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Violência contra crianças e adolescente : desvendando as representações socias

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(1)

CENTRO

SOCIO

ECONOMICO

' \

DEPARTAMENTO

DE

SERVIÇO

SOCIAL

'

_ ¡

VIOLÊNCIA

CONTRA

CRIANÇAS

E

ADOLESCENTES:¬

. _ _ _ 1 . ' 1 ' . 1 I '

DESVENDANDO

AS

REPRESENTACOES

SOCIAIS

.

. 1 Àpfovado Pelo`

DSS

Lm.__._2:/19 ____0_2:'/__3_9.:.d Í

M

¡ Venzon šistão

Chefe Depto. de SérviÇ° SQÚ

GSE/UFSC

'

_ . ú

;Trabalho de conclusão de curso apresentado. ao

e

A Departamento de Serviço Social ida Universidade

. Federal- de Santa Catarina,,para afobtenção do

título de 'Assistente Social orientador pela professora Inêz Pellízzaro. ,›_~

LUCIANA

MARTENDAL

of

. € -

Florianópolis,

Julho 1997

(2)

Eøquøø/ø'pø1›u4øe¿eø‹ø'

ú9'anøú›24z/øzxáf.

mzíuyem

z/ú'/iffâí/‹'w/, z/ezivøøfozr

de

/zfúí/er

aqu/Ira;/4

.‹'úú‹;¿w/gala/ø

/¿

mara.

- //af/ale

ø

/if/Z/Iefirø.

'

(3)

Dedico' este límlvaiho' aos'

mau'

pais, /tntâuío'

ø

Lêda.,

e

à.

minha.

irmã. Ana. Lúcia.

que,

no'

decorrer

de

minha.

l1mj¢tø'r¡a. a.ca.dê`m¡ca.,

tempra

na

fizemm

przreutes, a.po1'a.udo'-me

ø

incentivando'-me

em

todos' 03'

momentos:

..

/mo

vocês!

(4)

AGRADECIMENTOS

Os meus

mais

sinceros agradecimentos a todos os

que,

direta

ou

~

indiretamente, contribuíram

para

a concretizaçao deste trabalho,

bem

como,

àqueles

que

colaboraram, de

alguma

forma,

no

processo de

minha

formação

profissional.

Na

impossibilidade de menciona-los, agradeço

em

especial:

A

Deus,

que

em

todos os

momentos

se fez presente,

dando-me

força para

enfrenta-los.

À

minha

família, pela compreensão, confiança,

amor

e incentivo

em

mim

depositados. Esta vitória

também

pertence a vocês.

` _ _

A

,professora orientadora, Inêz Pellizzaro, pelo

exemplo

de

profissionalismo,

bem

como

'pela "

dedicação, disponibilidade e apoio

despendidos ao longo

da

elaboração deste trabalho.

À

supervisora de

campo,

Carmem

Lúcia

Blasi Villari, pela dedicação,

amizade

e profissionalismo transmitidos ao' longo

do

período de estágio.

Aos

profissionais

da

Divisão de Pediatria

do

Hospital Universitário e aos

estagiários de Serviço Social, pela

amizade

e respeito estabelecidos durante o

processo de estágio. _

`. _

As

amigas

de todas as horas

-

Lêda,

Maria

e Marli

-

pelos

momentos

compartilhados juntas e pela

amizade

solidificada ao longo destes quatro anos.

Às

amigas

também

especiais

-

Annemarie,

Andréa, Rute,

Beth

e Renilde

-

(5)

Ao

gmpo

PET

-

Serviço Social, pela oportunidade de crescimento

como

pessoa e profissional,

bem

como

aos bolsistas, pela

amizade

construída, e às

tutoras Catarina Schmickler e

Vera Nogueira

pela

confiança

e incentivo

em

mim

depositados.

i

(6)

APRESENTAÇÃO

... ._

Capítulo 1

-

Texto

e contexto

da

violência

doméstica

contra crianças e

adolescentes ... ..

1 Preliminares ... _.

2 A

Violência

doméstica

contra crianças e adolescentes: aspectos gerais

2.1 Violência de pais contra filhos: produto

do

século

XX?

... ..

2.2

Desvelando

a violência doméstica contra crianças e adolescentes ... _.

2.3 Violência estrutural

x

violência doméstica ... ..

2.4 Lei 8.069/90: o

que

preconiza

o

Estatuto

da

Criança de

do

Adolescente?

3

O

Hospital Universitário e a realidade

da

violência

doméstica

... ..

3.1

A

Divisão de Pediatria

do

Hospital Universitário e aincidência de

crianças vitimizadas ... _; ... ..

3.2

Comissão

de

Atendimento

à Criança Vitimizada ... ..

4 .

Capítulo

2

-

Violência -doméstica contra crianças e adolescentes: as

`

Representações

Sociais

dos

Profissionais

da

Divisão

de

_ Pediatria

do

Hospital Universitário ...- ... ..'. ... ._

1 Preliminares ... ..

2

Conceituação de Representação

Social ... ..

3

Aspectos metodológicos

da

pesquisa ... _; ... _.

(7)

CONSIDERAÇOES

FINAIS

... ..

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

(8)

/

O

presente Trabalho de

Conclusão

de

Curso

tem

como

tema

central as

Representações Sociais dos profissionais

da

Unidade

de

Intemação

Pediátrica

do

HU

-

Hospital Universitário

-

sobre .a violência doméstica,

mais

especificamente sobre a violência perpetrada contra crianças e adolescentes. _

Atualmente,

o problema da

violência tem-'se

configurado

em

uma

realidade

crescente, perpassando as diversas esferas

da

sociedade, sobretudo a esfera

do

V

privado,

em

evidência neste trabalho. Violência que, ao manifestar-se

no âmbito

da

família,

acabapor

usurparos

.direitos invioláveis de crianças ›e adolescentes,

ao instaurar a. prática

da

barbárie, influenciada-, muitas vezes, pela realidade

social. Frente a

essequadro

de violência, muitas crianças e/ou adolescentes são

vítimas das .piores .atro.cidades,.sendo .as conseqüênciasassustadoras.

Muitos

dos

casos de vitimi-zação devido à caracterização

do

ato iviolent0,.Po1tanto,

acabam

por ser

uma

constantenos

ambulatórios, postos de saúde e emergências,

onde

cotidianamente

o

profissional de saúde vê-se frente a esses casos. Tal situação

pôde

ser evidenciada ao longo de nossa prática .de estágio,

em

.que alguns casos

de violência doméstica

foram

constatados; frente a eles

deparamo-nos

com

diferentes posturas profissionais

com

encaminhamentos

divergentes. -Sentimos,

por isso, a necessidade de

aprofundarmos

o problema, cujo eixo analítico central

é aquele consubstanciado pelas Representações Sociais elaboradas pelos

(9)

A

escolha

do

estudo das representações desse tipo de violência é

de

suma

importância para que, tanto os profissionais individualmente, quanto

o

Hospital

Universitário

como

instituição,

possam

rever suas práticas voltadas para

o

segmento

social

mais

atingido por essa violência.

