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O JOGO DIDÁTICO E SUAS CONTRIBUÇÕES PARA O ENSINO DE QUÍMICA A PARTIR DA VISÃO DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO: TRILHA DA GEOMETRIA MOLECULAR

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O JOGO DIDÁTICO E SUAS CONTRIBUÇÕES PARA O ENSINO DE QUÍMICA A PARTIR DA VISÃO DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO: TRILHA DA

GEOMETRIA MOLECULAR Apresentação: Comunicação Oral

Fernando Cleyton Henrique de Mendonça SIlva1; Renata Joaquina de Oliveira Barboza2; Lillyane Raissa Barbosa da Silva3 José Geovane Jorge de Matos4 Magadã Marinho Rocha de Lira5

Resumo

A compreensão do conteúdo de geometria molecular é de suma importância para os estudantes do ensino médio, pois descreve como os núcleos dos átomos que constituem a molécula estão posicionados uns em relação aos outros. Mas, como é uma temática distante da realidade dos discentes, são necessárias alternativas que facilitem aprendizagem na disciplina. Neste contexto, os jogos didáticos surgem como um recurso que auxilia o professor na promoção de uma aula diferenciada que atraia a atenção do estudante para o conteúdo. Assim, os bolsistas do PIBID – química do IFPE Campus Vitória de Santo Antão decidiram investigar se alguns professores conhecem as contribuições que essa metodologia de utilização de jogos didáticos pode proporcionar, se os mesmos utilizam dessa ferramenta e os motivos do não uso dessa prática, como também foi proposto para os mesmos um jogo denominado “Trilha da Geometria Molecular” com o objetivo de facilitar o entendimento no conteúdo de “geometria molecular” em turmas do primeiro ano do ensino médio. Espera-se com esse jogo que os estudantes consigam entender melhor o porquê do afastamento entre os pares de elétrons e com isso identifiquem com maior facilidade a geometria das moléculas. Além disso, a atividade proporciona uma melhor socialização entre os alunos, pois é necessária a cooperação entre os mesmos para que consigam realizar as tarefas com êxito. Constatamos que os professores estavam cientes de todas as contribuições que os jogos didáticos podem proporcionar, contudo nenhum deles utiliza constantemente essa metodologia em sala, e alegam que a principal causa para o não uso é a falta de tempo e o medo de sair da comodidade que os mesmos possuem.

Palavras-Chave: Jogos didáticos, Ensino de química, Geometria molecular.

Introdução

Quando átomos de não metais se unem, eles o fazem por meio de uma ou mais ligações covalentes. Como consequência dessa união surge as moléculas com dois ou mais átomos. A geometria molecular descreve como os núcleos dos átomos que constituem a molécula estão

1 Licenciatura em química, IFPE campus – Vitória de Santo Antão, silva.fchm@gmail.com

2Licenciatura em química, IFPE campus – Vitória de Santo Antão, Renata_joaquina@hotmail.com 3Licenciatura em química, IFPE campus – Vitória de Santo Antão, lillyane_raissa@hotmail.com 4 Licenciatura em química, IFPE campus – Vitória de Santo Antão, geomatosofc@gmail.com 5 Licenciatura em química, IFPE campus – Vitória de Santo Antão, magada.lira@vitoria.ifpe.edu.br

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posicionados uns em relação aos outros.

Existe um método relativamente moderno, elaborado pelos químicos ingleses Nevil Sidgwick (1873/1952) e Herbert Powell que pode facilitar a previsão da geometria de uma molécula. Trata-se do modelo da repulsão dos pares eletrônicos da camada de valência VSEPR (1940). Uma ferramenta muito utilizada para demonstrar esse método são os balões de gás, quando os amarramos pela boca, os mesmos tendem a se afastar o máximo possível um do outro. Do mesmo modo que os balões, os pares de elétrons que formam as ligações também se afastam ao máximo uns dos outros, pois se repelem mutuamente.

Os balões representam os pares de elétrons ao redor do átomo central. Devido à repulsão entre os elétrons, se houver dois pares de elétrons ao redor do átomo central, esses tenderão a ficar em lados opostos. Se forem três pares, eles terão as posições dos vértices de um triângulo eqüilátero. Se forem quatro, estarão direcionados para os vértices de um tetraedro.

Para que se torne mais fácil a determinação da geometria (e, estrutura) de uma molécula, deve-se deve-seguir os deve-seguintes passos:

1. Contagem do número total de elétrons de valência (levando em consideração a carga, se for um íon);

2. Determinação do átomo central (geralmente, o menos eletronegativo e com o maior número de ligações);

3. Contagem do número de elétrons de valência dos átomos ligantes;

4. Cálculo do número de elétrons não ligantes (diferença entre número total e o número de elétrons dos átomos ligantes com a camada de valência totalmente completa);

5. Aplicação do modelo da VSEPR.

Sabemos das dificuldades encontradas por alunos ao tentar entender esse conteúdo, pois é muito difícil para um estudante conseguir visualizar/imaginar as posições de um átomo após se unir com outros átomos para formarem moléculas, e as metodologias tradicionais, comumente utilizadas pela grande maioria dos professores, não é o suficiente para uma boa aprendizagem por parte dos alunos e isso requer a utilização de diferentes metodologias de ensino, tais como os jogos didáticos.

