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Propriedades estruturais, eletrônicas, ópticas e vibracionais do cristal ltreonina: simulações computacionais no formalismo DFT

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Academic year: 2021

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(1)Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciˆencias Exatas e da Terra Departamento de F´ısica Te´orica e Experimental Programa de P´os-Gradua¸ca˜o em F´ısica. Propriedades estruturais, eletroˆnicas, o´pticas e vibracionais do cristal l-treonina: Simula¸c˜oes computacionais no formalismo DFT.. Roniel de Lima Ara´ ujo. Natal–RN Mar¸co de 2017.

(2) Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciˆencias Exatas e da Terra Departamento de F´ısica Te´orica e Experimental Programa de P´os-Gradua¸ca˜o em F´ısica. Roniel de Lima Arau´jo. Propriedades estruturais, eletroˆnicas, o´pticas e vibracionais do cristal l-treonina: Simula¸c˜oes computacionais no formalismo DFT.. Natal–RN Mar¸co de 2017.

(3) ii Roniel de Lima Ara´ ujo. Propriedades estruturais, eletrˆonicas, o´pticas e vibracionais do cristal l-treonina: Simula¸co˜es computacionais no formalismo DFT.. Disserta¸ca˜o de mestrado apresentada ao Programa de P´os-Gradua¸ca˜o em F´ısica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para a obten¸c˜ao do t´ıtulo de mestre em F´ısica.. Orientador: Prof. Dr. Umberto Laino Fulco Co-orientador: Prof. Dr. Manoel Silva de Vasconcelos. Natal–RN Mar¸co de 2017.

(4) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Sistema de Bibliotecas – SISBI Catalogação da Publicação na Fonte - Biblioteca Central Zila Mamede Araújo, Roniel de Lima. Propriedades estruturais, eletrônicas, ópticas e vibracionais do cristal ltreonina: simulações computacionais no formalismo DFT / Roniel de Lima Araújo. - 2017. 71 f. : il. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Exatas e da Terra, Programa de Pós-Graduação em Física. Natal, RN, 2017. Orientador: Prof. Dr. Umberto Laino Fulco. Coorientador: Prof. Dr. Manoel Silva de Vasconcelos. 1. Biofísica - Dissertação. 2. DFT - Dissertação. 3. Propriedades físicas - Dissertação. I. Fulco, Umberto Laino. II. Vasconcelos, Manoel Silva de. III. Título. RN/UF/BCZM. CDU 577.3.

(5) iv ´ RONIEL DE LIMA ARAUJO. Propriedades estruturais, eletrˆonicas, o´pticas e vibracionais do cristal l-treonina: Simula¸co˜es computacionais no formalismo DFT.. Disserta¸ca˜o de mestrado apresentada ao Programa de P´os-Gradua¸ca˜o em F´ısica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para a obten¸ca˜o do t´ıtulo de mestre em F´ısica.. Aprovada em. .. BANCA EXAMINADORA. Prof. Dr. Umberto Laino Fulco Orientador - UFRN. Prof. Dr. Manoel Silva de Vasconcelos Co-orientador - UFRN. Prof. Dr. Carlos Antˆonio Barboza Examinador - UFRN. Prof. Dr. Antonio de Macedo Filho Examinador - UESPI. Natal–RN Mar¸co de 2017.

(6) v. Uma pessoa inteligente resolve um problema, um s´abio o previne. (Albert Einstein, 18791955).

(7) vi. Dedico este trabalho a todos os meus familiares e amigos que torceram e acreditaram em mim..

(8) vii. Agradecimentos Agrade¸co primeiramente a Deus, por ter me dado sa´ ude, for¸ca e determina¸ca˜o para perseverar nessa longa e dif´ıcil caminhada; A toda a minha fam´ılia, especialmente meus pais, Francisco e Rosˆangela, que sempre estiveram ao meu lado e sempre batalharam muito para que este momento ocorresse, aos meus irm˜ao Franciel e Romildo e a minha Irm˜a Francielma, aos meus sobrinhos Jo˜ao Victor e Grabriel Henrique; A minha esposa, Aline, pela paciˆencia, carinho e compreens˜ao demonstrados durante o tempo em que estive dedicado ao mestrado; Ao Professor Dr. Umberto Laino Fulco pela orienta¸ca˜o e apoio dada durante o desenvolvimento deste trabalho; Ao Professor Dr. Manoel Silva de Vasconcelos pela orienta¸c˜ao para o desenvolvimento ` todos os professores e funcion´arios do Programa de e conclus˜ao desta disserta¸ca˜o; A P´os-Gradua¸c˜ao em F´ısica da UFRN; A todos os meus amigos do curso de mestrado e doutorado..

(9) Lista de Figuras 1.1. Estrutura b´asica dos amino´acidos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1.2. Configura¸ca˜o espacial dos amino´acidos, estas duas mol´eculas de quiralidade. 1. oposta s˜ao enantiˆomero L e D [5]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 2. Liga¸ca˜o pept´ıdica entre amino´acidos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ` esquerda, um amino´acido n˜ao-ionizado. A ` direita, na sua forma zwitteriA. 3. oˆnica. Ambos eletricamente neutros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 4. 1.5. Mol´ecula da l-treonina na forma zwitteriˆonica. . . . . . . . . . . . . . . . .. 5. 2.1. Ciclo do c´alculo autoconsistente da solu¸ca˜o da equa¸ca˜o de Kohn-Sham. . . 15. 3.1. Vista de superc´elula do cristal de l-treonina ortorrˆombico na dire¸c˜ao c. . . 23. 3.2. (a) Mol´ecula l-treonina ortorrˆombica na forma zwitteriˆonica; (b) c´elula uni-. 1.3 1.4. t´aria ortorrˆombica do cristal l-treonina ortorrˆombico; (c) vista das liga¸c˜oes de hidrogˆenio entre as c´elulas unit´arias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.3. 24. Primeira zona de Brillouin do cristal l-treonina ortorrˆombico conjuntamente com os pontos de auto-simetria. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30. 3.4. Estrutura eletrˆonica de bandas e densidade de estados eletrˆonicos do cristal l-treonina ortorrˆombico obtido atrav´es do funcional GGA+TS. . . . . . . .. 3.5. 31. Estrutura eletrˆonica de bandas e densidade de estados eletrˆonicos do cristal l-treonina ortorrˆombico obtido atrav´es do funcional de troca e correla¸ca˜o LDA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32. 3.6. Densidade de estados eletrˆonicos do cristal l-treonina obtido atrav´es do funcional de troca e correla¸c˜ao GGA+TS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33. 3.7. Desnsidade de estados eletrˆonicos do cristal l-treonina obtido com o funcional LDA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 3.8. 34. Compara¸ca˜o entre a absor¸c˜ao o´ptica do cristal l-treonina ortorrˆombico para o policristal empregando os funcionais GGA+TS (linha preta s´olida) e LDA (linha vermelha tracejada). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36. 3.9. Gr´aficos de absor¸ca˜o o´ptica nas dire¸co˜es 100, 010, 001 e para uma amostra policristalina, obtidas atrav´es dos funcionais GGA e LDA. . . . . . . . . .. viii. 37.

(10) ix 3.10 Fun¸c˜ao diel´etrica nas polariza¸c˜oes 100, 010, 001 e para uma amostra policristalina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 3.11 ´Indice de refra¸c˜ao nas dire¸co˜es de polariza¸c˜ao 100, 010, 001 e para uma amostra policristalina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 3.12 Condutividade o´ptica nas polariza¸c˜oes 100, 010, 001 e para uma amostra policristalina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 3.13 Fun¸ca˜o perda nas polariza¸co˜es 100, 010, 001 e para uma amostra policristalina. 41 3.14 Espectros IV e Raman do cristal l-treonina ortorrˆombico na regi˜ao de 0 a 4000 cm−1 usando c´alculos DFT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 3.15 Espectros IV e Raman do cristal l-treonina ortorrˆombico na regi˜ao de 0 a 1000 cm−1 usando c´alculos DFT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 3.16 Espectros IV e Raman do cristal l-treonina ortorrˆombico na regi˜ao de 1000 a 2000 cm−1 usando c´alculos DFT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 3.17 Espectros IV e Raman do cristal l-treonina ortorrˆombico na regi˜ao de 2000 a 4000 cm−1 usando c´alculos DFT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49.

(11) x. Lista de Tabelas 3.1. Parˆametros de rede (em Å), e volume V (em Å3 ) da c´elula unit´aria do cristal da l-treonina, obtidos com os funcionais LDA e GGA+TS. As varia¸c˜oes com rela¸c˜ao aos valores experimentais [29] s˜ao mostradas. . . . . . . . . . .. 3.2. 24. Posi¸co˜es atˆomicas: Valores fornecidos por Janczak et al.[29] e resultados das otimiza¸c˜oes LDA e GGA+TS da c´elula unit´aria do cristal l-treonina: x, y e z s˜ao valores relativos aos parˆametros de rede a, b e c do cristal. . . . . 26. 3.3. Comprimento das liga¸co˜es atˆomicas presentes na c´elula unit´aria do cristal de l-treonina. Valores obtidos com c´alculos realizados com os funcionais. 3.4. LDA e GGA+TS e os valores de medidas experimentais [29] e te´oricos [24, 34]. 27 ˆ Angulos moleculares formados nas liga¸co˜es atˆomicas da c´elula unit´aria do cristal de l-treonina. Valores obtidos com c´alculos feitos com os funcionais LDA e GGA e tamb´em os valores experimentais. . . . . . . . . . . . . . . . 28. 3.5 3.6. Comprimentos das liga¸co˜es de hidrogˆenio no cristal l-treonina ortorrˆombico. 28 ˆ Angulos das liga¸co˜es de hidrogˆenio no cristal l-treonina ortorrˆombico. . . . 29. 3.7. Modos normais da l-treonina ortorrˆombica em k = 0. S˜ao indicadas Representa¸co˜es Irreduz´ıveis (Irreps), bem como os modos ativo IV e Raman. . . 43.

