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USO E OCUPAÇÃO DA TERRA NA RODOVIA EMANUEL PINHEIRO TRECHO CUIABÁ / CHAPADA DOS GUIMARÃES- MT.

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USO E OCUPAÇÃO DA TERRA NA RODOVIA EMANUEL PINHEIRO TRECHO CUIABÁ / CHAPADA DOS GUIMARÃES- MT.

Natalya Loverde Parpinelli

Mestranda Geografia - UFMT

nattalya@terra.com.br

André Luiz Santos Portela

Bacharel em Geografia

andreportelageo@gmail.com

INTRODUÇÃO:

A caracterização do uso e ocupação da Terra tem grande importância devida a necessidade de se garantir a sustentabilidade diante das questões ambientais, sociais e econômicas a ele relacionadas. O avanço da tecnologia espacial trouxe consigo produtos de satélites imageadores da Terra, marcando assim uma nova fase nos estudos de uso e ocupação da Terra, pois ao mesmo tempo em que lhe dá uma nova metodologia de pesquisa, revela-se tambem a concepção teórica que orienta a apreensão espacial e temporal do uso da Terra no seu conjunto para a gestão da apropriação do espaço geográfico local e global (IBGE, 2006). De acordo com Rosa (2009), o estudo de uso da terra e ocupação do solo consiste em buscar conhecimento em toda a forma de utilização pelo homem, não existindo uma forma única e ideal devendo esta analise ser adaptadas a necessidades do elaborador e região.

Mendonça (1997) enfatiza que a identificação da ocupação e uso da terra constitui se em um importante elemento de estudo ligado à temática ambiental, auxiliando a identificação e localização dos agentes responsáveis pelas condições ambientais da área. Para tanto a tecnologia dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG) vem se impondo como uma ferramenta de rotina para a visualização e análise da informação espacial, sendo usada extensivamente em aplicações como a cartografia de uso do solo, análise e planejamento de transportes, análise geo-demográfica, cartografia de redes de infra-estruturas e em múltiplas

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Partindo deste principio, este artigo tem como objetivo a caracterização do uso e ocupação da terra entorno da rodovia MT- 251, esta também conhecida como Rodovia Emanuel Pinheiro, no trecho que interliga o município de Cuiabá a Chapada dos Guimarães (Fig. 01).

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Fig. 01 – Mapa de Localização da área de estudo. Elaboração: PARPINELLI, Natalya ; PORTELA, André.

A área de estudo, encontra-se na área de contato entre a região morfológica do Planalto dos Guimarães e da Depressão Cuiabana, sendo a primeira inserida nos Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná, que por sua vez compreende ao grupo maior denominado Planaltos em Bacias Sedimentares. De acordo com Ross (2008), todo o contato da unidade dos Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná com as depressões, é feito através de escarpas (frentes de cuestas única ou desdobradas em duas ou mais frentes), o estado de Mato Grosso apresenta frentes de cuestas desdobradas, sustentadas por rochas do Devoniano do Carbonífero e Jura- Cretáceo, sendo freqüente nas bordas a presença de extensas superfícies altas e planas, denominadas de Chapadas. Já a Depressão Cuiabana, localiza-se entre as serras residuais do Alto Paraguai e a Borda da Bacia do Paraná. Ross (2008) caracteriza-a como tendo uma modelagem levemente “convexizado’, limitando-se ao sul com a Planície do Pantanal.

O município de Chapada dos Guimarães, está localizado na bacia do rio Cuiabá, tendo em sua área de nascentes, afluentes dos rio Coxipó e rio Manso. Um dos principais cursos d’água da Unidade de Conservação é o rio Coxipó, que tem suas nascentes fora do Parque Nacional, junto à área urbana do município de Chapada dos Guimarães que constitui parte de sua área de recarga. Os principais afluentes perenes da margem direita do rio Coxipó constituem afloramentos do Aqüífero Guarani e têm suas nascentes no Parque Nacional: córrego Mata Fria, córrego Salgadeira que recebe o córrego Paciência e encontra-se com o rio Claro antes de desaguar no rio Coxipó. (ICMbio, 2009)

Este dentre outros fatores, determinam o clima da região, conforme SEPLAN (2001), que dividiu o Mato Grosso em Unidades Climáticas, a região entre a Baixada Cuiabana e os Planaltos da Chapada dos Guimarães está compreendida na unidade climática de Clima Tropical Continental, alternadamente úmido e seco das chapadas, planaltos e depressões, dos topos e cimeiras dos chapadões. A região como um todo se encontra inserida no Bioma Cerrado, e suas fitofisionomias: mata ciliar, mata de galeria, mata seca, cerradão, cerrado sentido restrito, campo sujo, campo limpo, vereda e palmeiral.

