ANDRÉ OAPORAL
MINATTO
PE
428
PÚRPURA
DE
HENOOH-scHONLE1Nz REVISÃO
BIBLIOGRÁFIOA E
RELATO DE
UM
CASO
Trabalho apresentado à Universidade Federal de
Santa Catarina, para a conclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.FLORIANÓPOLIS
1998
ANDRÉ
CAPORAL MINATTO
PÚRPURA
DE
HENOCH-scHÓNLE1Nz
REVISÃO
EIELIOGRÁEICA
E
RELATO DE
UM
cAso
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão no Curso de
Graduação
em
Medicina.Coordenador do Curso: Edson José Cardoso
Orientador: Suely Grossemann
Co-orientador: Tânia Bernadete
Campos
ELQRIANÓPOLIS
Minatto, André Caporal. Púrpura de Henoch-Schönlein: Relato de um caso e revisão
bibliográfica. Florianópolis, 1998. 30p.
Trabalho de conclusão no Curso de Graduação em Medicina, Universidade Fede-
ral de Santa Catarina.
DEDICATÓRIA
Dedico
este trabalho:à Deus, que está presente
em
todos osmomentos
deminha
existência;aos
meus
paisAldo
Minatto eYara Maria
Caporal Minatto, que construíramos alicerces de
minha
vida;ao
meu
falecido tioEnéas
Paulo Alletda
Rocha, médico, pelo profissionalis-mo
ebondade
queme
servem
deexemplo
ate' hoje;à todos os professores e
médicos
do Curso
deGraduação
em
Medicina da
UFSC,
queforam
contribuintes indispensáveisno
meu
aprendizado medico;à todos
meus
colegas de tiuma quefizeram
deminha
jornadaacadêmica
uma
caminho
cheio de brilho e alegria.AGRADECIMENTOS
À
Dr. TâniaBemadete
Campos
e Dr. SuelyGrossemann
pela atenção dispensada durante a elaboração deste trabalho.3.
REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
... ..ÍNDICE
1.INTRODUÇÃO
... .. 2.RELATO DO
CASO
... .. 4.D1scUssÃo
... .. 5.REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
RESUMO
... ..SUMMARY
... ..1.
INTRODUÇÃO
Púpura
de Henoch-Schönleinou
púrpura anafilactóide éuma
vasculitenecrotizante sistêmica,
com
envolvimento dospequenos
vasos sanguíneos,caracterizada por púrpura palpável
não
trombocitopênica, envolvimentogastrointestinal, articular e renal.2*23'26 Envolvimento de outros sistemas tainbéin
pode
ocorrer.
Afeta preferencialmente crianças, sendo mais
comum em
meninos que
meninas.
É
geralmente benigna nesta faixa etária apresentandoum
pior prognósticoem
adultos.5Embora
ainda seja de etiologia inderteminada, parece resultar deuma
resposta de hipersensibilidade, sendo os maiores achados histopatológicos a
infiltração dos pequenos vasos
com
leucócitos poliinorfonucleares e inononuclearese a presença de leucocitoclasia.l'“9"18
O
presente trabalhotem
como
objetivo relatarum
caso de Púrpura de2.
RELATO
DO
CASO
Paciente
do
sexo masculino, 9 anos de idade, cor brancacomparece
aoServiço de
Emergência
Pediátricado
Hospital Universitário daUFSC
com
históriade
há
5 diascom
cefaléia, febre, tosse produtiva, congestão nasal, hipereinia conjutival bilateral“manchas
avermelhadas”em
membros
inferioresFez
uso deazitroinicina por 4 dias para sinusite e ácido acetil-salicílico para febre
com
posteriorpiora das lesões.
Na
ocasião da consulta apresentavatambém
dor articular, dorabdominal ein hipogástrio,
edema
ein punhos e tomozelos.Mãe
nega
intercorrênciasna gestação e relata
uma
única intemação aos oitomeses
de idade motivada porum
quadro deAsma
Brônquica. Possuiadequado
desenvolvimento neuro-psicoinotor. Possui história de hipertensão arterial sistêmicana
fainília (avômatemo).
Ao
exame
fisico o paciente encontrava-secom
um
estado geral regular,norinocorado, hidratado, acianótico, anictérico e eupnêico. Tinha
um
bom
estadonutricional. Notava-se hiperemia conjuntival bilateral.
À
orofaringoscopiavisualizava-se petéquias
em
orofaringe.Haviam
linfonodos cervicais palpáveis, móveis, indolores e de consistência fibro-elástica.A
otoscopia mostravamembranas
tiinpânicas normais.
A
auculta cardíaca epulmonar
erain normais.O
abdomen
eraflácido, havia dor à palpação profunda
em
hipogástrio. Ruídos hidroaéreoseram
presentes e normais.
O
figado
era palpável aum
centímetrodo
rebordo costaldireito. Bluinberg era ausente. Lesões purpúricas e palpáveis estavam presentes
em
membros
inferiores, principalmente tomozelos, região glútea e hipogástrio.Edema
articular ein
pimho
esquerdo e tomozelostambém
estava presentes.O
exame
neurológico era normal.
7
de Púrpura de
Henoch-Schonlein.O
hemograma
de intemaçãodemonstrava
hematócrito e hemoglobina nonnais e leucocitosecom
eosinofilia.A
hemocultura eranegativa.
A
dosagem
de imunoglobulinas e fatoresdo
complememento
mostrava
uma
IgA
séricapouco acima
de seu limite superior eC3
aumentado.O
parcial deLuina era nonnal e o parasitológico de fezes evidenciou a presença de ascaridíase e giardíase.
