• Nenhum resultado encontrado

Sala de aula e diversidade

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Sala de aula e diversidade"

Copied!
15
0
0

Texto

(1)

145

Revista Educação Especial | v. 26 | n. 45, | p. 145-160 | jan./abr. 2013 Santa Maria

Disponível em: <http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial>

6DODGHDXODHGLYHUVLGDGH

Eveline Borges Vilela-Ribeiro* $QQD0DULD&DQDYDUUR%HQLWH Edda Borges Vilela***

Resumo

O texto consiste em um ensaio teórico que tem como objetivo discutir sobre FRPRDVGLIHUHQoDVHQWUHRVVHUHVKXPDQRVFDUDFWHUL]DPDHVSpFLHKXPDQD e que isso, por si só, já advoga em favor da diversidade. Para isso, são tratados temas tais como a diversidade, a diferença e o diferente e de que PDQHLUDLVVRWXGRLQÀXHQFLDQDFRQ¿JXUDomRGDVDODGHDXOD'HIHQGHPRVD UHÀH[mRGRFHQWHFRPRXPDPDQHLUDGHHXIHPL]DURVSUREOHPDVHQFRQWUDGRV

Palavras-chave: Diferença; Inclusão; Salas de aulas inclusivas.

* Professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), e Doutoranda em Química pela 8QLYHUVLGDGH)HGHUDOGH*RLiV-DWDL*RLiV

** Professora Doutora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiania, Goiás. *** Farmacêutica da Prefeitura Municipal de Mineiros, Mineiros, Goiás.

(2)

146

Revista Educação Especial | v. 26 | n. 45, | p. 145-160 | jan./abr. 2013 Santa Maria

Disponível em: <http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial>

&ODVVURRPDQGGLYHUVLW\

Abstract

The text consists of a theoretical essay that aim to discussabout the difference between human beings is a characteristic of the human species and that, by itself, advocated in favor of diversity. To this are treated themes such as GLYHUVLW\GLIIHUHQFHDQGGLIIHUHQWDQGKRZLWDIIHFWVWKHFRQ¿JXUDWLRQLQFODVVHV :HGHIHQGWKHWHDFKHU¶VUHÀHFWLRQDVDZD\WRHXSKHPL]HWKLVSUREOHPV

Keywords: Difference; Inclusion; Inclusive classroom.

Introdução

(VVHDUWLJRpSURGXWRGHQRVVDVUHÀH[}HVVREUHFRPRDGLYHUVLGDGH GDHVSpFLHKXPDQDpHQWHQGLGDSHODVRFLHGDGHHGHTXHPDQHLUDLVVRVH UHÀHWHQDVHVFRODV(VVDUHÀH[mRID]VHQHFHVViULDGDGDjFRQMXQWXUDDWXDOGH expansão dos espaços escolares inclusivos e a necessidade de explicitarmos TXH D LQFOXVmR p DFHLWDomR GDV GLIHUHQoDV HQWUH RV VHUHV KXPDQRV 2 WUDEDOKRHVWUXWXUDVHDSDUWLUGHWHPDVLQWHUGHSHQGHQWHVDGLIHUHQoDpXPD FDUDFWHUtVWLFDGDVHVSpFLHVHPJHUDOLQFOXVLYHGDKXPDQDGHPDQHLUDTXH a aceitação das diferenças constitui-se apenas como aceitação do conceito GH HVSpFLH  (P VHJXLGD GLVFXWLPRV FRPR HVVDV GLIHUHQoDV YHP VHQGR socialmente percebidas e de que modo está havendo a institucionalização GHVVDGLYHUVLGDGH3RU¿PGLVFRUUHPRVVREUHDVVDODVGHDXODVLQFOXVLYDV HGHTXHPDQHLUDDUHÀH[mRSRGHFRQWULEXLUSDUDRSURFHVVRGHFRQVWLWXLomR dos professores dessas escolas e salas de aulas inclusivas.

$GLIHUHQoDFRPRFDUDFWHUtVWLFDGDHVSpFLHKXPDQD

$OJXQV SHVTXLVDGRUHV JHUDOPHQWH GH¿QHP D HVSpFLH KXPDQD FRPRXPDHVSpFLHFRPVHUHVVLQJXODUHVSHUWHQFHQWHVDXPDHVSpFLH~QLFD GLIHUHQWH GH WRGDV GHPDLV H[LVWHQWHV )251$5, 1(72  COSTA, GODOY, 2010). O argumento que utilizam para isso consiste principalmente na noção de que somos os únicos seres racionais e dotados de linguagem 5(*2 HSRULVVRFDSD]HVDWpPHVPRGHGRPLQDUDQDWXUH]D1R WRFDQWHjOLQJXDJHPpyEYLRTXHKRPHQVHPXOKHUHVSRVVXHPXPDJUDQGH faculdade de dominarem as palavras e, colocando-as juntas, comporem um GLVFXUVR /($.(< /(:,1  $ FRPSOH[LGDGH GD OLQJXDJHP KXPDQD pode ser percebida pela presença de quatro características principais: 1. Formação de símbolos (palavras) por meio da combinação de um número pequeno de elementos vocais; 2. Construção de sentenças obedecendo a

(3)

147

Revista Educação Especial | v. 26 | n. 45, | p. 145-160 | jan./abr. 2013 Santa Maria

Disponível em: <http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial>

XPQ~PHUR¿QLWRGHUHJUDVJUDPDWLFDLV8VRGDVVHQWHQoDVSDUDDo}HV que envolvam demais seres; 4. Possibilidade de ser ensinada e aprendida 6$/=$12 

