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Hospital e Faculdade Evangélica de Medicina

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Academic year: 2021

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B

rasil

Presbiteriano

da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 61 nº 778 – Setembro de 2019

Durante o mês de agosto, Sínodos de todo o país organizaram cultos de Ações de Graça para celebrar os 160 anos de história e trabalhos da Igreja Presbiteriana no Brasil. Na ocasião, esti-veram reunidos autoridades do Supremo Con-cílio, pastores, corais intersinodais e membros comungantes da IPB. Página 10

160 anos da IPB

Recursos Devocionais

Constituição e Justiça

DNA – UPA/SP

Sediadas em Curitiba, as duas im-portantes instituições, adquiridas no final de 2018 pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie, comple-tam respectivamente 60 e 50 anos de serviços à comunidade.

A Bíblia de Estudo Herança Reformada apresenta, após cada

capítulo da Es-critura, auxílios para a prática devocional e individual ou familiar. Você pode encon-trá-la no site da Editora Cultura Cristã.

No dia 03 de agosto, mais de mil adolescentes se reuniram no audi-tório Ruy Barbosa, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, para um dia de comunhão e aprendizado da Pa-lavra por meio de oficinas temáticas, como "Tecnologia à disposição do Reino". Página 13

Entender qual a liberdade e im-plicações diante da Justiça vem sendo uma dificuldade para muita organizações religiosas se consti-tuírem em pessoa jurídica ou alte-rarem os seus estatutos.

Página 15

Página 14

Herança

A sociedade atual vem tentando cada vez mais romper laços com características

de nossa herança judaico-cristã da cultura, apagando sua identidade. Página 4

Hospital e Faculdade

Evangélica de Medicina

150 anos da IP

de Sorocaba

Com personagens ilustres e tão valiosas contribuições à causa de Cristo e à coletividade, a

IP de Sorocaba, que teve como primeiro obreiro presbiteriano o Rev. Ashbel G. Simonton, cele-bra 150 anos de fundação. Página 17 Página 16

(2)

Uma publicação do Conselho de Educação Cristã e

Publicações Ano 61, nº 778 Setembro de 2019

Rua Miguel Teles Júnior, 394 Cambuci, São Paulo – SP

CEP: 01540-040 Telefone: (11) 3207-7099 E-mail: bp@ipb.org.br assinatura@cep.org.br

Brasil

Presbiteriano

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Brasil

Presbiteriano

O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 58 nº 765 –

Agosto de 2018

Página 12

A Associação de Capelania na Saúde (ACS), dirigida pela Capelã Hospitalar da IPB, Eleny Vassão, elabora e ofer

ece cursos especiais para preparação de igr

ejas para o cuidado dos que sofrem.

CUIDADOS P ALIATIVOS A 39ª RO-SC aconteceu entr e os dias 22 e 29 de julho de 2018 em Águas de Lindoia (SP), esti -veram pr esentes cerca de 1700 pessoas. A nova Mesa do Supr e-mo Concílio da IPB (2018 - 2022) foi eleita duran -te a reunião. Páginas 10 e 11 39ª Reunião Or dinária do Supr emo Concílio LIBERDADE DE CONS

CIÊNCIA – Qual o papel fundamental dos funcionários seculares: julgar crenças ou proteger a liberdade religiosa e seu livre exe rcício?Página 18 Página 6

IP INDÍGENA NO AMAZONA S

Página 17

Treinamento voltado para capacitação ao trabalho com crianças aconteceu em junho em Cuiabá - MT

, e contou com mais de 300 participantes de igr ejas do Sínodo Matogrossense. MÃOS E COR AÇÃO Líderes de igrejas indígenas participam de curso para plantadores de igrejas ministrado em Manaus pelos Revs. Alcedir Sentalin e Ronaldo Lidório, autor do livro Plantando Igrejas da Editora Cultura Cristã.

Conselho de Educação Cristã e Publicações (CECEP)

Clodoaldo Waldemar Furlan (Presidente) Domingos da Silva Dias (Vice-presidente) José Romeu da Silva (Secretário) Alexandre Henrique Moraes de Almeida Anízio Alves Borges

Hermisten Maia Pereira da Costa Misael Batista do Nascimento Walcyr Gonçalves

Conselho Editorial do BP

Março 2018 a março 2020 Cláudio Marra (Presidente) Anízio Alves Borges Ciro Aimbiré Moraes Santos Clodoaldo Waldemar Furlan Hermisten Maia Pereira da Costa Jailto Lima do Nascimento Natsan Pinheiro Matias

EDITORA CULTURA CRISTÃ

Rua Miguel Teles Júnior, 394 – Cambuci 01540-040 – São Paulo – SP – Brasil Fone (11) 3207-7099

www.editoraculturacrista.com.br cep@cep.org.br

0800-0141963 Superintendente

Haveraldo Ferreira Vargas

Editor

Cláudio Antônio Batista Marra

Editores Assistentes

Eduardo Assis Gonçalves Márcia Barbutti de Lima

Produtora Mariana P. Anjos Edição e textos Gabriela Cesário E-mail: bp@ipb.org.br Diagramação Aristides Neto Impressão Órgão Oficial da www.ipb.org.br EDITORIAL

Lembrar é preciso

randes civilizações só fizeram despencar de sua glória após seu apogeu. Não há exceção.

Esse padrão se repete na própria história do povo de Deus. Onde estão os anos de piedade e ortodoxia da Reforma? Por que tan-tos despertamentan-tos foram necessários depois?

Os tempos esplendoro-sos de Davi e Salomão não retornaram. Houve algum brilho em Uzias, Omri e poucos outros, apenas um pálido reflexo, porém, da grandeza passada. No clás-sico Ben-Hur, filme de 1959, o roteirista faz o tri-buno romano Messala jogar isso na cara do líder judeu. Agora a grandeza era roma-na, e ele tinha razão, mas o Império Romano também se

foi, como os que existiram antes dele e tantos que vie-ram depois.

Isso ocorre porque, no início, o estilo de vida é espartano (outra ascensão e queda...). Depois, com o aumento da riqueza, vem a preferência pelo conforto. Os valores são relativiza-dos pelo pragmatismo. Em seguida são priorizados os prazeres, abandonam-se os valores tradicionais (que mesmo em uma socieda-de não cristã tensocieda-dem a ser mais voltados para o bem comum), a luxúria enlameia a cultura. É a decadência.

Lembrar é preci-so: “Havendo-te, pois, o Senhor, teu Deus, introdu-zido na terra que, sob jura-mento, prometeu a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, te

daria [...] guarda-te, para

que não esqueças o SENHOR,

que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão” (Dt 6.10-12).

Os apelos à memória de Israel se repetem:

“Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deser-to estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos” (Dt 8.2).

“Lembrai-vos e não vos esqueçais de que muito pro-vocastes à ira o SENHOR,

vosso Deus, no deserto; desde o dia em que saístes do Egito até que chegastes a este lugar, rebeldes fostes contra o SENHOR” (Dt 9.7).

“Lembra-te do que te

fez Amaleque no caminho, quando saías do Egito; como te veio ao encontro no cami-nho e te atacou na retaguar-da todos os desfalecidos que iam após ti, quando estavas abatido e afadigado; e não temeu a Deus” (Dt 25.17-18).

Não continuamos escravos porque o Senhor nos liber-tou. Não nos perdemos pelo caminho porque o Senhor nos conduz. Não somos dizi-mados porque o Senhor nos protege. Não sucumbimos à nossa própria rebeldia por-que o Senhor nos disciplina.

Recordar nossa história é nos lembrarmos de Deus e do que ele fez por nós em Jesus: “fazei isto em memó-ria de mim” (Lc 22.19).

Sem isso, a decadência nos espreita.

(3)

ano de 1872 marcou a organização defini-tiva da Escola Americana de São Paulo. A abertura oficial se deu em fevereiro. Iniciando a aula inaugu-ral, o Rev. George Cham-berlain citou o versículo bíblico que mais tarde, em 1885, seria gravado na pedra angular (existen-te até hoje) do In(existen-ternato Masculino: “Ao Rei dos séculos, imortal, invisível, a Deus só seja honra e gló-ria” (1Tm 1.17).

Curiosamente, nesse iní-cio de ano, nove famílias, possivelmente inglesas, cancelaram as matrículas de seus filhos, inconforma-das com o nome da escola, o uso da língua portuguesa em vez do inglês e a ausên-cia de distinção soausên-cial, política e religiosa. Toda-via, isso foi compensado pela matrícula em dobro no mês seguinte. As ativida-des escolares começavam às 9 horas com a leitura de um salmo ou pequena porção bíblica pelo diretor. Em meados do ano, che-garam de Boston, Estados Unidos, as primeiras 60 carteiras escolares.

