstrando que os alunos do sexo masculino apresentaram uma orientação para o ego e uma perceção de competência em Educação Física mais elevada, bem como uma atitude mais favorável face à Educação Física que os alunos do sexo feminino.

Outro autor que se debruçou sobre este assunto foi Brandão (2002), que no seu estudo com 410 estudantes, apurou que apesar de na sua amostra 68,13% de raparigas e 83,44% de rapazes optassem por ter Educação Física, consideraram a percentagem de alunos que diz não querer frequentar esta disciplina (31,87% para raparigas; 16,56% para rapazes), particularmente o género feminino, relativamente elevada e preocupante. Estes resultados fizeram com que o autor concluísse que

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apesar de haver uma atitude positiva dos alunos para com a disciplina de uma forma geral, uma vez que 74,02% dos alunos escolheriam frequentar a disciplina, estes resultados sugerem, também, uma atitude manifestamente mais positiva por parte dos alunos do género masculino e uma atitude menos favorável por parte dos alunos do género feminino, face à Educação Física Escolar. Outras diferenças entre sexos encontradas no estudo foram as seguintes: os rapazes frequentemente associam e valorizam, mais do que as raparigas, o sentimento favorável que nutrem pela Educação Física à perceção de êxito nas atividades. As raparigas valorizam o processo de avaliação justo na disciplina e a boa organização da aula.

Em forma de síntese, os alunos do sexo masculino caracterizaram-se por apresentarem uma atitude mais favorável face à Educação Física, existindo diferenças estatisticamente significativas na orientação para o ego no contexto da Educação Física, perceção de competência nessa disciplina e perceção dos resultados que normalmente obtêm na Educação Física entre os alunos do sexo feminino e os do sexo masculino, apresentando estes últimos sujeitos níveis mais elevados nessas três variáveis.

É importante realçar que quando se investiga sobre diferenças de sexos, é necessário ter sempre cuidado em relação às diferenças culturais visto que as perceções acerca dos estereótipos dos gêneros pode derivar entre culturas, mas é sempre importante numa investigação desta natureza apresentar também dados obtidos em nações mais distantes e culturas diferentes, como é o caso de um estudo realizado com uma amostra aleatória de estudantes (N= 860) de oito escolas chinesas de ensino médio, sendo que 421 (48,40%) era alunos do sexo feminino e 439 (50,50%) do sexo masculino.

Os resultados do estudo revelaram que os rapazes e raparigas no Oriente apresentaram diferenças na valorização da Educação Física e performances na aprendizagem e avaliação de resultados. A pesquisa demonstrou que os alunos do sexo masculino do ensino médio atribuem maior utilidade e valor intrínseco à Educação Física, tendo uma experiência mais positiva das aulas. (Ding, Sun e Chen, 2011).

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Atitude dos alunos face à Educação Física

Revisão da literatura

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Mas tal como já afirmamos, não existe apenas resultados que aprovam haver diferenças estatisticamente significativas entre os sexos, existem autores como Petrica, Grilo, Orfão e Roque, (1999) que numa investigação com 782 estudantes do ensino básico não encontrou diferenças estatisticamente significativas entre os sexos quanto às atitudes perante a Educação Física.

Outro estudo que entra em coerência com o anterior, foi uma pesquisa com abordagem multicultural, (Tannehill e Zakrajsek, 1993 cit. por Henrique, 2004) onde foi administrado um questionário a 366 alunos do ensino médio e secundário norte-americano (middle and High school) em três escolas urbanas conhecidas por possuir um expressivo número de estudantes de várias etnias. As autoras pretendiam conhecer a atitude desses alunos face à Educação Física e ao desporto. Os resultados mostraram que 57% dos alunos consideraram a disciplina importante para a sua formação, não tendo sido notada diferenças significativas entre gêneros e graus de ensino. O envolvimento social (fazer amigos) e a intenção de manter a forma física foram os motivos que mais contribuíram para o gosto pela disciplina. Na opinião dos alunos, as metas mais importantes da disciplina foram a melhoria da forma física, o desenvolvimento de habilidades desportivas, a prática do desporto individual e coletivo e de jogos recreativos.

