VANESSA SANTOS
CUNHA
CM
4611
NLANIFESTAÇÕES
DERMATOLÓGICAS
EM
PACIENTES
PORTADORESDO\ÚRUSDAUWUNODEFKHÊNCD\
HUMANA
E*
Trabalho apresentado â Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso de
Graduação
em
Medicina.E
FLORIANÓPOLIS
-
SANTA
CATARINA
VANESSA SANTOS
CUNHA
MANIFESTAÇÕES
DERMATOLÓGICAS
EM
PACIENTES
PORTADORES
DO
VÍRUS
DA
IMUNODEFICIÊNCIA
HUMANA
-Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso de
Graduação
em
Medicina.Coordenador
do
Curso:
Dr.Edson
Cardoso
Orientadores: Dr.
Jorge
Joséde
Souza
FilhoDr.
Antônio
Fernando
Barreto
Miranda
Dra.
Magali
Chaves
Luiz
FLQRIANÓPOLIS
-
SANTA
CATARINA
AGRADECIMENTOS
A
todos os fimcionáriosdo
HospitalNereu Ramos,
pelo constante apoio.Aos
pacientes, cuja participação e colaboração fea possível a realizaçãodeste trabalho.
Ao
laboratório Biosintética, pelofomecimento
gratuito de grande parteda
bibliografia consultada.
À
Residência de Dermatologiado
Hospital Universitárioda
UniversidadeFederal de Santa Catarina, por possibilitar
meu
primeiro contatocom
aDermatologia.
A
HélioAmante
Miot, pela introduçãona
Infectologia e ás manifestações dennatológicas dentro desta especialidade.A.
Alexandre
BortoliMachado,
pela revisão e sugestões.A
JaneFátima
Pereirada
Costa, pelo auxíliono
Summary.
Aos
meus
orientadores e especialmente à Dra.Magali Chaves
Luiz, pela atenção.À
Roberta de OliveiraMagalhães
Carvalho, pela paciênciana
“orientação” ena
impressão.A
meus
pais, pelo estímulo e apoio.~
INTRODUÇAO
... ..ÍNDICE
LITERATURA
... ..OBJETIVO
... ..MÉTODO
... ..RESULTADOS
... ..DISCUSSÃO
... .. ~CONCLUSOES
... ..REFERÊNCIAS
...1.
INTRODUÇÃO
A
Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida (Aids) representao
estágio finalda
infecção pelo Vírusda Imunodeficiência
Humana
(HIV),que
leva àdeterioração progressiva
do
sistema irnuno1ógico.1O
HIV
foi primeiramente descrito porLuc
Montaignier,na
França,em
1983 e posteriormente por Robert Gallo, nosEUA,
em
1984.2 Pertence na família dos retrovímshumanos
e à subfamília dos lentivín1s.3 Atualmente, dois tipos deHIV
são identificados:
o HIV-1, que
causa a grande maioria das infecçõesem
todomundo
e oHIV-2,
agente originalmenteconfinado
ao oesteda
África,encontrado, atualmente,
em
algims casos isolados.Os
dois tiposcausam
doençasclinicamente indistinguíveis.3”4
Em
sendoum
retrovírus, oHIV
possuiuma
enzima
denominada
transcriptase reversa,
que
permite a transcriçãodo
RNA
viralem DNA,
o qual écapaz de se integrar
ao
genoma
da
célulado
hospedeiro, preferenciahnente àscélulas
que
apresentamCD4
como
marcador
de superficie, envolvidasna
vigilância imunológica
do
indivíduolA
característicada
infecção é, portanto, adepleção de linfócitos
T
CD4+,
cruciaisna manutenção da
funçãoimune
nonnal.5A
história naturalda
infecção peloHIV
pode
se dividirem
transmissão viral,sindrome retroviral aguda, soroconversão, periodo
de
latência clínicacom
ou
sem
lindadenopatia persistente, infecção sintomática precoce e Aids, de acordocom
os critérios de 1987do
Centro de Controle deDoenças
(CDC
-
Centersfor
Disease Control), revisados
em
1993.A
replicação viral ativa ocorre durante todos os estágiosda
doença. 42
A
total sequência de eventosem
um
pacientecomum,
na
ausência detratamento contra o
HIV,
é deaproximadamente
10 anos, desde a soroconversãoaté a morte. 5
A
transmissãopode
se dar por via sexual (bidirecionalmente), por viavertical
ou
através de sangue ehemoderivadosl
O
vinis é encontradoem
níveis contagiososno
sangue, secreções genitais eno
leite materno.4Os
primeiros casosforam
detectados peloCDC
de Atlanta,em
1981, querelatou a ocorrência inexplicada de
pneumonia
porPneumocystís
cariniiem
cinco
homossexuais
previamente sadiosem
Los
Angeles
esarcoma
deKaposi
em
26
homens
também
homossexuais
e sadiosem
Nova
Iorque eLos
Angeles.Em
1984, o agente etiológico foi identificado e desde então os relatosvem
aumentando
exponencialmente.Em
pouco
tempo, adoença
foi reconhecidaem
homens
e mulheres viciadosem
drogas injetáveis e, logoem
seguida,em
receptores de transfusões de sangue e hemofílicos
que receberam
fatoresda
coagulação derivados
do
plasma.A
OrganizaçãoMundial
deSaúde
prevêque
até o ano
2000
cerca de45
milhões de pessoas serão sororreativas.1”3”6`9Após
o
desenvolvimentoda
Aids, a progressão clinica eo
óbito são inevitáveis.O
advento da terapia antirretroviral e das profilaxiastem
modificado
substancialmente a história naturalda
doença,aumentando
a sobrevidamédias
Múltiplas variáveisinfluenciam na
progressão da doença, contribuindo e acelerando o seu curso,como:
a quantidade de virus inoculado, o sítio de infecção, aimunidade do
hospedeiro, a virulênciado
vírus e outras.6Atualmente o
Brasilocupa
lugar de destaque,com
170.07 3 casos notificados ao Ministérioda Saúde
até omês
de agosto de 1999. Isto correspondea-uma
taxa de 117,6 casos por 100.000 habitantes,
numa
razão de 2homens
para 1mulher. Santa Catarina, deste total, possui 6.886 casos
numa
taxa de 158,5 por 100.000 habitantes e Florianópolisocupa
o quarto lugar entre os municípioscom
3
100.000 habitantes, atrás de outras duas cidades catarinenses Itajaí (926,4 casos
por 100.000 habitantes) e Balneário
Camboriú
(803,4 casos por 100.000 habitantes).1°A
presença de dermatosesna
Aids é muitocomum.“
O
acometimento
mucocutâneo
é sistematicamente encontrado ao longodo
estabelecimentoda
imunossupressão desencadeada pelo
HIV.
Não
raramente, esses pacientes iniciam seus quadroscom
determinadas manifestações dermatológicas, hoje consideradascomo
verdadeiros marcadores cutâneos de Aids.1Berger”
relatouuma
frequência de 80 a90%
de doenças de peleem
pacientes infectados peloHIV em
São
Francisco(EUA).
