Estatísticas e retrospectos da Educação a distância no Brasil
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(2) 166. Estatísticas e retrospectos da Educação a distância no Brasil. 1.. INTRODUÇÃO Cada vez mais o telefone celular, a internet, o e-mails, o MSN, Skype, as redes sociais, e outras ferramentas de comunicação fazem parte da vida dos jovens. O que para eles é visto com extrema naturalidade. É natural que a educação formal já se veja diante da prerrogativa da necessidade da utilização dessa tecnologia no processo de aprendizagem e diante destas novas tecnologias a educação a distância tem apresentado um grande salto. O seu crescimento tem mostrado direções no sentido de contribuir para a formação de profissionais que estejam aptos para a nova realidade do mercado de trabalho. As universidades já se deram conta desta realidade e promovem cursos de graduação à distância e pós-graduação proporcionando acesso à educação superior para alunos em diversas partes do Brasil. Historicamente, toda essa evolução da tecnologia de comunicação, tem suas origens no povo chinês, pois foram os primeiros a fazerem a impressão de um livro, mas foi Johannes Gensfleisch, conhecido como Johannes Gutenberg, no ano de 1397 o criador do processo de impressão com tipos móveis, ou seja, a tipografia. A sua invenção proporcionou o surgimento do jornal, em 1609, um instrumento de circulação de informação que ao longo dos séculos ganhou difusão e diversificação. Em 1837, Samuel Morse inventou o telégrafo, contribuindo para o avanço da tecnologia, pois sua descoberta impulsionou a criação do telefone, por Alexander Granhan Bell. O sistema de telefonia é contemporaneamente fundamental ao funcionamento do mundo digital. “Inventor é um homem que olha para o mundo em torno de si e não fica satisfeito com as coisas como elas são. Ele quer melhorar tudo o que vê e aperfeiçoar o mundo. É perseguido por uma idéia, possuído pelo espírito da invenção e não descansa enquanto não materializa seus projetos”. Alexander Graham Bell.. Em 1839 os franceses Louis Daguerre e Joseph Nièce dão surgimento a fotografia. Santaella comenta: Foi a fotografia que tornou pela primeira vez evidente, colocando na face dos nossos olhos, a irremediável separação entre signo e objeto. Fez ruir a ilusão da representação, dissolvendo a miragem de uma relação idílica entre o signo que representa e o objeto representado. Depois da fotografia, nossa consciência de linguagem se tornou maliciosa. (SANTAELLA, 1992, p.96).. Em 1895, os irmãos Lumiére dão início ao cinema, apresentando a primeira sessão de projeção em Paris. A partir da criação da fotografia e do cinema passou a ser possível utilizar tais técnicas nas instituições escolares permitindo desta forma, a. Revista de Educação • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009 • p. 165-179.
(3) Augusto Sousa da Silva Filho. 167. interpretação da realidade, abordagens temáticas, assim como diversas interligações que se fazem possíveis via análise, debate e interação mediatizada. Em 1840, o italiano Guglielmo Marconi, dá inicio a era do rádio. A sua invenção ganhou em popularidade, pois o poder de penetração do rádio era e ainda contínua sendo muito grande e somando a isso ao fato de que os ouvintes não necessitavam ser alfabetizados para que compreendessem o que era veiculado, o que não pode ser dito da imprensa que quando de sua invenção era um meio de comunicação restrito a uma minoria alfabetizada. O maior salto qualitativo tecnológico nas comunicações pode ser caracterizado pelo surgimento da televisão, agregando sons e imagens (rádio e cinema). No entanto a televisão só começou a sua era definitiva como instrumento de comunicação em massa a partir da década de 40, com a sua produção em larga escala. Com antenas de transmissão e sinais via satélite, a televisão pode ser considerada o maior meio de comunicação em massa do século XX. Todas as descobertas descritas anteriormente são de fundamental importância e as suas descobertas abriram caminho para a revolução tecnológica atual, caracterizada pelo advento do computador pessoal. O período histórico em que vivemos é marcado por uma crescente capacidade de comunicação entre as pessoas de todo o planeta, graças ao avanço da informática e a criação da rede mundial de computadores. Esta nova revolução nas comunicações influencia de forma significativa os métodos educacionais de ensino, tornado-os abertos a novas discussões e novas abordagens de ensino.. 2.. TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO A cada dia todos os professores e alunos se vêem cercados por novas tecnologias de comunicação e informação. É necessário que o professor se mantenha informado e atualizado com as novas tecnologias que o cercam. Para Santos: Estamos num momento especial na história da Educação, num ínterim entre o giz e o computador. Essa transição gera expectativas, impõe novas posturas para se organizar e gerenciar uma escola, uma sala de aula, pessoas. É importante re-situar as funções do professor, de seu trabalho no tempo, aproveitando suas experiências, frutos de uma história, e que indicam a necessidade de se adotar novas posturas para que as mudanças emergentes do mundo sejam acompanhadas. A adoção de novas posturas pertence a todos que estão comprometidos com a ação educativa.. Revista de Educação • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009 • p. 165-179.
