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APURAÇÃO DE CUSTOS: UM ESTUDO DE CASO EM UMA PLANTAÇÃO DE TOMATES NA CIDADE DE SÃO JOSÉ DA VARGINHA

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APURAÇÃO DE CUSTOS: UM ESTUDO DE CASO EM UMA PLANTAÇÃO DE TOMATES NA CIDADE DE SÃO JOSÉ DA VARGINHA

Bruno Gomes Duarte1 Ricardo Lúcio dos Santos Silva2 RESUMO

O artigo apresenta o levantamento dos gastos incidentes para produção do tomate, afim de se ao chegar ao real custo de produção. O estudo foi realizado em uma plantação de tomates na cidade de São José da Varginha, interior de Minas Gerais. A metodologia utilizada foi dividida em duas partes, sendo a primeira a revisão bibliográfica, abordando os conceitos da contabilidade de custos e, em seguida, foi realizada uma pesquisa aplicada, onde o objetivo do trabalho foi levantar todos os custos incidentes dentro do processo de produção do tomate, a fim de se chegar ao real custo de produção de cada quilograma produzido. Para auxiliar no desenvolvimento do artigo, planilhas do Microsoft Excel foram elaboradas que foram de extrema importância para a separação e distribuição de todos os gastos existentes no processo. Para a separação dos custos e despesas foi utilizado o método de custeio por absorção. Com o término da pesquisa pode-se chegar ao resultado esperado e com esse resultado o produtor de tomates pode tomar suas próprias conclusões, se mesmo com um custo tão elevado, ainda deverá continuar investindo nessa atividade.

Palavras-chave: Plantação de tomates. Custo de produção. Custeio por absorção. 1 INTRODUÇÃO

Com um mercado mais exigente e competitivo, é importante que as empresas utilizem métodos de apuração de seus custos para se sobressaírem perante as demais concorrentes.

A contabilidade de custos é uma ferramenta de extrema importância para o controle dos gastos de uma organização. É essencial ao gestor ter o total discernimento de todo o processo de fabricação de um produto, pois o levantamento e a análise de todos os custos incidentes nesse processo é um ponto que atinge todo o funcionamento da empresa.

Assim, o controle e o gerenciamento dos custos de um processo de produção, faz com que as empresas que utilizem desta ferramenta, se destaque entre as demais do ramo. A gestão de custos é um dos fatores que mais impacta para as empresas se manterem vivas e ativas no mercado.

O tomate, cultura escolhida para o desenvolvimento deste trabalho, possui uma grande importância na economia da região, onde prevalece o setor agrícola e, além de contribuir para a movimentação da economia nacional. Mesmo com a situação delicada que o Brasil vive hoje, o setor agrícola tem se reagido muito bem perante a essa crise econômica.

O cultivo do tomate se destaca em relação às demais atividades praticadas dentro do campo da agricultura, devido ter uma importância significativa dentre as hortaliças, sendo a hortaliça mais consumida no Brasil, junto à batata e à cebola.

O processo de produção de tomate, se subdivide basicamente em três etapas, cada etapa com seus respectivos custos. A primeira é representada pela preparação do solo para o plantio. Nesta etapa, o produtor irá analisar o local onde será realizada a plantação e verificar com a ajuda de um engenheiro agrônomo quais os insumos necessários para que o solo esteja devidamente preparado e fértil para o plantio.

1 Graduando em Ciências Contábeis pela Faculdade de Pará de Minas - FAPAM 2 Mestre em Finanças pela Faculdade de Pedro Leopoldo

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A segunda etapa é retratada pela preparação da lavoura para a colheita, onde os insumos agrícolas e mão de obra representam os maiores gastos, uma vez que os gastos com infraestrutura e maquinários são relativamente baixos.

Por fim, a terceira e última etapa é caracterizada pela colheita e distribuição do produto, onde a colheita é toda realizada de forma manual pelos próprios empregados e a distribuição do produto se concretiza pela despesa com o frete.

