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ECOLOGIA DA MICROFAUNA MICROFaUNA DO SOU) SOLO ARAUCARIAL *

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CDU 63 1.427577.4

ECOLOGIA DA MICROFAUNA

DO

SOU) ARAUCARIAL

*

VILMA DE OLIVEIRA ALMEIDA LIMA Prof. Assistente do Dep. de Biologia da UFRPE.

HANS JAKOBI

Prof. Titular d o Dep. de Ciências Fisiol6gicas da Universidade Federal d o Paraná (UFPR).

São dadas a conhecer algumas informações sobre a abundância da população da microfmna do solo araucarial no "Chpão da Imbuia ", Chritiba, Paraná. As coletas foram ralizadas duas vezes ao mês, em quadrados de IOm, durante o período de abril a dezembro de 1972. tendo os resultados obtidos mostrado uma predominância da Classe Insecta.

Na literatura nada existe sobre a "Microfauna do Solo Araucarial", revelan- do-se por isso. de grande importância do ponto de vista ecológico, o estudo pormenori- zado dos elementos que compõem esse ecosistema. Como até o presente, aparentemen- te. nenhuma tentativa de investigação do problema havia sido feita, procurei verificar as associações biocenóticas da microfauna ecotipica araucarial existentes naquele bos- que tipico. tornando-as conhecidas aos estudiosos do assunto.

Este trabalho foi baseado nos elementos que compõem o solo araucarial. realizado análise da terra com a ajuda do Setor de Solo da Escola de Agronomia da Universidade Federal do Pananá, com os seguintes resultados:

*

7kabolho apresentado no X X V Congresso da Sociehde Brasileira para o Rogresso da Ciência. Iiha do Fundão, Guanabam, em 1973.

Cad c>mega llnti. Fed Rural PE.. Recife. .7/1/2). 87-100. jan. /dez 1979

CDU 631.427:577.4

ECOLOGIA DA MICROFaUNA DO SOLO ARAUCARIAL *

VILMA DE OLIVEIRA ALMEIDA LIMA Prof. Assistente do Dep. de Biologia da UFRPE.

HANS JAKOBI

Prof. Titular do Dep. de Ciências Fisiológicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

São ciadas a conhecer algumas informações sobre a abundância da população da micro fauna do solo aram anal no "Capão da Imbuia Curitiba, Paraná. As coletas foram ralizadas duas vezes ao mês, em quadrados de lOm, durante o período de abril a dezembro de 1972, tendo os resultados obtidos mostrado uma predominância da Classe Inset ta.

INTRODUÇÃO

Na literatura nada existe sobre a "Microfauna do Soio Araucarial", revelan- do-se por isso de grande importância do ponto de vista ecológico, o estudo pormenori- zado dos elementos que compoem esse ecosistema. Como até o presente, aparentemen- te, nenhuma tentativa de investigavão do problema havia sido feita, procurei verificar as associações biocenóticas da microfauna ecotípica araucarial existentes naquele bos- que típico, tornando-as conhecidas aos estudiosos do assunto.

CARACTERÍSTICAS DO SOLO ARAUCARIAL

Este trabalho foi baseado nos elementos que compoem o solo araucarial. realizado análise da terra com a ajuda do Setor de Solo da Escola de Agronomia da Universidade Federal do Pananá, com os seguintes resultados

* Trabalho apresentado no XX V Congresso da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciênc ia. Ilha do Fundão, Guanabara, em 1973.

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% de Matéria Orgânica

. . .

.15,10 Fósforo

. . .

12PPM Alumínio.

. . .

4,5 M.E. % Ca+Mg

. . .

3,0M.E.% Potássio.

. . .

.I25 PPM Ph

. . .

4,3 Segundo informações, obtidas através de pesquisas bibliográficas, o Ph dos solos dos campos do Paraná oscila entre 3,5 e 4,8 ,estando o capão dentro dessa faixa comum. Dadas as condições encontradas com o exame do solo, não é de admirar a peculiaridade da fauna e flora existentes no "Capão da Imbuia" .

Sabemos que certos tipos de organismos s6 são encontrados em determinadas áreas, e dependem não só das condições locais isto é, quente ou frio, úmido ou seco mas também da situação geográfica do local estudado.

Verifiquei, ainda, atrav6s de pesquisa bibliográfica, que o capão não apresenta mais do que uma associação regional, evidenciando mui claramente a pobreza em essências das florestas tipicas de Araucária.

