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Especialistas projetam nova queda do emprego

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Boletim 987/2016 – Ano VIII – 25/05/2016

Especialistas projetam nova queda do emprego

Por Arícia Martins

A retração da atividade econômica pode ter levado o país a fechar postos de trabalho formais pelo 13º mês seguido. Segundo a estimativa média de 11 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, 85,2 mil vagas com carteira assinada foram

eliminadas em abril. Em 2015, o saldo entre admissões e demissões no mercado formal no mês foi negativo em 97,8 mil empregos.

As estimativas para o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a ser divulgado hoje pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), vão de corte de 149,4 mil vagas até 34,2 mil vagas a menos em abril. No primeiro trimestre, o saldo negativo acumulado foi de 323 mil empregos com carteira.

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2 Diante da deterioração dos indicadores do mercado de trabalho nos primeiros três meses de 2016, o economista Fabio Romão, da LCA Consultores, acha pouco provável que a diferença entre contratações e demissões fique menos negativa entre março e abril. Em seus cálculos, o saldo negativo de vagas subiu de 118,7 mil para 149,1 mil no período. "Em vários anos a geração de postos em abril foi positiva e ficou na casa de centenas de milhares", observa Romão. "Infelizmente, o começo de 2016 tem sido pior que o mesmo período de 2015", o que o economista atribui, ainda, aos desdobramentos do recuo de 3,8% do PIB no ano passado sobre o mercado de trabalho.

Na análise por setores, a LCA estima que a indústria ainda deve ter figurado como

destaque negativo, com perda líquida de 65,5 mil postos no quarto mês do ano. Também em tendência declinante, comércio e serviços deixaram de fazer um contraponto à

situação ruim da atividade industrial e devem ter eliminado 37,5 mil e 26,5 mil empregos celetistas no período, respectivamente, ressalta Romão. "Esses setores estão sentindo de maneira mais importante a fraqueza da atividade econômica", disse.

Menos pessimista, Sarah Bretones, da MCM Consultores, trabalha com fechamento de 40 mil postos no mês passado, com base em dados do Indicador Antecedente de Emprego da Fundação Getulio Vargas (FGV), que avançou 3,7% em relação a março, para 76,5

pontos. "Esse indicador teve quedas muito acentuadas e mostrou alguma recuperação em abril, mas sua trajetória é bem errática", pondera.

Mesmo que o cenário de perda de postos menos significativa no último mês seja

confirmado, a economista avalia que não haverá indício de estabilização nos índices de emprego. "Não vemos nenhum sinal de melhora no curto prazo, e em 2017 o mercado de trabalho deve continuar piorando, mesmo que a economia volte a crescer."

Romão, da LCA, projeta que 2016 se encerrará com perda de 1,4 milhão de empregos formais no país, pouco menos que o fechamento de 1,6 milhão de postos verificada em 2015, considerando as informações enviadas dentro do prazo legal ao MTE.

Para o economista, o resultado um pouco menos negativo será influenciado pela indústria e pela construção civil, que já passaram por um forte ajuste de 2015 e, por isso, devem fechar menos vagas este ano. A estimativa da MCM para 2016 é parecida, e conta com saldo negativo de 1,5 milhão de vagas.

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Com aval de Temer, UGT deve definir hoje se fará fusão com

Força Sindical

Por Cristiane Agostine

Segunda maior central sindical do país, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), deve definir hoje se fará uma possível fusão com a Força Sindical, para aumentar a fatia recebida do imposto sindical e ampliar a poder de negociação com o governo Michel Temer.

A união das centrais tem o aval de Temer, no momento em que o governo articula a aprovação de uma reforma da Previdência, e o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, deve participar da reunião do comando da UGT hoje, em São Paulo.

Além da Força, a central negocia também unirse à Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e à Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).

Avalizada pela gestão Temer, a criação de uma super central deve fazer frente à Central Única dos Trabalhadores (CUT), maior do país, ligada ao PT e um dos principais focos de resistência dos movimentos populares ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

O presidente da UGT, Ricardo Patah (PSD), disse que "existe sim" o interesse de iniciar o processo de ampliação da central, que representa 11,29% dos trabalhadores. A Força representa 10,08%, a NCST, 7,45% e a CGTB, 1,88%.

Se as quatro se unirem, conseguirão ultrapassar a CUT, que representa 30,4% dos trabalhadores, cerca de 3,87 milhões.

Com exceção da CUT, as centrais têm negociado com o governo Temer a reforma da Previdência.