Em suma, como já foi referido, existem resultados sobre esta temática que se confrontam, na medida em que autores defendem existirem diferenças significativas entre os sexos, enquanto que outros apresentam resultados contrário. É de realçar que quando são encontradas diferenças, é o sexo masculino que tende a ter uma atitude mais positiva acerca da Educação Física. Posto isto, esperamos que com os nossos resultados seja possível elucidar este dilema do conhecimento científico.

Diferença entre ano de escolaridade

Em relação à variável referente aos anos de escolaridade dos alunos, a literatura atual tende a encontrar resultados que evidenciam o facto que à medida que

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os anos letivos aumentam, as atitudes positivas em relação à Educação Física tem tendência a diminuir (Johnston, Delva e O’Malley, 2007; Subramaniam e Silverman, 2007). Uma explicação plausível para isso é a repetição das mesmas atividades a cada ano no currículo da Educação Física. Quando os estudantes vão avançando no seu ciclo de estudos, a falta de interesse devido à natureza repetitiva das atividades é composta, e ocorre um posterior declínio no componente afetivo da atitude (Subramaniam e Silverman, 2007). Assim sendo, segundo os mesmos autores, os professores de Educação Física que assumem que trabalham com o mesmo tipo de jogos e atividades, independentemente do nível de ensino podem ter a necessidade de repensar o seu currículo.

Os autores defendem também que os professores para combaterem esta falta de interesse, podem usar abordagens de descoberta/resolução de problemas através de tarefas como planeamento de melhoria de estratégia, ou revisão de vídeos com o desempenho dos alunos e delinear formas de a melhorar. Além disso, os professores podem também apresentar oportunidades para os alunos tomarem decisões, e assumirem a responsabilidade pela atividade.

Outra investigação acerca do tema foi realizada poe Johnston, Delva e O’Malley (2007) que pretenderam determinar os níveis atuais de Educação Física e participação em desportos entre os estudantes americanos do ensino médio. Os autores verificaram que as taxas de participação efetiva de estudantes nas aulas de Educação Física, diminuíram substancialmente entre o 8 º e 12 º ano. Os diretores da escola inquiridos no estudo, estimaram que mais de 90% dos alunos do 8º ano, participa nas aulas de Educação Física, em comparação apenas 34% dos alunos do 12 º o fazem. Estes resultados demonstram o desinteresse dos alunos nas aulas de Educação Física à medida que avançam na escolaridade.

É de realçar que os autores alertaram que este acentuado declínio na participação da Educação Física entre o 8 º e 12 º ano, de 91% a 34% de participação deve ser motivo de séria preocupação, tendo em conta a epidemia de obesidade que afeta o seu país. Mais de um terço dos alunos do 10 º ano e dois terços do 12º ano, que poderia estar a auferir de exercício regular no contexto do currículo de Educação

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Atitude dos alunos face à Educação Física

Revisão da literatura

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Física escolar, não recebe. Além disso, não houve aumento compensatório entre os diversos graus de participação em desportos que poderiam compensar os efeitos sobre a aptidão física ou bem-estar geral.

É necessário também alertar que estes últimos resultados apresentados, foram obtidos num país em que o currículo escolar é diferente de Portugal, mas é sempre importante apresentar estas conclusões, que por vezes também são possíveis comparar com a nossa realidade.

Outro estudo na área foi o de Subramaniam e Silverman (2007), que teve como objetivo determinar as atitudes dos estudantes do ensino médio para a Educação Física utilizando um instrumento de atitude baseada na teoria de atitude. Além disso, a investigação procurou também verificar se o sexo e o ano escolar influenciam o nível de atitudes dos alunos em relação ao assunto. Os participantes do estudo foram os alunos (n= 995) de 6º ano (12 anos), 7ºo (13 anos) e 8º (14 anos) provenientes de três escolas de ensino médio em dois distritos escolares dos Estados Unidos.

Em geral, todos os alunos tinham atitudes moderadamente positivas em relação à Educação Física. Houve, no entanto, um declínio nos valores de atitude à medida que os alunos evoluíram em nível de graduação. Graus mais elevados apresentaram menores valores médios.