MATERIAL E

METODOS

Material

Agua destilada, Alcool a 75%; Aicoômetro; Aifmetes; Caixas, Diaxane C.P. (Histological); Espátula; Etiquetas; Fonte de Luz; Lupa; Placas de Petri; Peneira; Pin- cel; Pipeta; Querozene; Régua; Trena; Tubos; Sacos plásticos; Vidros.

Area estudada - "Capão da Imbuia", um típico bosque de nascente com caráter silvático, situado no bairro ao qual deu nome, localizado a dez quilômetros de marco zero, na direção leste. Fazendo parte do patrimônio do Estado, como sede definitiva do Instituto de Defesa do Patrirnônio Natural do Estado, da Secretaria da Agricultura do Paraná.

Coletas e Método - As coletas no campo foram realizadas em quadrados de 10m, escothidos ao acaso, duas vezes no mês e três coletas em cada quadrado. Realizei coletas de abril a dezembro e marquei um total de cinco quadrados. Tentei manter o intervalo de 15 dias entre duas coletas, isso no entanto foi impossível. Marcados os quadrados com o auxílio de uma trena, tomando-se como base um dos lados do referido quadrado, caminhei vinte passos dentro do mesmo, marcando um ponto para coleta. Nesse ponto, medi um quadrado de 20cm, com o auxflio de uma régua milime-

Cad. Ômega Univ. Fed. Rural PE.. Recife. 3(1/2) t87-100. jon./dez. 1979

88 % de Matéria Orgamca 15,10 Fósforo 12 PPM Alumínio 4,5 M.E. % Ca + Mg . . 3,0 M.E. % Potássio. 125 PPM Ph 4,3 Segundo informações, obtidas através de pesquisas bibliográficas, o Ph dos solos dos campos do Paraná oscila entre 3,5 e 4,8,estando o capão dentro dessa faixa comum. Dadas as condições encontradas com o exame do solo, não é de admirar a peculiaridade da fauna e flora existentes no "Capão da Imbuia".

Sabemos que certos tipos de organismos só são encontrados em determinadas áreas, e dependem não só das condições locais isto é, quente ou frio, úmido ou seco mas também da situação geográfica do local estudado.

Verifiquei, ainda, através de pesquisa bibliográfica, que o capão não apresenta mais do que uma associação regional, evidenciando mui claramente a pobreza em essências das florestas típicas de Araucária.

MATERIAL E MÉTODOS Material

Água destilada; Álcool a 75%, Alcoometro; Alfinetes; Caixas, Dioxane C.P (Histoiogical); Espátula; Etiquetas; Fonte de Luz; Lupa; Placas de Petri; Peneira; Pin- cel; Pipeta, Querozene; Régua; Trena; Tubos; Sacos plásticos; Vidros.

Métodos

Area estudada "Capão da Imbuia", um típico bosque de nascente com caráter silváfco, situado no bairro ao qual deu nome, localizado a dez quilômetros de marco zero, na direção leste. Fazendo parte do patrimônio do Estado, como sede definitiva do Instituto de Defesa do Patrimônio Natural do Estado, da Secretaria da Agricultura do Paraná.

Coletas e Método - As coletas no camoo foram realizadas em quadrados de lOm, escolhidos ao acaso, duas vezes no mês e tres coletas em cada quadrado. Realizei coletas de abril a dezembro e marquei um total de cinco quadrados. Tentei manter o intervalo de 15 dias entre duas coletas, isso no entanto foi impossível. Marcados os quadrados com o auxílio de uma trena, tomando se como base um dos lados do referido quadrado, caminhei vinte passos dentro do mesmo, marcando um ponto para coleta. Nesse ponto, medi um quadrado de 20cm, com o auxílio de uma régua milime-

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trada de 30cm. Feita a marcação retirei com a espátula, cuidadosamente, uma camada de 10 a 15cm do solo, contendo, inclusive, a folhagem, e foi colocado tudo num saco plástico e levado para o laboratório. Chegando ao laboratório, a amostra foi colocada sobre a peneira do funil de Berlese. Coloquei em seguida uma lâmpada de 60 watts como fonte de aquecimento pelo período de 24 horas sobre a peneira, guardando-se uma certa distância da mesma. Com o aquecimento dado pela lâmpada, os animais existentes no solo e folhiço procurando fugir à luz, pois são animais que apresentam fototropismo negativo, penetram na amostra cada vez mais fundo, até que atravessam a malha da peneira e caem no vidro que contém álcool a 75%. O Alcool foi diluido em água destilada e aferido com o alcoômetro.

