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Uma revisão literária dos cuidados de enfermagem na humanização do parto hospitalar

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Revista de Divulgação Científica Sena Aires. 2015 Jan-Jun; 4 (1): 67-74. 1

Uma revisão literária dos cuidados

de enfermagem na humanização do parto hospitalar

A literature review about nursing care in the humanization of hospital birth

Ricardo Neto Ribeiro de Oliveira1, Daniella R. G. Mendes1

Como citar:

Oliveira RNR, Mendes DRG. Descrição das glomerulopatias no lúpus eritematoso sistêmico (LES) e seus respectivos esquemas terapêuticos. REVISA. 2015; 4(1): 67-74.

RESUMO

O objetivo do presente artigo foi identificar, a partir de uma re- visão integrativa da literatura, o conhecimento científico produzido entre 2009 e 2014 sobre os cuidados de enfermagem na humanização do parto hospitalar. Foram selecionados 15 artigos que abordaram a temática em questão, publicados entre os anos de 2009 e 2014, em periódicos indexados nas bases de dados LILACS e SciELO. Entre os periódicos que mais publicaram sobre o assunto, destaca-se a Es- cola Anna Nery Revista de Enfermagem (26,66%). O levantamento revelou que o (a) enfermeiro(a) cumpre um papel imprescindível de educação em saúde para as gestantes, promovendo a atenção huma- nizada e garantindo à gestante um modelo conducente a uma efetiva humanização da parturição e do parto, além de atender as necessida- des individuais por meio da participação ativa e do poder de escolha saudável, para o período gravídico. Espera-se que os resultados deste estudo sirvam de fonte para o conhecimento e incentivo para mais es- tudos a respeito dessa temática ainda pouco explorada em nosso meio.

Palavras-chave: Humanização do parto; Gravidez e cuidados de enfermagem.

ABSTRACT

1Curso de Graduação em Enfermagem, Faculdade de Ciências e Educação Sena Aires,

Valparaíso - GO. Correspondência: Ricardo Neto Ribeiro de Oliveira. Email: ricardonetoribeiro@gmail.com

Recebido em: 06/12/2014 Aceito em: 28/06/2015.

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This paper sought to identify the scientific knowledge produced between 2009 to 2014 about nursing care in the humanization of hospital birth. We selected 15 articles that addressed the issue and were published between 2009 and 2014 in journals indexed in the LILACS and SciELO databases. A highlight among the journals that most published on the subject is the Anna Nery School Journal of Nursing (26.66%). The survey reveals that the nurse has a crucial health-education responsibility in connection with pregnant women, to promote humane care and ensure them a model conducive to the effective humanization of parturition and birth, while meeting indi- vidual needs by means of the active participation and of the power to make healthy choices during the pregnancy period. We expect that the results of this study may serve as a source of knowledge and encouragement for more studies on this subject, which still has much to be explored in our context.

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Revista de Divulgação Científica Sena Aires. 2015 Jan-Jun; 4 (1): 67-74. 3 INTRODUÇÃO

Para Machado e Praça1, a humanização assis-

tencial adotada por instituições da saúdeintro- duz à gestante ao pré-natal, na contínua evolu- ção da compreensão sobre as manifestações de seu corpo no estado gravídico, sendo à gestante protagonista no período de gestar. Esse período consiste nas manifestações das alterações res- piratórias, renais cardíaco, gastrintestinais, das emocional e psíquica acompanhada pelos cuida- dos humanizados da enfermagem.

Segundo Rocha2, as mulheres que fazem par-

te do contexto “humanização assistencial” são mais confiantes, e participam com autonomia, tomando conhecimento dos sinais e sintomas de seu corpo gravídico, embora exista um padrão característico, a representação gráfica é diferen- ciada para cada mulher.

Machado3, diz que o transcorrer da gesta-

ção é compreendido como período de 280 dias, cerca de quarenta semanas, o corpo da grávida passa por uma série de alterações, envolvendo diversos aparelhos e sistemas, dentre eles, o apa- relho respiratório e circulatório sofre modifica- ções constantes.Das manifestações, as que mais importam à gestante, estão relacionadas ao final da gestação; os sinais e sintomas, endurecimento da barriga, desconforto e intensidade das con- trações intercaladas, comduração de 15 a 20 mi- nutos, e intervalos entre 30, 45 e 60 segundos de duraçãoseguida da dilatação, rotação e cóli- cas contrátil, relaxamento da bacia e encaixe do bebê para o trabalho expulsivo de parto.