A direção da escola era exercida pelo Rev. Cham-berlain (diretor) e pela professora Mary Parker Dascomb (diretora interna, auxiliada pela

professo-ra Palmiprofesso-ra Rodrigues). O corpo docente e respectivas disciplinas era o seguin-te: Mary Parker Dascomb – Matemática; Palmira Rodrigues – História; Ade-laide Molina – Geografia; Mary Annesley Chamber-lain – Francês e Música; Harriet Greenman – Inglês, Caligrafia e “lições de coi-sas”; Júlio Ribeiro – Portu-guês. O primeiro semestre letivo se estendia de 10 de julho até o início de dezembro e o segundo, de 7 de janeiro a 10 de junho.

Nesse ano, várias pesso-as fizeram subvenções em benefício de alunos pobres: Dona Maria Antônia da Silva Ramos doou 52 mil réis para pagar os estudos da filha de sua escrava; Mary Chamberlain, 98 mil réis para os estudos de dois filhos de sua cozinheira; Bernardino de Campos, Prudente de Morais, Ran-gel Pestana e Campos Sal-les doaram 52 mil réis cada um para alunos carentes, a critério do diretor; os Revs. Alexander Blackford e Francis Schneider, 24 mil réis cada para pagar os estudos de um estudante “leitor da Bíblia” (evan-gelista de casa em casa); o fazendeiro Inácio Pereira Garcia (de Dois Córregos) e o engenheiro Daniel M. Fox (superintendente da Estrada de Ferro), doaram 48 mil réis cada um para

dois candidatos ao minis-tério.

Em meados do ano, o futuro governador da província, João Teodo-ro Xavier, nomeou uma comissão de professores para presidir os primeiros exames da escola. Isso atraiu ainda mais as aten-ções do público, inclusive dos jornais. Na edição de 20 de agosto, o Correio Paulistano, de linha repu-blicana, publicou uma das primeiras notícias da nova escola na imprensa brasi-leira. Declarou o periódico à página 2:

“Escola Americana –

denominaremos assim a importante escola para meninos e meninas fun-dada nesta capital, à Rua de São José, nº 1, pelo pastor evangélico presbi-teriano Sr. Chamberlain, da qual vamos dizer duas palavras a propósito dos exames havidos ali recen-temente. Deu-se o exame na segunda-feira da sema-na passada, presentes algu-mas famílias dos alunos e alunas, nas seguintes maté-rias: Leitura, dividida em 3 classes; Catecismo; Cos-mografia e Geografia, em 2 classes; Música; Gramá-tica; Aritmética, em 2 clas-ses. A escola assim organi-zada funciona apenas há 5 meses, máximo do tempo a que os meninos e meninas estão sujeitos aos estudos

sobre que foram agora exa-minados, sendo que alguns ainda foram matriculados muito depois. Entretanto, mostraram todos maravi-lhoso desenvolvimento, como não estamos nós bra-sileiros habituados a pre-senciar nas nossas escolas rotineiras do tempo colo-nial.”

O jornal continua: “É verdadeiramente pasmoso como em poucos meses habilita-se crianças de 6, 8 e 10 anos a ler, escre-ver, contar, e ainda a saber responder sobre noções gerais de Gramática, Músi-ca, Cosmografia e Geogra-fia. E cumpre notar que naquela escola não há cas-tigos corporais. O agrado e zelo dos professores, a frequente distribuição de pequenos prêmios, e tam-bém a notável emulação entre meninos e meninas que tanto recomenda as escolas mistas são ali os grandes incentivos para a aplicação e aproveitamento dos alunos. Encontra-se ali o ideal americano – escola mista, regida por mulher”. A nota do jornal conclui informando que no dia seguinte o Rev. Chamber-lain ofereceu uma recepção aos alunos em sua cháca-ra e tcháca-ranscreve duas poe-sias que foram declamadas por uma aluna e um aluno naquela ocasião.

Iniciada de modo tão

singelo apenas dois anos antes, a escola crescia a olhos vistos e se torna-va uma das melhores da cidade. Contava com 63 alunos, a maior parte de famílias católicas, e estava destinada a ser a primeira escola permanente da mis-são presbiteriana norte-a-mericana no Brasil. Tinha um corpo docente qualifi-cado, sistema pedagógico avançado, calendário de aulas, boa estrutura física, número crescente de alu-nos e decidido apoio da comunidade.

Capítulos da História do Mackenzie (6)

Um ano decisivo

Alderi Souza de Matos

O Rev. Alderi Souza de Matos é o historiador da IPB.

O

(4)

poeta Virgílio, do século 1º a.C, afirmou:

“Bem-aventurado aque-le que entende as causas ocultas das coisas”.

Essa declaração é tão brilhante hoje quanto há 2.000 anos.

Ninguém pode deixar de perguntar a si mesmo:

"Como as coisas muda-ram tão rápido?"

A parasidíaca ilha de Santorini (nome derivado de Santa Irene) é um dos principais cartões pos-tais da Grécia. Andar em Santorini é experimentar um dos mais fotografados lugares do planeta.

Mas o que Santorini tem relacionado com Virgílio?

É que estamos vivendo

um dos momentos mais interessantes da história da humanidade.

É difícil conceber tudo o que está ocorrendo e mudando ao nosso redor. E a aceleração dessas mudanças está chegando agora de tal forma que você realmente não tem como saber o que as man-chetes de amanhã trarão.

O que estamos tendo hoje é uma Inquisição Secular.

É um secularismo que cresce de forma cada vez mais intolerante e imperialista.

Veja só.

A Nestlé sempre usou esta imagem de Santo-rini no rótulo de seus yogurts.

Agora, cedendo a pres-são do politicamente

cor-reto, a nova embalagem vem com a foto, mas sem as cruzes.

Isso é o retrato de uma sociedade que esqueceu quase tudo sobre si mesma e, como resultado, alcan-çou uma indiferença quase perfeita em relação à sua própria cultura.

Estamos cada vez mais tentando romper nossos laços com as caracterís-ticas da herança judaico-cristã da cultura.

CS Lewis, de forma bri-lhante, refletia que "quan-do um relógio está adian-tado, o que faço?"

Eu o atraso. Desejo o progresso, mas se esse avanço tiver sido na dire-ção errada, avançar signi-fica ir para o lugar errado. Tenho que retornar e pegar o caminho certo.

É como um cálculo matemático em que quan-to mais cedo eu admitir o

erro, mais rápido acharei o resultado certo.

Da mesma maneira, podemos observar que a sociedade teve alguns avanços errados e está na hora de voltar atrás e pegar a estrada certa..

A cruz da Igreja de Anastasis até pode ter sido apagada pela Nestlé.

Mas como ensina Mateus acima, “não se pode esconder a cidade edifica-da sobre um monte”.

Andando por Santorini, de qualquer lugar da ilha se pode ver as belíssimas cruzes de suas igrejas fin-cadas em domus azuis.

Podem até tentar, mas não conseguirão minar a influência do cristia-nismo em nossas institui-ções culturais e sociais.

É o que esta belíssima ilha do Mar Egeu me ensinou hoje.

Antônio Cabrera

O

“Vós sois a luz do mundo. Não se pode

esconder a cidade edifi cada sobre um monte”

(Mt 5.14).

Herança

O Dr. Antônio Cabrera Mano Filho é presbítero da IP de São José do Rio Preto (SP).

DEFESA DA FAMÍLIA

ealizado pela 1ª IP de João Dourado, BA, a Família no Altar nasceu há 14 anos. Fruto da preocu-pação com a situação de crise familiar dos últimos

anos, e o reconhecimento da eficácia da oração, a semana de oração Famí-lia no Altar acontece em maio.

Usamos como estraté-gia de mobilização das famílias os sobrenomes.

Assim, dividimos as famí-lias durante os 05 dias da semana, orando por noite por uma média de 23 famílias. Essa programa-ção mobiliza as famílias durante a semana e muitos que nunca foram às reuni-ões da igreja têm oportuni-dade de participar.

Depois da semana de oração, no sábado

reali-zamos um Manifesto em Defesa da Família. A 1ª IP de João Dourado e igre-jas convidadas, com textos bíblicos, faixas e cartazes, saem pelas ruas com men-sagem de apoio, valoriza-ção e defesa dos valores cristãos de sustentação da família. Durante o percur-so entregamos folhetos, oramos e fazemos breves

pronunciamentos. Encer-ramos o Manifesto em praça pública com culto em que a Palavra de Deus é proclamada dentro do tema proposto. Neste ano, o VII Manifesto em Defe-sa da Família aconteceu no dia 26 de maio.

Márcio Antônio de Brito

O Rev. Márcio Antônio Gomes de Brito é pastor auxiliar da 1ª IP de João Dourado – BA

Família no Altar

(5)

GOTAS DE ESPERANÇA

o tabernáculo havia um candelabro, com hastes de ouro. O cande-labro é feito para espalhar a luz. Esse mobiliário do santuário é um emblema da igreja. Existimos para refletir a luz de Cristo. Somos a luz do mundo. Somos luzeiros na escuri-dão deste mundo tenebro-so. Precisamos entender, porém, quem somos para não nos gloriarmos em nós mesmos.

