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MERCOFRIO º CONGRESSO INTERNACIONAL DE AR CONDICIONADO, REFRIGERAÇÃO, AQUECIMENTO E VENTILAÇÃO

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MERCOFRIO 2014 - 9º CONGRESSO INTERNACIONAL DE

AR CONDICIONADO, REFRIGERAÇÃO, AQUECIMENTO E VENTILAÇÃO

CARACTERIZAÇÃO DE UM REFRIGERADOR POR ABSORÇÃO DE VAPOR ÁGUA-AMÔNIA Helton Jucelino Dias Barboza – helton.jucelino@yahoo.com.br

Flávio Honório da Silva – flaviohonorios@gmail.com José Ricardo Sodré – ricardo@pucmins.br

Rogério Jorge Amorim – rogeriojamorim@yahoo.com.br

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Departamento de Engenharia Mecânica, www.ipuc.pucminas.br R1 - PRÁTICAS E SISTEMAS

Resumo. O presente trabalho avalia um sistema de refrigeração por absorção utilizando o par água-amônia. O intuito do estudo é caracterizar a operação do refrigerador obtendo seus principais parâmetros de operação. Para for-necer calor ao sistema, foi utilizado um botijão de gás liquefeito de petróleo (GLP) de uso doméstico. A taxa de refrige-ração foi obtida através do calor transferido ao sistema pelas paredes do refrigerador, considerando que o fluxo de ca-lor se dá no sentido do meio externo ao ambiente a ser refrigerado. Para tanto sensores de temperatura foram posicio-nados de forma a representar os pontos de maior relevância que permitem a caracterização do refrigerador. O coefici-ente de desempenho foi calculado pela razão entre a taxa de refrigeração e o calor fornecido ao sistema. Os valores obtidos foram compatíveis com a revisão bibliográfica e com os dados obtidos de estudos anteriores realizados neste mesmo refrigerador.

Palavras-chave: Gás GLP, Sistema de refrigeração por absorção, Calor, Coeficiente de performance. 1. INTRODUÇÃO

O sistema de refrigeração operado pelo ciclo de absorção foi a primeira forma de produção de gelo. Com o adven-to da energia elétrica este ciclo foi substituído pelo ciclo de compressão, por este apresentar maior rendimenadven-to. Porém, os refrigeradores operados por compressão utilizam gases com clorofluorcarbonetos, que são prejudiciais à camada de ozônio (PORTAL DA REFRIGERAÇÃO, 2013). O interesse atual pelos equipamentos operados pelo ciclo de refrige-ração por absorção é que estes podem ter como fonte de energia o rejeito de outro processo ou uma energia alternativa como a energia solar, além de utilizar refrigerantes que não prejudicam a camada de ozônio (SRIKHIRIN,2001).

1.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS

O crescimento sustentável, ou simplesmente sustentabilidade, é atualmente um tema de destaque na pauta de dis-cussões da comunidade internacional. Apesar de tratar-se de um conceito bastante amplo e, às vezes, um tanto vago, pode ser sintetizado como a capacidade de suprir as necessidades da geração presente, sem afetar a habilidade das gera-ções futuras de suprir as suas. Dessa forma, busca-se não apenas a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas na-turais para as próximas gerações, mas também o uso eficiente dos recursos energéticos não renováveis atualmente dis-poníveis (MAKIYAMA, 2008).

Investimentos vêm sendo realizados por governos e por grandes empresas visando amenizar o impacto negativo do crescente aumento da demanda por energia elétrica e da utilização dos recursos naturais não renováveis, através do au-mento da eficiência energética dos equipaau-mentos e do reaproveitaau-mento de energia que é dispensada em vários proces-sos. Os sistemas de refrigeração por absorção têm a vantagem de não possuir peças móveis, portanto, não necessitam de manutenção e, em sua operação, apresentam baixo nível de ruído e vibração. Com base nestas características, estes e-quipamentos podem ter boa utilização em um quarto de hotel por exemplo. Além disso, operam sem o uso de CFC e têm baixo custo de manutenção (CHEN et al., 1996).

Os sistemas de refrigeração por absorção já foram estudados para o aproveitamento de energia térmica (MAR-QUES, HADDAD E MARTINS, 2006). Uma das possibilidades de recuperação de calor é a instalação de sistemas de refrigeração por absorção que utiliza como fonte de energia os gases quentes de exaustão de motores de combustão in-terna. Os sistemas de absorção permitem a recuperação da energia contida nos gases de exaustão resultantes de um pro-cesso de combustão. Oferecem, assim, uma possibilidade de influência positiva no consumo de combustível e nas emis-sões de poluentes (MANZELA, 2005).

