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ÍÊEÉS FLQrianöpç}is, 26 de junho de T990.DEPARTAMENTO DE TDCÓGINECOLQCIA
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CÊLDLLS CLlRBS.DE OOD0 UIERIBO:.RELBIU DE
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CASOAutores: Alexandre Cargnin Boabaid *
Joaníta Angela Gonzaga * Orientador: Dr. Luiz Carlos Souza **
* Doutorandos.da 11ë Fase do Curso de Medicina
** Professor Titular do Departamento de Tocogi-(f)
necologia da UFSC
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Florianópolis, 20 de junho de 1990.
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Í-Ara-Í-e~1r RESUM0;0000 0 0 o 0 000 0 n ¢ 0 0 o 000000000 0 0 0 0 000000000 0 0 0 0 I I 000 0 0 0 0 DI ~ O I I O CCOOOOIOOO O O I I I I IIODOOIOIOOOIIIIIOIOOOOIIIIIIOC MATERIAL E MÉTODO... ~ r APRESENTAÇÃO DO CASO'CLINICO...Co~RI9S.IIOIIQOvQQII..OOIOOIIOOIIO
I I I I O O ÚOOOOIOOÕOÕÕÕOÚÚÍÍ sum§Y.Ê%@É?Y@%ë§ÉÍÍ... . . . . ... REFERÊNCIAS BIELIoGRÁFIcAs...Os autores relatam um caso de adenocarcinom
RESUMO
ras de colo uterino em uma paciente
tória de exposi ão intç ra - uterina ao dietilestilbestrol. Este
so foi tratado com su
a de células clã
com 18 anos de idade, senxhis
Cê
06
19 anos.4'z'8
Este tumor é mais freqüentemente encontrado na cérvice, sen
do a relação cérvice/vagina de 10/6, mas, nas pacientes que usa-
z 3 5 . . .
cus
Lram DES, a taxa e de 10/18. ' Outras localizações possiveis de adenocarcinoma são o endométrio e o ovário.8
Histologicamente este tumor se compõe de células vacuoliza-
das que formam glândulas, daí sua denominação de. adenocarcinoma
. 1
de celulas claras. 6
Os autores apresentam um caso de adenocarcinoma de células
claras de colo uterino, sem relação com a exposição ao DES, com
o objetivo de relatar uma patologia rara que acomete o trato ge-
MATERIAL E MÉTODO
Neste trabalho, relatamos um caso de adenocarcinoma de cš
lulas claras de colo uterino em uma paciente jovem de 18 anos de
idade. Os dados foram retirados do prontuário n9 081332 do Hospi
tal Governador Celso Ramos de Florianópolís,SC. As lâminas da bi
ópsia foram cedidas pelo Instituto de Diagnóstico Anátomo-Patoló
gico (IDAP), Hospital de Caridade de Florianópolís,SC. Nova colo
ração das lâminas foi realizada pelo técnicos do Laboratório de
Patologia do_Hospital Universitário da Universidade Federal de
Santa Catarina - UFSC, As lâminas foram fotografadas no Laboratá
rio de Hematologia do mesmo Hospital.
O trabalho foi elaborado no período de dezembro/89 a ju-
09
vel, alongada, ocupando os 2/3 superiores da vagina e provenien
te do endocolo; fundo de saco lateral esquerdo livre, paramé-
trio direito parcialmente infiltrado. Foi retirado material pa-
ra biópsia.
A cistoscopia mostrou elevação do fundo vesical pelo tumor.
A retosigmoidoscopia mostrou compressão extrínseca da parede an
terior do reto, sem invasão da mucosa. O urograma excretor, 0
mapeamento ósseo de corpo inteiro e a cintilografia hepática fg
ram normais. Os demais exames foram inexpressivos.
Resultado da biópsia (fragmentos de colo e vagina): V
. Aspectos acroscópicos - cinco fragmentos irregulares de
tecido acinzentado e friável, brilhante, medindo 1,6 cm o maior,
tendo consistência amolecida; abundantes fragmentos 'de tecido
pardo-acinzentado medindo o maior 5,2 x 3,7 x 2 cm, de consistên
cia amolecida e superfície de corte homogênea, acinzentada, bri- lhante.