Durante a coleta, dentro do capão e fora do mesmo, a temperatura e umidade foram medidas através de termômetro de bulbo seco, pendurado a l m , acima da superfície do solo.

A etapa seguinte do trabalho constituiu na separação dos animais e dos detri- tos miúdos que com eles cairam no álcool. Coloquei o material coletado atravbs do funil em um tubo, cheio até a metade e acabei de encher com querosene, agitando lentamente. Deixando descansar algum tempo, o querosene sobrenada e carrega os insetos, ficando o álcool no fundo com os detritos. Em seguida, pipetei o querosene com os animais e adicionei bastante álcool e um pouco de Dioxane C.P. Esta última substância mistura os dois líquidos, em seguida separei os insetos e os transferi para o áicool a 75%.

Para separação dos animais, utilizei o método de catação, feita sob a lupa, de cada exemplar, individualmente, separando-os de acordo com a sua categoria, através de um pincel fino. Os exemplares coletados foram acondicionados conforme as regras de conservação dados a cada um deles em particular, (em caixas ou áicool75%).

RESULTADOS

Durante a realização do trabalho, foram coletados 1.298 indivíduos, perten- centes a três Classes, distribuidos entre várias Ordens do Filo Arthropoda.

No gráfico 1 15 fornecida a freqüência total dos artropodos, nos meses de abril a dezembro, nas Ordens que apresentaram nítida dominância sobre as demais.

Cad. Ômegn Lhriv. Fed. Rum1 PE., Recife, 3(1/2) :87-100, jan./dez. 1979

I

trada de 3Ucm. Feita a marcação retirei com a espátula, cuidadosamente, uma camada de 10 a 15cm do solo, contendo, inclusive, a folhagem, e foi colocado tudo num saco plástico e levado para o laboratório. Chegando ao laboratório, a amostra foi colocada sobre a peneira do funil de Berlese. Coloquei em seguida uma lâmpada de 60 watts como fonte de aquecimento pelo período de 24 horas sobre a peneira, guardando-se uma certa distância da mesma Com o aquecimento dado pela lâmpada, os animais existentes no solo e folhiço procurando fugir à luz, pois sao animais que apresentam fototropismo negativo, penetram na amostra cada vez mais fundo, até que atravessam a malha da peneira e caem no vidro que contém álcool a 15% O Álcool foi diluído em água destilada e aferido com o alcoômetro.

Durante a coleta, dentro do capão e fora do mesmo, a temperatura e umidade foram medidas através de termômetro de bulbo seco, pendurado a Im acima da superfície do soio.

A etapa seguinte do trabalho constituiu na separação dos animais e dos detri- tos miúdos que com eles cairam no álcool Coloquei o material coletado através do funil em um tubo, cheio até a metade e acabei de encher com querosene, agitando lentamente. Deixando descansar algum tempo, o querosene sobrenada e carrega os nsetos, ficando o álcool no fundo com os detritos. Em seguida, pipetei o querosene com os animais e adicionei bastante álcool e um pou^o de Dioxane C.P. Esta última substância mistura os dois líquidos, em seguida separei os insetos e os transferi para o álcool a 75%.

Para separação dos animais, utilizei o método de catação, feita sob a lupa, de cada exemplar, individualmente, separando-os de acordo com a sua categoria, através de um pincel fino. Os exemplares coletados foram acondicionados conforme as regias de conservação dados a cada um deles em particular, (em caixas ou álcool 75%>).

RESULTADOS

Durante a realização do trabalho, foram coletados 1.298 indivíduos, perten- centes a três Classes, distribuídos entre várias Ordens do Filo Arthropoda.

No gráfico 1 é fornecida a freqüência total dos artropodos, nos meses de abril a dezembro, nas Ordens que apresentaram nítida dominância sobre as demais.

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Gráfico I - I+equênciB totol dos Arthropodos dominantes Ordem Hymenoptero

Ordem Porositiforme . .

...

.

... ...

.

