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Steffane Ramires de Lima

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Academic year: 2021

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CURSO DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO

Steffane Ramires de Lima

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO INFORMACIONAL DE USUÁRIOS DA PÁGINA "COM AÇÚCAR, COM AFETO" DO FACEBOOK.

RECIFE

2015

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AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO INFORMACIONAL DE USUÁRIOS DA PÁGINA "COM AÇÚCAR, COM AFETO" DO FACEBOOK

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Gestão da Informação, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Gestão da Informação, orientado pelo professor Dr. Célio Santana.

RECIFE

2015

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BANCA EXAMINADORA

___________________________________________ Prof. Dr. Célio Santana

Universidade Federal de Pernambuco

___________________________________________ Prof. Dr. Diego Andres Salcedo

Universidade Federal de Pernambuco

__________________________________________ Profª. Drª. Májory Karoline Fernandes de Oliveira Miranda

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Em primeiro lugar dou a honra deste trabalho e da conclusão de mais esta etapa em minha vida ao Senhor Jesus, que se fez e se faz presente em todos os passos que dou. Verdadeiramente, sem Seu auxílio e equilíbrio eu não teria chegado tão bem até aqui. Em seguida, agradeço à minha família que, apesar dos poucos recursos, de uma forma ou de outra fez o que pôde e o que não pôde para me dar o incentivo necessário, dentro de suas condições moral e econômica. Agradeço também, em especial, ao professor Célio Santana, um anjo que Deus colocou em meu caminho para me orientar acerca dos rumos que eu deveria seguir na academia, e abrir portas durante minha graduação. Sempre fui uma pessoa de muitos amigos, e dos melhores, por isso nomear cada um dos que se fazem importantes na minha vida pode me levar a ser injusta esquecendo algum. No entanto, não posso deixar de agradecer especificamente à minha amiga de graduação e grupo de pesquisa Fabíola Queiroz, responsável por grande parte do incentivo a este trabalho. Então, aos Meus Amigos dedico também esta parte da minha história. Sintam-se honrados. E por fim, mas não menos importante do que todos que já citei, agradeço a Marcos Campos que, apesar do pouco tempo, já chegou à minha vida nesta fase tão decisiva, e tem se mostrado amigo e conselheiro em todas as horas. Obrigada por seu apoio e compreensão.

Assim encerro esta dedicatória com o meu muitíssimo obrigada a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram com uma parcela de seu tempo e recursos para que eu pudesse concluir, com chave de ouro, a minha graduação.

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Esta pesquisa apresenta a avaliação do comportamento informacional dos usuários da página do Facebook “Com açúcar, com afeto”, que adota como tema central a música popular brasileira (MPB). A interação entre os usuários ocorre a partir de postagens na rede social. Para identificar o comportamento informacional dos usuários foi avaliado um total de 120 postagens e suas “curtidas”, compartilhamentos e comentários. Também foram repassados questionários respondidos por 15 usuários para capturar informações sobre as necessidades de informação da página. A coleta de dados foi baseada no método qualitativo netnográfico para capturar os dados disponíveis na página, e entrevistas para coletar informações complementares. Os dados foram analisados de forma qualitativa tomando como base o modelo de comportamento informacional desenvolvido por Tom Wilson (2000). Os resultados sugerem que os usuários da página a procuram para satisfazer necessidades informacionais cognitivas e psicológicas, desencadeadas a partir de músicas, o que é potencializado pelo caráter de grupo (rede) encontrado no ambiente.

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This research presents an evaluation of information behavior of users of the Facebook page "With sugar, with affection" that takes as its central theme the Brazilian popular music (MPB). The interaction between users occurs from posts on the social network. To identify the information behavior of users was evaluated a total of 120 posts and their "tanned", shares and comments. Also questionnaires were transferred answered by 15 users to capture information about the page information needs. Data collection was based on netnographic qualitative method to capture the data available on page interview and to collect additional information. Data were analyzed qualitatively taken based on the information behavior model developed by Tom Wilson (2000). The results suggest that users of the page to try to meet cognitive and psychological information needs, triggered by music, which is powered by the group of character (network) found in the environment.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...9

2 LITERATURA PERTINENTE...14

2.1 Necessidades de informação...14

2.2.1 Modelos de comportamento informacional...15

2.2.2 Comportamento informacional e comunidades em redes sociais virtuais...21

2.2.3 Comportamento informacional em Música...22

2.2.4 Facebook (Visão da Ciência da Informação)...23

2.2.5 Trabalhos relacionados...27

3 METODOLOGIA...27

4 COMPORTAMENTO INFORMACIONAL DOS USUÁRIOS DA COMUNIDADE "COM AÇÚCAR, COM AFETO"...28

4.1. Contexto da necessidade da informação...28

4.2 Mecanismo ativador de necessidade (Teoria do estresse)...28

4.3 Variáveis interferentes...29

4.3.1 Psicológicas...29

4.3.2 Demográficas...29

4.3.3 Papel social ou interpessoal...30

4.3.4 Ambiente...31

4.3.5 Característica da fonte...32

4.4 Mecanismo de ativação da busca (Risco/Recompensa)...32

4.5 Comportamento de busca da informação...33

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...34

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LISTA DE FIGURAS

1 Modelo de Comportamento Informacional de Wilson...18

2 Modelo de Ellis... 19

3 Modelo de Wilson (Revisitado) ... 20

4 Modelo Make-sense de Dervin... 21

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1 INTRODUÇÃO

Uma das características da sociedade da informação é o volume crescente do fluxo de informações e, consequentemente, dos recursos informacionais disponíveis, principalmente aqueles de acesso em meio eletrônico. Com relação a isto Moura (2004) nos diz:

[...] a explosão informacional, caracterizada, sobretudo, pela aceleração dos processos de produção e de disseminação da informação e do conhecimento, acelerou o que se convencionou chamar ‘sociedade da informação’, caracterizada pelo elevado número de atividades produtivas que dependem da gestão de fluxos informacionais, aliadas ao uso intenso de tecnologias de comunicação e informação (MOURA, 2004, p. 28).

Em relação à produção e uso de informação no contexto eletrônico relativo à música, observa-se que o primeiro instrumento tecnológico direcionado a este mercado a atingir uma marca significativa de usuários foi o Napster1, que foi concebido como uma ferramenta de compartilhamento de músicas entre usuários (SANTINI; SOUZA, 2007). A repercussão do Napster para a indústria da música foi tão significativa, que toda a relação da cadeia produtiva de artistas, gravadoras e consumidores foi alterada tendo a internet e a música digital como protagonistas do mercado (VACARRO; COHN, 2004).

Na década de 2010 já era possível analisar a importância da internet na indústria musical. Em 2012, a loja virtual iTunes, da Apple, foi o negócio digital que apresentou maior faturamento, e 52% dos itens comercializados neste canal eram músicas. O YouTube2 se tornou o quarto website com o maior número de visualizações e cerca de 50% dos acessos a este site eram relativos à música. O clipe musical Gangmam Style se tornou o primeiro a atingir a marca de um bilhão de visualizações. Artistas lançam álbuns digitais, fazem estreias de “clipes” na internet e anônimos atingem um público inimaginável para a indústria tradicional da música (REYNOLDS, 2014).