Alguns custos referentes ao processo de produção do tomate podem sofrer mudanças inesperadas nos preços, devido a quantidade demandada e ofertada de alguns produtos, onde podem ser citados os insumos agrícolas. Além destes fatores, existem algumas variações na própria lavoura que acarretam em custo maior para o produtor, devido as condições climáticas, proporcionadas pelas secas, chuvas em excesso, chuvas de granizo e até geada, fazendo com que os gastos com insumos sejam maiores do que seriam em condições climáticas favoráveis. Além disso, ainda contam com doenças e pragas que surgem no decorrer do processo de produção do tomate, tendo um custo maior com agrotóxicos.

Diante do levantamento e da análise destes custos, o trabalho visa responder a seguinte pergunta: Qual o real custo de produção de cada quilograma (kg) de tomate produzido?

O objetivo geral da pesquisa, será identificar todos os elementos que incorporam o custo total de produção para se chegar ao real custo de cada quilograma (kg) de tomate produzido.

A importância deste artigo se resume em implantar um sistema de custeio capaz de apurar e controlar o custo de produção de tomate.

A plantação de tomate a ser analisada é a de um pequeno produtor rural, localizada na cidade de São José da Varginha/MG, onde este já opera no ramo há aproximadamente 35 anos.

O produtor iniciou na agricultura com o cultivo de outras hortaliças, dando ênfase ao cultivo do pepino e do jiló. Na atualidade, se dedica somente na produção de tomate, tendo em vista que dentre as hortaliças que são cultivadas na região é a que lhe oferece maior rentabilidade.

O produtor conta com a ajuda de nove empregados e distribui sua mercadoria para o Centro de Abastecimento de Belo Horizonte, Ceasa.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nessa etapa, foram abordados os conceitos e as teorias dos autores utilizados no desenvolvimento deste artigo.

2.1 Cultura temporária e cultura permanente

As atividades agrícolas, subdividem-se basicamente em duas culturas; cultura temporária e cultura permanente.

Segundo Marion (2012) as culturas temporárias se definem por se extinguirem após a colheita, sendo seguidas de um novo plantio, onde são arrancadas do solo para que seja realizada esta nova plantação.

A cultura temporária é aquela submetida ao replantio após o final da colheita, onde seu período de vida entre o plantio e a colheita é bastante curto. Podem ser citados como cultura temporária, o cultivo do feijão, batata, milho e tomate.

Já as culturas permanentes se caracterizam por serem atividades que ocasionam mais de uma colheita sem a necessidade de um novo plantio, havendo apenas alguns cuidados com a lavoura no intervalo das colheitas. (MARION, 2012)

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Esta cultura, normalmente é conhecida por ter uma duração mínima de quatro anos, mas que no ponto de vista popular, basta durar mais de um ano ou proporcionar mais de uma colheita para ser considerada permanente. Praticamente todas as frutas arbóreas são consideradas permanentes, como maçã, uva, jabuticaba, dentre outras.

Os custos que compõem esses dois tipos de culturas se definem pelas: sementes/mudas, fertilizantes (adubos orgânicos e químicos), agrotóxicos (fungicidas, herbicidas, inseticidas), mão de obra, energia elétrica, máquinas e equipamentos utilizados na produção, depreciação de tratores e outros imobilizados utilizados no cultivo, fretes para a distribuição do produto, dentre outros.

Vale ressaltar que, em se tratando de uma única cultura, todos os custos incidentes no processo são apropriados diretamente ao produto. Por outro lado, existindo mais de uma atividade no mesmo plantio, haverá a necessidade de ratear os custos indiretos.

