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EXCERPTOS. na Ivivrarie* ArenTijo. sobre. Preceòiòos òe uma noticia FR. MANOEL DA ESPERANÇA. o auctor e sua obra. Rua í\odrigo Silva, 7 POR

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(1).. FR.. MANOEL DA ESPERANÇA. EXCERPTOS Preceòiòos òe uma noticia sobre o auctor e sua obra POR. «. .... 1'Uisioire. cdlcsiaétique. a. été. avec sincsrité et élégance par Fra Esperança.* Ut Hist, de la (A. "Loisau traitée. —. l»»t.,. p.. 304).. DD. na. A*. VENDA. Ivivrarie* ArenTijo Rua. í\odrigo Silva, 7 UIO DE JANEIRO ISIS.

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(4) Digitized by the Internet Archive in. 2011 with funding from University of Toronto. http://www.archive.org/details/excerptosOOmanu.

(5) !. FR.. MANOEL DA. ESPERANÇA.

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(7) FR.. MANOEL DA ESPERANÇA. EXCERPTOS Preceòiòos òe uma noticia sobre o auctor e sua obra POR. SOLJDOÍJJO LKITE u. .... 1'Histoire. .(A. poit.,. ILoise&ti p.. —. a été âU&GANCE. eocle8ias tique. ave. SINCERITÉ par Fra Esperança.* traitée. Hist,. et de. 304).. DD ~Z. A'. VENDA. na Livraria Araújo Rua Rodrigo. Silva, 7. RIO DE JANEIRO 1918. hi. lit.

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(9) 7KO Tem-se escriptores e. dito. HEITOR que a lingua usada pelos. XVI. portuguezes dos séculos. XVII não nos convém actualmente;. que, pelo. devemos. contrario,. e. evitar os. muitos vicios que a ateiam.. Não vemos como que os últimos e o I. o. trcs quartéis. do século XVI. do seguinte constituem a idade de. ouro da lingua portugueza; que,. em duvida. pôr-se. fixando-se. a. época. definitivamente,. cm. attingiu. ao extremo gráo de perfeição. 'Os. que iprocuiiam /diminuir. dos escriptores quinhentistas tas,. argumentam com. e. o. valor. seiscentis-. os vicios a que estes. últimos pagaram tributo; sem ver que o.

(10) _4— máo. gosto,. então reinante, não era. um. achaque localisado na península ibérica; sinão que, manifestando-se quasi ao. (*). mesmo tempo na. Inglaterra e na Itália,. esse. mal, de que resultou grande bene-. ficio. para a linguagem (ver Class. esquec,. pag. 157), propagou-se por toda a Europa.. Marini, visitando Pariz no reinado de. Luiz XIII, exerceu. com. cia. prodigiosa influen-. os seus jogos de palavras,. phrases. adornadas,. Em. ções.. alli. agudezas. e. peri-. affecta-. toda a parte lhe rendiam home-. nagens, ainda os. homens de mais subido. valor.. O. conceitismo na Itália; o euphuismo. na Inglaterra; o cultismo na Hespanha; o estylo. amaneirado na Allemanha;. precioso na França,. do. mesmo (*). como. o. o. eram manifestações,. vicio.. Esta procrastinação do seiscentismo aqui, gongorismo que lhe era consubstancial, e é. acaso congénito á gente ibérica". da LU.,. e. p. 4.. —. Veríssimo, Hist..

(11) Já. cm Roma. ctação, dido. segundo. Lusitano. :. tinha imperado a affe-. assim. o. "Entrou. attesta. a. Cân-. reynar. o. gosto declamatório da idade de prata, que. he o mesmo, que entrou a reynar a ctação, a escuridade, e a. affe-. ambição de. tentar engenho. Destas fontes. os-. (como era. natural) nasceo o uzo demasiado de con-. hyperboles desmarcados, e. ceitos, os. fre-. quentes, as metáforas pueris, e atrevidas, e outras. semelhantes pestes, como são as. antitheses. verbaes,. equivocos,. ctc.. as. paranomasias, os. Os dous Senecas. foram huns dos. autores mais. e. Marcial. famosos. desta corrupção, a qual depois se derra-. mou. tanto pela Europa, que todas as na-. çoens delia se virão infestadas por largo. tempo. Os seus engenhos mais insignes entrarão a gostar deste estylo declamatório, e. de dizer muitas agudezas, reputando por. cousa insípida aquella maneira de. fallar,. que não usava de muitas sentenças, de.

(12) — — r». pensamentos artificiosamente concisos, de translações estrondosas, e ainda de pala-. que não brincassem humas com ou-. vras, tras.". Houve, porém, excepções. em. parte; como, entre outras, Redi,. António de. Solis,. na. na Hespanha;. na Inglaterra; Racan. toda a Itália;. Brown,. em França;. em. e,. Portugal, Fr. Luiz de Souza, Fr. Belchior. de Sant'Anna, Fr. António Freire, Fr. Ma-. noel do Sepulchro, Padres Manoel Bernandes, Luiz Brandão, Luiz Alvares, ciencia,. Con-. c. além de muitos outros; salientan-. do-se entre todos o insigne Fr.. Esperança,. da. auctor. Manoel da. Historia. Sera-. phica.. Acham a sua obra ticos. já. alguns incomprehensivel que. não lograsse os gabos dos. mais competentes;. houve quem. por. isso. c,. a. cri:. o que mais. é,. condemnasse,. desconhecendo-a.. Verdadeiramente. é. para notar o esque-.

(13) cimento. em que. ficou esse precioso the-. souro de bôa elocução denominado His-. porém, aconteceu. toria Seraphica. Isso,. a. muitas obras de elevado merecimento.. um. Swedenborg,. super-homens. dos. estudados por Emerson, "imprimiu seus. li-. vros scientificos nos dez annos que vão de. 1734 a 1744;. desde então. e. elles. ficaram. desprezados"; até que, depois de decorrido. um. século,. dos. e. Wilkinson. os tornou conheci-. estimados.. Deu-se o. Shakespeare. mesmo com e. Herrick, Keats,. innumeros outros, inclusive. Dante, cuja obra, segundo Hauvette, ficou. muito tempo incomprebendida.. Desapegados do mundo, voltados para as cousas do céo, os escriptores verdadei-. ramente religiosos não. com. o applauso dos. somente ao gosto. ram. se. preoccupavam. homens. Consultando. artistico,. não. se deixa-. influenciar pelos vicios da época.. Foram. elles. na verdade os grandes. ar-.

(14) —8— tistas. da palavra. Confiada aos seus cuida-. dos durante longos annos a educação dá. mocidade, era natural. que. procurassem. attrahir para a sua corporação os aluirmos. que lhe pudessem dar brilho. Escolhiam, depois, os escriptores ou chronistas, que,. sobre serem profundamente versados nas literaturas grega e latina,. lidades. proporcionadas. riquíssimas, e por. uma. tinham as. faci-. por bibliothecas vida calma. e. des-. preoceupada.. Demais. disso,. a. brandura. cholk que aos poetas infundiam. melan-. e. em. Por-. tugal os encantos da natureza, e a saudade. dos que o espirito aventureiro levava. a. longinquas paragens, reflectiram-sc natu-. ralmente nos prosadores mysticos. contemplativa. em muito. A. vida. favoreceu ao gé-. nio melancholico e ao talento descriptivo,. innato. nos. portuguezes,. segundo Ville-. MA1N. Eis. como puderam. os religiosos levar.

(15) —9— ao mais subido gráo de perfeição a cil. diffi-. arte de escrever.. Os assumptos mysticos, de que ordinariamente se occupavam, é a causa principal do abandono. em que. se. tem sepultado. a maior parte de suas obras.. A. verdade, porém, é que a sua leitura. nos abre os thesouros da riqueza da nossa lingua, e nos mostra os segredos da "mysteriosa lei da bella phrase".. Como bem. disse Voltaire, nos seus conselhos a Hel-. vetius,. "on peut toujours. être neuf. par. la. et la correction. du. style"; e a nossa lingua, riquíssima de. mo-. nouveauté des tours. dalidades. syntaticas,. sem prejuizo da natu-. graciosos torneios, ralidade.. colha. com. O. ponto. dos seus. presta-se aos mais. é. haver bòa. mão na. es-. recursos, e aproveital-os. gosto.. Xinguem. o fez. melhor do que Fr. Ma-. noel da Esperança. Trata somente de giosos, e dos conventos. reli-. onde viviam; mas.

(16) — nunca. 10. —. se repete. Noticias. em. tudo seme-. lhantes, sinão iguaes, elle acha. sempre. referir. de. modo. meios de. differente.. A. graça que a tudo communica, e o relevo. que sabe dar ás cousas, ainda ás de. menos importância, conciliam em maneira. o. seguindo. agrado do. com prazer. leitor,. que. so-. tanta. este. vae. a narração, chegan-. do muitas vezes a reler gostosamente paginas e capitulos inteiros.. E. nas bellezas. que andou espalhando a sua penna, o que se nota. não são os resplandores do enge-. nho, sinão somente os encantos da simpli-. cidade e os attrativos de. uma. enternece-. dora brandura.. O cuidado forma. ,elle. posto pelo nosso auctor ha. o teve, ainda maior,. em. reunir. os materiaes necessários á construcção de. sua obra. Cavando "até o centro da. mesma. antiguidade", revolveu todos os cartórios.