A análise de dados descritiva indicou que houve uma influência no nível de grau de escolaridade em relação às atitudes para com a disciplina de Educação Física, na medida em que o nível de ensino aumentou e a pontuação média de atitude começou a diminuir (6º ano: M= 73:27, sd= 16:80; 7º ano: M= 71:17, sd= 16:39; 8º ano: M= 67: 66, sd= 16:45).

Os autores desta investigação realçaram também a importância dos profissionais e pesquisadores encontrarem maneiras práticas de ajudar os alunos nos graus superiores a ficar mais aliciados na Atividade Física, estimulando e capacitando-os. As atividades físicas que os alunos se envolvem durante a Educação Física deve ser pessoalmente significativa e os alunos devem se sentir como participantes ativos no processo de aprendizagem.

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Como foi possível observar, na literatura atual existe um certo consenso em relação à influência dos anos de escolaridade na atitude dos alunos face à Educação Física, pois à medida que a escolaridade aumente a atitude tende a ser menos positiva. Com isto, é esperado que os resultados da nossa investigação estejam de acordo com os resultados já obtidos no seio da investigação científica.

Diferenças entre estatutos socioeconómicos

A variável referente ao estatuto socioeconómico dos alunos também será inserida na nossa investigação, se bem que não existe um total consenso na literatura acerca da sua influência nas atitudes dos alunos sobre a disciplina de Educação Física. Existem autores como Johnston, Delva e O’Malley (2007) que afirmam que os alunos de estatutos socioeconómicos mais baixos, poderão ter atitudes menos positivas em relação à Educação Física quando comparadas com alunos de estatutos mais elevados, pois estes últimos têm os recursos para ingressar em escolas privadas, ou viver em distritos escolares que oferecem mais oportunidades para o seu envolvimento nos desportos interescolares tendo assim melhores oportunidades, mais participação e consequentemente melhor atitude perante a disciplina.

Também (Siedentop, 1998, cit. por Henrique, 2004), afirma que os alunos socioeconomicamente débeis chegam habitualmente à escola com menos habilidades de base, estando também em desvantagem na concentração, persistência na realização das tarefas e paciência na hora de receber uma gratificação. Ainda de acordo com o autor, perante estas desvantagens, os referidos alunos adotam frequentemente uma atitude negativa em relação à escola e um baixo nível de confiança nas suas habilidades para aprender por si mesmos.

Foi com base neste pressuposto que Pereira (2008) estabeleceu no seu estudo a hipótese que existem diferenças significativas nos processos de pensamento em Educação Física entre alunos oriundos dos vários estratos socioeconómicos. Esta hipótese não foi confirmada. Os dados da investigação indicaram que o nível

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Atitude dos alunos face à Educação Física

Revisão da literatura

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socioeconómico da família dos alunos não é um fator que influencia os seus processos de pensamento em Educação Física. É de realçar que apesar de não ser atitudes propriamente ditas, a variável em que o autor encontrou resultados significativos, foi a orientação para a tarefa onde os alunos de estrato socioeconómico baixo apresentaram um nível de orientação para a tarefa no contexto da disciplina inferior à média, enquanto que os da classe média manifestaram nessa mesma variável valores mais elevados do que o conjunto da amostra.

Ainda em relação a esta variável, o autor apurou que o nível socioeconómico dos alunos influencia as variáveis satisfação face às aulas e orientação para a tarefa no contexto da Educação Física. Os alunos de nível socioeconómico baixo apresentam um menor nível de orientação para a tarefa e um maior grau de satisfação face às aulas do que o conjunto da amostra, enquanto os da classe média manifestam uma orientação para a tarefa no âmbito da Educação Física superior à média.