2.2 Gastos, custos e despesas

A palavra gastos se aplica a todos os bens ou serviços adquiridos que gera um sacrifício financeiro para a respetiva empresa, ou seja, um desembolso seja este, pela entrada ou pela simples promessa de entrada de algum ativo. (MARTINS, 2010)

Os gastos podem ocorrer a todo momento dentro de uma empresa, sendo eles os bens ou serviços obtidos por meio de um desembolso a vista ou a prazo. (JUNIOR, OLIVEIRA e COSTA 2012)

Segundo Megliorini (2006) custos correspondem a uma parte dos gastos consumidos no local de produção para a fabricação do produto e para a realização de serviços.

Custos são os gastos relativos a um bem ou serviço consumidos na produção de outros bens ou serviços. Logo, custos são gastos que são reconhecidos como custos no momento da utilização dos fatores de produção. (FERREIRA, 2007)

De acordo com Martins (2010), custos são considerados gastos, porém, com uma observação, só serão considerados custos à medida que os fatores de produção vão sendo utilizados para a fabricação de um produto ou para a prestação de um serviço.

Um exemplo bastante conhecido para diferenciar gastos de custos, é o momento da contratação da energia elétrica, onde até então é considerado um gasto. E que com sua utilização, passa a ser considerado um custo e incorporar ao custo de produção.

As despesas por sua vez, também são consideradas gastos, porém são bens ou serviços consumidos para a obtenção de receita. (MARTINS, 2010)

De acordo com Junior, Oliveira e Costa (2012) despesas são gastos relativos aos bens ou serviços consumidos para a obtenção de receitas e manutenção dos negócios da empresa. Dessa forma, todas as empresas têm despesas para a geração de receitas e não para a produção de bens ou serviços.

2.3 Classificação dos custos

São inúmeros os tipos de custos, e alguns são definidos por estarem diretamente ligados ao produto fabricado, fáceis de serem identificados. Por outro lado, existem custos que não podem ser apropriados de forma direta ao produto, onde precisam ser rateados.

2.3.1Custos diretos

Custos diretos são os custos alocados ao produto conforme seu consumo. Estes custos estão conectados aos bens aplicados no processo de produção de um produto, como por exemplo a mão de obra direta da produção. (MEGLIORINI, 2006)

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De acordo com Ferreira (2007) custos diretos são os custos que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados. São simples de serem alocados ao produto final, pois não necessitam de rateios.

Para Cruz (2012) custos diretos são os gastos voltados a fabricação de um bem ou serviço que podem ser mensurados diretamente ao produto ou serviço sem a utilização de rateios. Os insumos agrícolas são considerados custos diretos.

Custo direto é aquele que é facilmente atribuído a um determinado produto como, por exemplo, a matéria prima e mão de obra direta. (SANTOS, 2013)

2.3.2 Custos indiretos

Segundo Megliorini (2006) custos indiretos são os custos alocados ao produto havendo a necessidade de rateio ou outro critério de apropriação. Exemplificando, são considerados custos indiretos em uma produção de tomate a depreciação dos tratores utilizados no processo produção.

Custos indiretos são aqueles que para serem apropriados ao produto, dependem de cálculos ou estimativas por meio de critérios de rateio. (FERREIRA, 2007)

Para Cruz (2012) custos indiretos são os gastos voltados a produção de um bem ou serviço que não podem ser mensurados diretamente ao produto ou serviço, havendo a necessidade de rateios.

Custo indireto é aquele que apresenta um certo grau de dificuldade para ser aplicado ao produto. São custos mais complexos e exigem um pouco mais de capacidade na hora de serem alocados ao produto, pois necessitam de cálculos para serem apropriados. (SANTOS, 2013)

2.3.3 Custos fixos

Custos fixos são os que decorrem da manutenção do local da produção, independendo da quantidade produzida dentro dos limites da capacidade instalada. (MEGLIORINI, 2006)

De acordo com Ferreira (2007) custos fixos são aqueles que não se alteram pelo volume produzido.