(17) — lide sua Província. e. da de Santo António,. além de muitíssimos de outras; os das de Coimbra, Guarda,. Lamego. e. sés. Collegiada. de Guimarães; os de vários Mosteiros de. Igrejas. particulares;. os. e. da. archivos. Torre do Tombo, das Camarás de Lisboa e. do Porto;. e. ainda, muitas livrarias e ou-. tras fontes de informações.. Recolhido com esse cabedal de muitos annos, deu principio á composição da Historia Seraphica; e já havia. primeira parte. em. 1656,. concluído. a. quando a obedien-. o fez suspender a continuação do trabalho. para entregar-se ao governo da Provincia, ao qual teve de consagrar toda a sua. vidade durante cerca de tempo, diz. elle,. nenhum. seis annos.. acti-. "Nesse. ficava para tratar. de compor essa Historia; todos os cuidados. eram estudar. a. grande Arte das Artes, que. toca ao governo, na qual trabalhosamente. bastam muitos annos de Aprendiz para chegar a ser Mestre.. Quando depois me.

(18) — achei restituído a. vam. já. 12. —. minha. quietação, esta-. apagadas as memorias antigas, en-. fraquecidas as forças. e. opprimidas de novo. com. desvios importunos á outras occupa-. ções,. que também faziam maior o impedi-. dimento. Foi necessário limar o que havia escripto, e forjar. com muito suor do. rosto. o que ainda estava por escrever, e aju-. dando-me somente do trabalho que. com. em. tudo se presa de vencedor, acabei. esta. parece. excessivo,. segunda parte, a qual. com. a primeira; e se. conhecer melhoria,. em. tudo. alguém lhe. defenda o seu juizo,. porque não vim ao mundo para julgar minhas obras, mas para ser julgado nellas.". Parece que o trabalho de Esperança. causou grande inveja, creando-lhe inimigos entre os mais poderosos. membros da. sua Província.. Xa Memoria. por Fr.. escripta. nando da Soledade,. este. continuador. Fer-. da.

(19) —. —. 13. Historia Saraphica, dizendo. que o nosso. auctor foi pela segunda vez eleito Ministro Provincial. em. (portanto depois de. 1657. sahir a primeira parte da Historia, "cuja. fama. antes de ella nascer, espertara mui-. verem estampada)",. tos desejos de a. forma o seguinte. :. ". .. .. porém como. .. fortuna, applicou de fez annullar já. modo. em Roma. passado quasi anno. emu-. a. com. lação se desgostou grandemente. in-. a sua. as forças. que. o Capitulo, tendo e. meio".... E' possível que essa emulação concorresse para o esquecimento da obra de Es-. perança.. No meu. trabalho. —. Clássicos Esque-. cidos, escrevi:. "Nos excerptos que a. mesma. fiz,. encontramos. encantadora suavidade que poz. nas suas melhores composições do. género. (como. de Bemfica. Convento. a dc-scripção do. e a noticia. da vida. mesmo. e. morte do.

(20) —U— Padre Frei Fernando Cadaval) o primoroso auctor da Historia de São Domingos e. da Vida do Arcebispo.. São escriptores que se parecem muito.. Ambos desenham com. as graças da natureza. uma. os primores de. canta; e. exprimem. em ambos. vidade, discreto. que nos. os affectos. extrema suavidade ções;. arte. en-. com uma. que penetra os cora-. o estylo "é claro. sem. com. bre-. affectação, copioso. sem redundância". Ha, porém, •. desenhos. uma. differença: nos seus. em. e descripções;. tudo, emfim,. que lhe sae da penna, mostra Esperança imaginação riquissima,. e. põe sempre. guma cousa que nos convida. al-. á meditação,. inclinando-nos á vida contemplativa. E' a particularidade deste genial escriptor, que já. na infância dava mostras da sua propen-. ção para as cousas de Deus, o seu biographo Fr.. acrescentando que. como. attesta. Fernando da Soledade;. em. seus actos se viram.

(21) —. 15. sempre os fervores de. em. — um. abrazado zelo;. suas doutrinas flammantes as luzes da. em. caridade;. composição. seu aspecto auctorizada a. religiosa.. Não me propondo aqui tirar. do esquecimento,. dido,. um. a. mais do que. em que. jaz escon-. dos melhores mestres da lingua,. devo limitar-se, por não avultal-os. em. de-. masia, aos excerptos que apresentei; posto. que muito. me. custe conter o desejo de of-. ferecer aos leitores outros muitos, de en-. cantadora belleza, que tão excellente modelo clássico. em. todas as suas composições. nos depara.. A. sua obra, revelando, como a de Ber-. nardes, "sentir profundo, imaginar vivido e. copioso",. penna. mostra. a lingua. tudo, é ''sincera. que também na sua. portugueza, dobrando-se a. sem. ser rasteira, castigada. sem ostentação de austeridade, opulenta magestosa sem alarde de riqueza".. e.

(22) —. numero dos. excer-. inteiro os capitulos. donde. Augmento agora ptos, e. dou por. —. 16 o. extrahira os que offereci naquelle trabalho.. O. leitor verá que,. em. singeleza e bran-. dura,. nenhum. a Fr.. Manoel da Esperança; em cuja. guagem e. —. escriptor portuguez excedeu. continuo estillar de suavidade. affectuosa ternura. lestial. lin-. — ha sempre uma ce-. uncçâo que infunde bondade. e es-. quecimento do mundo.. Solidonio Leite..

(23) Memoria do insigne Padre Esperança,. Ministro. Fr.. Manoel da. Provincial. e. Chronista desta Província.. Em no. todas as trcs Ordens Seraphicas,. districto delia se. viram neste anno de. 1670, a. que agora chegamos, incentivos de. magua. e de. saudade pela. que a ennobreciam,. e. falta de sujeitos. illustravam. bons exemplos da vida,. e. com. os. não menos com. a auetoridade de suas pessoas adquirida. com. relevantes prendas.. O. primeiro foi o. Padre Fr. Manoel da Esperança, que por muitos. titulos a. honrou, assim no estado. de súbdito, como no de Prelado; assim na. esphera das letras,. como na das. virtudes;.

(24) — sendo. em ambas. —. IS. eminente, e. boas partes insigne. Nasceu. em. todas as. em. a cidade. do Porto, de pães nobres, posto que nas possessões de mediana fortuna, e se cha-. mavam Domingos ra,. Esteves. e. Verónica Viei-. dignos de nossa lembrança pela gloria. que nos motivaram com tão decoroso fructo.. Já nos annos. dava indicios idade,. da infância. e puerícia. progressos da maior. dos. na prudência, notável modéstia, boa. inclinação aos livros, e principalmente ás. cousas de Deus,. em. cujo temor o educaram. seus pães; dispondo-o,. com. a graça divina,. para ser exemplar de religiosos perfeitos, e. varões preclaros. Recebeu o habito desta. Provinda em tempo. que. nella. se. pra-. ticava aquelle rigor notável, que os mais. antigos nos referiam. sombros;. um. e. esta. génio dócil e. santa. em. clausulas de ascriação, unida. bem morigerado,. os effeitos que todos jeito illustre;. com. admiravam. a. fizeram. neste su-. cujas operações se viram.

(25) —. —. 19. um. sempre os fervores de. em. abrazado. zelo,. cujas doutrinas flamantes as luzes da. caridade,. em. cujo aspecto auctorizada a. composição religiosa; sempre deligenciando a honra desta sua Provinda, sempre solicitando o. bem. dos filhos delia,. e. sem-. pre desvelado pela perfeição monástica, extirpação dos abusos, e propagação dos. empenhos foram. santos costumes. Estes. em. todo o discurso da sua vida os incen-. tivos dos seus cuidados,. que para serem. mais meritórios lhe occasionaram alguns dissabores; porém,. como tinham. a emula-. ção por motivo, foram disposições, como suecede, de mais plausíveis triumphos.. Em. o curso literário, assim no estado. de discípulo, como no de mestre, os conseguiu numerosos,. Um. todos os seus actos.. na. teve de conclusões. Geral de Segóvia, lhe. em em. deu grande fama. Eram. tão. bem. vistas. o. Congregação. anno de. em. 1621,. a nossa. que. Ordem.. na Universidade de.

(26) — Coimbra. —. 20. as postillas. que. ellc. dictava da. cadeira que o famoso D. André de Almada,. assombro da erudição nesse tempo,. tumava. Que só. todas:. singularizando-as. dizer,. cos-. entre. as postillas do Padre Fr.. Manoel da Esperança não tinham letra SUPÉRFLUA,. NEM. DIMINUTA. Concluída a OC". cupação da leitura a coroou com a Guardiania do Collegio de. mesma. S.. Boaventura, da. cidade, aonde se fez mais celebre. o seu talento, por razão de diversas consultas Theologicas,. tão sólidos. a. que respondia com. fundamentos que não lhe. tou o titulo que. mereceu de oráculo nas. Theologias Escholastica aqui. menos. e. Moral.. Não. foi. plausível o seu parecer no to-. Cadeiras da. cante aos provimentos das dita. fal-. Universidade, por se acharem nelle. desunidas duas potencias, que poucas vezes. andam separadas:. a vontade;. porque julgava o. entendia, livre. i. o entendimento e. totalmente. mesmo que. das cegueiras.

(27) —. —. 21. que acompanham a inclinação,. cem. o discurso,. merecimentos. quando. se. e. escure-. vê arbitro dos. alheios. Deste lugar foi pro-. movido ao de Definidor, no anno de c S.. no dé. 36,. 1(533,. ao de Guardião do convento de. Francisco do Porto, aonde o seu grande. zelo resplandeceu. com. brilhantes e clarís-. simos raios na reformação. em que sempre. conservou a sua Communidadc. Terceira vez o elegeram. em. Guardião, mandando-o. governar o convento. Santarém;. de. aqui pôde mais a obediência. do. e já. que. o. gosto próprio. Deste officio passou ao de. Secretario do Commissario Geral Fr. Martinho do Rosário, ou de Lencastre, que nas. suas tribulações se achava necessitado de. semelhante companhia. Provinciaes. nistros. acabado o seu. como. E porque. deste. tempo,. os Mi-. Reino tinham. sem. se. fazerem,. era razão, os Capitulos por causa de. notáveis. deram,. controvérsias,. foi o. Padre. Fr.. que então suece-. Manoel da Esperan-.

