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A SEGURIDADE SOCIAL. Origem e Evolução da Seguridade Social no Brasil

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Academic year: 2021

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A SEGURIDADE SOCIAL

Origem e Evolução da Seguridade Social no Brasil

É de extrema relevância fazermos uma análise a cerca da evolução histórica da Seguridade Social no Brasil. Destarte, vou procurar ilustrar, de maneira bem sucinta, a sua gênese e desenvolvimento no Brasil.

Adotamos aqui o marco histórico da evolução do sistema previdenciário da Inglaterra em 1942, o Plano Beveridge deu origem à seguridade social moderna por meio da integração universal de todas as categorias de trabalhadores e, instituindo a cobrança compulsória de contribuições para financiar as três áreas da seguridade social: saúde, previdência social e assistência social.

Após o modelo de previdência social concebido por William Beveridge, novos sistemas surgiram no cenário mundial: o social-democrata, adotado nos países nórdicos, cujo objetivo era assegurar rendas a todos mediante redistribuição igualitária; e o liberal ou residual, cujo exemplo mais expressivo é o do Chile, caracterizado, especialmente, pela individualização dos riscos sociais.

No Brasil a preocupação com a proteção social do indivíduo nasceu com a necessidade de implantação de instituições de seguro social, de cunho mutualista e particular, podendo-se observar a criação das santas casas de misericórdia, montepios e sociedades beneficentes. As primeiras entidades a atuarem na seguridade social foram às santas casas de misericórdia, em 1553, que prestavam serviços no ramo da assistência social.

No ano de 1808 surgiu o montepio para a guarda pessoal de D. João VI. Os montepios são manifestações de Previdência Social que, mediante o pagamento de cotas garantia a seus membros o direito de deixar pensão por morte pagável a alguém de sua escolha. A assistência pública, no Brasil, foi prevista pela Constituição de 1824, cujo art. 179, § 31, garantia os socorros públicos.

Em 22 de junho de 1835 foi criada a primeira instituição privada, o Montepio Geral dos Servidores do Estado (Mongeral), espécie de associação de pessoas que contribuíam para a formação de um fundo para cobrir a ocorrência de determinados infortúnios. Através da Lei nº 3.397 de 24 de novembro de 1888 o Governo autoriza a criação de uma “Caixa de Socorro” para os trabalhadores de cada uma das estradas de ferro estatais e, a partir de então no ano de 1889, passou

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a ser criado um montepio para os funcionários dos Correios, fundo de pensão para os empregados das Oficinas da Imprensa Régia.

O Decreto Legislativo nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923 (Lei Eloy Chaves), como ficou conhecida, é entendida pela doutrina majoritária com o MARCO INICIAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL EM NOSSO PAÍS.

A Lei Eloy Chaves instituiu para as categorias dos ferroviários as CAIXAS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES (CAPs), contemplando-os com os benefícios de aposentadoria por invalidez, aposentadoria ordinária (aposentadoria por tempo de contribuição), a pensão por morte e a assistência médica. Essas CAPs eram individualizadas, o que vale dizer que, existia uma para cada empresa ferroviária, e eram organizadas mediante as contribuições dos trabalhadores das empresas e do Estado. Os beneficiários eram os empregados e diaristas que executavam serviços de caráter permanente nas empresas de estrada de ferro existentes no país.

ATENÇÃO: Embora a Lei Eloy Chaves seja considerada o marco inicial da Previdência Social no Brasil, não é verdade que ela tenha sido a primeira norma jurídica a tratar de assuntos previdenciários, antes dela já existia outras leis esparsas que tratavam de determinados temas relacionados à previdência.

A Lei Eloy Chaves é entendida como marco inicial da Previdência porque ela de fato estruturou o sistema previdenciário através da criação das CAPs, tornando assim, o sistema previdenciário organizado.

Desse modo, os benefícios da Lei Eloy Chaves foram estendidos aos empregados das empresas portuárias, de serviços telegráficos, de água, transporte aéreo, gás, mineração, entre outras, que posteriormente foram unificadas na Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários e Empregados em Serviços Públicos.

Em 1933, surgem os IAPs (Institutos de Aposentadorias e Pensões), decorrente da unificação das Caixas de Aposentadoria e Pensões - CAPs. Os IAPs são autarquias de nível nacional, centralizadas no governo federal, organizados em torno de categorias profissionais.

ATENÇÃO: As caixas de aposentadorias e pensões

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institutos de aposentadorias e pensões (IAPS) que eram organizados em torno categorias profissionais.

O primeiro instituto a ser criado foi o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM), através do Decreto nº 22.872, em 29/06/1933. Em seguida, surgiram vários outros como: Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC) em1934, Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB) em 1934,Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI) em 1936, Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários e Empregados em Serviços Públicos (IAPFESP)em 1953.

A organização dos IAPs em torno de categorias profissionais permite uma maior abrangência de modo que, dentro de um IAPs é possível um maior número de pessoas, pois incorpora todos os trabalhadores de uma mesma categoria, diferentemente das CAPs, que eram compostas apenas por trabalhadores da mesma empresa.

Em 1934 a nossa Carta Magna além de disciplinar a forma de custeio dos institutos, no caso tríplice (ente público, empregado e empregador), mencionava a competência do Poder Legislativo para instituir normas de aposentadoria e proteção social ao trabalhador e à gestante. Tratava também da aposentadoria compulsória dos funcionários públicos, bem como a sua aposentadoria por invalidez.