Desordens
mucocutâneas,além
deserem
mais frequentesem
sororreagentespara
o HIV4,
têm
sua incidência e severidadeaumentadas
com
a deterioraçãoda
função imunológica.”
Atualmente, cerca de
56
dermatosestêm
sido associadas àdoença
peloHIV.14
Um
estudo prospectivo brasileiro”, de Ribeirão Preto,São
Paulo, relatouum
total de 488«dermatoses,numa
média
de 1,61 diagnósticos em-pacientesassintomáticos e 2,45 diagnósticos
no
grupoque
já havia desenvolvido Aids.Alguns
distúrbios dermatológicos estão diretamente associados à infecção peloHIV
e seu diagnóstico geralmente justifica a realizaçãodo
teste sorológicopara este vírus; entre eles estão
o exantema da
síndrome retroviral aguda,sarcoma
de Kaposi, leucoplasia pilosa oral, onicomicose subungueal proximal,angiomatose bacilar, foliculite eosinofilica, úlceras herpéticas crônicas, todas as
doenças sexualmente transmissíveis, lesões múltiplas de
molusco
contagiosoem
adultos, anormalidades cutâneas causadas pelo uso de drogas injetáveis, herpes
zoster de mais de
um
dermátomo,
candidíase demucosas
(orofaríngea evulvovaginal), dermatite seborreica severa e outras
não
tão significativas.7Frente ao crescente
número
de pacientes HIV-positivosem
nosso meio, à4
este trabalho pretendeu avaliar a presença e frequência destas dennatoses neste
grupo de pacientes, correlacionando-as
com
variáveis epidemiológicas, tipo deexposição, parâmetros imunológicos, tratamento antirretroviral e a fase de evolução
da
infecção,em
comparação
com
a literatura, pois,no
Brasil, são2.
LITERATURA
A
pele é o órgãomais
comumente
afetado nos pacientes portadoresdo
HIV.”
Um
grandenúmero
de lesões cutâneas, infecciosasou
não,podem
vir ase desenvolver durante
o
cursoda Aids
e estaspodem
sero
único indícioda
infecção peloHIV
(Quadro
I).Além
disto, muitas doenças oportunistaspodem
se apresentar primeiramente
na
pele,podem
ter aparência e evoluçãonão
usuais,dificil diagnóstico e pobre resposta aos tratamentos convencionais. Assim,
doenças de pele
em
pacientes infectados peloHIV
são de grande importância epodem
vir a ser o principal elemento debilitanteda
condição clinica destespacientes.15'16
Quadro
I:Desordens mucocutâneas
indicativas de pesquisado HIV.
Síndrome
retroviralaguda
Onicomicose
subungueal proximal Úlceras herpéticas crônicasSarcoma
deKaposi
F
oliculite eosinofilicaMolusco
contagioso (múltiplo, recorrente)Qualquer doença
sexualmente transmissívelHerpes
zosterSinais de uso de droga injetável
Candidíase: orofaríngea
ou
vulvovaginal recorrenteLinfadenopatia generalizada
Dermatite seborreica (extensa
ou
refratária ao tratamento)Úlceras aftosas (recorrentes
ou
refratárias ao tratamento)6
Em
relação à patogênese das doenças cutâneas relacionadas aoHIV,
sabe-se que, inicialmente, a imunodeficiência consisteda
depleção seletiva de linfócitosT
CD4+, mas
os efeitos induzidos peloHIV
no
sistemaimune
são muitomais
complexos. Recentemente, descobriu-se que as subpopulações de células
T
helper, referidascomo
Thl
e Tl12,têm
um
papelmuito
importante.As
célulasThl
promovem
aimunidade
celular eproduzem
interleucinas (IL)-2, IL-12 einterferon
gama.
Elastambém
suprimem
a respostaTh2
e seus efeitos sãoprimariamente acometidos
com
a instalaçãoda
infecção peloHIV.
A
imunidade
no
indivíduoimunocompetente
épredominantemente dada
por linfócitos Thl.Em
contraste, célulasTh2
promovem
aimunidade humoral
eproduzem
IL-4,IL-5 e IL-10,
também
suprimindo a atividade Thl. Pacientes infectados peloHIV,
inicialmente,têm
contagens normais de célulasT
CD4+,
uma
carga viralbaixa e
um
predomínio
de linfócitos Thl.Com
o avanço da
infecção,há
uma
diminuição nas contagens de linfócitos
CD4+,
um
progressivoaumento da
cargaviral e
um
predomínio
de Th2. Assim, muitas das manifestações cutâneas associadas aoHIV
são resultadodo
processo de predomínio de células Th2.,15”16As
dermatosesmais
prevalentesem
pacientes portadoresdo
HIV
podem
ser divididasem
três grandes grupos: infecciosas, não-infecciosas e neoplásicas.15”16As
ditas infecciosas incluem infecções virais, bacterianas, fúngicas e infestações parasitárias.4°15`19DERMATOSES
VIRAIS
Síndrome
RetroviralAguda
É
a mais precoce manifestaçãoda
infecção peloHIV,
com
alta taxade
replicação viral e grande resposta imune.
Geralmente
é assintomática,mas
em
cerca de 10 a20%
dos acometidos, desenvolve-seum
conjunto de sinais esintomas semelhantes aos
da mononucleose
infecciosa, 3 a 6semanas
após a exposição,em 70%
dos casoscom
manifestação cutânea. Caracteriza-se porum
7
exantema
máculo-papularque
envolve tronco, extremidades ealgumas
vezespalmas
e plantas, febre baixa, fadiga, odinofagia, glossite, cefaléia,linfonodomegalias e artralgias.
Dura
de 5 a 7 dias e é auto-limitada.A
doença
nesta fase é altamente contagiosa e o
HIV
pode
ser isoladodo
sangue e líquor.A
soroconversão ocorre
aproximadamente
6semanas
após a síndrome retroviralaguda'4, 15-17
Infecção pelo vírus
Herpes
simplexVinte a
40%
dos pacientes,no
cursoda Aids
apresentarão manifestaçõesdecorrentes
da
infecção pelo virusHerpes
simplex (HSV).16São extremamente
comuns
apresentações recorrentes orais, labiais e genitais, consistindo de grupos de vesículasem
base eritematosaque
serompem
edão origem
a crostas.Duram
cerca de 2 semanas,
mas
com
o aumento da
imunossupressãopodem
tomar-seulcerações crônicas.15`17°19
O
HSV
deve ser consideradono
diagnóstico diferencial de qualquer lesão ulcerativaou
crostosa detectadana
faceou
região anogenitaldo
pacientecom
doença avançada
peloHIV.7
Nos
pacientes jáimunocomprometidos
écomum
a infecção peloHSV
na
extremidade dosdedos
levando a paroníquia inflamatória dolorosa, ulcerações
ou
bolhasno
hiponíquio.Também,
foliculite herpéticazo Para estabelecer o diagnóstico específico é necessário o reconhecimentodo
vírusno
teste de Tzank, biópsia de peleou
cultura viral.15`17°19
A
infecção disseminada peloHSV,
geralmente sobredermatoses subjacentes, é
denominada
de erupção varicelifomre deKaposi
ecaracteriza-se por vesículas e erosões generalizadas,
podendo
ser infecçãoprimária
ou
recorrênciaóHerpes
ZosterÉ
a infecção pelo vírus varicela-zoster. Epidemiologicamente, a grande maioria dos pacientesque
apresentam herpes zoster são saudáveis,4mas
a infecção poreste vírus ocorre
em
urna incidência 7 vezesmaior
do que na
população geral e3
imunodel`|eiência.4"7
Acima
del5%
dos pacientesque desenvolvem
Aids.têm
história pregressa de herpes zoster.