~

As

representações são entendidas aqui

como

mecanismos

de

que

os

indivíduos

lançam

mão

para encontrar

um

sentido .ao

mundo

que os rodeia,

justificando sua prática social.

As

representações, portanto,

exercem

grande

poder na

manutenção ou

transformação

do

status quo, relacionado à sociedade.

Daí, a importância

do

presente estudo,

com

vistas à transformação das práticas

adotadas pelos profissionais

que

tem

esse objeto

de

trabalho.

Para a investigação,

adotamos

uma

metodologia qualitativa,

que

privilegia

os significados evidenciados nos

depoimentos

dos profissionais, por

meio

dos

~

quais

apreendemos

suas percepções, sentimentos e opinioes acerca

da

violência

ç

A

ii

domestica.

Este trabalho está organizado

em

dois capítulos.

No

primeiro,

esclareceremos

algumas

questões relativas à violência doméstica contra crianças

e adolescentes; para tanto, utilizar-nos-emos de

um

referencial sobre a temática

em

evidência, objetivando

uma

visão

panorâmica da

mesma.

<Serão ainda

resgatados os casos de violência doméstica atendidos

na

Pediatria

do

Hospital

Universitário

-

de agosto de 1995 a

dezembro

de 1996, período

em

que

realizamos o estágio

-

bem como

os

programas

desenvolvidos

em

nível

(10)

No

segundo

capítulo serão apresentadas a sistematização e análise

da

pesquisa,

em

que

se procurou evidenciar as Representações Sociais dos

profissionais

da

Unidade

de Internação Pediátrica sobre a violência doméstica,

precedida de

uma

rápida conceituação sobre

o

assunto,

bem

como

a

metodologia

utilizada

que

na norteou.

Por

fim,

teceremos

algumas

contribuições sobre o

problema

evidenciado

ao

longo

da

presente

monografia.

r

(11)

TEXTO

'E

CONTEXTO DA

VIOLÊNCLA

DOMÉSTICA

CONTRA

CRIANÇAS

E

ADOLESCENTES

1

Preliminares

O

presente ,capítulo

busca

elucidar

algumas

questões relativas à violência

doméstica;

mais

especificameínte, à violência peipetrada contra crianças e

adolescentes,

conforme

mencionado na

apresentação dotrabalho.

Pontuaremos,

também, algumas

considerações sobre a incidência de casos violentos

na

Divisão de Pediatria

do

Hospital Universitário,

bem

como

resgataremos os

programas que

vêm

sendo desenvolvidos,

em

nível institucional,

com

o

intuito

de prevenir esse problema.

2

Violência

doméstica

contra crianças

e adolescentes:

aspectos gerais

Antes

de tecermos

algumas

considerações sobre a violência doméstica,

fazem-se necessárias

algumas

referências sobre a significação

do termo

violência, seguido de sua etimologia.

Azevedo

e Guerra (1989, p. 46) por

violência entendem,

uma

realização determinada das relações de força, tanto

em

termos de classes sociais

(12)

transgressão de normas, regras e leis, preferimos considera-la sob dois outros ângulos.

Em

primeiro lugar,

como

conversão de

uma

diferença e de

uma

assimetria,

numa

relação hierárquica de desigualdades,

com

ƒins de dominação, exploração e de

. opressão [...]

Em

segundo lugar,

como

a ação que trata

um

ser

humano

não

como

sujeito,

mas

como

uma

coisa. _

/

Em

ambos

os casos, portanto,

colocamo-nos

frente

a

uma

relação de poder,

caracterizada' por dois

extremosxo

da dominação

e .o

da

coisificação.

Quanto

à sua -etimologia, a~~palavra violência

vem

do

latim violentia

que

significa “caráter violento, força”.

O

verbo violare, por sua vez, denota

um

caráter de transgressão. Tais termos'

devem

ser referidos a vis,

que

significa

força, potência, violência, .emprego

da

força fisica,

bem

como

abundância,

quantidade.

Em

suma,

a palavra vis significa força

em

ação,

remetendo

à palavra

1

violência, o caráter brutal de

uma

ação.

Como

um

fenômeno

complexo, quando

nos

remetemos

à palavra violência,

ela imediatamente nos

vem

à

imagem como

.manifestação

da

agressão,

que

acaba por violar o direito à vida, à consciência, à integridade

do

-corpo e aos

direitos fundamentais

do

homem.

A

violência,

como

privação dos direitos

humanos,

perpassa as diversas

esferas

da

sociedade, manifestando-se tanto

no

contexto

do

público,

como

no

privado. -E é sobre a violência

no âmbitoprivado

(família) quennos

propomos

tecer

algumas

considerações, privilegiando a violência praticada contra crianças e adolescentes..

(13)

2.1' Violência

de

pais contra filhos:

produto do

século

XX?

Conforme

mencionado,

uma

das manifestações

da

violência

configura-se

no

seio

da

família, cujos

membros,

mais

especificamente crianças e»

adolescentes, tornain-se alvo constante dos ataques violentos por parte daqueles

que teriam a função

de

protegê-los contra toda e quafquer

forma

de agressão.

Faz-se necessário pontuar

que

essa violência

acompanha

a trajetória

humana

desde seus mais antigos registros e que, seja dentro

ou

fora

do âmbito

familiar, são inúmeras as formas pelas quais se expressa.

Além

de diversificados

exemplos da

literatura

do

século

XIX,

em

que

a violência contra a criança é

descrita

com

riqueza de pormenores,

referências

em

diversos períodos

históricos sobre a

mdez com

a qual ela era tratada.

Parafraseando

Guerra

(1985, p. 21),

a história da criança tem sido também a história de

um

mundo

de violências

perpelradas contra ela na forma de escravidão, abandonos, mutilações, filicídíos e

espancamentos. m

A

criança historicamente esteve sob os domínios

do

adulto,

sendo que

a

estes

sempre coube

o dever de educá-la.

Ao

longo dos séculos, os pais tiveram

pleno controle sobre seus filhos que, muitas vezes,

eram

vítimas das

mais

cruéis

atrocidades.

Aos

pais era fornecido total controle sobre sua prole,

mas

eles

1

passaram

a abusar

do poder

lhes conferido, forçando o Estado a

tomar

a

.

(14)

a ser limitado.

O

Estado passou a intervir

acentuadamente na

vida familiar,

exigindo dos pais deveres e obrigações.

A

possibilidade de destituição

do

pátrio

poder tomou-se

uma

realidade, no' caso de

serem

constatadas

ameaças

à

integridade

da

criança provinda de seus genitores. Limitaramëse, pois, os

direitos dos pais sobre os filhos, tendo

o

Estado se organizado de

forma

a

tomar

conhecimento

dos casos de violência perpetrados às crianças. Surgiram leis

que

restringiram os direitos

patemos

sobre o corpo

da

criança, procurando resgatar a

integridade física e

moral da

mesma.

Nesse

periodo, as crianças

passaram

a ser

encaradas

como

cidadãos

em

fonnação.