Segundo Cruz (2012) custos fixos são os gastos voltados a produção de um bem ou serviço que não variam de acordo com a quantidade produzida, ou seja, estes custos podem existir mesmo não havendo a produção de nenhum bem ou serviço.

Custo fixo é aquele que no curto prazo, permanece constante, independentemente da quantidade produzida, ou seja, vai diminuindo de acordo com o aumento da quantidade de produção. (SANTOS, 2013)

Segundo Schier (2013) custo fixo são os custos que não se alteram dentro de uma determinada capacidade instalada, não se alterando com as quantidades fabricadas.

2.3.4 Custos variáveis

Custos variáveis são aqueles custos que aumentam ou diminuem conforme a quantidade produzida. (MEGLIORINI, 2006)

Os custos variáveis, de acordo com Ferreira (2007), são os que se alteram de acordo com o volume de produção.

Para Cruz (2012) custos variáveis são todos os gastos relacionados ao processo de bens ou serviços que alteram de acordo com a produção, ou seja, esses custos sofrem mutações em relação ao número que se produz e em relação aos serviços que prestam.

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Custo variável é aquele constante por unidade, ou seja, flutua no total desta, de maneira proporcional a quantidade produzida. (SANTOS, 2013)

Segundo Schier (2013) custo variável são os custos que acompanham o aumento da produção na mesma proporção.

2.4 Critérios de rateio

Os rateios são medidas utilizadas na distribuição dos custos, custos estes que não podem ser vistos de forma objetiva e segura a determinados produtos. Existem diversos meios de se efetuar o rateio dos custos indiretos em uma produção.

Marion (2012) destaca alguns dos tipos de rateios existentes na agricultura como sendo o número de horas que o trator da fazenda destinou a produção e o número de horas trabalhadas pelos empregados em prol da produção.

De acordo com Martins (1993) o rateio de alguns custos indiretos de uma produção agrícola pode ser feito pela quantidade produzida e com relação aos insumos aplicados na produção.

2.5 Método de custeio

São vários os métodos de custeio existentes, dentre os quais citam-se o Custeio por absorção, Custeio Variável, ABC e RKW. Porém, ambos visam um único objetivo, a apropriação dos custos em seus respectivos produtos.

Através de pesquisas e estudos, foi visto que o método de custeio que mais se adequa ao tema abordado seria o custeio por absorção.

A escolha deste método de custeio se deu por ser o único método aceito pela legislação vigente em nosso país, além de estar contemplado no Pronunciamento Técnico CPC 16, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).

Para a separação dos gastos que ocorrem em um processo de produção de tomate, o Custeio por absorção tem como principal função a separação dos custos das despesas, onde os custos, tanto os diretos quanto os indiretos terão um tratamento mais específico.

2.5.1 Custeio por absorção

Custeio por absorção é o método que consiste na adequação de todos os custos de um processo produtivo aos seus bens elaborados, onde todos os gastos incorridos nesse processo são apropriados aos produtos acabados ou aos serviços prestados. (MARTINS, 2010)

Segundo Lopes de Sá (1993) custeio por absorção é o processo de apropriação dos custos onde se define pela divisão de todos os componentes do custo, fazendo com que cada um receba aquilo que lhe pertence por meio de cálculos.

Crepaldi (1993) afirma que o primeiro passo a ser seguido em um Custeio por Absorção é a separação dos gastos do processo em despesas e custos. Em seguida, é necessário haver a classificação dos custos em diretos e indiretos. Logo após, os custos diretos devem ser apropriados aos produtos fabricados e por fim, apropriar os custos indiretos por meio de rateios, aos respectivos produtos.

3 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste artigo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica abordando os conceitos e definições de custos. Essa revisão foi feita através de livros e

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revistas que abordavam o tema defendido, e através de artigos científicos, nos quais o autor se baseou para a realização do trabalho.