'DGD HVVDV FDUDFWHUtVWLFDV QmR H[LVWH RXWUD HVSpFLH TXH XWLOL]H uma linguagem que possua todos esses quatro atributos; entretanto, isso QmRVLJQL¿FDTXHH[LVWDDSHQDVDOLQJXDJHPFRPDTXDORVVHUHVKXPDQRV VHFRPXQLFDPXQVFRPRVRXWURVH[LVWHPWDPEpPWLSRVGHFRPXQLFDomR PDLVVLPSOL¿FDGRV2VGHPDLVDQLPDLVSRVVXHPVRQVFRPSOH[RVTXHVmR utilizados como linguagem para sua comunicação: as abelhas se comunicam utilizando a primeira característica, enquanto a linguagem utilizada pelos FKLPSDQ]pVSRVVXLWUrVGDVTXDWURFDUDFWHUtVWLFDVMiTXHQmRKiUHJLVWURV HYLGHQWHV GH FULDomR GH UHJUDV JUDPDWLFDLV /($.(< /(:,1   2X VHMDDOLQJXDJHPQmRpXPDFDUDFWHUtVWLFDHPLQHQWHPHQWHKXPDQD

4XDQWRjUDFLRQDOLGDGHpSRVVtYHODWULEXtODHPJUDQGHSDUWHDRV fatores culturais, e não apenas biológicos, uma vez que ela está ligada à FDSDFLGDGHGHDSUHQGHUjHYROXomRFXOWXUDOGDHVSpFLHKXPDQD7DOHYROXomR FXOWXUDO SHUPLWH D HVSpFLH KXPDQD YLYHU GH XPD PDQHLUD TXH QHQKXP RXWURDQLPDOFRQVHJXLX$VVLPXPDYH]TXHDFDSDFLGDGHGHUDFLRFtQLRH DSRVVLELOLGDGHGHDSUHQGHUVmRIUXWRVGHVVDHYROXomRFXOWXUDOpSRVVtYHO transmiti-la de um indivíduo a outro, de geração em geração, de modo que essa passagem cultural se mostrou mais importante do que a transmissão biológica e por isso tal racionalidade se destaca na esfera da cultura.

(Q¿PDHYROXomRELROyJLFDFRQWLQXDFRPRGHFRUUHUGRVDQRVPDV DHYROXomRFXOWXUDOVHWRUQRXPDLVSULPRUGLDOSDUDDPDQXWHQomRGDHVSpFLH 2FpUHEURJUDQGHpRIXQGDPHQWRELROyJLFRGDLQWHOLJrQFLD¬PHGLGDTXHR KRPLQtGDIRLGRPLQDQGRRXVRGHLQVWUXPHQWRVRWDPDQKRGHVHXFpUHEUR DXPHQWRX WUrV YH]HV 08662/,1,   (QTXDQWR RV $XVWUDORSLWHFRV FRH[LVWLDPFRPRVDQWURSyLGHV 3H[&KLSDQ]p HQmRGHWLQKDPDXWLOL]DomR GH LQVWUXPHQWRV R WDPDQKR GH VHXV FpUHEURV HUD HP PpGLD R PHVPR$ partir da manufatura e utilização dos instrumentos, percebe-se um nítido aumento cerebral (Tabela 1).

Capacidade craniana / cm³

Homo sapiens 1200-1500

+RPHPGH-DYDHGH3HTXLP 900-1100

$XVWUDORSLWHFtQHRV 450-500

&KLSDQ]p 350-450

(4)



Revista Educação Especial | v. 26 | n. 45, | p. 145-160 | jan./abr. 2013 Santa Maria

Disponível em: <http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial> (HPERUDRFpUHEURJUDQGHVHUHODFLRQHFRPDLQWHOLJrQFLDHVVDp

por sua vez, o fundamento da cultura, e a transmissão cultural, assim como VXDHYROXomRpEHPPDLVH¿FD]TXHDHYROXomRELROyJLFDVHQGRLQFOXVLYH determinante na sua sobrevivência. Quando os homens foram submetidos a baixas temperaturas e invernos rigorosos, inventaram agasalhos de pele, DTXHFLPHQWR SRU IRJR H DEULJRV (P pSRFDV GH IRPH PXGDYDP GH OXJDU QRPDGLVPR HQTXDQWRDVRXWUDVHVSpFLHVFRQWLQXDYDPHPVHXVQLFKRV$ HVSpFLHKXPDQDGRPLQRXDDJULFXOWXUDDSHVFDHDGRPHVWLFDomRGHDQLPDLV para facilitar sua alimentação. Caso não houvesse condições de viver em altas temperaturas devido à sensibilidade de sua pele, inventou o protetor solar para se proteger, ou utilizou barreiras físicas, como Guarda-sol ou casas FREHUWDV &/$5.( 'HVWDUWHHVVDHYROXomRFXOWXUDOpTXHSURSLFLRX que o homem se mantivesse apto a sobreviver e não apenas a razão, de modo que devido à cultura, a aquisição e o acúmulo de conhecimentos passaram DVHUFDUDFWHUtVWLFDVSUySULDVGDHVSpFLHKXPDQD /,0$5,%(,529,/(/$ 2007). Para Gould: :

>@ R QRVVR FpUHEUR JUDQGH p R IXQGDPHQWR ELROyJLFR GD LQWHOLJrQFLD D LQWHOLJrQFLD p D EDVH GD FXOWXUD H D transmissão cultural cria uma nova forma de evolução, PDLVH¿FD]HPVHXWHUUHQRHVSHFt¿FRTXHRVSURFHVVRV GDUZLQLDQRVDKHUDQoDHDPRGL¿FDomRGRFRPSRUWDPHQWR DSUHQGLGR DSXG9$/9$',1,=),/+2S  Dessa maneira, existem graves equívocos nas concepções de que RKRPHPpXPDHVSpFLHGHFDUDFWHUtVWLFDVHYROXWLYDVH[FOXVLYDV ,1*2/'  MiTXHDHVSpFLHKXPDQDHVWijPHUFrGDVPHVPDVUHJUDVHYROXWLYDV TXHDVGHPDLVHVSpFLHV³'RSRQWRGHYLVWDELROyJLFRDHVSpFLHKXPDQDp WmRVLQJXODUTXDQWRWRGDVDVGHPDLVHVSpFLHVH[LVWHQWHVQDIDFHGD7HUUD´ )2/(<  S   2X VHMD D HVSpFLH KXPDQD QmR VH GLVWLQJXH GDV demais quanto ao aspecto evolucionista, ela tem apenas suas particularidades, DVVLPFRPRWRGDVDVRXWUDVHVSpFLHVWDPEpPDVSRVVXHP