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Este artigo tem como objetivo a caracterização do uso e ocupação da terra entorno da Rodovia MT- 251, também conhecida como Rodovia Emanuel Pinheiro, no trecho que interliga o município de Cuiabá a Chapada dos Guimarães. A análise se dará em uma faixa de 100 m. para cada pista de rodagem da rodovia, somando assim 200m o total da área analisada.

METODOLOGIA:

A metodologia utilizada constou de levantamento de dados bibliográfico, e coleta junto a sites de órgão relacionados à temática abordada. Para elaboração deste artigo primeiramente se buscou junto à órgãos competentes as bases cartográficas de rodovia, municípios e da área urbana disponibilizadas pela Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso – SEMA MT. Na segunda etapa, partiu-se para a aquisição de imagens do satélite SPOT 5 (Satellite Probatoire pour l’ Observation de La Terre), nas rotas 21544SE;21551SO;21553NE; 21553NO; 21553SE; 21553SO; 21554SO; 21991NE; 21991NO; 21992NO com resolução espacial de 2,5 metros e data de aquisição das cenas de 30 de outubro de 2009, estas foram adquiridas através do Sistema Integrado de Licenciamento Ambiental de Mato Grosso – SIMLAM.

Foram utilizadas ainda cartas topográficas de 1:25.000, nas articulações SD 21 Z-C -SD 21 Z-D - SD 21 Z-B, apartir disso, foram criados Shapesfiles(arquivos de formas), através do ESRI ArcGis no complemento ArcCatalog, feições de Area Construida (locais dentro da área urbana, ou com evidencia de imóveis construídos), Area degradada, Afloramentos Rochosos, Vegetação(para áreas onde a vegetação característica se encontrava conservada). Diante disso foi criada ainda uma “ zona tampão”(Buffer Zone), de 200 metros (100m para cada pista de rodagem) no entorno da rodovia MT-251, onde foi realizado este levantamento. Para se delimitar o perímetro de acordo com as feições existentes foi utilizado o software Geomedia Professional, que pode dar maior precisão na delimitação e interpretação da imagem. Feito todo o processo descrito acima, foi gerado o mapa a partir do software Esri Arc Gis complemento ArcMap, e as suas respectivas quantificações adquiridas foram

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trabalhadas no software Microsoft Office Excel 2007, sendo assim possível delimitar e quantificar a área de estudo de forma que torne possível analisar as variáveis.

RESULTADOS ALCANÇADOS:

Existem grandes diferenças na composição das atividades econômicas dos dois municípios. A atividade econômica predominante em Cuiabá é o setor de serviços, seguido pelo setor industrial e pela arrecadação de impostos, sendo a agropecuária inexpressiva.

O município de Chapada dos Guimarães também recebe maior contribuição do setor de serviços, porem a participação das atividades agropecuárias é bastante significativa, sendo o setor de industrial e de impostos são menos expressivos. Cabe ressaltar que a atividade agropecuária (pastagens, lavouras) existe em ambos os municípios porem com menor expressividade no primeiro em relação ao segundo, que possui sua base econômica apoiada nesta atividade. No município, ocorreu em um período de dez anos (1996-2006) uma redução de 47.379 ha na área total dos estabelecimentos rurais. É provável que a redução na área dos estabelecimentos rurais de Chapada tenha ocorrido em função da conversão de áreas rurais em urbanas e das desapropriações e posterior inundação do lago da barragem do rio Manso. A pressão imobiliária sobre este município é grande, dado o caráter turístico e de área de lazer para os municípios vizinhos, em especial Cuiabá, o que gera aumento no número de imóveis destinados a condomínios e outros fins urbanos. (ICMbio, 2009)

Os principais produtos do agronegócio de Chapada dos Guimarães são a soja, o milho e o algodão herbáceo. O arroz, a mandioca e o feijão têm importância para a pequena produção familiar. Sendo a cana-de-açúcar é o único produto cuja produção de Cuiabá supera a de Chapada dos Guimarães . Em 2007, nos municípios de Cuiabá e Chapada dos Guimarães, o efetivo bovino representava, respectivamente, 0,57% e 0,43% do efetivo estadual. Destacam-se ainda o rebanho de ovinos de Cuiabá (3,22% da produção estadual) e

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Chapada (2,99%) e o efetivo de frangos de Chapada dos Guimarães (1,66% da produção estadual).