(12) Sum´ ario Agradecimentos. vii. Lista de Figuras. ix. Lista de Tabelas. x. Resumo. xiii. Abstract. xiv. 1 Introdu¸c˜ ao. 1. 1.1. Amino´acidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1. 1.2. l-treonina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 4. 1.3. Cristais de Amino´acidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 5. 1.4. Objetivo e motiva¸ca˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 6. 1.5. Escopo da disserta¸ca˜o. 7. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 2 Fundamenta¸c˜ ao Te´ orica. 8. 2.1. Aproxima¸c˜ao de Born-Oppenheimer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 9. 2.2. A Teoria do Funcional da Densidade (DFT) . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 2.2.1. Os teoremas de Hohenberg-Kohn . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 11. 2.2.2. Equa¸ca˜o de Kohn-Sham . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12. 2.3. Aproxima¸c˜ao de Densidade Local (LDA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 2.4. Aproxima¸c˜ao do Gradiente Generalizado (GGA) . . . . . . . . . . . . . . . 16. 2.5. Teorema de Bloch e Primeira zona de Brillouin . . . . . . . . . . . . . . . . 16. 2.6. Propriedades o´pticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19. 3 Resultados e Discuss˜ oes. 14. 22. 3.1. Otimiza¸ca˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22. 3.2. Propriedades Estruturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 3.2.1. Estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23. xi.

(13) xii. 3.3. 3.2.2. Parˆametro de rede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 24. 3.2.3. Posi¸co˜es atˆomicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25. 3.2.4. Comprimentos das liga¸co˜es e ˆangulos . . . . . . . . . . . . . . . . . 26. 3.2.5. Liga¸co˜es de hidrogˆenio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28. Propriedades eletrˆonicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 3.3.1. Zona de Brillouin . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29. 3.3.2. Estrutura de bandas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30. 3.3.3 3.4. 3.5. Densidade de estados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 ´ Propriedades Opticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35. 3.4.1. Absor¸ca˜o. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35. 3.4.2 3.4.3. Fun¸ca˜o Diel´etrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 ´Indice de Refra¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39. 3.4.4. Condutividade. 3.4.5. Fun¸ca˜o Perda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 41. Propriedades vibracionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 41. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39. 4 Conclus˜ oes e Perspectivas. 51. Referˆ encias Bibliogr´ aficas. 53.

(14) xiii. Resumo Apresentamos neste trabalho um estudo das propriedades estruturais, eletrˆonicas, o´pticas e vibracionais do cristal l-treonina ortorrˆombico, obtidos atrav´es de simula¸co˜es computacionais no formalismo DFT (Density Functional Theory), na qual foi utilizado as aproxima¸c˜oes da densidade local (LDA-CAPZ) e do gradiente generalizado (GGA-PBE). A l-treonina ´e um amino´acido essencial que desempenha um importante papel nos sistemas biol´ogicos, sendo o u ´ltimo dos 20 amino´acidos que formam a base proteica, a ser identificado. Para o cristal l-treonina foram obtidos, a partir de dados experimentais, a otimiza¸c˜ao da geometria cristalina, parˆametros de rede, ˆangulos e distˆancias interatˆomicas, estrutura de bandas, densidade de estado por ´atomo, absor¸ca˜o ´optica, fun¸ca˜o diel´etrica, ´ındice de refra¸ca˜o, condutividade ´optica, fun¸c˜ao perda, espectro infravermelho e Raman. Os novos parˆametros de rede encontrados est˜ao pr´oximos dos valores experimentais. Um band gap direto E(Γ → Γ)=5,06 eV e um band gap indireto E(X→S)=4,91 eV foram obtidos na estrutura eletrˆonica para as aproxima¸co˜es GGA e LDA, respectivamente. A an´alise das densidades de estados eletrˆonicos permiti identificar as contribui¸co˜es por a´tomo para os estados das bandas de valˆencia e de condu¸c˜ao. Nas propriedades o´pticas ´e poss´ıvel observar uma sensibilidade ao plano de polariza¸c˜ao de luz incidente 001. Uma boa concordˆancia foi obtida entre os espectros vibracionais infravermelho e Raman te´oricos e experimentais do cristal l-treonina.. Palavras-chave: DFT, Biof´ısica, Propriedades ´opticas e eletrˆonicas..

(15) xiv. Abstract In this work we present a study of the structural, electronic, optical and vibrational properties of orthorhombic l-threonine crystals, obtained through computational simulations in the DFT formalism (Density Functional Theory), in which local density approximations (LDA-CAPZ) and Of the generalized gradient (GGA-PBE). L-threonine is an essential amino acid that plays an important role in biological systems, being the last of the 20 amino acids that make up the proteins to be identified. For the crystal l-threonine, the optimization of crystalline geometry, lattice parameters, angles and inter atomic distances, band structure, state-by-atom density, optical absorption, dielectric function, refractive index, optical conductivity, loss function, infrared spectrum and Raman. The new lattice parameters found are close to the experimental values. A direct band gap E (Γ → Γ) = 5.06 eV and an indirect band gap E (X→ S) = 4.91 eV were obtained in the electronic structure for GGA and LDA approaches, respectively. The analysis of the electron states density allowed to identify the contributions per atom for the states in valence and conduction bands from the optical properties it is possible to observe a sensitivity to the plane of incident light polarization 001. A good agreement was obtained between the vibrational spectra IR and Raman theoretical and experimental data of the crystal l-threonine.. Keywords:DFT, Biophysics, Optical and Electronic properties..

(16) Cap´ıtulo 1 Introdu¸ c˜ ao 1.1. Amino´ acidos. Amino´acidos (Figura 1.1) s˜ao mol´eculas orgˆanicas primordiais na forma¸c˜ao das prote´ınas [1], constituindo assim, as bases mol´eculares dos seres vivos [2]. Ao todo s˜ao 20 amino´acidos encontrados nas prote´ınas conhecidos como α-amino´acidos. As prote´ınas desempenham papeis importantes nos seres vivos, como crescimento, regenera¸c˜ao de tecidos, transporte de nutrientes, entre outros. Um fato interessante, ´e que as c´elulas s˜ao capazes de produzir prote´ınas por meio da combina¸ca˜o destes 20 amino´acidos, gerando prote´ınas que apresentam propriedades e fun¸c˜oes totalmente diferentes, tais como, enzimas, hormˆonios, anticorpos, etc.. Figura 1.1: Estrutura b´asica dos amino´acidos. Os Principais elementos qu´ımicos que constituem os amino´acidos s˜ao carbono (C), hidrogˆenio (H), oxigˆenio (O) e nitrogˆenio (N), sendo sua estrutura formada por um carbonoα ligado a um grupo amina (−N H2 ) e a um grupo carboxila (−COOH). O carbono α 1.

(17) 2 tamb´em forma liga¸ca˜o com um ´atomo de hidrogˆenio e com uma cadeia lateral denominada grupo R. Cada amino´acido formado, apresenta propriedades diferentes uns dos outros, tais como: estrutura, tamanho da mol´ecula e cargas el´etricas. Em grande parte dos amino´acidos, o ´atomo de carbono α ´e assim´etrico, ou seja, os quatro grupos ligados a este ´atomo de carbono s˜ao diferentes. Portanto, o mesmo amino´acido pode existir em duas formas diferentes, dependendo da confoma¸c˜ao geom´etrica desses grupos. Estas formas s˜ao indistingu´ıveis quimicamente ou fisicamente (Figura 1.2), sendo somente detectadas atrav´es do uso de luz polarizada. Os enantiˆomeros L e D ´e uma nomenclatura atribuida aos amino´acidos por Emil Fischer em 1891 [3], referente `a configura¸ca˜o absoluta dos quatro substituintes em torno do carbono quiral. Por´em, estas designa¸co˜es tamb´em s˜ao atribuidas ao comportamento da luz ao atravessar estes materiais, sendo os L para lev´ogiros, que provoca a rota¸c˜ao da luz polarizada para esquerda e D para dextr´ogiros, que provoca a rota¸c˜ao da luz polarizada para direita [4].. Figura 1.2: Configura¸c˜ao espacial dos amino´acidos, estas duas mol´eculas de quiralidade oposta s˜ao enantiˆomero L e D [5]. Quase todos os compostos biol´ogicos com centro quiral ocorrem naturalmente em apenas uma forma de enantiˆomeros L ou D, tamb´em chamados de L-amino´acidos e D-amino´acidos. Todas as prote´ınas encontradas nos seres vivos s˜ao formados por L-amino´acidos, os Damino´acidos aparecem somente em certos antibi´oticos e em pept´ıdios, componentes da parede de algumas bact´erias [6]. Os D-amino´acidos, assim como outros amino´acidos ex´oticos encontrados nas c´elulas, s˜ao formados por modifica¸co˜es dos 20 amino´acidos proteicos ou s˜ao produtos intermedi´arios das vias de s´ıntese destes compostos. Os amino´acidos podem formar pol´ımeros atrav´es de liga¸co˜es pept´ıdicas (Figura 1.3), entre o grupo carboxila de um amino´acido e o grupo amina de outro, como consequˆencia da liga¸ca˜o do carbono e.