Gayeski4 enfatiza sobre contrações de Braxs- ton-Hicks, embora os sintomas sejam aparentes, essas metrossistoles são sintomas causados por exercícios físicos, estímulo manual (palpação) atividade sexual e movimento fetal.

Segundo Grudtner5, assim como há a prepa-

ração para o parto normal, também fisiológico, período onde a mulher libera um coquetel de hormônios ocitocina, endorfina e ACTH (hor- mônio adreno corticotrófico),em resposta aos hormônios que o feto libera, o corpo gravídico prepara o colo e o útero para responder a oci- tocina com a dilatação, apagamento do tampão mucoso, desprendimento, descida e encaixe fetal.

Colacioppo6 afirma que os partos planejados

em domicílios contribuem dificultosamente para

elaboração dos dados oficiais de Informações de Nascidos Vivos, (sinasc), classificando os nasci- mentos nos hospitais e residências tendo ou não acompanhamento de pré-natal. A avaliação des- se tipo de elaboração é determinante na geração dos indicadores.

Ramos7 esclarece que o período neonatal cor-

respondente ao dia do nascimento até o vigésimo oitavo dia incompleto na vida da criança, é um momento considerável na vida do bebê, pois é nesse período que acontecem as principais ade- quações anatômicas e fisiológicas. A adaptação decorrente desse período faz-se necessário, exa- mes laboratoriais, para tomada de prevenções das doenças e dos distúrbios do crescimento.

Mac Donald8 referencia o recém-nascido à independência de sua idade ao nascimento, como capaz de expressar suas emoções, se dá através da busca pelo prazer, e até mesmo do contato físico, ou fugir da dor, quando não pode mais suportar a estimulação negativa e o estresse por ela provocado.

De acordo com Torcata9, direcionar a mulher, as consultas e exames inerentes da gestação, é tencionar apoio psicológicoe cuidados baseado na mesma compreensão do que é científico efi- siológico, promovendo a mulher toda a atenção das necessidades adquirida, substanciar exercí- cios físicos; hidroginásticas, ioga pilates cami- nhada e terapias, como também a liberdade de escolha de seu acompanhante desde o trabalho de parto, parto e puerpério, o ambiente agradá- vel e intervenções desnecessários.

Ministério da Saúde10 afirma que desde a implantação das politicas de saúde pelas porta- rias do GM/569, 570 a 572/2000. Novos estudos e pesquisas intensificadas ampliou a cobertura quantiqualitativa para assistência ao pré-natal, assistindo a mulher no período gravídico em ambiente hospitalar e domiciliar assistido por profissionais da saúde.

O estudo em questão tem como princípios básicos a teoria humanística, sua apresentação tem como contribuição principal o atendimento a singularidade e a individualidade da mãe/filho. Em determinantes a aplicação dos valores éticos, fundamentado na personalidade à comunidade, na constante do aperfeiçoamento, no exercício diário direcionado à clientela, instituição e co- laboradores da saúde. ART IG O DE RE VI SÃO

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O foco desse estudo foi identificar através de uma revisão integrativa da literatura os cuida- dos de enfermagem na humanização do parto planejado, discutindo as implementações de novos modelos assistências para o alívio da dor, procedimentos não invasivos, qualidade na hu- manização da assistência e de políticas públicas na enfermagem direcionado ao pré-natal.

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo de abordagem qualita- tiva em que se optou pelo método da revisão in- tegrativa para alcance do objetivo proposto. Este possibilita a síntese do estado da arte do conhe- cimento de um determinado assunto, apontan- do lacunas do conhecimento que precisam ser preenchidas com a realização dos novos estudos como suporte à tomada de decisão e à melhoria da prática clínica, além de permitir a realização de uma síntese de múltiplos estudos publicados, viabilizando conclusões gerais a respeito de uma particular área de estudo.

O levantamento bibliográfico foi realizado pela internet, por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), nos bancos de dados LILACS (Lite- ratura Latino-Americana em Ciência de Saúde) e SciELO (Scientifc Eletronic Library Online).