Os
pacientespodem
apresentar a erupçãoclássica
em
um
dermátomo
(Figura l). oque
é maiscomum.
ou
formas atípicas disseminadas. recorrentes oucom
severa neuralgia pós-herpética. Várias apresentações clínicastêm
sido descritas incluindo ulcerações crônicas e lesõeshiperceratóticas. na
doença
avançada.Na
maioria das vezes adoença
c'autolimitada.
mas
se imunossupressão severapode
ser necessário tratamentopara abreviar curso clínico c evitar complicações e eronicidade.
Assim
como
nas infecções peloHSV.
écomum
infecção bacteriana secundária.'5`l7"°Figura I; Paciente apresentando herpes zoster em um dermátomo. Fonte: DOIA - Dermatology Online Atlas”.
Infecção pelo
C
itomegalovírusO
citomegalovírus(CMV)
e' o principal agente oportunista dos doentescom
Aids.'°
Mais
de90%
dos pacientesdesenvolvem doença aguda
peloCMV.
O
envolvimento cutâneo é polimorfo. incluindo úlceras. lesões verrucosas. papulares ou purpúricas. Vesículas. bolhas e erupções morbiliformes
generalizadas. assim
como
hiperpigmentadastêm
sido reportadas.Ocasionalmente. os pacientes
desenvolvem
ulcerações perianais por0
frequente viremia por
C MV.
a pele épouco
comprometida.É
comum
a infecção secundária de úlceras peloCMV
ou
HSV.15'"`Leucoplnsia Pilosa
Oral
O
vírus Epstein-Barr infecta seletivamente linfócitosB
e certas células epiteliaiseseamosas
2° epode
manifestar-secomo
leueoplasia pilosa oral (Figura 2).linfoma de Burkitt
ou
de grandes células.A
leueoplasia pilosa oral caracteriza-se por placas liliformes. esbranquiçadas e aderentes nasmargens
laterais da língua.usualmente assintomática.
Em
infectados peloHIV. tem
sido relacionada a urna progressão para Aidsem
48%
dos casos, após lómeses
eem
83%.
em
3lmeses. I)e\-fe ser diferenciada de leucoplasia pré-maligna, líquen plano e eandidíase oral.
Pode
haver períodos de remissão e exacerbação ecostuma
estar associada a infecção pela (`‹ma'idu albicansem
70 a l()()% dos eas‹›s.'5"°"°l°E
uma
manifestação precoce. geralmentecom
contagem
de célulasCD4+
menor
do que
4()()/mm3.l7l0
Infecção pelo
Papilomavírus
Humano
O
Papilomavírushumano (HPV)
causa de verruga vulgar aeondiloma
aeuminado
e papulose bowenóide.com
frequênciaaumentada
em
pacientes infectados peloHIV.
()s vírus tipo ló e 18 são os maiscomumente
isolados. Pacientes eoinfectados peloHIV.
principalmente osimunoeomprometidos.
tendem
a apresentar múltiplas lesões (Figura 3). especialmente periungueais.plantares e faciais. dolorosas. disseminadas e de dificil tratamento.
As
reeorrências são frequentes e provavelmente decorrentes da reativação de
infecção latente pelo
HPV.
'5"7"°O
potencial de transformação maligna deverrugas genitais
em
mulheres já estábem
documentado
ecarcinoma
de célulasescamosas do
cérvix uterino é considerado peloCDC
como
definidor deAIDS.
O
carcinoma
anorretal associado a infecção peloHPV
tem
sidodocumentado
20
em
homens
com
lllV.Il
Figura 3: Paciente com múltiplas \'en'ugas vulgares em mão. Fome: DOIA ~ Dermatology Online Atlas .
Molusco
C
ontagiosoA
prevalência desta infecção viral. causada porum
po.\\'írus.em
HIV-positivosvaria de 5 a
l8%.
aumentando
com
a deterioraçãodo
sistema imune.A
ll
lO0/mn13.l5"°
Apresentam-se
como
múltiplas pápulascom
umbilicacão centralv Õ
(Figura 4) variando até grandes lesões verrucosas, principalmente
em
face região genital.A
biópsia para confirmação diagnósticapode
ser necessaria poisas lesões
podem
simular micoses profundascomo
criptococose e histoplasmose.A
recorrência é a regra.”Figura 4: Paciente com multiplas lesões de molusco contagioso. Fonte: DOIA ~ Dennatology Online Atlasn.
DERMATOSES
BACTERIANAS
F
oliculites, Abscessos,F
urúnculos, impetigo e outras PiodermitesStaphylococcus aureus é a bactéria mais
comumente
encontradaem
adultos infectados peloHIV.
A
maioria das foliculites e impetigos são causados por S.aureus.
mas
outras bactériascomo
o
Streptococcus epide/'midis e Pseua'omo/1a.s'aeruginosa
também podem
ser a etiologia.'5`l9Cerca
de50%
dos pacientesportadores do
HIV.
são carreadoresdo
S. oz/reus.22A
maioria das infecções secontinam
à pele.mas
pode
acometer tecidos profundoscom
celulite. fasciítenecrotizante e até sepse.
Ao
contrário de imunocompetentes. o impetigo é maiscomum
em
axilas. região inguinal e outras áreas intertriginosas doque
na12
Angiomatose
BacilarÉ
uma
infecção bacteriana causada por organismosdo
gênero Bartonella,especificamente B. quintana e B. henselae.
A
patogênesenão
estácompletamente
esclarecidamas
acredita-se que seja consequência deum
fatorvasoproliferativo da própria bactéria
ou
deformação
induzida por elano
hospedeiro.
Há
várias apresentações clínicas, sendo a maiscomum
uma
pápulaou
nódulo devermelho
a violáceo, detamanho
enúmero
variável, semelhante aosarcoma
de Kaposi.'5`19Além
da pele, ofigado
ebaço
são sítios deenvolvimento
comum.
A
doença
extracutâneatambém
pode
acometer cavidadeoral, pulmões, coração,
medula
óssea,músculos
e tecidosmoles
e sistemanervoso central.
O
diagnóstico deve ser confirmado por biópsia cutânea e coloração por corantes específicos.”Pode
regredir espontaneamente.”Slfilis
A
sífilis,doença
crônica, sexualmente transmissível, é causada peloTreponema
pallidum e é muito prevalente
em
pacientes infectados peloHIV.