(28) ça nomeado,. pelo. mesmo Commissario. Geral,. em. víncia,. no anno de 1649.. Vigário Provincial desta Pro-. pois Capitulo, foi eleito. E. fazendo-se de-. em. Ministro Pro-. vincial.. Não chegou. um. a. anno o tempo. em. que existiu neste cargo, porquanto o Sum-. mo. Pontifice,. vendo que o Commissario. Geral procedera a Capitulo depois de passar o termo que o fazia devoluto á Sé Apostólica,. nullos, assim. deu por. todos os mais que se celebraram tugal,. mandando nomeados. lados.. No anno. eleito. em. como. este,. em. outros. PorPre-. de 1657, foi segunda vez. Ministro Provincial, por morte. do virtuoso Padre Fr. Diogo do Salvador;. porém, como. a. emulação. se. desgostou. grandemente com a sua fortuna, applicou de. modo. Roma anno. as forças. que fez annullar. em. o Capitulo, tendo já passado quasi e. meio.. gnio, antes. Não. logrou, comtudo, o desi-. deu matéria para mais. se au-.

(29) gmentar. a força. da. própria. magua,. fa-. zendo-se mais prolongada a sua Prelasia.. No ponto que soube. a resolução Apostó-. absolveu do officio;. lica, se. mas. os Defini-. dores, que lhe acceitaram a renuncia do. lugar de Ministro, não consentiram que. fi-. zesse deixação do governo, e o conserva-. ram. Vigário Provincial,. nelle, instituindo-o. em que. perseverou até 26 de Abril de 1659,. no qual dia. Papa Alexandre Prelado. Todo. em. foi reeleito. VII.. Não. três annos, e o foi. este. tempo. Provincial pelo o. queriam ver. mais de cinco.. lhe era necessário para. metter no são alguns. membros do corpo. desta Provinda, que se. iam corrompendo. com. motivo chorava o. os abusos.. religioso. Por. esse. Padre muitas lagrimas,. a sua dor. e era tal. que chegou a escrever na segun-. da parte desta Historia as seguintes pala-. uma parte me acho envergonhaver em mim o que sou. e como es-. vras: Por. do de. tamos longe da santa felicidade daquelles.

(30) —. —. 24. devotos Padres (antigos),. e. por outra. me. provoca a chorar a differença dos tempos. que sempre vão para peor.. conformar. Desejando. com. presentes. os. os passados, trabalhou muito, e. menos em. o. modo. não. de obrar, para que não. parecesse vingança o que era somente zelo. do. bem da. Religião. Brilhava muito a luz. da sua prudência na extirpação dos defeitos. porque. evitava. com. os. reprehendia, e. discreta dessimulação.. rizavam-se os Prelados locaes>. também Atemo-. com. a sua. presença, porque era exacto nos pontos da fraternal caridade, e nos da observância. domestica. e exterior.. O. seu raro exemplo. queria ser imitado; a sua composição, seguida; a sua pontualidade, independência e. grande humildade desejavam correspon-. dência nos. mesmos de quem. e nestes pontos. era espelhos,. trabalhavam com excesso. a sua industria e cuidado.. das Freiras os applicou. com. Nos Mosteiros forte insisten-.

(31) 9R e. cia,. effeito. conseguiu. em muitos. o. apetecido. da sua reformação. Sendo para esta. necessária alguma obra, a que as Abba-. dessas não se atreviam, temendo as despezas,. man-. á custa da Província, a. elle,. dava fazer;. e,. deste. modo,. cortados. os. passos da escusa, estabelecia a reforma.. Perpetuou seu nome. vários edifí-. que erigiu nos Conventos desta Pro-. cios. víncia.. tou. em. No. com. de. S.. Francisco do Porto plan-. excellente architectura o seu es-. paçoso adro que ainda hoje se conserva, posto que de uns annos a esta parte,. um rícia. grande defeito ordenado pela impede. quem. lhe desfez a escada que cin-. gia o. âmbito do antigo cruzeiro,. este,. dando-lhe. rente lugar. por substituto. uma Cruz. Via Sacra. Aquelle. uma. com. e destruiu. em. diffe-. semelhante ás da. estava. fundado. em. área de bastante espaço, levantada da. parte da rua quasi três covados, sobre a. qual subia. uma baze que. teria seis. palmos.

(32) —. —. 26. em cada uma das quatro faces, de que nascia uma alta columna sustentando souma. bre o capitel. Imagem de. Cruz,. em. que* se via a. Christo Crucificado, fazendo. frente á rua Nova.. Na. sobredita baze desta. parte estavam esculpidos elegantes versos Latinos, dos quaes. bram. ainda hoje nos lem-. alguns, cuja tenção solicitava adora-. ções ao Santo Crucifixo. Sendo Provincial, fez a Igreja de S. Francisco de. Thomar;. porque ainda que achou principiada, man-. dou satisfazer a quem. quanto até. tempo havia custado. E' obra sum-. esse. ptuosa, tal. se devia. mas de. tal. modo. sorte agigantada. magnifica, e de. que não transcende. os limites e possibilidades do Seraphico Instituto.. Fez o claustro do Oratório de Te-. lheiras, e alguns edifícios nos. Coimbrã por. do Cartaxo. Quando discorria nas. elles. mente os plos.. e. visitas,. edifícios vivos. Uma. Conventos de. túnica de. reparava. com. panno. grande-. os seus exemgrosseiro,. que.

(33) — com. 27. —. caminho dava bastantes. os suores do. moléstias a seus cansados annos, apparecia. nos claustros a enxugar,. e. mudamente. com que. estava dizendo qual era o rigor vivia. quem vinha examinar nas. ticava. o que se pra-. Communidades.. parco no sustento,. Era. muito. causa de. e essa seria a. chegar a tão larga idade, não obstantes as fadigas dos estudos e dos governos, que lhe levaram a maior parte da vida. Os se-. gundos. em. lh'a. faziam muito penosa, porque. todos entrava. com. violência,. como. testificou nas clausulas seguintes: vi. elle. Quando. posto fim aos rançados cuidados de. Ministro da Provinda, sensivelmente. achei desafogado de. uma nuvem. me. caliginosa. de estar. me acompanhava cm razão com violência fora do meu centro.. Era. este a applicação dos livros, e já. e triste, a qual. neste. tempo. a. phica, a qual. empreza da Historia Sera(lastimando-se. do. grande. descuido que tinha havido nesta Provin-.

(34) — cia). —. 28. tomara por sua conta depois de. bilado.. Não. o. moveu, segundo. ju-. diz:. elle. Respeito algum de louvor humano, ou teresse. mais que o de. um. in-. zelo puro da. Gloria de Deus, e honra desta Provinda.. E. tendo já vistos muitos livros e memorias. conducentes pelo. este. a. empenho,. discorreu. Reyno de Portugual, no anno de. 1642.. colhendo-as dos Archivos dos nossos Conventos, e. também de. outros de differentes. Provindas da mesma Ordem.. Com. esta. deligencia deu principio á obra, e ao Prelo a. primeira Parte delia, no anno de 1656.. Neste começaram as maiores digressões do seu governo; e havendo-o concluido. em. 15. de Julho de 1662, se applicou á segunda Parte,. que sahiu á luz no anno de 1666,. Já neste tempo se achava muito debilitado,. de forças, recia. com. as. mãos. por estes signaes. tremulas, e lhe pa-. que estava. pinquo o termo da sua vida, ou como diz:. Por. um. fio. proelle. roçado de muitos annos..

(35) —. 29. Passava já de oitenta. impossibilidade,. foi. — E não. obstante esta. na. trabalhando. ter-. ceira Parte, de que deixou escriptos quasi treze cadernos,. que nos entregou o Padre. Definidor Fr. Francisco das Chagas, que ainda hoje existe. no convento de Nossa. Senhora da Conceição de Mattozinhos. De todas as suas noticias nos aproveitámos,. aonde cahiam segundo a Chronologia que seguimos. Depois nos. dre Provincial,. communicou. Fr. Vicente. o Pa-. das Chagas,. outras de Archivos e procedimentos de. al-. guns servos de Deus, com muitas relações antigas: tras. umas que. já. tinham servido,. que nos foram de grande. e ou-. utilidade. para separar o falso do verdadeiro,. e. todas. haviam sido agenciadas pelo nosso famoso Padre. Damos-lhe este titulo porque poucos escriptores de Historia poderão competir :orn elle na lizura e verdade. Mas,. por. isso. primeira. mesmo, declarou no Prologo da Parte. que a sua verdade tinha.

(36) — muito de confiada; centar. —. 30 e. bem pudera. sem presumpção, que outro erudição,. saborosa, pela. accres-. tanto de. clareza e gravi-. dade com que escreveu.. Quem. lograva esta prenda, nella mos-. trava ser amigo de Deus, que é a. verdade.. Amava. mesma. bom. Senhor como. a este. Libo, e imitador de nosso Patriarcha Seraphico, e por isso se esmerava muito agradal-o,. com. a sua. ajustando as próprias serviço.. lei e. obras. Era particular de-. voto da Virgem Maria, a. com. em. quem venerava. affectuosos desvelos, os quaes lhe re-. munerou ainda nhora,. nesta vida a. livrando-o de. elle referiu. um. naufrágio. na primeira Parte.. cordialmente affeiçoado a. mesma. S.. Também. Se-. que era. João de Ga-. pistrano; e tomando-o por seu protector o. achava propicio, como confessa na Dedicatória. do. mesmo Tomo,. zia obrigado o. dizendo que o. tra-. pezo dos seus beneficias.. A. Santa Izahel, Rainha de Portugal, reconhe-.