Mesmo,

porém,

com

o

caráter interventivo

do

Estado

no

século

XIX,

'a

problemática

da

violência doméstica passou a ser discutida

com

mais ênfase

no

|

1

seculo seguinte, por diversos

ramos do

conhecimento, constituindo-se

um

dos

grandes

desafios

da pós-modemidade.

Aos

poucos

foram

surgindo contribuições

científicas ao assunto,

fazendocom

que

a temática chegasse ao

conhecimento

de'

toda a sociedade. '

Constatamos, portanto,

que

esse tipo de

fenômeno

não

é

um

produto

específico

do

século

XX,

porém

foi nesse século

que

ele se

tomou

alvo de

denúncias,

além

de ter mobilizado o Estado e a sociedade civil

no

seu combate.

~

Verificamos, porém, que

a sociedade,

em

seus diversos segmentos, ainda

nao

se

conscientizou por

completo

das conseqüências que a violência

pode

.acarretar às

crianças e adolescentes. Pelo -contrário, ela, muitas vezes, participa de

um

amplo

(15)

violência desse tipo. Tal atitude faz

com

que

a violência se perpetue, adentrando

novos

séculos.

2.2

Desvelando

a violência

doméstica

contra crianças e .adolescentes

Conforme

anteriormente

mencionado, impera

em

nossa sociedade

um

verdadeiro

“complô”

contra a criança e o adolescente,

que

encobre os casos de

violência impostos a eles,

no

universo familiar,

com

o propósito de perpetuar a

imagem

da

família

como

espaço “sagrado”,

como

locus privilegiado de proteção

a seus

membros. Sabemos, porém, que

a instituição familiar atravessa

uma

intensa crise, passando a

não

garantir de

fonna

segura a integridade fisica

ou

moral, de crianças e adolescentes, mostrando, muitas.,vezes,

uma

face

mais

cruel

,Y .

do que

sagrada; logo, a família já

não pode mais

ser considerada

o

centro de

proteção para seus

membros,

pois viola muitas vezes os direitos fundamentais

que

lhes são próprios.

Para

melhor

compreendermos

a violência doméstica contra crianças e

adolescentes, tomaremos'

como

base ,conceitual para definição desse

fenômeno

o

que

se segue: ”

'-\

todo ato ou omissão praticado por pais, parentes ou responsáveis, contra crianças e/ou adolescentes que

-

sendo capaz de causar dano físico, sexual e/ou psicológico à vítima

- implica de

um

lado,

numa

transgressão do poder/deverde proteção do adulto e, de outro,

numa

coisificação da infância, isto é,

numa

negação do direito que crianças e

adolescentes têm de ser tratados

como

sujeitos e pessoas

em

condição peculiar de

desenvolvimento (Azevedo, 1995, p. 36).

v

\

v

(16)

A

autora opta por essa terminologia por ser a mais

adequada

para definir o

fenômeno

aqui

em

evidência.

Não

podemos, no

entanto, deixar de lembrar

que

diferentes tenninologias

empregadas

erroneamente sobre

o

assunto,

como

abuso-vitimização; disciplina-castigo; maus-tratos-agressão.

Segundo

Azevedo

(1995), a díade disciplina-castigo é a

mais

antiga e tradicional

no

campo

da

educação

infantil,

porém

tal terminologia acaba sendo falha, por contar apenas

parte

da

verdade dos fatos,

uma

vez

que

descarta .as agressões sexuais e

não

explicita a gravidade das formas de disciplina,

bem

como

de castigo.

Com

relação às expressões

maus-tratos

e agressão, elas igualmente são

inadequadas por colocarem o

problema da

violência

em

termos estritamente

morais,

remetendo-o

a

uma

questão de

bondade ou

maldade. Agressão,

segundo

a

mesma

autora,

vem

a ser

um

termo psicológico

que

padece

da

limitação

de

_

fm

~

não

ser especificamente

humano.

Mesmo

com

essas restriçoes,

no

entanto,

o

termo

maus-tratos é

um

dos

mais

utilizados.

A

forma

abuso-vitimização

(com

sua atribuição doméstica) constitui

o

termo

mais

apropriado,

na

medida

em

que

designa dois pólos extremos de Luna

relação pautada

no

poder: o pólo

mais

forte representado pelo adulto (abuso) e o

mais

fraco, pelos

“menores”

.(vitimização); logo, tais termos,

segundo

Azevedo

( 1995), indicam as

duas

faces

da

mesma

moeda

e

podem

ser aplicados

para

designar várias

modalidades

do

fenômeno

que nos

preocupa. _

' V

H

m. |

1 \ A _/

Quando,

porem, nos referimos a violencia praticada contra crianças e

(17)

são os termos violência e/ou violência

doméstica

contra crianças e

adolescentes, devido ao fato de esses termos

remeterem

a

uma

relação

assimétrica (hierárquica),

com

fins

de

dominação,

opressão e exploração.

Vista a conceituação de violência doméstica contra crianças e adolescentes,

deteremo-nos

na

tipologia

do

fenômeno

em

evidência.

É

de nosso

conhecimento que

o autoritarismo dispensado às crianças e

adolescentes, adota diferentes “roupagens”.

Às

vezes, manifesta-se

em

sua face

mais

aguda,

quando

os atinge por

meio do

emprego

da

violência fisica

ou

se

manifesta sutilmente por

meio

da

violência psicológica. “

Segundo

Guerra

(1985, p. 15), a violência .praticada pelos pais contra os

filhos,

com

fins

disciplinadores

ou

com

outros objetivos,

assume

três .facetas

principais2

F

ísica: quando a coação se processa através de maus-tratos corporais (espancamentos,

queimaduras etc. ), ou negligência

em

termos de cuidados básicos (alimentação,

segurança etc. ); ' ~

Sexual: quando a coação se exerce tendo

em

vista obter a participação

em

práticas

eróticas;

Psicológica' quando a coação é feita através de ameaças, humilhações, privação

emocional.

Reforçando

essa conceituação, acrescentamos à questão da negligência'

o

fato de ela representar

uma

omissão

dos pais e/ou de outros responsáveis

em

prover as necessidades fisicas e emocionais de

uma

criança.

A

violência física, é

(18)

(como

fraturas,

hematomas

etc) enquanto a sexual e a psicológica são de difícil

f

identificação, devido à sutileza

do

ato violento.

O

que

de

comum

a essas formas de violência é o fato de lesarem os

direitos fundamentais

da

criança. ' `

Percebemos,

_pois,

que

.a violên_cia-implic_a.

noção

de. controle,

em

que

uma

pessoa

submete

a outra (relação agressor-agredido), seja por intermédio

da

força

fisica

ou

por constrangimento psicológico.

A

violência doméstica,

porém,

.não .é

um

fenômeno

isolado, particular; ela

interage

com uma

série de fatores, -dentro de

um

contexto de violência estrutural

que

será analisado a seguir.

2.3 Violência estrutural

x

violência

doméstica

Entendemos

por violência estrutural ç aquela gerada pelas próprias

contradições

do

capitalismo, e

que

divide a sociedade

em

classes,

em

que

uma

acumula

riqueza às custas

da

exploração

da mão-de-obra da

outra.