A
imunofluorescência da biópsia de pele indicava depósito deIgA
na
parede de
pequenos
vasos da derme, deIgM
na junção dermo-epidénnica e deC3
na
parede de alguns vasos naderme
superficial (figuras l e 2) e oexame
histopatológico demonstrava vasculite leucocitoclásticacom
infiltração de célulaspolimorfonucleares e mononucleares (figura 3) o que
confinnou
o diagnóstico dePúrpura de Henoch-Schonlein.
l
l
Figura l: Imunofluorcscência de pele demonstrando depósito de IgA em pequenos vasos
Figura 2: Inlunofluorcscéncia dc pelo dcmoslraudo depósito dc C3 cm vasos da denne supcrficial. .z ~.›;~;'r' , xiflplgm ,'§,?,w ; . r
HM?
f¬~ ‹' NU, A P*
M
\F 1 W """¢
5-* u ` né* ...É É ÊM Ú - .°.z
Q
\\‹ _. N' lv I ` ¡" .fx ›\ ._¬
W u* Í U \..- `| I . _! _ J A A E ;::;_-.?A fl .CV-_; : -¬§Í; , . Y.4 š_:z__ 54 ~ ~‹* ' V -u z. _ . j -'_'.,_ rg'-_=:_ í -›;»-~›- 'h`¬-.'2="‹-` 15:, ~ - A A 2' ‹ ›-..-¡g~.“-‹';'=. ' “ 4, aäà-/A_?Í`¡ 2:; ' ` 6 *Lj -É __AI x ' .*` ví ._ 1 P àé“Q
là
” *~
~ «fz Í ' Q-' ' `°,_ 1 f ¿ ' ' *Lã-'‹I¡' ' z u A iiâêz . .Ê
¡ .'õ _'I ',z'^'Í ' <-\...:z;§_4'A -_ › ¬ 1:. f .. U L * . . l".l“."i'iíÍ$Fàiê,_ê E ú . -»'f‹>..1 f¬- 9 -.' . “"' il. . « ""_" Q- ' _ PÉ' - -A H;-.. Fà * _. AQF W- .~ A z ` -zé $_ _! A ,qu «A ..‹À «.z× \fl,` '% '- êâ 2! - _ Q "§ ~› . .` Ê__ 4_ _¡_?"¡§.¡b.` fi; Q; .` ^¿_f._ Í, \A<¿ . ›4 \ sm '. . ° *\,-\.V_¡-, . H _ _ . ks; Í; "ÚEh`i~ ' 4 ;-__. V; a =4 êltf ., , «_ et Q `fz:,- víizz; *Q - " . -Q.: z ,` S* 1;* _*-.-_¬ 'I £_“¡= ›?_` _z_ 1 ya» ~à<f;; fr `_.,_._- am z?fàzW
~;!¿ gl' _ :Ff ~ ' A . ~ f , ' "' f' .¿._ . \ 1.. 'J z Í › w~ 'Í iv . ., %,`;¿“'Íí. _. L*'›
'.¶\i: 'Is `. 'Ã
*ëàf zâqçffl 'if . \ *.`-.- f U' ` f' A U. ~.‹› ` \ ¡" I ; ~ - \'~l w i':¡-~'f¬;':. fg.: \¡`«' ` 1' _ `Figura 3: Iflistopalologia dc pclc dcu1‹mslraudo vasculitc lcllcouiloclástica com
9
Durante todo o período de intemação foi monitorado
com
hemograma,
TAP,
TTPA,
dosagem
de uréia e creatinina e parcial de urinacom
os valoresdemonstrados
no
quadro I.Os
hemogramas
demonstraramuma
leucocitose crescentee
uma
queda do
hematócritocom
posterior recuperação (gráfico I).TTPA
manteve-
se nonnal.
O
TAP
demonstrouuma
sómedida
abaixoda
normalidade,no
sexto diade intemação, que após o uso de vitamina
K
intramuscular, normalizou (gráfico II). Uréia e creatinina mantiveram-se nonnais.Um
dos três parciais de urina realizadosdemonstrou
hematúria macroscópica (óo. DI) que posteriormente regrediu eum
outro
demonstrou
proteínuria (150. DI).~-»1>¡‹z»›‹i¢z~. lo 3o 4o 60 7o 8o 9o 100 llo I2o 130 14o 150
_;¶_¡t ~ - .«: fzâéxz -~ ¡ .;.=.;,1I.àí.ëš`;íÍ.z ._ -., . .-¬.-.›.\-.=.-.›.«.›..`r 40.9 13 39.5 13.7 35.6 12,3 36.2 ll.7 34.8 12 38.3 12.2 .Q .¬.í._.- .«;«z. .;t\,.».` .." . Leücõiiitošíli* I 8000 8700 9300 10800 10000 10500 ffzzí* * 90°'i› 82% 60% 85% 100% 0.81 0.7 0.88 1.0 0.8 0.8 ia %.`./,Í ‹«§rÍ.;.-` Ç ~..í:¢ (I ›` ”Ur`êiàÍ"Í.. Í* 22 18 32 54 0.45 0.47 0.52 0,71 .. Na Í. l40 l 40 138 .:zK.: fé...z 3.8 3.3 4.3 i ÍÊ _ Uti.i1'zi»z»¬. Ç»íz`.‹ .. NL I-Il\I° P*
1o. 30 5o To, 9o. 11
Quad l'0 li Valores expressos em relação 1)/ N, 1
Normal. 'l Hemalúria microscópica. 4 Proteinúria ++
lllll
l
-Hr
-Hb
o 130. 150.Gráfico I: Evolução do Ht e Hb durante a intemação.
1Ê_3o Ê' 7‹›._9_o__1¶z._13<›._1š_
-
TAP (°/.)lO
O
tratamento instituído inicialmente foi de suportecom
medicação
sintomática e
creme
hidratante nas lesões de pele.Com
a piorado
quadro,no
terceiro dia de intemação, manifestada por distensão abdominal, surgimento de
edema
generalizado, inclusive face, agravamento da dor abdominal e das lesõesem
pele
com
formação de vesículas, bolhas hemorrágicas e necroseem
tornozelos(figuras 4, 5 e 6), iniciou-se a corticoterapia
com
prednisona 1 mg/kg/dia.Os
curativos
em
membros
inferiores passaram a ser feitoscom
compressas deágua
boricada a
2%
euma
dieta ricaem
fibras foi instituída,além
de albendazol para agiardíase e ascaridíase.
É
Y.››~ -'ãš='
Figura 4: Nota-se distribuição geográfica das lesões. com máculas. pápulas.
\
~'-"`l
Figura 5: Máculas, pápulas, vesículas c bolhas com conteúdo hemorrágico em lornozelos
' >' 1 .~=z=;:*ââ« -,z 1 - '\`\. ;<-êiz, ' - 1 L *. 'ln _? _. ¡'.=_ _ záÍ
l2
Durante os quatro primeiros dias de corticoterapia
houve
piorado quadro
com
surgimento de dor torácicaem
hemitórax esquerdo, piora da dor abdominal, amnentodo
edema
de subcutâneo,edema
de bolsa escrotal e couro cabeludo,além
de distensão abdominal importante.
A
dor torácica freqüente motivou a realizaçãode radiografias de tórax, que resultarain normais.