A cadeia produtiva da música sofreu mudanças mais significativas com o advento da internet do que com a digitalização em si. Este caráter “social” da música também se mostra presente no cotidiano dos usuários que compartilham e escutam

1

http://www.napster.com/

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música em rede. A revolução neste mercado não se deu por uma convenção tecnológica, mas sim pela mudança do comportamento dos consumidores da música, que rapidamente adequaram à internet as suas necessidades relativas à músicas (BIRCH, 2014).

Mesmo antes da internet, a música esteve presente em quase todas as esferas da vida humana. Ela é considerada um elemento cultural e, dessa forma, tem seu alicerce nas relações sociais onde cada cultura possui características musicais próprias, variáveis, percepções rítmicas e instrumentais diferentes, bem como distintos entendimentos do papel social da música (BARROS, 2012).

Para Wisnik (1999), a música é um universo concebido de pura energia que não pode ser tocada diretamente, mas afeta os seres humanos com precisão. Para o autor, a relação entre o som, o silêncio e o ruído, confere à música um grande poder de atuação sobre o corpo e a mente (consciente e inconsciente), numa espécie de “eficácia simbólica”.

Barros (2012) afirma que devido às diferentes relações que um ser humano pode ter com a música, o interesse particular em se envolver com ela e o seu conhecimento prévio de estrutura e teoria musical podem interferir diretamente nas necessidades informacionais destes usuários.

O fenômeno observado na indústria da música apenas reflete o fato de que a relação dos indivíduos com a música também está sendo transportada para a internet. E se considerarmos o caráter de rede, especificamente das redes sociais virtuais, tais como Facebook3 e Twitter4, temos que considerar que ao contrário da internet, que é em grande parte organizada em torno do conteúdo, estas redes estão organizadas em torno de usuários (MISLOVE et al., 2007). É válido considerar o crescente aumento de usuários de produtos e serviços relacionados à internet e suas tecnologias. A internet surge bombardeando os consumidores e transformando o mercado com o constante avanço de tecnologias e seus produtos inovadores, facilitando também a busca e a disseminação de informações diversas, o que resulta em fluxos informacionais que motivam, ou não, milhares de usuários em seguimentos de seus interesses.

Com o advento da internet, das tecnologias de informação e a globalização, pessoas do mundo inteiro “invadem” o “ambiente virtual” para trocar informações,

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www.facebook.com

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conhecimentos e interesses comuns numa dinâmica de interação social em tempo real. As redes sociais virtuais, Shin (2010), que focam nas construções de comunidades virtuais para possibilitar o compartilhamento de interesses individuais ou de outrem, viabilizam o processo de relação entre usuários e as mídias sociais, usuários e os produtos de informação, usuários e as tecnologias e assim, as relações entre os próprios usuários. Fatores como intenção, utilidade, conectividade, diversão e passatempo podem estar ligados ao interesse pelas redes sociais virtuais. As intenções comportamentais que poderão motivar um usuário a utilizar as redes sociais virtuais são intrínsecas à necessidade de cada indivíduo particularmente. Hakansson e Snehota (2006) afirmam que o significado de rede passa necessariamente por relacionamentos persistentes e pela busca por recursos totalmente ou parcialmente controlados. Isso significa que a relação entre os atores que detém totalmente, ou parcialmente, esses recursos se dá pela busca daquilo que ainda não se possui totalmente.

O sentido de “redes” é muito abrangente, podendo permear limiares desde que haja elementos interligados que partilhem de interesses comuns. Para construir uma rede é necessário delimitar o motivo de sua existência, ou seja, o propósito para que foi criada. Mizruchi (2006) diz que a divisão de valores e objetivos comuns entre pessoas ou organizações é estabelecida como rede social e é composta por atores e conexões. Observando a mesma linha de pensamentos relacionados à rede que os autores citados apresentam, pode-se aferir que, existindo elementos (pessoas) que “movimentem” a rede, ou seja, que estimulem e sustentem o seu ciclo de vida com base na procura e na partilha de interesses comuns por meio da interatividade, independente do que se procura em rede sempre haverá uma necessidade informacional do usuário, implícita ou explícita, responsável por motivá-lo a “viver” em rede.

Tendo em vista as relações entre os elementos de uma rede social, as redes sociais virtuais são plataformas online que permitem uma representação do indivíduo real, usuário (pessoa ou organização), que utilizará suas convicções de vida para influenciar o meio virtual e assim, também está sujeito a sofrer influências.

Para melhor compreender as relações que se dão entre os usuários nas redes sociais virtuais, é necessário perceber e entender o objeto de uso que permite essas conexões, a relação com a informação. Segundo Rabello (1980), para entender os usuários da informação é necessário que a ciência da informação (CI)

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se utilize de outras ciências, dando característica interdisciplinar à informação. Acerca do papel social da informação Tomaél et al. (2005, p.93) afirmam que ingredir nas redes é determinante para a evolução e construção do conhecimento, já que as redes sociais são um caminho para o acesso, a busca, o compartilhamento e o uso da informação. A informação é o objeto que mobiliza as redes, e que torna a interação entre os usuários dinâmica. Recuero (2009a, p.25) coloca rede social virtual como “uma teia formada por conexões que possibilita a disseminação da informação dando autonomia às mais diversas pessoas, viabilizando a construção de valores diferentes e dão acesso a esse tipo de valor (capital social)”.

Com base nas conexões criadas pelos usuários nas redes, Donath (1999) diz que um indivíduo pode ser percebido durante a interação humana de acordo com suas expressões, palavras por meio de dados que o represente como fotos, e informações peculiares à sua individualidade. Desta forma, o próprio ambiente virtual, rede social, determina o surgimento das necessidades de relacionamentos de usuários com as informações disponíveis assim como com outros usuários.

As relações estabelecidas nas redes sociais virtuais são tão emergentes quanto os laços criados off-line, portanto, à medida que há uma procura e evolução das relações humanas convencionais, de igual modo existe a necessidade de manter esse “contato” em plataformas online. Segundo Primo (2003, p.61), tais relações ou conexões “virtuais” podem ocorrer de duas formas, que são classificadas em interações mútuas — onde os indivíduos afetam-se mutuamente por meio de comentários que propiciam diálogos e relações interdependentes — e interações reativas — que se restringem a responder questões determinadas onde o usuário não pode alterar.

Devido à característica crescente das redes sociais virtuais e da demanda de pessoas que, dentre as condições básicas de acesso à informação por mediação de um computador que possuem, buscam cada dia mais a inclusão digital por parte das redes, estudos sobre este fenômeno serão cada vez mais necessários para a contribuição da compreensão das interações humanas nesses aspectos, não apenas no âmbito da CI como abrangendo as demais ciências.