(37) —. .31. —. ceu por advogada. sua na offerta. gunda. como. cha. Parte, assim. um bom. modéstia deu. se-. a nosso Patriar-. ao dito Santo na da Primeira.. e. da. Da. sua. testemunho o Pa-. dre Fr. Manoel do Sepulchro, propondo o seguinte na censura do Livro mencionado:. Me. valeu o haver sido discípulo desle Mes-. tre. para. ter. aprendido modéstia; o qual. testemunho deixou corroborado. em uma. lembrança, que se acha escripta entre outras suas. que temos. em. nossa mão,. lançaremos aqui do próprio existe: li.. qual. modo que. Foi de tão grande modéstia o M.. Padre Mestre. Fr.. Manoel da Esperança. que ficando-lhe. uma irmã. mãe do Padre. Fr.. cisco,. a. viuva, a qual foi. Manoel de São Fran-. Pregador na mesma Provinda, a. colheu. segundo. Freira Conversa. as possibilidades. em. o Mosteiro. re-. delia,. da Madre. de Deus, de Monchique, da Cidade do Porto; e. da. sendo depois Guardião do Convento. mesma. cidade, e governando a Provin-.

(38) cia tantas vezes. importunado pelas. reli-. giosas do próprio Mosteiro, e pelos religiosos seus amigos, e ainda pelo padre Fr.. João de. S.. Bernardino, sendo Provincial,. nunca quiz consentir que a. dita sua. irmã. passasse ao estado de Freira de véu preto,. mas que. ficasse. no seu primeiro estado.. Andava unida observância a. e. amor da pobreza. quem venerava. superfluidades. a esta grande modéstia,. tanto. como aborrecia. e ostentações.. algum conventinho humilde muito. em. religiosa,. as. Entrando em se. alegrava. Deus, lembrando-se do abrazado. espirito dos nossos antigos Padres,. que não. queriam casas neste mundo senão como colhimentos de peregrinos,. em que de. sagem descansassem, levando. o. re-. pas-. fido na. pretenção da Pátria Celeste. Tratando do limitado Oratório de te. S.. Francisco do Mon-. de Vianna, que havia sido desta Pro-. vinda, antes que dellc nascesse a de Santo António, escreve que, vendo-se na sua abre-.

(39) viada Igreja, notavelmente se recreara sua as suas attenções na-. alma apascentando. quella pouquidade, ou delicia do espirito. do nosso Patriarcha Seraphico,. e. aocres-. centa o seguinte: Agora que estou vendo. em. trocar-se tudo. outras casas maiores e. sumptuosas, parece que de puro sentimento. me. estala o coração.. Nada. tinha de en-. carecido, porque o seu gosto era que res-. plandecesse muito a humildade. em. e. pobreza. todas as cousas do nosso estado; e por. isso a Igreja. de. não havia de. ter a. S.. Francisco de. grandeza que logra,. elegância que ostenta (posto que. mazia). Thómar. se o seu zelo lhe. dera. sem. e. de-. principio;. mas, como as paredes delia já iam subindo,. não teve mais remédio que accomodar-se. com. a planta.. Esta virtude. e. todas as sobreditas fa-. ziam grandemente estimadas tras, e. as suas. le-. era o motivo de ser repetidas vezes. consultado. em. matérias de consciência. Os.

(40) —. 34. —. bons Letrados que não são bons Ghristãos serão pretendidos para urdir trapaças,. e. tecer enredos contra toda a justiça e cari-. mas para. dade;. o aproveitamento da. só se busca sciencia que ande. com. temor de Deus;. o. mos. germanada. e tal era a. doutíssimo Padre.. deste. Deu. alma. erudição. elegantissi-. pareceres, e fez vários arrazoados. em. differentes pontos, nos quaes se vê a sua. prudência cias.. respirando. virtuosas. fragrân-. Para utilidade desta Província não fez. poucos;. e. quando. ella. pretendia que a Uni-. versidade de Coimbra jurasse o Mysterio. da Conceição da Mãe de Deus, a este Padre pediu que respondesse ás réplicas do Reitor e. do Claustro da. mesma. Universidade,. cujas razões deixámos compendiadas. seu lugar. Emfim,. nas. em. approvações dos. seus livros se pôde ver o que diziam deste sujeito os Mestres insignes das outras religiões;. os quaes, reduzindo a breves pe-. ríodos os applausos que merecia, coroavam.

(41) — a sua. fama com. 35. —. a gloria de. immortal na. lembrança dos viventes: Ta nec mortuus morieris. Falleceu no Convento. Francisco de Lisboa. em uma. São. de. quarta-feira,. 26 de Novembro, das oito para as nove da noite, neste. anno de. 1670,. com. aquella vir-. tuosa disposição que vaticinavam os exemplares costumes da sua vida.. guinte foi sepultado. No. dia se-. com grande acompa-. nhamento, assim dos religiosos de todas as Ordens,. como dos Cavalheiros. da Corte, no cemitério. com. monumento,. co o Doutor. João. commum, em. licença. mandou pôr uma pedra. de. mármore bran-. Carneiro de Moraes,. phio, o qual aonde diz 25 de e. cujo. dos Prelados,. Chanceller-mór do Reino; com. de emendar,. principaes. um. Março. epitase. ha. escrever 26 de Novembro,. é o seguinte:. Ad fratri. modum reverendo emmanueli. patri. ab spe, hujus.

(42) —. 36. —. PROVINCIAE PORTUGALIAE, RELIGIONE,. &. LITERIS,. VIRTUTE, DECORI MÁXIMO,. MINISTROQUE PROVINCIALI, AC CHRO". NOGRAPHO HISTORIA SERAPHICA DA ORDEM. NOLÓGICA. CISCO GRAPHO. MEMORIAM SED AD. DE. S.. DIGNÍSSIMO,. LIBERIS. CRO-. FRAN-. NON AD. IMMORTALEM,. ETERNUM AMICITIAE MONU-. MENTUM, HUNC LAPIDEM A. SE HU". MILEM, AB OSSIBUS ILLUSTREM, DO" CTOR JOANNES CARNEIRO DE MORAES. MAXIMUS REGNI suit.. CANCELLARIUS PO-. Obijt DIE 25 MARTIJ ANNO do-. MINT 1670.. (Fr.. Manoel do Sepulchro).

(43) EXCERPTOS. —-f.

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(45) DO ADMIRÁVEL AUGMENTO DA MONARCHIA. FRANCISCANA PELO MUNDO. commumente. Escrevem que. esta. sagrada. de conventos. os. Ordem encheu. auctores o. mundo. pregadores evangélicos;. e. e. falam com fundamento, porque não ha parte no descoberto da terra onde não fos-. sem. vistos. Francisco.. e. ouvidos os frades de São. De maravilha. lugar, se é capaz ella o. achará. se. convento, no qual. de. não tenha. Nos desertos. ásperos, que a. mesma. um. solitários e. natureza consignou. para morada das feras, ahi vivem frades servindo a Deus. em. muitos. e. reinos. nossos peccados religião. catholica,. alta. contemplação.. senhorios, está. hoje. nelles. donde. Em por. desterrada. a. tem a Francis-.

(46) — cana conventos toleradas pelos. 38. —. províncias inteiras, ou. e. mesmos. infiéis,. ou conser-. vadas a seu pezar por beneficio de Deus.. Podemos dar por testemunhas. as. popu-. losas cidades de Jerusalém, Constantinopla c. outras do. Othomano império: Albânia,. Egypto, Argentina lhantes,. onde á. e. muitas terras seme-. vista. dos. inimigos de. Christo sustentamos os conventos. Pude-. ram testemunhar. os reinos governados por. herejes, se a sua violência. a bocca;. mas por. ilha de Ibernia,. todos falará a catholica. que quando nestes tempos. procurou lançar de sujeição. que. anglicana,. mais. pente. de. encobertos. não lhes tapara. si. o jugo pezado da. desembuçou. áquella. chris-. tandade, que por alto juizo de Deus. nou a. ficar opprimida,. como. que a. pezada,. mesma grandeza. tor-. dantes. Cres-. ceu, finalmente, tanto esta grande chia,. re-. Franciscanos,. seiscentos. assistiam. de. monar-. lhe é já. obrigando-a a fazer novas. muito pro-.

(47) —. 39. —. vincias, c multiplicar prelados.. uma. E porque. cabeça não podia governar tão vasto. corpo, se instituiram três Geraes, a saber:. de Observantes,. Conventuaes. nhos; os quaes todos. nam Ires. a. e. professam. Capuchie. gover-. nossa primeira Ordem, partida. famílias,. como diremos. em. adiante; go-. vernando também a maior parte das. frei-. ras de Santa Clara, Terceiras, Annunciadas, da. Conceição Immaculada. tros institutos, ros,. dos quaes. geral.. com alguns outros. e. de ou-. frades Tercei-. têm seu. prelado.