Um
ultrassom abdominal se feznecessário para investigação da dor e distensão abdominal, que
também
resultou nonnal.A
partirdo
sétimo dia demtemação
houve
escurecimentoda
coloraçãoda
urina
com
fonnação de precipitado que semanteve
por quatro dias.Nesta ocasião oparcial de urina mostrava hematúria.
No
décimo-segundo
diaem
diantehouve
melhora
lenta e progressivado
quadrocom
absorção das lesões eformação
decrostas sero-heináticas, diminuição
do
edema
articular, subcutâneo e escrotal,diminuição
da
distensão abdoininal e das queixas de artralgia, dor abdominal etorácica.
Recebeu
altano
décimo-sexto dia estando todas as lesões jáem
fasede
cicatrização.. Posteriormente foi
acompanhado
à nível ambulatorialcom
dosesdecrescentes de prednisona (figura 7). Neste período notou-se desenvolvimento de
-1?
_-
_P,
fl ø._-_ ¬. -¡;-V.. 4 _.. y-z Wi* , ‹ _ i_¬›_~ - v -PL- ¬ _=.. I Q ' u » ÊÍ-if; iuvl s¡,,Figura 7 Clualrlzação complzla das lcâocs com Íonnacão dc cro~la× e
3.
REvisÃo
BIBLIOGRÁFICA
3.1. Histórico
A
primeira descrição deuma
criançacom
a síndroine queconhecemos
hojecomo
Púrpura de Henoch-Schönlein (PHS), foi publicada porHeberden
em
1801.Uma
criançacom
cinco anos de idadecom
edema
subcutâneo doloroso, dorabdominal, fezes e urina sanguinolentas e “pontos sangrentos” sobre a pele das
emas
foi descrita nesta ocasião.” Ein 1808,uma
seundo
caso, semelhante foiP
descrito por Willian? Ein 1837 Schönlein
nomeou
a associação de dor anicular epúrpura
como
“púrpura reumática” e notou freqüentes precipitadosna
urina.Henoch,
um
estudante de Schönlein, subseqüentemente, percebeu a importânciado
envolvimento gastrointestinal e renal.” Ein 1915, Frank definiu a síndroine
como
purpura anafilactoide,
um
termonao
muitousado
porqueuma
etiologia alergicaainda
não
foi confinnada.2~'43.2.
Epidemiologia
A
incidênciaPHS
é de 13,5 por 100.000 crianças por ano. Elapode
sedesenvolver ein qualquer faixa etária,
embora
seja muito mais coinuin ein crianças?A
maioria dos estudos relatam casos ein pacientes inenores que 7 anos e o pico de apresentaçãoda doença
é entre 4 a 7anos?
O
sexo masculinocostuma
sermais
afetado (inasculino:feininino
=
l,5:1).5Há
evidência de variação racial,sendo
predominante
nos brancos na maioria dos estudos.Costuma
ocorrer ein todas asestações
do
ano, principalmenteno
outono e invemo,demonstrando
incidência15
3.3. Etiologia
Ocorrência familiar
tem
sido reportadaembora
isso possa ser explicado pelofato de
que
membros
deuma
mesma
farnília são expostos aosmesmos
fatores ambientais. Algims autores sugerem que a ocorrência familiar dePHS
em
episódiosseparados por vários anos,
fazem
que a causa ambiental sejamenos
provável.PHS
tem
sidotambém
relatada corn a deficiência de fatoresdo
complemento
tipoC3
e C4, principalmente C4A6'7, após uso de medicamentos 89,em
infecção pelo Helicobacter pilory 10'” e após picada de insetos?3.4.
Patogênese
A
patogênese daPHS
ainda é incerta e várias teoriastêm
sido propostas paraexplicá-la.
Imimocomplexos
circulantes contendoIgA
são detectadosno
sangue depaciente afetados e outros contendo
IgA
eC3
são encontrados na pele, intestinos, articulações e rins.A
presença deC3
e fatorP
(properdina) e a ausênciado
primeirocomponente do
cornplernento indicam que as lesões são causadas porimunocornplexos que ativarn a via altemativa
do complemento”.
A
PHS
parecepossuir
um
mecanismo
imunológico relacionado aoque
ocorrena
Nefropatia porIgA, já
que
em
ambas
as patologiasnotamos
o elevado nível sérico deIgA
e odepósito de irnunocomplexos contendo
IgA no
1nesângio;“2Alguns
autoressugerem
que a Nefropatia por
IgA
seja urnaPHS
sem
rashlDevido
à presença de urna infecçãono
trato respiratório que tipicarnenteprecede a
PHS,
alguns estudossugerem
que urnaprodução
anormal deIgA
pelas16
ou
pelaformação
e depósito deimunocomplexos
nos tecidos afetados, e posteriorativação
do complemento, predominantemente
pela via alternativacomo
descritoanteriormente?
Foi citada a possibilidade de
formação
de IgE por anticorpos presentes nos iinunocomplexos circulantes e possivel ligação daqueles à superficie de mastócitossensibilizados,
em
pacientes atópicos, o que explicaria o freqüente envolvimento dospulmões
e dos rins, tecidos ricosem
tais células.”Acredita-se que a hemorragia e a deposição de fibrina observados
na
PHS
são causadas por
um
déficit de fatorXVIII
(fator estabilizante de fibrina).Concentrações de fator
XVIII
menor
que50%
do
normalanunciam
complicações.Alguns
autoressugerem
uma
associação entreANCA-IgA
ePHS
16,defendendo
que o nivel daquele reflete a atividadeda
doença, entretanto outrosafirmain que essa relação se deve à falsos-positivos secundários a
problemas
metodológicos. '7
3.5. Classificação
Mills et al3 citam critérios para a diferenciação
da
PHS
de outras vasculites.Segtmto este estudo existem dois
métodos
com
este propósito, o trad1`c1'0na1f0rmat e o classzfficat/'on tree method.No
trad1Íc1`0na1f0rmat são levadosem
conta os seguintes critérios: presençade púrpura palpável, idade
menor
ou
igual à20
anosno
inícioda
doença, angina abdominal e presença de granulócitos na biópsia ( tabela I ). Para que adoença
sejaTABELA
I: Critérios para classificação da PHS: Tradicional FormatCritério Definição
l. Púrpura palpável
2. ldade de inicio menos ou igual à 20 anos
3. Angina abdominal
-I. Granulócitos na biópsia
Lesões de pele liemorrágicas pálpaveise
levemente elevadas, não relacionadasà tromhocitopenia.