Para o levantamento dos artigos, utilizou-se o descritor “humanização do parto”, combinado com os termos “gestação”, “manifestações da gra- videz” “cuidados de enfermagem”, “humaniza- ção da assistência ao parto planejado”, utilizados para refinamento da amostra.

Os critérios utilizados para a seleção da amostra foram: artigos que abordassem a temá- tica em questão, escritos na língua portuguesa, publicados entre os anos de 2009 e 2014, em períodos indexados nos bancos de dados LI- LACS e SciELO, que tinham o texto completo disponibilizado online.

Considerando esses critérios, foram identifi- cados 15 artigos nos bancos de dados LILACS e SciELO. Vale ressaltar que, após a leitura apro- fundada desses artigos, todos foram atendidos aos critérios de inclusão. Dessa forma, a amostra final foi composta por 15 trabalhos científicos.

Para obtenção das informações que respon- diam a questão norteadora da pesquisa,

elabo-rou-se um formulário que contemplava a identi- ficação do artigo e dos autores, fonte de localiza- ção, cenário geográfico em que foi desenvolvido objetivo característico do estudo, resultados e conclusões.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na análise empreendida aqui, foram verifi- cados os resultados apresentados nos tópicos que se seguem, os quais compreendem as ca- racterísticas dos estudos, assim como os dados relacionados aos cuidados de enfermagem na humanização do parto planejado, contempladas nos artigos analisados.

Tabela I - Distribuição dos artigos focalizando gestação, humanização mãe/feto/RN, alívio da dor, mortalidade materno-fetal, prevenção, cuidados de enfermagem, intervenções, pré-parto, parto e puerpério, Publicados entre 2009 e 2014, conforme periódico. Brasil, 2014.

Periódicos n (%)

Escola Anna Nery revista de enfermagem 4 26.66% Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis 3 20.00% Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília 2 13.33% RevistaGaúcha de Enfermagem, Porto Alegre (RS) 1 6.66% Revista Escola de Enfermagem da Universidade de

São Paulo (SP) 1 6.66%

Revista Saúde pública 1 6.66% Revista Ciência, Cuidado e Saúde 1 6.66% Revista de Enfermagem do Centro Oeste Mineiro (MG) 1 6.66% Revista da Rede de Enfermagem do nordeste 1 6.66%

Nota: n = número de publicações. % = frequência percentual. Fonte: Dados da pesquisa. 2014.

Quanto aos periódicos que mais publicaram sobre o assunto, destacaram-se a Escola Anna Nery de Enfermagem (26.66%), o periódico, Texto e Contexto Florianópolis, SC (20%)e a Revista Brasileira de Enfermagem, (13.33%). No concernente ao período de publicação, 2011 foi o ano no qual mais existiram publicações so- bre o tema (26.66%), seguido de 2012 e 2014 (20%), 2010 e 2013 (5%), e 2009 (6.66%). Fo-ram verificados os artigos publicados.

A maioria dos estudos foi desenvolvida na região Sul (73.33%). Contudo, cabe destacar as publicações das regiões Nordeste (26.66%). Na realização dos estudos utilizados pelos pesquisa- dores para abordar a temática, ganha destaque o estudo Descritivo Qualitativo (26.31%), em con- sonância ao estudo Exploratório Descritivo Qua- litativo, estando os demais descritos na tabela II.

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Revista de Divulgação Científica Sena Aires. 2015 Jan-Jun; 4 (1): 67-74. 5 Dentro do intervalo de tempo delimitado

para a amostra, observou-se um aumento pro- gressivo no número de publicações entre os anos de 2009 a 2014, houve publicações da temática em 2009, no entanto no ano de 2011 ocorreu significativo aumento das publicações. O au- mento progressivo do número de publicações sobre a temática parece refletir o aumento da importância desse tema para os pesquisadores e a sociedade em geral.

Tabela: ll - Distribuição dos artigos com relação ao tipo de estudo utilizado pelos pesquisadores para abordar á temática, publicado entre. 2009 e 2014, conforme periódico. Brasil, 2014.