(48)

(49) DAS TRÊS FAMÍLIAS A NOSSA. Não. EM QUE. ESTA REPARTIDA. ORDEM SERAPHlOA. era possível que. em. tanta mul-. tidão faltassem divisões e novidades, por-. que, além do. bém. tempo. as ir fazendo, tam-. as causava o espirito de. maior. refor-. mação, procurando alguns restaurar o que havia cahido, ainda que se rasgasse a. tú-. E. as-. nica inteiriça da religião seraphica.. sim se introduziram nella tantas diversi-. dades no nome, nos accidentes do habito,. na sujeição dos prelados,. que mais parece. viver, vista. que. um uma. sência.. E. e. no modo de. logo á primeira. aggregado de religiões distinctas só,. como. é,. na verdade. esta religião,. e. na. es-. que serve de jóia.

(50) —. —. 42. rica á Igreja militante, esposa do ptor,. quando. mais enfeitada com as. está. como. galas de muitas religiões,. Papa Paulo. II:. Redem-. Tanquam putilans. disse. o. in ami-. CTU SPONSA CARfcUNCULUS, AUT CÂNDIDA M\R(íarita; ella. mesma. dividida. ferentes famílias,. com. hábitos de burel. de saial;. e. sem. elles;. e. em. si. mosura dessa própria. com remendos a. em que. estava fundada,. admiração do mundo, fices. Romanos, que. for-. Igreja.. Foi continuando muitos annos no mitivo rigor,. dif-. tanta variedade de. pomposamente. imita. por. até. pri-. com. que os Pontí-. a traziam nos olhos,. zelosos de seus augmentos, e compadeci-. dos de suas. necessidades,. em. particular. nas casas grandes, lhe concederam privilégios. dispensando. regra,. como. em. alguns pontos da. era a pobreza. em commum,. e. o uso do dinheiro. Anteciparam-se muito os padres. Miranda. c. Alava. em. assentar a.

(51) — dita dispensação tos e vinte. e. 4:j. —. no anno de mil. seis,. e. duzen-. quando ainda estavam. vivas as lembranças de nosso Padre santíssimo, e o fervor de seus discípulos,. zelavam a perfeita observância.. que.

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(53) VILLA DE ALANQUER. Tem seu assento esta villa na ladeira um monte, á banda do Oriente, cujas. de. raizes refresea e fertiliza. um. que bas-. rio,. tando para fazel-a alegre, lhe engrandeceu o. nome com. as grandes maravilhas que. obrou a Rainha Santa. nelle e junto delle Isabel,. como diremos. a seu. tempo.. convento, hoje está posto sobre. O. nosso. uma. emi-. encia para a parte do Sul, senhoreando o castello. que lhe responde do Norte;. estas apparencias,. do. rio,. com. ajudadas da vizinhança. profundidade do. dência dos montes, veis,. e. e. valle,. correspon-. outras cousas notá-. tiveram alguns motiyos para se per-. suadirem que Alanquer muito com. a. se. assemelhava. santa cidade de Jerusalém,. e.

(54) -- 4G. —. que o monte Sion no nosso convento estava representado. São os seus ares por extremo. saudáveis. benignos; a vista, alegre. e. campos. latada por hortas,. em. fertilidade. e. e di-. pomares; a. todos os fruetos, tanta, que. só de azeite, nos constou por relação im-. pressa no anno de 1620 haver trinta. la-. gares no seu termo. Pertence de ordinário. Rainhas deste reino,. ás arrhas das. c a pri-. meira pessoa da casa real que teve o seu senhorio foi a Infanta D. Sancha, filha delRei. I).. Sancho. I. e. de sua mulher a Rainha. D. Dulce.. Aqui. qando a. estava. lhe. deram. Coimbra. a a. sereníssima. Infanta,. nova de serem chegados. os santos frei Zacharias e frei. Gualter, relatando-lhe. lambem cousas. tranhas no particular de seu estado. E como. era. grandemente inclinada. tude, logo ferveu. em. de ouvir a sua santa lhes enviou. uma. ex-. e vida.. á vir-. desejos de os ver, doutrina.. carta, na. e. Pelo que. qual lhes ro-.

(55) — gava muito que. —. 47. fossem. a. visitar,. despedin-. do com instrucção o portador desta carta.. que quando não fossem ambos, lhe levasse. menos algum. pelo. delles.. Achou. este. já. recado na estrada ao santo Zacharias, que. com. seu companheiro caminhava para a. cidade de Lisboa;. mas obrigados das. stancias, e respeitando tão notável. ção. numa. pessoa. real,. da sobredita cidade,. in-. devo-. deixaram o caminho e. se. foram. a. Alan-. quer.. A. Infanta os recebeu. como. a anjos do. céo; considerou a extranheza da vida, sentiu. em. seu coração os fios agudos das pa-. lavras que penetravam as almas;. e. admi-. rada deste novo espectáculo, raro desprezo. do mundo, communicando com. também. sentia. em. elles o. que. sua devota alma, assim. se lhes foi affciçoando,. que nunca os quiz. largar, antes lhes persuadiu que aqui á sua. sombra acceitassem. um. as chronicas antigas. que nisto. convento. Dizem a. ajudou a.

(56) —. 48. —. Rainha D. Urraca, sua cunhada;. e seria al-. cançando-lhe del-Rei, seu irmão, a licença. que lhe era necessária, por não vir a outros desgostos. sem. a paz. com. em que. elle,. que perturbas-. agora estavam.. quanto estas cousas. ter. se trataram,. E em-. que. foi. brevissimamente, sempre os teve no seu paço,. logrando a grande. com. felicidade. de. os santos.. Mas. quem. trata nesta vida. elles,. cujo animo humilde se of fendia da. grandeza do. mesmo. paço, posto que. gioso e santo, lhe pediram por os deixasse e. estar. reli-. mercê que. n'alguma ermida pobre;. assim o alcançaram..

(57) CONVENTO DE. Não. S.. FRANCISCO DE ALANQUER. acabado o anno. era ainda. de. 1216 quando o santo frei Zacharias alcan-. çou da devotissima. da Virgem qual. elle. e. uma ermida. Infanta. martyr santa Catharina, na. principiou o convento. Ficava. pouco abaixo da mesma. em. rente do seu rio, e. para viver recolhido,. commum. villa,. junto da cor-. bastante. sem. um. distancia. faltar ao. bem. das almas, que trazia nas meni-. nas dos seus olhos. Aqui ordenou umas cellinhas officinas. vento,. térreas. e. pobres. com algumas. que pertenciam ao corpo do con-. em. particular o coro para louvarei. Não havia. nesta. morada de. claustros grandes,. nem. varandas,. a Deus.. muitas casas perdidas que. se. santos. nem. as. vêem em ou-.

(58) -. — trás partes,. —. assim pelo não soffrer a. estrei-. como também porque. aquel-. teza do sitio, les. 50. bemditos padres, primitivos da nossa. religião,. não queriam maior casn da que. bastava para se agazalhar a santa pobreza,. que não achava no mundo quem. E. recolher.. deste. a quizesse. modo fundavam. conventos, pobres, pequenos. os seus. humildes,. e. nos quaes viviam como anjos, edifican. confundindo as vaidades. os povos,. mundo,. e. lo. do. mostrando a grande estimação. que faziam de serem na terra peregrinos. E' verdade que esta traça. não podia. porque. padroeiros. ser perpetua,. muitos. não quizeram regular suas grandezas pelas nossas pouquidades, o concurso da gente. pedia grandes. igrejas, e a. multidão. dos. frades, necessários para serviço dos povos,. requeria. Padre ponto disse. S.. dilatados. edifícios.. E. já. nosso. Francisco, sendo consultado neste. por. frei. Leão, seu companheiro,. aquellas palavras tão santas. e. tão.

(59) — prudentes:. 51. —. Tenham embora. meãs. os. fra-. des grandes casas, pois o tempo os obriga;. mas quero eu que. nellas. guardem a. regra,. sem offenderem com algum peccado mortal. a divina Magestade. Isto dizia o seu. pirito. seraphico;. dourados,. em que. porém. es-. aquelles tempos. os frades. não. se. punham. nestas tristes contingências de quebranta-. rem. a regra,. me. fazem hoje saudades. E. muito melhor nos fora ordenar os conventos. em uma. mediania,. na qual se visse. como somente de passagem pousava. nclles. gente pobre, cuja vida não tem assento bi\. a face da terra,. na grandeza. e. os príncipes do. so-. que querer compelir. nas riquezas da obra. mundo, que. nisto. com. ostentam. a sua felicidade.. Nesta ermida tão pobre. se. agasalhou. o santo frei Zacharias, mais alegre e mais. contente do que os reis seus sumptuosos paços. le e. podem. E como. entrar nos traziam,. el-. seus companheiros, os pensamentos no.

(60) céo, recolhidos. com. os corpos nestas cel-. linhas estreitas, passeavam. em. alta. meditação. anjos. Corria por. com. moradas dos. pelas. uma. o espirito. parte o. trada por outra; do que elles. rio, e. tomavam. casião para contemplarem nas. caminham para. a morte.. oc-. mudanças. ordinárias do mundo, e na pressa todos. a es-. com que Algumas. vezes inflammados no espirito se sahiam á estrada, e vendo passar alguém lhe per-. guntavam: Para onde caminhais? para a corte do céo, ou para as cousas do inferno?. E. discorrendo neste thema,. com. tanto fer-. vor falavam, que muitos desandavam o. caminho de seus. gostos, entregando-se ao. serviço de Deus.. Quando subiam. para. pedirem. esmola,. despejavam-se as. casas, e enchiam-se as ruas;. riam ver os quaes. estes. á villa. que todos. que-,. novos apóstolos de Christo,. tinham. entrado. em Alanquer. para salvação de muitos.. Das portas. a dentro. do convento tudo.