Paciente com 20 anos ou menos, no inicio dos primeiros sintomas.
Dor abdominal difusa, piora após alimentação, ou diagnóstico de isquemia de alças, usualmente
incluindo diarréia sanguinolenta.
Alterações histológicas mostrando granulócitos
nas paredes das arteriolas ou vênulas.
FONTE: M.ills et al, 1990.
No
classzffication treemethod
os critérios são: presença de púrpura palpável idademenor
ou
igual à20
anosno
início da doença, sangramento gastrointestinal epresença de granulócitos extravasculares
ou
perivasculares na biópsia (tabela II).Para classificar o doente
como
tendoou não
PHS
segue-se o algoritmo apresentadona figura
1.TABELA
II: Critérios para classificação da PHS: CLASSIFICATIONTREE
METHOD
7
Critério Definição
1. Púrpura palpável
2. Idade menor ou igual a 20 anos
no inicio da doença
3. Sangramento gastrointestinal
4. Granulócitos extravasculares ou
perivasculares na biópsia
Lesões elevadas não relacionadas à trombocitopenía Paciente com 20 anos ou menos, no inicio dos
primeiros sintoma
Melena, fezes sanguinolentas, resultados para sangue oculto nas fezes
Alterações histológicas mostrando granulócitos
em uma bainha perivascular em tomo das arteriolas ou vênulas, ou em local extravascular
18 púpura palpável
\
+ ' `*“›-._ *-c_`\___`Idade de intio Idade de inicio
da doerI;a da doença
›-ana *==3°° zaoz
‹=2Da
PHS -
PMN
extra ouPMN
eltrã Ou PHS +perivascular perivasc ular
/
\
'/
\*
sang-zènãnm PH; + mas - PHS +
f/
\“
PHS - PHS +
Figura 1: Classification tree method para Púrpura de Henoch-Schönlein.
Fonte: Mills et al, 1990.
3.6.
Aspectos
ClínicosClinicamente a
PHS
costuma
apresentar sintomas constitucionaiscomo
astenia e febre baixaem
metade
dos pacientes afetadosmas
suamarca
éo
desenvolvimento deum
rash típiconuma
distribuição simétrica e característicaque
costuma ser o sintoma de apresentação
em
mais de50%
dos pacientes.É purpúricoou
petequial, vennelhoou marrom, não
desaparece à pressão digital e sãopalpáveis.1*2'4*5"8"9 lnfreqüentemente
pode
ocorrer o aparecimento de vesículas, bolhas e úlceras.”A
duração das alterações dennatológicascostumam
ser de 9 dias.Costumam
estar presentesem
nádegas eMMII
5, geralmenteem
tomo
dostomozelos e dorso
do
pé.Pode
estar presentetambém
em
cotovelos.O
tronco, face,19 capilares subungueais
também
foram
encontradosem
alguns casos?Envolvimento
articular não-rnigratório é a segunda manifestaçãomais
comum
dePHS.
Artralgia ou artritecostumam
estar presentesem
25%
dos pacientesno
inícioda doença
eem
65 a85%
no
decorrer desta.”As
articulaçãomais
comumente
afetadas são os joelhos e os tomozelos, seguidos pelo punho, cotovelo,dedos e pés. Envolvimentos das articulações
do
ornbro e das vértebras lombarestem
sido
também
descritos.Os
principais sintornas são dor,edema
local e limitaçãono
movimento.
Hiperernia e calor local sãomenos
cornuns. Caracteristicarnente ossintomas são transitóríos e
não deixam
sequelas perrnanentes."2'4~5'““°Edema
subcuâneo é descritoem
35 a70%
dos pacientes equando
presenteno
dorso dos pésou mãos, pode
ser confundido corn artropatia das articulaçõesdo
rnetatarsoou
rnetacarpo respectivamente.Edema em
couro cabeludo, regiãoperiorbital e escrotal
também
pode
estar presentemas
é maiscomiun
ein criançasmenores
que três anos de idade.Envolvimento gastrointestinal está presente
em
45 a75%
dos pacientes.Todo
o trato gastrointestinalpode
estar envolvido.O
sintorna mais cornurn é a dorabdominal, gerahnente periumbilical e parece resultar de
um
sangramentoda
paredeintestinal.
Náuseas
e vôrnitostambém
são cornuns.A perda sanguínea geralmente é exteriorizada de maneira oculta ou através de diarréia hemorrágica leve amoderada,
rnelena, presente
em
mais50%
dos casosou
hematêrnese.Algumas
criançaspodem
apresentar hepatoesplenornegalia. 1¬2'4~5'1*
Manifestações renais se
desenvolvem
em
20
a60
%
dos pacientes epodem
ser os sintomas de apresentação da doença.Podem
ocorrer até 5 a llmeses
antesdo
raslrou
3meses
a 3 anos depois.A
maioria entretantocostuma
manifestarsintomas renais durante o primeiro
mês
dadoença.”
Há
um
amplo
espectro de20
hipertensão, insuficiência renal, síndrome nefrótica
ou
até glomémlonefriterapidamente progressiva. Hematúria rnicroscópica
com
ou
sem
proteinúria, estageralmente
menor
que 2g/dia,costuma
ser a apresentação renal maiscomumf*
Hipertensão é descrita
em
15 a25%
dos casos ecostuma
de desenvolver nospacientes corn
doença
progressiva. Glomemlonefrite corn insuficiência renal édescrito ein 10 a
25%
dos pacientes ecostuma
terum
mal
prognóstico?Como
manifestação neurológica,uma
dor de cabeçasem
características específicas, geralmente associada àmudanças
decomportamento
como
labilidadeemocional, apatia
ou
hiperatividadepode
ocorrer.Alguns
autoressugerem serem
essas manifestações secrmdárias à
uma
vasculite cerebral?Envolvimento puhnonar
pode
ocorrer, geralmentecomo
doença
intersticial, usualmente assintomática e associada à gasometria e epirometria nonnais. Chaussinet al2° sugere que a
membrana
alvéolo-capilar é lesionadaem
seu lado vascular porirnunocomplexos circulantes.