Então podemos inferir que a busca por conteúdo de interesse em redes sociais virtuais pode se mostrar um pouco diferente daquela realizada em ambientes convencionais de internet. Sob essa perspectiva, a motivação desta pesquisa se dá pela necessidade de identificar características do comportamento informacional de

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usuários que utilizam redes sociais virtuais para compartilhar informações sobre música. Tendo em vista o crescente envolvimento entre usuários adeptos de músicas na redes sociais, em especial MPB no Facebook, torna-se no mínimo intrigante estudar as causas/necessidades que movimentam esses usuários especificamente com este tipo de informação relacionada à música em si.

Como um elemento, genericamente conhecido por seu papel de entretenimento, motiva centenas de pessoas, que às vezes nem se conhecem, a interagirem? É um dos questionamentos que motivam a finalidade desta pesquisa.

Com base nas questões levantadas aqui, este trabalho tem como objetivo geral identificar as características do comportamento informacional de usuários do Facebook que frequentam a página “Com açúcar, com afeto5”, que adota como tema a Música Popular Brasileira (MPB). Entender as motivações e interesses específicos desses usuários para utilizar este espaço (página do Facebook), e em especial sobre MPB.

Além desta Seção introdutória, este artigo apresenta na Seção 2 a literatura pertinente à pesquisa realizada. A Seção 3 apresenta a metodologia. A Seção 4 apresenta os resultados da pesquisa e a Seção 5 apresenta as considerações finais sobre a pesquisa.

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2 LITERATURA PERTINENTE

Para uma maior compreensão dos conceitos envolvidos neste trabalho, foram relacionados alguns conceitos publicados na literatura pertinente em Ciência da Informação. Estes serão apresentados nas subseções a seguir.

2.1 Necessidades de informação

As primeiras menções ao termo “necessidade de informação" são atribuídas ao pesquisador Robert Taylor (1962), o qual discute as origens das necessidades de informação. Em 1968, Taylor realiza uma pesquisa que identifica como e por que a pessoa vem aos balcões das bibliotecas pedir auxílio ao bibliotecário.

Taylor sugere quatro estágios relativos às necessidades, iniciando com (I) “[...] necessidade por informação consciente ou até mesmo inconsciente [...] um vago caráter de insatisfação [...] provavelmente incapaz de ser representados em termos linguísticos”. Taylor chama esta necessidade não expressa de necessidade visceral de informação (p, 68). O próximo estágio (II) é o momento em que o usuário consegue “[...] formular uma descrição mental consciente” que normalmente resulta em se comunicar com outra pessoa sobre a necessidade de informação.

Neste momento, o usuário atinge o próximo estágio (III) onde ele é capaz de construir uma descrição formal da necessidade. Entretanto, o usuário ainda não tem a certeza de que terá a sua necessidade compreendida pelo bibliotecário ou pelo sistema de informação. E então pode ser necessário que o usuário antecipe o meio ou tipos de documentos que ele pode encontrar a informação. O último estágio (IV), chamado de necessidade comprometida, reflete uma pergunta ao bibliotecário ou busca em sistemas de informação que apresenta uma reflexão sobre que tipos e formatos de dados, formas de indexação e organização entre outros. Neste momento há um compromisso entre o que o usuário requisitou e o como este pedido deve ser realizado em uma codificação compreendida pela fonte.

Krikelas (1983) sugere que existem muitas definições de conceitos básicos relativos a comportamento informacional tais como os próprios conceitos de informação, comportamento informacional e necessidades de informação. Tratando especificamente de comportamento informacional, Forsythe e colegas (1992, p.182), afirmam que não há um consenso explícito ou um conceito central do significado de

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necessidade de informação, sendo esta definida de acordo com o interesse particular dos diversos autores.

Brittain (1970, p.3) alerta que a maioria dos estudos propostos para investigar necessidades de informação de fato investiga, na melhor das hipóteses, as demandas, e que estas não podem ser confundidas com as reais necessidades. Wilson (1981) faz uma afirmação mais contundente ao afirmar que muitas das pesquisas relativas a necessidades de informação são, na verdade, pesquisas relativas a comportamento de busca de informação.

O’Connor (1968, p.11) afirma que poucas presunções são tão perigosas nas relações humanas do que a ideia de que um indivíduo conheça as necessidades de outro indivíduo melhor do que ele próprio. Case (2012, p.78) afirma que observar a necessidade informacional é problemática devido à dificuldade em “entrar na cabeça” do usuário e inferir interesses baseados na vivência e experiência do observador.

Wilson (1981) afirma que a necessidade informacional é uma experiência subjetiva que ocorre apenas na mente de cada indivíduo, não sendo, portanto, diretamente acessível ao observador. A necessidade só pode ser descoberta por dedução, através do comportamento, ou por um ato de enunciação da pessoa que a detém. Wilson classifica as necessidades informacionais em (I) cognitivas, (II) afetivas e (III) fisiológicas. O mesmo autor ainda assinala que, para as necessidades informacionais, existem também os motivos que dão origem aos comportamentos informacionais sugerindo que "[...] por qualquer razão a necessidade de informação deve existir um motivo que ocasiona esse comportamento”.

2.2 Comportamento informacional

Case (2012) define quatro termos básicos para o entendimento do comportamento informacional: (a) Informação definida como qualquer diferença que pode ser percebida em um ambiente ou dentro de si mesmo. É qualquer aspecto perceptível no padrão de realidade. (b) Necessidade Informacional é o reconhecimento de que o nível de conhecimento atualmente existente é inadequado para satisfazer um objetivo. (c) Busca da Informação é um esforço consciente para adquirir informações em resposta a uma necessidade em seu conhecimento. E por

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fim (d) o Comportamento Informacional que engloba não só a busca pelas informações, assim como a totalidade de outros comportamentos não intencionais ou passivos, bem como os comportamentos intencionais que não envolvem busca, como por exemplo, evitar ativamente informações indesejadas.

Wilson (2000) afirma que o comportamento informacional é todo comportamento humano relacionado às fontes e canais de informação, incluindo a busca ativa e passiva de informação e o uso da informação. Isso inclui a comunicação pessoal e presencial, assim como a recepção passiva de informação, como a que é transmitida ao público quando este assiste aos comerciais de televisão sem qualquer intenção específica em relação à informação fornecida.

Este autor sugere ainda que a busca informacional decorre do reconhecimento de alguma necessidade percebida pelo usuário, e que este pode buscar a informação tanto em sistemas formais quanto informais, a exemplo de outras pessoas - o que é denominado "troca interpessoal de informação” (WILSON, 1997).De acordo com ele, são oito as variáveis que intervêm no processo de busca informacional: (a) pessoais; (b) emocionais; (c) educacionais; (d) demográficas; (e) sociais ou interpessoais; (f) de meio ambiente; (g) econômicas; (h) relativas às fontes (acesso, credibilidade, canais de comunicação).