0HVPR ID]HQGR SDUWH GH XPD PHVPD HVSpFLH DVVLP FRPR RV KRPHQV ID]HP SDUWH GD HVSpFLH KXPDQD  RV LQGLYtGXRV QmR SUHFLVDP necessariamente possuir todas as características semelhantes. Pelo contrário, cada indivíduo possui características únicas, que lhes conferem VLQJXODULGDGHVHGLIHUHQoDVMiTXHID]HUSDUWHGHXPDPHVPDHVSpFLHVLJQL¿FD apenas que os indivíduos pertencem a um mesmo grupo de populações naturais, podendo cruzar entre si, mas serem isolados reprodutivamente de RXWURVJUXSRVVHPHOKDQWHV 67($516+2&.675$0$<5 

$VVLPVmRDVGLIHUHQoDVTXHSURSRUFLRQDPDLGHQWLGDGHGHFDGD LQGLYLGXR :22':$5'   H p WDPEpP SRU PHLR GDV GLIHUHQoDV TXH podem ser atribuídas a variedades genotípicas, que o conceito de raça nasce.

(5)



Revista Educação Especial | v. 26 | n. 45, | p. 145-160 | jan./abr. 2013 Santa Maria

Disponível em: <http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial>

5DoDpXPWHUPRTXHSRGHVHUDSOLFDGRDSRSXODo}HVHQmRDLQGLYtGXRV sendo um conceito estatístico, comparativo e relativo (MUSSOLINI, 1978). Populações diferem uma das outras de modo relativo: uma raça pode ser conceituada como um conjunto de indivíduos extremamente variados, que WrPDOJRHPFRPXPTXHpGHVFULWRHVWDWLVWLFDPHQWH1mRVHGHYHSHQVDU em diferenças absolutas, mas sim em termos de homogeneidade, já que as SRSXODo}HVKXPDQDVTXHDWpDJRUDIRUDPLQYHVWLJDGDVSRVVXHPXPIXQGR de genes semelhantes, o que sugere mais semelhança que diferença. Dessa maneira, há variação na semelhança, haja vista que quando se fala que as populações variam em um gene, faz-se referência à variação das mesmas coisas e não de características diferentes:

$V P~OWLSODV FRPELQDo}HV GH FDUDFWHUHV TXH GHULYDP SRU VXD YH] GH P~OWLSODV FRPELQDo}HV GH LQÀXrQFLDV JHQpWLFDV H DPELHQWDLV GmR FRPR UHVXOWDGR D JDPD TXDVHLQ¿QLWDPHQWHGLYHUVDGDLQGLYLGXDOLGDGHKXPDQD gama essa que mal começamos a entender. (SNYDER, 1948, p. 586)

$VGLIHUHQoDVFXOPLQDPQDFRQFHLWXDomRGHUDoDVLQFOXVLYHSDUD RVVHUHVKXPDQRV7RGDYLDDVUDoDVVmRDSHQDVFRQFHLWRVFODVVL¿FDWyULRV (não no sentido taxonômico) que operacionalizam a sistematização das diferenças e, evolutivamente, não existe superioridade entre diferentes UDoDV+iTXHPGLJDLQFOXVLYHTXHQmRKiFRPRFODVVL¿FDURVVHUHVKXPDQRV HP UDoDV -$&48$5' 32,66(127  3(1$    GHYLGR j SHTXHQDYDULDomRJHQpWLFDHQWUHRVGLVWLQWRVJUXSRVKXPDQRV HPWRUQRGH  

(QWUHWDQWRHVVDH[SOLFDomRIRUQHFHULDVXEVtGLRVSDUDDD¿UPDomR de que se essa variação gênica fosse maior (por exemplo, em torno dos  VHULDSRVVtYHOMXVWL¿FDUDH[LVWrQFLDGHUDoDVKXPDQDV6HJXLQGRHVVH UDFLRFtQLRDVUDoDVKXPDQDVFRPRFULWpULRVGHFODVVL¿FDomRQmRH[LVWLULDP QmRDSHQDVGHYLGRDHVVDEDL[DYDULDELOLGDGHJHQpWLFDPDVLQFOXVLYHSRU fatores socioculturais e mudanças conceituais (DINIZ-FILHO, 2003). Mas caso seja possível falar em raças humanas, isso tem a ver com características fenotípicas e genotípicas semelhantes entre indivíduos e não em melhor qualidade de uma raça em detrimento de outra.

&RPLVVRSHUFHEHPRVTXHDHVSpFLHKXPDQDHVWiVXERUGLQDGD DRVPHVPRVFULWpULRVGHFODVVL¿FDomRTXHDVGHPDLVHVSpFLHVGHPRGRTXH FDGDVHUKXPDQRp~QLFRHVHGLVWLQJXHXPGRRXWURSHODVXDLQGLYLGXDOLGDGH DVVLP FRPR WRGRV RV RXWURV LQGLYtGXRV GH RXWUDV HVSpFLHV ( VDEHQGR GLVVR SHUFHEHPRV TXH QmR H[LVWHP FULWpULRV ELROyJLFRV SDUD VH HVWLPXODU o preconceito à diversidade, já que as diferenças nada mais são do que FDUDFWHUtVWLFDVSUySULDVDFDGDHVSpFLHLQFOXVLYHGDKXPDQD

(6)



Revista Educação Especial | v. 26 | n. 45, | p. 145-160 | jan./abr. 2013 Santa Maria

Disponível em: <http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial>

A diferença, o diferente e a diversidade

Culturalmente as diferenças vêm sendo estigmatizadas e não vistas VREDyWLFDGDELRORJLD2GLIHUHQWHTXHpDTXHOHVHUTXHQmRVHHQFDL[DQR SDGUmR VRFLDOPHQWH HVWDEHOHFLGR p WLGR FRPR D QHJDomR GD RUGHP VRFLDO 720$6,1,   H SUHFLVD SDVVDU SRU DOJXP SURFHVVR ³QRUPDOL]DGRU´$ GLIHUHQoD DLQGD QmR p WLGD FRPR XP SURGXWR VRFLRFXOWXUDO H R GLIHUHQWH p minimizado à sua diferença. E chega a parecer prolixo dizer, mas a diferença gera indiferença:

$ GHVLJQDomR GD GLIHUHQoD R HVWDWXWR TXH p FRQIHULGR aos seus portadores, seja por mecanismos reconhecidos FRPR FLHQWt¿FRV VHMD QR QtYHO GR VHQVR FRPXP YmR desencadear o processo de discriminação social dele, o ‘outro’, o diferente, desviante dos processos normais de um determinado tipo de sociedade um indivíduo não-normal, não normativo. Segundo Focault, para esses casos a sociedade reserva a expatriação, situando-os à PDUJHPGDYLGDVRFLDO 720$6,1,S  1DSHUVSHFWLYDGD,QFOXVmRDSHVVRDGLIHUHQWHpDTXHODTXHQmR partilha dos mesmos padrões comportamentais e físicos que uma parte da SRSXODomR'HQWURGHVVHVGLIHUHQWHVHVWmRWDPEpPDTXHOHVTXHQmRWrPR mesmo padrão de opção sexual, aqueles que advêm de famílias que não tem o núcleo familiar padrão (Pai – Homem + Mãe – Mulher + Irmãos), aqueles FRPFDUrQFLD¿QDQFHLUDHDOJXPDVYH]HVLQWHOHFWXDODOpPGHSHVVRDVFRP DOJXPWLSRGHGH¿FLrQFLD(QWUHWDQWRFRQFRUGDPRVFRP0DQWRDQ  

$V GLYHUVLGDGHV FXOWXUDLV VRFLDLV pWQLFDV UHOLJLRVDV GH JrQHUR HQ¿P D GLYHUVLGDGH KXPDQD HVWi VHQGR FDGD YH] PDLV GHVYHODGD H GHVWDFDGD H p FRQGLomR imprescindível para se entender como aprendemos e como compreendemos o mundo e a nós mesmos. 0$172$1S

1RHQWDQWRREVHUYDPRVTXHRWUDWDPHQWRDRGLIHUHQWHpSHUPHDGR de relações preconceituosas, intolerantes ou piedosas, uma vez que a patologização do desvio causa interações não desejáveis para aqueles TXH QmR SRVVXHP QHQKXP GHVYLR H D FRQVHTrQFLD p R SUHFRQFHLWR $ violência do preconceito consiste não no preconceito em si, mas nas atitudes GLVFULPLQDWyULDV TXH WRPDPRV FRP EDVH QHVVDV QRo}HV $48,12  6,/9$ 

2LQGLYtGXRSUHFRQFHLWXRVRpGRJPiWLFRHPVXDVRSLQL}HVVREUH DV GLIHUHQoDV H SRU VXD DomR VHU LUUHÀHWLGD H SHUPHDGD GH SUpYDORUHV JHUDDSHQDVPDLVSUHFRQFHLWRQRPHLRHPTXHYLYH$PDUDO  HQXPHUD três tipos de preconceitos: generalização indevida (transforma a limitação

(7)

151

Revista Educação Especial | v. 26 | n. 45, | p. 145-160 | jan./abr. 2013 Santa Maria

Disponível em: <http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial>

HVSHFt¿FD GD SHVVRD HP VXD WRWDOLGDGH  FRUUHODomR OLQHDU VLPSOL¿FD R raciocínio do preconceito em relações causais) e contágio osmótico (medo de que o contato possa transmitir a diferença).

Institucionalização do preconceito X Inclusão

(PERUDSHUFHEDPRVTXHRSUHFRQFHLWRpLQGLYLGXDOHQmRFROHWLYR 0$&+$'2   YHPRV WDPEpP TXH DV SROtWLFDV LQVWLWXtGDV HP QtYHO PXQGLDOHTXHEXVFDPUHÀHWLURVDQVHLRVGDPDLRUSDUWHGDSRSXODomRIRUDP por muito tempo, norteadas pelas noções de integração e normalização.

1DV VRFLHGDGHV SULPLWLYDV H DWp PHDGRV GR VpFXOR ;; RV GH¿FLHQWHVHVWDYDPGHVWLQDGRVjH[FOXVmRHVFRODUXPDYH]TXHRPRGHOR TXH SHUVLVWLD HUD R PpGLFR TXH FRQVLVWH QD LGpLD GH TXH DV SHVVRDV GH¿FLHQWHVVmRGRHQWHVHQHFHVVLWDPGHDOJXPDIRUPDVHUHP³FXUDGDV´7DO PRGHOR PpGLFR DSHQDV HYLGHQFLRX D UHVLVWrQFLD GD SRSXODomR HP DFHLWDU DVSHVVRDVGH¿FLHQWHV&RPRSDVVDUGRVDQRVSULQFLSDOPHQWHDSDUWLUGD GpFDGDGHDLQWHJUDomRSDVVRXDVHURIRFRSDUDHOLPLQDUDH[FOXVmR GRVGH¿FLHQWHV 0$==277$6$66$.,  $LQVWLWXFLRQDOL]DomRGDGH¿FLrQFLDQRkPELWRHVFRODUWHYHLQtFLR HQWmRFRPDVSUiWLFDVLQWHJUDFLRQLVWDVTXHVLJQL¿FDPDFULDomRGHFRQGLo}HV SDUDTXHDVSHVVRDVGH¿FLHQWHVSDUWLFLSHPGDVDWLYLGDGHVFRPXQVDWRGDV DVSHVVRDV $0$5$/ 3RUPHLRGDQRUPDOL]DomRTXHYLVDRIHUHFHU jSHVVRDGH¿FLHQWHDPELHQWHVVHPHOKDQWHVDRVTXHHODGHYHULDSDUWLFLSDU culturalmente, foi possível, no caso educacional, a criação de escolas e salas de aulas especiais.