1.2 Refrigeração por Absorção

O ciclo de refrigeração por absorção é mais antigo que o ciclo por compressão. Seus fundamentos são datados de 1777 e seu criador principal foi William Cullen (PORTAL DA REFRIGERAÇÃO, 2013). O francês Ferdinand Carré obteve uma patente de um sistema por absorção nos Estados Unidos em 1860. Os primeiros Confederados utilizaram um sistema de refrigeração por absorção durante a Guerra Civil, para o suprimento de gelo natural que havia sido corta-do pelo norte (STOECKER, 1985). Em 1922 corta-dois estudantes de engenharia suecos, Baltzar Von Platem e Carl Gustav

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Mercofrio 2014 - 9º Congresso Internacional de Ar Condicionado, Refrigeração, Aquecimento e Ventilação Munters, patentearam uma máquina de refrigeração de funcionamento contínuo, baixo custo, que foi tema de um trab lho de conclusão de curso. O equipamento teve sua patente adquirida pela empresa Electrolux, que a usou para projetar se definitivamente no mercado de eletrodomésticos. O sistema é o mais popular de todos os sistemas de refrigeração por absorção, por causa de seu uso em refrigeradores do

ou Lei de Dalton, segundo a qual, em um recipiente contendo mais de um componente gasoso, a pressão total do gás é a soma das pressões parciais de cada componente (PORTAL DA REFRIGERAÇÃO, 2

O desempenho dos sistemas de absorção depende da escolha apropriada do par refrigerante 2001). Os materiais constituintes do par refrigerante

uma grande afinidade com o vapor do refrigerante e os dois devem ser mutuamente solúveis na gama exigida pelas co dições de funcionamento. Os dois fluidos devem ser estáveis, seguros e não corrosivos. O absorvente deve ter uma vol tilidade baixa, para que o vapor de refrigeran

de trabalho devem ser baixas, de preferência próximas às pressões atmosféricas (DOSSAT, 2001). Atualmente três te nologias de sistemas de absorção são fabricadas:

a) sistemas amônia e água, na qual a amônia é o refrigerante e a água é o absorvente;

b) sistemas brometo de lítio e água, onde a água é o refrigerante e o brometo de lítio é o absorvente; e c) sistemas amônia, água e hidrogênio, no qual o hidrogênio é um gás inerte.

1.3 Ciclo de refrigeração por absorção

Um sistema de absorção simples possui quatro componentes básicos: um evaporador e um absorvedor localizados no lado da baixa pressão do sistema e um gerador e um condensador localizados do lado da alta pressão do sistema. O fluido utilizado é uma mistura composta de um refrigerante e um absorvente. O ciclo do refrigerante segue do conde sador para o evaporador, seguindo para o absorvedor, passa ao gerador e termina retornando ao condensador, enquanto o absorvente segue do absorvedor para o gerador e retorna ao absorvedor (DOSSAT, 1980, p.744)

rência a Fig. 1, sua sequência operacional é assim descrita. O líquido refrigerante a alta pressão proveniente do conde sador passa para o interior do evaporador através de um disp

do evaporador. O líquido refrigerante se vaporiza no evaporador por absorção do calor latente do espaço a ser refriger do e o vapor a baixa pressão passa então do evaporador ao absorvedor através

e fica em solução com o absorvente (DOSSAT, 1980, p. 744).

Figura 1 – Esquema de um sistema de refrigeração por absorção simplificado Quando o refrigerante flui do evaporador

calor é liberado no absorvedor. O calor contido no absorvedor deve ser removido, pois a quantidade de amônia que p de ser dissolvida na água é inversamente proporcional à temperatura.

é a mistura. A solução rica em amônia é então bombeada para o gerador, onde recebe calor de uma fonte externa, com o intuito de vaporizar uma parte desta solução. Como a amônia é mais volátil que a água, o vap

co em amônia, porém ainda contém uma pequena parcela de água. A água é removida do vapor quando a mistura passa através do retificador, que nada mais é do que um trocador de calor. O vapor é resfriado e a água nele contida volta o absorvedor através de uma válvula redutora de pressão.

O vapor de amônia puro, a alta pressão, continua a fluir, passando pelo condensador. A amônia agora líquida passa pelo dispositivo de expansão, onde reduz sua temperatura, e segue para o evapor

compartimento do refrigerador. A pressão do vapor da solução absorvente

são na parte do sistema de baixa pressão e, consequentemente, a temperatura de vaporização do refrig

ngresso Internacional de Ar Condicionado, Refrigeração, Aquecimento e Ventilação Munters, patentearam uma máquina de refrigeração de funcionamento contínuo, baixo custo, que foi tema de um trab

ipamento teve sua patente adquirida pela empresa Electrolux, que a usou para projetar se definitivamente no mercado de eletrodomésticos. O sistema é o mais popular de todos os sistemas de refrigeração por absorção, por causa de seu uso em refrigeradores domésticos. Seu funcionamento é baseado na lei das pressões parciais ou Lei de Dalton, segundo a qual, em um recipiente contendo mais de um componente gasoso, a pressão total do gás é a soma das pressões parciais de cada componente (PORTAL DA REFRIGERAÇÃO, 2013).

