POLÍTICAS PÚBLICAS,
TRIBUTAÇÃO E ENERGIA
SOLAR
PROF. DRA. DENISE LUCENA CAVALCANTE
PÓS-DOUTORA - UNIVERSIDADE DE LISBOA / DOUTORA (PUC-SP) LÍDER DO GRUPO DE PESQUISA EM TRIBUTAÇÃO AMBIENTAL CNPq/UFC
PÓS-GRADUADA EM DIREITO TRIBUTÁRIO - ESPANHA e ARGENTINA PROFESSORA DE DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO – UFC/UNI7
GRUPO DE
TRIBUTAÇÃO
AMBIENTAL – GTA/UFC
2017
LIVRO ELETRÔNICO DISPONÍVEL EM: < http://www.editorafi.org/099paulocaliendo>
PROJETO EDITAL UNIVERSAL CNPQ – TRIÊNIO 2017/2019
POLÍTICAS PÚBLICAS NACIONAIS
•NÃO PODEM SER ANTAGÔNICAS
•NÃO PODEM GERAR DESPROPORÇÕES ENTRE ENTES FEDERADOS
•NÃO PODEM CAUSAR CONCORRÊNCIA DESLEAL •TÊM QUE SER JUSTIFICADAS E COM FOCO
PERMANENTE NA PROTEÇÃO AMBIENTAL
•TÊM QUE SER ESPECÍFICAS PARA CADA CASO CONCRETO
•COMPATÍVEIS COM OS COMPROMISSOS INTERNACIONAIS ASSUMIDOS
PREOCUPAÇÃO
CONTEMPORÂNEA
• CRISE AMBIENTAL
• REDUÇÃO DOS GASES EFEITO ESTUFA
• MINIMIZAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS • TRANSIÇÃO PARA A ECONOMIA VERDE
• ESGOTABILIDADE DOS RECURSOS ENERGÉTICOS FÓSSEIS
PREMISSAS ESSENCIAIS DA TRIBUTAÇÃO AMBIENTAL
•Adoção do
critério ambiental
como critério
global para o redirecionamento do sistema
tributário.
NECESSIDADE
CONTEMPORÂNEA DE UMA
VISÃO SISTÊMICA
•TRIBUTO AMBIENTAL
Desafios do Direito Tributario
Ambiental
•Reexaminar a extensão do princípio da capacidade
contributiva;
•Definir novas hipóteses de incidência vinculadas a
proteção ambiental
•Tributar sem afetar a competividade local e
internacional
•Incentivar através de benefícios fiscais sem promover
uma concorrência desleal
CAMINHOS DA TRIBUTAÇÃO
SUSTENTÁVEL
A DESCONFIANÇA DOS TRIBUTOS
AMBIENTAIS
• HISTÓRICA DESVIRTUAÇÃO DOS TRIBUTOS
• EFEITO SOCIAL NEGATIVO DA SOBRECARGA FISCAL • DESCONFIANÇA DAS MEDIDAS EXTRAFISCAIS
• A INFLUÊNCIA DO LOBBY EM SITUAÇÕES PONTUAIS • AUSÊNCIA DE CONTROLE DOS FUNDOS AMBIENTAIS
• ATUAÇÃO DIRETA NAS ZONAS INDESEJÁVEIS E DE CONTAMINAÇÃO TOLERÁVEL
TRIBUTOS E ENCARGOS
OCULTOS
(Disponível em: http://www.abradee.com.br)
ICMS SOBRE ENERGIA NO
BRASIL
• CE – 25% + 2% FECOP (27%) • RS – 30%
• PIAUÍ – 20% a 25% (dependendo do consumo) • SÃO PAULO – 18%
(Disponível em: http://www.abradee.com.br/financeiro/mapas-aliquotas-icms/).
TRIBUTAÇÃO AMBIENTAL
TRANSNACIONAL
•Adequação dos conceitos
•Responsabilidade geral, mas diferenciada
•Tributo como indutor de atividades econômicas ambientalmente adequadas
•Função socioambiental dos tributos •Responsabilidade fisco-ambiental
•Política Pública Mundial: mitigação dos impactos ambientais e recuperação dos danos já ocorridos •Foco na sustentabilidade econômica mundial
ACORDOS
INTERNACIONAIS QUE
VINCULAM O BRASIL
• ACORDO DE PARIS – 2015
• ”TRANSFORMING OUR WORLD: THE 2030 AGENDA
FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT”
• COMPROMISSOS DO BRASIL EM REDUZIR AS EMISSÕES DE CO2
• RELATÓRIO DA OCDE: TAX ENERGY USE 2015 • OMC
COMPROMISSOS DO BRASIL
COP21
• No setor da energia, alcançar uma participação estimada de 45% DE ENERGIAS RENOVÁVEIS na composição da
matriz energética em 2030, incluindo:
• expandir o uso de fontes renováveis, além da energia hídrica, na matriz total de energia para uma participação de 28% a 33% até 2030;
• expandir o uso doméstico de fontes de energia não fóssil, aumentando a parcela de energias renováveis (além da energia hídrica) no fornecimento de energia elétrica para ao menos 23% até 2030, inclusive pelo aumento da
participação de eólica, biomassa e SOLAR;
• alcançar 10% de ganhos de eficiência no setor elétrico até 2030.