Ordem Collem bolo

* 2

Cod. Ômegn iiniv. Fed. Rural PE.. Recife, 3(I 12) :87-100, jon. /dez. 19 79

l 00. 90. 80, 70 60, 50. 40. 30. . ' ^ / X 20. ia / •.\ ' ■'X ! _ ''■ \ /•' \/ • n. ' A ' / -o.

iv M VI VII VIII IX ' X XI ' XII ' ■ ESES *

nfico I - Freqüência total dos Arthropodos dominantes Ordem HymenopUra

Ordem Parasitiforme Ordem Collembola

(5)

Com o gráfico 2, verifica-se a percentagem de freqüência da Ordem Hymenop- tera, coletada no capão durante o ano de 1972. Nessa ordem ocorreu apenas a Famflia Formicidae com as Subfamflias Myrmicinae e Poerinae. Examinando-se o gráfico, ve- mos dois picos de atividades bastante nítidos; um em junho e outro em agosto, precisa- mente no periodo de inverno. A temperatura nesses meses ficou em torno dos 16oC e a umidade por volta dos 83%.

.4

00. 90. 80. 7 0 . 60. 5 O. 40. 30. 20. 10. i v '

v

v i ' V i l ' V i l i

ix

.

x

' X I

.xii

'

t

FR~OUÊNCIA

Df

HYME4OPTtRA

Gréfico 2 - Frequência aproximada dn Ordem Hymenoptera (em %)

- -

í h d . ame@ Univ. Fed RuralPE

.

Recife. .?(1/2/ .87-100, jan./dez. 1979

Com o gráfico 2, verifica-se a percemagem de freqüência da Ornem Hymenop- tera, coletada no capao durante o ano de 1972 .Nessa ordem ocorreu apenas a Família Formicidae com as Subtamílias Myrmicinae e Poerinae. Examinando-se o giáfico, ve- mos dois picos de atividades bastante nítidos, um em junho e outro em agosto, precisa- mente no período de inverno. A temperatura nesses meses ficou em torno dos 16oC e a umidade por volta dos 83%.

Gráfico 2 freqüência aproximada Ja Ordem Hymenoptera /em %)

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No gráfico 3, mostra a freqüência (em %) da Ordem Collembola, apresentan- do um índice de abundância bem maior que os outros animais coletados. Apresenta essa ordem dois picos, um em maio, nos meados do outono, e outro em outubro, na primavera.

Gráfico 3

-

Frequéncia aproximada da Ordem Collembola (em %)

I

Cad. ômega Univ. Fed. Rural PE., Recife, 3(1/2) :87-100, jan./dez. 1979 I

92

No gráfico 3, mostra a freqüência (em %) da Ordem Collembola, apresentan- do um índice de abundância bem maior que os outros animais coletados. Apresenta essa ordem dois picos, um em maio, nos meados do outono, e outro em outubro, na primavera.

Gráfico 3 - Freqüência aproximada da Ordem Collembola (em %)

Cad. ômega Univ. Fed. Rural PE., Recife, 3(1 (2):87-100. jan./dez. 1979 i

(7)

Representa o gráfico 4, a frequéncia (em %) da Ordem Parasitiforme (Renter, 1909), representada pela subclasse dos Acari (Leach, 18 1 7). Esses artropodos apresen- tam três picos de suas atividades; em maio, agosto e novembro correspondendo ao outono, fim de inverno e primavera, respectivamente. Os ácaros, encontrados por n6s no solo araucanal, pertencem aos seguintes gnipos e famílias:

Mesostigmata Uropodidae Rhodacaridae Laelapidae Eviphidae Astigmata Anoetidae (Hipopus) Cryptostigmata Ptyctima

Apfyctima

-

Oribatei superiores

-

Poronoticae

L

-

%A 00. 90 ma 70. 60. 50. 40. 30. 20. 10. I V . v ' V I 'VI1 ' W I . I X ' X ' X I ' X I I ' t fMOrflClh Dt IhllllllfOlNt

.

Grájico 4 - Frequência aproximado da Ordem Pamsitiforme (em %)

-

Cad. Ómegn Univ. Fed. Rum1 PE., Recife, 3(1/2) :87-100, jan. /dez. 1979

Representa o giáfico 4, a freqüência (em %) da Ordem Parasitiforme (Renter, 1909), representada pela subclasse dos Acari (leach, 1817). bsses artropodos apresen- tam três picos de suas atividades; em maio. agosto e novembro correspondendo ao outono, fim de inverno e primavera, respectivamente. Os ácaros, encontrados por nós no solo araucaria) oertencem aos seguintes grupos e famílias:

Mesostigmata Uropodidae Rhodacaridae Laelapidae Eviphidae Astigmaia Anoetidae (Hipopus) Cryptostigmata Ptyctima

Aptyctima - Oribatei superiores - Poronoticae

%' oo 90 ea 70. 60. 50. 40 30 20 10

IV V ' VI Vil VIII ' IX ' X 'Xl XII ' FlltllllEIICIA Dl PAMSilllOIIMÍ

Gráfico 4 - Freqüência aproximada da Ordem Parasitiforme (em %)

(8)

Os acaros pertencentes a família Uropodidae ocorrem no solo, existindo al- guns que funcionam como predadores de larvas de Musca domestica. Os representantes da família Rhodocaridae preferem chão úmido.