Em primeiro lugar, a luz

que brilha em nós e através de nós não procede de nós mesmos. Somos os dutos

do candelabro. Somos o pavio de estopa. Esse pavio é o canal por onde passa o azeite e produz o fogo. Não temos luz própria nem produzimos o fogo. Um pavio de estopa sem azeite queima e vira um borrão encarvoado, produzindo fumaça e não luz. Emba-ça o ambiente em vez de

iluminá-lo. Como é triste quando o pavio de estopa, arrogantemente, imagina que é a fonte da luz! Sem azeite, o pavio fica cha-muscado. Sem o banho do azeite, a luz que o pavio produz logo se apaga. Sem azeite o pavio nada produz senão fumaceira e carvão. O pavio não tem luz para dar. Não é o pavio que queima, mas o azeite que o satura. Somos apenas o veí-culo entre o azeite e o fogo. Em segundo lugar, a

luz que brilha em nós e através de nós procede do azeite. O azeite é um

símbolo do Espírito Santo. Só por meio do Espírito é que podemos brilhar. É o Espírito Santo quem nos transforma na imagem de Cristo. Nós não temos luz em nós mesmos. Apenas refletimos a luz de Cristo, o Sol da Justiça. Somos como a lua, ela só brilha na medida em que reflete a luz do sol. Quando o pavio de estopa imagina

que pode produzir fogo sem o azeite, inevitavel-mente se tornará carvão que nada mais serve senão para sujar o ambiente e poluí-lo.

Em terceiro lugar, a

luz que brilha em nós e através de nós mantém o fogo aceso. Se o fogo que

arde em nós não é produ-zido pelo azeite, então, é um fogo falso. Porém, se somos um pavio de esto-pa encharcado de azeite, então, o fogo arderá em nossa vida e o mundo verá a luz de Cristo em nós e através de nós. Deus se manifestou muitas vezes através do fogo. Ele é fogo. Sua palavra é fogo. Ele faz de seus minis-tros labaredas de fogo. Ele batiza com o Espírito Santo e com fogo. O Espí-rito Santo foi derramado em línguas como de fogo. Esse fogo não pode apagar no altar da nossa vida. O fervor jamais pode extin-guir-se em nosso coração.

Em quarto lugar, a luz

que brilha em nós e através de nós precisa de pavios de estopa limpos.

Espe-vitadeiras de ouro eram usadas para tirar os bor-rões dos pavios de estopa e limpá-los. Pavios encarvo-ados produzem poluição. Escurecem o ambiente em vez de iluminá-lo. Preci-samos constantemente de azeite e aparagem na esto-pa do nosso esto-pavio. Pre-cisamos ser limpos para brilharmos com a mesma intensidade até o final. Se o pavio de estopa não for limpo periodicamente e se as pontas carbonizadas não forem removidas, ele pro-duzirá uma fumaceira tóxi-ca. Assim é com a nossa vida. Precisamos ser puri-ficados. Precisamos nos desvencilhar daquelas bor-ras de carvão que vão se instalando em nossa vida, tirando de nós o brilho da glória de Cristo e o calor espiritual.

Em quinto lugar, a luz

que brilha em nós e atra-vés de nós precisa de azei-te puro. Deus deu

instru-ções claras a Moisés acer-ca do azeite que deveria ser usado. Azeite falso produz uma luz bruxule-ante. Não conseguimos imitar a obra do Espíri-to. Não podemos substi-tuir a ação do Espírito por simulacros humanos. Usar azeite falso, manipulado pela artimanha humana, é produzir uma fumaceira lôbrega em vez de espargir a luz. Mais do que insensa-tez, é consumada rebeldia contra Deus tentar substi-tuir a obra Espírito Santo pelas imitações humanas. Que jamais nos esqueça-mos que soesqueça-mos apenas um pavio de estopa. Somos o canal entre o azeite e o fogo. Nossa vocação é difundir a luz, a luz de Cristo!

Hernandes Dias Lopes

O Rev. Hernandes Dias Lopes é o Diretor Executivo de Luz para o Caminho e colunista regular do Brasil Presbiteriano.

O pavio de estopa

N

LUZ PARA O CAMINHO

Ministério Luz Para o Caminho (LPC) reali-zará o 3º Encontro da Famí-lia de 18 a 20 de outubro de 2019, no Vacance Hotel em Águas de Lindoia, SP. O encontro visa edificar famí-lias através do

compartilha-mento de princípios bíblicos e momentos de comunhão.

Entre os preletores do encontro estão os Revs. Augustus Nicodemus, Her-nandes Dias Lopes, Giulia-no Coccaro (preletor para adolescentes), Juliano

Cae-tano Socio (cânticos) e o evangelista Danilo Mendes Tescarollo (preletor para crianças).

As inscrições já estão abertas e podem ser feitas através do link

<encontro-dafamilia.com>.

3

o

Encontro da Família

(6)

VIDA PASTORAL

ma igreja local é o reflexo de sua lide-rança” e “nenhuma igreja normalmente se desenvol-ve espiritualmente acima dos seus líderes”. Essas declarações indicam que o exemplo dos líderes pode ser mais significativo do que eles têm noção. Líderes necessitam se envolver com a comunidade e represen-tar Cristo em suas atitudes. Na verdade, todo aspecto da liderança cristã implica representar Cristo, no pro-cedimento e nas palavras. Logo, o que importa são os interesses do Senhor da Igreja (cf. 1Pe 5.4). Alguns líderes se esquecem desse “detalhe”, agindo em inte-resse próprio ou em bene-fício de seus familiares e amigos, o que é lamentável.

Em certo sentido, é o líder quem inspira o visitante a retornar à igreja no próximo domingo e quem ajuda o membro a crescer espiritu-almente. Sem uma boa lide-rança, é muito difícil a igreja local prosperar. Nesse caso, ela fica atolada em questões secundárias que consomem sua energia, criatividade e alegria. O Antigo Testamen-to está repleTestamen-to de exemplos de reis que fizeram o que era bom e a nação de Israel cresceu em piedade. Porém, quando se levantava um rei que aborrecia a Deus, o povo se desviava para a ido-latria. A lição é que o

desen-volvimento de uma geração de crentes, humanamente falando, está intimamente conectado ao bom exercício da liderança sobre o povo de Deus.

Algumas igrejas possuem líderes qualificados e piedo-sos, cujas atitudes são bené-ficas. Mas essa não é sem-pre a realidade. Há líderes cujo exercício acaba sendo tóxico e prejudicial ao seu próprio rebanho. O resulta-do é que toresulta-do o trabalho da igreja e o esforço de alguns membros bem-intenciona-dos são prejudicabem-intenciona-dos pela atitude de poucos.

Recentemente, Thom S. Rainer, pesquisador nor-te-americano e professor de missões e crescimento de igrejas, listou algumas características de líderes que exercem sua função de modo negativo e prejudi-cial. Passo a descrevê-las abaixo como um recurso para autoavaliação.

• A falta da demonstra-ção do fruto do Espírito

As virtudes descritas em Gálatas 5.22-23 são rara-mente percebidas em líderes que prejudicam o rebanho ao invés de abençoá-lo. O problema é que onde o fruto do Espírito está ausente, as obras da carne triunfam.

• O desconhecimento das Escrituras e ignorân-cia doutrinária

Os fariseus erravam por não conhecerem as Escri-turas, nem o poder de Deus (Jo 5.39). Quando alguém

assume a posição de lide-rança na igreja local sem conhecer a Palavra, o reba-nho fica confuso e sujeito a diversos ventos de doutrina. • Aversão a prestação de contas

O desejo de alguns líde-res é operar e decidir em total liberdade, não tendo de prestar contas pelos seus atos. Esse estilo de lide-rança autocrática, porém, não condiz com os princí-pios bíblicos, pois na igreja todos estamos sujeitos uns aos outros. Além do mais, Paulo afirmou que “devem ser considerados merecedo-res de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem” (1Tm 5.17). Isso indi-ca que a função e os esfor-ços dos líderes neotesta-mentários eram comumente avaliados.

• A exigência de compor-tamento dos outros que eles não demonstram pelo exemplo pessoal

“Faça o que eu mando, não o que eu faço.” No

entanto, a incoerência do líder irrita e frustra seus liderados. Além do mais, essa é apenas outra maneira de olhar para as pessoas como se fossem inferiores.

• A prática do favoritismo Esses líderes se tornam pastores apenas de um grupo e não de todo o reba-nho. Enquanto favorecem alguns, marginalizam e des-prezam outros.

• O uso da manipula-ção para atingir seus propósitos

A tática comum é o apelo aos sentimentos ou favore-cimento daqueles que inten-tam conquistar.

• A falta de transparên-cia nas questões adminis-trativas e financeiras

Líderes autocratas geral-mente não são transparen-tes. Parece que eles têm a necessidade de manter seus liderados na ignorância quanto aos seus verdadeiros motivos e ações.