Essa

relação

de

dominação

“violenta”_, intrínseca ao capitalismo, reproduz

o

próprio sistema;

por isso, estrutural.

Velloso (1991), ao analisar a conjuntura

do

país,

afinna

que

um

dos fatores

que agravam

esse

quadro

vem

a ser a elevada desigualdade

na

repartição .dos

bens, sendo

poucos

os que

detêm

os

meios

de produção./O sistema capitalista

instaurado, acaba por produzir

um

sistema

intemo

de apartação social,

em

que

verificamos

a existência de duas classes distintas.

Buarque

(1991)

complementa,

,

(19)

dizendo

que

encontramos, de

um

lado,

uma

ampla

parcela populacional

que

“sobrevive”

em

níveis de pobreza extremos e, de outro,

uma

minoria

que

vive

com

os

mais

sofisticados padrões de

consumo.

Vítimas desse sistema excludente

e opressor, muitos brasileiros

acabam

não

tendo

como

gerar recursos para

atender convenientemente suas necessidades de sobrevivência, situação

agravada por elevados índices de

desemprego

e sub-emprego.

O

apertheid

social,

segundo

Buarque

(1991), fruto deste agravamento, evidenciado

sobretudo a partir dos anos

90

no

govemo

Collor, ocasião

em

que

o capitalismo

brasileiro se revestiu

com

a

roupagem

neo-liberal, acentua ainda

mais

a

desigualdade social. Bussanello (1996, p. 08), ao analisar o neoliberalismo,

/É .

enfatiza que este,

como

ideologia autoritária,

instala a “lei da selva” como forma de sobrevivência

humana

e que determina

a

supremacia da liberdade individual sobre a necessidade coletiva.

Essa

“lei

da

selva” reforça

o

capitalismo selvageml instaurado,

mostrando

que o

neoliberalismo

nada mais

é

do

que o capitalismo travestido de

um

novo modelo

econômico

7 sendo o

mercado

o ande defmidor das re as./O 1 individualismo e

a estratificação produzidos pelo capitalismo

ganham

força.

com

esse

novo

modelo

de sociedade, instaurando a

máxima

“cada

um

por si e

Deus

por todos”.

O

neoliberalismo ataca e

minimiza

a responsabilidade

do

Estado -em relação às

questões sociais;

o

tão

sonhado

Estado de

Bem-Estar

e julgado _e “jogado às

-z

1

O

capitalismo no Brasil e' considerado “selvagem”, dado o elevado grau de -expoliaçãoque produz, tanto em

relação ao homem, quanto à natureza. '

(20)

traças”.

Com

a crise

que

se iniciou nos anos 70,

do

modelo

econômico

adotado

no

período ditatorial, o neoliberalismo

acumulou

forças 'usando-a

como

“pódio”

para apregoar sua supremacia.

Nessa

investida, o

modelo

neoliberal se fortalece,

sendo que,

como

expusemos,

o capitalismo acaba por perpetuar o caos social

pautado

no

individualismo.

Mesmo

sendo

esse

um

modelo

ainda

em

fase de

implementação, seus efeitos já

podem

ser percebidos: constatamos

o

“enxugamento” do

Estado,2 as privatizações, o

desemprego

e a

não

priorização

das políticas sociais, deixando-as sob a responsabilidade

da

própria sociedade

civil.

Geradas

pela violência estrutural, presenciamos hoje,

no

Brasil,

uma

violência generalizada que,

segundo

Meyer

(1988, p. 14), está

contida

num

“capitalismo selvagem”,

em

que se atropelam os direitos humanos,

principalmente o direitoà vida, que se expressa

em

desemprego, fome, enfermidade, falta de abrigo e a frustração permanente das aspirações mais legítimas das pessoas.

Excluídas pelo sistema, muitas pessoas

acabam

por canalizar suas

frustrações, relativas ao seu

modo

de vida, para a própria família,

sendo que

as

crianças e adolescentes

tomam-se

alvos freqüentes dessas fiustrações.

Parafraseando

Tobon

apud

Meyer

(1986, p. 14),

a

crise

econômica

é

0

desencadeador fundamental

da

violência, e

a

família o seu reprodutor

fundamental.

Em

nossa visão, portanto, a violência imposta pelas relações de

/_

.

2

Para os neoliberais, a crise instaurada no país é fi'uto da excessiva intervenção do Estado.

(21)

produção

- também

chamada

de violência estrutural- contribui, e muito, para a

reprodução

da

violência

no

âmbito doméstico.

»

Cabe

salientannos,

porém, que

a violência

não

se restringe

somente

ao

universo familiar,

mas

também

se faz presente nas diversas esferas

da

sociedade.

Há, atualmente,

uma

acentuada

“onda”

de violência

na

sociedade,

rompendo

os

laços de solidariedade e criando

uma

cultura

que

procura incentivar a prática

da

barbárie. Esse

fenômeno

está presente nas diversas classes sociais, derrubando

o

mito de

que

essa é

uma

realidade exclusiva das classes

menos

favorecidas. Tal

mito é perpetuado devido ao fato de as classes subalternizadas, ao

serem

atingidas pela violência,

tomarem-se

alvo freqüente de denúncias, enquanto as

de alto

poder

aquisitivo,

em

mesma

situação,

buscarem

atendimento particular,

pagando

por serviços

médicos

privados e

mantendo

discrição frente a esses

casos de violência.

De

acordo

com

Lesnik-Oberstein (1985), a prática

da

violência doméstica

contra crianças e adolescentes

também

pode

ser associada ao uso abusivo de

álcool e/ou de outras drogas que, ingeridas

em

excessivas doses,

podem

levar à

perda

da

auto-crítica,

além

de desencadear

uma

série de

comportamentos

agressivos. Outro fator a destacannos,

na

relação violenta entre pais e filhos,

segundo Krynski

( 1985), é a própria questão cultural.

pais

que

acham

correto

bater nos filhos, pois essa foi a

educação que

receberam; logo, ela

deve

ser

reproduzida

com

os filhos.

Como

agravante

da

violência estrutural e,

conseqüentemente,

da

violência doméstica, acrescentamos a permissividade

da

f

×

Z

z

(22)

sociedade que, muitas vezes, de acordo

com

Meyer

(1988, p. 14), torna-se

indiferente» e até cúmplice de fatos lastimáveis. Para proteger a criança e o

adolescente dessas manifestações violentas, portanto,

encontramos

uma

ampla

legislação

que

se coloca

em

prol dos seus direitos; dentre elas destaca-se

o

Estatuto

da

Criança e

do

Adolescente

- ECA.

2.4 Lei 8.069/90: 0

que

preconiza o Estatuto

da

Criança

e

do

Adolescente?

.