O autor realçou ainda que apesar de no seu trabalho, o nível socioeconómico da família dos alunos não influenciar os seus processos de pensamento no âmbito da Educação Física, no ensino geral, alguns dos processos de pensamento dos alunos que examinámos (atitudes, motivação, auto-conceito) surgem associados às características sociais das suas famílias, sendo normalmente esses processos favoráveis aos sujeitos de nível socioeconómico mais elevado. Normalmente os alunos oriundos das classes sociais mais desfavorecidas têm ambientes familiares intelectualmente pouco estimulantes. Todos estes aspetos têm, no contexto do ensino geral, repercussões negativas em alguns dos processos de pensamento dos alunos de origem socioeconómica mais baixa, bem como no seu desempenho escolar.

O autor afirma ainda que todavia, ao contrário do que acontece no ensino geral, é possível que na Educação Física, pela especificidade da disciplina (é uma disciplina prática, com uma dimensão corporal forte e acompanhada de uma componente lúdica), os aspetos que diferenciam os alunos dos vários estratos sociais, como as competências linguísticas, os modelos de vida e o ambiente cultural e familiar, não exerçam uma influência determinante nos seus processos de pensamento, nem sejam decisivos no seu sucesso na aprendizagem. A Educação Física e o desporto

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podem até contribuir para a valorização de alguns processos de pensamento dos alunos socioeconomicamente mais débeis.

Como já foi acima referido este tema do estatuto socioeconómico é um pouco controverso devido à falta de consenso geral. Apesar de haver estudos que afirmam existirem diferenças entre os diferentes estatutos nas atitudes dos alunos face à Educação Física, existem outros, como o acima apresentado que contraria essa teoria. É de realçar que não é um caso isolado, pois existem outras investigações que vão ao encontro das conclusões obtidas por Pereira (2008), tal como a investigação realizada por Pereira, Costa e Diniz (2009) com198 alunos do 9º ano de escolaridade que concluiu que não existiram diferenças estatisticamente significativas entre os diferentes estatutos socioeconómicos.

Concluindo, pretendemos que a nossa investigação elucide a comunidade científica acerca da influência do estatuto socioeconómico na atitude dos alunos face á Educação Física, visto este ser ainda um tema controverso.

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Atitude dos alunos face à Educação Física

Metodologia

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CAPITULO III

Metodologia

Neste capítulo será realizado em primeiro lugar a caracterização da amostra, seguidamente, serão apresentados e descritos os instrumentos utilizados e por último as variáveis utilizadas na nossa investigação.

Amostra

Participaram no estudo 323 alunos, sendo que 104 pertenciam ao 6º ano de escolaridade (32.2%), 107 ao 9º ano (33.1%) e 112 ao 11º ano de escolaridade (34.7%). Em relação ao género, é o feminino que está em maior número na nossa amostra com 184 alunos (57%), enquanto o masculino encontrou-se com 139 indivíduos (43%). Quanto à idade os sujeitos da amostra demonstraram ter uma média de 14,18 anos, sendo que a idade mínima foi 11 e a máxima 18. Por último, em relação ao estatuto socioeconómico, verificamos que mais de metade da amostra (58,8%) provém de famílias de classe baixa com 190 alunos, de seguida encontra-se a classe média com 108 alunos (33,4%) e por último a classe alta como 25 alunos (7,7%).

Instrumentos utilizados

Questionário descritivo sociodemográfico

Este questionário foi propositadamente construído para este estudo sendo que pretende recolher dados referentes ao sexo, idade, região, ano de escolaridade, e profissões e habilitações académicas dos pais. Estas duas últimas informações

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estiveram presentes no nosso estudo para nos ser possível estabelecer o nível socioeconómico da família do aluno.

Questionário de Atitudes dos Alunos face à Educação Física (QAAEF)

Em relação ao questionário utilizado nesta investigação para medir as atitudes dos alunos, iremos usar o Questionário de Atitudes dos Alunos face à Educação Física (QAAEF) que foi utilizado e validado por Pereira, Costa e Diniz (2009). A utilização deste questionário prende-se no facto de já estar validado para a população portuguesa, sendo que a amostra utilizada para essa mesma validação foram os estudantes, assemelhando-se dessa forma à amostra que irá também por nós ser utilizada.