Segundo Vergara (2000) pesquisa bibliográfica é definida por ser constituída por materiais já elaborados, como livros e artigos científicos. Proporciona ao pesquisador uma lista enorme de acontecimentos que não poderiam ser pesquisados diretamente.

Em seguida, foi realizado um estudo de caso em uma plantação de tomates na cidade de São José da Varginha/MG com relação ao primeiro semestre de 2016. Desta forma, todos os custos inerentes a produção do tomate, desde o plantio até a colheita do produto foram levantados.

Para Vergara (2000) estudo de caso se caracteriza por ser uma pesquisa profunda e detalhada de um ou mais objetivos, permitindo seu conhecimento amplo e detalhado.

3.1 Procedimentos metodológicos

No início da pesquisa foi realizada uma reunião com o produtor, para o levantamento de todos os custos incidentes no processo e deixar bem claro o quanto seria benéfico esse tipo de pesquisa.

Para um estudo mais específico de todos os custos, foi preciso rever todo o processo de produção do tomate, desde o início até o término da colheita, e apurar todos os custos incidentes ao produto final, tanto os custos diretos quantos os custos indiretos.

Foi realizado o levantamento de toda a matéria-prima necessária na produção do tomate, que por sua vez, seriam todos os custos diretos. Dentre eles estão: sementes/mudas, fertilizantes (adubos orgânicos e químicos), os agrotóxicos (fungicidas, inseticidas e herbicidas), o fitilho e a mão de obra direta.

O próximo passo foi realizar o levantamento de todos os custos considerados indiretos na produção, onde se encontram os custos com depreciação das máquinas e equipamentos utilizados no processo, a energia elétrica consumida para a irrigação da lavoura, dentre outros. Para finalizar, após o levantamento de todos os custos e despesas, foram feitas tabelas utilizando planilhas do Excel para ajudar na elaboração dos cálculos. É também importante salientar que os cálculos foram feitos a partir do total de quilogramas produzido.

4 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

A análise dos custos de todo o processo de produção do tomate, revela o levantamento de todos os gastos que compõem este processo, que partem inicialmente dos custos com insumos e mão de obra até a despesa com o frete, responsável pela distribuição do produto.

Tabela 1 - Custos Diretos de Produção

CUSTOS DIRETOS UNIDADE QUANTIDADE VR UNITARIO VR TOTAL

Sementes/mudas Envelopes 46 R$ 400,00 R$ 18.400,00 Adubo Orgânico KG 27000 R$ 0,18 R$ 4.860,00 Adubo Químico 1 Sacos 192 R$ 89,00 R$ 17.088,00 Adubo Químico 2 Sacos 40 R$ 285,00 R$ 11.400,00 Agrotóxicos Litros 48 R$ 556,28 R$ 26.701,44

Fitilho KG 139 R$ 18,00 R$ 2.502,00

Mão de Obra Direta Empregados 9 R$ 6.600,00 R$ 59.400,00

TOTAL R$ 140.351,44

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Para apuração dos custos diretos, foi elaborada uma planilha denominada Custos Diretos de Produção, onde demonstram todos os custos diretos presentes no processo, conforme tabela 1.

Como pode ser visto pela tabela acima, na primeira coluna estão discriminados todos os custos diretos do processo de produção, com suas respectivas quantidades e seus respectivos valores unitários, chagando há um custo direto total de R$ 140.351,44.

Para se chegar ao total de quilogramas produzido, foi feito a multiplicação do total de caixas produzidas pela quantidade de quilogramas contidos em cada caixa. Ressaltando que cada caixa de tomate possui em média 22 quilogramas. Como mostra a tabela 2.

Tabela 2 - Total de Quilogramas Produzidos

TOTAL DE CAIXAS KG POR CAIXA TOTAL KG PRODUZIDO

7022 22 154484

Fonte: Dados da pesquisa, elaborada pelo autor (2016).

Ao final do processo, foram produzidas 7022 caixas de tomates, como mostra a primeira coluna, que multiplicadas pelo total de quilogramas contido em cada caixa, chegou a um total de 154484 quilogramas produzidos.