&ULDU VDODV H HVFRODV HVSHFLDLV SDUD GH¿FLHQWHV GHPRQVWUD D priorização de práticas segregativas e não inclusivistas. Tais atitudes, que a priori, parecem ser uma maneira de driblar as desigualdades sociais, na verdade, ocultam diferenças individuais e preconceitos. Separar pessoas diferentes em salas de aulas exclusivas a elas sinaliza o desrespeito às diferenças individuais, inclusive porque há um faz de conta nesse processo, já que nem os alunos aproveitam as etapas de seu desenvolvimento, nem as escolas especiais estão pedagogicamente preparadas para formar os alunos '25=,$7 

$HGXFDomRHVSHFLDOpHQWHQGLGDQRFRQWH[WREUDVLOHLURFRPR $UW  (QWHQGHVH SRU (GXFDomR (VSHFLDO SDUD RV efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. %5$6,/VS

(8)

152

Revista Educação Especial | v. 26 | n. 45, | p. 145-160 | jan./abr. 2013 Santa Maria

Disponível em: <http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial> Por meio da Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas

Especiais, realizada na Espanha em 1994, com a presença de vinte e cinco organizações internacionais e noventa e dois países, e da publicação da Declaração de Salamanca evidencia-se o conceito de sociedade inclusiva 3(5(,5$HWDO TXHPRGL¿FDDLGpLDRULJLQDOPRVWUDGDQRVSUHVVXSRVWRV da educação especial.

$ LQFOXVmR SRGH VHU UHVXPLGD FRPR XP SURFHVVR HP TXH D sociedade interage e convive com todas as pessoas e que todas têm acesso às mesmas condições de vida (saúde, educação, lazer, segurança e cultura), LQGHSHQGHQWHGHVXDVVLWXDo}HVItVLFDVSVLFROyJLFDV¿QDQFHLUDVRXVH[XDLV 67$,1%$&.67$,1%$&.*/$70$172$16$1726 2002). O ideal de uma sociedade inclusiva ultrapassa os limites dos ideais da sociedade democrática, e consiste basicamente em uma sociedade que se esforça para acolher as diferenças de todos os sujeitos. Não são as pessoas que devem se adaptar aos moldes da sociedade, mas sim a sociedade que GHYHHVWDUDGDSWDGDVDRVPROGHVGDVSHVVRDV 6$66$., 

No caso da educação, fala-se em educação inclusiva em oposição à estigmatização das pessoas diferentes. Os pressupostos da educação LQFOXVLYD UHÀHWHP D YDORUL]DomR GD GLYHUVLGDGH H DSUHoR jV GLIHUHQoDV como enriquecedoras do ambiente escolar. Stainback e Stainback (1999) argumentam que quando existem programas adequados e que sejam realmente inclusivos, há benefícios para todos os participantes, já que há o desenvolvimento de atitudes positivas, ganhos nas habilidades acadêmicas e sociais, preparação para a vida na comunidade, estímulo para o convívio social, melhoria das habilidades pedagógicas dos professores, entre outros. De modo que, podemos falar que, frente ao reconhecimento da diversidade e dos direitos das pessoas com alguma necessidade especial, a institucionalização do preconceito por meio de conceitos como integração e normalização, deu lugar à Inclusão, que tem como foco os conceitos de autonomia, independência e igualdade.

Educação inclusiva e salas de aula inclusivas

Dutra (2003) salienta que:

Inclusão postula uma reestruturação do sistema de ensino, com o objetivo de fazer com que a escola se torne aberta às diferenças e competente para trabalhar com todos os educandos, sem distinção de raça, classe, JrQHURRXFDUDFWHUtVWLFDVSHVVRDLV '875$S

(9)

153

Revista Educação Especial | v. 26 | n. 45, | p. 145-160 | jan./abr. 2013 Santa Maria

Disponível em: <http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial>

$VVLP D SRVWXUD LQFOXVLYD GHOHJD HP VL PHVPD XPD PXGDQoD de atitudes em relação às práticas outrora realizadas. Educar sob o paradigma da Inclusão redunda em assumir e respeitar a cultura de cada pessoa, defendendo um ambiente educativo em que todos os estudantes e professores reconhecem as diferenças e as utilizam para desenvolver mais TXDOLGDGHQRSURFHVVRGHHQVLQRHDSUHQGL]DJHP 0$548(=$ 

(P RSRVLomR j HVVD SRVWXUD D FRQ¿JXUDomR GDV VDODV GH DXOD que estamos acostumados se resume a uma estrutura conservadora, em TXH DOXQRV VHQWDPVH HP VXDV FDGHLUDV Mi HQ¿OHLUDGDV H YHVWHPVH FRP uniformes. O professor possui uma mesa em frente a todos os estudantes e tem a sua disposição uma lousa para escrever. Nos tempos recentes, os SURIHVVRUHV FRQWDP WDPEpP FRP DOJXPDV IHUUDPHQWDV WHFQROyJLFDV WDLV FRPR UHWUR SURMHWRU GDWDVKRZ FRPSXWDGRUHV HQWUH RXWURV $ HVWUXWXUD escolar brasileira tem se mantido intacta ao longo dos anos - mudam-se os personagens, a tecnologia, os lugares, mas não seu conservadorismo, que valoriza a autoridade do professor frente aos estudantes, a organização das DXODVSRUPHLRGHXPFXUUtFXOR¿[RFRPGLVFLSOLQDVTXHWrPKRUDFHUWDSDUD WHUPLQDUDOpPGRYHUHGLFWRDR¿QDOGRDQR±DSURYDGRRXUHSURYDGR

(Q¿PDHVFRODpSRXFRDWUDHQWH 025$1 HXWLOL]RRPHVPR raciocínio de um colega educador que diz que se existisse uma máquina GR WHPSR H FRQVHJXtVVHPRV WUDQVSRUWDU XPD SHVVRD TXDOTXHU GR VpFXOR XVIII para os tempos de hoje, só existem dois lugares que ela se sentiria IDPLOLDUL]DGD D HVFROD H D LJUHMD $SHQDV HVVDV GXDV HQWLGDGHV DLQGD SHUPDQHFHP FRPR HUDP$V LJUHMDV FRP VHXV S~OSLWRV H DV HVFRODV FRP VHXVEDQFRVHQ¿OHLUDGRV0HVPRTXHKDMDXPDPXGDQoDQDHVWUXWXUDItVLFD GDVHVFRODVQmRVHULDVX¿FLHQWHFDVRQmRKDMDXPDPXGDQoDQDFRQVFLrQFLD dos atores que fazem parte dela.