O desempenho dos sistemas de absorção depende da escolha apropriada do par refrigerante

2001). Os materiais constituintes do par refrigerante-absorvente devem satisfazer alguns critérios: o absorvente deve ter com o vapor do refrigerante e os dois devem ser mutuamente solúveis na gama exigida pelas co dições de funcionamento. Os dois fluidos devem ser estáveis, seguros e não corrosivos. O absorvente deve ter uma vol tilidade baixa, para que o vapor de refrigerante que sai do gerador contenha pouco ou nenhum absorvente e as pressões de trabalho devem ser baixas, de preferência próximas às pressões atmosféricas (DOSSAT, 2001). Atualmente três te nologias de sistemas de absorção são fabricadas:

ua, na qual a amônia é o refrigerante e a água é o absorvente;

sistemas brometo de lítio e água, onde a água é o refrigerante e o brometo de lítio é o absorvente; e sistemas amônia, água e hidrogênio, no qual o hidrogênio é um gás inerte.

geração por absorção

Um sistema de absorção simples possui quatro componentes básicos: um evaporador e um absorvedor localizados no lado da baixa pressão do sistema e um gerador e um condensador localizados do lado da alta pressão do sistema. O

lizado é uma mistura composta de um refrigerante e um absorvente. O ciclo do refrigerante segue do conde sador para o evaporador, seguindo para o absorvedor, passa ao gerador e termina retornando ao condensador, enquanto

ara o gerador e retorna ao absorvedor (DOSSAT, 1980, p.744)

, sua sequência operacional é assim descrita. O líquido refrigerante a alta pressão proveniente do conde sador passa para o interior do evaporador através de um dispositivo que reduz a pressão do refrigerante à baixa pressão do evaporador. O líquido refrigerante se vaporiza no evaporador por absorção do calor latente do espaço a ser refriger do e o vapor a baixa pressão passa então do evaporador ao absorvedor através de uma passagem livre, onde é absorvido e fica em solução com o absorvente (DOSSAT, 1980, p. 744).

Esquema de um sistema de refrigeração por absorção simplificado. Fonte: DOSSAT, 1980 Quando o refrigerante flui do evaporador para o absorvedor reage com a água. Esta reação é exotérmica, portanto calor é liberado no absorvedor. O calor contido no absorvedor deve ser removido, pois a quantidade de amônia que p de ser dissolvida na água é inversamente proporcional à temperatura. Quanto menor a temperatura mais rica em amônia é a mistura. A solução rica em amônia é então bombeada para o gerador, onde recebe calor de uma fonte externa, com o intuito de vaporizar uma parte desta solução. Como a amônia é mais volátil que a água, o vapor que sai do gerador é r co em amônia, porém ainda contém uma pequena parcela de água. A água é removida do vapor quando a mistura passa através do retificador, que nada mais é do que um trocador de calor. O vapor é resfriado e a água nele contida volta o absorvedor através de uma válvula redutora de pressão.

O vapor de amônia puro, a alta pressão, continua a fluir, passando pelo condensador. A amônia agora líquida passa pelo dispositivo de expansão, onde reduz sua temperatura, e segue para o evaporador, onde recebe o calor transferido do compartimento do refrigerador. A pressão do vapor da solução absorvente-refrigerante no absorvedor determina a pre são na parte do sistema de baixa pressão e, consequentemente, a temperatura de vaporização do refrig

ngresso Internacional de Ar Condicionado, Refrigeração, Aquecimento e Ventilação Munters, patentearam uma máquina de refrigeração de funcionamento contínuo, baixo custo, que foi tema de um

traba-ipamento teve sua patente adquirida pela empresa Electrolux, que a usou para projetar-se definitivamente no mercado de eletrodomésticos. O sistema é o mais popular de todos os sistemas de refrigeração por

mésticos. Seu funcionamento é baseado na lei das pressões parciais ou Lei de Dalton, segundo a qual, em um recipiente contendo mais de um componente gasoso, a pressão total do gás é a

O desempenho dos sistemas de absorção depende da escolha apropriada do par refrigerante-absorvente (SÖZEN, absorvente devem satisfazer alguns critérios: o absorvente deve ter com o vapor do refrigerante e os dois devem ser mutuamente solúveis na gama exigida pelas con-dições de funcionamento. Os dois fluidos devem ser estáveis, seguros e não corrosivos. O absorvente deve ter uma vola-te que sai do gerador convola-tenha pouco ou nenhum absorvenvola-te e as pressões de trabalho devem ser baixas, de preferência próximas às pressões atmosféricas (DOSSAT, 2001). Atualmente três

tec-ua, na qual a amônia é o refrigerante e a água é o absorvente;

sistemas brometo de lítio e água, onde a água é o refrigerante e o brometo de lítio é o absorvente; e

Um sistema de absorção simples possui quatro componentes básicos: um evaporador e um absorvedor localizados no lado da baixa pressão do sistema e um gerador e um condensador localizados do lado da alta pressão do sistema. O

lizado é uma mistura composta de um refrigerante e um absorvente. O ciclo do refrigerante segue do conden-sador para o evaporador, seguindo para o absorvedor, passa ao gerador e termina retornando ao condenconden-sador, enquanto

ara o gerador e retorna ao absorvedor (DOSSAT, 1980, p.744). Tendo como refe-, sua sequência operacional é assim descrita. O líquido refrigerante a alta pressão proveniente do

conden-ositivo que reduz a pressão do refrigerante à baixa pressão do evaporador. O líquido refrigerante se vaporiza no evaporador por absorção do calor latente do espaço a ser refrigera-de uma passagem livre, onrefrigera-de é absorvido