• A desistência e o aban-dono dos mais fracos, em

vez de ajudá-los a crescer É comum que maus líde-res simplesmente ignorem ou mesmo descartem os crentes mais fracos em vez de ajudá-los a progredir na vida espiritual.

• A formação de um grupo de apoio para vali-dar os erros cometidos

Esse grupo tem como objetivo reprimir as mani-festações de insatisfação com decisões e ações preju-diciais ao restante do reba-nho. Quando se ouve apenas os aplausos, não se percebe o que deve ser corrigido.

• A deficiência na comunicação

É característica de uma liderança negativa não se preocupar em prestar escla-recimentos aos seus lidera-dos. O que é noticiado, em geral, é ininteligível.

Esses não são os únicos elementos que caracterizam uma liderança deficiente. Poderíamos discorrer sobre esse estilo de liderança ser centralizador, narcisista, desprovido de amor fra-ternal e assim por diante. Os detalhes mencionados, porém, oferecem um “guia” para autoavaliação tanto do pastor quanto do conselho de uma igreja local. Caso esse exame não seja feito, a má liderança permanecerá indo de mal a pior, até que o Supremo Pastor manifeste sua indignação disciplina-dora a eles.

Valdeci Santos

O Rev. Valdeci da Silva Santos é Secretário Nacional de Apoio Pastoral da IPB

Liderança negativa na igreja

(7)

EDIFICAÇÕES DE LARES

scolhido por Deus para ser o pai terreno de Jesus, José aparece pouco nos evangelhos. Maria tam-bém aparece pouco. Os evangelistas colocaram os holofotes sobre Jesus, dando mais densidade cristocêntri-ca à sua mensagem.

Em Marcos e João, José sequer aparece. Mateus e Lucas o mencionam apenas nos dois primeiros capítu-los. José não tem sequer a oportunidade de falar, como fez a esposa (Lc 1.46-55). No entanto, apesar de mudo, ele sonha! Os sonhos de José vão testar o grau de compromisso e responsabi-lidade que ele tem para com Deus, legando-nos como-vente testemunho.

No primeiro sonho, José estava sob o impacto de perturbadora notícia! Embo-ra o casamento entre ele e Maria estivesse próximo de ser consumado, ela aparente-mente havia rompido o com-promisso nupcial, engravi-dando-se de um

“desconhe-cido”. Tratava-se, portanto, de um caso de infidelidade que segundo as leis de Israel, levaria a infratora ao apedre-jamento. Bastava apenas ele apresentá-la perante o Siné-drio para ter sua “honra” lavada. Porém, Mateus lança luz sobre José e o seu caráter generoso: “José, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secreta-mente” (Mt 1.19). Assim o fazia para preservar a vida de Maria. Segue-se o sonho que, na sequência, encontra-rá um coração responsivo: “Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher” (Mt 1.24). Acolhen-do com humildade a Pala-vra de Deus, José recebeu Maria, bem como a criança que estava sendo gerada em seu ventre e que ele vai criar como se seu filho fosse, e o fará com o desvelo de um cuidadoso pai.

No segundo sonho, José é informado que a criança cor-ria perigo. Herodes, gover-nador da Judeia, após se inteirar que o novo “rei dos

judeus” estava no amanhe-cer da vida, mandou matar todos os meninos de dois anos para baixo. Prevenido pelo Senhor, o carpinteiro foge para o Egito, levando Maria e a criança (Mt 2.13-15). O texto é novamente curto. Poucas palavras que parecem ignorar a densida-de existencial e emocional do momento. Apenas três versículos que, ao revelar a necessidade da viagem, parecem também esconder as angústias que envolveram José, enquanto caminhava com sua família rumo ao desconhecido, atravessando as areias hostis do deser-to. Quais teriam sido seus pensamentos? Lembrou-se de sua oficina em Belém, na qual buscava prover o sustento de sua família, e que teve de fechar repentina-mente devido à fuga não pla-nejada para o Egito? Pensou nas dificuldades de ter de começar tudo praticamente do zero, fazer novos clientes em terra estranha? No entan-to, apesar de todas essas possibilidades, encontramos

um homem solícito à voz de Deus, um pai que não mediu esforços para proteger seu filho e concretizar os apelos divinos que lhe chegara, ao sonhar.

Quando o Senhor lhe apa-receu pela terceira vez (Mt 2.19-23), José já devia estar com a vida organizada no Egito. Embora não encon-tremos no texto bíblico uma marcação temporal, suben-tende-se que um bom tempo já havia passado. As dificul-dades dos primeiros anos de peregrinação já deviam estar sendo superadas. Talvez já tivesse se estabelecido pro-fissionalmente, atendendo a vários clientes interessa-dos em seus serviços. Nesse momento o carpinteiro é surpreendido com um novo sonho. Os que planejavam fazer mal ao menino já não mais viviam. Era necessário retornar, pois era nas terras de Israel que Jesus haveria de desenvolver seu ministé-rio. Como nas outras vezes, encontraremos José dispos-to, apesar de sua obediência lhe exigir sacrifícios

pes-soais de que em momento algum ele pareceu reclamar.

Os sonhos de José estão relacionados à experiência da paternidade. Foi depois de seu primeiro sonho que ele perdeu o temor de acolher Maria. Recebendo-a, abraça-va também a criança que o Espírito Santo tecia no ven-tre dela. É também depois dos dois outros sonhos que encontraremos um José con-centrado na tarefa de prover recursos e segurança para que seu filho crescesse e se desenvolvesse com digni-dade. Para nós que somos maridos e pais, José é uma inspiração. Tal como ele, também sonhamos em cons-truir nossos respectivos lares. O dia a dia dessa empreitada, porém, é cercado de desafios e limitações que nos impõe os mais diversos sacrifícios. Será que, como ele, estamos dispostos a obedecer a Deus e “quebrar as pedras” que nossos sonhos exigem para que sejam concretizados?

Adilson Nobre

O Rev. Adilson dos Reis Nobre é pastor da IP Nova Aliança em Ribeirão das Neves (MG).

Lições de um sonhador

E

á há alguns anos a IP de Torre de Pedra, inte-rior de São Paulo, realiza no mês de julho a Escola Bíblica de Férias. Muitas crianças são alcançadas pela procla-mação do evangelho, através

de uma linguagem simples e acessível.

Além de aprender as his-tórias bíblicas, todos que par-ticipam da EBF aprendem cânticos espirituais, oram, participam de brincadeiras e saboreiam um delicioso lanche preparado com muito

esmero e dedicação pelas irmãs da SAF da Igreja local.

O evento é aguardado com grande expectativa não ape-nas pelas crianças, mas tam-bém pelos pais que confiam seus filhos aos cuidados dos “tios da EBF”, que os aco-lhem com muito carinho e amor.

Neste ano de 2019, a EBF ocorreu nos dias 12 a 14 de

julho e teve a participação da Missionária Maria de Fáti-ma e sua equipe, integrantes do Ministério Ágape Brasil, de contação de histórias com bonecos e giz.

No último dia, as crianças realizaram uma caminhada por algumas ruas da cidade anunciando que “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida

eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor!" (Rm 6.23).

Louvado seja Deus pela realização de mais uma EBF e por todos os irmãos da IP de Torre de Pedra que, de maneira direta ou indireta, contribuíram para a concre-tização de mais uma edição deste importante evento.

Lucas Adolfo

Lucas Adolfo é advogado e membro da IP de Torre de Pedra (SP)

EBF na IP de Torre de Pedra (SP)

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Antigo Campo de SantAnna m 12 de janeiro de 1862,

Simonton organizou a pri-meira igreja presbiteriana no Brasil, no Rio de Janeiro, com as duas profissões de fé: um comerciante norte-americano, Henry E. Milford e Camilo Cardoso de Jesus. Ambos eram assíduos desde o início. Cardoso seria o primeiro diá-cono nessa igreja.

Na ocasião, foi celebrada a Santa Ceia pela primeira vez, sendo ministrada pelo Rev. Francis Schneider (1832-1910) e pelo Rev. Simonton, em inglês e português.

Trabalho, seriedade e crescimento

A igreja crescia. Os cultos realizados nos lares eram bem aceitos. Em algumas ocasiões, desordeiros tentaram atrapa-lhar o trabalho, mas a polícia, após titubear, acabou por man-ter a ordem.

Em 1862, mais quatro pro-fissões de fé e alguns batis-mos: o brasileiro Serafim Pinto Ribeiro, o escocês Robert Duncan e dois portugueses, Francisco José da Costa e José Maria Ferreira. Em 1863 a igreja recebeu dezesseis novos crentes. Treze por profissão de fé e três por certidões de transferência. Em 1864, doze novos crentes por profissão de fé. Entre eles o ex-padre, José Manoel da Conceição, que professou a fé e foi batizado. Seis crianças foram batizadas. Entre elas Helen, a filha de Simonton, realizando a ceri-mônia o Rev. Blackford. Em

1865, quinze novos crentes são arrolados, todos por profissão de fé.

