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CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES PRIMEIRA CÂMARA DE 28/07/15 ITEM Nº66 PREFEITURA MUNICIPAL CONTAS ANUAIS PARECER

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1 CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

PRIMEIRA CÂMARA DE 28/07/15 ITEM Nº66 PREFEITURA MUNICIPAL – CONTAS ANUAIS – PARECER

66 TC-002033/026/13

Prefeitura Municipal: Poá. Exercício: 2013.

Prefeito(s): Francisco Pereira de Sousa.

Advogado(s): Marcos Antônio Favaro, Fátima Cristina

Pires Miranda, Wilton Luís da Silva Gomes, Cristiano Vilela de Pinho e outros.

Acompanha(m): TC-002033/126/13 e Expediente(s): TC-012190/026/14 e TC-022126/026/14.

Procurador(es) de Contas: Thiago Pinheiro Lima. Fiscalizada por: GDF-3 – DSF-II.

Fiscalização atual: GDF-3 – DSF-II. RELATÓRIO

Em apreciação as contas anuais do PREFEITO DO MUNICÍPIO DE POÁ, exercício de 2013, inspecionadas pela 3ª Diretoria de Fiscalização, que promoveu apontamentos às fls.60/63 do laudo técnico.

Após notificação (fls.65), o responsável apresentou justificativas em relação aos seguintes itens (em síntese):

A.1 - PLANEJAMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

- Descaracterização do Planejamento, vez que a Lei Orçamentária Anual autoriza a abertura de créditos suplementares em até 30% do orçamento das despesas, o que contraria o disposto no artigo 1º, § 1º da Lei de Responsabilidade Fiscal;

Defesa - A autorização para abertura de créditos suplementares encontra previsão no texto constitucional, em seu art. 165, § 8º, e está regulamentada genericamente pelos artigos 40 e seguintes da Lei Federal nº 4.320/64; assim, “uma

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2 situações em que se demande uma complementação dos créditos previstos legalmente, pode o Poder Executivo se utilizar do instrumento da abertura de crédito suplementar, tendo como base normativa a autorização legislativa contida em sua LOA específica.”.

A.3 - CONTROLE INTERNO

- Falta de realização de suas funções institucionais em desatendimento aos artigos 31 e 74 da Constituição Federal;

Defesa – Noticia realização de estudos para implementação do Sistema de Controle Interno, de forma a se encaminhar Projeto de Lei à Câmara Municipal; tal medida objetiva melhor desempenho do controle já existente.

B.1.1 - RESULTADO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

- Lançamento da devolução do duodécimo de forma incorreta, o que compromete a análise do resultado orçamentário e denota falha grave, eis que deixa de atender aos Princípios da Transparência e da Evidenciação Contábil;

- Déficit da execução orçamentária de R$ 47.937.797,41, correspondente a 15,07%, não encontra amparo no resultado financeiro do exercício anterior (déficit de -R$ 19.979.540,90);

- Movimentação orçamentária correspondente a 31,39% da despesa prevista (final), o que denota insuficiente planejamento orçamentário;

Defesa - Por lapso da Administração, ao final do exercício de 2013, o serviço de contabilidade não promoveu o devido cancelamento dos valores de empenhos não processados, os quais não poderiam e nem deveriam restar inscritos em restos a pagar não processados; efetuado o devido ajuste, o resultado orçamentário do exercício é deficitário no importe de R$ 7.520.513,92 (R$ 47.937.707,41 – R$ 40.417.283,49), correspondente a 2,36% da receita orçamentária arrecadada no exercício.

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3 B.1.2 RESULTADOS FINANCEIRO, ECONÔMICO E SALDO PATRIMONIAL

- Resultado financeiro negativo em R$ 58.037.362,83; existência de restos a pagar desprovidos de cobertura financeira;

Defesa – Considera desnecessária maiores considerações, “uma vez que promovendo a devida

correção do resultado financeiro do exercício, de acordo com o valor de restos a pagar cancelados em 2014 (RS 40.417.283,49), verificamos que esse se apresenta no reduzido patamar de RS 17.620.079,34 (RS 58.037.362,83 – RS 40.417.283,49)...”.

B.1.3 - DÍVIDA DE CURTO PRAZO

- Falta de liquidez para suportar compromissos de curto prazo;

Defesa – Considera desnecessárias maiores considerações, uma vez que efetuado o devido ajuste das dívidas de curto prazo de acordo com o valor de restos a pagar cancelados em 2014 (RS 40.417.283,49), esse se apresenta em patamar reduzido.