Casos
de hemorragia pulrnonartambém
sãodescr*itos.w`22
O
testículopode
estar envolvido rmiou
bilateralmente ein38%
dos pacientes masculinos e pode-se encontrar hernatornado
cordão, torção de hidátideou
torçãotesticular.” Infarto agudo
do
miocárdio, tamponarnento cardíacoou
miocardiopatiapodem
estar prsentescomo
manifestações cardíacas. Existemtambém
relatos dehemorragia mtracraniana, sangramento muscular profundo, hemorragia
pulmonar
secundários à coagulopatia por deficiência de fator XVIII, vitamina
K
ou
hipotrornbinemia.221 3.7.
Curso
ClínicoA
maioria dos casos dePHS
são auto-limitados.A
duraçãocostuma
serde
4
semanas
com uma
variação de 3 dias a 2 anos.Em
geral quanto maisjovem
acriança,
menor
a expectativa de recorrência,ou
seja, sinais e sintomas dePHS
que
se
desenvolvem
apósmn
intervalo de 3meses
livre de doença.São
descritasem
33%
dos pacientes epodem
se manifestar através de envolvimento dennatológico,gastromtestinal, músculo-esquele'tico
ou
renal.Hematúria
macroscópica transitóriaassociada
com
infecçãodo
trato respiratório superiorem
pacientescom
uma
história2.4
passada de
PHS
tem
sido relatada.3.8.
Exames
laboratoriais ecomplementares
Quanto
ao laboratórionão
existemdados patognomônicos
dePHS.
Na
ausência de sangramento gastrointestinal
ou pulmonar
importante ahemoglobina
costuma estar normal. Leucocitose e
comum
e acontagem
de plaquetaspode
estarnormal
ou
elevada.VHS
pode
estar aumentada.TAP
eKPTT
são normais e o fatorXVIII
geralmente diminuído.A
IgA
sérica está elevada durante adoença aguda
em
aproximadamente
50%
dos pacientes.IgG
eIgM
podem
estar normais ou elevados.O
terceirocomponente do complemento
(C3) é nonnal. Fator reumatóide eFAN
sãonegativos.
Segtmdo
Lin et all”, níveis elevados de proteína-C reativa estãoassociados à
um
curso hospitalar prolongado epode
servircomo
um
indicador deseveridade da doença. Evidência de infecção precedente por Streptococcus b-
hemolítico
do
gmpo
A,como
um
swab
de faringe positivoou
elevação nos títulosde
ASLO,
anti-hialurônicos, anti-desoxiiribonuclearpode
ser notadoem
60%
dos22
Quando
envolvimento renal esta presente, o parcial de urinapode
revelarhematúria, leucocitúria, cilindros celulares
ou
proteinúria.Uma
elevaçãoda
uréia e creatinina sugere insuficiência renal associada à glomemlonefi°ite.2'25Uma
depressãonas proteínas totais e albumina associada à
uma
proteinúria maior que 1 g/1n2/diasugere síndroine nefrótica.
Um
eletroencefalogramapode
revelar padrões sugestivos deacometimento
do
SNC
euma
radiografia de tórax,doença pulmonar
intersticial.Endoscopia
digestiva altapode
demonstrar duodenite enquantoque
acolonoscopia
pode
revelar lesões petequiaisno
cólon descendente.3.9. Histopatologia
Quanto
aos achados histopatológicos,podemos
abseivar ein biópsia de peleuma
vasculite leucocitocástica,com
infiltração dospequenos
vasoscom
célulaspolimorfonucleares e inononucleares. Eosinófilos tainbém
podem
estar presentes ea necrose dos pequenos vasos é evidente.
Podemos
encontrar ainda depósito de IgA,C3
e fibrinana
parede dos vasos dérmicos eno
tecido conectivoda
denne
siiperior.1'2“18'25 Biópsia de
mucosa
estomacal e duodenal revelam reaçãoinflainatória inespecífica
com
infiltração de linfócitos e depósito deIgA
noscapilares.Biópsias colônicas
mostram inflamação
leve e proliferação de células endoteliais. Depósito deIgA tem
sido encontradona
membrana
alvéolo-capilar dospulmões
de pacientes autopsiados.2'2lA
lesão renal é primariamente tuna glomerulonefrite endocapilar envolvendoas células inesangiais e endoteliais.
O
envolvimento glomerularpode
ser focal oiidifuso e costinna haver infiltração
com
células polimorfonucleares e mononucleares.23
cápsula
de
Bowmami,
resultamem
graus variáveis de crescentes por causa da adesão de células proliferativas ao tufo glomerular.Há
usualmenteinflamação
intersticial emudanças
tubulares incluindo atrofia. lmtmoflurescência revela depósitode
IgA
em
regiões mesangiais e ocasionalmente ao longo das voltas capilaresperiféricas. IgG,
C3
e fibrinatambém
sãocomumente
observados.IgM
é encontradomenos comumente.”
A
PHS
éuma
das principais causas de glomerulonefrite crescênticana
criança.
3.10.
Complicações
Como
complicações pode-se citar a necrose de pele, que ocorreem
àreas de hemorragia severa que experimentam pressão significativa,como
porexemplo
nassolas dos pés. Hemoiragia
no
interiordo músculo
gastrocnêmiotambém
é descrita,o
que pode
simularuma
trombose venosa profunda.No
trato gastrointestinal acomplicação mais
comum
é a intussuspecção, quepode
ser resultado deum
sangramentoda
parede intestinal.O
método
ideal para o diagnóticoda
intussuspecção é o ultrassom
abdominal.”
Enteropatia perdedora de proteínapode
se desenvolver e se apresenta
como
perda de peso eedema
não relacionado àdoença renal. Outras complicações gastrointestinais incluem: pancreatite, estenose
esofágica, estenose ileal, infaito intestinal, colite
pseudomembranosa,
apendiciteou
até hemorragia gastrointestinal massiva.2'26
Broek
et al” descreveu o caso de Lunpaciente
com
4 anos de idade que desenvolveuuma
fistula êntero-enteral e abscessosem
com
os sintomas de peritonite,mascarados
pela corticoterapia.Complicações
renais incluem hipertensão persistenteou doença
renal24
glomerulonefrite rapidamente progressiva
ou
pode
ser seqüela tardia deenvolvimento renal. Uretrite, cistite hemorrágica e uretrite
tem
sidotambém
reportados
em
pacientescom
PHS.”