2.2.1 Modelos de Comportamento informacional

Case (2012) sugere que os modelos relativos a comportamento informacional também são utilizados como modelos de busca de informação. Johnson (1997, p.104) afirma que modelos teóricos para comportamento informacional devem levar em consideração quatro questões: (I) Estes modelos devem prover uma base teórica para prever mudanças nesse comportamento. (II) Prover informações para construir estratégias para promover melhoria nesse comportamento. (III) Explicitar a conceituação do comportamento informacional a partir de descrições detalhadas o suficiente para tal. E por fim, (IV) responder o porquê daquele comportamento baseado na explicitação das forças que interferem naquele comportamento.

A partir dos anos 1980, os estudos sobre comportamentos e necessidades informacionais deixaram de enfatizar os sistemas propriamente ditos e passaram a

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valorizar a perspectiva do usuário, atribuindo mais ênfase ao seu papel na transferência da informação (SILVEIRA; ODDONE, 2007). Em 1981, Wilson concebeu um modelo de comportamento informacional, inspirado nas necessidades fisiológicas, cognitivas e afetivas dos indivíduos.

O contexto dessas necessidades seria configurado pelo próprio indivíduo, pelas demandas de seu papel na sociedade, e pelo meio ambiente em que sua vida e seu trabalho se desenrolam. As barreiras que interferem na busca de informação surgiriam deste contexto (SILVEIRA; ODDONE, 2007). Este modelo proposto por Wilson (1981) é apresentado na Figura 1.

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FIGURA 1 – Modelo de Comportamento Informacional de Wilson

Fonte: Silveira e Oddone (2007)

Em 1989, Ellis elaborou um modelo do comportamento humano na busca informacional (Figura 2). Esse modelo não envolvia um diagrama, mas uma série de categorias de atividades de busca informacional: começar (atividades de início da busca); encadear (prosseguir a busca); browsing (busca semidirigida em locais potenciais de busca); diferenciar (filtrar e selecionar); monitorar (continuar revendo as fontes identificadas como essenciais); extrair (trabalhar sistematicamente com as fontes de interesse); verificar (conferir a veracidade das informações) e finalizar (ELLIS, 1989 apud SILVEIRA; ODDONE, 2007).

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FIGURA 2 – Modelo de Ellis.

Fonte: Silveira e Oddone (2007)

O modelo de Ellis serve de apoio a programas de navegadores de internet. Por exemplo, um indivíduo pode começar a busca em algumas páginas (começar); seguir alguns links para recursos relacionados (encadear); percorrer as páginas e fontes (browsing); selecionar como favoritos algumas fontes para futuras visitas (diferenciar); assinar serviços de alerta por correio eletrônico para receber informações (monitorar); pesquisar uma fonte específica sobre todas as informações necessitadas ou sobre um tópico em particular (extrair) (CHOO; DETLOR; TURNBULL, 2000 apud SILVEIRA E ODDONE, 2007).

Wilson adotou o conceito de mecanismo de ativação, que o ajudou a explicar por que algumas necessidades informacionais não se convertem em processos de busca. Este autor também percebeu a necessidade da existência de outra fase intermediária, agora entre a consciência da necessidade informacional e a atitude requerida para satisfazê-la. Wilson criou então as variáveis intervenientes que podem desencadear ou obstruir as iniciativas de busca de informação (Silveira e Oddone, 2007).

Em seu modelo de comportamento informacional revisado (Figura 3) Wilson (2000) propõe algumas mudanças ao perceber a necessidade de incluir um passo entre o indivíduo e sua consciência da necessidade de informação que é chamado por Dervin (1998) de "lacuna" entre a situação e o uso da informação (Silveira e Oddone, 2007).

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FIGURA 3 – Modelo de Wilson (Revisitado)

Fonte: Silveira e Oddone (2007)

Em 1983, Dervin desenvolveu uma teoria que ficaria conhecida como sense-making (Derwin, 1998), (Figura 4). Case (2012) sugere que esta teoria não seja considerada um modelo e sim um paradigma, embora o próprio considere uma questão aberta se o mesmo é um modelo, teoria, paradigma ou todos acima. O “modelo” é constituído pelos seguintes elementos: (I) a situação, em tempo e espaço, seria o contexto no qual surge o problema informacional; (II) a lacuna (gap), que seria a distância entre a situação contextual e a situação desejada (incerteza); (III) o resultado, que representa a consequência do processo de sense-making (Silveira e Odonne 2007).

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FIGURA 4– Modelo Make-sense de Dervin

Fonte: Silveira e Oddone (2007)

2.2.2 Comportamento Informacional e Comunidades em redes sociais virtuais

Fisher e Naumer (2006) sugerem que a noção de lugar e espaço em redes sociais virtuais apresenta as seguintes características: (I) localização física importa cada vez menos, (II) valores e culturas estão envolvidos, (III) espaços são únicos e parte de um arcabouço de circulação de informações, (IV) espaços são fatos localizados, (V) espaços surgem ou “se tornam”, e normalmente há um componente histórico que está por trás desse surgimento e (VI) possuem significado para os usuários.

Segundo os mesmos autores, um “lugar tangível” para ser atrativo precisa: (I) estar em uma “zona neutra” onde os frequentadores possam chegar ou sair sem que nenhum deles tenha a obrigação de ser anfitrião; (II) Ser um espaço aberto, com o mínimo de exclusão ou limitações de acesso; (III) ter a conversação como principal atividade; (IV) ser acessível e aconchegante; (V) possuir membros regulares para que seja promovida uma espécie de convivência e afinidade entre as pessoas; (VI) ser discreto; (VII) permitir um ambiente de descontração e onde o humor possa ser exercido; e por fim, (VIII) seja uma casa fora de casa.

Couter e Fisher (2008) colocam que sistemas de interação promovem uma espécie de independência geográfica. Onde, como e quando um usuário desejar, ele

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pode ter acesso a outras pessoas para trocar informações sobre conteúdo do seu interesse em um espaço aberto e irrestrito que é a internet. Os autores ainda sugerem que pessoas lidam com as informações partindo das suas necessidades para a busca. Em essência, essa necessidade de informação pode ocorrer em qualquer lugar, em qualquer tempo, muitas vezes de forma inesperada, e se formam em torno de um objetivo comum entre participantes. E, especialmente nas redes sociais virtuais, a informação aparece como um subproduto da interação social.

Ellison (2007) apresenta a influência da quantidade de conexões que um usuário possui em seu comportamento informacional: “Quanto maior for a rede de um determinado indivíduo, maior será seu capital social [...]” principalmente devido à quantidade, em potencial, desse indivíduo obter informação útil.

2.2.3 Comportamento Informacional em Música

A inclinação e afinidades que cada indivíduo desenvolve pela música são moldadas de acordo com seu contexto histórico-social, através da cultura e circunstâncias que se está inserido.