Após, foi realizada a divisão do total dos custos diretos pela quantidade de quilogramas produzidos, obtendo assim o custo direto por cada quilograma de tomate produzido, demonstrado na tabela 3.

Tabela 3 - Custo Direto por quilograma produzido

CUSTO DIRETO TOTAL KG PRODUZIDOS CUSTO DIRETO POR KG PRODUZIDO

R$ 140.351,44 154484 R$ 0,91

Fonte: Dados da pesquisa, elaborada pelo autor (2016).

Para se chegar ao custo indireto, primeiramente foi preciso realizar a depreciação de todos os bens presentes no processo, observando o tempo de vida útil e aplicando a taxa correspondente a cada um deles, conforme a tabela 4.

Tabela 4 - Depreciação dos bens

BENS VIDA ÚTIL (ANOS) TAXA VR. DO BEM VR. DEPRECIAÇÃO

Motor irrigação 10 5% R$ 5.000,00 R$ 250,00 Motor pulverização 10 5% R$ 3.000,00 R$ 150,00 Motor adubação 10 5% R$ 1.500,00 R$ 75,00

TOTAL R$ 475,00

Fonte: Dados da pesquisa, elaborada pelo autor (2016).

Para a produção do tomate foram utilizadas três máquinas no processo e cada máquina para uma função específica. Podemos observar na tabela acima que cada máquina possui um tempo de vida útil de 10 anos, com uma taxa de depreciação de 5% semestralmente, totalizando um custo com depreciação de R$ 475,00.

Em seguida, uma nova planilha foi elaborada, denominada Custos Indiretos de Produção. Esta planilha foi criada para o levantamento de todos os custos considerados

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indiretos, onde dentre eles encontram-se os custos com depreciação, energia elétrica, dentre outros utilizados no processo, como mostra a tabela 5.

Tabela 5 - Custos Indiretos de Produção

CUSTOS INDIRETOS VALOR

Depreciação R$ 475,00 Energia Elétrica R$ 2.655,77 Combustíveis R$ 600,00 Impostos R$ 1.250,00 Manutenção R$ 100,00 TOTAL R$ 5.080,77

Fonte: Dados da pesquisa elaborado pelo autor

Na tabela acima podemos notar todos os custos indiretos presentes no processo de produção, chegando a um custo indireto total de R$ 5.080,77.

Assim, a partir do total dos custos indiretos, pode-se chegar ao custo indireto por quilograma produzido, dividindo-se o total dos custos pela quantidade produzida. Demonstrados na tabela 6.

Tabela 6 - Custo Indireto por quilograma produzido

CUSTO INDIRETO TOTAL KG PRODUZIDO CUSTO INDIRETO POR KG PRODUZIDO

R$ 5.080,77 154484 R$ 0,03

Fonte: Dados da pesquisa, elaborada pelo autor (2016).

A despesa ocorrida foi em relação à contratação do frete para a distribuição do produto, que foi calculada a partir do total de caixas produzidas, com um gasto de R$2,00 por caixa. Totalizando uma despesa de R$ 14.044,00. Conforme exibido na tabela 7.

Tabela 7- Despesa do Período

DESPESA QTD. DE CAIXAS VR. UNITÁRIO VR. TOTAL

Frete 7022 R$ 2,00 R$ 14.044,00

Fonte: Dados da pesquisa, elaborada pelo autor (2016)

Portanto, para se chegar ao custo total de produção, foi realizada a soma dos custos diretos, custos indiretos e as despesas do período, que somaram respectivamente R$140.351,44; R$5.080,77 e R$ 14.044,00. Totalizando um custo total R$ 159.476,21; dispostos na tabela 8.