(4) 168. Estatísticas e retrospectos da Educação a distância no Brasil. A utilização das novas tecnologias de educação em sala de aula deve ser encarada pelo professor como uma forma de auxílio em suas explanações. O professor do século XXI deve ser capaz de utilizar as novas tecnologias como um parceiro e transformar as suas aulas em focos de conhecimento baseados nas velhas formas de educar e nas novas tecnologias. Como as novas tecnologias aplicadas à educação caminham a passos mais largos do que podemos acompanhar é sempre bom estarmos apoiados nas experiências de colegas, de modo que possamos nos preparar para utilizar as ferramentas da melhor forma possível. O conhecimento mínimo de internet, msn, e-mails, sistemas operacionais, editores de texto e planilhas eletrônicas é de fundamental importância para o professor do século XXI. Os tutoriais de apoio são sempre bem vindos e fazem parte da bibliografia básica de muitas disciplinas ministradas. Neste novo cenário, o professor deve sempre recorrer à ajuda de colegas e alunos e principalmente ter em mente que essa parceria não é sinal de fraqueza, pois o professor sempre terá o respeito da turma à medida que demonstre conhecimentos profundos em sua área de atuação.. 3.. HISTORICO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Pinheiro (2002) nos coloca como marco inicial da educação a distância as cartas escritas no início da era cristã para disseminar a boa nova do senhor, evoluindo para a invenção da imprensa por Guttenberg, talvez o grande marco inicial para a disseminação da palavra escrita, já que antes, todos os livros eram copiados manualmente demandando tempo e dinheiro. Ainda segundo Pinheiro (2002), as mensagens escritas, constituíram-se na primeira estratégia de estabelecer comunicação personalizada quando a distância não permitia o encontro dos interlocutores. No início do século XX até a Segunda guerra mundial, várias experiências foram adotadas, ocasião em que as metodologias aplicadas ao ensino por correspondência se desenvolveram melhor, e que posteriormente, foram fortemente influenciadas pela introdução de novos meios de comunicação de massa, como o rádio, que deu origem a projetos importantes, principalmente no meio rural. Almeida comenta: Na Segunda Guerra Mundial, soldados americanos já estudavam a distância. “Foi no pós-guerra, com a necessidade de formar profissionais rapidamente para que dessem. Revista de Educação • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009 • p. 165-179.
(5) Augusto Sousa da Silva Filho. 169. conta de reconstruir os países da Europa, principalmente, que a educação a distância teve um grande impulso”.. Em meados dos anos 60 teve início na França e Inglaterra ações no campo da educação secundária e superior relacionadas a educação a distância, com destaque para a University of London. A University of London tem mais de 40 mil alunos em 180 países. Os seus alunos já foram agraciados com cinco prêmios Nobel. O mais ilustre, o expresidente da África do Sul, Nelson Mandella, fez o curso de Direito por correspondência diretamente da prisão. No quadro a seguir é apresentado a evolução histórica da EAD, segundo Moore (1996). Quadro 1. Gerações da Educação a Distância. Geração. Início. Características. 1 a.. Até 1970. Estudo por correspondência, no qual o principal meio de comunicação eram materiais impressos, geralmente um guia de estudo, com tarefas ou outros exercícios enviados pelo correio.. a. 2.. 1970. Surgem as primeiras universidades abertas, com design e implementação sistematizadas de cursos a distância, utilizando além do material impresso, transmissões por televisão aberta, rádio e fitas de áudio e vídeo, com interação por telefone, satélite e TV a cabo.. 3 a.. 1990. Esta geração é baseada em redes de conferência por computador e estações de trabalho multimídia.. Logo, através da rede mundial de computadores a educação a distância encontrou espaço para o seu maior crescimento. A internet é sem dúvida o maior veículo de informação, e através desta info-via a educação a distância encontra o cenário ideal para o seu crescimento.. 3.1. Limites da Educação a Distância Segundo o site da PUC/VIRTUAL-MG, o Ensino a Distância, especialmente através do ensino virtual, que utiliza essencialmente a Internet como meio de comunicação entre professor/aluno e aluno/aluno, guarda uma característica de extrema flexibilidade, uma vez que a relação pedagógica não se dá de forma síncrona, nem em relação ao tempo, nem ao espaço. O aluno tem o poder de estabelecer seus próprios horários de estudo e o ritmo que desejar aplicar ao seu aprendizado. No entanto, esses limites não podem ser absolutamente individualizados, pelo menos quando a aprendizagem está apoiada em processos interativos. Professores, grupos de alunos e tutores devem ter alguns parâmetros de dedicação àquele curso específico. Assim, dentro dos limites prefixados de. Revista de Educação • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009 • p. 165-179.