Novos membros são uma constante. A igreja celebrava a Ceia a cada dois meses e não havia, até 1865, minis-trado esse Sacramento sem a recepção de novos membros. Os convertidos eram em sua

maioria brasileiros ou portu-gueses aqui naturalizados. Sur-gia de fato uma igreja nativa; uma igreja de Deus que estava no Rio de Janeiro.

Nesse período, a igreja man-tinha três cultos aos domingos, bem como a Escola Domini-cal e, também havia um culto na quinta-feira à noite. Um dos cultos dominicais era rea-lizado às 11 horas da manhã em inglês; até que, no dia 04.12.1864, Simonton

comu-nicou que não mais o realiza-ria, aconselhando aos fiéis a frequentarem a Capela Angli-cana. A interrupção desses cul-tos para ingleses e americanos deu-se devido à intensidade de trabalhos de Simonton, agora aumentada pela publicação do jornal A Imprensa Evangélica.

Mudança de endereço

O espaço físico se tornava exíguo, por isso, Simonton mudou o lugar das reuniões algumas vezes, sempre à pro-cura de maiores e melhores acomodações. Seu objeti-vo era a construção de uma capela ou templo. A mudan-ça deu-se em 5 de maio de 1867, sendo o novo endereço o Campo de Sant'Anna, nº 49, que mudou de nome para Praça da Aclamação e,

final-mente, Praça de República.

Adequações metodológicas e pedagógicas

No seu relatório de 1867 ao Presbitério, diz que havia dois cultos na igreja e um às quartas-feiras, realizando uma modificação no culto mati-nal, com “um exercício mais

familiar, os membros da igreja tomando parte mais ativa nas orações e meditação que são o fim dessa reunião”.

Entendendo que a igreja deve ser uma escola para o crente, adotou a prática de uma vez por mês substituir o ser-mão pelo estudo e explicação do Breve Catecismo. O obje-tivo era preparar os crentes para defender-se dos ataques incrédulos.

Simonton entendia que a

prática da oração por parte da igreja era fundamental para o progresso do Evangelho. Devido a um relativo desinte-resse pelas reuniões de oração, reconhece que havia frieza e desejava que no próximo ano no seu relatório não contasse essa triste realidade. No entan-to, a Igreja continuava cres-cendo. Na sala do Campo de

Sant'Anna, nº 49, com maior espaço físico o auditório cres-ceu, prometendo boa colheita. Esse esboço histórico deve nos fazer refletir sobre a ori-gem do presbiterianismo no Brasil, nos conduzindo a ava-liar a nossa prática e a dar graças a Deus por sua obra por intermédio de seus servos, entre os quais estamos envol-vidos e engajados no progres-so do reino em nosprogres-so tempo e onde Deus nos colocou.

Simonton, Missionário e Pastor

Hermisten Costa

O Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa integra a equipe de pastores da 1ª IP São Bernardo do Campo, São Paulo, SP, ensina teologia no JMC, é membro do CECEP e do Conselho Editorial do Brasil Presbiteriano.

E

A propósito dos 160 anos do presbiterianismo no Brasil (2)

Simonton

en-tendia que

a prática da

oração por

parte da

igre-ja era

funda-mental para o

progresso do

Evangelho.

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MISSÕES TRANSCULTURAIS

s alunos do Centro de Formação Missionária da APMT estiveram mesmo nas alturas. Na viagem de Lima ao interior do Peru, eles passaram pelos quase 5 mil metros de altitude dos Andes. Huancayo, o des-tino final, fica um pouco abaixo, 3.259 metros acima do nível do mar. E foi lá, em meio ao clima frio e seco, que quase 40 candida-tos e suas famílias realiza-ram o estágio missionário transcultural dos dias 15 a 31 de julho.

Do lado de fora, o frio apertava, mas a caloro-sa recepção dos nossos anfitriões Martha e Rev. Augusto Liza, missionários da APMT na cidade, aque-ceu os corações de toda a equipe, que foi recebida na

Cyber School, uma

esco-la dirigida pelo casal Davi Mandurrano e sua esposa. Os encontros e todo o pla-nejamento dos trabalhos aconteceram no espaço físi-co da esfísi-cola, em meio às aulas regulares de Ensino Fundamental da instituição. Muitas foram as frentes de trabalho do estágio. As ações de cunho social incluíram confecções de próteses dentárias, sessões de massoterapia e

aten-dimento básico de saúde, com medição de glicose e aferição de pressão arte-rial. Fábio Tavares, enfer-meiro da nossa equipe, falou da experiência. “É

uma privilégio poder auxi-liar os peruanos na área física; mas o que realmen-te preencheu meu coração foi poder compartilhar quão grande é o amor de Deus”, enfatizou. E para

a protética Fábia Rocha Santos, “devolver o

sorri-so a outras pessorri-soas, é de fato ser útil nas mãos de Deus”. As mãos de Tamar

Alcântara também serviram de refrigério para as dores dos que foram atendidos na massoterapia.

Muitos estagiários compar-tilharam o evangelho com professores e funcioná-rios da Cyber School num pequeno momento devocio-nal de segunda a sexta-feira.

Raquel Santos Henrique

Uma semente lançada no Coração dos Andes

O

Raquel Santos Henrique é candidata à missionária da APMT. Aos sábados, a

programa-ção era o Clube de Niños, uma tarde com muita músi-ca infantil, teatro, histórias, brincadeiras e lanche para a garotada. A psicóloga e aluna do CFM, Yet-Olívia Tavares proferiu uma pales-tra sobre Desenvolvimento da Espiritualidade para os familiares dos alunos, cerca de 100 pessoas. Os casais também foram abençoados em outra palestra realizada na escola.

E no dia 23 de julho come-çou a EBDV – Escuela

Bíblica de Vacaciones

(EBF no Brasil), com uma média superior a 90

crianças e 30 adultos por tarde. Os adultos se reuni-ram numa classe à parte, e alguns entregaram a vida ao Senhor. No último dia, cada participante recebeu uma Bíblia, e a equipe se emo-cionou na despedida das crianças, que entraram de férias da escola. Yet-Olívia reconheceu a grandeza do desafio e a capacitação de Deus. “A EBF representou

superação em várias áreas. Vimos cada um dando o seu melhor, e nos alegramos com o grande número de crianças e adultos ouvindo a palavra de Deus”, decla-rou.

As palestras sobre fé e ciência na Universidad

Nacional del Centro del Perú – UNCP e na Universidad Peruana Los Andes – UPLA, ficaram

com o Rev. Daniel Bovo, que declarou: “Tivemos a

maravilhosa oportunidade de compartilhar a fé em um Deus que é criador de todas as coisas, mas que também se relaciona com a sua criação”.

Os estagiários também participaram de cultos em diferentes igrejas da cida-de. A Iglesia Evangelica Peruana de Três Esquinas (IEP) recebeu a todos com uma mesa farta para uma noite de degustação da culi-nária peruana. Nessa igreja houve ainda um encontro com os jovens e partici-pação no culto dominical. Na IEP de Ocopilla, grande parte da equipe esteve pre-sente no primeiro domingo do estágio; e na IEP Cristo

el Rey, um grupo partici-pou do culto matinal e da Escola Dominical no últi-mo domingo em Huancayo. Na Cyber Church, a igre-ja que reúne no espaço da escola Cyber, todos com-pareceram nos dois domin-gos. O trabalho, ainda recente, é conduzido pelo Rev. Augusto e a Martha, e caminha para se tornar a 1ª IP de Huancayo.

Equipe do CFM durante programação da IEP Três Esquinas

Entrega do aparelho de prótese confeccionado no estágio

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Sínodos comemoram 160 anos do presbiterianismo no Brasil

o dia 12 de agos-to de 1859, o Rev. Ashbel Green Simonton desembarcou no Rio de Janeiro, onde iniciou o seu ministério pastoral e do presbiterianismo em terras brasileiras, tendo como primeiro fruto a fundação da IP do Rio de Janeiro.

Passados 160 anos de sua chegada ao Brasil, nós, presbiterianos, cele-bramos com gratidão a Deus esse evento.

Os Sínodos do Rio de Janeiro organizaram um Culto de Ações de Graça no dia 12 de agosto de 2019, na histórica

Cate-dral Presbiteriana. Compareceram autori-dades do Supremo Con-cílio, com destaque para Presidente, Rev. Roberto Brasileiro, que pregou na ocasião; pastores e pres-bíteros dos Sínodos do RJ, membros de diversas igrejas da região e coral.

Em São Paulo, o Culto de Gratidão pelos 160 anos foi realizado no dia 16 de agosto de 2019, no Auditório Ruy Bar-bosa da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Compareceram cerca de 1000 represen-tantes de igrejas do esta-do, que ouviram a prega-ção do Rev. Juarez Mar-condes Filho e o desafio a transtornar e

transfor-mar a sociedade através da Palavra.