Fonte: DOSSAT, 1980 para o absorvedor reage com a água. Esta reação é exotérmica, portanto calor é liberado no absorvedor. O calor contido no absorvedor deve ser removido, pois a quantidade de amônia que po-Quanto menor a temperatura mais rica em amônia é a mistura. A solução rica em amônia é então bombeada para o gerador, onde recebe calor de uma fonte externa, com o or que sai do gerador é ri-co em amônia, porém ainda ri-contém uma pequena parcela de água. A água é removida do vapor quando a mistura passa através do retificador, que nada mais é do que um trocador de calor. O vapor é resfriado e a água nele contida volta para O vapor de amônia puro, a alta pressão, continua a fluir, passando pelo condensador. A amônia agora líquida passa ador, onde recebe o calor transferido do refrigerante no absorvedor determina a pres-são na parte do sistema de baixa prespres-são e, consequentemente, a temperatura de vaporização do refrigerante no

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evapo-Mercofrio 2014 - 9º Congresso Internacional de Ar Condicionado, Refrigeração, Aquecimento e Ventilação rador. Porém, a pressão do vapor da solução depende da natureza do absorvente, da sua temperatura e da sua concentra-ção.

Para manter a temperatura e a pressão do vapor da solução absorvente no nível desejado, o calor que deve ser libe-rado no absorvedor é igual à soma do calor latente de condensação do vapor do refrigerante e do calor de diluição do absorvente. A eficiência do absorvedor aumenta com a redução da temperatura da solução absorvente, indicando que a eficiência do absorvedor depende em parte da temperatura do refrigerante disponível (DOSSAT, 1980, p 745).

Quando o vapor do refrigerante se dissolve na solução, aumenta a intensidade e a pressão do vapor da solução. É necessário reconcentrar continuamente a solução a fim de manter a pressão do vapor da solução em nível suficiente-mente baixo para se obter a baixa pressão e temperatura requeridas no evaporador. A reconcentração é obtida através da remoção contínua da solução absorvente “rica” do absorvedor e pela sua recirculação através do gerador. Aqui a maior parte do vapor do refrigerante se encontra “totalmente enfraquecida” pela adição do calor proveniente de uma fonte ex-terna, e a solução “pobre” resultante retorna ao absorvedor para absorver mais vapor refrigerante do evaporador (DOS-SAT, 1980, p 745).

Como o absorvedor está colocado na parte do sistema de baixa pressão e o gerador na parte da alta pressão, a solu-ção rica deve ser bombeada do absorvedor para o gerador e a solusolu-ção pobre retorna ao absorvedor através de um dispo-sitivo redutor de pressão. No gerador, o refrigerante é separado do absorvente pelo fornecimento de calor de uma fonte externa para a solução e por vaporização do refrigerante. O vapor de alta pressão do refrigerante resultante passa então para o condensador, onde ocorre a condensação e a cessão de calor ao ambiente. A intensidade relativa da solução pobre é controlada pela quantidade de calor fornecida ao gerador (DOSSAT, 1980, p.756).

Para a máxima eficiência do sistema, a diferença entre as partes de alta e baixa pressão deve ser a menor possível. Estas pressões, no entanto, devem estar de acordo com as exigências da refrigeração e do meio condensaste disponível. A eficiência do sistema pode ser melhorada introduzindo um trocador de calor ente a solução rica que vai para o gera-dor e a solução pobre da alta temperatura que volta do geragera-dor para o absorvegera-dor. Assim, a temperatura da solução rica que vai para o gerador aumenta, enquanto a temperatura da solução pobre que vai para o absorvedor diminui. Esta troca de calor origina uma redução tanto no fornecimento de calor ao gerador quanto no esfriamento exigido pelo absorvedor (DOSSAT, 1980, p.746).

1.3 Sistema amônia-água

O ciclo de difusão-absorção é semelhante ao ciclo de absorção água – amônia, sendo adicionado um terceiro flui-do, o gás equalizador, que circula apenas pelo evaporador, câmara de expansão, trocador de calor de gás e absorvedor. A amônia permanece atuando como refrigerante e é o único fluido a percorrer todo o sistema. A água que atua como absorvente está restrita ao gerador de vapor, à bomba de bolha, ao retificador, ao absorvedor e ao trocador de calor de solução. A solução água-amônia circula pelo gerador, bomba de bolha e absorvedor. O gás equalizador, que pode ser os gases não condensáveis hidrogênio ou hélio, é responsável pela uniformização das pressões ao longo do ciclo e pelo e-feito de expansão pela diferença de pressão parcial, permitindo a circulação dos fluidos (KOYFMAN, 2003).

A pressão total do sistema controla a temperatura do condensador. Para amônia pura e considerando que, no retifi-cador, só está presente o vapor de amônia. Então a temperatura na saída do condensador corresponderá à temperatura de saturação da amônia. O efeito refrigerante obtido é baseado no princípio de pressão parcial, de acordo com a Lei de Dalton das Pressões Parciais. Devido ao gás auxiliar, a pressão parcial da amônia no evaporador e no absorvedor é man-tida baixa o bastante para corresponder com a temperatura requerida dentro do evaporador, conforme Fig. 2 a seguir (SILVEIRA, 2010):

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1.4 Propriedade do combustível GLP

O GLP é formado por vários hidrocarbonetos, sendo os principais o propano e o butano. Uma molécula de propa-no é caracterizada pela presença de três átomos de carbopropa-no e oito átomos de hidrogênio (C3H8), já o butano apresenta

quatro átomos de carbono e dez átomos de hidrogênio (C4H10). Portanto, uma molécula de butano é mais pesada do que

uma molécula de propano e a sua tendência em uma mistura é a de ficar depositada no fundo do recipiente de armaze-nagem (SUPERGASBRAS, 2014). As propriedades desse combustível são apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1 – Propriedades do GLP NOME FORMULA QUÍMICA % MISTURA MASSA MOLAR