A aptidão por este fenômeno pode ser desencadeada ainda na infância, por meio de uma canção de ninar que fica na lembrança, canções cantadas alegremente no período de escola, em passeios, cada experiência pode ser lembrada por uma música que “marcou”.

Além da música ser um elemento que desperta a emoção dos ouvintes, ela ainda possui uma característica artística que serve para preservar as histórias dos povos e ser compartilhada por pessoas diferentes, de toda parte do mundo, que partilham de sentimentos e lembranças semelhantes. A música é um dos elementos que mais se beneficia com o avanço das tecnologias de informação, a migração de mídias analógicas como CDs, DVDs, fitas para permitirem a disseminação de músicas em meios digitais através de links de vídeos, sites para baixar áudios e letras de músicas são exemplos da contribuição da tecnologia para a música.

Os fatores externos e internos podem despertar as necessidades informacionais por música no individuo; em se tratando das redes sociais os usuários que utilizam essas plataformas de informações online, pode-se dizer assim, são influenciados na maioria das vezes pelo meio social em que vivem.

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Vejamos este argumento de Mann:

A música é um grande mistério. Em virtude da sua natureza sensual-espiritual e da surpreendente união que ela realiza entre a regra estrita e o sonho, entre a razão e a emoção, entre o dia e a noite, ela é, sem dúvida, o mais profundo, o mais fascinante e, aos olhos do filósofo, o mais inquietante dos fenômenos. (MANN, 1944)

O comportamento informacional dos usuários é fruto da percepção que eles têm da música e consequentemente do valor cognitivo, emocional e representativo que ela tem. A música alcançou o paradigma de recurso informacional, logo, não se trata apenas de um elemento melódico e harmônico, mas um objeto informacional que retrata situações e experiências pertinentes às necessidades cognitivas e emocionais dos usuários. Sob esta perspectiva, a busca da informação musical só será realizada quando o indivíduo se deparar com uma necessidade de informação relacionada a este recurso.

A informação é percebida pelo individuo durante todo o ciclo de vida, não necessariamente apenas quando este efetiva a busca da informação. Entende-se, portanto, que o comportamento de usuários ocorre ao longo da vida, independente de ser em plataforma digital ou no ambiente físico, e que eles passeiam por entre objetos musicais informacionais e se sentem atraídos ou repelidos pelas características intrínsecas e extrínsecas do objeto musical, às quais se assemelham à estas suas necessidades.

2.2.4 Facebook (Visão da Ciência da Informação)

Bem mais do que uma rede social virtual onde indivíduos trocam informações e mantêm contatos sociais através dos perfis criados, o Facebook é uma fonte de informação não estruturada que permite uma maior visibilidade dos conteúdos disseminados. Do ponto de vista empresarial e de marketing, esta ferramenta de comunicação dá acesso a uma quantidade de informações diversas (positivas e negativas) e de maneira rápida com relação às empresas, de modo que se tornou extremamente viável o investimento no marketing digital por parte das grandes marcas e organizações.

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Boletines Pand Labs, (2008, p. 4) desenvolveu a Tabela 1 para demonstrar a cronologia dos principais recursos de rede social.

Vale ressaltar que para manter uma rede social ativa é necessário dispor de recursos financeiros e processos de tecnologia inovadores que mantenham os usuários inteirados e interessados por fazer parte da dinâmica oferecida. Um caso recente de rede social que por um motivo ou outro se tornou obsoleta foi o Orkut. Segundo Area (2008) o Facebook pode ser identificado como rede de propósito geral, de massas ou mega comunidade. Essas características demonstram a dimensão do alcance do Facebook entre usuários de qualquer idade, classe social, cultura e etc. No entanto, a facilidade com que se obtêm informação nessa fonte pode remeter a dúvidas sobre sua autenticidade, já que a manipulação de imagens e informações na internet tem se tornado comum, a veracidade do Facebook como fonte de informação entra em questão.

As informações disponíveis na internet, em especial no Facebook, carecem de avaliações prévias por parte de usuários a fim de testificarem sua autenticidade e relevância, bem como sua credibilidade e qualidade. Tomaél (2008) desenvolveu alguns critérios de qualidade para avaliar e filtrar fontes de informação na internet:

1 - Credibilidade das informações: Verifique a existência de pessoa física ou

jurídica que é responsável pelo conteúdo disponível na fonte, assim como alguma ferramenta de contato como e-mail e telefone para que dúvidas possam ser sanadas;

2 - Atualização do conteúdo: Observe a última atualização da página e se o conteúdo é atual e, também, teste os links (uma fonte atualizada não apresenta links quebrados);

3 - Qualidade intrínseca da informação: avalie a coerência com relação às normas cultas, assim como a constância do conteúdo informacional;

4 - Acessibilidade: diz-se da facilidade para acessar a informação;

5- Suporte aos usuários: se existe algum tipo de auxílio ao usuário durante a consulta à fonte;

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6- Segurança: analise as questões de acesso restrito e a proteção contra aqueles não autorizados;

7- Usabilidade: atente para a facilidade de uso e navegação e ao design, se é apropriado ao propósito da fonte;

8 - Organização: analisar se as informações estão estruturadas em categorias adequadas;

9 - Sistema de busca: verificar se a fonte dispõe de recursos de busca que recuperem a informação mais rápido, e se permitem refinamentos;

10 - Consistência e relevância: considere a coerência na abordagem do conteúdo, se há referências a fontes pesquisadas, se a cobertura (temporal e temática) está de acordo com a que se propôs a fonte;

11 - Estabilidade: verifique se a informação pode ser recuperada tantas vezes quanto for necessário.

Analisando e considerando os critérios de qualidade de fontes de informação citados, verificamos que o Facebook, por ser uma rede social descentralizada e de informações não estruturadas, os parâmetros de qualidade apresentados não correspondem, de forma mais genérica, aos padrões pré-estabelecidos por Tomaél (2008). Contudo, o uso exaustivo do Facebook para acesso, compartilhamento e disseminação de informação por pessoas físicas e jurídicas é fato, fazendo-se necessários mais estudos que envolvam esta ferramenta revolucionária no âmbito da tecnologia da informação e comunicação.

2.2.5 Trabalhos relacionados

A visibilidade que o Facebook alcançou diante do universo da internet e da chamada sociedade da informação tem acarretado em estudos e pesquisas que englobam desde a relação que os usuários têm com a rede social até a credibilidade adquirida diante das grandes marcas e empresas do mundo.

No âmbito da ciência da informação (CI), o Facebook tem sido percebido, na maioria dos trabalhos relacionados à ferramenta, como uma plataforma onde a interação entre usuários e páginas criadas para difundir e circular informação pode ser compreendida. Um dos estudos que chamam a atenção para essa fusão do Facebook com pessoas, empresas e meio científico está na base de dados INFOBCI (base de dados de ciência da informação, divulgando informações, compartilhando

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conhecimentos), o artigo foi elaborado com o fim de analisar o uso das redes sociais, em particular o Facebook, por bibliotecários, para a disseminação da informação.