(18) 3. Figura 1.3: Liga¸c˜ao pept´ıdica entre amino´acidos. nitrogˆenio, se obt´em por exclus˜ao de uma mol´ecula de ´agua [7]. Os amino´acidos podem ser agrupados de acordo com sua polaridade e o seu estado, se carregado ou n˜ao carregado, dependendo do grupo R. Os amino´acidos com grupo R apolar s˜ao: Glicina, alanina, valina, leucina, isoleucina, metionina e a prolina. Estes radicais tamb´em s˜ao hidrof´obicos, ou seja, s˜ao formados unicamente por a´tomos de carbono e hidrogˆenio (com exce¸c˜ao da metionina que apresenta em seu grupo lateral um a´tomo de enxofre). A fenialanina e triptofano s˜ao classificados com grupo apolar, e possuem uma cadeia lateral contendo um anel arom´atico, tamb´em presente na tirosina. A Serina, Treonina, Asparagina, Glutamina, e Ciste´ına s˜ao hidrof´ılicos, ou seja, sol´ uveis em a´gua e com grupo lateral polar, n˜ao carregado. J´a os amino´acidos lisina, arginina, histidina, a´cido asp´artico e ´acido glutˆamico possuem grupo R polar carregado. Quanto a` forma de obten¸c˜ao pelo organismo, podemos classificar os amino´acidos em dois grupos: amino´acidos essenciais e amino´acidos n˜ao-essenciais. Amino´acidos n˜aoessenciais s˜ao sintetizados pelo organismo e vai suprir as necessidades celulares, j´a os amino´acidos essenciais n˜ao s˜ao sintetizados, sendo necess´ario estar presente na dieta, atrav´es de alimentos, seja vegetal ou animal. O org˜ao respons´avel por sintetizar os amino´acidos n˜ao-essenciais ´e o figado, fazendo com que o excesso de alimenta¸ca˜o seja convertido em ur´eia. Quando os amino´acidos est˜ao em um meio ´acido se comportam como uma base e em um meio b´asico se comportam como um a´cido, sendo denominados compostos anf´oteros..

(19) 4. ` esquerda, um amino´acido n˜ao-ionizado. A ` direita, na sua forma zwitteriˆonica. Figura 1.4: A Ambos eletricamente neutros. Este tipo de comportamento existente no amino´acidos ocorrem porque o grupo carboxila (−COOH) se comporta como a´cido e o grupo amina (N H2 ) se comporta como base. Quando est˜ao em solu¸c˜ao ou quando formam uma estrutura cristalina, o grupo carbox´ılico perde um ´atomo de hidrogˆenio, que se liga ao grupo amina. Deste modo, o composto passa a um estado de ´ıon bipolar ou estado zwitterion. A Figura 1.4 mostra uma representa¸ca˜o esquem´atica da estrutura de um amino´acido na forma zwitteriˆonica. Na natureza todos os amino´acidos existem na forma de ´ıons dipolar, sendo a existˆencia desta forma zwitteriˆonica que faz com que, os amino´acidos apresentem propriedades f´ısicas que n˜ao s˜ao observadas em compostos qu´ımicos similares [8].. 1.2. l-treonina. A l-treonina (Thr, T, f´ormula qu´ımica C4 H9 N O3 , mostrado na Figura 1.5) ´e um dos 20 amino´acidos que formam as proteinas, sendo classificado com o grupo polar e considerado um amino´acido essencial. A treonina foi o u ´ltimo dos 20 amino´acidos a ser identificado em 1938 por W. C. Rose [3], quando realizava experimentos de alimenta¸ca˜o com ratos. Como a treonina n˜ao ´e sintetizada pelo corpo, deve ser obtida atrav´es de alimentos como, carne de porco, carne bovina, latic´ınios, f´ıgado, feij˜ao, salm˜ao, clara de ovos, camar˜ao, leguminosas, entre outros [9, 10]. Tamb´em pode ser ingerida mediante o uso de suplementos alimentares a base de treonina. Algumas das fun¸co˜es exercidas pela treonina no corpo humano s˜ao: auxiliar as fun¸co˜es do sistema imunol´ogico, auxiliar na quebra de gorduras saturadas facilitando o processo de metaboliza¸c˜ao pelo figado, melhorar o processo de cicatriza¸c˜ao e recupera¸ca˜o de les˜oes, fortalecer os ossos e tamb´em ´e fundamental para a s´ıntese do col´ageno. Por outro lado, a ausˆencia ou a deficiˆencia da treonina, no organismo, poder´a desencadear infec¸c˜oes intestinais, dificuldade na absor¸c˜ao de nutrientes e f´ıgado gordo[11, 12]..

(20) 5. Figura 1.5: Mol´ecula da l-treonina na forma zwitteriˆonica.. 1.3. Cristais de Amino´ acidos. As intera¸co˜es intermoleculares existentes nos cristais devido as liga¸co˜es de hidrogˆenio e tamb´em for¸cas de Van Der Waals, s˜ao respons´aveis por ligar as mol´eculas de amino´acidos, ordenando-as espacialmente em uma rede espacial peri´odica tridimensional. Os cristais de amino´acidos apresentam uma caracter´ıstica importante na forma¸ca˜o de liga¸co˜es. Por exemplo, o grupo amina ´e um bom doador de liga¸c˜oes de hidrogˆenio e o grupo carboxila um excelente aceitador. Logo, devido a esta caracter´ıstica de formar rede em liga¸co˜es de hidrogˆenio, os amino´acidos ganharam grande interesse em estudos de espectroscopia [8]. As propriedades eletrˆonicas e o´pticas dos cristais s˜ao objeto de estudo h´a bastante tempo. Atualmente, os cristais orgˆanicos vˆem despertando um grande interesse devido a suas propriedades o´pticas n˜ao-lineares aos quais apresentam algumas vantagens quando comparados aos materiais ´opticos inorgˆanicos [13, 14]. Materiais que apresentam uma n˜ao-linearidade o´ptica possui um vasto campo de aplica¸co˜es, tais como, em conversores de frequˆencia, moduladores de luz, comutadores ´opticos, armazenamento ´optico de mem´oria e gera¸ca˜o de segundo harm´onico (GSH) [15, 16, 17, 18, 19]. Alguns amino´acidos como l-alanina, l-histidina e l-treonina apresentam as seguintes atividades ´opticas: gera¸ca˜o de segundo harmˆonico, caracter´ısticas como quiralidade molecular, transparˆencia no vis´ıvel e UV, e car´ater zwitterion [4]. A l-treonina ´e um dos amino´acidos que tem despertado interesse em estudados (principalmente em trabalhos experimentais), com objetivo de encontrar suas propriedades f´ısicas. As propriedades estruturais foram estudadas em trabalhos realizados por Ramesh Kumar et al. [15, 20] e Suresh Kumar et al. [21], as propriedades o´pticas por sua vez foram trabalhadas por Ramesh Kumar et al. [15, 20], Rodrigues et al. [22], Elberin Mary.

(21) 6 Theras et al. [13] e Santana et al. [23]. Analises de espectroscopia infravermelho e Raman foram investigadas por Krishnan et al. [8], Pawlukoj´e et al. [24] e Silva et al. [25]. Ultimamente, como ocorre com cristais inorgˆanicos, est˜ao sendo aplicadas t´ecnicas de dopagem em amino´acidos, afim de adquirir propriedades desejadas [26]. Em trabalho realizado por Theras et al. [13], foi sintetizado o cristal l-treonina ftalato, atrav´es da dissor¸ca˜o de l-treonina e a´cido ft´alico apresentando propriedades ´opticas n˜ao-lineares de terceira ordem.. 1.4. Objetivo e motiva¸ c˜ ao. Simula¸c˜oes realizadas com a ajuda de computadores tornou-se uma poderosa aliada da ciˆencia e da tecnologia. Na F´ısica de Estado S´olido, simula¸co˜es computacionais permitem modelar materiais no estado cristalino e compreender as propriedades destes materiais. Esta ´e uma ferramenta importante e ´e usada como aliada do f´ısico experimental, uma vez que sua aplica¸ca˜o poupa tempo e dinheiro, por permite explicar resultados experimentais e prever as caracter´ısticas de novos materiais. Esta tamb´em ´e uma aliada do f´ısico te´orico, pois pode ajudar a validar modelos matem´aticos e teorias. O objetivo desse trabalho ´e desenvolver competˆencias e habilidades em simula¸ca˜o computacional, atrav´es do m´etodo de c´alculos baseados em primeiros princ´ıpios, em nosso caso usando a abordagem da DFT; agregar conhecimentos de todas as etapas da pesquisa em simula¸ca˜o computacional tais como: descri¸ca˜o dos fenˆomenos, modelo matem´atico, instala¸ca˜o e configura¸c˜ao do software para ser usado como ferramenta de trabalho. O estudo por via de m´etodos baseados em c´alculos de primeiros princ´ıpios, de propriedades estruturais, eletrˆonicas, ´opticas e vibracional de materiais de interesse cient´ıfico e tecnol´ogico. O material investigados neste trabalho foi o cristal de l-treonina ortorrˆombica crescido por Janczak et al. a baixa temperatura (12K), usando difra¸c˜ao de raio X. A seguir, uma breve explica¸ca˜o sobre a motiva¸ca˜o de estudar este material. A l-treonina ´e um importante amino´acido encontrado em v´arias prote´ınas do ser humano, sendo um material orgˆanico com propriedades o´pticas n˜ao lineares [27]. A l-treonina ´e um amino´acido polar, que apresenta maior eficiˆencia na gera¸c˜ao de segundo harmˆonico (SHG) do que outros amino´acidos [20]. Materiais cristalinos semicondutores, como o sil´ıcio, tˆem servindo como material essencial para fabrica¸ca˜o de dispositivos eletrˆonicos h´a muito tempo. O crescimento de cristais inorgˆanicos s˜ao realizados a partir de uma fus˜ao a temperaturas muito elevadas, utilizando processos demorados e gasto intensivo de energia. Os materiais cristalinos chamado semicondutores orgˆanicos, podem ser cristalizados utilizando m´etodos `a base de.