(mol) LHV kJ mol ξ ch kJ mol

NPropano C3H8 50 44,09 2044 2149

Butano C4H10 50 58,12 2658,5 2802,5

GLP - - - 46008,2 kJ kg -1 48444,4 kJ kg -1

Fonte: BEJAN (1988) 2. METODOLOGIA

Os equipamentos utilizados foram um refrigerador da marca Consul, modelo CQG22D, com capacidade nominal de 215 litros e número de série B11 756 (Fig. 3), 14 sensores de temperatura e um de umidade relativa, um maçarico, uma balança, um botijão de gás GLP de uso doméstico e um sistema para a aquisição dos dados.

.

Figura 3 – Refrigerador utilizado no experimento

Legenda: 1) Gerador- fonte de energia para vaporizar água e amônia; 2) Separador- separa água da amônia (va-por); 3) Condensador-vapor de amônia perde calor para o ambiente e condensa; 4) Evaporador- amônia a baixa pressão vaporiza a baixa temperatura, para vaporizar retira calor do ambiente; 5) Absorvedor- o vapor de amônia perde calor pa-ra o ambiente e desce até encontpa-rar água novamente; 6) Retorno hidrogênio; 7) Vapor de amônia + hidrogênio (baixa

pressão); 8) Vapor de amônia a alta pressão; 9) Amônia + água +hidrogênio. Fonte: Rêgo (2012)

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Legenda:T1 – temperatura inferior externa do gerador; T2 ratura na entrada do condensador; T4

posterior; T6 – temperatura superior exter temperatura da superfície posterior interna; T10 temperatura da superfície superior interna; T13

evaporador; T 2.1 Sistema de fornecimento de calor

Este sistema é composto por um botijão de gás GLP comercial, um maçarico foi utilizada para medir a vazão mássica do GLP

tes, conforme:  ∆∆

Inicialmente, o sistema para aquisição de dados foi ligado e testado maneceu aberta por 30 minutos para que

do gerador foi ajustada em testes preliminares. Enquanto isso ajustada, com o auxilio de uma balança.

do abaixo do gerador a uma distância de 20 milímetros do bico do maçarico à entrada do gerador. Este valor foi esc lhido através de testes preliminares. Então, era iniciado o teste.

Os testes tiveram a duração de 06:00 horas e o

os testes o sistema de aquisição de dados foi testado a fim de confirmar se forme esperado. Neste estudo foram realizados

vazão nominal de 40 g/h de GLP conforme o manual do fabricante. 2.2 Análise do sistema de refrigeração

Foi determinado um volume de controle para elaboração dos cálculos para a caracterização do refrigerador, co forme a Fig. 9 a seguir. O coeficiente de desempenho foi obtido pela razão entre a taxa de refrigeração e a taxa de calor fornecido, conforme descrito anteriormente:

   çã

 

ngresso Internacional de Ar Condicionado, Refrigeração, Aquecimento e Ventilação

Figura 4: Disposição dos sensores

temperatura inferior externa do gerador; T2 – temperatura superior externa do gerador; T3 ratura na entrada do condensador; T4 – temperatura da saída do condensador; T5 – temperatura da superfície externa

temperatura superior externa; T7 – temperatura lateral externa; T8 – temperatura superior interna;T9 temperatura da superfície posterior interna; T10 – temperatura inferior interna; T11 – temperatura lateral interna; T12 temperatura da superfície superior interna; T13 – temperatura na entrada do evaporador; T14

evaporador; T-U – temperatura e umidade relativa interna. Sistema de fornecimento de calor

Este sistema é composto por um botijão de gás GLP comercial, um maçarico Jackwal. U

vazão mássica do GLP, determinada pela variação da massa de gás consumido durante os te

o sistema para aquisição de dados foi ligado e testado. Após esta etapa a porta do refrigerador pe que as temperaturas internas e externas se igualassem. A válvula inserida na saída s preliminares. Enquanto isso a chama do maçarico foi ligada e

ajustada, com o auxilio de uma balança. Decorrido este tempo, fechou-se a porta do refrigerador

do abaixo do gerador a uma distância de 20 milímetros do bico do maçarico à entrada do gerador. Este valor foi esc lhido através de testes preliminares. Então, era iniciado o teste.

s tiveram a duração de 06:00 horas e os dados foram coletados com o intervalo de

os testes o sistema de aquisição de dados foi testado a fim de confirmar se todos os sensores estavam respondendo co foram realizados dois testes. O teste teve como objetivo caracterizar o refrigerador com a vazão nominal de 40 g/h de GLP conforme o manual do fabricante.

refrigeração

Foi determinado um volume de controle para elaboração dos cálculos para a caracterização do refrigerador, co forme a Fig. 9 a seguir. O coeficiente de desempenho foi obtido pela razão entre a taxa de refrigeração e a taxa de calor

conforme descrito anteriormente:

ngresso Internacional de Ar Condicionado, Refrigeração, Aquecimento e Ventilação

temperatura superior externa do gerador; T3 – tempe-temperatura da superfície externa temperatura superior interna;T9 –

temperatura lateral interna; T12 - tura na entrada do evaporador; T14 – temperatura na saída do