A

conquista dos direitos

da

criança e

do

adolescente teve seu primeiro

passo

em

1959,

quando

a

Assembléia

Geral das

Nações

Unidas aprovou

a

Declaração

Universal dos Direitos

da

Criança, enfatizando os dez pontos

que

seguem: V

1

-

Direito à igualdade,

sem

distinção de raça

ou

nacionalidade;

2

~

Direito à proteção especial para seu desenvolvimento fisico, mental e

social; -

3

-

'Direito a

um

nome

e a urna nacionalidade;

4

-

Direito à alimentação, à

moradia

e à assistência

médica adequadas

para a criança e a

mãe;

A

5

-

Direito à educação e a cuidados especiais, para a criança física

ou

mentalmente

deficiente; _

A ‹

_

6

-

Direito ao

amor

e à

compreensão

por parte dos pais e da sociedade;

7

-

Direito à educação gratuita e ao lazer; ~ .

(23)

9

-

Direito de ser protegido contra toda

forma

de abandono, crueldade e exploração;

,`›

10

-

Direito de crescer dentro de

um

espírito de solidariedade,

compreensão,

amizade

e justiça entre os povos.

Outro

passo importante foi a promulgação,

em

5 de outubro

de

1988,

da

Constituição Federal

da

República Federativa

do

Brasil,

em

que encontramos

a

síntese de toda a preocupação

com

a criança e o adolescente,

condensada

no

caput

do

artigo 227:

É

dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente,

com

absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação,

à

educação, ao lazer,

à profissionalização, à cultura,

à

dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além

de

coloca-los a salvo de toda forma de negligência,

discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

1

»

Para fazer valer essas palavras,

o Congresso

Nacional

aprovou o

Estatuto

da

Criança e

do

Adolescente,

que

se

tomou

a lei 8.069/90, de 13 de julho de

1990. Trata-se de

uma

legislação progressista,

composta

de

267

artigos,

que

prima

pelo

cumprimento

dos direitos fundamentais

da

criança e

do

adolescente,

como

o direito à vida e à saúde, o direito à liberdade, ao respeito e à dignidade,

o

direito à convivência familiar e comunitária,

bem

como

o

direito à

profissionalização e à proteção

no

trabalho,

de forma

a assegurar

que

eles

sejam

efetivamente

cumpridos

por parte

da

família,

da

sociedade e

do

Estado.

9

(24)

Segundo

Pereira (1993, p. 52),

a

nova lei protege crianças e adolescentes contra toda a forma de violência, garantindo

os direitos

com

medidas específicas de proteção, sanções administrativas e penais,

ações civis públicas

em

torno dos direitos individuais, difusos ou coletivos. Assegura

políticas sociais básicas, políticas e programas de assistência social.

A

autora supra citada

complementa

seu pensamento, enfatizando

que

a

aplicação desse Estatuto exige refonnulações e transformações

em

todo o

aparelho estatal voltado ao atendimento de crianças e adolescentes.

Em

síntese, o

ECA

foi instituído

com

o objetivo

maior

de proteger

integralmente crianças e adolescentes, garantindo-lhes a condição de sujeitos

além

de remeter ao Estado e à sociedade civil, o dever de assegurar-lhes o

cumprimento do

direito às condições

mínimas

(e dignas) de sobrevivência e à

convivência familiar e comunitária. '

Cabe

salientarmos que,-anterior ao Estatuto

da

Criança e

do

Adolescente,

temos o

extinto

Código

de

Menores,

lei 6.697, de 10 de outubro de 1979,-

que

dispunha sobre a assistência, proteção e vigilância aos menores.3

Como

esse

Código,

porém,

não mais dava

as respostas exigidas pelo

complexo problema

z

em

questão, desencadeou-se

um

processo de mobilização nacional,

na

tentativa

de alterar o

Código

de

Menores

em

vigência,

bem

como

de suscitar

uma

nova

legislação nessa área.

O ECA

foi, portanto, fruto de muita mobilização

de

3

Aqui, o termo “menor” ainda é empregado para se referir a crianças e adolescentes. Tal terminologia foi

(25)

25

setores

da

sociedade civil,

preocupados

e envolvidos

com

essa política,

o que

significou

um

avanço

em

tennos de legislação.

H

O ECA

instituiu a

figura

dos Conselhos,

em

nível nacional, estadual e

municipal,

bem como

os

Conselhos

Tutelares, espaços de participação

democrática

da

comunidade na

discussão, implementação,- controle e

viabilização das ações

do Poder

Público voltadas às crianças e adolescentes.

A

distinção básica entre eles é

que

os

Conselhos

Nacionais, Estaduais e Municipais dos Direitos

da

Criança e

do

Adolescente

formulam

a política de proteção às

crianças e adolescentes

nos

âmbitos federal, estadual e municipal,

respectivamente, enquanto os

Conselhos

Tutelares fiscalizam sua aplicação.

_ «_Reforçando o

acima

exposto,

Vian

(19/--)

afirma

que

os

Conselhos

dos

Direitos

da

Criança e

do

Adolescente,

segundo

o próprio Estatuto, são órgãos

deliberativos, formuladores das políticas,

além

de articuladores das inciativas

de

proteção, e

da

defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes. Cabe-lhes

igualmente propor a mobilização e a participação de toda a sociedade civil

com

relação à proteção -de crianças e adolescentes.

Os

Conselhos Tutelares, por sua

~

vez,

têm

como

objetivo atuar

na

garantia e prevençao dos direitos das crianças e

adolescentes, prestando atendimento àqueles

que

têm

seus direitos violados.

~

Com

relaçao à violência praticada contra crianças e adolescentes, citamos

o

artigo 59

do

Estatuto,

segundo

o qual

nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer ƒorma..de negligência,

discriminação, exploração, violência, *crueldade e opressão, punido na forma da lei

(26)

No

que

tange à violência familiar temos, ainda, o disposto nos artigos 4, 13,

15, 17, 18,

70

e 130, que rezam:

Art. 49:

É

dever da família, da comunidade, da sociedade

em

geral e do Poder Público

assegurar,

com

absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida,

à

saúde, à alimentação,

à

educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização,

à

cultura,

à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária;

Art. 13:

Os

casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou

adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva

localidade, sem prejuizo de outras providências legais;

Art. 15:

A

criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade

-

como

pessoas humanas

em

processo de desenvolvimento e

como

sujeitos de direitos

civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

Art. 17:

O

direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica

e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da

identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais;

Art. 18:

É

dever de todos zelar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os

a

salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou

constrangedor; _ _

Art. 70:

É

dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da

criança e do adolescente; '

Art. 130: Verificada a hipótese de maus tratos, opressão ou abuso sexual impostos

pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar,

como

medida

cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.

Tais direitos, contidos

no

Estatuto

da

Criança e

do

Adolescente,

vêm

explicitados de

forma

a preservar-lhes a integridade,

além

de primar por sua

convivência social, junto à

comunidade.

São

artigos que lhes propiciam

o

desenvolvimento pleno,

como

cidadãos de direito,

além

de enfatizar a

essencialidade

da

convivência familiar

como

agente fundamental ao

desenvolvimento de seus

membros;

cabe

também

aos pais e/ou responsáveis

o

dever

de assegurar os direitos fundamentais

da

criança e

do

adolescente, ora

(27)

Temos,

ainda,

com

relação à legislação vigente, os

Códigos

Penal e Civil

que contêm

artigos

que

reforçam o próprio

ECA.