O estudo da validade do QAAEF centrou-se na determinação da validade de constructo desse instrumento. Por sua vez, a validade de constructo do referido questionário foi avaliada através de uma análise fatorial de componentes principais com rotação ortogonal dos eixos (varimax). A aplicação desta técnica revelou-se adequada (KMO= .914; teste de Esfericidade de Bartlett= 3040.17, p= .001). Na análise fatorial utilizaram-se os seguintes critérios: a) número de fatores – mantiveram-se apenas aqueles que tinham um valor próprio (eigen-value) igual ou superior a um (critério de Kaiser); na saturação dos itens nos fatores – consideraram-se só os itens que tinham correlações maiores que .40 com um fator.

A análise fatorial do questionário identificou a existência de dois fatores com valores próprios superiores à unidade, que explicam, no seu conjunto, 67.5% da variância total dos resultados.

O fator I, responsável por 55.2% da variância, era constituído por todos os itens que integram as dimensões “gosto pela disciplina de Educação Física e suas matérias” e “satisfação/prazer nas aulas de Educação Física”. Os 7 itens do fator I apresentaram saturações que oscilam entre .643 para o item número 1 (Costumo divertir-me nas aulas de Educação Física) e .808 para o item número 3 (Gosto da disciplina de Educação Física).

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Atitude dos alunos face à Educação Física

Metodologia

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O fator II, que explicava 12.3% da variância dos resultados, engloba os 3 itens da dimensão “importância da disciplina”. Os 3 itens do fator II revelam saturações que variam entre .815 para o item número 8 (A Educação Física é tão importante quanto as outras disciplinas) e .841 para o item número 10 (Comparativamente às outras disciplinas, a Educação Física é das menos importantes para a minha formação global).

Os dados acima referidos, permitem-nos dizer que o QAAEF tem uma estrutura assente em dois fatores. O fator (I) está relacionado com o gosto dos alunos pela Educação Física e a sua satisfação com as aulas dessa disciplina. O outro fator (II) prende-se com aspetos associados às atitudes dos alunos face à importância da disciplina de Educação Física no seu processo de formação.

Para avaliar a fidelidade do instrumento procedeu-se ao cálculo da consistência interna e à determinação da estabilidade temporal, quer da globalidade do questionário, quer de cada um dos dois fatores encontrados na análise fatorial.

A consistência interna do questionário e dos seus dois fatores foi examinada através do coeficiente alpha de Cronbach. Os valores desses coeficientes foram de .91, .90 e .83, respetivamente para a globalidade do questionário, fator I e fator II. Por conseguinte, podemos afirmar que os coeficientes alpha de Cronbach do QAAEF e dos seus dois fatores são aceitáveis, segundo os estudos de Cronbach (1951;2004).

Com o objetivo de analisar a estabilidade temporal do questionário e dos seus dois fatores foi utilizado o método de teste-reteste. Assim, instrumento foi aplicado duas vezes, com cerca de um mês de intervalo. As correlações registadas entre os resultados das duas aplicações foram satisfatórias não só para o caso da generalidade do questionário (r= .77), mas também para os dois fatores (r= .78 para o fator I; r= .74 para o fator II).

Antes de concluirmos parece-nos conveniente relembramos as características gerais do QAAEF. Assim, este instrumento é constituído por 10 itens, dos quais 7 reportam-se ao “gosto pela Educação Física e suas matérias” e “satisfação/prazer nas aulas da disciplina”, enquanto que os restantes 3 se referem à “importância da Educação Física”. Dos 10 itens do instrumento, 7 estão formulados na positiva e 3 na negativa.

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Para cada item existem cinco possibilidades de resposta, diferenciadas nos seguintes termos: 1 – discordo totalmente, 2 – discordo, 3 – nem concordo nem discordo, 4 – concordo e 5 – concordo totalmente. Sendo assim a pontuação da escala pode variar entre os 10 e os 50 pontos.

Variáveis

As variáveis independentes desta investigação são: sexo, ano curricular e o nível socioeconómico.

No que respeita ao ano curricular em que se encontra matriculado, este estudo contemplou apenas 3 anos de escolaridade, nomeadamente: 6º, 9º e 11º ano. Estes anos foram selecionados para a nossa investigação pois objetivamos abranger na nossa amostra tanto o ensino básico como o secundário. Quanto ao nível socioeconómico, decidimos na nossa investigação dividir em 3, sendo estes o baixo, médio e alto. De forma a definirmos os estatutos, baseamo-nos nas profissões e habilitações económicas dos pais dos alunos.