Jackwal. Uma balança digital Líder massa de gás consumido durante os

tes-(1)

pós esta etapa a porta do refrigerador per-A válvula inserida na saída a chama do maçarico foi ligada e a vazão mássica de GLP

a porta do refrigerador, o maçarico foi coloca-do abaixo coloca-do geracoloca-dor a uma distância de 20 milímetros coloca-do bico coloca-do maçarico à entrada coloca-do geracoloca-dor. Este valor foi

esco-s dadoesco-s foram coletadoesco-s com o intervalo de 1 min. Anteesco-s de iniciar todos os sensores estavam respondendo con-teste teve como objetivo caracterizar o refrigerador com a

Foi determinado um volume de controle para elaboração dos cálculos para a caracterização do refrigerador, con-forme a Fig. 9 a seguir. O coeficiente de desempenho foi obtido pela razão entre a taxa de refrigeração e a taxa de calor

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Mercofrio 2014 - 9º Congresso Internacional de Ar Condicionado, Refrigeração, Aquecimento e Ventilação

Figura 5 Aplicando a primeira lei da termodinâmica no



  ∑ ! ∑ "

Como o sistema não realiza trabalho pode

A avaliação da taxa de variação de energia interna do sistema foi feita considerand mediatamente subsequente:    #$% ∆ ∑  &'()*+'),çã-! .,)''/

Como o espaço interno está a uma temperatura inferior à do ambiente, a transferência de calor se dá do meio e terno para o interno. Substituindo as Eq.

#$%

∆  &'()*+'),çã-! .,)''/

Ou:

&'()*+'),çã- .,)''/!#∆$%

O calor transferido através das paredes

frigerador, e o mesmo se dá por convecção do ar atmosférico interno e externo com as superfícies da parede do refrig rador Fig. 6. Levou-se em conta também a transferência de calor por radiação entre o meio externo e a parte externa do refrigerador. A transferência de calor por condução é unidirecional e perpendicular às paredes do refrigerador

transferido pela parte de baixo do refrigerador é desprezível, uma vez que o mesmo se encontra junto ao solo.

Figura 6 -

Portanto, o cálculo do .,)''/ pode ser obtido por: .,)''/ 012. 45& 6789 5 $012.5

2.3 Cálculo da Taxa de Fornecimento de Energia

A taxa de energia fornecia ao gerador do sistema de refrigeração por absorção é dada por: (-):';*- m+=>? @+=>A m,)*'=

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Figura 5 - Volume de controle do espaço refrigerador

Aplicando a primeira lei da termodinâmica no interior do espaço refrigerado, tem-se a seguinte equação:

Como o sistema não realiza trabalho pode-se determinar que ∑ "  0.

A avaliação da taxa de variação de energia interna do sistema foi feita considerando uma medição e a medição

interno está a uma temperatura inferior à do ambiente, a transferência de calor se dá do meio e terno para o interno. Substituindo as Eq. 4 e Eq. 5 na Eq. 3, tem-se:

O calor transferido através das paredes .,)''/ foi considerado no sentido do lado externo para o interior do r

e o mesmo se dá por convecção do ar atmosférico interno e externo com as superfícies da parede do refrig se em conta também a transferência de calor por radiação entre o meio externo e a parte externa do

e calor por condução é unidirecional e perpendicular às paredes do refrigerador transferido pela parte de baixo do refrigerador é desprezível, uma vez que o mesmo se encontra junto ao solo.

Circuito térmico equivalente para determinar CDEFGHGI

pode ser obtido por:

Cálculo da Taxa de Fornecimento de Energia JCKLFMGNOHLP

energia fornecia ao gerador do sistema de refrigeração por absorção é dada por: ,)*'=? hRS! >,)'' - +'),-)

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se a seguinte equação:

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o uma medição e a medição

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(5) interno está a uma temperatura inferior à do ambiente, a transferência de calor se dá do meio

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(7) o sentido do lado externo para o interior do re-e o mre-esmo sre-e dá por convre-ecção do ar atmosférico intre-erno re-e re-extre-erno com as supre-erfícire-es da parre-edre-e do rre-efrigre-e-

refrige-se em conta também a transferência de calor por radiação entre o meio externo e a parte externa do e calor por condução é unidirecional e perpendicular às paredes do refrigerador. O calor transferido pela parte de baixo do refrigerador é desprezível, uma vez que o mesmo se encontra junto ao solo.

DEFGHGI.

(8)

energia fornecia ao gerador do sistema de refrigeração por absorção é dada por:

(7)

Mercofrio 2014 - 9º Congresso Internacional de Ar Condicionado, Refrigeração, Aquecimento e Ventilação Conforme os dados da Tabela 1 o GLP é composto por 50% de propano C3H8 e 50% de butano C4H10. O balanço químico da reação de combustão considerando 1 kmol de combustível é obtido por:

0,5(C3H8)A0,5(C4H10)AaJO2A3,76NapP→b(CO2)Ac(H2O)AdJNapP (10)

Com este balanço obtém-se:

a = 5,75; b = 3,5; c = 4,5; d = 21,62.