Essa percepção de promover capacitação e atualização entre os profissionais da informação e de outras áreas para a utilização de ferramentas tecnológicas contemporâneas como o Facebook se tornará cada vez mais corrente com o passar dos anos e a evolução contínua das mídias sociais.

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3 METODOLOGIA

Esta pesquisa se caracteriza, quanto aos meios, como uma pesquisa de campo onde a coleta de dados ocorre no ambiente natural com o objetivo de observar ou criticar a vida real, com base em teorias. Quanto aos fins é considerada uma pesquisa descritiva, que se propõe a verificar fenômenos na vida real observando a influência do ambiente nestes fenômenos (MICHEL; 2009).

A coleta de dados foi realizada a partir de observações diretas intensivas em um primeiro momento ao utilizar a netnografia na página “Com açúcar, com afeto" na rede social virtual Facebook. A netnografia (ou etnografia) na internet é um método de pesquisa qualitativo que adapta técnicas de pesquisa da etnografia para o estudo das culturas e comunidades emergentes através da comunicação mediada por computador (KOZINETS; 2001).

O tema central adotado pela página é a MPB e a boa parte dos dados foi coletada a partir dos comentários, compartilhamentos, curtidas e marcação de outros usuários nas postagens, uma vez que a netnografia utiliza as informações publicamente disponíveis para identificar e compreender as necessidades e influências na decisão de relevantes grupos de consumidores de informação ou outros produtos online (KOZINETS; 2001). Outra observação intensiva direta foi realizada a partir de entrevistas realizadas com 15 (quinze) usuários para coletar os dados que não se podem coletar a partir da netnografia.

A entrevista era não estruturada (aberta) e continha as seguintes perguntas: I. O que leva você a postar, curtir, compartilhar ou comentar conteúdo da

página?

II. Como você encontra conteúdo de interesse na página? III. Como você costuma interagir com os outros usuários?

IV. Você confia/desconfia do conteúdo gerado por alguém? Por quê? V. Como você encontrou a página? E por que você continua a visitá-la? VI. Como o espaço Facebook interfere na sua relação com a página?

Para a análise dos dados foi utilizado o modelo de Wilson (2000) revisitado. A partir dos dados coletados na netnografia e das afirmações dos usuários nas entrevistas, foi identificado como o comportamento destes, quando conectados na página pesquisada, se enquadra no modelo de Wilson.

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4 COMPORTAMENTO INFORMACIONAL DOS USUÁRIOS DA COMUNIDADE “COM AÇÚCAR, COM AFETO”

Por questões de organização, os resultados da pesquisa serão exibidos de acordo com cada uma das fases do modelo de Wilson apresentado na Figura 3.

4.1 Contexto da necessidade da informação

A interação social que acontece nessa página se dá pela troca de experiências entre fãs da MPB que são desencadeadas a partir das músicas e das emoções que elas causam nos usuários. Percebe-se que nesses estímulos proporcionados por usuários para eles próprios, existe um fluxo de informação singular que desencadeia reações diversas e bastante pessoais.

Foi percebido pelas primeiras postagens que, em seu início, a página se dirigia apenas aos fãs do cantor Chico Buarque de Holanda. Naquele momento, a ideia da página era agregar fãs e interessados no artista em si. Com a evolução da dinâmica do espaço, o conteúdo foi extrapolando em sua forma (do texto para a imagem, das imagens aos vídeos), as intenções dos usuários foram se tornando diversas (do interesse na música e artista para também experiências/sentimentos pessoais que aquelas músicas traziam), o conteúdo de interesse foi ampliado das músicas de Chico Buarque para toda MPB e por fim a intenção dos usuários ao seguir a página deixou de ser majoritariamente um espaço para discutir e encontrar fãs do artista em questão para encontrar pessoas que compartilhem dos mesmos sentimentos, emoções e preferências.

4.2 Mecanismo Ativador de Necessidade (Teoria do estresse)

Wilson sugere que para se buscar uma informação é preciso estar convicto que uma necessidade existe, e identificar qual vazio informacional (cognitivo, emocional ou fisiológico) precisa ser atendido. O contexto vivenciado por cada indivíduo é único e pode desencadear um processo de angústia, incerteza, prazer, euforia entre outros, que auxiliam a identificar as necessidades primárias de informação.

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Para este elemento identificamos que o mecanismo ativador é, em grande parte dos casos, emocional com o intuito de proporcionar, a si mesmo ou a outros, emoções que vêm à tona a partir das músicas ou trechos específicos delas. Outra necessidade encontrada foi a de participantes encontrarem outros que compartilham do mesmo interesse musical ou de sensações similares e acabam por formar elos o que se pode observar pelo maior envolvimento nas postagens criadas por “amigos”.

Também foram identificados elementos cognitivos, com menor frequência, que emergiam das reflexões dos usuários sobre as letras das músicas que apresentam forte contexto social, tais como a ditadura, família e desigualdade social. A construção deste tipo de diálogo apresenta questões emocionais e valores individuais, entretanto, o nível de conhecimento sobre a realidade que envolve cada um desses contextos e os debates lançados sobre os assuntos sugerem este componente cognitivo na página.

4.3 Variáveis Interferentes

Wilson classifica as variáveis interferentes em cinco tipos: (a) psicológicas, (b) demográficas, (c) papel interpessoal, (d) ambientais e (e) características da fonte. Para esta pesquisa foram observados os seguintes aspectos relativos a cada uma:

4.3.1 Psicológicas

A página em questão é uma fonte de informação sobre MPB com manifestações claras de componentes emocionais que estão presentes na dinâmica do espaço. A arte musical estimula sentimentos, emoções e lembranças de um indivíduo que são acionadas quando este entra em contato com uma música específica. Na página isso fica evidenciado pelas postagens que explicitamente sugerem o envolvimento emocional como, por exemplo: “O que a música ‘Como Nossos Pais’ (composição de Belchior) te faz lembrar?” ou “Para quem você dedicaria a música ‘É isso ai’ (composição de Damien Rice e Ana Carolina)?”.

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4.3.2 Demográficas

Através da análise das opções “curtidas”, que é uma ferramenta do próprio Facebook, relativa à página, foi possível avaliar a faixa etária e localização geográfica dos “seguidores”. Em 11/05/2013 a página possuía cerca de 184.716 (cento e oitenta e quatro mil, setecentos e dezesseis) pessoas que haviam comentado sobre o grupo, enquanto 165.526 (cento e sessenta e cinco mil, quinhentos e vinte e seis) pessoas curtiam a página. A cidade com o maior número de usuários é São Paulo, e a faixa etária mais ativa é a de pessoas entre 18 a 24 anos. A Figura 5, apresenta esses dados na interface do Facebook.

Figura 5 – Demografia dos Usuários da Página “com açúcar, com afeto.”