O evento organiza-do pelos Sínoorganiza-dos de SP também contou com autoridades do Supremo Concílio e da IPB, como o Rev. Juarez, o Presb. José Alfredo, Tesoureiro do SC, Rev. Davi Char-les Gomes, Chanceler

da UPM; e também com grande número de pre-sidentes dos Sínodos e Presbitérios paulistas.

Participaram o Coral e a Orquestra Intersinodal de São Paulo, e o culto foi conduzido pelo Rev. Agnaldo Duarte Faria, pastor da IP Mooca, em São Paulo.

O Presidente da Comis-são Organizadora e do CECEP, Presb. Clodoal-do Furlan, anunciou que no dia 15 de agosto de 2019, às 16h, no Audi-tório Ruy Barbosa, os irmãos dos Sínodos de SP terão mais uma vez a oportunidade de se reuni-rem para celebrar os 161 anos do presbiterianismo no Brasil.

Em Belo Horizonte (MG), foi realizado no dia 12 de agosto um culto em gratidão pelos 160 anos, na Igreja Presbite-riana Central de Conta-gem.

Planejado pelo Síno-do Pampulha, que tem o Rev.. José da Silva Lapa como Presidente,

Gabriela Cesario, da Redação

N

Grande Orquestra e Coral no evento em São Paulo

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Sínodos comemoram 160 anos do presbiterianismo no Brasil

A celebração em Belo Horizonte

Vista parcial do auditório em São Paulo

e realizado com apoio e envolvimento dos quatro Sínodos de BH, o evento contou com a participa-ção de aproximadamen-te 650 pessoas, pastores

da região e de um gran-de Coral Intersinodal. Os preletores foram o Rev., Giovan Casteluber (do Sínodo BH) e Rev Gidiel Câmara (do

Síno-do Metropolitano). Diversos outros Síno-dos e igrejas no país tam-bém se organizaram para celebrar a data importan-te para a nossa história.

PROJETO SARA

empre houve entre nós, pessoas em cadeira de rodas, que prontamente são atendidas pelos diáconos, cuidando para que participem do culto e demais atividades na igreja. Porém, em menor frequência, atualmente, pessoas com necessidades especiais de tradução simultânea, com deficiências auditivas, têm participado também dos momentos da adoração em nossa igreja.

Na IP de Praia Grande, SP, a irmã Janaina faz toda tradução da mensagem, cânticos e orações para adolescentes surdos e mudos nas diversas progra-mações.

O Coral Infantil também já canta na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), tanto na igreja como em oportunidades de evangelização, como Encontro de Corais e Projeto Fé em Ação.

Jesus nos ensinou sobre a inclusão de forma perfeita: falando com a mulher samaritana (Jo 4), olhando para Zaqueu, mesmo em meio a tanto preconceito e murmuração (Lc 19) e recebendo as crianças, apesar da repreensão dos que estavam ao redor, incomodados com a presença delas (Lc 18).

Precisamos nos empenhar e estar preparados para promover a união de todos os membros da igreja, sem exceção, refletindo o amor de Cristo, reunidos em um só corpo para a glória de Deus Pai.

A igreja e a inclusão

Raquel de Paula

S

"[...] Quem fez a boca do homem?

Ou quem faz o mudo, ou o surdo,

ou o que vê, ou o cego? Não sou eu,

o Senhor"

(Êx 4.11).

Coral Adulto e Coral Infantil no Teatro Municipal de Praia Grande Cantando em LIBRAS

Raquel de Paula é membro da IP Praia Grande, SP, e colaboradora do Brasil Presbiteriano.

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Projeto Mata-Norte foi planejado pela Pri-meira IP do Recife para alcançar a região do seu Presbitério de Pernambu-co, a Zona da Mata–Norte do Estado. No mês de ani-versário da Primeira Igreja e também da IPB (agosto), pensamos que o melhor presente seria a plantação de mais uma igreja. A ideia veio do desafio, iniciado em 2010, de em todo mês de agosto iniciar uma nova igreja.

Até agora cinco novas igrejas foram plantadas. O Projeto Mata Norte, em parceria com a Junta de Missões Nacionais da IPB (JMN), estabelece um prazo mínimo de cinco anos para que seja planta-da, consolidada e organiza-da uma nova igreja. Nesse tempo, temos a responsabi-lidade de manter um obrei-ro morando no campo, adquirir um terreno, cons-truir um templo e organizar uma nova igreja com cerca de 50 membros, preparar liderança para assumir o Conselho e Junta Diaco-nal, e fazer com que essa nova igreja tenha autono-mia para se manter e mul-tiplicar-se plantando outras igrejas.

A primeira igreja do Pro-jeto Mata-Norte a ser plan-tada foi a Igreja em Nazaré da Mata em agosto de 2010. O Rev. Arthur e sua esposa

Érika trabalharam conosco no início de sua plantação. Ele iniciou o trabalho ali e lançou as primeiras semen-tes em Aliança. Desde o início desde ano (2019), o missionário Apolo, junto com sua esposa, Tânia, e filhos firmaram residência em Nazaré e assumiram o campo. A igreja em Nazaré da Mata já tem 37 mem-bros adultos e 3 menores e local para funcionar.

A segunda cidade da região alcançada foi Alian-ça, plantação iniciada em agosto de 2011. Arthur deu suporte a esse traba-lho (agosto a dezembro de 2011) até a chegada do casal Jaidson e Patrícia que ali passou três anos e meio. Nesse período, o trabalho em Aliança se solidificou. Compramos um terreno, construímos um belo e espaçoso templo com dois pisos e banheiros. O mis-sionário Paulo Almeida, com sua esposa, Priscila, e filhos assumiram o campo e vêm desenvolvendo o trabalho. Hoje a congrega-ção conta com 18 membros adultos e 7 menores.

O terceiro campo do Projeto foi na cidade de Vicência. Iniciamos em agosto de 2012 com o casal de missionários Alci-mar e JaAlci-mara e seus dois filhos. Eles ficaram dois anos e depois veio o casal Cosmo e Ninha com seus filhos. Fizeram um bom trabalho. No ano de 2019,

Cosmo entregou o campo para dedicar-se aos estu-dos teológicos. Um novo casal assumiu o campo, Josivaldo e Edivânia, e filhos. Estamos em nego-ciação para a compra de um terreno para o templo da futura IP de Vicência. Hoje a congregação conta com 14 membros adultos e 6 menores.

O quarto campo plantado foi na cidade de Itambé. Na verdade são duas cidades juntas, separadas apenas por uma fileira de calça-mento, Itambé em Pernam-buco e Pedra de Fogo na Paraíba. O trabalho foi ini-ciado em agosto de 2013, com o casal Edson e Geisa-ne. Com sua saída,

Lamár-cio e Emanuela assumiram o trabalho a partir de 2014. O campo vem desenvol-vendo dia a dia e conta hoje com 9 membros adul-tos e 2 menores. Em 2014, suspendemos a plantação de novas igrejas e procu-ramos consolidar e eman-cipar outras duas congre-gações na área urbana do Grande-Recife. Organiza-mos as igrejas do Vasco da Gama e depois, do bairro da Torre.

Então, retomamos o Pro-jeto de Plantação de Novas Igrejas. A quinta cidade a ser alcançada pelo Proje-to Mata-Norte foi Goia-na em junho de 2017. O Rev. Edilton Carvalho, sua esposa, Lucinha, e seu filho

Lutero fixaram residência ali. Na verdade, estamos tentando pagar uma dívi-da histórica, pois, Goiana já teve uma igreja pres-biteriana ainda no século 19. Por razões que des-conhecemos, aquele traba-lho em algum momento deixou de existir, e agora, estamos reparando esse lapso histórico. O trabalho em Goiana já iniciou um novo ponto de pregação na cidade vizinha de Condado (11 km), onde plantaremos mais uma igreja. A congre-gação em Goiana conta com 7 membros adultos e 7 menores.

Nossos planos não param por aí. Planejamos alcan-çar as cidades de Pauda-lho, onde já temos a pro-messa de dois lotes em um loteamento residencial. Também há a possibili-dade de plantarmos uma igreja em Condado, onde já funciona um ponto de pregação da congregação de Goiana. Temos também um bom desafio que seria plantar mais uma igreja presbiteriana em Carpina, a cidade mais próspera da região. Continuemos oran-do para que esses campos, até agora iniciados, sejam consolidados e se eman-cipem, tornando-se igrejas fortes, saudáveis e multi-plicadoras para espalharem o evangelho do reino em todas as cidades da região da Mata Norte de Pernam-buco.

O melhor presente nos 160 anos da IPB

Cláudio Albuquerque

O

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FORÇAS DE INTEGRAÇÃO

esde 1995 a UPA/SP reúne no Auditório Ruy Barbosa, nas depen-dências da Universidade Presbiteriana Mackenzie (Campus Higienópolis) mais de 1.000 adolescen-tes e líderes, para o DNA. O DNA tem como pro-pósito reunir adolescentes de uma mesma região em âmbito estadual para pas-sarem um sábado juntos, aprendendo por meio das oficinas em diversas áreas, como: "Tecnologia à dis-posição do Reino", "Voca-ção e Profissão", "Namo-ro", "Louvor e Adoração", assim como uma especial

para pais e líderes: "Como lidar com a adolescência".