Com estes valores, calculou-se a razão ar-combustível estequiométrica da combustão do GLP (Moran, Shapi-ro,2008):

3. RESULTADOS

3.1 Teste com a vazão mássica nominal conforme manual do fabricante

Na Figura 7 tem-se o comportamento da média das temperaturas no espaço refrigerado do primeiro teste, demons-trando que o sistema respondeu conforme o esperado. Verifica-se que sua variação ocorreu somente depois de 47 minu-tos após o inicio do teste. Isto demonstra o tempo requerido para a partida do gerador somado com o tempo da inércia térmica do ar dentro do refrigerador. Nos estudos de Manzela (2005) este tempo levou 23 minutos. Porém vale ressaltar que o sistema de fornecimento de calor ao gerador deste refrigerador para este estudo não é o seu original. Após este pe-ríodo a menor temperatura média foi de 271,4 K, sendo atingida em 277 minutos.

Conforme mencionado na revisão bibliográfica, o valor do coeficiente de desempenho em sistemas de refrigeração operados pelo ciclo de absorção é muito inferior se comparado com sistemas de refrigeração por compressão, sendo da ordem de 0,05 (Srikhirin et al., 2001). Obserse na Figura 8 a evolução do coeficiente de desempenho, atingindo o va-lor de 0,046. Este vava-lor foi calculado pela Equação 1 e está coerente com os vava-lores apresentados na revisão bibliográfi-ca, bem como nos estudos realizados neste sistema de refrigeração por absorção realizados por Manzela (2005) e Rêgo (2012).

Figura 8 – Evolução da média das temperaturas interna e do coeficiente de desempenho.

A taxa de refrigeração transferida ao sistema é proveniente do calor transferido do ambiente através das paredes do refrigerador e também pela variação da energia interna dentro do espaço refrigerado. Ambas são absorvidas pelo evapo-rador. Esta taxa, apresentada na Figura 9, foi de 30 W e seu valor foi obtido com a utilização da Eq. 7 descrita na meto-dologia.

O calor fornecido ao sistema foi de 627,4 W. O valor da vazão mássica de combustível foi de 45,8 g/h. A massa de ar ideal foi, foi de 0,711 kg.

A Figura 9 mostra o comportamento da taxa de calor fornecido ao sistema. Os valores estão bem acima dos valo-res obtidos por Manzela (2005), que relatou a taxa de refrigeração de 17 W e o calor fornecido ao sistema de 367 W. Porém, quando comparados com os resultados obtidos por Rêgo (2012), utilizando como fonte de energia para o siste-ma os gases de exaustão de um motor veicular, os valores são praticamente os mesmos. Isto devido ao fato de que neste estudo o sistema de fornecimento de energia ao gerador do refrigerador não é o mesmo utilizado por Mazela (2005). Es-tes valores da taxa de refrigeração e fornecimento de calor obtidos neste estudo explica o fato do sistema atingir a me-nor temperatura em 277 minutos e não em 318 minutos, como relatado por Manzela (2005).

-0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 270 275 280 285 290 295 0 100 200 300 400 C O P T e m p e ra tu ra ( K )

Tempo (minutos) Temperatura interna

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Figura 9 – Evolução das taxas de calor fornecido e de refrigeração

Na Figura 10 tem-se a evolução das taxas de transferência de calor através das paredes. Verifica-se que a maior ta-xa de calor transferido foi pelas superfícies laterais do refrigerador. Observa-se que a contribuição da tata-xa de transfe-rência de calor por parte da superfície posterior do refrigerador, onde está localizado o sistema de refrigeração por ab-sorção, foi de 20% da taxa total de calor transferido ao espaço refrigerador. Isto demonstra uma oportunidade de au-mentar o rendimento do sistema no sentido de reduzir o valor desta taxa.

Figura – 10 Evolução das taxas de transferência de calor através das paredes do refrigerador.

As temperaturas de entrada e saída do evaporador foram monitoradas com o intuito de verificar a possibilidade da vazão mássica da solução refrigerante no evaporado. Porém, como mostra a Figura 11, isto não foi possível devido ao aspecto construtivo do evaporador, com a saída encontrando-se abaixo da entrada. Verifica-se que o valor da temperatu-ra de saída do evapotemperatu-rador acompanha o valor da tempetemperatu-ratutemperatu-ra de enttemperatu-rada logo no início quando o fluido refrigetemperatu-rante co-meça a circular no evaporador. Após 4 minutos a temperatura de saída apresentou um pico de 292,5 K. Isto indica o iní-cio da convecção no interior do refrigerador, ou seja, o ar localizado abaixo do evaporador neste momento encontra-se ainda a uma temperatura superior à do evaporador. Observa-se também que, logo após este evento, a temperatura na sa-ída do evaporador tende a acompanhar a temperatura na entrada. Em 87 minutos a temperatura de sasa-ída reduz abaixo da temperatura de entrada e a diferença entre as duas é praticamente constante. Este fato indica que a circulação do ar no espaço refrigerado entrou em regime permanente.