Fonte: Facebook

4.3.3 Papel social ou interpessoal

A música também é um elemento de entretenimento e na página “Com açúcar, com afeto”são manifestadas diversas demonstrações de construção social e

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criação de laços interpessoais. Existem muitas postagens que levam os usuários a refletirem sobre diversas realidades sociais a partir da música, proporcionando uma reflexão - ao mesmo tempo um espaço de conscientização -, sobre as realidades descritas nas letras das músicas. Por exemplo, a música “Romaria” (composição de Renato Teixeira) foi tema de um extenso debate, com mais de duzentas postagens, sobre a questão do homem do campo, seu modo de vida, seus problemas e sua realidade. Os usuários compartilharam não só opiniões, mas também fatos oriundos de pesquisas demográficas, notícias veiculadas em meios de comunicação e informações advindas de organizações do terceiro setor tornando este debate uma fonte de informação rica sobre o assunto.

Além de despertar este senso crítico e conhecimento histórico, político e cultural, outro componente social identificado foi a formação de grupos que passaram a interagir fora do Facebook com a criação de fãs clubes dos quais os membros iriam juntos a shows ou encontros promovidos pelos próprios usuários como momento de descontração e de socialização.

4.3.4 Ambiente

O próprio ambiente das páginas do Facebook delimita que tipo de informações pode ser trocada e a interação entre usuários pode acontecer. Há possibilidade de compartilhar, curtir, marcar amigos e comentar as postagens realizadas por usuários formando uma dinâmica assíncrona de conversação entre os usuários, onde os mesmos participam de acordo com o seu interesse. Apenas no dia 11/05/2013, 55 (cinquenta e cinco) novas postagens foram realizadas. Isto resultou em 30.909 curtidas, 4.552 compartilhamentos, 745 comentários e 88 marcações de pessoas.

Outra questão relativa ao ambiente e que é apresentada nas entrevistas é a dificuldade para recuperar informações postadas há mais de dois dias. Esta perda de informações foi considerada significativa, visto que não existem recursos para buscas ativas. Por outrolado, alguns usuários colocam esta característica como um elemento que promove a criação de novos conteúdos, mesmo que efêmeros, que mantêm os usuários criando novos conteúdos para a página.

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4.3.5 Característica da fonte

O Facebook é uma ferramenta de grande visibilidade, entretanto, o conteúdo publicado nele não é confiável por diversos motivos, entre eles a divulgação de músicas que ainda são protegidas por direitos autorais que estão sendo publicadas por terceiros, que não têm autorização para distribuição legal da mesma. A falta de confiabilidade nas fontes das postagens não parece diminuir a assiduidade das atualizações, uma vez que os usuários já trazem uma identificação intrínseca com o conteúdo (música).

4.4 Mecanismo de Ativação da Busca (Risco/Recompensa)

Uma vez que as páginas do Facebook não possuem nenhum mecanismo de busca, seja pelo conteúdo seja por outros metadados, a dificuldade em recuperar postagens antigas da página torna a procura por conteúdo específico praticamente impossível. A busca ativa por parte dos usuários se dá pelo ato de explorar o conteúdo visível por elesnaquele momento.

Os usuários entrevistados afirmam que a maioria do conteúdo “relevante” encontrado por eles se dá pela assiduidade na página, e por assim dizer, dificilmente a postagem de interesse se torna obsoleta e se torna indisponível para o usuário, ou, por que amigos marcam estes usuários em músicas que eles conhecem o seu interesse.

Os “feeds” (atualizações que aparecem no perfil do usuário acerca do que seus amigos estão fazendo) possuem também papel importante na busca passiva, seja por que um usuário da página recebe as suas atualizações ou por que usuários não cadastrados na página recebem atualizações de amigos cadastrados que curtem ou compartilham conteúdos postados e que são registrados em seus feeds. Todos os usuários entrevistados afirmam que encontraram a página “Com açúcar, com afeto”, baseada em postagens de amigos feitas na página que foram visualizadas por eles no perfil dos amigos ou em seus feeds.

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A teoria do risco/recompensa proposta por Wilson tenta avaliar como e por que as variáveis intervenientes podem desencadear ou obstruir as iniciativas de busca de informação. Para a busca ativa as variáveis pouco influenciam, uma vez que o método para realização da busca ativa é único (olhar as postagens dos usuários), e o que mantém o interesse dos usuários em buscar conteúdo na página é o interesse no conteúdo (variáveis psicológicas) e na rede de amigos obtidas na página (variáveis sociais/interpessoais).

A teoria social da cognição (autoeficácia) sugere que qualquer indivíduo sempre pode produzir o comportamento necessário à obtenção dos resultados. Isto também não é observado nos questionários, já que a forma de busca ativa é única e não depende do usuário. O que um usuário pode fazer é solicitar aos administradores da página, via inbox (trocas de mensagens em modo individual), que criem postagens do seu interesse e que estimulem a participação de outros indivíduos, entretanto, neste caso não há busca, porque só é necessário acompanhar o que os outros usuários têm a comentar sobre as postagens.

4.5 Comportamento de busca da informação

Wilson aponta que nesta etapa a informação desejada já foi encontrada e aceita pelo usuário. Na página, a informação de interesse pode ser utilizada apenas pela leitura (usuários lurkers), compartilhada com a rede de amigos, “curtida”, comentada ou mesmo associada a um amigo através de uma marcação. Ainda segundo Wilson existem quatro tipos de comportamento de busca: (a) atenção passiva, (b) busca passiva, (c) busca ativa e (d) busca contínua. O Quadro 1 apresenta os comportamentos observados para cada um destes tipos.

Quadro 1 – Modelo de Wilson Revisitado

Tipo de Busca Resultado Atenção Passiva: o sujeito

não tem como objetivo buscar a informação, mas a aquisição da informação pode ocorrer em

Ocorre a partir da atualização dos feeds ou marcação de alguém por um amigo. O usuário não está buscando nada ativamente, mas uma atualização que aparece automaticamente no feed de

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várias formas. notícias, ou ele pode ser “marcado” em uma publicação e isso pode reter a atenção de um usuário.

Busca Passiva: o sujeito se envolve em situações que propiciam o encontro de informações relevantes e se mantém atento às possíveis informações que lhes chega às mãos

Ocorre quando o usuário decide seguir a página e a partir deste momento ele começa a receber informações do feed, pode ser marcado por outros amigos. Com este comportamento, o usuário se coloca como “desejoso” por receber informações da página.

Busca Ativa: O sujeito tem uma percepção consciente da necessidade de informação e busca, de forma intencional, por esta informação.

Ocorre quando um usuário procura, dentro da página, alguma frase, imagem, hiperlink ou música específica. Isso é feito de forma manual e o usuário pode não saber exatamente que música irá encontrar, percebendo este conteúdo de interesse no momento em que o encontra.

Busca Contínua: A busca ativa já estabeleceu uma estrutura básica de ideias, crenças e valores e ocasionalmente a busca tem sua estrutura expandida ou visualizada.