(22) 7 solu¸ca˜o, a temperatura ambiente, abrindo a possibilidade de produ¸c˜ao em larga escala de eletrˆonica de baixo custo, visando numerosas aplica¸co˜es, desde transistores de efeito de campo e diodos emissores de luz e lasers em miniatura. O uso de cristais orgˆanicos para aplica¸c˜ao em dispositivos eletrˆonicos tem algumas vantagens tais como: dispositivos eletrˆonicos flex´ıveis e com baixo consumo de energia.. 1.5. Escopo da disserta¸ c˜ ao. O presente trabalho traz um estudo te´orico computacional das propriedades estruturais, eletrˆonicas, o´pticas e tamb´em medidas de absor¸ca˜o infravermelho e resultados de disper¸c˜ao Raman do cristal da treonina (Thr, T) na forma cristalina l-treonina. Desde a cristaliza¸ca˜o do amino´acido l-treonina realizado por Shoemaker et al. em 1950 [28], foram desenvolvidos diversos trabalhos, atrav´es de estudos experimetais [13, 15, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 27, 29, 30, 31, 32, 33], e tamb´em te´oricos [34, 35]. Foram usados como ponto de partida os dados cristalogr´aficos obtidos por Jan Janczak et al. [29] para a c´elula unit´aria do cristal l-treonina. No cap´ıtulo 1 ´e apresentado uma introdu¸ca˜o geral a respeito dos amino´acidos e a importˆancia dos cristais de amino´acidos para o desenvolvimento da tecnologia. Em seguida, no cap´ıtulo 2, apresentamos a teoria respons´avel pela realiza¸c˜ao deste trabalho. No cap´ıtulo 3, s˜ao apresentadas e discutidas as propriedades obtidas para o cristal l-treonina. Come¸camos apresentando algumas informa¸co˜es sobre o processo de otimiza¸c˜ao da geometria e algumas informa¸co˜es relevantes da estrutura cristalina. Em seguida, s˜ao apresentadas as propriedades estruturais obtidas como resultado do processo de otimiza¸c˜ao, onde fizemos uma an´alise dos parˆametros de rede, comprimentos das liga¸c˜oes intermoleculares e dos ˆangulos moleculares. Posteriormente, foram apresentadas as propriedades eletrˆonicas atrav´es da estrutura de bandas e densidade de estados parcial, sendo determinado o valor do gap de energia e os orbitais respons´aveis pela forma¸c˜ao deste band gap. Dando continuidade, s˜ao apresentados os resultados de espectroscopia infravermelho e Raman, sendo identificados os modos normais de vibra¸c˜ao do cristal. Por fim, no cap´ıtulo 4 s˜ao apresentadas as considera¸co˜es finais e as perspectivas geradas pelo presente trabalho..

(23) Cap´ıtulo 2 Fundamenta¸ c˜ ao Te´ orica O estudo das propriedades eletrˆonicas dos materiais ´e um dos problemas fundamentais em f´ısica da mat´eria condensada. Estes estudos s˜ao muito importante para entender o comportamento de sistemas como: mol´eculas, cristais e etc. As propriedades f´ısicas dos s´olidos podem ser obtidas atrav´es de uma grande variedade de m´etodos, desde abordagens cl´assicas a quˆanticas [36, 37]. Dentre as abordagens usadas para o tratamento quˆantico de sistemas de muitas particulas, destacamos o m´etodo de Hartree-Fock (HF) [38] e a Teoria do Funcional da Densidade (DFT) [41], que s˜ao as abordagens mais utilizadas para descrever propriedades de sistemas moleculares e cristalinos. O m´etodo de HF ´e baseado na escolha de uma base de fun¸c˜oes de onda eletrˆonicas escritas na forma de um determinante de Slater, que leva em considera¸c˜ao o fato dos el´etrons serem f´ermions e indistingu´ıveis. Esta imposi¸c˜ao leva ao aparecimento de um termo no hamiltoniano do sistema, denominado termo de troca, e as equa¸co˜es a serem resolvidas s˜ao chamadas de equa¸c˜oes de Hartree-Fock-Slater. Nesta abordagem, a express˜ao geral para o termo de troca ´e obtida exatamente. Por´em, o de correla¸c˜ao eletrˆonica n˜ao est´a presente. Como consequˆencia, ele ´e um m´etodo bom para estudar sistemas moleculares pequenos, n˜ao sendo muito adequado para descrever sistemas grandes, como, por exemplo, s´olidos. A abordagem DFT ´e moderna e poderosa, sendo normalmente usado para calcular a estrutura eletrˆonica de sistemas grandes contendo muitos a´tomos, como mol´eculas ou cristais. Esta teoria ´e baseada na densidade eletrˆonica do sistema, e n˜ao nas fun¸co˜es de onda dos el´etrons, e nela s˜ao levados em conta tanto os termos de troca como o de correla¸c˜ao. O m´etodo DFT foi utilizado neste trabalho e ser´a apresentado nas se¸c˜oes seguintes.. 8.

(24) 9. 2.1. Aproxima¸c˜ ao de Born-Oppenheimer. Sistemas materiais s˜ao formados por um grande n´ umero de part´ıculas que interagem entre si e realizam movimentos como rota¸c˜ao, transla¸ca˜o e/ou vibra¸c˜ao. Para obter as propriedades estruturais e eletrˆonicas destes sistemas materiais ´e necess´ario se ter conhecimento da fun¸ca˜o de onda Ψ do sistema. A fun¸c˜ao de onda Ψ ´e a solu¸c˜ao da equa¸c˜ao de Schr¨odinger independente do tempo [39], ˆ = EΨ, HΨ. (2.1). ˆ ´e o operador linear hamiltoniano e Ψ ´e a fun¸ca˜o de onda, que atua como autofun¸ca˜o onde H ˆ e E, ´e a energia do sistema. de H, O hamiltoniano de um sistema eletrˆonico constitu´ıdo com M n´ ucleos e N el´etrons ´e expresso como [40]: ˆ =− H. N X i. M N X M X ~2 2 1 X ZI e2 ~2 2 ∇i − ∇I − 2me 4πo i I |ri − RI | I 2MI. {z. |. Tˆe. + |. }|. {z. }|. Tˆn. {z. Vˆne. }. N N X M X M 1 X e2 1 X ZI ZJ e2 + , 4πo i j6=i |ri − rj | 4πo I J6=I |RI − RJ |. {z. Vˆee. }|. {z. Vˆnn. (2.2). }. em que i e j s˜ao ´ındices que especificam os el´etrons do sistema, I e J especificam os n´ ucleos atˆomicos, ri ´e a coordenada do el´etron i, RI ´e a coordenada do n´ ucleo I, e ZI ´e o n´ umero atˆomico do ´atomo I. Na mesma equa¸ca˜o, Tˆe ´e o operador energia cin´etica dos el´etrons, Tˆn ´e o operador energia cin´etica dos n´ ucleos, Vˆne ´e a intera¸ca˜o coulombiana entre os el´etrons e os n´ ucleos, Vˆee ´e o operador que representa a intera¸ca˜o entre os el´etrons e Vˆnn ´e o operador que representa as intera¸co˜es entre os n´ ucleos. Podemos perceber que trabalhar com sistemas de muitos el´etrons ´e muito dif´ıcil, principalmente quando a maioria das intera¸co˜es existentes s˜ao consideradas. Os n´ ucleos possuem uma massa da ordem de 103 vezes maior que a massa dos el´etrons de modo que, os el´etrons se movem muito mais r´apido que os n´ ucleos. Se considerarmos que os n´ ucleos est˜ao em repouso, o termo de energia cin´etica pode ser desprezado, apenas contribuindo com uma energia potencial de intera¸ca˜o constante, esta ´e a aproxima¸ca˜o de Born-Oppenheimer. Logo, com a aproxima¸ca˜o de Born-Oppenheimer o hamiltoniano pode ser escrito como: ˆ BO = − H. N X i. N X M N X N ~2 2 1 X ZI e2 1 X e2 ∇i − + . 2me 4πo i I |ri − RI | 4πo i j6=i |ri − rj |. (2.3). A aproxima¸ca˜o de Born-Oppenheimer faz com que os c´alculos sejam simplificados no estudo quˆantico de sistemas, tais como mol´eculas, cristais, entre outros. Considerando que.