Os ácaros da família Laelapidae são de vida livre, alguns vivem associados a invertebrados ou são parasitas de aves e mamffero.

O grupo dos Cryptostigmata são considerados importantes: a) ajudam na decomposição da matéria orgânica;

b) fazem a redistribuição de fungos e bactérias;

c) funcionam como hospedeiros intermediários de Moniezia Platelminto que ataca ruminantes, principalmente ovinos. Segundo informações pessoais do- Professor Carlos H. W. Flechtmann, existem cerca de 3 0 4 5 milhões de Cryptostigmata/ha, o controle da doença é impossível onde ocorre esse ácaro. Outra informação, também fornecida pelo mesmo professor, é que no solo ocorre 250.000 Artropodos/m2 e que 85-90% desses são ácaros e dessa percentagem 60-70% pertencem ao grupo dos Crytostigmata. Esses dados forarn totalmente confirmados no presente trabalho onde houve. predominância dos Oribatei Superiores com representantes da familia Poro- noticae. Os outros grupos que citamos tiveram suas presenças marcadas por pequena percentagem.

Na tabela 1 apresento a proporção de abundância nos meses de abril a dezem- bro, com suas temperaturas e umidades respectivas, das Ordens que ocorreram na Classe Insecta, onde notamos a predominância em ocorrência da Ordem Collembola e Hymenoptera.

Cad. Órnega Uniu. Fed. Rural PE., Recife, 3/1/21 :87-100, jan./dez. 1979

m

Os acaros periencenies a família Uropodidae ocorrem no solo, existindo al- guns que funcionam como predadores de larvas de Musca domestica. Os representantes da família Rhodocaridae preferem chão úmido.

Os ácaros da família Laelapidae são de vida livre, alguns vivem associados a invertebiados ou são parasitas de aves e mamífero.

O grupo dos Cryptostigmata são considerados importantes; a) ajudam na decomposição da matéria organica;

b) fazem a redistribuição de fungos e bactérias;

c) funcionam como hospedeiros intermediários de Moniezia Patelminto que ataca ruminantes, principalmente ovinos. Segundo informações pessoais do- Professor Carlos H. W. Flechtmann, existem cerca de 3045 milhões de Cryptostigmata/ha, o controle da doença é impossível onde ocorre esse ácaro. Outra informação, também fornecida pelo mesmo professor, e qut no solo ocorre 250.000 Artropodos/m2 e que 85-90$ desses são ácaros e dessa percentagem 60-70?? pertencem ao grupo dos Cr\tostigmata. Fsses dados foram totalmente confirmados no presente trabalho onde houve predominância dos Oribatei Superiores com representantes da família Poro- noticae. Os outros grupos que citamos tiveram suas presenças marcadas por pequena percentagem.

Na tabela 1 apresento a proporção de abundância nos meses de abril a dezem bro, com suas temperaturas e umidades respectivas, das Ordens que ocorreram na Classe Insecta, onde notamos a predominância em ocorrência da Ordem Collembola e Hymenoptera

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Tabela 1 - Abundância das Ordens da Classe Insecta, relativa aos meses de abril a de- zembro de 1972 do solo araucarial com as respectivas temperaturas e urni- dades.

Meses Tem

.

Urnid. Abundância

008

% Blat. Coü. col. Hym. ,em. PSW. m y .

Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Convenções '

Blat. - Ordem Blattaria Coll. - Ordem Collembola Col. - Ordem Coleoptera Hym. - Ordem Hymenoptera Hem. - Ordem Herniptera Psoc. - Ordem Psocoptera Thy. - Ordem Thysanoptera t = presença

-

-

-

ausência

O gráfico 5 apresenta a freqüência aproximada dos Arthropodos (emu/o) com as Classes: Insecta (Hexapoda) Arachnida e Miriapoda, com as Ordens correspondentes na seqüência: I

-

Ordem Hemiptera (08%); I1 - Ordem Coleoptera (l,l%); 111 -

Ordem Psocoptera

Q

,l%); IV - Ordem Hymenoptera (4,2%); V - Ordem Collembola (56,3%); VI - Ordem Thysanoptera (0,6%); VI1 - Ordem Parasitiforme (ácaros) (27,8%); VI11

-

Ordem araneae (1,2%); IX - Ordem Chilopoda (0,6%).