(61) D3. ora santidade e rigor.. guardião a. um. Mas. tinham. Santo, qual era frei Za-. charias, que tudo facilitava; e os. prelados não. promovem com. que sendo. o exemplo a. podem. virtude, muito apertadas contas. mer diante do. por. te-. rigoroso Juiz. Acabados os. exercicios da oração e do coro,. entravam. noutros de muito maior lraoa ho; porque !. cavt*\fcm a horta, varriam a casa,. vam. os hábitos, e faziam quanto era ne-. para. cessário. casa de Maria terra dura, e. desterrar o ócio daquella e. de Martha.. Dormiam na. quando muito sobre. de vides, enconstando a cabeça dra,. remenda. ou. num. madeiro,. abrigarem do. se o. um. feixe. numa. tinham;. e. pe-. para. nos rigores do. in-. verno, se as mantas não abrangiam a. to-. se. dos,. com. os seus. frio. mantinhos velhos. se co-. briam. Estas são as camas santas, nas quaes se. sonha com Deus. e. sonhava o Patriarcha. com. os anjos,. Jac^l).. como. Comiam. pão que pediam pelas portas, dando em. o. re-.

(62) — torno délle o. bem. pago;. e. 54. —. amor de Deus, com que. ficava. se este lhes faltava, tinha o. céo cuidado de os prover,. como ainda. remos. Era o maior trabalho do santo. Zacharias limitar. a. di-. frei. caridade da Infanta,. por não vir a admittir alguma relaxação.. Dizem. delia. as nossas chronicas. que até hábitos havia nelles se. mudarem. em. antigas. sua casa, para. os frades,. quando. che-. gavam molhados. E porque também no convento os queria regalar, o santo guardião lhe resistiu. com. muito mais edificada,. com. a sua aspereza.. valor, ficando ella e elles. continuando.

(63) CIDADE DE LEIRIA, E CONVENTO NELLA FUNDADO. Das minas que ficaram de. Collipo,. le-. vantou el-Rei D. Affonso Henriques, no. anno de. 1135, para. assombro dos mouros. que devastavam aquclla Estremadura, villa. de Leiria;. destruiram,. mesmo cho. I.. esta. duas vezes, que depois a. e. uma. a. tornou. a. levantar o. Rei; outra, seu filho el-Rei D. San-. Descança o seu castello sobre. penhasco. forte,. semelhança. çando com. donde estende os muros á cingindo. de braços,. cabeça do monte. elles a. está situado. Estes. antigos,. um. mandou. muros,. e. em que. se elles são. fortificar pelo. abra-. mais. menos. el-. Rei D. Fernando, como diz a sua carta,. em Alanquer. passada Abril, do. anno de. a. dous do mez de. 1374, pela qual isentou. Santa Clara de Coimbra de pagar para as obras. e. cerca do. muro da. villa. de Leiria,.

(64) — sem embargo de e districto.. 50. —. fazenda no seu termo. ter. Ficava antigamente cercada do. mesmo muro; mas cançados subirem. e. os vizinhos de. descerem, fizeram assento. as raizes do monte, á. banda do. em. Oriente, es-. tendendo-se quasi de Norte a Sul, aonde o rio Liz lhes. offerece. suas. aguas. (as. areias se poderão escusar) e despedido já delles. com vagaroso. com. trar. o Lena,. do monte,. e. rodeio se vai encon-. que corre da outra parte. ambos juntos num corpo vão. pagar ao mar o seu João. também. desta. fez. III. nella. villa. El-Rey D.. cidade,. erigindo. no anno de 1545, por aueto-. ridade do Papa Paulo pal.. tributo.. E' fresca, e. III,. cadeira episco-. abundante de todos os. mantimentos.. Quando fundou,. e. el-Rei D. Affonso Henriques a. tornou a levantar, reservando o. temporal para. si,. deu toda a jurisdição. espiritual e ecclesiastica ao insigne teiro de. mos-. Santa Cruz de Coimbra, assim na.

(65) .. sua igreja, como nas outras que depois se fizessem no seu termo. Pelo que na villa tinha o dito. mesma. mosteiro Vigário geral,. que conhecia das causas, o qual ainda no. anno de 1542 ria,. la. Paredes. e. se. nomeava de. Leiria, Victo-. seus termos. Victoria é a. que nós chamamos Batalha;. e. vil-. Paredes. era outra mais vizinha ao mar, que elle já. sepultou entre as suas areias. Tinha mais. na igreja do Castello. um. mosteiro de Có-. negos da sua obediência, chamado Santa. Maria de Leiria. Mas tudo. com. se acabou,. a entrada dos Bispos, aos quaes se transferiu a sua jurisdicção.. lembrança para. esta. poder com que a. elles. E. nós agora fizemos. se ver a. razão ou o. nos queriam impedir. fundação do convento, como logo. se!. verá. Entre as muitas ermidas, que hoje a. acompanham, feita. na obra,. é. famosa por milagres, e aprazível. no. sitio. Nossa Senhora de Encarnação, que. pera de. está á.

(66) — sua. levantada. vista,. do nascimento do. —. 58. num. outeiro, da parle. Deu-lhe principio o. Sol.. nosso Bispo de Seita, D. frei Aymaro, sendo confessor da Rainha del-Rei D. João cila. I,. mulher. D. Filippa,. no mesmo tempo que. E como. nos fez aqui a nossa igreja.. eram devotos do Archanjo São. Gabriel,. que annunciou á Virgem Immaculada a. Encarnação de Deus em suas santas tranhas, deixando ella. memoria. grado mysterio na dita nossa. forme depois diremos,. elle. en-. deste sa-. igreja, con-. fez. esta. er-. mida dedicada á mesma Encarnação. Reformou-a D. Leiria, dos. dando. a. frei Braz,. primeiro Bispo de. damnos da sua antiguidade;. Senhora clementissima saúde mi-. lagrosa a. uma Suzana. muitos annos,. este. Dias, aleijada de. milagre. com. pertou tanto a devoção dos. anno de çou. a. e. 1588,. em. primeira. outros es-. fieis,. que no. 25 de Setembro, se lan-. pedra. do seu sumptuoso. templo pelas mãos de D. Manoel, Marquez.

(67) —. 59. —. de Villareal. E' casa de devoção,. gem conhecida mos. roma-. e. neste reino, na qual goza-. a gloria de a ter principiado.. Sahindo desta cidade para a banda do Norte. em. busca do arrabalde, o qual está. separado, achamos á cio, e nelle. mão. um. direita. ro-. nos apparece o nosso santo con-. vento. Porém, dos seus edificios só a igreja. distinctamente se vê; que os outros ou tão encobertos e escondidos. com. es-. arvores,. ou lançados á outra parte contraria. As janellas a vista. do dormitório grande, quebram. na ladeira de. um. monte, que fica. dentro da cerca, revestido de matto. mas. aprazivel; e. estéril,. quando muito alcançam. o alto de outros montes. Os baixos da nossa. horta são cortados pelo meio te. do Liz, mas. duma. elle. com. a corren-. senhoreado da soberba. ponte que une os dous retalhos.. monte, aos pés. duma ermida. de Santa Ca-. tharina virgem e martyr, arrebenta fonte, cuja. No. uma. agua trazida ao convento por.

(68) —. 60. —. arcos de pedra, que atravessam o. rio,. nos. dous claustros, onde corre, na cozinha. e. noutras partes lhe dá grande formosura.. Os. edificios e officinas. da casa, sem exce-. derem a nossa mediania, têm muita capacidade para recolher honestamente a mais dos trinta religiosos que lhe taixou a Provinda.. Com. isto. tudo fica sendo o convento. devoto,. solitário,. muito accommodado. e. para viver no santo ócio da contemplação do céo, razão. e. seguimento do coro;. foi. e. pela. sempre mui reformado,. mesma até. no. tempo dos padres conventuaes. Foi tam-. bém um. dos primeiros que neste reino. ceberam. o estado da regular Observância,. e. re-. progenitor de gravíssimos sujeitos, que a. têm auctorizado. Mas nos retalhar de. tal. o rio,. a horta, vai. modo com. não contente de. afogando a casa. suas innundações, que. lhe será muito cedo. necessário fugir, se. achar onde possa tomar pé. com alguma. compensação do seu esplendor. antigo..

(69) CONVENTO DE. S.. FRANCISCO DO PORTO. Está posto este sagrado convento na planície,. em que. descança. um. monte, perto. das suas raízes, para a banda do Sul, por. onde o Douro corre. Era chamado Belmonte, por sua grande frescura, neste. tempo duas ruas que. e. ainda. o cortam,. uma. tem o seu mesmo appellido; outra mais inferior se. chama Rua das. rosas.. Quebrava. por muitas partes este pedaço de terra até fazer figura quasi redonda, a qual não se. mas. vê agora, que a encobrem as casas;. chamavam Redondela,. e. no. latim Rotundela, conforme á doação. da. por. isso lhe. Rainha,. e as bulias. dos Pontifices, que já. temos referido. Ficava então fora da mes-. ma. cidade,. em. distancia de tiro de besta,.

(70) —. —. 62. per jactum arcus, como disse o dito Papa Gregório na sua segunda bulia;. mesma. do-se ella para esta. com. os. muros. e. parte, abraçou. o convento dentro do seu. coração. Havia. bosques. e dilatan-. paragem. nesta. arvoredos. alegres, alguns. quaes foram nossos muitos annos, os. com. converteu a cidade. nosso. em. grandes dos. e depois. beneplácito. ruas publicas, acompanhadas de. casas.. E' aprazivel por extremo este sitio. razão da formosura vista. em grande. que. lhe. em. descobre a. parte da cidade, no. rio,. nas suas embarcações, nos montes da outra. banda, notavelmente alegres. Não nos. consta por papeis,. como achamos por. fa-. ma, que neste lugar houvesse ermida de São Sebastião, cuja imagem temos hoje na nossa capella. que agora e delia. mór. Outra de. S.. Nicoláo,. é parochia, ficava aqui vizinha,. temos noticia. venda, escripta no. por. uma. carta. de. mez de Junho, do anno.