Mesmo

com

todas as conquistas contidas

no

ECA,

a verdade é

que muito

_

V

.

pouco do

que preconiza

o

Estatuto é realmente cumprido.

.O

Estatuto traz

explicitado

em

vários

dosseus

artigos

que

o direito a vida é fundamental;

porém

esse direito

não

se restringe à garantia de sobrevivência física

do

indivíduo,

mas

busca assegurar-lhe condições psicológicas e sociais dignas,

como

acesso à

educação, assistência preventiva e curativa de saúde e alimentação, entre outros.

E

o

que

constatamos atualmente é

que

tais direitos

não

estão sendo cumpridos.

A

prova disso são as altas taxas de mortalidade infantil;

onde

os dados contidos

no

Índice de

Desenvolvimento

Humanof

de 1993,

mostram

que, por dia,

morrem

34

mil crianças

no

país, de doenças e

nutrição; milhões delas

encontram-se fora

da

escola,

somando

3,5 milhões de futuros analfabetos. Frente

ao exposto,

chegamos

à conclusão de

que

não há

fiscalização necessária para

o

cumprimento do

ECA;

portanto _é' fundamental

que

a lei seja efetivamente

cumprida, levando à prática os direitos das crianças e dos adolescentes,

procurando assim “estancar” o

fenômeno

da

violência

4

O

IDH

(Índice de Desenvolvimento Humano), publicado pelo Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento, destaca os parâmetros da longevidade ou esperança de vida, educação e recursos disponíveis na América Latina, no ano de 1993. `

(28)

3

O

Hospital Universitário

e

a realidade

da

violência

doméstica

O

Hospital Universitário

-

HU

é

um

hospital público, federal, vinculado à

Universidade Federal de Santa Catarina, sendo diretamente subordinado à

Reitoria.

Tem

como

objetivos:

I-

Ser

campo

de ensino, pesquisa e extensão

na

área

da

saúde e afms,

em

estreita relação e sob orientação das coordenadorias e

departamentos de ensino

que

nele efetivamente atuam;

II-

Prestar assistência

na

área

da

saúde

em

todos os níveis

de

complexidade, de

forma

universalizada e igualitária;

III

-

Prestar assistência primária, secundária e terciária à população;

IV -

Oferecer ensino de graduação de

Medicina

e

demais

áreas de saúde,

para

fonnação

de profissionais;

V

-

Ser agente fornecedor de subsídios para

fonnação

e treinamento

de

pessoal hospitalar.

'

Em

suma,

o Hospital Universitário

tem

como

finalidade ser

campo

de

ensino, pesquisa e de extensão,

além

de prestar assistência à

comunidade da

Grande

Florianópolis e ao Estado de Santa Catarina, de

forma

universal e

igualitária,

conforme

citado anteriormente, de acordo

com

as diretrizes

do

SUS

-

Sistema

Único

de Saúde.

O

Hospital Universitário teve sua inauguração a 2 de

maio

de 1980, após

um

período de quinze anos de lutas

envolvendo

professores e estudantes, para que sua concretização fosse possível. Constava_ inicialmente

(29)

de

uma

unidade de internação de 100 leitos e, atualmente, já

há mais de 300

leitos

em

funcionamento, distribuídos entre Clínica

Médica,

Cirúrgica, Pediatria,

Ginecologia,

UTI

-

Unidade

de Tratamento Intensivo,

Unidade

de

Tratamento

Diabético e Maternidade, tendo sido esta inaugurada

menos

de dois anos.

Faz-se .necessário salientarmos

que

a política social

do

Hospital

Universitário visa

promover

a saúde e educação, pelo fato de este ser

um

hospital-escola.

A

'

0

,

Logo

após a inauguração

do

Hospital Universitário,

em

1980,

o

Serviço

Social foi nele implantado, sendo -

que, desde então, faz parte

da

equipe

multiprofissional." Atualmente, a 'atuação

do

Serviço Social

no

Hospital

Universitário está presente nas clínicas Cirúrgica,

Masculina

e Feminina,

Pediatria, Ginecologia;

Àmbulatório

(plantão _e

Grupo

Interdisciplinar .de

Gerontologia);

Banco

de

Sangue,

Emergência

e .no trabalho grupal

com

diabéticos, ostomizados e renais.

`

V

Em

nível institucional, o Serviço Social estabelece

como

objetivosde sua

ação profissional:

0

Atender

às

demandas

sócio-assistenciais solicitadas pelos pacientes-

do

Hospital Universitário;

_ _

0 Favorecer a integração entre os diversos profissionais

que

prestam

atendimento à clientela, garantindo

uma

abordagem

globalizada à

(30)

Desenvolver

pesquisas

que evidenciem

fatores intervenientes

no

processo saúde-doença;

0 Favorecer ao paciente condições de exercer

maior

controle sobre seu

processo de tratamento e convivência

com

a enfermidade;

Favorecer ações educativas à

comunidade

universitária e .à

população

atendida.

Em

síntese, a ação

do

Serviço Social,

no

interior

do

Hospital Universitário,

dá-se

no

planejamento e

execução

de políticas sociais específicas, viabilizadas

na forma

de prestação de serviços à população usuária.

3.1

A

Divisão

de

Pediatria

do

Hospital

Universitárioe

a incidência

de

crianças vitimizadas V

Conforme

mencionamos, o

Serviço Social tem,

como

uma

das áreas de

atuação

no

Hospital Universitário, a Divisão de Pediatria. Esse setor teve sua

implantação

em

julho de 1980, capacitada, nessa época, a atender

um

número

de

42

crianças,

na

faixa etária de O a 14 anos. Atualmente, a internação pediátrica

dispõe de

30

leitos, sendo

que

a faixa etária de crianças atendidas' continua a

mesma.

A

maioria delas, são portadoras de doenças de

cunho

social, destacando-

se a diarréia, a desnutrição e a desidratação. Essas doenças são determinadas

por

fatores sociais

que

penneiam

a vida dos indivíduos; são

também

denominadas

de “sociopatias”.

As

doenças respiratórias,

porém,

como

bronquite e

(31)

broncopneumonia,

entre outras,

também

são bastante freqüentes entre as

crianças e

também

têm

forte influência das condições de vida delas.

A

Pediatria e'

um

dos

poucos

setores que apresenta

um

trabalho

interdisciplinar,

formado

por profissionais de Serviço Social, Medicina,

Enfermagem,

Nutrição e Psicologia.

A

população atendida

na

Divisão de Pediatria

do

Hospital Universitário é

composta

por 'pessoas de baixo

poder

aquisitivo;

na

sua grande maioria,

extremamente

carente,

que não

têm

acesso aos bens materiais básicos

necessários às

mínimas

condições de sobrevivência. ,Frente a essa

demanda,

o

Serviço Social atua na' organização de serviços prestados à população;

na

concessão de auxílios concretos;

na

articulação de recursos comunitários,

além

do

atendimento direto ao paciente e à sua família.