Cad. &nega Univ. Fed. Rural PE., Recife. 3(1/2) : 87-1 00, jan. /dez. 1979

Tabela 1 — Abundância das Ordens da Classe ínsecta, relativa aos meses de abril a de zembro de 1972 do solo araucarial com as respectivas temperaturas e umi dades.

At ndânda Col. Hym. Hem Meses Temp. Umio.

Blat. Coll Psoc. Thy

Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out Nov. Dez. 16,2 18.1 16,6 13,5 16,0 18,9 16.2 17,8 22,2 04 81 84 83,5 93 85 78 78 86 + + C onvecções Ordem Blattaria Ordem Collembola Ordem Coleoptera Ordem Hymenoptera Ordem Hemiptera Ordem Psocoptera Ordem Thysanoptera + - presença — = ausência

O grafico 5 apresenta a freqüência aproximada dos Arthropodos (emyoj com as Classes: ínsecta (Hexapoda) Arachnida e Miriapoda, com as Ordens correspondentes na seqüência: I - Ordem Hemiptera (08%); II - Ordem Coleoptera (1,1%); III - Ordem Psocoptera Q. ,1%); IV - Ordem Hymenoptera (4,2%); V - Ordem Collembola (56,3%); VI Ordem Thysanoptera (0,6%); VII — Ordem Parasitiforme (ácaros) (27,8%); VIII - Ordemaraneae (1,2%); IX - Ordem Chilopoda (0,6%).

(10)

Grhflco 5

-

Frequência de Arthropodos

I - Ordem Hemiptera (0.8%); I1 - Ordem Coleoptera (1.1%); III - Ordem Psocoptero (2.1%); IV

-

Ordem Hymenoptera (4.2%); V - Ordem Collembda (56.3%); VI - Or- dem Thysanoptera (0.6%); VII - Ordem Pamsitifòrme (&caros) (27.9%); VIII - Or- dem ArQneQe (1,2%); IX -,Ordem Chilopoda (0.6%).

% 4 00. 90. 80. 70. 60. 5 0. 40. 30. 20. 10.

I 11 III I V V V I VI1 VIII I X FREOUfNCIA

*

Cad. Ômega Univ. Fed. RumlPE., Recife. 3(1/2) :87-106, jan./dez. 1979

IV V VI VII V

Gráfico 5 - trequencm de Arthropodos

I - Ordem Hemiptera (O.S^c): //- Ordem Coleoptera (1,1%); III - Orckm Psocoptera (2,1%); IV ■ - Ordem Hymenoptera (4,2%); V - Ordem l ollembola (56,3%); VI - Or dem Thysanoptera (0,6%)' VII - Ordem Parasitíforme (ácaros) (27,9%); VIII - Or dem Araneae (1,2%); IX - Ordem Chúopoda (0,6%l

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Na tabela 2, mostro a abundância das Classes Arachnida, Crustacea e Miria- poda com as Ordens Parasitiforme,, Araneae, Isopoda e Chiiopoda, respectivamente, relativa aos meses de abril a dezembro de 1972 do solo Araucarial com as temperaturas e umidades. Verificamos pela tabela que a Ordem Parasitiforme esteve presente todo o periodo do trabalho, a Ordem Araneae marcou sua presença em todos os meses com excessão do mês de outubro.

Tabela 2

-

Abundância das Classes Arachnida, Crustacea e Miriapoda com as seguintes ordens: Parasitiforme, Araneae, Isopoda e Chilopoda, relativa aos meses de de abril a dezembro de 1972 do solo araucarial, com suas temperaturas e umidades

Temp. Umid. Abundhcia

Meses

OOC % Paras. Aran. Isop. Chil.

Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Convenções:

Paras.

-

Ordem Parasiti forme Aran. - Ordem Araneae Isop.

-

Ordem Isopoda Chil.