Outras doenças venéreas incluindo o linfogranuloma venéreo, cancróide,granuloma
inguinal e gonorréia sãotambém
comuns
epodem
ser mais severas nos imunodeficientes.A
sífilispode
assumirum
variado espectro clínico, desde formas clássicascomo
o cancro duro e erupção
papuloescamosa que
envolvepalmas
e plantas atéformas
não
usuais, de dificil reconhecimento e diagnóstico.Pode
ocorrer rápida progressão daforma
primária para a secundária e terciária,com
apresentações atipicas eextremamente
severas.'5`17'19Tem-se
reportado a recorrência de sífilissecundária
em
pacientes HIV-positivosmesmo
após tratamentos considerados adequados.”Infecção
por
MicobactériasPacientes
com
Aids são particularmente susceptíveis a doenças sistêmicas peloMycobacterium
tuberculosis eM.
avzíumcomplex podendo
também
desenvolver13
M.
fortuitum,M.
chelonie eM
scrofudaceum.A
tuberculose cutâneapode
ser primária (cancro tuberculoso, tuberculosis cutis miliaris disseminata e tuberculose cutânea consequente aoBCG)
ou
secundária (lupus vulgar, tuberculose vemicosa, escrofulodenna e tuberculose orificial) epode
também
ser decorrente de hipersensibilidade à distância por foco de tuberculose(tubercúlide pápulo-necrótica, tubercúlide liquenóide e eritema indurado de
Bazin).19
As
lesões de peleassumem
características diversascomo
pequenaspápulas e pústulas que se
assemelham
a foliculite, lesõescomo
dennatiteatópica, linfadenite supurativa, abscessos, ulcerações inespecíficas, nódulos
múltiplos, granulomas, hiperceratose
palmar
e plantar,na
maioria das vezesindolores.l5”16
O
diagnóstico deve ser estabelecido por biópsiaou
cultura.” Einrelação ao
Mycobacterium
leprae, causadorda
hanseníase, parece acelerar o aparecimento de Aids 18.DERMATosEs
FÚNGICAS
Candidíase
A
candidíase oral é a dermatose fúngica mais frequente nos portadoresdo
HIV,
ocorrendo
em
mais de50%
destes pacientes.Em
10%
dos pacientes é a primeiramanifestação
da
infecção peloHIV,
usualmente ocorrendoquando
acontagem
de células
CD4+
émenor
do que 400/mm3.
Três formas clínicas sãoreconhecidas:
pseudomembranosa,
eritematosa e queilite angular.A
pseudomembranosa
é a maiscomum
e caracteriza-se por placas esbranquiçadase facilmente removíveis,
na
mucosa
oral e língua (Figura 5).Na
forma
eritematosa há placas avermelhadas e delgadas
no
palato duro e atrofiano
dorsoda
língua.A
queilite angular apresenta-secomo
fissuras dolorosas nascomissuras labiais.
Todos
os tipospodem
progredir para o esôfago,com
importante morbidade.A
Candida
albzfcans é a maiscomum, mas
outras espéciestêm
sido detectadas.”l4
. _ ¬|
Figura J: Paciente apresentado candidiase oral. Fonte: DOIA - Dermatology Online Atlas" .
C
riptococoseÊ
asegunda
infecção fúngica oportunista maiscomum
no
hospedeiroHIV-
positivo e ó encontrada
em
mais de5%
dos pacientes. Lesões cutâneas sãoencontradas
em
IO a20%
dos pacientescom
doença
disseminada.É
causadapelo Cryptococcus
neqformans
e a apresentação cutânea na ausência dedoença
sistêmica e' rara.”
As
lesõesmucocutâneas
são polimorfas epodem
aparecercomo
pápulasou
nódulos eritematosos. pústulas ou úlceras, principalmente na cabeça e região ccr\fical.'5O
diagnóstico é obtido por biópsia dc pele oucultura."
Histoplasmose
a infecção pelo His/op/asma cupsu/atum.
que
provoca lesõesmucocutâneas
em
IO al7%
dos pacientes HIV-infectados ecom
doença
sistêmica por estefungo.” Pápulas
podem
simularmolusco
contagioso.alem
de outras apresentações clínicas incluindo máculas. úlceras. pústulas. foliculites e erupçãolí
Dermatofitoses
O
indivíduo infectado peloHIV
é altamente susceptível a dermatolitoscs.comumente
envolvendo
pés.mãos
e flexuras.Mais
dc20%
dos pacientesque
desenvolvem
dermatolitoscs apresentam contagens de linfócitosCl)4+
inferiores a
400/mm3.
Infecção bacteriana secundária é complicação frequente.Pode
cursarcom
apresentações atípicas.”Onicomicose
Parece ha\'er
uma
maior pre\i-'alência de onicomicosesem
pacientes portadoresdo HIV.
Um
estudocom
62 pacientescom
AIDS
c portadores de onicomicosesrevelou
que
o fungo maiscomumente
encontrado e o 'l`ric/1opl1_t'ton ruhrzml.em
58%
dos casos.A
( `unu'iu'u u/bica/is foi encontrada nas unhas de 7 pacientes.” /\onicomicose subungucal proximal é sinal clássico da infecção pelo lllV. fi
comum
oacomctimento
extenso e de \×ái'ias unhas (Figura 6). 17Fi tz fura Ó: Paciente a resentado onicomicose ein varias unhas. lfonte: l)()lA l)ermatoloi¿x' __. Online .›\tlas:'
Outras
infecçõesfúngicas
Além
das citadas anteriormente.um
grandenúmero
de outras infecções fúngicastêm
sido reportadas ein pacientes lll\/-positivos. lim contrastecom
as micosescita-ló
se, principalmente: blastomicose, esporotricose, coccidioidomicose, aspergilose e a infecção pelo Penicillium marnejfei. 15 *ló
INFESTAÇÓES
PARASITÁRIAS
Escabiose
A
escabiose, causada pelo Sarcoptes scabzfei var.humanus,
éuma
das condiçõescutâneas mais frequentes
em
portadoresdo HIV.
Um
estudo relatauma
incidência de
20%
nestes pacientes.A
escabiosepode
apresentar a erupçãoclássica
ou
de maneira muito variada,como
placas hiperceratóticasem
palmas,plantas, tronco e extremidades, erupção
papuloescamosa
difusa, associada ainfecção secundária
ou na forma
crostosa (sarna norueguesa). 15 *lóOutras
Infestações ParasitáriasAproximadamente
5 casos de infecção cutânea pelo Pneumocystzfs carlfni/Íforam
relatados
em
pacientescom
oHIV.
A
desordem pode
ter várias manifestaçõescutâneas, sendo a mais
comum,
pápulasou
nódulos eritematososno
condutoauditivo
extemo ou
narinas.Há
relatostambém
de estrongiloidíase cutânea einfecção da pele pela
Acanthamoeba
castellani,em
indivíduos severamenteimunodeprimidos.15°16
DERMATOSES
NÃO-INFECCIOSAS
Dermatite
SeborreicaA
dermatite seborreica é a maiscomum
manifestação cutâneaem
pacientes infectados peloHIV,
encontradaem
cerca de85%
dos casosem
algum
momento
da doença. Caracteriza-se por placas eritematosas, difusasou
confluentes, envolvendo principalmente a face e couro cabeludo.
Pode
terextenso acometimento.