Tabela 8 - Custo Total de Produção

PRODUTO CUSTO DIRETO CUSTO INDIRETO DESPESAS CUSTO TOTAL

Tomate R$ 140.351,44 R$ 5.080,77 R$ 14.044,00 R$ 159.476,21 Fonte: Dados da pesquisa, elaborada pelo autor (2016).

O gráfico abaixo revela a porcentagem que cada gasto teve em relação ao custo total de produção, onde os custos diretos, os custos indiretos e as despesas representam cerca de 88%, 3%, 9%, respectivamente.

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Gráfico 1 - Porcentagem de cada gasto em relação ao custo total

Fonte: Dados de pesquisa, elaborado pelo autor (2016).

Com o custo total devidamente apurado, foi realizada a divisão do total dos custos pela quantidade produzida, para finalmente chegar ao foco principal do trabalho, que seria o real custo de cada quilograma de tomate produzido, como demonstrado na tabela 9.

Tabela 9 - Custo Total por Quilograma Produzido

CUSTO TOTAL TOTAL KG PRODUZIDOS CUSTO POR KG PRODUZIDO

R$ 159.476,21 154484 R$ 1,03

Fonte: Dados da pesquisa, elaborada pelo autor (2016).

Portanto, com um custo total de produção de R$ 159.476,21; que dividido por um total de 154484 quilogramas produzidos, pode-se chegar há um custo de R$ 1,03 por cada quilograma de tomate produzido.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Levando em consideração os aspectos apresentados, pode-se obter todos os gastos incidentes ao produto final, para se chegar ao real custo de produção. Este é um fato que interfere diretamente no funcionamento da empresa, pois, se o levantamento e a análise destes custos não forem precisos, o produtor corre o risco de vender a baixo do seu custo de produção.

A limitação do artigo foi em relação ao levantamento dos custos de produção, onde houve bastante dificuldade na coleta dos dados necessários para o desenvolvimento do trabalho, devido ao produtor não possuir nenhum controle de seus gastos, ou seja, contava apenas com algumas anotações relativas aos insumos gastos no processo.

Devido ao tempo escasso, sugere-se trabalhos posteriores focando-se não apenas em uma plantação de tomate específica, mas sim em duas ou mais, de modo que os gastos possam ser comparados entre si e analisando suas eventuais variações, como, por exemplo, o motivo

88% 3% 9%

CUSTO TOTAL

CUSTO DIRETO CUSTO INDIRETO DESPESAS

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pelo qual os custos de produção de uma determinada plantação haver ficado maior que os custos da outra.

O objetivo de se chegar ao valor do custo unitário de cada quilograma de tomate produzido foi devidamente concluído, de modo que o tema escolhido para a realização do artigo apresentasse o resultado que comprovasse que se o produtor vender seu produto a um preço menor que R$1,03 por quilograma, com certeza ele estará tendo prejuízo.

COST ANLYSIS: A CASE STUDY IN A TOMATO PLANTATION IN THE CITY OF SÃO JOSÉ DA VARGINHA

ABSTRACT

The article presents the survey of all expenses incurred in the production of tomato to reach the real cost of production. The study was carried out in a tomato plantation in the city of São José da Varginha, in the interior of Minas Gerais. The methodology used was divided into two parts, where the first one was a bibliographical review, addressing the concepts of cost accounting and then an applied research was carried out, where the objective of the work was to raise all the expenses incurred in the related production process of the actual cost of each kilogram of tomato produced. To assist in the development of the article, Microsoft Excel spreadsheets were elaborated, which were extremely important for the separation and distribution of all costs in the process. For the separation of costs and expenses, the absorption cost method was used. With the end of the research the final result can be reached, where the tomato producer can make his own conclusions, if at such a high cost, he should still invest in this activity.

Keywords: Tomato plantation. Production cost. Absorption costing. REFERÊNCIAS

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MARION, José Carlos. Contabilidade Rural: contabilidade agrícola, contabilidade da pecuária. 13ª. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

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MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 2ª. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

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Referências

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