-

Ordem Chilopoda

t = presença - = ausência

Cod. Ômegn Univ. Fed. Rum1 PE., Recife, 3(1/2) :87-100, jan./dez. 1979

Na taDela 2, mostro a abundância das Classes Arachnida, Crustácea e Mina poda com as Ordens Parasitiforme, Araneae, Isopoda e Chilopoda, respectivamente, relativa aos meses de abril a dezembro de 1972 do solo Araucarial com as temperaturas e umidades. Verificamos pela tabela que a Ordem Parasitiforme esteve presente todo o período do trabalho, a Ordem Araneae marcou sua presença em todos os meses com excessão do mês de outubro.

Abundância das Classes Arachnida, Crustácea e Miriapoda com as seguintes ordens; Parasitiforme, Araneae, Isopoda e Chilopoda. relativa aos meses de de abril a dezembro de 1972 do solo araucarial, com suas temperaturas e umidades Abundância Aran. Isop. Abr. Maio lun Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. 16,2 18.1 16,6 13,5 16,0 18,9 16.2 17,8 22,2 94 81 84 83,5 93 85 78 78 86 — Ordem Parasitilorme — Ordem Araneae — Ordem Isopoda — Ordem Chilopoda + - presença — = ausência

(12)

No gráfico 6, mostro a relação temperatura e umidade nos meses em que realizei as coletas.

Gráfico 6 - Relação temperatura/umidade com meses de coleta

rc

A 30. 2% Convenções: A - Umidade B - Temperatura I. abril II. maio III. junho IV. julho V. agosto

'.

1 , a ' .

.

,

.

. - - - - ,

.

..

.

> - o

.'

- . . - A B VI. setembro

w.

mtubro

VIII. novem bro IX. dezembro &u% 90 80 10 60 .50 20- .40 15. 3 0

Cad. ômem Univ. Fed. Rural PE.. Recife. 3(1/2) :87-100, jan. /dez. 1979

10- 5 O 20 ..I0

.o

I 1 1 III IV v V I

v11

VIII IX 1 t°c' 'üs. 30. \ A 90 80 70 .60 25- 20. B .50 40 15. 10- 30 20 5. 0 > 1 ■ . . 10 < < <. < ><

(13)

Neste trabalho apresento algumas informações a respeito da abundância das populações do solo Araucarial, sua Fenologia e sua distribuição. As informações conti- das nesse trabalho foram coletadas durante nove mêses; de abril a dezembro, duas vezes por mês, em quadrados de 1 0 m. Coletei cerca de 1.298 indivíduos, distribuidos entre várias Classes pertencentes ao Filo Arthropoda. Os Acari, Hymenoptera e Col- lembola foram os elementos mais representativos. A Ordem Hymenoptera representada pela famflia Formicidae com as Subfamilias Myrmicinae e Poerinae. Na Ordem Coleop- tera, tivemos os seus individuos representados pelas Familias Curculionidadae, Nitiduli- dae, Scarabaeidae e Staphylinidae. A Ordem Blattaria foi representada pela Família Blattidae.

Quero ressaltar ainda a presença na Classe Insecta da Ordem Blattaria e na Classe Cmstacea com a Ordem Isopoda com (0,2%) e (0,3%), que não foram represen- tados no gráfico 5, e, o não mencionamento de Fungos e Nematodos no presente trabalho.

ABASTRACT

Are presented some informations on the populations of the microfauna of the "araucanal" soil in the "Capão da imbuia", Curitiva, state of Paraná. The collection were made bimonthly in squares of 10m, during the penod from april to december,

1972. The results show the predominance of the Classe Insecta.

Cod. Ômega Uniu. Fed. Rurol PE., Recife. 3/1/2) :87-100. jon. /dez. 1979

COMENTÁRIOS

Neste trabalho apresento algumas informações a respeito da abundancia das populações do solo Araucarial, sua Penologra e sua distribuição. As informações conti- das nesse trabalno foram coletadas durante nove méses, de abril a dezembro, duas vezes por mês, em quadrados de 10 m. Coletei cerca de 1.298 indivíduos, distribuídos entre várias Classes pertencentes ao Filo Arthropoda. Os Acari, Hymenoptera e Col- lembola foram os elementos mais representativos. A Ordem Hymenoptera representada peia família Formicidae com as Subfamílias Myrmicinae e Poerinae. Na Ordem Coleop- tera, tivemos os seus indivíduos representados pelas Famílias Curculionidadae, Nitiduli- dae, Scarabaeidae e Staphylimdae A Ordem Blattaria foi representada pela Família Blattidae.