O uso de jogos didáticos no ensino de química no nível médio se tornou um grande aliado dos professores, o mesmo é visto como um instrumento inovador e motivador para a aprendizagem de conhecimentos científicos à medida que propõe estímulo ao interesse do estudante. Essa atividade além de ajudar a construir novas formas de pensamento, desenvolvendo e enriquecendo a

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personalidade do estudante, coloca o professor na condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.

Deve-se deixar bem claro que essa prática pedagógica não foi criada apenas para preencher lacunas de horário ou tornar o ensino de química mais divertido, é importante considerar dois aspectos: o motivacional, que está ligado ao interesse do estudante pela atividade e o de coerência que se refere as regras, aos objetivos pedagógicos e os materiais utilizados para o desenvolvimento em sala.

Fundamentação Teórica

Um jogo é considerado educativo quando mantém um equilíbrio entre duas funções: a lúdica e a educativa. Segundo Kishimoto (1996), a lúdica está relacionada ao caráter de prazer e diversão que um jogo proporciona. Já a educativa se refere a apreensão de conhecimentos, habilidade e saberes. O jogo educativo em si, além de promover o conhecimento de vários conceitos, introduz o indivíduo em um grupo. No caso de jogos em grupos, para que ele funcione é muito importante a interação por parte de todos os integrantes.

Diante desta nova perspectiva do ensino da química, diversos métodos e materiais têm sido estudados e implementados nas escolas, como o uso de blogs, paródias e os jogos didáticos. Os jogos didáticos ou pedagógicos são mecanismos utilizados pelos docentes, que promovem um estímulo ao aluno para a construção ativa do próprio conhecimento levando-o ao prazer e ao esforço espontâneo, características de atividades com cunho lúdico (OLGUIN et al., 2008; ZANON, GUERRIRO, OLIVEIRA, 2008; DOMINGOS, RECENA, 2010).

Além das informações citadas acima, Cavalcanti, De Deus e Soares (2008, p.1) afirmam: No jogo há ainda: simbolismos, no qual se representa a realidade e as atitudes; significação, na qual se permite relacionar ou expressar experiências; atividade, no ato de executar ações; o intrinsecamente motivado, para se incorporar motivos e interesses e finalmente, o regrado, sujeito a regras implícitas e explícitas.

Um dos assuntos mais importante e indispensável no ensino da química é sobre a tabela periódica, pois se trata de um tópico bastante desafiador, para o professor, pois o mesmo precisa desta matéria bem sedimentada, e para os alunos que necessitam familiarizar-se, pois é a base para

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o entendimento de toda a química. Por isso foi eleito o jogo “Batalha dos elementos”, pois através deste jogo há uma introdução sobre os conceitos e os elementos da tabela periódica de uma forma lúdica e cooperativa, despertando o interesse do aluno que entende a tabela periódica como uma simples ferramenta de memorização sem que haja uma contextualização (CAVALCANTI, DE DEUS, SOARES, 2008).

Metodologia

Esse trabalho foi realizado mediante as propostas de intervenções do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID). O público foi duas professoras supervisoras da Escola de Referência em Ensino Médio Joaquim Olavo da cidade de Carpina – PE. A coleta de dados partiu de um questionário aplicado pela ferramenta “Google Formulários”, e teve como objetivo investigar a visão dos professores a cerca dos jogos didáticos, as suas contribuições, se os mesmos costumam utilizar essa metodologia em suas aulas, e as principais dificuldades encontradas por eles que fazem com que os mesmos não as utilizem. Após obter essas informações a partir da aplicação do questionário, foi proposto um jogo didático para que as professoras pudessem construí-lo e aplicá-lo futuramente em suas respectivas turmas, com o objetivo de incentivá-los a utilizar novos métodos de ensino em suas aulas.

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O jogo

O jogo se chama “Trilha da Geometria Molecular” e é constituído por uma trilha em forma de tabuleiro (Figura 1), dois peões (Figura 2) para movimentação durante o jogo, 14 cartões (Figura 3) contendo os desafios, dez cartões (Figura 4) contendo perguntas, selecionadas de vestibulares, relacionadas ao tema, 60 bolinhas de isopor (Figura 5) para realização do desafio, palitos (Figura 6) para realização dos desafios e um dado de seis faces.

Figura 3: Peões para movimentação.

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Figura 4: Cartão desafio.

Figura 5: Cartão pergunta.

Figura 6: Bolinhas de isopor de 30 mm.