B.1.5 - FISCALIZAÇÃO DAS RECEITAS

- Existência de divergências entre os valores de receita informados em sites oficiais e os contabilizados pela Prefeitura;

- Valores demonstrados no ANEXO 10 - COMPARATIVO DA RECEITA PREVISTA COM A ARRECADADA, não guardam semelhança com os lançamentos contábeis efetuados pela Prefeitura no sistema AUDESP;

Defesa - Noticia a correção da divergência relativa ao repasse oriundo de LC 87/96; no tocante ao repasse a título de IPVA, considera que houve equívoco da própria Secretaria da Fazenda, posto que o valor contabilizado (R$ 11.097.151,06) encontra-se correto; para corroborar a assertiva encaminha consulta de repasses do IPVA, realizada no endereço eletrônico da SEFAZ, bem como extratos financeiros da conta bancária relativa à quota-parte do IPVA (DOC.06).

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4 B.1.6 - DÍVIDA ATIVA

- Aumento de 9,37% em relação ao exercício anterior;

Defesa - Medidas possíveis para recuperação foram implementadas, resultando na notificação direta dos contribuintes em mora; o aumento decorre, em grande parte, da perda de poder econômico e financeiro por considerável parcela dos cidadãos.

B.4.1 - REGIME DE PAGAMENTO DE PRECATÓRIOS

- Registro incorreto das pendências judiciais no sistema AUDESP;

Defesa - Dados lançados no sistema AUDESP tiveram como base informações oficiais fornecidas pelo Tribunal de Justiça; assim, qualquer discrepância com os aferidos pela Fiscalização deste Tribunal escapa à responsabilidade da Prefeitura.

B.4.2 – PRECATÓRIOS A RECEBER

- A Prefeitura desconhece seus precatórios a receber;

Defesa – Os precatórios em questão (4) datam de meados das décadas de 1970 e l980, encontrando-se, há muito, arquivados junto ao setor; a municipalidade já solicitou desarquivamento e tão logo obtenha cópia encaminhará as informações ao Tribunal de Contas.

B.6.2 – BENS PATRIMONIAIS

- Controle de bens patrimoniais e respectivos registros divergentes dos valores contabilizados;

Defesa – Trata-se de mero equívoco formal que já foi devidamente superado, conforme comprova a “demonstração das variações patrimoniais”.

- Inexistência de termos de responsabilidade pelos bens;

Defesa – O setor de patrimônio utiliza-se de fichas identificadoras para a guarda de todos os bens móveis com a discriminação e identificação do responsável.

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5 - Ausência do levantamento geral dos bens móveis e imóveis;

Defesa – Encaminha o inventário sintético físico/financeiro de bens móveis.

C.1 - FORMALIZAÇÃO DAS LICITAÇÕES, DISPENSAS E INEXIGIBILIDADES E CONTRATOS

- Falta de fidedignidade dos contratos informados pela origem no Sistema AUDESP;

Defesa – Trata-se de mero erro de formalização, decorrente de falha operacional, sem configurar má-fé do Município no que concerne à prestação de contas ao Tribunal.

C.2.4.1 - ABASTECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

- Contrato de concessão expirada, sem assinatura de novo termo até o encerramento da Fiscalização;

Defesa – O primeiro período de concessão do contrato assinado em 25.11.1976 venceu em 2006; ocorre que, por expressa disposição contratual, diante da vontade dos contratantes, houve prorrogação por igual período, tendo como termo a data de 25.11.2036, sem, contudo, necessitar de quaisquer aditamentos.

C.2.4.2 - COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTO

- Contrato de concessão expirada, sem assinatura de novo termo até o encerramento da fiscalização;

Defesa – Da forma como exposta no item anterior, o prazo de concessão deverá expirar em 2016, encontrando-se portanto o ajuste em plena vigência.

D.2 - FIDEDIGNIDADE DOS DADOS INFORMADOS AO SISTEMA AUDESP

- Divergências apuradas denotam falha grave, eis que deixa de atender aos Princípios da Transparência e da Evidenciação Contábil;

Defesa - A prestação de contas se faz por meio do sistema AUDESP, mas também pelo fornecimento de toda a documentação solicitada pela Fiscalização; as incongruências detectadas foram todas de ordem formal e devidamente respondidas e corrigidas.