Quero ressaltar ainda a presença na Classe Insecta da Ordem Blattaria e na Classe Crustácea com a Ordem Isopoda com (0,2%) e (0,3%), que não foram represen- tados no gráfico 5, e, o não menuonamento de Fungos e Nematodos no presente trabalho.

ABASTRACT

Are presented some informations on the populations of the microfauna of the "araucarial" soil in the "Capao da Imbuía", Curitiva, state of Paraná. The collection were made bimonthly in squares of lOm, during the period from april to december,

1972. The results show the predominance of the Classe Insecta.

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1 - BORROR, Donald J

.

& DELONG, Dwight M. Introdução ao estudo dos insetos. Rio de Janeiro, USAID. 1969. p.633.

2 - DAJOZ, Roger. Ecologiageral. São Paulo, Ed. da Universidade de São Paulo, 1971. 472 p.

3 - DOMBROWSKI, Luiza Thereza Deconto & KUNlYOSHI,YoshikoSaito. A vege- tação do "Capão da Imbuia" - I. Araucariana. Botânica, Curitiba, 1 :1-18, set. 1967.

4 - FLECHTMANN, Carlos H. W. Ácmos de importdncia agricola. São Paulo, Bi- blioteca Rural, 1972. 150 p.

5 FREITAS, Orlando T. Biologia para a escola moderna. São Paulo, Instituto

Brasileiro de Edições Pedagógicas. S. d. p. 206-19.

6 - HERTEL, R. J. G. Aspectos interessantes da vegetação do Paraná. Curitiba, História do Paraná, 1969. v. 2, p.131-241.

7 - MANUAL de coleta e preparação de animais terrestres e de água doce. São Paulo, Departamento de Zoologia, Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. 1967. 223 p.

8 - MENEGOTTO. Milton. Ecologia. 4. ed. Porto Alegre, Ed. do Professor Gaúcho, S. d. 57 p.

9 - NOTAS preliminares sobre clima, solos e vegetação do Estado do Paraná. Arqui- vos de Biologia e Tecnologia, Curitiba. 3 (art. 12): 99-200. 1948.

10 - ODUM, Eugene P. Ecologia. São Paulo, Ed. da Universidade de São Paulo. 1969. 201 p.

11

-

STORER, Tracy & USINGER, Robert L. F i o Arthropoda. In:

-.

Zoologia geml São Paulo, Ed. Nacional, 1971. p. 450-536.

Cad. Ômega Univ. Fed. Rural PE.. Recife. 3 / 1 / 2 ) t87-100. jan. /dez. 1979

I

1U0

reffrEncia bibliográficas

1 BORROR, Donald J & DELONG, Dwignt M. Introdução ao estudo dos insetos. Rio de Janeiro. USAID. 1%9. p.633.

2 DAJOZ, Roger. Ecologia geral. São Paulo, Ed. da Universidade de São Paulo, 1971. 472 p.

3 DOMBROWSKI, Luiza Thereza Deconto & KUNÍYOSHI.YoshikoSaito. A vtge tação do "Capão da Imbuia" I. Araurariam. Botânica. Curitiba, 1:1-18, set 1967.

4 FLECHTMANN, Carlos H. W. Ãcaros de importância agrícola. São Paulo, Bi- blioteca Rural, 1972. 150 p.

5 FREITAS, Orlando T. Biologia para a escola moderna. São Paulo, Instituto Brasileiro de Edições Pedagógicas, s. d. p. 206-19.

6 HERTEL. R. J. G. Aspectos interessantes da vegetação do Paraná. Curitiba, História do Paraná, 1969. v. 2, p.l31-241.

7 MANUAL de coleta e preparação de animais terrestres e de água doce. São Paulo, Departamento de Zoologia, Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, 1967. 223 p.

8 MENEGOTTO. Milton. Ecologia. 4. ed. Porto Alegre, Ed. do Professor Gaúcho, s. d. 57 p.

9 NOTAS preliminares sobre clima, solos e vegetação do Estado do Paraná. Arqui- vos de Biologia c Tecnologia Curitiba, 3 (art. 12): 99-200, 1Q48.

10 - ODUM Eugene P. Ecologia São Paulo, Ed. da Universidade de São Paulo, 1969. 201 p.

11 - STORFR, Tracy &. USINGER, Robert L. Filo Arthropoda. In; -. Zoologia geral São Paulo, Ed. Nacional, 1971. p. 450-"iJó.

Referências

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