(25) 10 o estado fundamental ´e n˜ao degenerado, a energia total do sistema ´e dada, ent˜ao, por: Eo =. Z. ˆ BO Ψ(r1 , r2 , ..., rn )dr1 dr2 ...drn = hΨ|H ˆ BO |Ψi. Ψ(r1 , r2 , ..., rn )∗ H. (2.4). O potencial externo pode ser separado em um funcional trivial da densidade eletrˆonica, deste modo, a energia do estado fundamental ´e escrito na forma: Eo = hΨ|Tˆ + Vˆe |Ψi +. Z. ρ(r)v(r)dr,. (2.5). sendo que a densidade eletrˆonica ´e definida por: ρ(r) =. Z. .... Z. Ψ(r1 , r2 , ..., rN )∗ Ψ(r1 , r2 , ..., rN )dr1 dr2 ...drN ,. (2.6). onde Ψ(r1 , r2 , ..., rN ) ´e a solu¸c˜ao do estado fundamental do hamiltoniano. O sistema eletrˆonico ´e definido completamente pelo n´ umero total de el´etrons, N , e pelo potencial externo Vˆ , no qual os el´etrons se deslocam.. 2.2. A Teoria do Funcional da Densidade (DFT). As bases da Teoria do Funcional da Densidade (DFT) foram desenvolvida por Hohenberg e Kohn [41], provando que a energia eletrˆonica do estado fundamental ´e determinada pela densidade eletrˆonica. Ao contr´ario dos principais m´etodos aplicados ao estudo de sistemas de muitos corpos que buscam determinar a fun¸ca˜o de onda do sistema como fundamento para a obten¸ca˜o de propriedades f´ısicas de interesse, a DFT baseia-se na fun¸c˜ao densidade de probabilidade eletrˆonica ou fun¸c˜ao densidade eletrˆonica, chamado simplesmente de densidade eletrˆonica ou densidade de carga, designado por ρ(r). A DFT usa a densidade eletrˆonica ρ(r) afim de obter a solu¸c˜ao da equa¸c˜ao de Schr¨odinger, ou seja, obter a solu¸c˜ao do estado fundamental ψ(rN ). Uma melhor compreens˜ao do teorema de Hohenberg e Kohn se dar comparando com a abordagem da fun¸ca˜o de onda. A fun¸c˜ao de onda de um sistema de muitos corpos composta por N el´etrons cont´em 4N vari´aveis, sendo 3N coordenadas espaciais e N coordenadas de spin para cada el´etron. A densidade eletrˆonica ´e o quadrado da fun¸ca˜o de onda, e ´e escrita com apenas trˆes vari´aveis espaciais, independente do n´ umero de el´etrons. Para qualquer que seja o tamanho do sistema, a densidade eletrˆonica tem o mesmo n´ umero de vari´aveis, enquanto que a complexidade da fun¸c˜ao de onda aumenta com o n´ umero de el´etrons. A aplica¸ca˜o pr´atica da teoria DFT foi desenvolvida por Kohn e Sham [42], tornando o tratamento do problema de muitos corpos mais simples e com boa aproxima¸ca˜o dos resultados. A Teoria do Funcional da Densidade fundamenta-se ao utilizar a densidade eletrˆonica escrita como fun¸ca˜o de trˆes coordenadas espaciais, afim de obter a solu¸c˜ao da.

(26) 11 equa¸ca˜o de Schr¨odinger. A solu¸ca˜o ir´a descrever o comportamento da ρ(r) no espa¸co, podendo assim, ser determinada as propriedades f´ısicas de interesse como por exemplo, o bandgap.. 2.2.1. Os teoremas de Hohenberg-Kohn. O sistema eletrˆonico ´e definido pelo n´ umero total de el´etrons, N , e pelo potencial externo V , no qual os el´etrons se deslocam. A Teoria do Funcional da Densidade baseia-se em dois teoremas de Hohenberg e Kohn [41]. Estes teoremas mostram que obtendo-se a densidade eletrˆonica do sistema no estado fundamental, ´e poss´ıvel encontrar a energia do estado fundamental. O primeiro teorema de Hohenberg-Kohn estabelece que o potencial externo ´e determinado, a menos de uma constante aditiva trivial, pela densidade eletrˆonica ρ(r). Uma vez que ρ determina o n´ umero de el´etrons, ele tamb´em determina a fun¸c˜ao de onda do estado fundamental Ψ e as propriedades eletrˆonicas do sistema. A teoria de Hohenberg e Kohn considera a energia Coulombiana como um potencial externo. A energia total do estado fundamental de um sistema de el´etrons interagentes ´e um funcional da densidade eletrˆonica de modo que, podemos escrever a energia como: E0 [ρ] = Te [ρ] + Vee [ρ] + Vne [ρ] ,. (2.7). onde Vne [ρ] ´e o potencial externo e depende do sitema, Te [ρ] + Vee [ρ] s˜ao as energias cin´eticas dos el´etrons e energia potencial de repuls˜ao entre os el´etrons respectivamente, e s˜ao independentes do sistema em quest˜ao, ou seja, s˜ao comuns a todos os sistemas independente do n´ umero de el´etrons e definido como o funcional de Hohenberg-Kohn FHK [ρ] = Te [ρ] + Vee [ρ] ,. (2.8). logo, substituindo na Eq. 2.8, obtemos E0 [ρ] = FHK [ρ] + Vne [ρ] .. (2.9). Se o funcional FHK for determinado, seu valor exato pode ser usado para resolver a equa¸ca˜o de Schr¨odinger para qualquer sistema, seja ele com poucos ou muitos corpos, uma vez que tal funcional n˜ao depende do sistema. O segundo teorema de Hohenberg-Kohn estabelece que o funcional da energia do estado fundamental E0 [ρ] ´e minimizado se a densidade ρ ´e a densidade exata para o estado fundamental. Em outras palavras, para uma densidade ρ˜(r), tal que ρ˜(r) ≥ 0, e com v´ınculo. R. ρ˜(r)dr = N , a energia total do sistema, E[˜ ρ], atinge um m´ınimo global, se ρ˜(r). for a densidade eletrˆonica exata do estado fundamental, de modo que, E[˜ ρ] ≥ E[ρ] = E0 ..

(27) 12 Este teorema torna poss´ıvel o uso do princ´ıpio variacional. Com isto podemos escrever a energia total do sistema, E[ρ], a partir do m´etodo variacional de Rayleigh-Ritz: . δ Ev [ρ] − µ. Z. ρ(r)dr − N. . ,. (2.10). onde Ev [ρ] ´e a energia do estado fundamental submetida a um potencial externo v(r), e o multiplicador de Lagrange, µ, ´e o potencial qu´ımico eletrˆonico associado com o v´ınculo R. ρ(r)dr = N . O teorema de Hohenberg e Kohn torna poss´ıvel o tratamento do problema de. muitos corpos de forma simplificada, o que nos permite escrever as grandezas importantes em fun¸ca˜o da densidade eletrˆonica, por´em n˜ao fornece informa¸c˜oes de como resolver a equa¸ca˜o de Schr¨odinger de forma pr´atica.. 2.2.2. Equa¸ c˜ ao de Kohn-Sham. A principal contribui¸c˜ao de Kohn e Sham [42] para a DFT consiste na troca do complicado sistema de muitos corpos interagentes por um sistema auxiliar que pode ser resolvido mais facilmente, assumindo a densidade do estado fundamental do sistema interagente como sendo igual ao de um sistema n˜ao-interagente. A energia eletrˆonica do estado fundamental de um sistema ´e descrita pela soma da energia cin´etica eletrˆonica, da energia potencial de atra¸ca˜o n´ ucleo-el´etron e a energia potencial de repuls˜ao entre os el´etrons, onde cada um ´e um funcional da densidade eletrˆonica do estado fundamental, conforme mercionado na se¸ca˜o anterior, E0 [ρ] = Te [ρ] + Vee [ρ] + VN e [ρ] ,. (2.11). onde, a energia potencial de atra¸c˜ao n´ ucleo-el´etron ´e formada pela soma sobre todos os 2N el´etrons, de modo que o potencial pode ser escrito na forma: VN e =. 2N X. v(ri ) ,. (2.12). i=1. sendo v(ri ) o potencial externo de atra¸ca˜o entre o el´etron i e o n´ ucleo. Considerando a equa¸ca˜o, Z. ψ. 2N X. f (ri )ψdt =. Z. ρ(r)f (r)dr ,. (2.13). i=1. podemos escrever o potencial VN e como sendo: VN e =. Z. ρ(r)v(r)dr .. (2.14). Desse modo, reescrevemos a equa¸ca˜o da energia da seguinte forma: E0 [ρ] =. Z. ρ(r)v(r)dr + Te [ρ] + Vee [ρ] .. (2.15).

(28) 13 Por´em, esta equa¸ca˜o n˜ao pode ser usada, j´a que n˜ao se conhece os funcionais Te (ρ) e Vee (ρ). Definindo ∆Ts [ρ] como o desvio real da energia cin´etica, ou seja, ∆Ts [ρ] ´e a diferen¸ca na energia cin´etica m´edia do estado fundamental entre o sistema real e o sistema de el´etrons n˜ao-interagentes, temos: ∆Ts [ρ] ≡ Te [ρ] − Ts [ρ] .. (2.16). Vamos agora definir o desvio real da energia potencial ∆Vee , partindo da energia cl´assica de repuls˜ao e de uma nuvem de cargas. A energia cl´assica de repuls˜ao ´e descrita como sendo a somat´oria das energias infinitesimais dos elementos de volume ρ(r1 )dr1 e ρ(r2 )dr2 separados um do outro por uma distˆancia |r1 − r2 | multiplicado por meio. A soma infinitesimal ´e uma integral, logo 1 Z Z ρ(r1 )ρ(r2 ) ∆Vee [ρ] = Vee [ρ] − dr1 dr2 . 2 |r1 − r2 |. (2.17). Logo, a energia pode ser escrita na forma E0 =. Z. 1 Z Z ρ(r1 )ρ(r2 ) ρ(r)v(r)dr + ∆Ts [ρ] + Ts [ρ] + ∆Vee [ρ] + dr1 dr2 2 |r1 − r2 |. (2.18). ou E0 = Ts [ρ] +. Z. 1 Z Z ρ(r1 )ρ(r2 ) ρ(r)v(r)dr + dr1 dr2 + EXC [ρ] , 2 |r1 − r2 |. (2.19). onde EXC [ρ] ≡ ∆Ts [ρ] + ∆Vee [ρ] .. (2.20). Este ´e o funcional de energia de troca e correla¸ca˜o. O sistema de referˆencia de el´etrons n˜ao-interagentes ´e definido de modo que tenha a mesma densidade eletrˆonica que o estado fundamental do sistema real, ρ(r) = ρr (r) =. N X. |ψiKS (ri )|2 ,. (2.21). i=1. onde ψiKS ´e o orbital espacial de Kohn-Sham. A proposta de Kohn-Sham consiste em determinar a energia do estado fundamental em rela¸c˜ao a densidade eletrˆonica, sujeito a condi¸ca˜o. R. ρ(r)dr = N , obtendo: Z δE0 δTs [ρ] ρ(r2 ) δEXC [ρ] = + v(r) + dr2 + δρ(r) δρ(r) |r1 − r2 | δρ[r]. (2.22). sendo definido que, vH (r) =. Z. ρ(r2 ) dr2 |r1 − r2 |. (2.23).