Tipo de estudo n (%)

Estudo Exploratório Descritivo Qualitativo 4 26.66% Estudo Metodológico Qualitativo 1 6.66% Estudo Descritivo de Corte Transversal 1 6.66% Estudo de Amostra Transversal Retrospectiva 1 6.66% Estudo Descritivo Exploratório 1 6.66% Estudo Qualitativo Descritivo 1 6.66% Estudo Qualitativo Fenomenológico 1 6.66%

EstudoQualitativo 1 6.66%

Estudo Quantitativo ExploratórioDescritiva 1 6.66% Estudo Descritivo Qualitativo 1 6.66%

Nota: n = número de publicações. % = frequência percentual. Fonte: Dados da pesquisa. 2014.

Machado3 esclarece que na maioria das pu-

blicações analisadas observa-se que o ciclo graví- dico puerperal é um momento único na vida de cada mulher, uma experiência singular, especial, não comparável a qualquer outra vivência. Ao discorrer sobre a vivência da mulher durante o processo de gravidez, é possível testemunhar conseguintes transformações que ocorrem na oportunidade da concepção até o nascimento do novo ser. O corpo feminino manifesta essas transmutações, dando início a uma temporada significativa de sensações e emoções diferencia- das que acompanharão a gestante em seu perío- do gestacional.

OMS,Schirmer J e outros11 relatam o nasci-

mento como um processo marcante na vida da mulher e de todos que nele estão envolvidos (criança, pai e família), sendo inspirado pela circunstância sociocultural em que sucede. Essa ocorrência pode ser apreendida desde o mo- mento de a concepção, o discorrer da gestação, o parto e puerpério. A predileção prescrita no parto depende de mudanças na personificação de cuidados da gestante, que está em processa- mento evolutivo. Para tanto, faz-se necessário à

compreensão dos profissionais não apenas o que é de rotina, mas que seja realizado preferencial- mente o que está preconizado para a humaniza- ção, com uso somático da tecnologia, proporcio- nando avanços inquestionáveis na qualidade e a compreensão da totalidade da assistência que individualiza o cuidado e entende o parto como um evento biológico, social, cultural, sexual e espiritual.

Silva12 defende que no âmbito das institui-

ções hospitalares públicas, cada vez mais tem sido discutida a humanização da assistência, sendo esse termo associado à valorização dos usuários e dos profissionais quanto aos aspectos socioculturais emocionais, com vistas à promo- ção da qualidade do atendimento e às condições adequadas de trabalho. Os valores norteadores desse processo são a autonomia e o protagonis- mo dos sujeitos envolvidos.

Shorten A, Shorten B13 ressaltam que a de-

cisão compartilhada entre os envolvidos na as- sistência ao parto é um tema pouco discutido no Brasil. No entanto, é sabido que a escolha informada nas ações de saúde é um direito da mulher que deve ser respeitado.

Nos estudos de, Machado e Praça1, obser- va-se que para humanizar-se faz necessário in- troduzir a mulher como sendo o personagem principal no processo de gestar, assumindo o controle emocional, psíquico e fisiológico, rece- bendo apoio somático da equipe de enfermagem.

A pressuposição que encaminhou o minis- tério da saúde na geração de novos atributos para aperfeiçoamento das atividades obstétri- cas, baseada nas diretrizes do “Programa de Hu- manização no pré-natal e Nascimento (PHPN)”, instituiu inerente do enfermeiro em seu papel, assegurar à qualidade do acesso a cobertura do pré-natal, desde a concepção do concepto ao parto e nascimento. “Para tanto as práticas de enfermagem atribuída pelo enfermeiro obste- tra se fez reconhecido pelo Ministério da Saú- de como efetivação das políticas de saúde da mulher ao (PHPN)”, desde a implantação das polìticas de saúde pelas portarias do GM/569, 570 a 572/2000, agregando novos estudos e pesquisas intensificadas, ampliando a cobertu- ra quantiqualitativa para assistência ao pré-natal, assistindo a mulher no período gravídico.

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O papel do enfermeiro é imprescindível para a população crescente de gestantes promovendo modelo da atenção humanizada, garantindo à gestante um modelo que possa levar a uma efe- tiva humanização do parto, vivencia a parturição, atendendo suas carências individuais, com sua participação ativa e poder de escolha saudável, na educação em saúde para o período gravídico.