(6) 170. Estatísticas e retrospectos da Educação a distância no Brasil. início e final de curso, datas de entrega de atividades, o aluno pode ir conduzindo seus estudos de acordo com sua disponibilidade de horário. Há ainda o fator geográfico, ou seja, no ensino virtual, o aluno pode fazer o curso em casa, no trabalho na praia ou em outra cidade ou país, desde que tenha acesso a Internet. Ainda existem outras formas de ensino a distância, no entanto, apresentam menor flexibilidade, como aquelas que utilizam a videoconferência ou a televisão, que exigem o deslocamento do aluno em uma determinada hora, para um determinado local. Mesmo essas, no entanto, permitem que o aluno, através de vídeos gravados, assista à aula perdida ou a revejam para melhor compreensão ou fixação. Em comparação a educação presencial a educação a distância tem mostrado avanços significativos. O governo do Brasil tem mostrando um certo grau de amadurecimento criando a Universidade Aberta do Brasil, que funciona na prática como uma instituição que visa o apoio às iniciativas das universidades públicas na formação de professores e como ponto entre as empresas privadas e as universidades com vista na formação profissional. Segundo Moran, “Ainda existe o preconceito, no entanto, hoje há muito mais compreensão de que a educação a distância é fundamental para o país”. Temos mais de 200 instituições de ensino superior atuando de alguma forma em educação a distância. O grande crescimento dos últimos anos é um indicador sólido de que a educação a distância é mais aceita do que antes. Com isso, o Brasil passou da fase importadora de modelos, para a consolidação de modelos adaptados à nossa realidade. Os cursos por tele-aulas tornam a EAD menos “distante” dos presenciais, porque ampliam e multiplicam a aula ao vivo e isso diminui a sensação de individualismo e solidão que muitos alunos sentem em cursos só baseados em conteúdos impressos ou na WEB. Ainda segundo Moran, há cursos baseados em colaboração, em participação real e grupal na aprendizagem. O foco em projetos colaborativos também se desenvolve com rapidez e traz um dinamismo novo para a EAD. Outros se apóiam em cases, em análise de situações concretas, o que lhes confere uma ligação grande com o mercado e com uma pedagogia participativa”.. 3.2. A Universidade Aberta do Brasil A universidade aberta do Brasil foi criada pelo ministério da educação em 2005, para articulação e integração de um sistema nacional de educação superior a distância, visando. Revista de Educação • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009 • p. 165-179.
