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Centro de Estudos Sociais. Dicionário das Crises e das Alternativas

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Academic year: 2021

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Dicionário das Crises

e das Alternativas

Centro de Estudos Sociais

Dicionario da crise.indd 3

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DICIONÁRIO DAS CRISES E DAS ALTERNATIVAS

autor

Centro de Estudos Sociais – Laboratório Associado Universidade de Coimbra

editor

EDIÇÕES ALMEDINA, S.A. Rua Fernandes Tomás, nos 76, 78 e 79 3000-167 Coimbra Tel.: 239 851 904 · Fax: 239 851 901 www.almedina.net · editora@almedina.net design de capa FBA revisão Victor Ferreira pré-impressão

EDIÇÕES ALMEDINA, S.A. impressão e acabamento

G.C. – GRÁFICA DE COIMBRA, LDA. Palheira Assafarge, 3001-453 Coimbra producao@grafi cadecoimbra.pt Abril, 2012

depósito legal ....

Os dados e as opiniões inseridos na presente publicação são da exclusiva res-ponsabilidade do(s) seu(s) autor(es).

Toda a reprodução desta obra, por fotocópia ou outro qualquer processo, sem prévia autorização escrita do Editor, é ilícita e passível de procedimento judicial contra o infractor.

______________________________________________________ biblioteca nacional de portugal – catalogação na publicação Centro de Estudos Sociais – Laboratório Associado

Universidade de Coimbra

DICIONÁRIO DAS CRISES E DAS ALTERNATIVAS ISBN 978-972-40-4820-8

CDU 316 338

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do campo sindical e desconfi am das suas propostas. Enquanto os novos movimentos e o novo “precariado” se manifestam e se indignam recorrendo aos novos meios e redes do ciberespaço, o sindicalismo revela-se impotente para lidar com esses novos segmentos da força de trabalho, para se aliar a eles ou para se renovar a partir das novas modalidades de ativismo que tais movimentos estão a afi rmar no espaço público e mediático.

Elísio Estanque

Soberania

Soberania, no sentido clássico do conceito, signifi ca o exercício pleno de autoridade dentro de fronteiras e a inexistência de uma autoridade supe-rior no plano externo, afi rmando uma distinção clara entre ordem interna e ordem internacional. O debate em torno do conceito tem revelado a tensão entre uma leitura moderna, que permanece focalizada no poder do Estado e num entendimento marcadamente territorial do conceito, e uma leitura pós-moderna, de cariz normativo, que, face a dinâmicas transnacionais e à existência de novos atores com autoridade reconhecida – incluindo organi-zações não-governamentais, organiorgani-zações internacionais, ou empresas mul-tinacionais –, desafi am as leituras tradicionais do conceito.

A globalização enquanto fenómeno que implica dinâmicas a diferentes níveis que ultrapassam a capacidade e os limites territoriais do Estado, e a evolução que se verifi cou ao nível de princípios internacionais, como a intervenção humanitária e a responsabilidade de proteger, ilustram o dina-mismo inerente ao sistema internacional que inviabiliza um entendimento estático de soberania. A crise fi nanceira e a sua dimensão transnacional, a par da interdependência económica e política que lhe estão associadas, vêm acrescer à necessidade de reconceptualizar a soberania para além do quadro estatal.

No atual contexto europeu, as incoerências associadas a um entendi-mento estatocêntrico de soberania têm sido reveladas num quadro onde valores de solidariedade e interdependência têm dado lugar ao que já foi apelidado de “hipocrisia organizada”, como está evidenciado no caso da Grécia. Uma soberania que poderá tornar-se cada vez menos democrática nas periferias dos sistemas de decisão. Assim, está na ordem do dia repensar a soberania para além da territorialidade, do poder exclusivo e da indivisibi-lidade da autoridade, em novos quadros referenciais que tenham presente

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Socialismo

e analisem a multidimensionalidade do sistema internacional. Uma sobera-nia que enfrenta uma crescente dispersão de poder associada à ascensão de novos atores e de novas formas de intervenção internacional.

Maria Raquel Freire

Socialismo

A galáxia socialista acolhe intensos confl itos intelectuais e práticas políti-cas contrastantes. No âmago das disputas encontramos questões como a natureza dos sistemas de dominação e os meios de os combater, a relação entre indivíduo e coletivo, a visão dos partidos e dos movimentos sociais, o papel do Estado e a extensão da crítica à propriedade ou a posição diante da modernidade e do progresso.

Anarquismo, comunismo e social-democracia constituíram-se ao longo do século XX como os três grandes veios da larga família socialista e foram marcados por fortes discussões e ruturas pungentes. Ainda assim, e arris-cando uma defi nição englobante, dir-se-ia que todos eles se encontram alinhados numa mesma aspiração de fundo, baseada na convicção de que é possível e necessário ativar modos de organização social fundados na igualdade, na solidariedade e na cooperação. Simultaneamente, partilham a noção de que os indivíduos devem ter a possibilidade de se autorrealizar sem serem impedidos por constrangimentos estruturais.

Nos dias de hoje, a crise económica e fi nanceira veio pôr fi m à crença no “fi m da História” e demonstrou os limites e as perversidades do sistema capitalista. Após o descrédito do “socialismo real”, o socialismo parece agora recuperar espaço para a sua afi rmação enquanto crítica e hipótese estraté-gica. Para isso, torna-se indispensável desbravar caminhos que respondam à crise ecológica, que estimulem a participação, o reconhecimento da dife-rença e a responsabilidade coletiva, e que recriem o socialismo como ideal democrático por excelência. No entanto, para além de um combate de natu-reza intelectual, que busque acerto na crítica à dominação e no desenho teórico de alternativas, a atualização contemporânea do desígnio socialista obriga à construção e difusão de modelos económicos, políticos e sociais que trabalhem para romper a hegemonia neoliberal.

Miguel Cardina

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