Exercitamos também a comunhão através de dinâmicas de integração ou somente um tempinho para eles se conhecerem, aliás são adolescentes de diversas regiões do esta-do, é uma grande oportu-nidade de fazer diversos amigos e juntos cultuar ao Senhor com um momento de pregação e louvor no período da tarde encerran-do nossas atividades.

O DNA 2019 aconteceu no dia 03 de agosto, con-tando com a presença de mais de 1.000 adolescen-tes e líderes para a gló-ria do Senhor. Foi benção

demais, cada sorriso, cada demonstração de alegria e comunhão aqueceu nos-sos corações, aguardamos ansiosamente o próximo ano.

Agradecemos a nossa UMP por todo apoio, somos um só corpo de

Cris-to, uma só igreja. Como o Rev. Esdras de Souza (Secretário da Confedera-ção Nacional de Adoles-centes) diz: "nós somos forças de integração".

DNA – UPA/SP

No último domingo (11.08.2019), a Primeira Igreja celebrou 146 anos de existência e 141 anos de organização. Tivemos o prazer e privilégio de organizar e presentear o presbiterianismo no Brasil com mais uma Igreja, desta feita a IP de Aldeia. Que grande satisfação foi rece-ber o Rev. Rorece-berto Brasi-leiro, Presidente do SC, e presentar a IPB nos seus 160 anos de existência no Brasil com essa nova igre-ja. Que Deus nos conce-da o privilégio de sermos uma igreja forte e produ-tiva para o reino do nosso amado Redentor, Jesus Cristo.

Rev. Cláudio Albuquerque

Equipe do evento

O Rev. Cláudio Albuquerque é pastor efetivo da Primeira IP do Recife, casado com Anadiegna Galvão Albuquerque, pai de Pricilla, Isabella e Victor.

Talita Santos é Secretária Sinodal da UPA – SSR e Vice-Presidente de UMP – SSR

Talita Santos

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A IPB NA SOCIEDADE

Hospital Evangélico de Curitiba e Faculdade Evangélica de Medicina

ssas duas importantes instituições paranaen-ses, adquiridas no final de 2018 pelo Instituto Presbi-teriano Mackenzie, com-pletam em 2019 respectiva-mente 60 e 50 anos de exis-tência e de valiosos serviços à comunidade. São fruto do trabalho da Sociedade Evangélica Beneficente (SEB), idealizada pelo Rev. Dr. Parísio Cidade, pastor e médico presbiteriano que aceitou o desafio de criar um hospital para atender a pessoas carentes do Paraná e de Santa Catarina, princi-palmente irmãos na fé.

No dia 25.06.1943, nove líderes evangélicos de Curi-tiba se reuniram para criar a “Sociedade Evangélica Beneficente – Pró Hospi-tal Evangélico”. Foram eles: Rev. Parísio Cidade, Rev. Alcides Nogueira e Pb. Augusto Klopffleisch, da Igreja Presbiteriana; Pr. James D. Cook, Dr. Atílio Bório e Sr. Ireno Dionísio Reichelt, da Igreja Congre-gacional; Pr. Ben Oliver e Pr. João Emílio Henck, da Igreja Batista, e Pr. Daniel Lander Betts, da Igreja Metodista. A reunião se deu na residência deste último, na Rua Marechal Floriano. Nos anos seguintes, esse movimento de cooperação evangélica também passou a ter o concurso das igrejas Presbiteriana Independen-te, Presbiteriana

Conser-vadora, Luterana, Assem-bleia de Deus, Cristianis-mo Decidido, Menonitas, Irmãos Menonitas, Batista Independente e Evangelho Quadrangular.

Constituída a sociedade, teve início a busca de um terreno e de recursos para a edificação. A SEB recebeu da prefeitura municipal um imóvel no bairro do Bigor-rilho que havia sido doado nos anos 30 pelo dono de um cartório para a cons-trução de um hospital. O projeto mobilizou intensa-mente as igrejas e a cidade. Foram realizadas inúmeras atividades de levantamento de recursos e milhares de pessoas contribuíram. Uma senhora presbiteriana, D. Olinta Palmquist, bordou uma toalha com os nomes de 939 benfeitores que foi usada por muitos anos nas reuniões da diretoria da SEB e em ocasiões especiais.

A pedra fundamental do edifício foi lançada em 07.09.1947 e doze anos mais tarde, em 05.09.1959, há exatos 60 anos, foi inau-gurado o edifício ainda ina-cabado do Hospital Evangé-lico de Curitiba, com 35 lei-tos iniciais, na Rua Augusto Stellfeld. Dez anos depois, em janeiro de 1969, há 50 anos, ocorreu a aula inaugu-ral da Faculdade Evangéli-ca de Medicina, loEvangéli-calizada ao lado do hospital, cuja primeira turma se formou em 1973. O primeiro dire-tor de ambas as instituições

foi o incansável Dr. Daniel Egg (1918-1988). Em 1971, teve início a ampliação do hospital com a construção de um grande pentágono de cinco andares sobre o edi-fício original em forma de estrela. Um notável incen-tivador foi o Rev. Oswaldo Soeiro Emrich, pastor da IP de Curitiba.

Em 1999, a Faculdade de Medicina foi transferi-da para o endereço atual, na Rua Padre Anchieta. Nos anos seguintes, foram criados sete novos cursos: Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição, Teologia, Psico-logia, Medicina Veterinária e Tecnologia em Gestão Ambiental. Construiu-se um edifício para abrigar as Clínicas Integradas e foram implantados muitos outros canais de serviço à comunidade. Em 2012, o Hospital Universitário Evangélico de Curitiba era o maior da cidade e o maior hospital filantrópico do sul do país, enquanto que a Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar) contava com 2.000 alunos nos oito cursos de graduação e na pós-graduação.

No final de 2014, tendo o hospital acumulado cerca de 400 milhões de reais em débitos trabalhistas e outros, e dificuldade em manter os serviços operacionais, ocorreu uma intervenção judicial. Na Fepar, foram extintos todos os cursos de graduação à exceção de Medicina. Em 28.09.2018, por meio de leilão público, o consórcio IPM-Associa-ção Beneficente Douraden-se adquiriu o hospital e a faculdade, que passaram a denominar-se, respectiva-mente, Hospital Universi-tário Evangélico Macke-nzie e Faculdade Evangé-lica Mackenzie do Paraná (Fempar).

O Hospital Universitá-rio possui 469 leitos (eram 236 quando da aquisição pelo IPM), atende cerca de 60 mil pessoas por mês, a maior parte pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e é responsável pelo enca-minhamento de mais da metade das emergências da região metropolitana de Curitiba. Conta com 1.870 funcionários, 405 médicos e 160 residentes. Seu diretor geral é o médico e

pres-bítero Dr. Rogério Donato Kampa. Quanto à Fempar, no dia 12.07.2019, forma-ram-se 53 acadêmicos de medicina, a primeira turma desde que o IPM assumiu oficialmente a direção. A escola tem 170 professores, 60 funcionários administra-tivos, 712 alunos de gradu-ação, 80 de pós-graduação lato sensu e 74 de mestrado e doutorado. Sua diretora geral é Dra. Carmen Aus-trália Paredes Marcondes Ribas.

A Sociedade Evangélica Beneficente encontra-se em processo de liquidação, tendo se mantido em ati-vidade por 71 anos (1943-2014). Seu último presi-dente foi o Pb. João Jaime Nunes Ferreira Com essa aquisição, o Mackenzie retorna à capital paranaense mais de um século após a implantação da antiga Esco-la Americana de Curitiba, em 1892. Louvamos a Deus por tão auspicioso evento e por essa grandiosa oportuni-dade de testemunho e servi-ço que se abre para a Igreja Presbiteriana do Brasil.

Alderi de Matos

E

O Dr. Alderi Souza de Matos é o historiador da IPB.

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LEGISLAÇÃO E JUSTIÇA

Liberdade de Organização Religiosa e suas Implicações

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omo visto no artigo an-terior desta série, as or-ganizações religiosas ainda enfrentam difi culdade para se constituírem em pessoa jurídica ou alterarem os seus estatutos. Outro dia, ao receber o pedido de regis-tro do estatuto de uma de-terminada igreja, o cartório apresentou nota devolutiva destacando dois pontos que deveriam ser alterados: a

participação de membros comungantes menores nas assembleias que elegem ofi -ciais e a vedação ao pedi-do de exclusão de membro sob processo disciplinar

[Vimos o primeiro ponto na edição anterior e agora encerramos com o último ponto].

Em relação ao pedido de

exclusão de membro que responde a processo

disci-plinar, o mesmo poder de

autorregulação dos critérios para admissão e atuação também regerá o modo e as condições para o desli-gamento. No caso de igreja vinculada eclesiasticamen-te à IPB, o art. 23, §1º, da Constituição (CI/IPB), pre-vê: “Aos que estiverem sob

processo não se concederá carta de transferência nem deles se aceitará pedido de exclusão”.