Como mostra a Figura 12, as temperaturas de entrada e saída do condensador do sistema de absorção foram moni-toradas por duas razões. Considerando que na entrada do condensador só está presente o vapor de amônia, a primeira gota de condensado coresponde à temperatura de saturação da amônia, ou seja, com a temperatura de saída do conden-sador, pode-se estimar a pressão de operação do sistema. A segunda razão é que, caso a vazão mássica do refrigerante fosse determinada pela taxa de refrigeração e os valores de entrada e saída do evaporador, poder-se-ia também estimar o calor fornecido ao ambiente pelo condensador através de suas temperaturas de entrada e saída.

Verifica-se, através da Figura 12, o tempo exato em que o vapor de amônia começou a circular, devido ao fato da temperatura de entrada apresentar um pico aos 42 minutos de teste. A temperatura de saída apresentou um comporta-mento tipo “linear”, devido à cessão de calor para o meio pelo condensador. Em torno de 300 minutos de testes as duas temperaturas apresentam uma diferença teoricamente constante no valor médio de 1,5 K. A pressão de operação do sis-tema estimada pelo valor da temperatura de saída do condensador foi de 1522 MPa. Este valor está em torno de 0,5MPa abaixo do valor encontrado por Silveira (2010).

-10 0 10 20 30 40 617 622 627 632 0 100 200 300 400 T ax a de R ef ri ge ra çã o (W ) C al or F or ne ci do ( W ) Tempo (min) Q fornecido (W) -5 0 5 10 15 20 25 0 100 200 300 400 T a x a d e r e fr ig e ra çã o d a s p a re d e s (W ) Tempo (min)

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Figura 11 – Comportamento das temperaturas do evaporador.

Figura 12 – Evolução das temperaturas do condensador

A umidade relativa, apresentada na Figura 13, tem um comportamento semelhante ao da média das temperaturas mostrada anteriormente na Figura 14. Observa-se que, no instante em que a temperatura diminui no interior do refrige-rador, a umidade também se reduz bruscamente, atingindo o mínimo de 18,9% em 118 minutos. Depois, a umidade re-lativa aumenta, atingindo o regime permanente no valor de 25%, com 308 minutos decorridos do início do teste. Na Fi-gura 20 pode-se verificar que a temperatura ambiente aumenta no decorrer do teste, apresentando no inicio 288,15 K e, ao término do teste, 295,15 K.

Figura – 13 Evolução da umidade relativa -20 0 20 40 0 100 200 300 400 T e m p e ra tu ra ( °C ) Tempo (min) Temperatura de entrada 0,0 20,0 40,0 60,0 0 100 200 300 400 T e m p e ra tu ra ( °C ) Tempo (min) Temperatura de saída 0 20 40 60 0 100 200 300 400 U R ( % ) Tempo (min) Umidade relativa

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Figura – 14 Evolução da temperatura ambiente 4. CONCLUSÕES

Através da metodologia aplicada ao experimento foi possível obter os principais parâmetros do refrigerador, tais como calor fornecido, taxa de refrigeração, valor médio da temperatura mínima atingida no interior do refrigerador, co-eficiente de desempenho, pressão de trabalho e calor transferido através das paredes do refrigerador.

Embora o tempo de resposta inicial e o tempo gasto para atingir o valor médio da temperatura mínima no interior do refrigerador tenham sido diferentes dos valores obtidos nos estudos por Manzela (2005) e Rêgo (2012), estes estão em conformidade com o manual do fabricante e com Silveira (2010), podendo ser considerados adequados para a ope-ração do refrigerador. A temperatura média atingida foi satisfatória, demonstrando que o equipamento está em perfeitas condições de operação.

Conforme demonstrado nos resultados, foi possível constatar que o local onde está instalado o sistema de refrige-ração por absorção junto a câmara frigorifica é responsável em torno de 20% pelo calor transferido ao refrigerador, o que possibilita uma oportunidade para melhoria do coeficiente de performance.

A escolha dos pontos de medição demonstra ser correta para a caracterização do sistema como um todo, bem como o sistema de aquisição de dados foi validado e permitiu a obtenção satisfatória de todos os parâmetros, temperaturas e umidade relativa a serem aplicadas na metodologia desenvolvida.

Em comparação com refrigeradores operados pelos ciclos de refrigeração por compressão, a energia despendida foi comparativamente alta. Vale ressaltar que, para aplicações em comunidades distantes, desprovidas de energia elétri-ca, e também para o aproveitamento em sistemas de cogeração, este processo se torna atrativo, pois não depende de uma única fonte de energia e não utiliza gases que prejudicam a camada de ozônio.

5. REFERÊNCIAS

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286 288 290 292 294 296 0 100 200 300 400 T e m p re ra tu ra ( K ) Tempo (min) Temperatura ambiente

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CHARACTERIZATION OF A ABSORPTION REFRIGERATOR OF WATER-AMMONIA VAPOR Abstract. This paper evaluates a system of absorption refrigeration using ammonia-water pair. The aim of the study is to characterize the operation of the refrigerator getting your main operating parameters. To provide heat to the system, a canister of liquefied petroleum gas (LPG) for domestic use was used. The cooling rate was obtained by heat transferred through the walls of the refrigerator system, considering that the heat flow occurs in the direction from the external environment to be cooled. For both temperature sensors were positioned to represent the most relevant points that allow the characterization of the refrigerator. The coefficient of performance was calculated as the ratio between the cooling rate and heat supplied to the system. The values obtained were consistent with the literature review and the data obtained from previous studies in the same refrigerator.

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