Os institutos de aposentadorias e pensões foram originados de diplomas legais diferentes, operando de forma distintas, o que deixava evidente a necessidade de uma uniformização da legislação aplicável à Previdência Social, bem como a sua unificação administrativa. Varias foram às tentativas no sentido de uniformizar e unificar a Previdência Social.

Em 1960, foi criado o Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Foi editada a Lei nº 3.807, de 26/08/1960, Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), cujo projeto tramitou desde 1947, sendo considerada uma das normas previdenciárias mais importantes da época. A citada lei possibilitou a uniformização da legislação previdenciária, e a inclusão de benefícios como o auxílio-reclusão, o auxílio-funeral e o auxílio-natalidade, assim abrangendo um maior número de segurados, a exemplo, os empregadores e os profissionais liberais.

Outra inovação importante ocorrida neste período foi à inclusão dos trabalhadores rurais, por meio da Lei nº 4.214/1963 que criou o Fundo de

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Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL). O FUNRURAL era o órgão responsável pela previdência do trabalhador rural, esse regime previdenciário não tinha caráter contributivo, entretanto o trabalhador rural tinha direito a determinados benefícios. Em 01/01/1967 passa a viger o Decreto-lei nº 72/66, que deu origem ao Instituto Nacional de Previdência Social – INPS. Este Decreto unificou os IAPs, organizados por categorias profissionais em uma única autarquia federal. Com isso, o governo centralizou a organização previdenciária em seu poder.

No que concerne ainda à evolução do sistema previdenciário, a Lei nº 6.439/77, cria o Sistema Nacional de Previdência Social (SINPAS), com o objetivo de reestruturar a Previdência Social, revendo as formas de concessão e manutenção de benefícios e serviços, e reorganizando a gestão administrativa, agregando diversas entidades relacionas à previdência social, à saúde, à assistência social. O SINPAS subordinava-se ao Ministério da Previdência Social – MPS, e apresentava a seguinte composição:

SINPAS

Em 1988 a Constituição Federal tratou, pela primeira vez no Brasil, da Seguridade Social, entendida esta como um conjunto de ações nas áreas de Saúde, Previdência e Assistência Social.

A Lei nº 8.029de 12/04/1990, criou o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS (fusão do INPS e IAPAS), vinculado ao então Ministério da Previdência e Assistência Social, tendo sido regulamentado pelo Decreto nº 99.350, de 27/06/90. Os demais órgãos que faziam parte da estrutura do SINPAS foram lentamente extintos, permanecendo apenas até os dias atuais (2012) a DATAPREV.

Em consequência da fusão do INPS e IAPAS, como estes tinham respectivamente a função de conceder e controlar a manutenção de benefícios e

Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) cuidava da concessão e manutenção das prestações pecuniárias;

Instituto Nacional de Assistência Médica de Previdência Social (INAMPS) tratava da assistência médica;

Fundação Legião Brasileira de Assistência (LBA) prestava assistência social à população carente;

Fundação do Bem-Estar do Menor (FUNABEM) promovia a execução da política do bem-estar social do menor;

Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (DATAPREV) era

responsável pelo processamento de dados da Previdência Social;

Instituto da Administração Financeira da Previdência Social (IAPAS) era

responsável pela arrecadação, fiscalização, cobrança das contribuições e outros recursos e administração financeira;

Central de Medicamentos (CEME) responsável pela distribuição medicamentosas pessoas carentes.

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arrecadar, fiscalizar e cobrar as contribuições previdenciárias passa então serem cumulativamente atribuições do INSS.

Ainda, seguindo essa parte histórica da seguridade social vamos falar um pouco do Ministério da Previdência Social, que quando da sua origem era chamado de Ministério do Trabalho e Previdência Social, criado em 1971, era o primeiro Ministério a tratar de questões previdenciárias e trabalhistas. Em 1974 foi criado o Ministério da Previdência e Assistência Social, desvinculando do Ministério do Trabalho. Observe que o Ministério da Previdência e Assistência Social é responsável em cuidar de duas áreas (Previdência e Assistência Social). No entanto com o advento da Lei nº 10.683/03, promoveu uma reorganização ministerial no Brasil, passando a surgir os Ministério da Previdência Social e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate á Fome. A partir deste período a Previdência Social passa a ter um Ministério próprio.

Atualmente o INSS não é responsável pela a arrecadação e fiscalização da Previdência Social. Pois, a Lei nº 11.098/05, criou a Secretaria da Receita Previdenciária vinculada ao Ministério da Previdência Social (MPS), retirando assim, a função de arrecadação e fiscalização das contribuições previdenciárias do INSS, e transferindo para o próprio MPS. No ano de 2007 foi editada a Lei nº 11.457, que transferiu a competência de arrecadar e fiscalizar as contribuições previdenciárias para a Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB), o mesmo diploma legal extinguiu a Secretaria da Receita Previdenciária. A SRFB é responsável pela arrecadação e fiscalização de todos os tributos federais, incluindo as contribuições sociais previdenciárias.

Aqui nós podemos dar por encerrado o breve histórico da previdência social, é comum constar no programa dos concursos a evolução e história da previdência social, o que não é o caso para quem vai fazer o concurso de AFT, todavia é importante termos conhecimento de como se deu a origem e estruturação da seguridade social no Brasil, para a continuidade dos nossos estudos.

Indicação para leitura: Seguridade Social: Das origens e conceito aos princípios que sustentam o Estado Democrático do Direito. Disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_ leitura&artigo_id=11417&revista_caderno=20

Referências

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