. Aspectos Microscópicos - o exame histológico revela- man-
tos e ninhos de células epiteliais neoplásicas ora em maciços,
ora em arranjos glanduliformes, englobando material hialino amor
fo. As células neoplásicas têm citoplasma claro, núcleo volumoso
com cromatina irregular e nucléolos proemientes. Atividade mitó-
tica moderada. Na superficie há necrose e infecção secundária.
(foto em anexo)
_ Diagnóstico - Adenocarcinoma de Células Claras
A paciente foi, então, submetida a 20 aplicações de radio+ terapia durante 1 mês, como terapeutíca pré-operatória. Em janei
ro de 1981 foi submetida a uma pan-histerectomia abdominal com a
retirada de gânglios da bifurcação da ilíaca esquerda, gânglios
situados na cadeia para-iliaca comum e um gânglio da bifurcação da aorta (cirurgia de Werthein-Meigs).
H
Resultado do anátomo-patológico (útero + anexos + gânglios)
. Macroscopia - útero medindo 7 x 4,5 x 2,3 cm, pesando
çada e brilhante, invadindo o ístmo, com áreas de necrose, acom
panhado de fundo vaginal, tendo endométrio adelgaçado e miomé- trio sem particularidade macroscópica. Acompanham tubas conges-
tas e edemaciadas e ovários, sendo um deles policístico.
- Gânglio direito - dois nódulos ovóides encapsulados me-
dindo 1 cm o maior, tendo um deles área amarelada, acinzentada
e brilhante.
- Gânglio esquerdo - nódulo ovóide encapsulado, medindo
1,5 cm, acinzentado e brilhante. -
- Um terço superior da vagina - dois fragmentos alongados de tecido acastanhado medindo 3,5 cm o maior.
. Microscopia - colo uterino apresentando neoplasia epite-
lial originada da proliferação de células poligonais de cito-
plasma claro, núcleos grosseiros e nucléolos evidentes, dispos-
tas em formações glanduliformes. Intenso pleomorfismo celular e
nuclear. Há invasão de ístmo e'paramétrio. Corpo-uterino livre :z__Í;,,..øa
de invasão tumoral. Tubas uterinas congestas e ovários livres‹üe
metástases. Linfonodos pélvicos direitos e esquerdos livres de
metástases. Terço superior da vagina com denso infiltrado de mg nonuclearesrxacófion. Ausência de invasão neoplásica.
. Diagnóstico -
Adenocarcinma
de Células Claras de Colo Uterino'¶5z$23¿fl¿Áx-r-w-ÍLO
?A
Foto da Lâmina da Biópsia
coumrránros
O adenocarcinoma de células claras tem sido relatado em mu-
lheres jovens com uma história de exposição in utero ao DES em
uma porcentagem aproximada de 65%, porém, também tem sido notado
em mulheres não expostas à droga, entre as quais se inclui a pa
ciente do caso ora apresentado.
Foram descritos vários padrões histológicos para este ti-
po de tumor. Sua hístogênese tem estado em discussão por muitos
anos e no passado havia sido considerado como de origem mesoné-
1 ..
frica, originando-se nos restos de Wolff, localizados profunda-
mente nas partes laterais do colo uterino. Atualmente, dados mor fológicos e experimentais assinalam uma origem mülleriana \e o
termo mesonéfrico deixou de ser usado para este tipo de tumor.14 Os seguintes achados têm sido considerados indicativos de sua origem mülleriana:
A) Características macroscópicas: localização do tumor superfici
vw . na
almente e na regiao posterior ou anterior do colo e nao necessé riamente em suas partes laterais.