0XLWR VH GL] VREUH D LPSRUWkQFLD GD DOIDEHWL]DomR FLHQWt¿FD *,25'$1+2'621&+$6627*$/,$==,HWDO  H VREUH FRPR D XQLYHUVDOL]DomR GD HGXFDomR p FRQGLomR HVVHQFLDO SDUD um melhor desenvolvimento humanitário, entretanto, a não mudança na perspectiva de como acontece a educação leva às conseqüências que hoje temos, tais como altos índices de evasão escolar, professores desmotivados, DOXQRV FRQFOXLQWHV GR (QVLQR 0pGLR TXH QmR VDEHP OHU H HVFUHYHU GHVLQWHUHVVHSHODVFDUUHLUDVFLHQWt¿FDVHQWUHRXWURVWDQWRV

Mais do que isso, as novas oportunidades de acesso à educação e as prerrogativas legais que garantem o acesso de qualquer pessoa à escola remetem-nos a um novo/velho problema da nossa educação:

(10)

154

Revista Educação Especial | v. 26 | n. 45, | p. 145-160 | jan./abr. 2013 Santa Maria

Disponível em: <http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial> Nosso sistema acadêmico se desenvolveu numa ordem

inversa: assuntos e professores são pontos de partida, HDOXQRVVmRVHFXQGiULRV  2DOXQRpVROLFLWDGRDVH DMXVWDUDXPFXUUtFXORSUpHVWDEHOHFLGR  *UDQGHSDUWH do aprendizado consiste na transferência passiva para o estudante da experiência e conhecimento do outrem. /,1'(50$11DSXG&$9$/&$17,1(72 p. 44)

(VVHWLSRGHHGXFDomRpFDUDFWHUtVWLFRGHXPPRGHOREDVHDGRQD transmissão – recepção do conteúdo, que considerada que os conhecimentos FLHQWt¿FRV TXH Mi VmR SURQWRV H DFDEDGRV GHYHP VH UHSDVVDGRV DRV alunos, que não tem conhecimento sobre nada e ainda são extremamente GLVFLSOLQDGRVHVLOHQFLRVRV(VVHpXPPRGHORGHÀDJUDGRUTXHQmRUHVSHLWD RSURFHVVRLGLRVVLQFUiWLFRTXHpDDSUHQGL]DJHP 6&+1(7=/(5 

$VVLPFRPRLQFOXLUWRGDVDVSHVVRDV DGYLQGDVGHFXOWXUDVRULJHQV e crenças diferentes) em uma escola que está preparada para lidar com um único tipo de estudante e que não cria condições, inclusive sociais, de IRPHQWDUVXDDSUHQGL]DJHP"6HDQRYDRUJDQL]DomRGDVDODGHDXODQmRp tão nova assim e ainda está moldada de acordo com a sociedade elitista que priorizava a educação apenas para a classe social mais elevada?

$ LQFOXVmR GDV GLIHUHQWHV SHVVRDV QDV HVFRODV JHUD XPD infuncionalidade para a sala de aula tradicional, uma vez que a aula comumente praticada por todos nós, professores, já não consegue mais suprir a necessidade de todos os estudantes, havendo, portanto, uma necessidade HPLQHQWHGHUHHVWUXWXUDomRGRVHVSDoRVGHHQVLQR 352&Ï3,2HWDO  8PDQRYDRUJDQL]DomRGDVDODGHDXODpQHFHVViULDHSDUDTXHLVVRRFRUUDD escola deve valorizar a diferença de cada sujeito que a constitui e a transformar num modo de construir o conhecimento coletivamente (RODRIGUES, 2006). 2UJDQL]DUQRYDPHQWHDVVDODVGHDXODQmRVLJQL¿FDDEDQGRQDUFRPSOHWDPHQWH o que estamos acostumados a praticar, mas sim repensar o que estamos fazendo sob a ótica do presente que estamos vivendo e dos alunos que TXHUHPRVIRUPDUDWUDYpVGHQRVVRHQVLQR $/$5&­2 

Nesse sentido, a primeira coisa que precisamos fazer como SURIHVVRUHV p SHQVDU 3HQVDU VREUH RV SURIHVVRUHV TXHP VRPRV H RV professores que queremos ser. Os alunos que formamos e os alunos que TXHUHPRV IRUPDU 2 FRQWH[WR D TXH SHUWHQFHPRV 3HQVDU HQWmR VLJQL¿FD UHÀHWLU 3DUD 6FK|Q   XP SUR¿VVLRQDO UHÀH[LYR p DTXHOH TXH HODERUD H UHHODERUD VHXV VDEHUHV SHGDJyJLFRV QD DWUDYpV GD UHÀH[mR QD DomR H VREUHDDomR2FRQKHFLPHQWRQDDomRpDTXHOHTXHpHIHWLYDPHQWHXWLOL]DGR pelos professores nos seus percursos pedagógicos e como está implícito na DomRpGLItFLOTXHVHMDH[SUHVVRDWpPHVPRSDUDRXWURVSUR¿VVLRQDLV1RYDV

(11)

155

Revista Educação Especial | v. 26 | n. 45, | p. 145-160 | jan./abr. 2013 Santa Maria

Disponível em: <http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial>

VLWXDo}HVLPSOLFDPQRYRVSRVLFLRQDPHQWRVJHUDGRVDSDUWLUGHXPDUHÀH[mR QDDomR =(,&+1(5=,00(50$11%(57$1, 

eDSDUWLUGRSURFHVVRUHÀH[LYRTXHRSURIHVVRUSDVVDDVHHQWHQGHU como constituinte ativo do mundo da sala de aula. É uma atividade consciente H SRUWDQWR YROXQWiULD 5HÀH[}HV SRGHP HYROXLU SDUD VDEHUHV GRFHQWHV que serão sempre reinventados, sempre que a ação assim o exigir. Cada professor se adequa à sua realidade, mas para isso:

Será necessário prestar uma maior atenção ao contexto VRFLDO SROtWLFR H FXOWXUDO GD HVFROD FRP D ¿QDOLGDGH de fazer o professor em formação compreender que D WROHUkQFLD H D ÀH[LELOLGDGH GLDQWH GDV GLIHUHQoDV individuais, sejam do tipo que forem, devem ser uma forma de comportamento habitual em sala de aula, fortalecendo uma formação capaz de enfrentar os GHVD¿RV GH XPD HGXFDomR SOXUDOLVWD *21=È/(6 2002, p. 247)