(7) Augusto Sousa da Silva Filho. 171. sistematizar as ações, programas e projetos pertencentes às políticas públicas voltadas para a ampliação da oferta de ensino superior de qualidade e gratuito no Brasil. Universidade Aberta do Brasil (UAB) é a denominação genérica para a rede nacional voltada para pesquisa e para a educação superior, formadas pelo conjunto de instituições públicas de ensino superior e centros federais de educação tecnológica, articulados e integrados com a rede de pólos de apoio presencial para educação a distância.. Figura 1. O que é universidade Aberta?. Segundo o site da Universidade Federal do Rio Grande, os pólos de apoio presencial são criados e mantidos pelos municípios e estados Cada pólo pode receber cursos a distância de diferentes instituições, permitindo atender a todo o território nacional, com a interiorização do ensino superior. O atendimento do aluno nas etapas presenciais ocorrerá nos pólos, onde funcionarão salas de aula, bibliotecas e laboratórios. Segundo o site da Universidade Aberta do Brasil, a Educação a Distância (EAD) é a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, envolvendo estudantes e professores no desenvolvimento de atividades educativas em lugares ou tempos diversos. No Brasil, as bases legais para a modalidade de educação a distância foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 20 de Dezembro de 1996. Em 3 de abril de 2001, o Conselho Nacional de Educação estabeleceu as normas para a pós-graduação lato e stricto sensu.. Níveis Educacionais Segundo o site da Universidade Aberta do Brasil, a oferta de cursos de graduação e educação profissional em nível tecnológico exige da instituição interessada credenciar-se junto ao Ministério da Educação, solicitando, para isto, a autorização de funcionamento para cada curso que pretenda oferecer. O processo é analisado na Secretaria de Educação Superior (SESu), por uma Comissão de Especialistas na área do curso em questão e por especialistas em educação a Revista de Educação • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009 • p. 165-179.
(8) 172. Estatísticas e retrospectos da Educação a distância no Brasil. distância. O parecer dessa comissão será encaminhado ao Conselho Nacional de Educação. O trâmite, portanto, é o mesmo aplicável aos cursos presenciais. A qualidade do projeto da instituição será o foco principal da análise.. Figura 2. Níveis Educacionais, segundo o Ministério da Educação.. Educação Básica O programa da Universidade Aberta Brasil não tem como objetivo oferecer cursos a distância do nível básico. Mas para efeito de legislação entenda como acontece o processo de oferta de cursos à distância para este nível educacional. As instituições credenciadas para a oferta de educação à distância poderão solicitar autorização junto aos órgãos normativos dos respectivos sistemas de ensino para oferecer os ensinos fundamental e médio à distância, exclusivamente para: •. A complementação de aprendizagem ou. •. Em situações emergenciais.. Graduação Segundo a Universidade Aberta do Brasil, a base da educação superior oferece cursos de graduação, seqüenciais e de extensão. Dentre as diferenças entre eles cita-se a titulação que pode determinar continuidade da carreira acadêmica (pós-graduação) e a modalidade da formação profissional. A Secretaria de Educação Superior é a secretaria responsável pelos cursos Lato Sensu conhecidos pelas especializações, residência médica e MBA. A Capes é a entidade responsável por receber, protocolar e avaliar as propostas de cursos de. Revista de Educação • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009 • p. 165-179.
(9) Augusto Sousa da Silva Filho. 173. mestrado e/ou de doutorado apresentadas pelas instituições interessadas em obter o reconhecimento, pelo MEC/CNE, de cursos de pós-graduação Stricto Sensu.. Pós-Graduação A possibilidade de cursos de mestrado, doutorado e especialização a distância foi credenciada em 3 de abril de 2001. Ficou determinado que os cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) a distância serão oferecidos exclusivamente por instituições credenciadas para tal fim pela União e obedecem às exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento estabelecidos no referido Decreto. Os cursos de pós-graduação lato sensu oferecidos a distância deverão incluir, necessariamente, provas presenciais e defesa presencial de monografia ou trabalho de conclusão de curso.. 4.. EXIGÊNCIAS DA EAD Para Pontes, o uso da educação a distância em cursos do ensino fundamental, médio ou superior no Brasil já tem uma longa história, iniciando com o ensino por correspondência, passando mais recentemente por cursos de extensão e pós-graduação, já utilizando as tecnologias de comunicação mais recentes. No ensino regular isso só ocorre com o uso da internet, especialmente no ensino superior. No entanto, ainda há uma pergunta trazida à discussão, e que tem respostas diversas: a educação a distância é igualmente aplicável em todos os níveis de ensino? A educação a distância obtém os melhores resultados quando é aplicado em adultos. Isso é divido a condição que a diferencia do ensino presencial: “a distância inerente ao método de ensino”. Com a falta de contato físico regular entre professor e aluno, existe uma série de capacidades e atitudes que não se pode exigir, por exemplo, de uma criança do ensino fundamental: disciplina, autonomia, iniciativa, responsabilidade quanto ao cumprimento de tarefas e prazos, capacidade de compreensão e expressão escrita indispensável à comunicação mediada por computador, entre várias outras. É importante distinguir o uso das tecnologias na escola, o computador, materiais de estudo, jogos conectados ou em discos (CD, DVD), da educação à distância, em sentido estrito. Programas de informatização das escolas – como a implantação de laboratórios,. Revista de Educação • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009 • p. 165-179.