(71) —. 63. —. 1247, pela qual os leprosos. João Pires. uma. venderam. cortinha que estava na. beira, junto do caminho, per. quam. E. como mostram. aqui perto,. ri-. veniunt. ad Sanctum Nicolaum, desta própria mida.. a. er-. os indí-. estavam aquellas emparedadas, que. cios,. o Catalogo dos Bispos desta cidade foi lan-. çar além do rio. onde. a. em. outra do. mesmo. Santo,. muita estreiteza daquelle fragoso. monte não era capaz de fazer em domicílios.. Neste lugar de Redondela, onde nós estivemos a principio, nos. mandou metter. de posse o Papa Innocencio IV, que já. te-. mos nomeado,. pelas. Ipsis fratribus. ad eumdem locum, quem. palavras seguintes:. prius habuerant, revocatis. Logo os frades. começaram. o convento,. que por ser fun-. dação d'el-Rei D. Sancho Real.. que. Tinham. um. já no. II,. era convento. mesmo tempo. devoto lhes dera,. tras terras fizeram. e. o. campo,. juntando ou-. capacidade bastante..

(72) — No. <U. —. .. fundador. espiritual tiveram por. mestre ao glorioso. Gualter, que vindo de. S.. Guimarães assentou por religiosa e santa,. por. e. como. uma. estylo. vida. lhe havia ensinado. nosso seraphico Padre, cujo discipulo era.. No temporal as obras. lhes assistia o Rei,. com. as rendas da Coroa, ainda. que brevemente lhes faltou. mudança. pela. verno.. ajudando. fatal. esta ventura. que houve no seu. Aqui entraram então. go-. as esmolas. dos devotos, aos quaes deu mais alento o sobredito. meça. :. numa. Pontifico. Sane. dilecti. filii,. bulia que co-. de 15 do mez de. Outubro, no anno de 1249. Porque repre-. sentando a todos. por. uma. com. palavras muito vivas,. parte a grande. necessidade de. continuar as obras da igreja e convento,. que estavam começadas;. e. por outra a po-. breza estreitíssima, que por amor de JesusChristo. aqui. guardavam. os frades,. qui. propter Chrístum extremar feru farcinam paupertatis; concedeu-lhes. quarenta. áilé.

(73) —. 65. —. de indulgência todas as vezes que elles nos. ajudassem com as suas caridades.. Não sahiram sumptuosos. os edifícios. interiores da casa, por quanto aquelles Pa-. dres entendiam muito. passageiros a sua. bem que eram. peregrinos na terra,. e. morada havia de. ser. no. céo.. só. mas que. E. ainda. que a mudança dos tempos, fazendo maior grandeza, melhorou as ofíicinas, e levantou dormitórios, nunca lhe tirou a graça. de parecer Franciscana c muito religiosa.. Corre nella. em. cinco partes a agua de. uma. que. são. fonte das melhores da cidade,. muitas.. E. tudo no seu concerto, e boa. dis-. posição dá uns longes de alegria do céo,. que espertam eterna.. os. desejos. da sua. posse. Somente no que tocava á devoção. do espirito. e. consolação do povo, cortaram. mais largamente, oceupando-so depois. em. fazer outra igreja notável, que além de ser. capaz de grandes ajuntamentos, tosa. na obra.. é. mages-.

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(75) CONVENTO DE. S.. FRANCISCO DA GUARDA. Fica esta casa muito perto da cidade,. ainda que fora. em. delia,. muros, onde tem fonte. lugar inferior aos. e horta.. E não. lhe. serviu de pouco esta sua humildade, por-. que assim escapou da. triste. destruição que. sentiram outros grandes edifícios. Foi no. tempo que Henrique. II,. de Castella, entran-. do por este reino, saqueava pelo menos. guns lugares notáveis;. e. querendo o nosso. Rei D. Fernando segurar esta cidade,. denou que to. se lançasse. al-. or-. por terra tudo quan-. da parte dos arrabaldes lhe podia ser. padrasto.. Foram. templo da Sé. e o. logo. arrazados o santo. mosteiro das freiras de. santa Clara, que agora se. acham dentro.

(76) —. —. GS. dos muros; a igreja *de santa Marinha e. em. outras fabricas nobres;. levantaram depois. um. Seminário, a Casa. da santa Misericórdia, nores.. cujo lugar se. Era lastima ver. e. outras casas me-. esta destruição,. que. não chegou a fazer o poder do Castelhano, executal-a o. medo. valeroso brio. com. dos Portuguezes, cujo. na mão bem. a espada. poderá atalhar ainda maiores damnos. Mas esta fatal. desgraça não tocou neste con-. vento por estar afastado da muralha,. e. mais baixo; verificando-se aquelle celebre dito,. que não têm os humildes donde caiam.. E sem duvida. também. os. grandes merecimentos de nosso Padre. se-. lhe valeriam. raphico, o qual na romaria. em que. Santiago, entrou por esta cidade,. dissemos aqui,. em. como. já. outra parte, e descançando. onde vemos uns carvalhos junto do. convento, santificou. de. foi a. terra,. em. pessoa este pedaço. que seus filhos haviam de povoar,. preservando-o. com. a sua santa. benção dos.

(77) —. 69. —. trabalhos, que no discurso do. tempo lhe. podiam succeder. Aqui também nesta própria paragem. foram. vistos os poderes de sua intercessão,. quando. a ultima peste, que se ateou no. reino, quiz accender o seu fogo nesta ci-. dade da Guarda. Chegaram á Francisco. vista de. São. umas cargas de fazenda, em que. vinham escondidas. as faíscas. do incêndio;. foram muitos de parecer que entrassem; votaram outros por inspiração do céo que logo as despedissem; e sendo passadas a. outros povos, lá se descobriu a. A. cidade empenhada. com. chamma.. este favor tão. grande ao santo Patriarcha, declarou por. bom Deus. vizinho e Provedor da saúde,. em que. a conservava; e a S. Sebastião, ad-. vogado neste veneno mortal levantou. ermida não longe da nossa. casa.. uma.

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(79) REAL MOSTEIRO DE SAN IA CLARA DO POPTO. Caminhando para sua sepultura dentro seis. do. mar Oceano. o. famoso. Douro,. rio. léguas antes de ver a cidade nobilís-. sima do Porto, recolhe no coração outro rio. mais. Tamaga,. que tem o nome de. pequeno,. o qual do lado direito, deixando. atrás o Norte, lhe sahe ao caminho.. Em. razão deste encontro todas as terras. vizi-. nhas de. uma. chegam. á sua foz, e. ro, se. e. outra banda do Tamaga, que. tocam no mesmo Dou-. chamam cVEntrambos. parte direita do. os Rios.. mesmo Tamaga, que. do Occidente, tem. uma. hoje a Rua, por outro. bem. sua fica. povoação, chamada. nome. A esum pe-. o Burgo.. querda, a qual lhe fica defronte, é. daço de terra. A. assentada e. fértil,. que.

(80) propriamente. em. é. chamado. o Torrão; e aqui. seus principios se fundou este mostei-. ro. E' o sitio, se. apertado dos montes, muito. fresco, aprazível e. ctos da terra,. mimoso, assim dos. como do peixe dos. fru-. rios, os. quaes ambos se navegam: o Douro,. em. barcas grandes, muitas léguas acima; o. Tamaga, mais ao inverno. E'. hem. perto, e pelo. também uma. menos no. escala onde sa-. todos os barcos e barcas para. pagarem. portagem, a qual ainda pertence ao mosteiro. das freiras..

(81) DO MOSTEIRO DE SANTA CLARA DE LISBOA. Demarcado mosteiro, não. campo. pelo céo o. podiam. deste. faltar nelle razões. de conveniência para todos os exercidos santos, e. muito menos para passar com. al-. os trabalhosos apertos da vida reli-. livio. giosa. Fica perto. muros. delia,. da cidade, mas fora dos. onde Deus suavemente pôde. recrear as almas que se fizerem esquecidas. do commercio humano. Senhorêa o pego alto. em. do Tejo, neste lugar já salgado,. distancia que basta para lograr res a sua vista de palanque.. cobre. bem quanto. se vai. sem temo-. Daqui. se des-. alargando. com. os soccorros do mar, que sahe a recebel-o, este caudaloso ric; os braços,. com que. re-. talha a terra depois de favorecido; as mui-. IÉB.

(82) — tas. —. 74. embarcações, como são as que o cor-. tam; umas vezes a sua tranquilidade, outras a sua to.. E. se. braveza quando lhe sopra o ven-. com. isso. espertarmos o. aqui se nos representam. quem navega. quem. o. mundo,. e a. espirito,. perigos. os. de. boa eleição de. leva a proa posta no céo.. Mudou. logo a cidade desta. paragem. a. forca que dantes estava nella, a qual agora se vê. no campo de. S.. Barbara, desassom-. brando o mosteiro da sua horrenda. sem offender. a. mudança noutra. nem. á limpeza dos templos, casas.. E. parte,. vista. nem. á saúde das. temos de que nunca. esta gloria. procuramos com prejuizo alheio. as nossas. commodidades. Depois, na nossa idade teve. mui arriscado. es-. a se passar o curral. para a sua vizinhança. Pretendiam-no os. padres do collegio de. Antão o novo, de-. S.. sejando afastal-o mais de a sentir. si,. por não virem. algum damno dos seus pertos na. saúde, ou no cheiro.. Mas em caso que. elles.