RELATÓRIO OCDE: TAX ENERGY
USE 2015
• Apresenta um panorama da relação entre tributação e o preço da energia;
• Visão geral do peso dos tributos no consumo de energia – a tendência da tributação no setor energético;
• O uso da energia é um dos principais fatores do aumento do efeito estufa e poluição do ar.
COMO OS TRIBUTOS
AFETAM O PREÇO FINAL
DA ENERGIA
• OCDE: BRASIL TEM A ALÍQUOTA MAIS ALTA SOBRE A ENERGIA!
• DIFÍCIL A COMPREENSÃO DO SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO QUANDO SE PARTE DA ANÁLISE DO
IVA.
VISÃO DA OCDE - BRASIL
• Destacam-se as fontes de energia (petróleo, diesel, biodiesel, gás natural, carvão, bioetanol…).
• Apresenta, de forma confusa, os tributos incidentes
sobre a energia: PIS/COFINS, II, IPI, ICMS, CIDE COMBUSTÍVEL…
DIRETRIZES DA OCDE
ORIENTAÇÕES DE POLÍTICA ECONÔMICA:
•FIXAR PREÇO SOBRE A CONTAMINAÇÃO E SOBRE A EXCESSIVA EXPLORAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS, ADOTANDO MECANISMOS DE TRIBUTAÇÃO.
•REFORMA FISCAL ORIENTADA NO CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL.
•
Casos concretos com medidas isoladas.
•
Em alguns casos, as medidas são
incompatíveis.
•
Contradições da legislação brasileira.
COMPATIBILIDADE DAS POLÍTICAS
TRIBUTÁRIA E AMBIENTAL
MEDIDA PROVISÓRIA,
16/11/16
• O Presidente Michel Temer vetou o
programa de incentivo ao uso de carvão
mineral para a geração elétrica, sob o
fundamento da incompatibilidade com os
compromissos internacionais assumidos pelo
REFLEXOS NO MERCADO
EXTERNO - OMC
• Medidas internas e isoladas podem causar distorções no comércio internacional – GATT determina como proibidos subsídios/incentivos que interfiram no livre Mercado.
• Afetar a competitividade do produto ecológico.
• Protecionismo camuflado por uma pseudoproteção ambiental.
CONFLITOS PERANTE A OMC: CASO DO PROGRAMA DE ENERGIA SOLAR
DA INDIA (DS456)
• Denúncia dos EUA ao programa indiano que a exigência de células solares exclusivamente nacionais, eram incompatíveis com normas do GATT por conceder tratamento desfavorável aos módulos importados.
• ARTIGO: “Trade, Taxation and Environment: possible
impacts of India – Solar Cells on the Brazilian tax incentives for the Solar Energy Sector” - Denise L.
Cavalcante; Mônica Rocha.
IMPORTÂNCIA DE
POLÍTICAS NACIONAIS
CONSOLIDADAS
• A argumentação do Governo indiano não foi acatada pelo Órgão de Solução de Controvérsias da OMC, por ausência de legislação interna do País ratificando os acordos internacionais (DS 456).
• Esta decisão da OMC é relevante, pois ressalta a necessidade de os países efetivamente incorporarem à legislação interna as diretrizes internacionais de proteção ao meio ambiente e do desenvolvimento sustentável.
• A análise dos argumentos desenvolvidos na disputa (DS456) permite identificar as diferenças legais na adoção dos incentivos fiscais em prol do desenvolvimento da energia solar no Brasil e na Índia.
POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO
BRASILEIRO
• POLÍTICA ENERGÉTICA NACIONAL - Lei n. 9.478, de 6 de agosto de 1997.
• POLÍTICA NACIONAL DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS - Lei n. 12.187/2009.
• Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica – PROINFA – Lie 10.438/2002.
• Lei n. 11.097/2005 – incluiu na matriz energética nacional a participação dos biocombustíveis, energia eólica, energia solar e outros.
• Lei n. 12.490/2011 – inclui como objetivos da política energética novos estímulos as renováveis.
POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO
BRASILEIRO
• Convênio ICMS n. 16/2015 - isenção do ICMS na eletricidade gerada
pelo sistema fotovoltaico e injetada na rede de distribuição.
• PROCEDES - Programa Cearense de Desenvolvimento Sustentável –
incentivar a cadeia produtiva da energia sustentável .
• Lei n. 13.169/2015 – isenção do PIS/COFINS incidentes sobre a energia
elétrica (compensação para micro e minigeração distribuidas).
• PADIS - Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da
Indústria de Semicondutores e Displays - incluindo células e módulos/painéis fotovoltaicos e insumos estratégicos para a cadeia produtiva, como o lingote de silício e o silício purificado. Isenção PIS-COFINS, IPI, Imposto de Renda e CSLL - Ressalva da Decisão da OMC em 30/08/2017 (Disputa DS497).
FINANCIAMENTOS E
VINCULAÇÃO A PRODUTOS
NACIONAIS
• BNDES - exigência de nacionalização progressiva de componentes e processos específicos ao longo do período de implementação do plano (índice de nacionalização em valor (Inv) de 50% até 2018).
• BNB – FNE Sol – financia equipamentos nacionais e importados.
Obs.: Operadores da indústria solar argumentam que equipamentos nacionais geram aumento no custo. Preferem importar a preços menores.