(10) 174. Estatísticas e retrospectos da Educação a distância no Brasil. computadores na sala de aula e outros aspectos de infra-estrutura digital, assim como a projetada distribuição de laptops para crianças do ensino público – não se enquadram exatamente na modalidade de ensino a distância. Para Pontes, tanto na modernização digital da escola como na implantação de sistemas de educação à distância, não se trata apenas de tecnologia. Um dos equívocos que se tem cometido com freqüência é, primeiro implantar a infra-estrutura tecnológica para depois definir o que fazer com ela. Para que um projeto pedagógico funcione com qualidade exigível é necessário que a implantação de um programa institucional de educação a distância leve em conta uma série de aspectos e exigências. Como a característica mais marcante na educação a distância é a separação física entre o professor e os alunos é necessário o planejamento para cursos a distância, baseadas no planejamento sistemático, desenvolvimento e adaptações com vista na necessidades identificadas nos alunos e no requerimentos do conteúdo.. 5.. ESTATÍSTICA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. De acordo com o censo realizado em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 97 instituições ofereceram, em 2007, cursos de graduação a distância. São 19 instituições de ensino superior a mais em relação às registradas no ano de 2006. É possível observar que o número de cursos de graduação a distância aumentou de maneira significativa nos últimos anos. Comparado ao ano de 2006, foram criados 59 novos cursos a distância, representando um aumento de 16,9% no período. O número de vagas oferecidas em 2007 chegou a quase o dobro das oferecidas em 2006, com um aumento de 89,4%, ou seja, uma oferta de 727.520 vagas a mais. O crescimento no número de vagas da educação a distância deu prosseguimento a um aumento que se observa desde 2003. Nesse período registrou-se uma variação de 6.314% no número de vagas ofertadas. Contudo, até o momento do censo 2007, o número de inscritos e o número de ingressos não acompanhou o mesmo ritmo de crescimento. Enquanto em 2006 foram registrados 0,53 candidatos para cada vaga, no ano posterior, essa relação foi de 0,35.. Revista de Educação • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009 • p. 165-179.
(11) Augusto Sousa da Silva Filho. 175. Tabela 2. Evolução do Número de IES, Cursos, Vagas e Inscritos na EAD no Brasil –2002-2007. Ano. IES. %Δ. Cursos. %Δ. Vagas. %Δ. Inscritos. %Δ. 2002. 25. -. 46. -. 24.389. -. 29.702. -. 2003. 38. 52,0. 52. 13,0. 24.025. -1,5. 21.873. -26,4. 2004. 47. 23,7. 107. 105,8. 113.079. 370,7. 50.706. 131,8. 2005. 73. 55,3. 189. 76,6. 423.411. 274,4. 233.626. 360,7. 2006. 77. 5,5. 349. 84,7. 813.550. 92,1. 430.229. 84,2. 2007. 97. 26,0. 408. 16,9. 1.541.070. 89,4. 537.959. 25,0. Segundo os resultados deste censo, com relação ao ano de 2006, o total de ingressantes apresentou um aumento de 42,4% em 2007. O total de matrículas teve um crescimento estável nos últimos anos e, em 2007, chegou ao número de 369.766 matrículas. Esse número de matrículas a distância representa 7% do total das matrículas dos cursos de graduação, incluindo os presenciais. No ano de 2006, esse percentual esteve em torno dos 4,2%. A quantidade de concluintes em educação a distância apresentou um aumento de 15,5% em relação ao ano de 2006, com 5.992 concluintes a mais. Tabela 3. Evolução do Número de Ingressos, Matrículas e Concluintes na EAD – Brasil –2002-2007. Ano. Ingressos. %Δ. Matriculas. %Δ. Concluintes. %Δ. 2002. 20.685. -. 40.714. -. 1.712. -. 2003. 14.233. -31,2. 49.911. 22,6. 4.005. 133,9. 2004. 25.006. 75,7. 59.611. 19,4. 6.746. 68,4. 2005. 127.014. 407,9. 114.642. 92,3. 12.626. 87,2. 2006. 212.465. 67,3. 207.206. 80,7. 25.804. 104,4. 2007. 302.525. 42,4. 369.766. 78,5. 29.812. 15,5. Figura 3. Resultado das principais variáveis – Censo de Educação Superior – MEC – 2007. Revista de Educação • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009 • p. 165-179.