Na reunião de hoje com o ministro, Patah afirmou que defenderá a recriação da CPMF, para financiar a Previdência. "Mas não concordamos com a idade mínima proposta pelo governo", disse Patah.

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Previdência Social torna públicos dados sobre acidentes de

trabalho

Por Adriana Aguiar

O Ministério do Trabalho e Previdência Social tornou público o número de acidentes de trabalho e de licenças concedidas a empregados por estabelecimentos no país. Para ter acesso aos dados, basta ter o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) do empregador. A novidade está na Portaria nº 573, do órgão, publicada no início de maio. O acesso às informações por estabelecimento, segundo advogados, facilitará a

comparação com outros empregadores de mesma atividade econômica e dará mais transparência sobre os riscos de acidentes de trabalho de cada empresa.

Para Marco Perez, diretor do Departamento de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério do Trabalho e Previdência Social, " o empregado tem o direito de saber o risco de se acidentar no trabalho, em cumprimento ao que diz a Lei de Acesso à Informação e a Lei Orgânica de Saúde do Trabalhador".

Serão divulgados, segundo a portaria, as "Comunicações de Acidente de Trabalho (CATs), auxíliodoença decorrente de acidentes de trabalho, aposentadoria por invalidez decorrente de acidente de trabalho, pensão por morte decorrente de acidente de trabalho e auxílio-acidente decorrente de auxílio-acidente de trabalho".

Serão, porém, omitidos dados sigilosos, "incluídos os que possam acarretar a identificação do segurado e os protegidos por sigilo fiscal". O acesso ao sistema se dá pelo site do Ministério do Trabalho e Previdência Social no link

http://acidentalidade.mtps.gov.br/inter/acidentalidade/view/consultarempresas/main.seam. O advogado Alessandro Mendes Cardoso, do Rolim, Viotti & Leite Campos, afirma que a norma representa um avanço por publicar dados discriminados por estabelecimento. A partir dessas informações, segundo ele, uma empresa pode comparar o seu índice de acidentalidade com os de outras empresas do setor.

"O que poderia em tese trazer outro subsídio para discutir o Fator Acidentário de

Prevenção (FAP) se avaliar que há indícios de que a sua classificação está equivocada", diz.

O polêmico FAP alvo de inúmeras ações na Justiça foi instituído em 2007 para aumentar ou reduzir as alíquotas de contribuição ao Seguro de Acidentes do Trabalho (SAT), com

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5 base nos índices de cada empresa. O FAP varia de 0,5 a dois pontos percentuais, o que significa que a alíquota da contribuição pode ser reduzida à metade ou dobrar, chegando a 6% sobre a folha de salários.

Os contribuintes que foram ao Judiciário contestar o FAP alegaram que não havia

transparência nas informações sobre o tema e também em relação à fórmula adotada para instituição das alíquotas.

Agora com a informação disponível tornase mais factível, de acordo com Cardoso, exigirse que o Ministério do Trabalho e Previdência Social abra o desempenho de cada empresa da subclasse do Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) para se poder avaliar a classificação de cada contribuinte para a apuração do FAP.

"Existem ações judiciais que já buscam a abertura desses dados. Ou seja, com a portaria se torna mais forte esse argumento."

Segundo o advogado da área previdenciária Leonardo Mazzillo, do WFaria Advogados, apesar de deixar discriminado os acidentes por estabelecimento, ainda há a dúvida sobre o cálculo do FAP.

Como esse cálculo não é transparente por esbarrar nos sigilos das outras companhias e dos dados médicos dos empregados, Mazzillo afirma que o FAP deveria ser considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal federal (STF).

Os ministros já decidiram pela constitucionalidade do SAT, mas não julgou o tema sob a ótica do FAP.

A advogada trabalhista Juliana Bracks Duarte, do Bracks Advogados Associados, ressalta que essa transparência poderá ajudar a mostrar quais as incidências de doenças e

acidentes nas empresas, o que poderá até servir como prova em ações judiciais. O diretor do Departamento de Saúde e Segurança Ocupacional, Marco Perez, ressalta, porém, que o FAP é composto por três índices. São eles: frequência, gravidade e custo. "Somente a frequência está sendo divulgada e há outros fatores que também influenciam nas alíquotas do FAP", afirma.

Segundo Perez, o número de acidentes pode variar, pois alguns podem ser questionados administrativamente e judicialmente e, portanto, entrar ou sair da lista divulgada.

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Referências

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