Inicialmente, é importan-te observar que o preceito constitucional não obriga a permanência do indiví-duo no rol de membros da igreja, mas apenas esta-belece critérios para a sua exclusão, de modo que os propósitos da organização não venham a ser frus-trados. Tanto assim que o art. 15, da CI/IPB, diz que “Perderão os privilégios e direitos de membros os que

[...], embora moralmente inculpáveis, manifestarem o desejo de não permane-cer na igreja”. Todavia, se o membro está sob processo disciplinar, a sua exclusão a pedido somente poderá ser apreciada após o térmi-no desse processo. Não se trata de negar o pedido para obrigar a pessoa a perma-necer na igreja. Trata-se de um zelo pelo cumprimento de objetivos caros à igreja: sua pureza, paz, unidade e edifi cação.

Convém lembrar que a restrição ao pedido de des-ligamento também se dá no serviço público federal, em-bora nenhum servidor seja obrigado a permanecer vin-culado aos quadros funcio-nais da União. O art. 172 do estatuto do servidor pú-blico federal (Lei 8112/90) diz que “O servidor que responder a processo

disci-plinar só poderá ser exone-rado a pedido, ou aposenta-do voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalida-de, acaso aplicada”.

Como se vê, a restrição ao pedido de desligamento de membro de igreja sob pro-cesso disciplinar não é uma peculiaridade da organiza-ção religiosa, de modo que é de se estranhar que alguns cartórios queiram impor à igreja a retirada dessa cláu-sula de seus estatutos sob o frágil argumento de que “a pessoa é livre para fi car na igreja ou sair dela”. Sim, é livre! Mas essa liberdade não a isenta de cumprir um compromisso fi rmado com a organização à qual aderiu livremente, submetendo-se à doutrina, ao governo e à disciplina que seus estatu-tos estabeleceram.

Para superar essas e

ou-tras exigências impostas por muitos cartórios, é importante que as igrejas se familiarizem com seus direitos e, com sabedoria, possam argumentar perante os ofi ciais de registro, em condições de prestar os de-vidos esclarecimentos.

O Presb. George Almeida é presbítero na IP de Brotas, em Salvador, Vice-Presidente do Presbitério Litorâneo do Salvador (PSSA), Presidente do Sínodo Central da Bahia (SCH), 4º Secretário da Mesa do SC/IPB e Relator da Comissão Permanente do Manual Presbiteriano.

George Almeida

C

EDIFICAÇÃO PASTORAL E PLANEJAMENTO

o dia 02.07.2019 foi realizado um café com pastores dos quatro Sínodos da Grande BH, na IP do Itatiaia.

Foi um momento de edi-ficação na Palavra de Deus, acompanhado de vários

momentos de orações pelos pastores, famílias e igrejas.

Também discutimos um planejamento para evange-lizar e fortalecer o pres-biterianismo na grande BH, com apresentação de estatísticas, testemunhos e impactos (preparados pelo Rev. Osvaldo e Rev. Gidiel):

50 cidades; 15 sem igrejas presbiterianas; 4 sínodos; 17 presbitérios; 147 igrejas; 76 congregações; 34 pontos de pregação; 241 pastores; 694 presbíteros; 984 diá-conos; 21 evangelistas; 52 candidatos.

Também foram listadas e discutidas as necessidades

das igrejas para revitali-zação e programações de comunhão e fortalecimento.

Na ocasião estavam pre-sentes aproximadamente 50 pastores. Entre estes esta-vam o Rev. Edson (1ª IP de BH), Rev. Jeremias (8ª IP de BH), Rev. Renato (Cen-tral de Contagem), Rev.

Ronaldo (presidente Sínodo BH), Rev. Lapa (presiden-te Sínodo Pampulha), Rev. Silas (presidente Sínodo Metropolitano BH) e Rev. Osvaldo (SE Sínodo Oeste BH).

Soli Deo Gloria!

Ronaldo Gonçalves

O Rev. Ronaldo Gonçalves é presidente do Sínodo Belo Horizonte

Café com pastores em BH

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HISTÓRIA DA IGREJA

ranscorre neste mês de setembro o sesqui-centenário dessa valorosa igreja. Sorocaba é uma das mais antigas cidades pau-listas, tendo sido fundada em 1654, exatamente um século depois da capital. Passado o período dos ban-deirantes, surgiu em 1733

a famosa feira de muares que lhe deu fama e prospe-ridade. No século 19, foram implantadas as primeiras indústrias, origem do cog-nome “Manchester Paulis-ta”. José Manoel da Con-ceição, pioneiro do minis-tério evangélico nacional, passou a infância e a ado-lescência na cidade. Mais tarde, quando subdiácono, atuou na vizinha Ipanema, onde recebeu a influência de luteranos alemães que trabalhavam na fábrica de ferro ali existente, a primei-ra do Bprimei-rasil.

O primeiro obreiro presbi-teriano a visitar a cidade foi o Rev. Ashbel G. Simonton, no início de 1861, durante

longa viagem pela Provín-cia de São Paulo. Deixou um depósito de Bíblias na casa de José Antônio de Souza Bertoldo. O traba-lho evangelístico passou a ser feito com regularidade a partir de 1866. Em março, o ex-padre Conceição, recém -ordenado pastor, ali esteve e pregou, em suas pala-vras, “com geral aceitação porquanto o povo tem por toda a parte fome e sede da palavra de Deus”. No mês seguinte, o Rev. Alexander Blackford falou duas vezes a auditórios de 30 a 50 pessoas. Em 20 de maio, o missionário leigo George W. Chamberlain também anunciou o evangelho em Sorocaba, pouco antes de ser ordenado. No mesmo ano, o Rev. Conceição vol-tou a pregar na cidade por muitos dias, a bons audi-tórios. Distribuiu Bíblias, folhetos e exemplares do jornal Imprensa Evangéli-ca. Os Revs. Emanuel Pires e William D. Pitt igualmen-te visitaram Sorocaba nessa época, encontrando grande interesse.

As primeiras famílias interessadas no evangelho foram as de José Antônio de Souza Bertoldo, Luiz Delfi-no e José Carlos de Cam-pos, esta última na locali-dade de Rio Acima. A orga-nização da igreja se deu no dia 01.09.1869, pelo Rev. Blackford, sendo recebidos cinco membros por profis-são de fé: Antônio Modesto Ribeiro, Antônia Maria de Souza, Carolina Joaquina, Olímpia Felícia de Souza e Joaquim Avelino de Souza. Na ocasião foi celebrada pela primeira vez a Ceia do Senhor. Era a sexta igreja presbiteriana organizada no Brasil (depois de Rio de Janeiro, São Paulo, Brotas, Lorena e Borda da Mata) e a quarta da Província de São Paulo. Durante alguns anos, recebeu a assistência pastoral do Rev. Chamber-lain, que assumiu o pasto-rado da igreja de São Paulo em outubro daquele ano (1869).

Em 04.02.1871, o escritor Júlio Ribeiro casou-se com Sofia Aurelina de Souza Bertoldo, filha de José Antônio, passando a residir na cidade, na qual pregou muitas vezes. No ano ante-rior, havia sido o primei-ro pprimei-rofessor contratado da Escola Americana, em São Paulo. Foi em Sorocaba que ele escreveu o belíssimo romance histórico Padre Belchior de Pontes. Tam-bém iria se destacar como jornalista e filólogo. Em 08.03.1873, o licenciado e

futuro pastor Antônio Ban-deira Trajano casou-se com Olímpia, irmã de Sofia.

Em 1873, a jovem igreja passou a ter o seu primeiro obreiro residente, o licen-ciado Antônio Pedro de

Cerqueira Leite, filho de conhecida família de Bro-tas. Era casado com Palmi-ra Rodrigues, também uma ex-professora da Escola

Americana. Naquele ano e no seguinte, dois missio-nários passaram algumas semanas em Sorocaba auxi-liando o licenciado – Ema-nuel Vanorden e John B. Howell. A igreja pediu que Antônio Pedro fosse ins-talado como pastor, mas o Presbitério do Rio de Janei-ro pJanei-rorJanei-rogou a licenciatura até que a comunidade tives-se condições de sustentá-lo.

Antônio Pedro finalmente foi ordenado em 1876 e no mesmo ano criou o pri-meiro coral evangélico do Brasil, ainda existente. Veio a falecer apenas sete anos depois, em 31.08.1883, durante uma reunião do presbitério no Rio de Janei-ro. Seu sepultamento, no dia seguinte, coincidiu com o 14º aniversário da igreja de Sorocaba. Nos seus dez anos à frente da igreja,

reali-Alderi de Matos

T

Rev. Alexander Latimer Blackford

Rev. José Manoel da Conceição

Antônio Pedro de Cerqueira Leite

Referências

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