&RQVLGHUDo}HVÀQDLV

)UHQWH j UHDOLGDGH GLYHUVD D UHÀH[mR VH WRUQD XPD DOLDGD SDUD aqueles que querem contribuir para a efetiva implementação das salas de aulas inclusivas. Mesmo existindo aparelhos capazes de driblar algumas GH¿FLrQFLDV LQWpUSUHWHV WUDGXWRUHV OLYURV HPEUDLOH QDGD GLVVR WHPUHDO importância se o professor não souber trabalhá-los e orientar seus alunos a XWLOL]iORVGHPRGRFRQYHQLHQWH$YDORUL]DomRGDSUiWLFDUHÀHWLGDSHUPLWH portanto, a adequação a novas situações, inclusive participar de espaços inclusivos de ensino.

Referências

$/$5&­2,(VFRODUHÀH[LYDHQRYDUDFLRQDOLGDGH3RUWR$OHJUH$UWPHG

2001.

$0$5$/ /$ 0HUFDGR GH WUDEDOKR H GH¿FLrQFLD Revista Brasileira de

Educação Especial, n. 2, p. 127-136, 1994.

______. Sobre preconceitos e avestruzes: falando de diferenças físicas, SUHFRQFHLWRHVXSHUDomR,Q$48,12-*Diferenças e preconceito. São Paulo: Summus, 1998. p. 11-30.

$48,12-*Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1998. 215p.

(12)

156

Revista Educação Especial | v. 26 | n. 45, | p. 145-160 | jan./abr. 2013 Santa Maria

Disponível em: <http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial> %5$6,/0LQLVWpULRGD(GXFDomR6HFUHWDULDGD(GXFDomR)XQGDPHQWDOLei

de Diretrizes e Bases, Lei n. 9394. Brasília: MEC, 1996.

&$9$/&$17,5$$QGUDJRJLDDDSUHQGL]DJHPGRVDGXOWRVRevista de

Clínica Cirúrgica da Paraíba, n. 6, 1999.

&+$6627$$OIDEHWL]DomRFLHQWt¿FD&UX]$OWD,MXt

&/$5.(5O nascimento do homem/,6%2$*UDGLYDS &267$0,*2'2<:$&Fundamentos de ecologia teórica. Barueri: Minha Editora, 2010. 66p.

',1,=),/+2-$Biologia e racismo: nada a ver. Galileu, n. 141, 2003. '25=,$75O outro da educação. Petrópolis: Vozes, 2005. 94p.

'875$&Inclusão que funciona. Nova Escola, 2003.

FOLEY, R. Apenas mais uma espécie única. São Paulo: EDUSP, 1993. 364p.

)251$5,1(72(Dicionário prático de Ecologia6mR3DXOR$TXDULDQD 2001. 397p.

*$/,$==,0&52&+$-06&+0,7=/&628=$0/*,(67$ 6 *21d$/9(6632EMHWLYRVGDVDWLYLGDGHVH[SHULPHQWDLVQRHQVLQR PpGLR D SHVTXLVD FROHWLYD FRPR PRGR GH IRUPDomR GH SURIHVVRUHV GH ciência. Ciência e Educação, v. 7, n. 2, p. 249-263, 2001.

*,25'$102SDSHOGDH[SHULPHQWDomRQRHQVLQRGHFLrQFLDV4XtPLFD

Nova na Escola, n. 10, nov., p. 43-49, 1993.

*/$75,QFOXVmRWRWDOPDLVXPDXWRSLD"Revista Integração, v. 20, p. 27-28, 1998.

*21=È/(=-$7Educação e diversidade: bases didáticas e organizativas. 3RUWR$OHJUH$UWPHG

HODSON, D. Hacia um enfoque más critico del trabajo de laboratorio.

Enseñanza de lãs ciencias, v. 12, n. 3, p. 299-313, 1994.

-$&48$5'$32,66(127-0Todos semelhantes, todos diferentes. 6mR3DXOR$XJXVWXVS

(13)

157

Revista Educação Especial | v. 26 | n. 45, | p. 145-160 | jan./abr. 2013 Santa Maria

Disponível em: <http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial>

,1*2/' 7 +XPDQLW\ DQG $QLPDOLW\ ,Q ,1*2/' 7 Companion

Encyclopedia of Anthropology. Londres: Routledge, 1994. p. 14-32.

/($.(<5(/(:,15O povo do lago: o homem, suas origens, natureza e futuro. São Paulo: Melhoramentos, 1988. 257p.

/,0$5,%(,52069,/(/$(%(GXFDomRDPELHQWDOQR%UDVLO'LUHLWR Constitucional ou necessidade social? Revista Didática Sistêmica, v. 6, 2007.

0$&+$'2 $ 0 (GXFDomR LQFOXVLYD GH TXHP H GH TXDLV SUiWLFDV HVWDPRVIDODQGR",Q%$7,67$&5Inclusão e Escolarização: múltiplas SHUVSHFWLYDV3RUWR$OHJUH0HGLDomRS 0$172$107((QVLQRLQFOXVLYR(GXFDomR GHTXDOLGDGH SDUDWRGRV Revista Integração, n. 20, p. 29-32, 1998. ______. Inclusão2TXHp"3RUTXr"&RPRID]HU"6mR3DXOR0RGHUQD 2003. 96p. 0$548(=$5$LQFOXVmRQDSHUVSHFWLYDGRQRYRSDUDGLJPDGDFLrQFLD Cadernos de Educação, n. 26, 2005.

0$==277$ 0 - 6 Educação Especial no Brasil: história e políticas públicas. São Paulo: Cortez, 2005. 208p.

0$<5(Populações, espécies e evolução. São Paulo: Nacional / EDUSP, 1977. 486p.

025$1-0A educação que desejamosQRYRVGHVD¿RVHFRPRFKHJDU lá. Campinas: Papirus, 2007. 175p.