Ocorre quando o usuário passa a realizar novas buscas na página, uma vez que ele percebe que este conteúdo atende às suas necessidades informacionais. Baseado nos dados netnográficos, 62% dos usuários que comentam, curtem e compartilham, o fazem com relativa frequência. Entretanto, o número de usuários identificados que exercem este comportamento, 818, representa pouco mais de 0,5% do total de usuários da página.

O Quadro 2, a seguir, sumariza os resultados desta pesquisa utilizando o modelo geral de comportamento informacional de Wilson.

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Quadro 2– Avaliação do comportamento informacional da página “Com Açúcar , com Afeto” do Facebook.

Psicológicas: Assunto e conteúdo do estilo musical MPB, preferência dos seguidores. Demográficas: Jovens entre 18 e 24 anos.

Interpessoal: Letras que

despertam o senso crítico.

Pessoa no contexto:

“Curtidores” da Fan Page,, com afeto, amigos deles, Gerentes da comunidade. Teoria do Stress/Esforço. Necessidade de provocar emoções ou discutir temas de interesse baseado nas letras das músicas

Teoria do Risco / Recompensa

Pouca Influência já que o processo de busca não depende

do usuário Teoria da cognição social Auto-eficácia Praticamente inexiste já que a dinâmica da página é quem determina que conteúdo estão disponíveis aos usuários. Processo e uso da informação: Informações compartilhadas pelo usuário que “curtem” a Comunidade.

Busca ativa: Procura na

Comunidade alguma frase, imagem, link etc

Busca passiva:

Visualiza o que estava buscando. Busca continua: Continua buscando informações na Comunidade. Atenção passiva: Atualizações no feed de noticias do usuário que curtiu a página.

Contexto

Informacional: Trocas de conhecimento e experiências de fãs da música popular brasileira

Mecanismos Ativador de necessidades:Emoções, sentimentos, Interesse por MPB e curiosidade. Variáveis Interferentes Mecanismos de Ativação busca: Compartilhamento e “curti” o conteúdo. Comportamento de Busca de Informações Ambientais: Recursos

de fácil utilização para curtir, comentar e compartilhar os conteúdos, e falta de recursos de recuperação de informações. Características da Fonte: Baixa

credibilidade devido aos direitos autorais. Atualizações constantes

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma análise inicial do comportamento informacional dos usuários da página “Com açúcar, Com afeto” sugere que estes manifestam no mundo virtual as mesmas necessidades e hábitos referentes à música apresentados no mundo real. Os usuários manifestam necessidades emocionais e cognitivas em um ambiente propício para a troca de experiências baseadas nas sensações e emoções proporcionadas pela música.

O grande motivador dos usuários para, inicialmente, curtir a página é o interesse em MPB. Usuários mais assíduos passam a se interessar não só pelas músicas em si, mas principalmente nas emoções provocadas, nele próprio e em outros indivíduos, pelas músicas e melodias. A possibilidade do compartilhamento das emoções, ou seja, da troca de experiências em comunidade (rede), e do debate para a conscientização social fazem com que as pessoas se apropriem do espaço como um lugar para aproveitar a MPB.

A busca por conteúdo se dá basicamente por duas formas: (I) pela atenção passiva em observar conteúdo publicado em feeds ou pelas marcações de amigos que compartilham conteúdo com um usuário. Ou (II) pela busca contínua de usuários que visitam a página com frequência em busca de conteúdo de interesse. O ambiente do Facebook não possui nenhum mecanismo de busca e apresenta uma limitação quanto ao acesso de postagens mais antigas devido ao volume de novas postagens.

Esta aparente limitação do Facebook traz uma dinâmica particular à página de diversas atualizações que atingem uma faixa de 50 a 70 postagens diárias e esta variedade de conteúdo acaba por interessar uma quantidade maior de usuários. Foi verificado que uma quantidade muito pequena de usuários deixa rastros do seu interesse pelas postagens (comentários, curtidas e compartilhamentos) e estes o fazem de forma recorrente. A grande maioria dos usuários é considerada lurkers, usuários que apenas observam as postagens sem criar nenhum tipo de informação adicional à postagem, e por isso, não se pode indicar com clareza qual o envolvimento desses usuários com a página.

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Três variáveis interferentes se mostram como as mais significativas para auxiliar no entendimento do comportamento informacional dos usuários desta página:

I - As variáveis psicológicas, que sugerem o papel da música como um forte componente emocional na vida humana e que este componente também deve ser espalhado em um espaço onde a música é protagonista;

II - O papel social e interpessoal é outro fator que torna esta página única já que algumas letras levam os usuários a refletir e debater sobre a sociedade. Este interesse pela música faz com que grupos de usuários que possuem uma maior afinidade passem a interagir também fora da comunidade, desenvolvendo laços afetivos inclusive no mundo real.

III - E por fim, o próprio ambiente, Facebook, propicia um alcance maior do conteúdo disponibilizado. Esta maior facilidade em encontrar pessoas que possuam as mesmas preferências faz com que usuários passem a produzir conteúdo na página e propiciar esses encontros.

A pesquisa apresenta algumas ameaças à validade, sejam internas ou externas, que podem trazer viés aos resultados obtidos nesta pesquisa. A primeira ameaça interna é inerente aos métodos de pesquisa utilizados. A netnografia ainda apresenta um forte componente de interpretação por parte dos autores: mesmo que os dados estejam claros, não é possível estabelecer a real razão e a intencionalidade dos usuários ao criar uma postagem, curtir, compartilhar e comentar. Segundo Peirano (1995) em seu livro “A favor da Etnografia”, a relação entre pesquisa de campo e etnogtafia existe e é válida e coerente, tendo em vista que a observação de um fenômeno é concreta do ponto de vista do observador, mas não é uma verdade absoluta. Ainda na percepção da autora nenhuma boa teoria surge sem que haja um eficaz estudo etnográfico. É uma questão interessante a ser estudada mais profundamente futuramente. A entrevista traz consigo o viés da visão do entrevistado sobre o assunto tratado. Mesmo que haja um cuidado para tratar apenas do conteúdo gerado por ele, ainda assim há toda uma construção de contexto em torno das postagens que podem levar o usuário a curtir ou compartilhar conteúdo.

Uma ameaça à validade interna se dá pelo próprio Facebook, e na forma “fechada” como o mesmo fornece os dados coletados para a netnografia.

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Os dados quantitativos relativos à demografia não provêm de uma busca ou análise e sim de uma informação dada pelo Facebook.

Uma ameaça externa surge da quantidade de 15 entrevistados num universo de cerca de 150.000 mil usuários, pode-se considerar como uma amostra pequena para determinar o comportamento destes. Outra ameaça externa à validade da pesquisa vem do caráter não longitudinal, uma vez que foram coletados dados de apenas um dia de postagens. Este dia pode apresentar um comportamento não regular da página. Apesar de todas estas ameaças acreditamos ser possível sugerir como se dá este comportamento e identificar características de uso da página.

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