(29) 14 e, vXC (r) ≡. δEXC [ρ] , δρ[r]. (2.24). onde vXC (r) ´e o potencial de troca e correla¸ca˜o obtido atrav´es da derivada funcional da energia de troca e correla¸ca˜o. Conhecendo-se de maneira exata a energia de troca e corre¸ca˜o, ent˜ao, conheceremos o potencial de troca e correla¸ca˜o, uma vez que, o potencial pode ser determinado atrav´es da derivada funcional da energia com respeito a densidade. Logo, a equa¸ca˜o de Schr¨odinger para um sistema de part´ıculas n˜ao-interagentes ´e dada por: 1 − ∇2 + VKS (r) ψi (r) = εi ψi (r) 2. (2.25). VKS (r) = v(r) + vH (r) + vXC (r) .. (2.26). . . com,. A solu¸ca˜o da equa¸ca˜o de Schr¨odinger ´e encontrada mediante um c´alculo autoconsistente (Figura 2.1). Uma vez que se conhe¸ca o potecial de troca e correla¸c˜ao ´e poss´ıvel obter a densidade eletrˆonica do sistema e portanto, encontrar a solu¸ca˜o da equa¸c˜ao de Schr¨odinger.. 2.3. Aproxima¸c˜ ao de Densidade Local (LDA). A aproxima¸ca˜o de densidade local (LDA) foi desenvolvida por Kohn e Sham em 1965 [42], sendo uma das mais simples alternativas empregadas nos c´alculos DFT para se conhecer o termo de troca e correla¸c˜ao, na qual assume que, o funcional de troca e correla¸c˜ao pode ser escrito como um funcional da densidade eletrˆonica local relacionada a um g´as de el´etrons homogˆeneos. Nesta aproxima¸ca˜o, assume-se que a densidade eletrˆonica ρ(r) varia lentamente no espa¸co, de modo que o g´as de el´etrons seja considerado localmente uniforme em um pequeno elemento de volume dr, podendo ser escrita a energia de troca e correla¸c˜ao EXC (ρ) como: LDA EXC =. Z. ρ(r)εXC [ρ(r)]dr ,. (2.27). onde εXC [ρ(r)] ´e a energia de troca e correla¸ca˜o de um g´as de el´etrons homogˆeneo com densidade local dada por ρ(r). O potencial de troca e correla¸ca˜o ´e dado por: LDA VXC =. LDA δEXC δεXC [ρ(r)] = εXC [ρ(r)] + ρ(r) . δρ(r) δρ(r). (2.28).

(30) 15. Figura 2.1: Ciclo do c´alculo autoconsistente da solu¸ca˜o da equa¸c˜ao de Kohn-Sham. A energia de troca e correla¸ca˜o pode ser escrita como a soma da energia de troca e a energia de correla¸ca˜o, ou seja, εLDA XC [ρ] = εX [ρ] + εC [ρ] .. (2.29). Logo podemos escrever LDA EXC =. Z. ρ(r)[εX (ρ) + εC (ρ)]dr .. (2.30). O termo de troca εX , pode ser encontrado facilmente para um g´as homogˆeneo, uma vez que as intera¸c˜oes eletrost´aticas s˜ao nulas e, ´e dada por: 3 3 1/3 Z 4/3 εLDA [ρ] = − ( ) ρ (ρ)dr . X 4 π. (2.31). A energia de correla¸c˜ao portanto, n˜ao tem uma f´ormula exata conhecida, sendo fornecida atrav´es de c´alculos n´ umericos. A aproxima¸ca˜o LDA tende a subestimar os band gaps e superestimar as energias, sendo portando os valores obtidos pela otimiza¸c˜ao geometrica da estrutura cristalina com este funcional, menores que os valores experimentais..

(31) 16. 2.4. Aproxima¸c˜ ao do Gradiente Generalizado (GGA). De modo geral, os resultados obtidos em c´alculos de estrutura eletrˆonica utilizando a aproxima¸c˜ao LDA apresentam valores considerados bons. No entanto, quando tratamos de sistemas que possui muitos elementos que s˜ao altamente correlacionados, ou seja, para sistemas reais em que a densidade eletrˆonica n˜ao ´e uniforme, a aproxima¸c˜ao LDA n˜ao ´e aconselhada. Os bons resultados obtidos com a aproxima¸c˜ao LDA levou ao desenvolvimento da aproxima¸ca˜o do funcional de troca e correla¸ca˜o em que se leva em conta a varia¸c˜ao da densidade eletrˆonica. M´etodo esse, conhecido como aproxima¸c˜ao do gradiente generalizado (GGA) [43]. O funcional da Aproxima¸ca˜o do Gradiente Generalizado (GGA) representa uma melhoria na abordagem do problema da correla¸c˜ao em sistemas n˜ao homogˆeneos e tem a seguinte express˜ao: GGA EXC [ρ(r)] =. Z. f [ρ(r), ∆ρ(r)]dr .. (2.32). Da mesma forma como ´e feito na aproxima¸ca˜o LDA, podemos separar o funcional GGA EXC. GGA em duas partes, uma contendo o termo de troca EX e outra contendo o termo de. correla¸c˜ao ECGGA , GGA GGA EXC = EX + ECGGA .. (2.33). Para se obter a densidade eletrˆonica do sistema ´e necess´ario que se conhe¸ca a energia GGA de troca e correla¸ca˜o EXC . Para isso, existem v´arias propostas, algumas destas propostas. s˜ao semi-emp´ıricas, que usam dados experimentais em suas deriva¸co˜es, outras baseiam-se atrav´es de c´alculos de primeiros princ´ıpios, como ´e o caso do funcional de Perdew-BurkeErzenhof (PBE). Os funcionais de troca e correla¸ca˜o tˆem evolu´ıdo muito, sendo esta uma ´area de pesquisa bastante ativa. Atualmente tem surgido funcionais h´ıbridos, nos quais o funcional de troca ´e constitu´ıdo por um termo de Hartree-Fock com o funcional de troca da teoria do funcional da densidade [44, 45]. Vale ressaltar que tais funcionais n˜ao representam uma melhoria na abordagem geral do problema, mas sim uma adapta¸ca˜o para resolver um problema espec´ıfico ou um grupo de problemas.. 2.5. Teorema de Bloch e Primeira zona de Brillouin. Um cristal ´e uma material formado por ´atomos ou mol´eculas que apresentam sim´etria translacional definida pelos vetores da c´elula unit´aria primitiva a1 , a2 e a3 . Daqui resulta que o potencial externo dos ´ıons Vef f (r) segue a mesma periodicidade, podendo ser escrito na forma: Vef f (r + R) = Vef f (r). (2.34).

(32) 17 ou VKS (r + R) = VKS (r) .. (2.35). sendo R, o vetor de rede formado pela combina¸c˜ao dos vetores da c´elula unit´aria, multiplicados por inteiros [46, 47], ou seja: R = n1 a1 + n2 a2 + n3 a3. ,. n1 , n2 , n3 : inteiros .. (2.36). O volume de uma c´elula primitiva ´e sempre o mesmo, independentemente de qual seja a c´elula adotada, de modo que podemos expressar atrav´es dos vetores primitivos, Ωcp = |a1 · (a2 × a3 )| .. (2.37). A c´elula de Wigner-Seitz [39, 48] de um sistema cristalino ´e a que possui o menor volume mantendo a mesma simetria da rede, sendo formada tra¸cando-se retas entre um ponto da rede e seu vizinho mais pr´oximo e, posteriormente, tomando-se planos perpendiculares a`s retas e dividindo estes ao meio. A importˆancia da c´elula de Wigner-Seitz reside na sua ´ıntima rela¸ca˜o com a chamada zona de Brillouin. Uma base de vetores de uma rede real, pode se relacionar com uma base de vetores no rede rec´ıproca1 , obdecendo `a condi¸ca˜o de ortonormalidade bi · aj = 2πδij ,. (2.38). onde bi s˜ao os vetores da rede rec´ıproca e aj s˜ao os vetores da rede real. Com isto, a aplica¸c˜ao deste procedimento aos vetores de rede da c´elula de Wigner-Seitz nos leva `a contru¸c˜ao da primeira zona de Brillouin2 , que atende a condi¸c˜ao de Bragg3 [39]. Logo, a c´elula de Wigner-Seitsz descrita na rede rec´ıpoca ´e a primeira zona de Brillouin [48]. Podemos construir vetores que conectam todos os pontos equivalentes na rede rec´ıproca, que chamamos de G, G = m1 b1 + m2 b2 + m3 b3 ,. (2.39). onde os mi s˜ao inteiros. Finalmente, pode-se definir os ´ındices de Miller de uma maneira muito mais simples usando a rede rec´ıproca. Os ´ındices de Miller (h, k, l) [49] definem um plano que ´e perpendicular ao vetor de rede rec´ıproca G. 1. A rede rec´ıproca ´e conhecida como o conjunto de todos os vetores de onda K que produzem ondas. planas com a periodicidade da rede de Bravais. 2 A primeira zona de Brillouin ´e o menor volume limitado por planos perpendiculares ao ponto m´edio de vetores da rede rec´ıproca tra¸cados a partir da origem. 3 Condi¸c˜ ao para que haja interferˆencia construtiva entre as ondas espalhadas pelos pontos da rede cristalina, 2d sin θ = nλ..