No
SNC
as complicações geralmente se manifestamcomo
hemorragiaaracnoídea, subdural, cortical
ou
intraparenquimalcomo também
infarto. Estascomplicações estão freqüentemente associadas
com
hipertensão severaou
distúrbiosmetabólicos
mas
também
podem
ocorrer na ausência desses fatores precipitantes,nessas situações
uma
vasculite cerebral está presiunivehnente presente.Huang
et al”descreveu
uma
criança de 5 anos de idade que apresentou grandehematoma
intracerebral, evoluindo
sem
seqüelas neurológicas após corticoterapia. Neuropatiasperiféricas
também
podem
estar presentes epodem
resultar deuma
hemorragiaintraneuronal, isquemia secundária à vasculite da vasa
nervosum, ou compressão
causada por
hematoma
ou
edema
localizado.2Hemorragia puhnonar
e complicações testicularespodem
estar presentescomo
descritas anteriormente.3.11. Diagnóstico diferencial
No
diagnóstico diferencial a entidades aserem
consideradas incluemdesordens que estão associadas
com
rash petequial, purpúricoou
vasculítico.Rash
purpúrico e/ou petequial
pode
estar associado a trombocitopenia resultandonuma
variedade de desordens,como
púrpura trombocitopênica idiopática, sepsis, leucemia e síndrome urêmica hemolítica.Rash
por vasculite está presenteno
lupuseritematoso sistêmico, poliarterite
nodosa
e granulomatose de Wegener°s.A
PHS
afeta os capilares, arteríolas e vênulas
em
contrastecom
LES,
granulomatose de Wegener”s e poliarteritenodosa
que afetam as pequenas artérias.Na PHS
o rash é25
caracterizado por eriterna, urticária e púrpura palpável. Nestas outras entidades
citadas, nódulos, ulcerações e lívedo retícularis são mais co1nuns.2¬4^28
Glomerulonefiite pós-estreptocócica
aguda pode
ocasionalmenteapresentar run rash cutâneo purpíuico.
A
presença decomplemento
sérico abaixodo
normal
e a ausência de envolvimento gastrointestinal e articular serve paradiferencia-la
da
PHS?
A
Nefiopatia
porIgA
apresentauma
glomerulonefrite clinicamente eimunologicamente semelhante a
PHS,
mas
usualmentenão
desenvolve suas manifestações característicasno
trato gastrointestinal, nas articulações ena
pele.3.12.
Tratamento
O
tratamento para aPHS
consisteem
medidas
gerais e de suporte cornotambém
no
tratamento das seqüelas da vasculite. Intervenção específica na patogeniada
doença
aindanão
está disponivel.2=“9A
maioria dos pacientespodem
teracompanhamento
ambulatorialsem
necessidade de intemação hospitalar.As
indicações para internação incluem cólica abdominal sugestiva de intussuspecção,
hemorragia gástrica severa, enteropatia perdedora de proteína requerendo nutrição
parenteral total, glomerulonefiite
com
evidência de deterioração da taxa de filtraçãoglomemlar e hipertensão, presença de hemorragia puhnonar e necessidade de biópsia renal?
A
dieta deve manterum
nível de hidratação adequado.Nos
pacientes cornacornetimento renal,
uma
dieta pobreem
salpode
minimizar a possibilidade dehipertensão, e nos pacientes corn sintomas gastrointestinais
uma
rica ingestãode
fibras
pode
ajudar a combater a dorabdominal?
26
importante informação sobre o prognóstico e tratamento.
As
indicações para esseprocedimento são: presença de síndrome nefrótica, deterioração progressiva
na
taxa de filtração glomemlar, síndrome nefríticacom
hematúria macroscópica, hipertensãoou
insuficiência renal que persiste por mais de 2 a 4 meses.2Corticosteróides
têm
sido indicados para o tratamento de envolvimentosevero
do
trato gastrointestinal, musculoesquelético, renal,pulmonar ou
testicular.Com
eles a razão antígeno-anticorpopode
sermodificada,
a produção de~
imunocomplexos
diminui e osmesmos
sao eliminados rapidamente, reduzindoo
risco de lesão renal.25¬2°
Uma
práticacomum
é tratar os pacientescom
envolvimentorenal
ou
gastrointestinal severocom
prednisona 1-2mg/Kg/dia
por cinto períodode
tempo.:Outros medicamentos usados são os imunossupressores não-corticosteróides
tipo ciclofosfamida, cloranfenicol
ou
azatioprinatambém
no
envolvimento renal severo,embora
não existam estudos controlados quecomprovem
sua eficiência.1'2*3°Antiinfiamatórios
não
homionaispodem
ser usados para sintomasarticiilares'-““4=2°, anti-histamínicos para o prurido'4, vitamina
K
ou
fatorXVIII
paracomplicações hemorrágicas, plasmaferese e
medicações
anticoagulantesno
envolvimento renal severo. Narin et all” estudou 12 pacientes
com
PHS
entre as idades de 6 a 14 anos que apresentavam sangramento gastrointestinal.Em
metade
deles administrou ranitidina e
na
outra placebo.No
gmpo em
que foi usada aranitidina, notou significante decréscimo
na
dor abdominal eno
sangramento, concluindo que a ranitidina possui efeitos benéficosna
PHS
com
sangramentogastrointestinal.
Os
pacientesdevem
receber orientaçõescomo
evitar roupas apertadas,cintos, pois sabe-se que o rash cutâneo é pressão dependente e evitar exercícios fisicos por causa
do comprometimento
articular?27
Complicações gastrointestinais
como
intussuspecção, perfuração, infartodo
intestino e hemorragia severa requerem intervenção cirúrgica. Enteropatia perdedora de proteína requer suporte nutricional corn nutrição parenteral total.2”"32Para a hipertensão secundária ao envolvimento renal é necessária urna
restrição
na
ingesta de sal e de líquidos e o uso de urnamedicação
diurética.A
conduta
na doença
renal tenninal incluimedicação
para a acidose metabólica,lriperfosfaternia, deficiência de vitarnina
D
ou
eritropoetina. Diálise e transplante renaltambém
devem
ser consideradoszTorção
testicular requer pronto atendimento cin'rrgico.2'23Tem
sido sugerido que,como
as infecçõesdo
trato respiratório porStreptococcus beta-hernolítico
do
grupoA
podem
ser o gatilho para a recorrência dePHS,
urna profilaxia corn penicilina seriabenéfica no
paciente corn recorrênciasfreqüentes?
3.13.