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6 D.3.1 - QUADRO DE PESSOAL

- Falta de requisitos técnicos mínimos para nomeação de servidores em cargos comissionados;

Defesa – A situação encontra-se em vias de ser regularizada em face de legislações recentes as quais estabeleceram requisitos mínimos (de escolaridade dentro do quadro de pessoal da Guarda Civil e de qualificação técnico-profissional no Plano de Carreira do Magistério).

- Cargos em comissão não revestidos das características de direção, chefia e assessoramento;

Defesa – Da análise das atribuições dos cargos em questão (Comandante, Coordenador, Corregedor, Inspetor, Ouvidor, Procurador Jurídico, Sub Comandante, Sub Inspetor, Vice Diretor), não resta dúvida quanto ao pleno atendimento dos requisitos fixados na Constituição Federal; informa a extinção dos cargos de Inspetor, Subinspetor e Corregedor Adjunto.

D.5 - ATENDIMENTO À LEI ORGÂNICA, INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES DO TRIBUNAL

- Descumprimento as Instruções nº 02/2008, no tocante ao encaminhamento da documentação; e

- Desatendimento das recomendações.

Defesa – Não apresentou defesa.

Segmento especializado da Assessoria

Técnica (fls. 318/323) observa que a notícia de

cancelamentos dos “Restos a Pagar Não Processados” no exercício de 2014 não apresenta reflexo para o período em exame ante o Princípio da Anualidade e competência das contas, não havendo como desprezar referidas despesas para efeito de apuração do resultado orçamentário/financeiro.

Assim, diante do elevado déficit orçamentário aliado ao conjunto de resultados contábeis negativos e abertura de créditos adicionais em percentual (31,99%) superior àquele

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permitido pela Lei Orçamentária Anual (30%), sugere a emissão de parecer desfavorável.

Em que pesem os demais aspectos positivos, o assessor que oficiou às fls. 324/329 e correspondente Chefia (fls.330) opinam, igualmente, pela emissão de parecer desfavorável.

Ministério Público (fls. 331/335) também sugere prolação de parecer desfavorável1 e expedição de recomendações2.

SDG (fls.336/338) conclui, igualmente,

por parecer contrário à aprovação dos demonstrativos em face do relevante desequilíbrio fiscal.

Ressalta que pela terceira vez consecutiva, e sob a gestão do atual Prefeito reeleito, o Executivo registrou déficit orçamentário da ordem de 15% da Receita Realizada, equivalente a 47,9 milhões, sem amparo financeiro anterior e a 17% de toda a Receita Corrente Líquida do exercício, agravando ainda mais o quadro de ausência de recursos para fazer frente aos compromissos de curto prazo.

Propõe, ainda, severa advertência ao agente responsável visando adoção de medidas cabíveis e necessárias para cabal regularização dos cargos em comissão sem definição de correspondentes atribuições e requisitos para provimento.

1 Déficit orçamentário (15,07%), sem lastro financeiro

anterior;

Créditos adicionais em percentual acima da inflação oficial e da autorização contida na LOA;

- Déficit financeiro;

- Baixo índice de liquidez imediata, revelando falta de capacidade financeira para honrar os compromissos de curto prazo.

2 Recomendações relativas aos itens A.1; A.3, B.1.1; B.6, D.2

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Acompanham os presentes autos os seguintes expedientes:

- TC-12190/026/14 e TC-30422/026/13 – Ministério Público do Estado de São Paulo solicita informações sobre a prática de nepotismo nos cargos em comissão. A Fiscalização informa que não identificou nos prontuários dos servidores em comissão grau de parentesco com o Prefeito e Presidente do Legislativo; e

TC-022126/026/14 – Câmara Municipal de Poá encaminha cópia do Relatório Final da Comissão Especial de Inquérito – Matéria tratada no item D.4 do relatório.

Pareceres dos três últimos exercícios:

Exercício de 2010 – TC-2904/026/10 – parecer favorável com recomendações; Relator: Conselheiro Cláudio Ferraz de Alvarenga;

Exercício de 2011 – TC-1376/026/11 – parecer desfavorável3; Pedido de Reexame desprovido;

Relator: e. Conselheiro Dimas Eduardo Ramalho; e

Exercício de 2012 – TC-1965/026/12 – parecer desfavorável4; Relator: e. Auditor Substituto de Conselheiro Valdenir Antonio Polizeli.

3 Motivo determinante: Utilização insuficiente dos recursos

do FUNDEB.