(12) 176. Estatísticas e retrospectos da Educação a distância no Brasil. Por meio da análise do gráfico da Figura 3 é possível perceber que desde 2002 até 2007 o número de cursos a distância (categoria administrativa) oferecidos por instituições privadas vem crescendo de forma constante. Muito embora as instituições federais apareçam bem baixo do total de cursos oferecidos por instituições privadas observa-se um crescimento deste segmento nas instituições federais. As instituições Estaduais e Municipais apresentam tímidos crescimentos, o que caracteriza a existência de espaço para um maior incentivo e planejamento por parte deste segmento, o que resultará em um maior crescimento do EAD.. Figura 4. Resultado das principais variáveis – Censo de Educação Superior – MEC – 2007.. O gráfico da Figura 4 mostra o número de cursos de graduação presencial e graduação a distância por segmento administrativo, segundo o censo realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. E através da análise do gráfico observa-se que as instituições privadas prevalecem com o maior número relacionado a criação de cursos presenciais e a distância. As instituições Estaduais, Municipais e Federais mostraram que não houve crescimento do número de cursos de graduação presencial e a distância de forma digna de nota. É necessário que haja um melhor planejamento por parte do governo no sentido de criar-se estas necessidades nas instituições federais, estaduais e municipais de ensino.. 5.1. Censo de 2008 Muito embora os valores apresentados a seguir seja apenas uma versão preliminar do último Censo da Educação Superior realizada no Brasil, já é possível observarmos um crescimento acentuado na Educação a distância se comparado com o último Censo Educacional realizado em 2007.. Revista de Educação • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009 • p. 165-179.
(13) Augusto Sousa da Silva Filho. 177. De acordo com os novos dados, 115 instituições ofereceram, em 2008, cursos de graduação a distância. São 18 IES a mais em relação às registradas no ano de 2007. É possível observar que o número de cursos de graduação a distância aumentou de maneira significativa nos últimos anos. Comparado ao ano de 2007, foram criados 239 novos cursos a distância, representando um aumento de 58,6% no período. O número de vagas oferecidas em 2008 registrou um aumento de 10,3%, ou seja, uma oferta de 158.419 vagas a mais. O crescimento no número de vagas da educação a distância deu prosseguimento a um aumento que se observa desde 2003. Nesse período registrou-se uma variação de mais de 70 vezes o número de vagas ofertadas. Outro aspecto que se destaca é a razão entre inscritos e vagas, enquanto em 2007 foram registrados 0,35 candidatos para cada vaga, no ano seguinte, essa relação foi de 0,41. Ainda em relação ao ano de 2007, o total de ingressantes apresentou um aumento de 42,2% em 2008. O total de matrículas apresentou um crescimento alto nos últimos anos e, em 2008, chegou ao número de 727.961 matrículas, quase dobrando o número de matrículas em relação ao ano anterior. Esse número de matrículas em cursos a distância representa 14,3% do total das matrículas dos cursos de graduação, incluindo os presenciais. No ano de 2007, esse percentual esteve em torno dos 7%. A quantidade de concluintes em educação a distância também apresentou um forte aumento de 135% em relação ao ano de 2007.. 6.. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Brasil vive um momento importante em sua história educacional. O país se deu conta que os diversos meios de comunicação e tecnologia são de fundamental importância para que haja uma educação de melhor qualidade e que atendam cada vez mais a brasileiros outrora esquecidos na imensidão deste país. A educação a distância vive o seu momento de maior crescimento e com o apoio das novas tecnologias a sua utilização é cada vez mais difundida nas instituições de ensino particulares, federais e municipais. De acordo com o último censo educacional realizado, cerca de 97 instituições ofereceram cursos de graduação a distância. Desta forma é possível observar que o número de cursos de graduação a distância aumentou de maneira significativa nos. Revista de Educação • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009 • p. 165-179.
