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DOCUMENTO DE CONSULTA PÚBLICA

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DOCUMENTO DE CONSULTA PÚBLICA

N.º 8/2008

Projecto de Norma Regulamentar – Aprovação

da Parte Uniforme da Apólice de Seguro

Obrigatório de Responsabilidade Civil

Automóvel

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1. INTRODUÇÃO E ENQUADRAMENTO

O Decreto-Lei n.º 291/2007, de 21 de Agosto, e o Decreto-Lei n.º 72/2007, de 16 de Abril, que aprovou o Regime Jurídico do Contrato de Seguro (RJCS), o qual entrará em vigor no próximo dia 1 de Janeiro de 2009, trouxeram alterações profundas ao regime do seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel, que devem ser acolhidas nos respectivos clausulados, até hoje basicamente conformados pela Apólice Uniforme aprovada pela Norma Regulamentar do Instituto de Seguros de Portugal n.º 17/2000-R, de 21 de Dezembro, com as alterações introduzidas pela Norma Regulamentar n.º 13/2005-R, de 18 de Novembro.

O Instituto de Seguros de Portugal (ISP) não desconhece que a superveniência do RJCS determinou uma superior densidade do regime legal aplicável a esta modalidade de seguro – que, anote-se, veio acrescer à já superior densidade legal do regime aplicável à matéria da regularização dos sinistros anteriormente trazida pelo Decreto-Lei n.º 83/2006, de 3 de Maio, entretanto substituído e mais densificado pelo Capítulo III do Título II do Decreto-Lei n.º 291/2007 –, donde atenuando a premência de um regime regulamentar detalhado para o mesmo, subjacente à Norma Regulamentar do ISP de 2000.

Mas, porque a solução-apólice uniforme para esta modalidade de seguro tem até hoje (nos já quase 30 anos de vigência desta obrigação de seguro em Portugal), segundo se julga, provado ser adequada, nomeadamente da perspectiva da garantia da protecção contratual dos tomadores do seguro e dos segurados – e reflexamente (pois que a ordenação justa e adequada da matéria contratual inter-partes potencia a capacidade regularizadora de sinistros do contrato) dos terceiros lesados –, entende-se que a prudência sugere a conveniência de que uma eventual transição para uma solução pura de meras condições mínimas deste contrato se não faça de forma imediata e sem estudo de impacto prévio. Até porque a aplicação do regime do Decreto-Lei n.º 291/2007 irá ser objecto de avaliação após 3 anos de vigência (cf. respectivo art. 93º), o que decerto não deixará de constituir ensejo para reponderação da modalidade de regulação contratual deste seguro.

Solução que, de resto, encontra paralelo no direito comparado próximo (em face de evolução semelhante ao nível da lei geral do contrato de seguro).

O ora proposto consubstancia uma evolução dos clausulados de um modelo de Apólice Uniforme do Seguro Obrigatório de Responsabilidade Automóvel, constante da Norma de 2000, para uma

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distinto, seja via-supletividade, seja via-imperatividade relativa, mas em que os concretos desvios que venham a efectuar-se carecem de ser assinalados.

Por outro lado, a fórmula que consagra aquela filosofia de base – previsão de Condições Gerais do Seguro Obrigatório completas (no Anexo do Projecto de Norma Regulamentar), a que soma a indicação exacta e concreta das suas partes derrogáveis convencionalmente, bem como do sentido admissível para o regime convencional respectivo (nos artigos 1.º e 2.º do Projecto) – é, julga-se, suficientemente flexível quer para os seguradores que prefiram adoptar o modelo regulamentar, quer para os seguradores que prefiram dele se afastar.

O que agora vier a ser aprovado não deixará decerto de constituir, na medida do razoável, padrão relativamente às demais apólices cujas condições gerais, ou as condições mínimas, venham a ser objecto de regulamentação no presente contexto de adaptação dos clausulados ao regime Jurídico do Contrato de Seguro.

2. O PROJECTO DE NORMA REGULAMENTAR

O presente Projecto de Norma Regulamentar fundamentalmente procede ao acolhimento nos clausulados em concreto das alterações trazidas ao seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel pelos Decretos-Lei n.º 291/2007, de 21 de Agosto, e n.º 72/2008, de 16 de Abril.

Para lá da alteração de fundo ao nível da filosofia de base, aludida no ponto 1., procede também a uma alteração de fundo na organização sistemática da ora designada Parte Uniforme das Condições Gerais.

No fundo, a apólice passa a integrar três partes representadas pelas: - Disposições imperativas que não podem ser afastadas pelas partes;

- Disposições supletivas que podem ser afastadas pelas partes em qualquer sentido distinto do que está previsto na apólice uniforme;

- Disposições de imperatividade relativa que podem ser afastadas desde que num sentido mais favorável ao tomador do seguro, segurado ou terceiro lesado.

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Ao nível do âmbito da regulação do previsto na Parte Uniforme das Condições Gerais atendeu-se particularmente ao previsto no artigo 37.º do RJCS que elenca os elementos que devem constar da apólice de seguro.

As alterações ao nível do recorte do âmbito do seguro obrigatório trazidas pelo Decreto-Lei n.º 291/2007 não tiveram reflexo no clausulado ora proposto, pelo que pode considerar-se o previsto no respectivo Capítulo I como substancialmente semelhante ao previsto na Norma Regulamentar de 2000.

Alargou-se de forma significativa a densidade conferida ao regime específico do risco (no Capítulo II), de acordo com a orientação do RJCS. Aproveitou-se nesta matéria o relevante papel informativo e de interligação com o regime legal característico das apólices, especialmente de atender no âmbito dos seguros obrigatórios relativos a riscos de massa.

O regime do pagamento dos prémios do RJCS determinou acertos de pormenor (no Capítulo III da Parte Uniforme das Condições Gerais), à semelhança do regime da resolução do contrato (constante do Capítulo IV da mesma).

Alterações relevantes, no Capítulo V da Parte Uniforme das Condições Gerais, são também a da redacção do regime relativo à intervenção do mediador de seguros, que além do RJCS teve também em conta o previsto no Decreto-Lei n.º 144/2006, de 31 de Julho, e, em matéria de prova do seguro, o acolhimento da solução especial constante do n.º 9 do art. 29.º do Decreto-Lei n.º 291/2007, de 21 de Agosto.

Ao Capítulo VII da Parte Uniforme das Condições Gerais coube o acolhimento especialmente do decorrente, seja do “Regime da regularização dos sinistros” (Capítulo III do Título II do Decreto-Lei n.º 291/2007), seja dos regimes da participação e afastamento e mitigação dos sinistros do RJCS.

3. PEDIDO DE COMENTÁRIOS

Com este documento de consulta o Instituto de Seguros de Portugal procura obter comentários de todos os intervenientes no mercado relativamente ao “Projecto de Norma Regulamentar – Aprovação da Parte Uniforme das Condições Gerais da Apólice de Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil Automóvel”

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Na sequência do tratamento das respostas, o Instituto de Seguros de Portugal divulgará:

a) Uma síntese das principais questões suscitadas nas respostas à consulta, com excepção daquelas cujo autor solicite a sua não divulgação;

b) A lista das respectivas entidades/pessoas que responderam à consulta, com excepção das que solicitem a sua não divulgação.

Assim, solicita-se a todos os interessados que submetam os seus comentários sobre o projecto em anexo, por escrito, até 31 de Outubro de 2008, para:

Instituto de Seguros de Portugal

Departamento de Política Regulatória e Relações Institucionais Avenida de Berna n.º 19

1050-037 Lisboa

E-mail: desenvolvimento@isp.pt

Referências

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