4 Motivos determinantes: Déficit orçamentário de R$

19.979.540,90 (7,51%); reversão do resultado financeiro positivo de R$ 4.403.148,61 positivos, em 2011, para R$ 11.803.553,24 negativos; redução em 35,19% do resultado econômico, que passou de R$ 23.134.344,28 para R$ 14.992.901,25 de um exercício para outro; descumprimento do artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal e desatendimento à regra constitucional e à posição jurisprudencial deste Tribunal no que tange aos precatórios, diante do depósito em

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O presente processo constou dos trabalhos da 1ª Câmara de 16.06.15 ocasião em que foi retirado de pauta para os fins do disposto no artigo 105, I, do Regimento Interno.

Deferida vista, o Responsável5 ingressa com alegações complementares.

Discorda novamente do déficit apurado pela Fiscalização, pois “Em que pesa esta Prefeitura, equivocadamente, não ter efetuado o cancelamento de referidos empenhos não processados ao final do exercício de 2013, não poderia a d. fiscalização considerá-los para fim de apuração do resultado orçamentário desta Municipalidade”.

Assevera que “Referidas despesas, por possuírem

execução física apenas no exercício de 2014, não deveriam ser consideradas no balanço financeiro do exercício de 2013, posto serem de competência diversa da analisada.”.

Referente às alterações orçamentárias afirma que “a abertura de créditos suplementares

reflete o cenário econômico do exercício, analogamente ao previsto na LOA Federal, e do Estado de São Paulo.”.

Por fim, reitera pleito no sentido da emissão de parecer favorável à aprovação das contas anuais de 2013 da Prefeitura Municipal de Poá.

É o relatório.

GCECR MTM

conta do Tribunal de Justiça do Estado de valor inferior ao exigível para o período.

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10 TC-002033/026/13

VOTO

Título Situação Ref.

Aplicação no Ensino – CF, art. 212 28,94% (25%)

FUNDEB – Lei federal nº 11.494/07, art. 21, caput e §2º 100,97% (95% - 100%)

Pessoal do Magistério – ADCT da CF, art. 60, XII 79,12% (60%)

Despesa com Pessoal – LRF, art. 20, III, “b” 43,55% (54%)

Saúde – ADCT da CF, art. 77, III 24,53% (15%)

Transferência ao Legislativo – CF, art. 29-A, I 4,52% 6%

População 106.033

habitantes

Execução Orçamentária Déficit 15,07%

Resultado Financeiro (R$ 58.037.362,83)

Remuneração de Agentes Políticos Em ordem

Precatórios Regular

Ordem Cronológica de Pagamentos Cumprimento

Encargos Sociais (INSS, PASEP e FGTS) Recolhidos

A instrução sinaliza gastos com pessoal em montante correspondente a 43,55% da receita corrente líquida, aquém do limite disposto no artigo 20, inciso III, letra “b”, da Lei Complementar nº 101/00.

Subsídios pagos aos Agentes Políticos (Prefeito e vice-Prefeito) foram fixados pela Lei Municipal nº 3.300, de 11 de junho de 2008 e, conforme cálculos da inspeção, não houve pagamentos em excesso.

Laudo técnico indica que o Executivo de Poá observou as disposições do artigo 212 da Constituição Federal com o investimento de 28,94% das receitas resultantes de impostos na manutenção e desenvolvimento do ensino.

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A Fiscalização atesta que o Município utilizou todo o FUNDEB recebido, cumprindo assim o artigo 21 da Lei Federal nº 11.494, de 2007. Demais, observa-se a aplicação de 79,12% dos valores na remuneração dos profissionais do magistério, o que indica atendimento ao disposto no artigo 60, inciso XII, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

A origem respeitou o artigo 77 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, pois investidos 24,53% do produto de arrecadação dos impostos nas ações e serviços públicos da saúde.

O relatório aponta ainda que o Executivo promoveu a aplicação dos recursos advindos da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico - CIDE de acordo com a Lei Federal nº 10.336/01 e cumpriu as disposições do artigo 320 da Lei Federal nº 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro).

A municipalidade depositou em conta do Tribunal de Justiça, para a quitação dos débitos judiciários, cifra correspondente aos termos deferidos pelo DEPRE – Departamento de Precatórios6, bem como os requisitórios de baixa monta apresentados no exercício.

Repasses à Câmara Municipal obedeceram ao limite do artigo 29-A da Constituição.