(33) 18 A solu¸ca˜o da equa¸ca˜o de Kohn-Sham para o potencial peri´odico ´e facilitado com uso do teorema de Bloch [50]. O teorema de Bloch imp˜oe uma condi¸ca˜o sobre a fun¸ca˜o de onda de um el´etron que se move em um potencial peri´odico como uma consequˆencia da simetria translacional. Para uma fun¸c˜ao de onda que satisfa¸ca a equa¸ca˜o de Schr¨odinger em um potencial peri´odico (Eq. 2.35), existe um vetor k tal que a transla¸ca˜o por um vetor de rede R ´e equivalente a multiplica¸ca˜o por um fator de fase, escrito como ψkKS (r + R) = c(R)ψkKS (r) ,. (2.40). onde c(R) ´e uma fun¸ca˜o complexa. O teorema de Bloch Eq. 2.42 descreve a fun¸c˜ao de onda de um el´etron dentro de um potencial peri´odico, ou seja, descreve o movimento de el´etrons em um s´olido. Este teorema indica como devem ser as fun¸co˜es de onda dos el´etrons, tratando o movimento de todos os el´etrons, analisando apenas o movimento de um u ´nico el´etron. Como a transla¸ca˜o das autofunc˜oes de Kohn-Sham por R n˜ao pode alterar a condi¸c˜ao de normaliza¸ca˜o, ent˜ao |c(R)|2 = 1, portanto, c(R) = eik·R .. (2.41). Deste modo, pode-se afirmar que as autofun¸c˜oes do Hamiltoniano podem ser escritas como ψkKS (r) = eik·r uk (r) ,. (2.42). onde a fun¸c˜ao uk (r) tem a mesma periodicidade que o potencial Vef f (r). Usando o formalismo do teorema de Bloch (Eq. 2.42) na equa¸c˜ao de Schr¨odinger, encontramos que u ´e determinado pelo problema de autovalor ˆ KS H k uk (r) = εk uk (r) ,. (2.43). uk (r + R) = uk (r) .. (2.44). com a condi¸c˜ao de contorno,. O hamiltoniano de Kohm-Sham efetivo tem uma dependˆencia de k, podendo ser escrito na forma }2 1 ˆ KS H = ∇+k k 2m i . 2. + VKS (r) ,. (2.45). logo, ". ˆ KS H k uk (r) =. }2 1 ∇+k 2m i . 2. #. + VKS (r) uk (r) = εk uk (r) .. (2.46).

(34) 19 Um ponto importante na zona de Brillouin ´e o ponto Γ que correspondente a k = 0. Da Eq. (2.45), pode-se ver que, neste ponto, as autofun¸co˜es do hamiltoniano podem ser escolhidas como reais. Por conseguinte, para calcular as propriedades de um cristal constitu´ıdo por um n´ umero de c´elulas unit´arias, ´e suficiente resolver (2.43) numa u ´nica c´elula unit´aria para todaos os k permitidos na primeira zona de Brillouin. A energia total do sistema ´e ent˜ao definida atrav´es de uma soma discreta sobre auto-energias no espa¸co k . Para um cristal infinito, Ni → ∞, k se torna cont´ınuo na zona de Brillouin e as auto-energias de Kohn-Sham formam bandas cont´ınuas no espa¸co k . Por´em, para c´alculos pr´aticos, apenas se considera um n´ umero discreto de estados k e a integral sobre a zona de Brillouin ´e aproximada como uma soma discreta. Se forem utilizados pontos discretos suficientes, a integral ´e convergente e o resultado obtido ´e equivalente ao de um sistema infinito. Das considera¸c˜oes acima tamb´em se segue que n˜ao ´e necess´ario escolher a c´elula ´ igualmente v´alido unit´aria primitiva no espa¸co real para resolver as fun¸co˜es de Bloch uk . E considerar c´elulas espaciais reais maiores constitu´ıdas por um n´ umero de c´elulas unit´arias primitivas. Enquanto isso aumenta o custo computacional da solu¸c˜ao para uk , significa que s˜ao necess´arios menos pontos discretos k para obter energias convergentes para o cristal infinito.. 2.6. Propriedades o ´pticas. A propaga¸c˜ao de uma onda eletromagn´etica ´e modificada ao passar de um meio para outro, de modo que, a intensidade desta mudan¸ca ´e deteminada pela propriedade do material no qual a onda passou a se propagar. De acordo o princ´ıpio de conserva¸ca˜o de energia ´e poss´ıvel afirma que: τ +R+α=1 ,. (2.47). onde τ representa a quantidade de radia¸ca˜o eletromagn´etica transmitida pelo material, R ´e o coeficiente de reflex˜ao e α ´e o coeficiente de absor¸ca˜o. Como se pode observar quando um material tem um coeficiente de absor¸ca˜o alevado, a reflex˜ao e a transmi¸ca˜o de ondas eletromagn´eeticas devem ser baixos, o que n˜ao implicar dizer que sejam iguais, para que a soma destas propriedades sejam iguais a 1. Podemos descrever esta propriedade atrav´es do ´ındice de refra¸c˜ao complexo N : N = n + ik. (2.48). A propaga¸c˜ao de uma radia¸c˜ao atrav´es de um material, ocorre com perda de energia, sendo poss´ıvel definir o coeficiente de absor¸ca˜o que indica a fra¸c˜ao de energia perdida por.

(35) 20 unidade de comprimento do material, sendo fornecida pela produ¸ca˜o de calor pela luz na amostra. O coeficiente de absor¸c˜ao est´a relacionado com a parte imagin´aria do ´ındice de refra¸ca˜o, dada por: α(ω) =. 2kω . c. (2.49). J´a o coeficiente de reflex˜ao ou reflectividade, pode ser obtida para o caso simples de incidˆencia normal sobre uma superf´ıcie plana, sendo encontrada por meio da rela¸c˜ao: R=.

(36)

(37)

(38) 1 − N

(39) 2

(40)

(41)

(42)

(43). 1+N. (n − 1)2 + k 2 = . (n + 1)2 + k 2. (2.50). ´ comum calcular as propriedades ´opticas em termos da fun¸c˜ao diel´etrica complexa ε. E Logo, ε(ω) = ε1 + iε2 = N 2 ,. (2.51). relacionando a parte real e imagin´aria da fun¸ca˜o diel´etrica com o ´ındice de refra¸ca˜o temos: ε1 + iε2 = (n + ik)2 = n2 + 2ink − k 2. (2.52). de modo que podemos escrever, ε1 = n2 − k 2. e. ε2 = 2nk .. (2.53). A condutividade o´ptica ´e uma grandeza normalmente empregada na caracteriza¸ca˜o de materiais, desempenhando um importante papel nas transi¸co˜es intrabandas, sendo definida como: σ = σ1 + iσ2 = −i. ω (ε − 1) . 4π. (2.54). A perda de energia ocasionada por um el´etron que passa atrav´es de um meio diel´etrico homegˆenio ´e uma propriedade que pode ser obtida a partir da constante diel´etrica complexa, sendo conhecida como fun¸c˜ao perda. A fun¸ca˜o diel´etrica ´e ent˜ao expressa da seguinte forma: 1 L(ω) = Im − ε(ω). !. .. (2.55). Na pr´atica, o coeficiente de absor¸ca˜o e a reflex˜ao s˜ao as propriedades o´pticas mais acess´ıveis, uma vez que podem ser determinadas caso se conhe¸ca as partes real e imagin´aria do ´ındice de refra¸c˜ao. A descri¸ca˜o das intera¸co˜es de um f´oton com el´etrons se d´a atrav´es de pertuba¸c˜oes dependentes do tempo. O campo el´etrico do f´oton promove transi¸co˜es.

(44) 21 entre estados ocupados e virtuais, sendo o efeito do campo magn´etico muito pequeno. A parte imagin´aria da fun¸ca˜o diel´etrica pode ser escrita como: ε2 (ω) =. 2e2 π X |hψkc |u · r|ψkv i|2 δ(Ekc − Ekv − ~ω) , Ωε0 k,v,c. (2.56). onde u ´e o vetor que fornece a polariza¸c˜ao do campo el´etrico incidente e os ´ındices v e c representam os estados de valˆencia e de condu¸c˜ao, respectivamente. As partes real e imagin´aria da fun¸ca˜o diel´etrica est˜ao ligadas pela transforma¸ca˜o de Kramers-Kronig: ε1 (ω) =. 2ω Z ∞ ω 0 ε2 (ω 0 ) 0 dω . π 0 ω 2 − ω 02. (2.57). A radia¸ca˜o incidente quando polarizada necessita de um vetor em que define a dire¸ca˜o do campo el´etrico para a radia¸ca˜o que ´e incidida perpendicularmente ao cristal. Em uma amostra policristalina nenhuma dire¸ca˜o precisa ser especificada sendo o campo el´etrico isotr´opico. No prox´ımo cap´ıtulo seram apresentados os resultados obtidos neste trabalho..