O
achado desta dermatose é indício de possível imLmossupressão.15`l7Apesar da
causa ser ainda desconhecida, estresse17
fatores precipitantes. Parece haver
uma
correlaçãocom
a infecção peloPityrosporum 0vale.]7
Psoríase
É
uma
desordem papuloescamosa
comum
que
afeta 1 a2%
da
população geral.Apesar
de aparentementenão
haverum
aumento da
incidênciaem
pacientes infectados peloHIV,
adoença
piora e toma-semais
severacom
a deterioraçãodo
sistema imune.Acometimento
importante das unhaspode
ocorrer e serconfundida
com
onicomicose.”A
psoríasepode
ter início súbito associado àAids
ou
ser tipicamente invertida,com
envolvimentomais
proeminenteem
áreas intertriginosas, palmares, plantares e ungueaiszz
Síndrome
de
ReiterAo
contrário da psoríase,há maior
incidência destadoença
em
HIV-
infectados.”
É
reportadaem
aproximadamente
6 a10%
dos pacientes ecaracteriza-se por artrite, uretrite, conjuntivite (tríade clássica) e lesões
pustulares e hiperceratóticas
em
palmas, plantas, pênis e couro cabeludo.A
tríade clássica
pode não
estar completa. Geralmente, associa-se distrofia unguealimportante e
pode
apresentar dificil diagnóstico diferencialcom
psoríase.”Xerose
É
comum
o desenvolvimento de xerose, principahnenteem
extremidades, associada a prurido importante e consequente escoriação e fissuração evoluindoaté para
eczema
craquelé.M7
Foliculite eosinofílicaEssa dermatose foi descrita
em
1970,no
Japão,como
rara e consistindo depápulas pruriginosas, estéreis, pustulosas
ou
como
placas ruticariformes,perifoliculares,
predominantemente
em
face, tronco e parte proximal deextremidades superiores. Atualmente, há rima tendência
em
se diferenciar adoença
descritaem
1970(Doença
de Ofiije) daquelaque
vem
sendo encontrada18
predomínio de pápulas; por outro lado,
em
imunossuprimidoshá
prurido intenso e predomínio de placas.Com
a progressão da epidemia da Aids, háum
número
cada vez maior de casos desta doença, principalmente
em
pacientescom
contagem
de célulasCD4+
inferiores a 200/mm3.23É uma
condição consideradaimportante
marcador
de progressão da doença.”A
causa é desconhecida evários agentes etiológicos
têm
sido sugeridos (Pzftyrosporum, dermatófitos,Staphylococcus etc),
sem
nenhuma
comprovação.”
Reações
de
Hipersensibilidadea
Drogas
Pacientes
com
doença
peloHIV
são tratadoscom
enúmeros medicamentos
oque
predispõe a erupções por hipersensibilidade a drogas.Alguns
estudosmostram
que
50 a60%
dos infectados peloHIV
apresentarãoalguma
reação adrogasmó
A
apresentação maiscomum
é oexantema
morbiliforme pápulo-macular
em
tronco e extremidades.Pode
também
ocorrer formas mais severas, incluindo eritema multiforme, síndrome de Steve-Johnson e necróliseepidénnica tóxica.
A
progressiva deterioraçãodo
sistemaimune aumenta
asusceptibilidade a reações cutâneas de hipersensibilidade.
As
medicações
quemais
comumente
desencadeiam reações são as sulfas, penicilinas,tuberculostáticos e fenitoína.”
A
incidência de hipersensibilidade àsulfametoxazol/trimetoprim é cerca de 10 vezes maior
do que na
populaçãogeral.
A
zidovudinapode
levar a várias alterações cutâneas, sendo a principal ahiperpigmentação ungueal,
em
até40%
dos pacientes.l5°l6"8°23DERMATOSES
NEOPLÁSICAS
Sarcoma
de
Kaposi
O
sarcoma
deKaposi
éuma
neoplasia vascular, descrita pela primeira vez,em
1872, por Moritz Kaposi.É
a mais frequente neoplasiaem
indivíduos infectados peloHIV,
atualmentecom
uma
prevalência de15%,
sendo a maioriahomens
l9
esclarecida.
mas
parece haveruma
associaçãocom
o vírus llerpes tipo 8.Clinicamente evidencia-se máculas. placas. nódulos ou tumorações róseas.
violáceas. acastanhadas ou purpúricas. geralmente simetricas e orientadas de
acordo
com
os planos de clivagem da pele; principalmente ein pernas e pés.mucosas. tronco. couro cabeludo e face (Figura 7). Para a confirmação
diagnóstica é necessário biópsia de pele c deve-se diferenciar principalmente de angiomatose bacilar. fi relatada remissão
com
melhorado
sistema imune. 'SW¬ , :i
Hgura 7: l acicnte com lesões de sarcoma de Kaposi. lfonlez D()lA ~ Dermalology Online Atlas .
Outras
MalígnidrulesC
utâneasA
incidência de neoplasias epiteliaisem
pacientes infectados pelo lllV e'marcadamente
maior. especialmente oral. cervical e anorretal. Papulose bovvenóide ecarcinoma
de celulasescamosas
costumam
ocorrer devido à infecção peloHPV.
Careinomas
basocelulares são relatados inclusiveem
areasnão
fotoexpostas.Melanoma também
ocorre. esporadicamente.A
maioria doscasos de linfoma
envolvem
sitios viscerais.Quando
a pele e afetada porum
linfoma não-Hodgkin. usualmente manifesta-se por placas ou nódulos róseos ou
20
Além
destas dennatoses,um
grandenúmero
de anormalidadesem
unhas e cabelos são encontradasem
pacientesHIV+.
Alopecia, inflamatóriaou
não,pode
ser observada.O
cabelopode
ficarmais
fino
e liso. Alopecia difusapode
decorrer de
um
verdadeiroeflúvio
telógeno, principalmenteem
estados tenninais da doença. Canície prematura e alopecia areata são alterações ainda observadas.Também
pode
ocorreralongamento
dos cílios.Desordens
ungueaispodem
ser devido à zidovudina, micoses, anormalidades metabólicas e outras.1s.1ó
São
relatadas várias outras manifestações cutâneasem
pacientes infectadospelo
HIV.
Foram
abordadas aquisomente
aquelascom
maior
probabilidade de3.
OBJETIVO
Detenninar a presença e frequência de manifestações dermatológicas
em
pacientes portadores
do
HIV
e correlacionarcom
idade, sexo, cor, tipo deexposição, parâmetros imunológicos
(contagem
de linfócitosT
CD4+),
cargaviral, uso de antirretroviral, diagnóstico de
Aids
e a fase de evolução da infecção4.
MÉTODO
Este trabalho consta de
um
estudo observacional e transversal.Para a determinação da população de estudo,
no
período de setembro adezembro
de 1999,foram
avaliados 107 pacientescomprovadamente
infectadospelo
HIV
(duas amostras positivas porELISA
confirmadas porImunofluorescência ou
Westem
Blot), intemados naAla
V
(enfermaria)ou
em
acompanhamento
ambulatorialno
Serviço de Infectologia,do
HospitalNereu
Ramos,
Florianópolis, Santa Catarina.Os
pacientes deveriam ser maiores de 13anos de idade e
foram
selecionados ao acaso enão
pela presençaou
ausência deafecções cutâneas.