Grudtner5 ressalta a individualidade do aten- dimento, que objetiva reconhecer humanização como cuidado estabelecido pelo profissional a cada gestante, vinculando suas necessidades a sua capacidade de interagir com o processo de gestar, protagonizando seu bem estar, assegu- rando as condutas organizadas em função do trabalho de parto evitando o uso desnecessário de tecnologias no momento do parto, trazendo melhor índice de Apgar, nos primeiros cinco mi- nutos a datar a vida ao recém-nascido.

Hodnett14 comenta que o enfermeiro no âm- bito das atividades como preconizador a gestan- te, quanto ao aprendizado e conhecimento das praticas dos cuidados a serem desenvolvidos no período da gravidez, esclarecendo passo-a-passo os melhores métodos e tomada de condutas para uma gestação saudável,fortalecendo os laços fa- miliares como também seu acompanhante de sua escolha receberá treinamento em relação às condutas dos cuidados a serem tomada para prevenções das possíveis doenças a que venha interferir na transcorrência da gestação. Assim, como a nutrição, higienização e os meios de lo- comoção, ambiente agradável.

É notório que as experiências das pesquisas e estudos para a assistência da humanização clas- sificam a qualidade do cuidado valorizando-a como excelência, reconhecendo a individuali- dade sob a visão técnica do cuidado, condizente à intersubjetividade de usuários e profissionais junto aos publicados em registros oficiais, perió- dicos e jornais de grande circulação, que repre- sente a humanização(15).

Hoga e Pinto16 discutem que a assistência ao parto com a presença dum acompanhante desde o momento de preparação do trabalho de parto é reconhecida como a pessoa que lhes prestes os cuidados podendo ter ou não parentesco, mas que receba treinamento da instituição para dis- ponibilizar junto à equipe de profissionais os cuidados à gestante, como apoio psicoafetivo, fazendo com que a mulher sinta-se mais con- fiante, encorajando-a para uma boa autoestima, obtendo equilíbrio que satisfaça o trabalho de parto num momento saudável e satisfatório para mãe/filho/família e comunidade.

Waldenstrom17 diz que a temática da hu- manização gestacional não envolve somente as mulheres, mas também a sociedade, pois aborda um assunto que é uma questão de saúde pu- blica expressa pelo aumento da necessidade do conhecimento para planejar o cuidado. Nesse sentido, o sentimento de confiança e segurança na capacidade de terem o correto manejo sobre o acolhimento com práticas a serem aplicadas pelo enfermeiro estimula a conscientização e o interesse, abrindo espaço para uma melhor abordagem e intervenção para prática segura no processo de gestar, diminuindo assim a vul- nerabilidade das mulheres no período gravídico.

Carraro18 comenta sobre a importância da compreensão dos profissionais de saúde quanto ao protagonismo da mulher nos momentos de trabalho de parto e parto. Dessa forma, propor- cionando momentos em que as puérperas tive- ram liberdade de falar sobre suas vivências. Além disso, dando voz às usuárias como uma maneira de avaliar a prática da enfermagem e estimular o planejamento das ações com base nas políticas públicas de humanização do parto e nascimento.

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Revista de Divulgação Científica Sena Aires. 2015 Jan-Jun; 4 (1): 67-74. 7 CONCLUSÃO

Assim, apenas rompendo com esses mitos, tabus e preconceitos, no que se refere à prática médica intervencionista, a sociedade e os profis- sionais de saúde vão conseguir realizar desejos e necessidades como todos os outros, para que estes tenham liberdade e conhecimento sufi- ciente para se relacionarem podendo expressar de forma segura suas necessidades. Visto que a população de gestantes vem aumentando a cada dia, é preciso atuar das mais variadas formas para garantir um acompanhamento saudável, sendo imprescindível a educação em saúde para o período gravídico.

REFERÊNCIAS

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4. Gayeski ME, Brüggemann, OM. Métodos não farmacológicos para alívio da dor no trabalho de parto: uma revisão sistemática. Texto Contexto En- ferm. 2010; 19(4):774-82.

Espera-se que os resultados deste estudo sir- vam de fonte para o conhecimento e incentivo para mais estudos sobre a temática ainda pouco explorada em nosso meio, pois poderão contri- buir para uma intervenção melhor, no sentido de disseminação de informações tanto para puérpe- ra, família, como para os profissionais da área da saúde e sociedade.

CONFLITOS DE INTERESSE Não há conflitos de interesse.

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