De acordo com o ICMbio (2009), alem destes fatores ainda existe entre os municípios, Unidade de Conservação PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS GUIMARÃES (32.630,70 ha , criado em 1995 através da Lei Estadual no 7.804/02), e sua zona de amortecimento com 10 Km de extensão conforme previsto na Resolução CONAMA no 13/90, que abrange os municípios em estudo, sendo este fator primordial para se estabelecer a forma de uso e ocupação da terra. Cabe ressaltar que ambos os municípios são interligados através da Rodovia MT-251, a qual possui seu trecho inserido na Unidade de Conservação, conforme figura 02 a seguir.

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Fig. 02 – Localização da Unidade de Conservação no perímetro em Estudo Elaboração: PARPINELLI, Natalya.

A forma de uso e ocupação da terra em áreas de unidade de conservação, e determinado através do plano de manejo, sendo este um documento técnico de planejamento que estabelece as normas de uso e manejo da área, determinando as diretrizes gerais. A unidade de conservação na qual o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães esta inserido, foi criado através daportaria n. 45/09 do ICMbio ( Instituto Chico Mendes da Conservação da Biodiversidade). Em aspectos gerais este plano regulamenta as atividades de administração, manejo, visitação, educação e pesquisa científica no Parque Nacional. Há normas também para a implantação de infra-estrutura na unidade, tendo como produto final o Plano de Manejo, o zoneamento interno e os programas de gestão. O primeiro deste, é o que de fato regulamenta as ações antrópicas dentro do Parque Nacional, e estabelece a utilização ou não de determinadas áreas, dentre estas: as zonas de maior proteção são Zona Intangível e Zona Primitiva, que correspondem a quase 85% da área do Parque. As zonas onde é permitida construção de infra-estruturas abrangem pouco mais de 3% da área total da UC (Zona de Uso Intensivo e Zona de Uso Especial), e concentram-se em partes nas zonas de amortecimento da mesma.

A seguir podemos verificar as formas de uso e ocupação da terra na Rodovia MT- 251 (fig. 03), no trecho que liga a cidade de Cuiabá a Chapada dos Guimarães, tendo como limite aleatório de influência para analise, uma área de 100 m. em torno de cada pista de rodagem, somando assim 200m o total da área analisada.

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Fig. 03 – Mapa de Uso e ocupação da terra - Rodovia MT - 251. Elaboração: PARPINELLI, Natalya; PORTELA, André.

Se compararmos este mapa com o anterior, no qual se encontra destacada a área da Unidade de Conservação, podemos constatar que a maior parte da área destinada a unidade encontra-se preservada, bem como sua zona de amortecimento, porém ainda podemos localizar pequenas áreas degradadas. Podemos observar ainda a presença de grandes afloramentos rochosos, estes em sua maioria situados próximos aos “paredões de

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Chapada”. Cabe ressaltar que as áreas ao redor da rodovia que apresentam área construída encontra-se localizadas nas manchas urbanas, quer seja em Cuiabá como em Chapada.

Através do produto gerado por este estudo, podemos notar a importância que a criação de uma rodovia tem para o desenvolvimento das cidades, bem como sua utilização de formas diversificadas. Como por exemplo, podemos citar em especial o turismo e a utilização de bens e serviços, respectivamente no município de Chapada dos Guimarães e Cuiabá, caracterizando a forma de uso e ocupação de suas terras, o qual teve seu inicio no passado e permanece até os dias atuais.

*A pesquisa encontra-se concluída.

BIBLIOGRAFIA:

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual técnico de uso da terra. Manuais técnicos em geociências. n. 7. Rio de Janeiro, 2006.

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMbio. Plano de Manejo do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. Disponível em: http://www.icmbio.gov.br/parna_guimaraes/index.php?id_menu=291. Acessado: 12 de nov. 2009.

MENDONÇA, Francisco. et al. 1997. O espaço geográfico em análise. IN: RA’E GA. v.1. Departamento de Geografia/UFPR, Curitiba, Brasil.

ROMANCINI, Sônia Regina. Paisagens de Cuiabá: uma abordagem geográfica. Tese de Doutorado. Universidade Estadual Paulista (UNESP). Faculdade de Ciências e Tecnologias, Presidente Prudente, 2001.

ROMANCINI, Sônia Regina. Cuiabá: paisagens e espaços da memória. Cuiabá: Cathedral Publicações, 2005.

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