(83) .... o. padecessem, não era culpa dos mora-. dores do bairro, que se servem do curral, pois d'ante-mão os avizaram de tudo, jo-. gando alegremente ao som dos repiques de. SanfAnna. somma. foi. as. armas do seu. E. de pedradas.. officio,. que. se então resis-. tiam á fundação do collegio, receiosos de. perderem alguma parte do campo, ou de serem desterrados. deste seu alojamento;. agora, que já se tratava. como. disto,. sahiram. ieões a defender suas casas.. dres deste mosteiro não. queriam que os. Padres lhes offendessem a sua, por. varem. a. si. com. tão. As Ma-. se sal-. ruim vizinhança. En-. tendeu, finalmente, o. Senado como. ella. não convinha á utilidade publica. E com tudo ficou. isto,. se. mudou;. e. em. quem. lheu, desistindo da. Por parte dos dadora fosse. uma. silencio. :. o Curral não. isso pretendia, se reco-. demanda.. edificios intentou a. grandiosa. Fun-. machina, a qual. na substancia Real, gastando nella. o.

(84) —. —. 76. copioso thesouro que havia ajuntado para entregar a Deus, e sahiu. em. lhe fazer cá. modo que. na. imitasse. com. seu intento. terra este mosteiro, de. em muito. a sua Corte. do Céo. Fez a casa capacíssima d'um grande coro de Anjos, como são no estado as. que chegam. donzellas tro. a consagrar-se, den-. das suas paredes, ao divino Esposo.. obra. sumptuosa;. foi. e. A. reformada depois. pelo estylo. moderno parece que representa. uma nova. maravilha.. isto. na. 1613,. Em. particular se vê. Igreja, a qual despedindo-se o. começou. forma. a despir a sua. anno. antiga,. reedificada noutra pela traça do famoso Architecto Pêro. Nunes Tinoco,. a qual. obrou. Diogo Vaz por ordem da Abba dessa sór. Maria de Jesus, com singular bre mármores polidos, que. artificio. So-. compõem. este. magestoso corpo, resplandece ouro fino; as paredes. e. abobada. se. vestiram das mais. valentes pinturas; nas capellas, de. uma. e.

(85) — podem. outra parte,. primor. 77. — competidores o. ser. e a riqueza.. Cansaríamos a penna cupasse. em. se. ella. se. descrever o precioso das peças. ornamentos sagrados que servem no. e. oc-. al-. tíssimo sacrifício da missa, no culto divino,. nos altares e capellas. Tudo. isto é. de prata. batida ao martelo; não somente os castiçaes e. alampadas, com os vasos ordinários, mas. também muitas peanhas; uma. das duas. Custodias; a Sacra e o Sacrário; os frontaes do altar mór, das suas duas credencias e. das capellas vizinhas, além do panno do. púlpito, as. com. os quaes se. solemnidades grandes. De maneira que. podemos entender que se serviu a. em. costumam celebrar. neste insigne templo. Mágestade divina de ostentar. sua veneração as infinitas riquezas que. tem criado na. terra.. coro alto se estende. com. Por cima da grade do. uma. tribuna de pedra. galante formosura, no meio da qual. lhe responde escondido na parede o riquis-.

(86) —. 78. —. simo thesouro do Santíssimo do Altar.. Não. se vê. a porta de prata deste próprio. por. esta. com que. metal,. tem recolhido em. si. Sacramento. banda senão. se fecha a. roda. cujo seio. limitado. o poderoso. Senhor,. que não cabe na largueza de todo o Universo. Desta parte se renova a seus este. pão. celestial;. tro está patente. tempos. da outra banda de den-. com magestade. custosa,. alegrando os olhos, e consolando as almas de todos.. Bem poderamos. dizer. uma. e. duas. vezes que sendo tanta a formosura no que se. mostra de fora,. é. muito avantajada no. que dentro nos encobrem as paredes. deu primeiro lugar ao dito coro. alto,. E. posto. que seja o ultimo no tempo da sua fabrica, por ser dignissima. sala,. onde o Rei sobe-. rano da sacramental cortina, segundo J4 escrevi, representa sua gloria. Foi. da Madre sor Izabel de. S.. empreza. Francisco, no. tempo de Abbadessa; obrada com. tal pri-.

(87) —. 79. mor que não fazem. —. nella falta os cedros. do monte Líbano á vista d'outras madeiras preciosas e estrangeiras.. A. multidão das cade todos. pellas, e ornato precioso e curioso. estes lugares, o concerto das officinas, e a. largueza da casa. também nos. estão dizendo. quanto pôde o braço de Santa Clara, assim. no cabedal do convento, como das culares,. gastar. E. que por sua. com Deus. devoção. parti-. quizeram. as doações de seus pães.. cifrando a noticia de tanta immensidade,. dizemos ctor. só,. como. disse o gravissimo. da Monarchia Lusitana, que. Au-. este santo. mosteiro, havendo sido escola de virtudes e perfeições,. pelo que tem de sumptuoso. grande, è ornamento de Lisboa;. de e. bem. dotado. um. em. e. razão. dos primeiros do Reino;. que a sua igreja se iguala com as mais. asseiadas de toda a Christandade..

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(89) COROAS DE VIRGINDADE E MARTYRIO. Muito se. foi. mosos tempos. o. desfazendo nestes. estado da Christandade. na Syria, prevalecendo contra os. já. fieis ca-. armas. tholicos os Sarracenos nas. Tinham. lasti-. senhoreado a santa cidade. de Jerusalém, e agora depois de avassalar a Tripole, Tyro, Beryto e Sidónia, todas. cidades famosas, o seu Soldão do Egypto,. no anno presente de 1291, tomou furiosamente,. e. com grandes. crueldades, a mise-. rável Ptolemaida, onde as reliquias do santo. se. nome. Christão,. como em. haviam amparado. Antes. toso successo,. nove do. que. foi aos 18. asylo forte,. deste calami-. de Maio,. mesmo mez arrancaram. aquella casinha santa,. com. cm. os Anjos. todos seus. ali-.

(90) — cerces,. 82. —. na qual havia nascido,. criado a Senhora. Mãe. mesmo Verbo Eterno. e se. de Deus,. se vestiu. c. em. havia •. onde. o. seu pu-. ríssimo ventre da nossa humanidade.. Estava já consagrada 'em Igreja peios sagrados Apóstolos, os quaes nella tinham posto unia das suas imagens, que São Lucas fabricara. nistros. E. tirando os celestiaes Mi-. da cidade de Nazareth, onde. esta-. va plantada, depois de lhe darem trcs lugares na Europa,. um. nome de Senhora do no. sitio. em que. dos quaes lhe deu o Loreio, a assentaram. agora se acha. Parece que. não soffria a Virgem que vizinhassem com ella. inimigos de seu filho; ou que quiz des-. amparar. os. que. elle. havia repudiado; ou. não quereria ver crueldades tão enormes, antes vir-nos consolar, e espertar. em. peá-. soa aos Príncipes Catholicos na restauração daquelles santos lugares.. Na. entrada. da sobredita cidade foi. queimado o convento dos nossos. religiosos,.

(91) e. consumidos com o fogo em chei-. elles. As. roso holocausto.. que eram setenta. freiras de S.. e quatro,. Clara,. passaram. to-. das pelos fios da espada, dando primeiro. um. admirável exemplo de pureza. e. con-. stância.. Tanto que a Abbadessa sentiu os. Mouros. á. porta, revestindo. um. coração. mandou. varonil por superior impulso,. tanger a capitulo, e falou desta maneira Filhas, a. Bem. tempo. a vida. occasião é forte, c apertado o. e. vedes. como. estão arriscadas. a pureza no encontro destes bár-. baros; e o mais certo será quererem elles. usar mal de nossos corpos contra o primor. que nos está merecendo o Santíssimo Esposo. Perca-se a vida, e não lhe percamos. nós. nem. a. fé,. nem. o. amor. Pelo que nos. ponhamos em estado que. nham que d'. mesmos. te-. nojo de nos verem. Fazei, filhas, o. me. uma. elles. virdes fazer.. navalha,. também de. e. Dito. isto,. arrancou. cortando o nariz, encheu. cutiladas o rosto.. As. freiras.

(92) — foram fazendo seu sangue,. Sá. —. mesmo,. o. como. e. lavadas. em. cordeiras mansíssimas,. que desejavam a morte por amor de JesusChristo,. se. foram metter nas mãos dos. Lobos, seus inimigos.. Elles,. vendo tão. horrendo espectáculo, magoados de não. poderem cevar vosos contra a. os sensuaes appetites, rai-. lei. do. mesmo. Filho de Deus,. a todas despedaçaram, laureando-as o. com duas martvrio.. Céo. coroas ricas: de virgindade. c.

(93) VILLA DE PONTE DO LIMA. — CONVENTO DE. VAL. DE PEREIRAS. No. da Primazia de Braga,. districto. onde d'antes confinava o Bispado de Briconhecido agora somente pelo seu. tonia,. nome, que parece se conserva na parochia, e. lugar de Britiandos, está logrando incom-. paráveis favores do tutor da Natureza na frescura, fertilidade, e clima. mosas. mada Ponte centam. a. memorável cada. e. das fa-. do Entre Douro e Minho, cha-. villas. de que se. uma. Ambas. de Lima.. compõe gloria. :. a. d'El Rei. o. as partes,. nome, lhe. accres-. Ponte, por ser obra. D.. Pedro, amplifi-. ornada por El Rei D. Manoel; o. Lima, que com passos vagarosos atravessa esta. machina, por ser o famoso Rio do. es-.

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