(45) Cap´ıtulo 3 Resultados e Discuss˜ oes 3.1. Otimiza¸c˜ ao. A otimiza¸c˜ao da geometria da estrutura cristalina da l-treonina C4 H9 NO3 foi realizada usando o formalismo da teoria do funcional da densidade (DFT) [41, 42], com o software CASTEP (Cambridge Sequential Total Energy Package)[51, 52]. Baseando-se nos pseudopotenciais, este m´etodo torna poss´ıvel a obten¸ca˜o de algumas propriedades do material estudado, tais como: parˆametros de rede, propriedades estruturais, estrutura de bandas, densidade de estados, propriedades o´pticas, etc. Foram utilizados a Aproxima¸ca˜o do Gradiente Generalizado (GGA) com o funcional Perdew-Burke-Ernzerhof (PBE) [43] e a Aproxima¸ca˜o da Densidade Local (LDA) com o funcional Cerpeley-Alder-Perdew-Zunger (CA-PZ) [53]. O c´alculo GGA foi realizado incluido uma corre¸ca˜o de energia de dispers˜ao (PBE+TS). O uso da corre¸c˜ao de disper¸ca˜o evita a necessidade da utiliza¸ca˜o de m´etodos quˆanticos de alto n´ıvel para descrever intera¸co˜es de van der Waals. Para o c´alculo foi utilizado o pseudopotencial de norma consevada para substituir os el´etrons do n´ ucleo de cada esp´ecies de ´atomo no c´alculo GGA+TS e LDA. Uma tolerˆancia de 0, 5 × 10−6 eV foi adotada nos c´alculos de autoconsistˆencia. A otimiza¸ca˜o da geometria foi calculada com um valor inicial de 0, 5 × 10−5 eV/´atomo para a varia¸c˜ao da energia total, 0.01 eV/Å para a for¸ca m´axima sobre cada a´tomo, 0.02 GPa para a press˜ao e 0, 5 × 10−3 Å para o deslocamento atˆomico m´aximo. A energia de corte usada foi de 830 eV nos c´alculos para obten¸c˜ao das propriedades o´pticas e eletrˆonica para as aproxima¸co˜es LDA e GGA+TS. As propriedades vibracionais foram calculadas com energia de corte igual a 1000 eV, usando o funcional GGA+TS.. 22.

(46) 23. 3.2 3.2.1. Propriedades Estruturais Estrutura. A estrutura cristalina da l-treonina (com f´ormula qu´ımica C4 H9 NO3 ), a temperatura ambiente, foi determinada por Shoemaker et al., em 1950 [28], atrav´es de difra¸c˜ao de raio X. Devido `a falta de informa¸ca˜o sobre a geometria das liga¸co˜es de Hidrogˆenio e da localiza¸ca˜o dos ´atomos de Hidrogˆenio, Janczak et al. [29] redeterminaram a estrutura cristalina da ltreonina, a baixa temperatura (12K), usando difra¸c˜ao de raio X. Os resultados revelam que o cristal l-treonina possui quatro mol´eculas por c´elula unit´aria (68 ´atomos) ortorrˆombica cujo grupo espacial ´e o P 21 21 21 . Os parˆametros de rede determinados experimentalmente foram: a = 13, 628(2)Å, b = 7, 618(1)Å e c = 5, 110(1)Å, sendo os ˆangulos da c´elula unit´aria α = β = γ = 90◦ , com volume da c´elula unit´aria igual a 530, 5(1)Å3 [29]. Na Figura 3.1, ´e apresentada uma vista da superc´elula do cristal de l-treonina ortorrˆombica. Em alguns cristais de amino´acidos ´e poss´ıvel notar as liga¸c˜oes de hidrogˆenio formadas entre as mol´eculas do cristal e mol´eculas de a´gua, o que n˜ao ocorre no nosso caso, j´a que o cristal que estamos trabalhando n˜ao apresenta mol´eculas de a´gua em sua composi¸c˜ao.. Figura 3.1: Vista de superc´elula do cristal de l-treonina ortorrˆombico na dire¸ca˜o c. Na Figura 3.2(a), temos a estrutura molecular da l-treonina, em (b) a c´elula unit´aria do cristal l-treonina ortorrˆombico, em (c) temos uma vista dos planos formados pelo cristal l-treonina ortorrˆombica e as intera¸c˜oes existentes por meio de liga¸c˜oes de hidrogˆenio com sua vizinha¸ca (COO− ,NH+ 3 e COO)..

(47) 24. (a). (b). (c). Figura 3.2: (a) Mol´ecula l-treonina ortorrˆombica na forma zwitteriˆonica; (b) c´elula unit´aria ortorrˆombica do cristal l-treonina ortorrˆombico; (c) vista das liga¸co˜es de hidrogˆenio entre as c´elulas unit´arias.. 3.2.2. Parˆ ametro de rede. Os parˆamentros de rede e volume da c´elula unit´aria do cristal l-treonina, incluindo seu volume, est˜ao mostrados na Tabela 3.1. Os valores experimentais dos parˆametros medidos por Janczak et al. [29] tamb´em s˜ao incluidos na tabela para efeitos de compara¸ca˜o. Observou-se que os resultados obtidos para o funcional LDA apresentaram uma redu¸ca˜o, tanto nos parˆametros de rede quanto no volume da estrutura. Tabela 3.1: Parˆametros de rede (em Å), e volume V (em Å3 ) da c´elula unit´aria do cristal da l-treonina, obtidos com os funcionais LDA e GGA+TS. As varia¸co˜es com rela¸c˜ao aos valores experimentais [29] s˜ao mostradas. Aproxima¸c˜ ao. a(Å). ∆a(Å). b(Å). ∆b(Å). c(Å). ∆c(Å). V (Å3 ). ∆V (Å3 ). LDA830. 13, 120. -0,508. 6, 479. -1,139. 4, 765. -0,345. 405, 174. -125,326. GGA+TS830. 13, 545. -0,083. 7, 739. 0,121. 5, 119. 0,009. 536, 759. 6,259. Experimental. 13, 628(2). —. 7, 618(1). —. 5, 110(1). —. 530, 5(1). —.

(48) 25 O parˆametro de rede a apresensentou uma diminui¸c˜ao de 0, 508Å, b diminuiu 1, 139Å e c diminuiu 0, 345Å que correspondem respectivamente a 3, 727%, 14, 951% e 6, 751% do resultado experimental [29]. O parˆametro que mais sofreu varia¸c˜ao foi o b, o volume da estrutura cristalina consequentemente reduziu, para um valor 23, 624% menor. Na Aproxima¸ca˜o LDA, os valores encontrados s˜ao geralmente menores que os valores experimentais. Este tipo de comportamento, que gera um decrescimo nos parˆametros de rede, acontece devido a superestima¸c˜ao das for¸cas entre os a´tomos, fazendo com que os comprimentos das liga¸co˜es e volume do cristal, diminuam. No caso do funcional GGA+TS, foram obtidos valores com um grau de precis˜ao bastante pr´oximos ao experimental [29], por´em, neste caso, ocorreu um aumento nos valores encontrados. A margem de erro encontrado para os parˆametros de rede a, b e c foram, 0, 609%, 1, 588% e 0, 176%, respectivamente. O volume obtido foi de 536, 759Å3 , ou seja, 1, 179% maior que o experimental. Ao contr´ario do funcional LDA, a aplica¸c˜ao do funcional GGA+TS para optimiza¸ca˜o da geometria fornece valores quase sempre maiores do que os dados experimentais, por subestimar as for¸cas de liga¸co˜es interatˆomicas, ocasionando um aumento no comprimento das liga¸co˜es.. 3.2.3. Posi¸ c˜ oes atˆ omicas. As coordenadas fracion´arias atˆomicas, fornecidas para os ´atomos C1, C2, C3, C4, N1, O1, O2 e O3 conforme estabelecido experimentalmente por Janczak et al. [29], e seus rescpectivos valores obtidos atrav´es dos funcionais LDA e GGA+TS, s˜ao apresentados na Tabela 3.2. As informa¸co˜es apresentadas no trabalho de Janczak et al. [29], referentes ao cristal da l-treonina ortorrˆombica, n˜ao fornece nenhuma informa¸ca˜o sobre as posi¸c˜oes dos a´tomos de Hidrogˆenio. Os resultados encontradas para as coordenadas atˆomicas com a otimiza¸c˜ao da estrutura est˜ao bastante pr´oximos ao resultado experimental, principalmente os parˆametros obtidos atrav´es do funcional GGA+TS. Uma an´alise comparativa entre alguns valores obtidos e os experimentais ´e feita, obtendo assim, o desvio m´edio. O maior desvio das coordenadas atˆomica ocorreu para YLDA no a´tomo O1: 0,064 Å. J´a o menor desvio ocorreu para XLDA no ´atomo de C4: 0,00006 Å. De modo geral, os ´atomos de carbono apresentaram um menor desvio para as coordenadas obtidas com o fincional GGA+TS, o mesmo aconteceu para os ´atomos de hidrogˆenio e oxigˆenio..

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