MUSSOLINI, G. Evolução, raça e cultura: leituras de antropologia física. São Paulo: Nacional, 1978. 471p.

3(1$6'-Humanidade sem raças? São Paulo: Publifolhas, 2008. 67p. ______. Igualmente diferentes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009. 116p. 3(5(,5$ / / %(1,7( & 5 0 %(1,7($ 0 &$XOD GH 4XtPLFDH Surdez: sobre interações pedagógicas mediadas pela visão. Química Nova

na Escola, v. 33, n. 1, p. 47-55, 2011.

352&Ï3,2095%(1,7(&50&$,;(7$5)%(1,7($0 C. Formação de professores de ciências: um diálogo acerca das altas

(14)



Revista Educação Especial | v. 26 | n. 45, | p. 145-160 | jan./abr. 2013 Santa Maria

Disponível em: <http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial> habilidades e superdotação em rede colaborativa. Revista Electrónica de

Enseñanza de las ciencias, v. 9, n. 2, p. 435-456, 2010.

5(*27&5$RULJHPGDVLQJXODULGDGHKXPDQDQDYLVmRGRVHGXFDGRUHV

Caderno CEDES ±$QWURSRORJLDH(GXFDomR,QWHUIDFHVGR(QVLQRH3HVTXLVD

v.35, p.79-93, 1995.

52'5,*8(6 ' 'H] LGpLDV PDO  IHLWDV VREUH HGXFDomR LQFOXVLYD ,Q RODRIGUES, D. (Org.). Inclusão e educação: doze olhares sobre educação inclusiva. São Paulo: Summus, 2006. p. 299-318.

6$/=$12 ) 0 Biologia, cultura e evolução 3RUWR $OHJUH (GLWRUD GD Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1988. 109p.

6$172603Educação inclusivaUHGH¿QLQGRDHGXFDomRHVSHFLDO3RQWR de Vista, n.3/4, p.103-118, 2002.

6$66$., 5 . Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de -DQHLUR:0$S

SCHNETZLER, R. Construção do conhecimento e ensino de ciências. Em aberto, a. 11, n. 55, p. 17-22, 1992.

6&+21')RUPDUSURIHVVRUHVFRPRSUR¿VVLRQDLVUHÀH[LYRV,Q1Ï92$ $ 2UJ Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992. p. 77-92.

6,/9$ / 0 2 HVWUDQKDPHQWR FDXVDGR SHOD GH¿FLrQFLD SUHFRQFHLWR H experiência. Revista Brasileira de Educação, v. 11, n. 33, 2006.

SNYDER, L. H. The genetic approach to human individuality. Science, v. 108, 1948.

67$,1%$&. 6 67$,1%$&. : ,QFOXVLYH VFKRROLQJ ,Q 67$,1%$&. 6 67$,1%$&. : (GV  Support networks for inclusive schooling: interdependent integrated education. Baltimore: Paul H. Brookes Publishing Co, 1990. p. 3-23.

______. Inclusão XP JXLD SDUD HGXFDGRUHV 3RUWR$OHJUH$UWPHG  451p.

67($516 6 & +2&.675$ 5 ) Evolução: uma introdução. Rio de -DQHLUR$WKHQHXS

(15)



Revista Educação Especial | v. 26 | n. 45, | p. 145-160 | jan./abr. 2013 Santa Maria

Disponível em: <http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial>

720$6,1, 0 ( $ ([SDWULDomR VRFLDO H D VHJUHJDomR LQVWLWXFLRQDO GD GLIHUHQoDUHÀH[}HV,Q%,$1&+(7,/)5(,5(,0Um olhar sobre a

diferença. São Paulo: Papirus, 2006. p. 111-133.

9$/9$)'$',1,=),/+2-$)(YROXomRKXPDQD,Q9$/9$)'$ ',1,=),/+2-$)&$59$/+2)/Evolução humana e o povoamento

da América;LQJR0$;S

:22':$5'.,GHQWLGDGHHGLIHUHQoDXPDLQWURGXomRWHyULFDHFRQFHLWXDO ,Q6,/9$77 2UJ Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis: Editora Vozes, 2000. p. 7-72.

=(,&+1(5.0$IRUPDomRUHÀH[LYDGHSURIHVVRUHVLGpLDVHSUiWLFDV

Lisboa: Educa, 1993.

=,00(50$11 ( %(57$1, - $ 8P QRYR ROKDU VREUH RV FXUVRV GH formação de professores. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 20, n. 1, p. 43-62, 2003.

Correspondência

Eveline Borges Vilela Ribeiro – Universidade Federal de Goiás, Campus jataí. BR .PQ6W3DUTXH,QGXVWULDO&(3±-DWDL*RLiV%UDVLO

E-mail: eveline_vilela@yahoo.com.br – anna@quimica.ufg.br

Recebido em 29 de junho de 2012 $SURYDGRHPGHDJRVWRGH

Referências

Documentos relacionados

Por isso, o trabalho é uma categoria fundante do ser social, que viabiliza as transformações nas relações materiais de produção e reprodução humana, tendo no

Todavia, nos substratos de ambos os solos sem adição de matéria orgânica (Figura 4 A e 5 A), constatou-se a presença do herbicida na maior profundidade da coluna

a) política nacional de desenvolvimento do turismo; b) promoção e divulgação do turismo nacional, no país e no exterior; c) estímulo às iniciativas públicas e privadas de

Por haver uma escassez de estudos focados em liderança positiva no Brasil, conforme observado no Apêndice 1, principalmente em instituições públicas, e ainda mais,

Contudo, não é possível imaginar que essas formas de pensar e agir, tanto a orientada à Sustentabilidade quanto a tradicional cartesiana, se fomentariam nos indivíduos

Este trabalho, portanto, tem como objetivo mensurar a influência dos aspectos sociais na percepção ambiental da população residente na Microbacia do Córrego do

Assim como a Intemet, a Intranet também tem seu papel fundamental nas organizações parao gerenciamento dos sistemas empresariais. Em verdade a intranet é o

xii) número de alunos matriculados classificados de acordo com a renda per capita familiar. b) encaminhem à Setec/MEC, até o dia 31 de janeiro de cada exercício, para a alimentação de