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Foram estabelecidas algumas regras para o jogo “Trilha da Geometria Molecular”, onde podem ser vistas no quadro abaixo:

Quadro 1: Regras do jogo, fonte própria. Regras do Jogo

Dividir a sala em dois grupos;

Escolher um líder para cada grupo;

Cada grupo ficará com um peão, para representá-los.

O líder jogará o dado e andará o número de casas que o dado indicar;

 No percurso percorrido na trilha se encontra algumas ações, cujas mesmas são explicadas no próprio tabuleiro;

Os jogadores deverão obedecer todas as ações;

O jogador não poderá realizar as ações em que ele cair voltando casas.

O grupo terá que ajudar o líder a responder as perguntas e a realizar os desafios propostos;

O jogo se encerra quando um grupo chegar no fim da trilha.

Resultados e Discussão

A partir das análises dos questionários podemos perceber que os professores utilizavam diversas metodologias de ensino tais como, vídeos, debates, textos complementares, entre outros. Os mesmos tinham consciência da importância da utilização de novas metodologias e ainda alegaram que os alunos aprendem com mais facilidade quando vêem o conteúdo sendo abordado em

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situações metodológicas diferentes.

Quando foi perguntado sobre as contribuições que os jogos didáticos podem proporcionar, os mesmos responderam com unanimidade, afirmando que os jogos didáticos são recursos importantes e que a competitividade que eles proporcionam nos jovens faziam com que eles buscassem as respostas corretas com a intenção de ganhar a competição. Além disso, também foi citado o prazer que os jogos proporcionam junto com a aprendizagem dos discentes e a facilidade de avaliar o grande grupo a partir do desempenho durante o jogo.

Mesmo sabendo de todas as contribuições que os jogos didáticos podem proporcionar, ficou claro, a partir das respostas obtidas por meio do questionário que os professores não utilizam desse recurso em suas aulas. Eles alegam que possuem medo de inovar, sair da mesmice e buscar novas experiências, e salientam que a falta de tempo é o principal responsável pela não utilização desse recurso.

A seguir serão apresentadas algumas respostas dadas pelos professores que respaldam a nossa percepção:

“Sim , Pois a avaliação é contínua e precisamos avaliar o aluno em diversas situações pedagógicas e não só com avaliações teoricas.”

“Sim. Para que as aulas torne-se atrativas é importante inovar, usar de diferentes recursos para atingir os objetivos propostos.”

“Competitividade, é a palavra chave. Como os jovens vivem um cenário de competição, em busca de um lugar na universidade , quando abordamos os jogos a aula fica mais interessante, mais prazerosa e faz com que o aluno vá em busca das respostas ,sendo assim melhorando seu aprendizado naquele conteúdo abordado e o professor consegue avaliar melhor o grande número de alunos pelo seus desempenhos.”

A partir da proposta do jogo que lhes foram apresentada, os professores perceberam que a confecção do mesmo não demandava de tanto tempo, habilidade ou dinheiro. E com isso as dificuldades que eles alegavam foram esquecidas e eles declararam que iriam passar a usar essa metodologia de ensino em suas aulas.

Conclusões

Concluímos que os jogos didáticos são conhecidos pelos professores e eles possuem a consciência que os mesmos podem contribuir de maneira efetiva com o ensino e aprendizagem em sala de aula, além de facilitar a avaliação dos alunos por meio de seu desempenho durante o jogo.

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Pudemos perceber que nenhum dos professores entrevistados utilizava esse recurso didático em suas aulas e alegaram que o motivo para o qual era a falta de tempo, pois precisam cumprir com os conteúdos que tinham de ser passados para os estudantes.

Por fim o presente trabalho conseguiu incentivar os professores a passarem a utilizar essa metodologia em suas aulas, a proposta de jogo didático que foi apresentada para eles conseguiu fazer com que eles percebessem que não existe tanta dificuldade para confeccionar e com um pouco de organização conseguiriam aplicar os jogos em suas aulas sem que atrapalhassem a quantidade de conteúdos os quais eles deviam ensinar aos seus estudantes.

Referências

GUBA, E. G.; LINCOLN, Y. S. Fourth generation evaluation. Newbury Park, London, New Delhi: Sage, 1989.

HOFFMAN, J. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Mediação, 2001.

LIMA, K. S. Compreendendo as concepções de avaliação de professores de física através da teoria dos construtos pessoais. Recife, 2008. 163 p. Dissertação (Ensino das Ciências). Departamento de Educação, UFRPE, 2008.

SALES, E. S.; MONTEIRO, I. G. S.; LIMA, K. S. Formação de professor, diretrizes da Educação brasileira para o ensino de Química e Avaliação: saberes docentes essenciais à formação docente. In: VII Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade, 2013, São Cristóvão - SE. Anais do Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade, 2013.

NARDI, R.; CORTELLA, B. S. C. Formação de professores de Física: das intenções legais ao discurso dos formadores. In: XVI Simpósio Nacional de Ensino de Física, 2005, Rio de Janeiro. Caderno de

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