Em que pese, porém, os aspectos positivos, a prestação de contas do Prefeito de Poá,

relativas ao exercício de 2.013, encontra-se comprometida, sobretudo diante dos resultados dos demonstrativos contábeis.

6 Depósito do valor de R$ 2.557.000,00 em 04 (quatro)

parcelas, nas datas de 27/09/2013, 28/10/2013, 28/11/2013 27/12/2013.

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O processado revela inobservância da responsabilidade na gestão fiscal prevista no artigo 1º, § 1º, da Lei Complementar nº 101/00, com destaque para o descompasso orçamentário e financeiro do exercício.

Registre-se, inicialmente, o elevado déficit de 15,07% da receita arrecadada7.

Sobre o resultado o Responsável alega que por lapso da Administração, ao final do exercício de 2013, o serviço de contabilidade não promoveu o cancelamento dos valores de empenhos não processados. Deste modo, pretende que esse “cancelamento” (que teria ocorrido em 2014) seja objeto de exclusão, com a qual haveria, ao cabo, redução do resultado negativo para 2,36%.

Contudo, os argumentos não produzem reflexo para o exercício em exame, uma vez que a contabilidade pública, no que respeita a despesas, norteia-se pelo regime de competência, consoante o artigo 35, inciso II, c.c. o artigo 58 da Lei nº 4.320/648.

Dessa forma, necessário considerar os Restos a Pagar que, a teor do artigo 36 da Lei 4.320/649, compreendem as despesas processadas e

também as não processadas, como despesas do

7 Valor apurado pela Fiscalização às fls. 23. 8 Artigo 35 – Pertencem ao exercício financeiro;

I- As receitas nele arrecadadas;

II- As despesas nele legalmente empenhadas.

Art. 58 – O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

9 Artigo 36 – Consideram-se Restos a Pagar as despesas

empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não processadas.

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exercício em que foram realizados os respectivos empenhos.

Assim, o elevado déficit de R$ 47.937.797,41, correspondente a 15,07% da receita

arrecadada, sem amparo financeiro anterior10, encontra-se muito além da margem de tolerância aceita pela jurisprudência do Tribunal de Contas.

Ademais, verifica-se a degradação da situação financeira com o aumento do resultado negativo para R$58.037.362,83, não dispondo a Prefeitura de liquidez para fazer frente aos seus compromissos de curto prazo11.

De se ressaltar que a execução orçamentária dos dois últimos exercícios também se revelou deficitária (2011 – déficit de 5,34% e 2012 – déficit de 10,47%); contudo, apesar dos 04 (quatro) alertas emitidos pela Fiscalização12 sobre o descompasso entre receitas e despesas, a origem não promoveu o necessário contingenciamento de dotações, deixando de dar cumprimento a dois pressupostos da responsabilidade fiscal: o superávit orçamentário e a redução da dívida governamental.

Nestas circunstâncias, acompanho as manifestações das Assessorias Técnicas, d. Chefia, Ministério Público e SDG, e consoante disposição do artigo 2º, inciso II, da Lei Complementar nº 709/93, voto pela emissão de Parecer Desfavorável às contas do PREFEITO DO MUNICÍPIO DE POÁ, atinentes ao exercício de 2013.

10 Consoante decisão constante do TC-1965/026/12 – Contas da

Prefeitura Municipal de Poá, exercício de 2012, houve a reversão do resultado financeiro de R$ 4.403.148,61 positivos, em 2011, para R$ 11.803.553,24 negativos.

11 R$ 45.903.341,01 - fls. 27.

12 Fls. 20, 25, 29 e 34 do Acessório 1 - Acompanhamento da

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Proponho, ainda, recomendações que serão transmitidas pela 3ª Diretoria de Fiscalização para que a Administração Municipal aperfeiçoe as peças de planejamento de forma mais próxima possível da realidade e cumpra com rigor o estabelecido; limite a abertura de créditos adicionais em percentual compatível com o limite inflacionário previsto para o período; implemente de forma efetiva o controle interno; aprimore o registro das receitas a fim de evitar divergências entre os valores informados em sites oficiais e os contabilizados na Prefeitura; incremente a cobrança da dívida ativa; aperfeiçoe a contabilização dos bens patrimoniais; realize o levantamento dos bens móveis e imóveis; aperfeiçoe os dados informados ao sistema Audesp; regularize as falhas detectadas no setor de pessoal; e atente para as Instruções deste Tribunal.

GCECR MTM

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