Partindo para as variáveis dependentes, para o nosso estudo temos as atitudes, sendo que foram utilizadas para as comparações de médias, as duas dimensões deste constructo (“gosto pela Educação Física e suas matérias” e “satisfação/prazer nas aulas da disciplina”; “importância da Educação Física”) e com a soma dos 10 itens da escala, também se avaliou a atitude de uma forma geral, ou seja, se esta é simplesmente positiva ou negativa em relação à Educação Física.

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Atitude dos alunos face à Educação Física

Resultados

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CAPÍTULO IV

Resultados

Neste capítulo dos resultados, em primeiro lugar, serão apresentados os resultados referentes à análise das propriedades psicométricas da escala QAAEF, para esse efeito foram calculados o skewness e kurtosis e verificada a consistência interna através do alfa de cronbach. De seguida, serão apresentados os valores relativos às respostas dos alunos a nível das suas atitudes face à disciplina, através dos valores médios obtidos pelos alunos nas diversas questões e das percentagens de distribuição das respostas dadas pelos estudantes a cada um dos itens do questionário. Por último, serão apresentados os valores obtidos a partir das comparações de médias entre os diferentes sexos, anos curriculares e níveis socioeconómicos.

Atitude dos alunos face à Educação Física

Em relação às atitudes dos alunos face à Educação Física aprofundámos as seguintes temáticas: 1- gosto dos alunos pela Educação Física e suas matérias, bem como a satisfação/prazer dos mesmos nas aulas dessa disciplina; 2- importância da Educação Física.

Ao examinar os resultados, vamos analisar em primeiro lugar, os valores médios obtidos pelos alunos nas diversas questões, de seguida, vamos apresentar as percentagens de distribuição das respostas dadas pelos estudantes a cada um dos itens do questionário.

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Quadro 1: Valores médios de resposta às questões do QAAEF

Itens Média DP Gosto pela Educação Física e suas matérias – Satisfação/prazer nas aulas

(1) Costumo divertir-me nas aulas de Educação Física 4.33 .767 (3) Gosto da disciplina de Educação Física 4.45 .800 (4) Parece que nas aulas de Educação Física o tempo passa rapidamente 4.43 .814 (5) Gosto das matérias (Andebol, Ginástica, Futebol, etc.) da disciplina de

Educação Física 4.26 .845

(6) A Educação Física é uma das minhas disciplinas preferidas 4.01 1.176 (7) Normalmente aborreço-me nas aulas de Educação Física (*) 4.33 .990 (9) Geralmente desejo que as aulas de Educação Física terminem depressa (*) 4.31 1.055

Importância da Educação Física

(2) A Educação Física é uma disciplina importante para a minha formação

global 4.11 .916

(8) A Educação Física é tão importante quanto as outras disciplinas 3.72 1.112 (10) Comparativamente às outras disciplinas, a Educação Física é uma das

menos importantes para a minha formação global (*) 3.61 1.199 (*) – Itens formulados de forma negativa

Podemos verificar no quadro 1, que os valores médios obtidos pelos alunos nas questões referentes ao gosto pela Educação Física e suas matérias e à satisfação/prazer nas aulas variaram entre 4.01 e 4.45. Podemos dizer que os valores médios são altos pois são superiores a quatro e poderiam ir de 1 até 5 pontos. É importante realçar que, todos os valores ultrapassam os 4 pontos.

Relativamente aos valores médios obtidos pelos alunos nas questões referentes à importância da Educação Física, podemos dizer que também são altos, na medida em que, variaram entre 3.61 e 4.11. No entanto, verificamos que os valores alcançados pelos alunos nas questões sobre a importância da Educação Física, são na sua maioria ligeiramente inferiores aos valores alcançados nas questões sobre o gosto pela Educação Física e suas matérias e a satisfação/prazer nas aulas.