A
todos era explicado o objetivodo
trabalho eeram
incluídossomente
se consentimento oral.No
momento
da visita era preenchido inn protocolo (videApêndice
1)com
dados de identificação (nome, sexo, idade, cor, profissão, local de nascimento,
procedência, estado civil, presença de parceiro fixo e grau de escolaridade), tipo
de exposição (contato heterossexual, homossexual, usuário de drogas endovenosas, transfusão sanguínea
ou
dehemoderivados
e acidente percutâneo), situaçãodo
paciente (se internadoou
não), parâmetros imunológicos (CD4,CD8
eCD4/CD8),
carga viral, classificação da infecção peloHIV
de acordocom
oCDC,
revisão de 19935 (videApêndice
2),medicamentos
em
uso e diagnósticodos problemas de pele,
com
orientação para oexame
fisico.A
cor dos pacientes foi categorizada de acordocom
a classificação dos tiposde pele
em
relação à sensibilidade e reação ao ultravioleta porSampaio”
em: branca-clara (tipo I, muito sensível,sempre
queima,nunca
pigmenta), branca23
sensível,
queima
e pigmenta moderadamente), morena-escura (tipo IV,pouco
sensível,
queima
pouco,sempre
pigmenta), parda (tipo V,pouquíssimo
sensível,nunca
queima,sempre
pigmenta) e preta (tipo VI, insensível,nunca
queima,sempre
pigmenta).Os
pacientescom
comportamento
bissexualeram
classificadoscomo
homossexuais
e os usuários de drogaendovenosa que
tinham outro tipo de exposição associado,eram sempre
categorizadoscomo
usuários de drogasinjetáveis,
conforme
o proposto porMuñoz-Pérez
e cols. 25_O
diagnóstico das doençasmucocutâneas
foi baseadoem
aspectos clínicos econfirmados
porexames complementares quando
necessário e disponível:biópsia de pele para estudo histopatológico, pesquisa e cultura de microorganismos.
Como
no
HospitalNereu
Ramos
osexames
laboratoriais paracontagem
delinfócitos
T
CD4+
e determinação da carga viral são rotineiramente realizados acada 3 meses, foram considerados os
exames
de até 3meses do
exame
fisico.Para a carga viral, os valores indetectáveis
(menor do que
80 cópias/mm3)eram
tidos
como
iguais a zero.Em
relação ao diagnóstico de onicomicose,foram
consideradascomo
tal asonicomicoses subungueais distais e laterais, proximais e brancas superficiais, de acordo
com
a classificação dos padrões anatômicos das onicomicoses deFitzpatrick.7
As
onicomicoses distróficas totais e outras alteraçõesno
formatodas Linhas
eram
classificadascomo
distrofia ungueal.A
título decomparação
e análise dos dados, as dennatosesforam
agrupadasde acordo
com
a classificação proposta por Rosatelli et al.“ em: virais(infecções pelo
HPV,
infecções peloHSV,
herpes zoster, leucoplasia pilosa orale
molusco
contagioso), bacterianas (blefarite, escrofuloderma, hidrosadenite, paroníquia, piodermites e sífilis),flmgicas
(infecções porCandida
sp.,24
nmguíase), neoplasias (sarcoma de Kaposi), pigmentares (hiperpigmentação
difusa, tmgueal, de mucosas,
melasma
e melanoses), descamativas (dermatite seborreica, xerodennia e psoríase), alérgicas (erupções por drogas) e outras,englobando
o restante dos diagnósticos realizados.Antes de iniciar a coleta de dados, o projeto
do
trabalho foi submetido àaprovação da
Comissão
de ÉticaMédica
do
HospitalNereu Ramos,
com
parecer favorável à sua realização (videApêndice
3).Os
dadosforam
analisados atravésdo programa
estatísticoSTATISTICA
5.0, utilizando-se o LSD-test.Os
resultadosforam
considerados estatisticamente significativosquando
p<0,05.5.
RESULTADOS
Foram
avaliados 107 pacientes, sendo67
homens
e40
mulheres,numa
taxa deaproximadamente
1,7homens
para cada 1mulher
(Figura 8).IMasculino
I
Feminino63%
Figura 8: Distríbuido dos pacientes por sexo.
Em
relação à idade, variou de 19 a 55 anoscom uma
média
de 32,9[média
(M)
1 desvio padrão (SD)] e se distribuíramde
acordocom
a Tabela I.Tabela I: Distñbuição dos pacientes por idade.
i 7,2 Idade Frequência
%
4
4150
10 O-20 anos 21-30 anos 31-40 anos41-50
anos 3,74 38,32 46,73 9,35Acima
de
51 anos 2 1,8726
Quanto
à corda
pele dos pacientes, amais
prevalente foi a morena-claraque
foiencontrada
em
36
pacientes. Vinte e dois pacientes apresentaram cor branca, 17,cor preta, l5, cor morena-escura, 10, cor parda e 7, cor branca-clara (Figura 9).
IMorena-clara
9%
33% IMorena-escura 16%E
Branca clara IBranca IPreta 21% 76/ 0 H,/O IParct1Figura 9: Distribuição dos pacientes quanto à cor da pele.
A
grande maioria dos pacientes era procedente daGrande
Florianópolis(79,5%)
sendo
66,4%
de
Florianópolis,7,5%
deSão
José,4,7%
de
Palhoça e1%
de Biguaçu.
Apenas
2 pacientes (l,9%),eram de
outro estado,ambos
de Porto Alegre.Quanto ao
estado civil e à presençade
parceiro fixo,houve
um
predomínio de
solteiros (54 pacientes), sendo
que
42%
(45 pacientes) apresentava parceiro sexual fixo (Figura IO).24%
I
SolteiroI
Viúvo Separado 15%I
Casado 10%Fâgmzz io; Dismmiçâo das pzzcizmes quzmo ao estado civil.
Considerando-se o grau
de
escolaridade,houve
um
predomínio
dos niveismais
baixos de instrução, de
modo
que
76,6%
dos pacientespossuíam
escolandadesomente
atéo
1° grau.Os
pacientes distribuíram-se de acordocom
a Tabela IITabela 11: Distribuição dos pacientes por grau
de
escolaridade.Escolaridade Frequência
%
Analfabeto 2 1°Grau
Incompleto59
1°Grau
Completo
21 2°Grau
Incompleto 8 2°Grau
Completo
12 Superior Incompleto 3 SuperiorCompleto
2 1,87 55,14 19,63 7,47 11,21 2,80 1,87Em
relação ao tipo de exposição, os mais fiequentesforam
0
usuários de drogasinjetáveis (UD1), seguidos dos
que
contraíramo
vírus através de contato28 .Homossexual 9°., °‹› t2%
I
UDI EIHeter‹›se\'ual .Ignorado 36% 41% ITranfi.1§o sangueFigura ll: Distribuição dos pacientes quanto ao tipo de exposição.