Como

estagiária de Serviço Social,

mantínhamos

contato

com

as crianças

internadas e

com

seus familiares.

Nessa

relação cotidiana,

pudemos

perceber

alguns' casos de violência domésticas '

Ao

resgatarmos o

número

de crianças vitimizadas ali atendidas,

no

período

de agosto de 1995 a

dezembro

de 1996, período

em

que

realizamos

o

estágio,

deparamo-nos

com

um

universo de 17 criançasó

No

início de 1997, entre os

meses

de janeiro e março, já

foram

atendidos três casos.

A

maioria das crianças

são vítimas

da

negligência,

chegando

ao Hospital Universitário

em

condições de

5

Tais casos de violência foram “claramente” percebidos, devido à caracterização do ato violento, expresso por

meio de manchas e hematomas, entre outros. '

6 Os dados

(32)

saúde e higiene precárias.

Também

ocorreram casos de violência fisica,

manifestando-se por

meio

da

agressão corporal, casos de violência sexual

embora

as suspeitas levantadas a respeito, pelos profissionais,

não

foram

totalmente esclarecidas.

3.2

Comissão

de

Atendimento

à

Criança Vitimizada

Frente ao crescente e significativo

número

de crianças atendidas

na

Divisão

de Pediatria

do

Hospital Universitário,

com

suspeita de negligência

ou

violência

física, sexual e até

mesmo

psicológica, criou-se,

em

maio

de 1995,

uma

~

Comissao

de

Atendimento

à Criança Vitimizada,

composta

por médicos,

enfermeiros, assistente social e psicólogo.

Desde

sua criação, até

o

início

de

1997, .a

Comissão

já atendeu 21 pacientes e os_

encaminhou

aos órgãos

.

competentes,

como

o

Conselho

Tutelar e

SOS

Criança.

H

A

criação ,desse grupo .vem ao encontro

da

orientação

do

CEDCA

(Conselho Estadual dos Direitos

da

Criança e

do

Adolescente), para atendimento

\ `

-

de crianças vítimas de violência e que

tem

por objetivo:

0 Manter equipe multiprofissional preparada para identificação de maus-tratos,

acompanhamento e encaminhamento às instâncias competentes, dos atendimentos

realizados na Divisão de Pediatria do Hospital Universitário; ,

'

0 Elaborar e implementar protocolos de atendimento no âmbito do Hospital

Universitário, para estudo do problema; .

` .

0 Deixar a criança, suspeita de maus tratos, na sala de observação da enfermaria

pediátrica, pelo menos 24 horas, para garantir a preservação da sua integridade

física e psicológica e adotar as providências necessárias junto às autoridades

constituídas; _

0 Sistematizar o encaminhamento das informações às autoridades legalmente

constituídas (SOS Criança, Conselho Tutelar, Juizado da Infância e Adolescência e

Promotoria de Justiça), para acompanhamento a nível domiciliar; '

(33)

0 Aprofundar,

em

nível teórico, os estudos a respeito do assunto;

0 Realizar pesquisas na área; ` '

'

0 H Promover treinamentos para pessoal de saúde e da comunidade, envolvidas

com

o

problema de proteção; '

0 Manter intercâmbio

com

outras 'instituições de saúde e cyins, para troca de

experiências; .

A 0 Organizar biblioteca sobre o assunto; .

_

O Divulgar amplamente para a Instituição e comunidade usuária os órgãos existentes

para atendimento de crianças vitimizadas (Regimento Intemo, 1995).

Mesmo,

porém,

com

a atuação dessa comissão, muitos profissionais ainda

desconhecem

sua existência. Tal fato

pôde

ser evidenciado ao longo de nosso

estágio; ao

mencionarmos

a existência dessa

Comissão,

nas conversas informais

~

estabelecidas diariamente,

ou

ate'

mesmo

nas reunioes

que

contavam

com

a

presença de alguns profissionais, muitos explicitavam

o

total

desconhecimento

sobre ela. _

Percebemos,

empiricamente,

que

em

alguns casos de violência doméstica a

ação

do

profissional de saúde muitas vezes evidenciava

um

total

desconhecimento

da questão. Outros profissionais

com

receio de se

“envolverem” demais

com

o

problema,

repassavam

o caso para outros.

Enfim,

defrontamo-nos

com

alguns casos de violência doméstica e diversas posturas

adotadas fiente a eles. Para

melhor compreendermos

essas questões,

optamos

por realizar

uma

pesquisa junto aos profissionais

da

Pediatria

do

Hospital

Universitário,

englobando

médicos, enfermeiros, nutricionista, psicólogo,

assistente social e técnicos de

enfermagem,

com

o intuito de verificar quais as

(34)

violência doméstica contra crianças eiadolescentes,

ou

seja,

como

concebem

essa questão. _

_

Diante disso,

propomo-nos

a trabalhar

mais profundamente

a questão

da

violência doméstica, visto

que

esse é

um

problema

em

ascenção

na

Divisão de

Pediatria ido Hospital Universitário, privilegiando a representação social dos

profissionais

que

nessa unidade

atuam

sobre

o

assunto, pois percebíamos,

em

nossa prática de estágio,

que

muitos profissionais sentiam-se inseguros frente a

~

um

caso de violência doméstica,

ou

entao,

tomavam

atitudes diferenciadas

com

relação a ele.

Assim, procuramos

conhecer ao longo de nossa pesquisa as

Representações Sociais dos profissionais

da

Divisão de Pediatria

com

relação à

violência doméstica, mais especificamente,

com

relação à violência praticada

contra crianças e adolescentes,

configurando-se

em

objeto de estudo deste

~

Trabalho de

Conclusao

de Curso.

\

(35)

VIOLÊNCIA

DOMÉSTICA

CONTRA

CRIANÇAS

E

ADOLESCENTES:

AS

REPRESENTAÇÕES

SOCIAIS

DOS

PROFISSIONAIS

DA

DIVISÃO

DE

PEDIATRIA

DO

HOSPITAL

UNIVERSITÁRIO

1

Preliminares

Neste

capítulo

procuramos

apresentar a sistematização e análise

da

pesquisa realizada

na

Unidade

de Internação Pediátrica

do

Hospital

Universitário junto aos profissionais

que

ali atuam, ocasião

em

que

se procurou

conhecer as Representações Sociais deles sobre a violência doméstica contra

crianças e adolescentes. Primeiramente, apresentamos

uma

breve conceituação

de Representações Sociais, seguida dos procedimentos metodológicos

que

nortearam a presente pesquisa. L

2

Conceituação

de Representação

Social

.

Não

é nossa intenção aprofundar esse tema,

porém

conceituá-lo, baseando-

nos

em

alguns autores. Trata-se de

uma

questão complexa, pois

não há

apenas

uma

concepção

a respeito.

Optamos,

por isso, pela

adoção do

conceito

(36)

Segundo

eles, todo indivíduo sente necessidade de interpretar, de

compreender

o

mundo

e os fatos, para poder situar-se frente a eles.