De seguida, vamos analisar a distribuição das respostas dadas pelos alunos a cada uma das questões, de forma a observarmos de uma forma mais pormenorizada as atitudes dos alunos face à Educação Física.

O quadro 2 mostra a distribuição das respostas dadas pelos alunos a cada uma das 10 questões que pertencem ao questionário de atitudes face à Educação Física.

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Atitude dos alunos face à Educação Física

Resultados

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Iniciaremos com as questões referentes ao gosto pela Educação Física e suas matérias e à satisfação/prazer nas aulas, seguidamente analisaremos as questões referentes à importância da Educação Física.

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Quadro 2: Percentagens de distribuição das respostas do QAAEF

Itens N %

(1) Costumo divertir-me nas aulas de Educação Física

Concordo totalmente 154 47.7

Concordo 131 40.6

Nem discordo nem concordo 32 9.9

Discordo 3 0.9

Discordo totalmente 3 0.9

Total 323 100

(2) A Educação Física é uma disciplina importante para a minha formação global

Concordo totalmente 127 39.3

Concordo 128 39.6

Nem discordo nem concordo 50 15.5

Discordo 13 4.0

Discordo totalmente 5 1.5

Total 323 100

(3) Gosto da disciplina de Educação Física

Concordo totalmente 196 60.7

Concordo 85 26.3

Nem discordo nem concordo 36 11.1

Discordo 3 0.9

Discordo totalmente 3 0.9

Total 323 100

(4) Parece que nas aulas de Educação Física o tempo passa rapidamente

Concordo totalmente 192 59.4

Concordo 89 27.6

Nem discordo nem concordo 34 10.5

Discordo 5 1.5

Discordo totalmente 3 0.9

Total 323 100

5) Gosto das matérias (Andebol, Ginástica, Futebol, etc.) da disciplina de

Educação Física

Concordo totalmente 151 46.7

Concordo 117 36.2

Nem discordo nem concordo 45 13.9

Discordo 7 2.2

Discordo totalmente 3 0.9

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Atitude dos alunos face à Educação Física

Resultados

29

Itens N %

(6) A Educação Física é uma das minhas disciplinas preferidas

Concordo totalmente 154 47.7

Concordo 75 23.2

Nem discordo nem concordo 50 15.5

Discordo 31 9.6

Discordo totalmente 13 4.0

Total 323 100

(7) Normalmente aborreço-me nas aulas de Educação Física (*)

Concordo totalmente 8 2.5

Concordo 15 4.6

Nem discordo nem concordo 29 9.0

Discordo 81 25.1

Discordo totalmente 190 58.8

Total 323 100

(8) A Educação Física é tão importante quanto as outras disciplinas

Concordo totalmente 98 30.3

Concordo 94 29.1

Nem discordo nem concordo 88 27.2

Discordo 30 9.3

Discordo totalmente 13 4.0

Total 323 100

(9) Geralmente desejo que as aulas de Educação Física terminem depressa (*)

Concordo totalmente 14 4.3

Concordo 9 2.8

Nem discordo nem concordo 34 10.5

Discordo 73 22.6

Discordo totalmente 193 59.8

Total 323 100

(10) Comparativamente às outras disciplinas, a Educação Física é uma das

menos importantes para a minha formação global (*)

Concordo totalmente 16 5.0

Concordo 45 13.9

Nem discordo nem concordo 89 27.5

Discordo 73 22.6

Discordo totalmente 100 31.0

Total 323 100

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Tal como referido anteriormente, vamos iniciar a análise às sete questões relacionadas com o gosto dos alunos pela Educação Física e suas matérias e a satisfação/prazer destes nas aulas daquela disciplina.

Como verificámos no quadro 2, quando perguntámos aos alunos se “costumo divertir-me nas aulas de Educação Física”, a maior parte dos alunos refere que “concorda totalmente” (47.7%) ou “concorda” (40.6%), ou seja (88.3%). Existem (9,9%) dos alunos que “nem concorda nem discorda” com esta afirmação. Apenas uma pequena parte dos alunos responderam que “discordam totalmente” (0.9%) ou “discordam” (0.9%), ou seja (1.8%), que costumam divertir-se nas aulas de Educação Física.