Setenta e quatro pacientes
(70%)
estavamintemados
e 33(30%) foram
avaliados ambulatorialmente.
Sobre os parâmetros imunológicos, analisados
com
basena
contagem
delinfócitos
T
CD4+,
os pacientes obtiveram valoresque
variaram de 2 a 1.041células/mm3.
A
média
foide
210,6 1 232,18 células/mm3(M
1 SD).A
distribuição encontra-sena
Figura 12.Cerca de
31%
dos pacientesnão tinham
registro decontagem
de célulasCD4+.
8% 23%IO
a 49Imm3 29%I
50 a l99/mm3 200 a 500/mm3 Iacirna de 40% 500/mm3Figura 12: Distribuição dos pacientes quanto à contagem de células CD4+.
Em
relação à carga viral, os valores variaram de zero a 7.900.000 cópias/mmg.29
viral encontram-se
na
Tabela III.Aproximadamente
41%
dos pacientesnão
possuíam
registro de carga viral.Tabela III: Distribuição dos pacientes quanto à carga viral.
Carga
Viral (cópias/mmã) Frequência%
Até
5.000 19 30,16 5.001310.000
4
6,35 10.001 z 30.000 10 15,87 30.001 z 50.0004
6,35 50.001 z 100.0007
11,11Acima
de
100.000 19 30,16 Total63
l00,00 zvDe
acordocom
a classifícaçaoda
infecção peloHIV,
os pacientes seapresentaram
conforme
expostona
Tabela IV. Setenta e dois porcento dospacientes já apresentavam-se doentes
de
Aids.Cerca
de28%
era assintomático.A
maioria encontrava-se
em
estágiosavançados da
infecção, classificadoscomo
C3.Aproximadamente
31%
dos pacientesnão
entraramna
classificaçãopor
não
terem30
Tabela IV: Distribuição
dos
pacientes quanto à classificaçãoda
infecção peloHIV.
Classificação pelo
CDC,
Frequência%
_ revisão
Í993
A1
5 6,85A2
ó
8,22A3
3 4,11B1
0
0
B2
6
8,22B3
5 ó,s5C1
3 4,11C2
ó
3,22C3
39
53,42 Túzzú 73 100,00No
momento
da
avaliação, Sl pacientes(48%)
estavam usando
antirretrovirais.Dos
pacientes analisados,96,3%
apresentaramuma
ou
mais
dermatoses.Foram
realizadosum
totalde 407
diagnósticos, constatando-se 55 diferentes alteraçõesmucocutãneas,
numa
média de
3,8 dermatoses diagnosticadas por paciente.Em
seconsiderando os pacientes
que
jáhaviam
desenvolvidos Aids, estes apresentaramcerca
de
4,2 dermatoses, enquanto aqueles considerados assintomáticos,uma
média
de
2,7 dermatoses por paciente.As
manifestaçõesmucocutâneas mais
frequentes eTabela
V:
Distribuição dos pacientessegundo
as dermatosesmais
frequentesDermatoses
Í, Frequência%
Dermatite seborreicaXerodermia
Candidíase oralOnicomicose
Hiperpigmentação
difusa Queilite angularHiperpigmentação
ungnealVerruga
vulgarLeucoplasia pilosa oral
Tínea pedís
Herpes
labial Alopecia difusa Pruiigo Distrofia tmgueal Híperceratose plantarHiperpigmentação
de
mucosa
FoliculiteMolusco
contagioso ParoníquiaMelasma
Erupção por
drogasCondiloma
acnminado
Abscesso
Tinea corporisImpefigo
57
44
35
34
23
22
14 13 12 12 11 10 8 8 -P-Jäz-b-P~'~.l\UIU10\0\O'\O\ 53,27 41,12 32,71 31,78 21,50 20,56 13,08 12,15 11,21 11,21 10,28 9,35 7,48 7,48 5,61 5,61 5,61 5,61 4,67 4,67 4,67 3,74 3,74 3,74 3,74Além
destas dermatoses,foram
ainda encontradas,em
3 pacientes (2,80%).erupção acneiforme, escabíose, dermatite
de
estase, línguageográfica
e escarasde
decúbito.
Em
2
pacientes (I,87%): hiperemia palmar, herpes zoster, pitiríaseversicolor, herpes genital, tinea cruris, tinea capitis, cehilite, enrpção variceliforme
de Kaposi
e sarcornade
Kaposi
E
evidenciadasna
frequênciade
apenasum
32
síndrome de
Reiter, intertrigo candidiásicoem
quirodáctilos,vemxga
plana,blefaríte, herpes perianal, tnnguíase,
melanose
actínica, hidrosadenite, ceratose acflnica, tinea barbae e escrofnloderrna.Quando
se avaliao
número
de
dermatoses diagnosticadas por paciente eo
usode medicação
antirretroviral, verifica-seque
não
há
diferença significativa entreo
uso
destesmedicamentos
eo
número
de
diagnósticosde
alteraçõesmucocutâneas
(Tabela VI).
Tabela VI: Distribuição
dos
pacientesem
relaçãoao
número
de
dermatosesdiagnosticadas e
ao
usoou não de
antirretrovirais. -Número
de
dermatosesUsa
antirretroviralNão
usa antirretroviral TotalNenhuma
1 34
l 7 5 12 29
7 16 3 IO 8 184
IO 7 17 59
8 176
2 79
7
2 8 10 8 I 34
Total Sl56
107Com
basena
classificação das manifestaçõesmucocutâneas
do
HIV-positivoro sta or Rosatelli e coIs.“, os acientes distribuíram-se
de
acordocom
aP
P0
P
P
33
Tabela VII:
Dermatoses
em
pacientes portadoresdo HPV.
Dermatoses
Frequência%
Virais55
13,5 Bacterianas25
6,1 Fúngicas I 15 28,2Zoodermatoses
4
1,1 Neoplásicas2
0,5 Pi gmentares49
12,0Descamativas
102 25,1 Alérgicas 5 1,2 Outras50
12,3 Total407
100,0Não
houve
predominância
significativade
nenhum
dos
gruposde
dermatosesem
relação aos tiposde
exposiçãoao
HIV
(Tabela VIID.Tabela V1II:
Tipo
de
exposiçãoao
I-HVem
relação às dermatoses virais,bacterianas, fúngicas, pi gmentares e descamativas.
Tipo dg
Dermatoses Dermatosesvirais bacterianas ñmgicas pigmentares descamativas
expfmçao
Freq.
%
Freq.%
Freq. '36 Freq.%
Freq.%
Homossexual
9
160
0
17 15 1020
12 12UD1
27
49
1664
50
43
1939
49
48
Heterossexual 17 3 19
36
33
29
1429
32
31 Ignorado2
4
0
0
12 10 36
9
9
Transf. sangue0
0
0
0
33
36
0
0
Total55
100
25 100
115100
49
100
102 100
Houve
um
predomínio
estatisticamente significativode
dermatoses bacterianas, fúngicas, pigmentares e descamativasem
pacientes já doentesde Aids
(Tabela IX).34
Tabela IX:
Dermatoses
virais, bacterianas, fúngicas, pigmentares e descamativasem
relaçãoà
presençade
Aids.Dermatoses Dermatoses Dermatoses Dermatoses Dermatoses
Aids
virais bacterianas fiíngicas pigmentares descamativasFreq.