B) Achados histoquímicos: se tem invocado uma perda total de mu-
cina nos tumores de origem mesonéfrica, enquanto que nos adeno-
carcinomas de colo uterino a mucina pode estar presente, se não
no citoplasma, no bordo livre de suas células ou nas luzes glan-
dulares. O glicogênio está presente em alguns tumores de origem
mülleriana. '
eletrô-13L
nica do carcinoma de células claras de vagina e colo uterino mostram semelhança aqueles feitos em ovários e endométrio, os
-
d . . . . 1,2,T9
quais emonstraram ser de origem mülleriana.
Entre os vários tumores de colo uterino que podem ser con-
fundidos com o adenocarcinoma de células claras destacam-se:
1 ú
V
1) o leiomioma epitelioide variedade. células claras, neoplasia
rara do cérvice, na qual as colorações especiais para mucina e
gordura são negativas; '
2) o carcinoma de células claras metastático do rim pode ter u- ma aparência microscópica idêntica, porém é extremamente raro,
correspondendo, segundo alguns autores, a mesnos de 1% de to-
dos os adenocarcinomas presentes no colo uterino. A microscopia
eletrônica revelará a presença de gordura no citoplasma de suas
células.1'16
Considera-se a histerectomia total com linfadenectomia o
tratamento de eleição para este tipo de neoplasia. O tratamento poderá sofrer algumas variações¬ dependendo de certos fatores
tais como a idade da paciente, a localização do tumor, o tama-
nho do tumor e a disseminação da lesão.1'5'15¿ A radioterapia,
além de não ser efetiva, pode apresentar como efeitos colate-
rais lesões fistulosas em bexiga e reto, estenoses vaginais i e
esterilização. Pode, no entanto, ser utilizada em certos casos
wW (D\
como tratamento -operatório. ;
Devido ao seu comportamento insidioso e invasivo o adeno-
carcinoma de células claras é considerado um tumor de altanmlig
_nidade- De grande importância quanto ao prognóstico é a invasão dos vasos linfáticos e gânglios regionais, daí a importância do
diagnóstico ser feito o mais cedo possível. Este fato encontra apoio nas casuísticas apresentadas na literatura internacional,
que demonstram que a simples estirpação do tumor tem sido cura-
tiva. Nos casos com enfermidade avançada a terapeutica não tem
conseguido evitar o curso fatal da doença. A taxa de sobrevida
r Í
ordem de 20 a 30% e a taxa de sobrevida de 10 anos, cerca de
15%. Por outro lado, a cirurgia e,a irradiação erradicaram com
sucesso tumores relacionados com o DES em até 80% dos casos.]6.
No caso aqui relatado o tratamento escolhido foi a cirur~
gia de Werthein-Meigs com radioterapia prévia. A paciente tenlse
submetido a exames periódicos a 9 anos, sem que haja, até o mg
mento, indícios de recorrência da doença. Um longo tempo de sef
guimento após o tratamento é essencial, pois alguns adenocarci- nomas de células claras desenvolvem novamente a doença tardia-
mente.
Considerando-se que 1)a maioria dos casos de adenocarcing
ma de células claras de colo uterino está relacionada à exposi-
çao ao DES in utero; 2)que as mulheres expostas têm um elevado
risco de desenvolver a doença até pelo menos os seus 30 anos e
3)que a exposição ao DES ocorreu pelo menos até 1970, pode-seeã
perar a ocorrência de adenocarcinomas relacionados ao ÚES até o
ano 2000.13 ' '
c<N¬Lzrrzme'.T×:ErwL
\ ‹ | 115
sumamy
The authors report a case of clear-cell adenocarcinoma of
cervix in~a 18 year-old woman without association with prenatal
exposure to diethylstilbestrol or similar nonsteroidal estrogens
This case was successfully treated with radical pelvic surgery.
i
1
l
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1
TCC UFSC 'To 0177 Í í Ex.l _ z .¬ - iz~~ .› N.Cham. ,Tcc UFSC To 0177 1 Í Autor: iBoabaid,Alexang1re |
Título: Adenocarcinomia de células clara'
E×.1 UFSC Bsccsm ` "' > 972806287 A ' Ac.2543l1' ` " ' 1 1