Quando perguntamos aos alunos se gostam da disciplina de Educação Física, (60.7%) dizem “concordar totalmente” e (26.3%) declaram “concordar”, ou seja a grande maioria dos alunos (87%). Somente (11.1%) dos alunos “nem concorda nem discorda”. Uma minoria (1.8%) respondeu “discordar” (0.9%) ou “discordar totalmente” (0.9%).

Podemos verificar que, na questão “parece que nas aulas de Educação Física o tempo passa rapidamente” a grande maioria dos alunos declaram que “concordam totalmente” (59.4%) ou “concordam” (27.6%), ou seja (87%). A percentagem de alunos que “nem concordam nem discordam” é de (10.5%). Enquanto, na resposta a esta questão, apenas (1.5%) dos alunos diz “discordar totalmente” e (0.9%) diz “discordar”, ou seja, (2.4%).

Na questão “gosto das matérias (Andebol, Ginástica, Futebol, etc.) da disciplina de Educação Física”, constatámos que a maior parte dos alunos respondeu de uma forma muito positiva, pois, (46.7%) “concordam totalmente” e (36.2%) “concordam” que gostam das matérias da Educação Física, ou seja (82.9%). Nesta pergunta, há (13.9%) dos alunos que dizem que “nem concordam nem discordam”, enquanto só (0.9%) dos alunos diz “discordar totalmente” e (2.2%) diz “discordar”, ou seja, (3.1%).

Quando perguntamos aos alunos se a Educação Física é uma das suas disciplinas preferidas, a maior parte refere que, “concorda totalmente” (47.7%) e apenas “concorda” (23.2%) sendo (70.9%). No inverso, temos uma pequena minoria

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Atitude dos alunos face à Educação Física

Resultados

31

(13.6%) dos alunos que afirma uma posição contrária (4.0%) “discorda totalmente” e (9.6%) “discorda”. A percentagem de alunos que “nem concordam nem discordam” é de (15.5%).

A pergunta “normalmente aborreço-me nas aulas de Educação Física”, foi colocada aos alunos de forma negativa, sendo que, a maioria dos alunos declara não estar de acordo que normalmente se aborrecem nas aulas de Educação Física, pois, (58.8%) afirmaram que “discordam totalmente” e (25.1%) declararam que “discordam”, o que perfaz (83.9%). Nesta questão (9.0%) dos alunos referiram que “nem concordam nem discordam”. Os restantes alunos (7.1%) ou “concorda totalmente” (2.5%) ou “concorda” (4.6%) com essa afirmação.

Tal como na questão anterior, a pergunta “geralmente desejo que as aulas de Educação Física terminem depressa”, foi colocada aos alunos de forma negativa. Estes declararam na sua maioria que não desejam que as aulas de Educação Física terminem depressa, porque (59.8%) “discordam totalmente” e (22.6%) “discordam”, o que perfaz (82.4%). No sentido oposto (4.3%) dos alunos responderam que “concorda totalmente” e (2.8%) “concorda”, ou seja (7.1%). Uma pequena parte dos alunos (10.5%) dizem que “nem concordam nem discordam” com esta afirmação.

De seguida, vamos iniciar a análise às três questões relacionadas com a importância da Educação Física.

Como podemos observar no quadro 2, quando questionámos os alunos se a Educação Física é uma disciplina importante para a sua formação global, uma grande parte está de acordo com esta afirmação, na medida em que, ” (39.3%) “concorda totalmente” e (39.6%) “concorda”, ou seja (78.9%). No lado oposto, temos um pequeno grupo de alunos que não está de acordo com esta afirmação, pois (1.5%) “discordam totalmente” e (4.0%) “discordam”). Nesta questão (15.5%) dos alunos “nem concorda nem discorda”.

Podemos observar que os alunos quando questionados se “a Educação Física é tão importante quanto as outras disciplinas”, responderam na sua maioria de uma forma favorável, pois (30.3%) “concorda totalmente” e (29.1%) “concorda” o que dá uma percentagem de (59.4%). No sentido contrário, (4.0%) dos alunos “discordam

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