(14) 178. Estatísticas e retrospectos da Educação a distância no Brasil. últimos anos. Comparado ao ano de 2006, foram criados 59 novos cursos a distância, representando um aumento de 16,9% no período. Neste cenário de crescimento na educação a distância e aplicações de novas tecnologias em sala de aula, o professor ainda tem o seu papel de educador em destaque, desde que saiba usar as novas tecnologias como suporte.. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini. A educação a distância na formação continuada de gestores para a incorporação de tecnologia na escola. ETD: Educação Temática Digital, v.10, p.186202, 2009. BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância. Campinas, SP: Autores Associados, 1999. BRASIL. Ministério da Educação. Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas. Brasília, 2007. IDE, Institute for Distance Education. A conceptual Planning Tool. 1997. University System of Maryland Institute for Distance Education. Disponível em: <http://www.usmd.edu/usm/faqs/>. Acesso em: 15 out. 2009. INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo 2007. Disponível em: <http://www.inep.gov.br/download/superior/censo/2007/Resumo_tecnico_2007.pdf>. Acesso em: 24 out. 2009. LIBÂNEO, José Carlos; Oliveira, João Ferreira; TOSCHI, Mirza Seabra. Educacao escolar: políticas, estruturas e organização. 3.ed. São Paulo: Cortez, 1997. MOORE, Michel G.; KEARSLEY, Greg. Distance education: a systems view. Belmont (USA): Wadsworth Publishing Company, 1996. 290 p. MORAN, José Manuel. Avaliação do Ensino Superior a Distância no Brasil. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/avaliacao.htm>. Acesso em: 24 out. 2009. PINHEIRO, Marco Antônio. Estratégias para o Desing Instrucional de Cursos pela Internet: Um estudo de Caso. 2002. Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/7292409/Estrategias-Para-oDesign-Instrucional-de-Cursos>. Acesso em: 24 out. 2009. PONTES, Elicio. Novas Tecnologias e educação a distância. Universidade de Brasilia, Faculdade de Educação. Texto elaborado para a conferência Estadual de Educação em Quixadá. out. 2007. PUC VIRTUAL – Educação sem distância. Saiba um pouco mais sobre a Educação a Distância Disponível em: <http://ead01.virtual.pucminas.br/pmv/conteudo/faq.htm>. Acesso em: 24 out. 2009. ROSINI, Alessandro Marco. As novas tecnologias da informação e a educação a distância. São Paulo: Thomson, 2007. SANTAELLA, Lúcia. Cultura das Mídias. São Paulo: Razão Social, 1992. p. 96. SANTOS, Maria Lucia. Do giz a era digital. São Paulo: Editora Zouk, 2003. SCHWARZ, Rosangela Rodrigues. Modelos de Educação a distância. Disponível em: <http://www.diaadia.pr.gov.br/ead/arquivos/File/Textos/Rosangela.doc>. Acesso em: 24 out. 2009. UAB. Universidade Aberta do Brasil, Ministério da Educação, Portaria Normativa da E.A.D. Disponível em: <http://uab.capes.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=102&Itemid=57>. Acesso em: 15 set. 2009.. Revista de Educação • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009 • p. 165-179.
(15) Augusto Sousa da Silva Filho. 179. UNIVERSIDADE Federal do Rio Grande - FURG, Sistema Universidade Aberta do Brasil. Disponível em: <http://www.uab.furg.br/file.php/1/11_conheca/oqueeh.htm>. Acesso em: 15 out. 2009. VASCONCELOS, Juliene Silva. A educação a distância/EaD e o contexto educacional brasileiro pós-LDB. In: SILVA, Maria V.; MARQUES, Mara Rúbia Alves (Org.). LDB: balanços e perspectivas para educação brasileira. São Paulo: Alínea, 2008. Augusto Sousa da Silva Filho Estatístico, especialista em didática e Metodologia do Ensino Superior pela AESA (Anhanguera), pósgraduando em Gestão da Qualidade Integrada ao Meio Ambiente pela PUC-MG e mestrando em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atua como professor da Faculdade Anhanguera de Belo Horizonte – (Unidade Antônio Carlos) e da Faculdade de Minas – Faminas, além de ser pesquisador nas áreas de séries temporais e matemática computacional.. Revista de Educação • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009 • p. 165-179.
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