Seguimento
O
seguimento dos pacientes deve ser feito à nível ambulatorial.Nos
que
não
tem
indicação para intemação a visita ao rnédico deve ser rnuna freqüência de 1vez
por
semana
durante a doença aguda.Nos
seismeses
posteriores, todos os pacientesdevem
testar a primeira urinado
dia corn a glicofita, Luna vez porsemana
para adetecção de Luna possível lrernatíuia rnicroscópica, o que seria indicativo de
envolvimento renal.
Após
esse periodo o teste deve ser realizado 1 vez pormês
atécompletar o período de três anos. Se positivo, o paciente deve procurar pronta
28
3.14. Prognóstico
O
prognóstico geralmente é excelente,sem
seqüelasem
mais de95%
dospacientes e
em
geral quanto maisjovem
o paciente,melhor
o prognóstico.”A
mortalidade émenor
que
1%
e geralmente devida ao envolvimento4.
DISCUSSÃO
O
caso relatadono
presente trabalho retrataum
caso clássico de Púrpura de Henoch-Schõnlein quesegundo
os critérios de classificação trad1`c1Íona1fi›rn1at ec1as.sjf1Ícati(›n tree
method
citados por Mills et al 3, se enquadra perfeitamenteno
diagnóstico prenchendo todos os critérios
em
ambas
as classificações.A
faixa etária e sexodo
paciente são descritos corno maiscomims
para o aparecimento da doençaz.No
exame
clínico inicial, notamos sintornas característicos deuma
infecção das viasaéreas superiores, corno cefaléia, febre, congestão nasal, tosse, o que,
segundo
William et al2, é
comum
e possa ser o fator precipitanteda
doença; além de outrossinais e sintomas típicos
como
púrpura palpávelem
membros
inferiores e regiãoglútea, localização essa, característica das lesõeslfldor abdominal, ariralgia e
edema
ein articulações.Na
biópsia de pele foidemonstrado
os achados histopatológicoscaracterísticos,
como
vasculite leucocitoclásticacom
infiltração de célulaspolimorfonucleares e mononucleares e a imunofluorescência
demonstrou
o depósitode
IgA
eC3
nospequenos
vasos sanguíneos da pele eIgM
na junção derrno-epidénnica.
O
hemograma
demonstrou
leucocitose quecostuma
ser normal nestescasos e eosinofilia posteriormente justificada pela ascaridíase
no
parasitológico defezes.
A
dosagem
de iinunoglobulinasdemonstrou
LunaIgA
séricapouco acima
de seu lirnite Superior, o quecostume
estar presenteem
50%
dos casos dePHS.
O
terceiro
componente do complemento
(C3) estava arnnentadoembora
costuma
estarnonnal.
O
TAP
esteve poruma
só ocasião abaixo de seu lirnite inferior necessitando o uso de vitaminaK
para prevenção de futuras complicações heinorrágicas.As
lesões de pele que inicialmente se apresentavam corno lesões purpúricas palpáveis,evoluíram para vesículas, bolhas hemorrágicas e necrose de pele. Ederna de couro
30
ser mais
comum
em
pacientescom
menos
de três anos de idade.O
envolvimentorenal foi evidenciado pelos achados de hematúria microscópica e proteinúria
no
parcial de urina; e na alteração da coloração da urina durante a intemação, sugerindo hematúria macroscópica.
O
desenvolvimento de dor torácica freqüentemotivou
ainvestigação radiológica
do
tórax para afastar possível hemorragia pulmonar.Um
ultrassom abdominal foi necessario devido à importante dor e distensão
abdominal
e serviu para descartar
uma
possível intussuspecção intestinal, complicaçãogastrointestinal mais freqüente
na
PHS.
A
corticoterapia instituída foi justificada pelo envolvimento dermatológicoe gastrointestinal severo, tendo
boa
resposta terapêutica.A
dieta ricaem
fibrasvisava o alívio dos sintomas gastrointestinais.
Conclui-se que
em
relação ao quadro dermatológico o paciente teveuma
evolução
pouco
freqüente,como
é descritona
literatura, enquanto que as outras5.
BIBLIOGRAFIA
l.Szer IS. Henoch-Schönlein purpura:
when
andhow
to treat. JRheumatol
1996;23:l66l -5.
2. William
LMR,
Leung
AKC.
Henoch-Schönlein purpura.Adv
Pediatr 1994' 41 1163-94.3. Mills JA, Michel
BA,
Bloch
DA,
Calabrese LI-I,Himder
GG,
Arend
WP,
et al.The
american college of rheumatology 1990 criteria for the classification of Henoch-Schönlein purpura. ArthritisRheum
1990; 33(8);l114-21.4.
Causey
AL, Woodall
BN,
Wah]
NG,
VoelkerCL,
Pollack ES. Henoch-Schönleinpiupura: four cases
and
a review. JEmerg
Med
1994; 12(3):33l-41.5.
Blanco
R,Martinez-Taboada
VM,
Rodriguez-Valverde V, Garcia-FuentesM,
Gonzalez-Gay
MA.
Henoch-Schönlein purpura in adultand
childhood.Arthritis
Rheum
1997; 40(5):849-64.6.
Wyatt
RJ.The
complement
system inIgA Nephropathy and
Henoch-Schönleinpurpura: functional
and
genetic aspects. Contrib Nephrol 1993; 104:82-91.7. Ault
BH,
Stapleton B, RivasML,
Waldo
FB,
Roy
III S,McLean
RH,
et al.Association of Henoch-Schönlein purpura glomerulonephritis with
C4B
deficiency. J Pediatr 1990;117(5):753-5.
8.
Drago
F, ArditiMR,
Rebora
A. Henoch-Schönlein purpura inducedby
fluoroquinolones (letter).
Br
JDennatol
1994;131(3):448.9. Prajapati C,
Casson
IF. Henoch-Schönlein associated with ranitidine. Int J ClinPract 1997; 5l(4):251.
10. Remauer, S. Schönlein-Henoch purpura associated with gastric Helicobacter
Pylori infection. J
Am
Acad
Dermatol 1995;33:876-79.11 12 13 14 15 16 17 18 9. 20 21 32 Gasbarrini A, Franceschi F,
Cammarota
G, Pola P, Gasbarrini G. Vascularand
iinmimological disorders associated with Helicobacter pylori infection.
Br
J Rheiunatol 1998; 37(5):570-2.
Watanabe,
Tom.
Three cases of Henoch-Schönlein purpura precededby
IgA
nephropaty (letter). Pediatr Nephrol 1995; 9(5):674.