%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Sim
42
76
20* 80 95* 83
42*
86
84*
82
Não
1324
520 20
17 7 14 18 18Total
55
100
25 100 115 100
49
100
102100
* Significativo estatisticamente.
Considerando-se
o
uso de
antirretrovirais,não
ocorreuuma
diminuiçãosignificativa
no
diagnósticode
dermatoses virais, bacterianas, fúngicas,pígmentares e descamativas (Tabela X).
‹
Tabela
X: Dermatoses
virais, bacterianas, fúngicas, pigmentares e descamativasem
relação
ao
usode
antirretrovirais.Uso
de
Derniatoses Dermatoses Dermatoses Dermatoses Dermatosesvirais bacterianas ñmgicas pigmentares descamativas
antirretroviral
Freq.
%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Sim
23
42
1144
47
4122
45
46
45
Nao
32
58
1456
68
59
27
55
56
55
35
No
que
se refere àcontagem de
célulasCD4+
e à carga viral,não
houve
nada
estatisticamente significativo.
A
TabelaXI
mostra os gruposde
dermatosesem
relação à
contagem
média
de
linfócitosT
CD4+.
Tabela XI:
Dermatoses
virais, bacterianas, fúngicas, pigmentares e descamativas e respectivasmédias
da
contagem de
célulasCD4+.
Dermatoses
Contagem
média de
célulasCD4+/m.m.3_
Viraís 172,4
Bacterianas 168,8
Fúngicas l 80,2
Pigmentares 204,5
Descamativas
197,7Considerando-se a classificação
da
infecção peloHIV,
as dermatosesbacterianas, fúngicas, pigmentares e deseamativas
mostraram
um
predomínio
36
Tabela X11:
Dermatoses
virais, bacterianas, fúngicas, pigmentares e descamativasem
relação à classificaçãoda doença
peloHIV.
Classfficaçãø Dermatoses Dermatoses Dermatoses Dezmatoses Dermatoses
virais bacteriams fimgicas pigmentares descamativas
CDC/
1993
Freq.
%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
A1
1 30
0
34
13
1 1A2
1 32
15 1 1 2 5 1 IA3
26
1 8 34
0
0
4
6
B1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
B2
6
170
0
5 72
54
6
B3
38
1 87
10 2 56
9
CI
0
0
0
0
2
3 2 5 5 8C2
2
6
1 8 57
4
11 5 8C3
2158
8* 6146
64
25*
66
40*
61 Total36 100
13100
72
100
38
100
66
100
* SigniñcativoComparando-se
as dermatosesmais
comuns
eo
tipode
exposição, os pacientes distxibuíramde
acordocom
a Tabela
XIII.Não
houve
diferença estatística significativa.37
Tabela XIII:
Dermatoses mais
comuns
eo
tipode
exposiçãoao
HIV.
Tipo
de Demzaúte xeróózmúz candieíaâe cmiomwnúwse
rnpzrpigmemz- Quênia:seborreica çãodifosa angular
exposição z A
Freq.
%
Freq-%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Homossexual
8 144 9
5 147
21 522
I 5UDI
24
42
24 55
I543
1338
7
30
1463
Heterossexual 2137
1 125
1 1 31 1029
730
6
27
Ignorado4
7 5 ll 39
4
12 29
1 5 Transf. sangue0
0
0
0
1 30
0
2
9
0
0
Total57100
44100
35 100
34100
23
100
22 100
Quanto
à presençade Aids
em
relação às dermatosesmais comuns,
osdados
são apresentados
na
TabelaXIV.
Houve
significância estatística para dermatiteseborreica, candidíase oral e onicomicose,
que
semostraram mais
incidentesnos
pacientes
com
Aids.Tabela
XIV:
Dermatoses mais
comuns
em
relação à presençade
Aids.Dermatite Xerodermia Candidíase oral Onicomicose Hiperpigmema- Queilitve angular
. seboneica çãodifusa
Aids
Í Freq.%
Freq.
%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Sim
47*
8336 82
31* 89
30* 88
20
87
16 73Não
10 17 8 184
114
12 3 13 627
Total
57100
44100
35 100
34
100
23
100
22 100
* Significafivos estatisticamente.
O
uso de
antirretroviraisnão
levou à diminuição si-gnificativana
incidência das manifestaçõesmncocutâneas
maiscomuns
(TabelaXV).
38
Tabela
XV:
Dermatoses mais
comuns
em
relaçãoao
nsode
antirretroviial.U50
de Dermatite Xerodermía Candidfaseoral Onicomioose Hiperpigmenta- Queíliteseborreica " difix 1
antirretroviral
çaosa
angular
Freq.
%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Sim
47
27
18 41 1337
1235
io44
1150
Não
30
5326
59
22
63
22 65
1356
1150
Total
57100 44100
35 100
34100
23 100 22 100
Em
relação às célulasCD4+
foi estatisticamente signiñcativoo
predomínio de
contagens abaixo
de
200
células/mm3 para os pacientesonde
foi diagnosticadocandidíase oral,
xerodermia
e onicomicose. Estesdados
são apresentadosna
TabelaXVI.
A
TabelaXVII
mostraa contagem média de
linfócitosT
CD4+
das(ÍCI`II18ÍÍOS€S 111318 COIIIUIIS.
Tabela
XVI:
Dermatoses mais
comuns
em
relação àcontagem de
célulasCD4+.
Cømagem
de
Dermatite Xerodermia Candidíaseoral Onicomicose Hiperpigmenta- Queilite seborreicacélulas
CD4+
ção difusa angular
%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Freq.
0
a49/mm3
7
so
3199/mf
16zoo
z500/mn?
8> 500/mf
4
20
9* 30
46
16*53
23
3 10 11 27
33"2
1739
9
75
17 1 s7* 37
8* 216
10* 53 10*38
7
2
10 529
30
0
0
2
2
110
0
Total35
10030100
19100
23100
18100
12100
* Signíficativos39
Tabela
XVII:
Dermatoses mais
comuns
emédia da contagem de
célulasCD4+.
Dermatoses mais
comuns
Contagem
média de
célulasC¡D4+/mm;
Dermatite seborreica 225,4
Xerodermia
178,0 Candidíase oral 1 1 1,4Onícomicose
138,7Hiperpigmentação
difusa 230,3 Queilite angular 126,6Considerando-se a carga viral,
houve
diferença significativa apenas para ospacientes
que
apresentavam candidíase oral, cuja carga viral foipredominantemente acima de
10-000 cÓpias!mm3.Os
dados
referentes à carga vira1e às dermatoses
mais
comuns
são apresentadosna
Tabela XVIII.Tabela XVIII:
Dermatoses mais
comuns
em
relação à carga viral.Cm-ga
Vil-3] Dermatite Xerodermia Candidíase oral Onicomicose Iüiperpigrnenta- Queílite seborreicaão
difusa angular(cópias/mm3) p
f
Freq.
%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Freq.%
Até