As

representações

contêm

elementos

do

imaginário social,

que

historicamente

foram

sendo construídos, elementos das ideologias

dominantes

ein cada

época

histórica e esses elementos

têm

na

base

modos

particulares de

~

Ver o real,

como também

motivos

ou

sentimentos

que

se constituem

na

razao

dessa elaboração.

Nas

representações, por isso,

há muito

de simbólico e elas

contém

contradições. ,

Segundo

Moscovici

apud

Carraro (1995, p. 35), Representações Sociais são

um

conjunto de conceitos, explicações que se originam na vida diária, no decurso das

comunicações interindividuais. São o equivalente,

em

nossa sociedade, aos mitos e

sistemas das sociedades tradicionais. Poder-se-ia dizer que são

a

versão

contemporânea do senso comum.

Complementando

esse conceito,

Denise

Jodelet,

uma

das colaboradoras

do

trabalho de Moscovici, enfatiza:

as Representações Sociais devem ser entendidas

como

o processo do indivíduo se

apropriar da realidade exterior, de

um

fato novo e/ou desconhecido e então fazer a

elaboração psicológica e social dessa realidade (apud Porto, 1992, p. 33).

Compreender,

portanto, as representações significa apreender o sentido

dado

pelos indivíduos às suas atitudes e às razões

que

as sustentam.

*

É

a partir desse conceito,

embora

suscinto,

que

nos

propomos

a analisar as

(37)

Universitário,

no que

se refere à violência praticada contra crianças, sua

detecção, notificação e outras questões

que

nortearam a pesquisa.

V

3

Aspectos metodológicos

da

pesquisa

Para viabilizar esta pesquisa,

optamos

pela técnica

da

entrevista qualitativa

em

que,

segundo Mianyo,

o pesquisador

busca

obter informes contidos

na

fala

dos

atores sociais.

A

autora

complementa que

a pesquisa qualitativa trabalha

com

o universo de signifiçados, aspirações, valores e atitudes: corresponde

a

um

espaço

mais profundo das

relações, dos processos e dos

fenômenos

que

não

podem

ser reduzidos

à

operacionalização

das

variáveis.

Complementando

a

autora mencionada, Selltiz

apud

Gil (1987, p. 113), afirma

que

enquanto técnica de coleta de dados,

a

entrevista é bastante adequada para a obtenção de informações acerca do que as pessoas sabem, crêem, esperam, sentem ou desejam,

pretendem fazer, fazem ou fizeram, bem

como

acerca das suas explicações ou razõesa

respeito das coisas precedentes. _

i

Optamos

pela entrevista,

como

instrumento de pesquisa, pelo fato de ela

favorecer

uma

interação entre entrevistado e entrevistador, estabelecendo

um

~

diálogo

em

que

os sentimentos, as percepções e opinioes

pudessem

fluir.

Para obtenção dos dados, utilizamo-nos de

um

roteiro de entrevista semi-

estruturado, pelo qual,.

mesmo com

um

elenco de perguntas previamente

(38)

atitudes

em

relação ao objeto

da

pesquisa,

havendo

o diálogo entre entrevistador/ entrevistado. “

V

'

r

Na

pesquisa qualitativa, por

meio

dos discursos,

podemos

estar

evidenciandoas representações expressas

por meio

das falas dos entrevistados.

Os

dados quantitativos, porérn,

também

foram' utilizados

em

um

determinado

momento

da

pesquisa,

em

que

apresentamos os dados relativos à

profissão dos entrevistados e

tempo

de serviço

na Unidade

Pediátrica,

que não

poderiam

estar sendo qualificados. Tais

dados

vieram

a

complementar

a

pesquisa

em

si, pois,

segundo

Minayo

(1993),

um

imbricamento,

ou

melhor,

uma

interrelação entre os dados qualitativos e os quantitativos,

em

que

existe

um

complemento

de

ambos, ou

seja, os

dados

concretos são “interlaçados”

com

os

detalhes, percepções elaborados

no

cotidiano, excluindo qualquer

dicotomia/

. - ¬

Cabe

salientarmos que, dos .profissionais

que

poderiam

estar

sendo

entrevistados, selecionamos

uma

amostragem

de

35%

do

universo total,

composto

por

45

profissionais (equivalente aos três turnos de atendimento

na

Pediatria);

Optamos

por entrevistar os profissionais

do

turno vespertino,

uma

vez

que

foi nesse período

que

realizamos nossaexperiência de estágio.

Dos

entrevistados, apenas

um

faz parte

do

período noturno, devido ao fato de

que

ele

(39)

As

questões

que

noitearam a presente pesquisa foram:

-

Quais

as Representações Sociais

que

os profissionais da

Unidade

de

Intemação

Pediátrica

do

Hospital Universitário

têm

a respeito

da

violência perpetrada contra a criança?

--

Como

tais profissionais se comportam- frente a tal

problema?

- “Como

a Instituição Hospital Universitário

encaminha

o

problema?

f

Tenninadas

as considerações acerca dos procedimentos metodológicos

que

nortearam a pesquisa, é

chegado

o

momento

de iniciarmos a sistematização e

análise

da

pesquisa propriamente dita.

4

Sistematização

e análise

dos

dados da

pesquisa

Com

relação à profissão dos entrevistados e

tempo

de serviço

na

Unidade

Pediátrica, apresentamos os dados

em

forma

de tabelas.

- l

Tabela

1 -r Profissão

dos

entrevistados

Pfófissioúai Í

T

A i A' 4 - médico ' 26

-

enfermeiro 3 20 - assistente social 7 - psicólogo ` 7 - nutricionista V 7 ___ - tecnico de enfermagem g 33 Total __f[_ g I ¬1oo

;

GK/|›-lo-I›-1

(40)

Tabela

2

-

Tempo

de

serviço

na

Pediatria

'

do

Hospital Universitário

Tempo

de serviço

Número

%

- menos de 1 ano O O - entre 1 e 2 anos 4 27 - entre 2 e 5 anos 33 _

-

entre 5 e 10 anos 13 'V `

-

entre 10 e 15 anos I 20 ~ - mais de 15 anos . 7 Total E 15 I 100 ›-=bJI\)U1

Verifica-se

que

a grande maioria dos entrevistados, faz parte

da

equipe

interdisciplinar da Pediatria

do

Hospital Universitário

um

tempo

considerável

(mais de cinco anos); logo,

devem

ter presenciado algtms casos de violência

doméstica contra crianças e adolescentes ao longo desse período.

-'

Identificação dos

casos

de

violência

'

Para

uma

melhor

compreensão

dos

dados

obtidos

com

a pesquisa,

optamos

por estrutura-los, estabelecendo categorias

que

nortearam os depoimentos:

\ - -

0 Tipos de maus-tratos constatados;

0 Papel

da

família nas situações de violência;

0

Causas

da violência;

\

0 Atitude dos profissionais diante

da

suspeita de violência doméstica;

0 Participação dos profissionais

na Comissão

de

Atendimento

à Criança

Vitimizada. A

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