Gow
KW,
Murphy
III JJ, BlairGK, Magee
JF,Vancouver
JH. Multiple entero-entero fistulae: an usual coinplication of Henoch-Schönlein purpura.
J Pediatr Surg 1996; 3l(6):809-11.
Tapson
KMP.
I-Ienoch-Schönlein purpura.Am
F
ain Physician 1993;47(3):633-8.
Davin
JC. Possible pathogenic role of IgE in Henoch-Schönlein purpura.Pediatr Nephrol 1994; 8(2):169-71.
Burrows
NP,
Lockwood
CM.
Antineutrophil cytoplasmic antibodiesand
theirrelevance to the dermatologist.
Br
JDennatol
1995 ;132:173-81.Robson
WLM.
The
absence of anti-neutropil cytoplasinic antibodies in patientswith Henoch-Schönlein purpura. Pediatr
Nephrol
1994; 8(3):295-8.Trujillo H,
Gunasekaran
TS, EisenbergGM,
Pojman
D,
Kallen R.Henoch-
Schönlein purpura: a diagnosis not to be forgotten. JF
am
Pract 1996;43:495-8.
Amital Y, Gillis D,
Wassennan
D,Kochman
RH.
Henoch-Schönlein purpura ininfants. Pediatrics 1993; 101186517.
Patrignelli, R. Henoch-Schönlein purpura; a inultisystein disease also
seem
in adults.PostGrad
Med
1995; 97(5):123-34.Chaussain
M,
Boissieu D, Kalifa G,Epelbaum
S, Niaudet P,Badoual
J, et al.Iinpairment of lung diffusion capacity in Schönlein-Henoch purpura.
The
33 22. Olson JC, Kelly KJ,
Pan
CG, Wortmann
DW.
Pulmonary
disease withhemorrage
in Henoch-Schönlein purpura. Pediatrics 1992; 89(6):1177-81.23.
Ben-Chaim
J , Korat E, Shenfeld O, Shelhav A, Jonas P,Goldwasser
B.Acute
scrotum caused
by
Henoch-Schönlein purpura, with immediate response toshort-term therapy. J Pediatr Surg 1995; 30(10):1509-10.
24. Lin SJ,
Huang
JL, HsiehKH.
Clinicaland
laboratory correlation of acuteHenoch-Schönlein purpura in children.
Chun
Hua
Min
Hsiao ErhKo
I
Hsueh
Hui
Tsa Chih
1998; 39(2):94-8.25. Andreoli SP. Chronic Glomerulonephritis in childhood. Pediatr Clin
North
Am
1995; 42(ó): 1487-503.26. Lipsett J,
Byard
RW.
Smallbowel
stricture due to vascular coinproinisse: a latecomplication of Henoch-Schönlein purpura. Pediatr Pathol
Lab
Med
1995;15(2):333-40.
27.
Ng
CC,
Huang
SC,Huang
LT. Henoch-Schönlein purpura with intracerebralhemorrage: case report. Pediatr Radiol 1996; 26(4):276-7.
28. Jennette CJ, Milling
DM,
Falk RJ, Hill C. Vasculitis Affecting the Skin.Arch
Dermatol 1994; l30:899-906.
29. Niaudet P,
Habib
R. Methylprednisone pulse therapy in the treatment of severefonns of Schönlein-Henoch purpura nephritis. Pediatr Nephrol 1998;
12(3):238-43.
30. Allen
NB,
BresslerPB.
Diagnosisand
treatment of the systemic and cutaneousnecrotizing Vasculitis syndromes.
Med
Clin NorthAm
1997; 8l(l):243-59.31. Narin N, Akçoral A, Aslin MI, Ehnastas H. Ranitidine administration in
Henoch-
Schönlein Vasculitis.
Acta
Pediatr Jpn 1995; 37(1):37-9.32. Cull
DL,
Rosario V, LallyKP,
Ratner I,Mahour
GH.
Surgical implications ofRESUMO
A
Púrpura de Henoch-Sclrönlein éuma
doença
vasculítica dospequenos
vasos sanguíneos causada por
um
processo inflarnatório irnuno-mediado.É
relativamente
comum
eembora
ocorra mais freqüentementeem
crianças, elapode
ocorrer
em
todas as faixas etárias.É
classicamente manifestada por púrpura palpávelem
membros
inferiores, dor abdominal, artrite e envolvimento renal.Neste estudo é descrito o caso de
um
pacientedo
sexo masculino cornnove
anos de idade que apresentava purpura palpável
em
membros
inferiores, hipogástrioe nádegas, dor abdominal, artralgia e ederna articular
em
punhos
e tomozelos.Os
achados patológicos e de imunofluorescênciaeram
cornpatíveis cornPHS.
Durante a evolução
da doença houve
envolvimento dernatológico e gastrointestinal severo e manifestações renais corno lrernatúria rnacroscópica e proteiníuia.Devido
à sintomas corno dor abdominal importante e dor torácicasuspeitou-se
da
ocorrência de complicações gastrointestinais e pulmonaresque
posterionnerrte foram descartadas por
exames
cornplernerrtares.O
tratamento corn prednisona teve tunaboa
resposta terapêutica.Também
é feita urna revisão bibliográfica dos últirnos oito anos sobre oSUMMARY
Henoch-Schönlein
purpura is a small vessel vasculitic disease thought tobe
caused
by
an immunoglobulin-mediated inflamatory process. It°s relativelycommon,
and althought it occurs
most
frequently in children, it can occur in all age groups. It°sclassically manifested
by
palpable purpura on the lower extremities, abdominal pain,arthritis
and
renal involvement. “This study describes a male patient, nine years old, presenting
Henoch-
Schönlein purpura.
The
clinical historyand
physical examination demonstratedpalpable puipura
on
the lower extremities, hipogastricand
buttocks, arthralgia, jointswelling
on
the wristesand
shinsand
abdominal pain.The
pathologicand
imunofluorescentic findings
were
compatible withHSP.
Among
the disease evolution therewere
severe dennatological andabdominal
involvement
and
renal manifestations like macroscopic hematuriaand
proteinuria.Because
thesymptons
like important abdominal painand
chest painwas
suspected of puhnonary and gastrointestinal complications,
wich were
subsequentlyexcluded
by
thecomplementary
exams.The
terapeuticmanagement
used predinisona with agood
result.TCC
UFSC
PE
0428 Ex.l N-Chflm TCC UFSC PE 0428Autor: Minatto. André Cap
Título: Púrpura de henoch-schonlein
972804353 Acr 254023