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PROPOSTA DE METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS ECOEFICIENTES

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PROPOSTA DE METODOLOGIA PARA

O DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS

ECOEFICIENTES

Sergio Luiz Braga Franca (UFF)

sfranca@latec.uff.br

Uriel de Almeida Ramalho (UFF)

urielramalho@gmail.com

Este trabalho tem como objetivo desenvolver um produto com foco em inovação e ecoeficiência, baseado na metodologia de Rozenfeld (2006) para o desenvolvimento de produtos e na metodologia produção mais limpa. Este trabalho foi elaborado porr alunos de graduação em Engenharia de Produção da UFF. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, a partir fundamentação teória nas áreas de desenvolvimento de produto e produção mais limpa; e pesquisa de campo, por meio de questionários abertos e fechados, onde foram levantadas as funções e características do produto objeto do estudo, a partir da opinião de potenciais consumidores. Por fim, conclui-se que os gestores devem buscar a integração de metodologias a fim de possibilitar o atendimento às necessidades das partes interessadas e o equilíbrio ambiental.

Palavras-chaves: desenvolvimento de produtos, ecoeficiência, produção mais limpa

(2)

2

1.

Introdução

A competitividade de uma empresa tem relação direta com a qualidade e o caráter inovador dos produtos que ela oferece ao mercado. Sendo assim, o processo de desenvolvimento de produtos (PDP) é uma tarefa crucial para o crescimento e sucesso de uma organização, pois é por meio deste que a empresa pode criar novos produtos mais competitivos e em menor tempo para atender à constante evolução de mercado, da tecnologia e dos requisitos do ambiente institucional (principalmente quanto à saúde, meio ambiente e segurança).

O produto desenvolvido deve atender às expectativas do mercado com maior rapidez do que os concorrentes. Para isso, é necessário que este o processo busque identificar as necessidades do mercado e dos clientes em todas as fases do ciclo de vida do produto; identificar as

possibilidades tecnológicas; atenda às expectativas do mercado, em termos de qualidade total do produto e ter um custo competitivo.

A principal justificativa deste artigo é demonstrar que a partir de uma idéia inicial gerada em sala de aula, é possível desenvolver novos produtos que venham suprir necessidades latentes do mercado consumidor que muitas vezes não são percebidas pelas grandes empresas, podendo se tornar projetos patenteados e desenvolvidos em larga escala.

Este trabalho tem como objetivo desenvolver um pen drive com foco em inovação e ecoeficiência, baseado na metodologia de Rozenfeld (2006) para o desenvolvimento de produtos e na metodologia produção mais limpa. Trata-se de um trabalho elaborado pelos alunos de graduação da disciplina Engenharia do Produto do curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense, no pólo de Rio das Ostras.

Segundo Vergara (2004), a pesquisa bibliográfica caracteriza-se pelo estudo de material publicado, que pode ser uma fonte primária ou secundária, disponível ao público em geral; por outro lado, a investigação documental é realizada em documentos disponíveis apenas dentro de instituições, sejam estas públicas ou privadas.

Para o desenvolvimento deste trabalho foi feita uma pesquisa na literatura para identificar processos de desenvolvimento de produtos e mapear a metodologia produção mais limpa. Esta pesquisa foi realizada através livros, teses e artigos disponibilizados em portais acadêmicos. As palavras-chave inicialmente utilizadas para o desenvolvimento da pesquisa foram: "processo de desenvolvimento de produtos" e "produção mais limpa”. As palavras chave também foram combinadas, o que torna a pesquisa mais precisa, por outro lado restringe os resultados. A partir das pesquisas realizadas, foi feita uma compilação dos dados e em seguida foi desenvolvido um método para produtos ecoeficientes.

Para complementar os aspectos metodológicos, foi utilizado pesquisa de campo, e por meio de questionários abertos e fechados, foram levantadas as funções e características do produto objeto do estudo, a partir da opinião de potenciais consumidores.

2.

Revisão de Literatura

2.1 O Processo de Desenvolvimento de Produto (PDP)

O PDP é um processo que envolve muitas pessoas, recursos, conhecimentos e muitas funções da empresa, e é o que faz a diferença na competitividade dos produtos da empresa a longo prazo (TAKAHASHI & TAKAHASHI, 2007). Para Cheng & Filho (2007), obter sucesso significa saber integrar os diversos agentes, tanto externos como parcerias, fornecedor e cliente, e internos como áreas funcionais de marketing, vendas, engenharia, P&D, produção, de forma a trabalharem cooperativamente, envidando ao sistema os esforços e competências grupais e individuais em conceitos, métodos e técnicas qualitativas e quantitativas.

Da perspectiva dos investidores de uma firma, desenvolvimento bem sucedido resulta em produtos que possam ser produzidos e vendidos de forma lucrativa. Além disso, cinco

(3)

3 dimensões mais específicas, todas relacionadas ao lucro em última análise são utilizadas para avaliar o desempenho de um esforço de desenvolvimento de produto: qualidade do produto, custo do produto, tempo de desenvolvimento, custo do desenvolvimento e aprendizado do desenvolvimento (ULRICH & EPPINGER, 1995). Com relação aos custos, Rozenfeld et al. (2006) ressalta que as decisões técnicas iniciais são responsáveis por cerca de 85% do custo do produto final, o que significa que atividades como construção e teste do protótipo, definição dos fornecedores, arranjo físico da produção exercem menor influência no custo final do produto.

Para Cheng & Filho (2007) a multifuncionalidade da Gestão do Desenvolvimento de Produtos (GDP) refere-se à necessidade de envolver diversas áreas funcionais, como as de mercado, de pesquisa e desenvolvimento, e também em menor intensidade, porém sempre desejável de logística e de produção, dentro das corporações e grandes empresas. Para os autores, é aconselhável que a prática da GDP nas empresas seja interfuncional ou multifuncional nas decisões e ações.

Rozenfeld et al. (2006) propõe que o processo de desenvolvimento de novos produtos deve seguir as etapas descritas a seguir, que não necessariamente ocorrem de forma seqüencial, podendo se sobrepor, além disso, o final de uma fase e o início de outra é marcado por uma revisão da fase, onde são verificadas todas as atividades e resultados obtidos até então. O significado da aprovação de uma fase é que o processo está com maturidade suficiente para prosseguir para a próxima fase sem problemas. Estas etapas, apresentadas na Figura 1, e segundo os autores são:

Figura 1 – Processo de Desenvolvimento de Produtos (ROZENFELD et al., 2006)

Segue abaixo breve descrição da figura acima: (1) Pré-Desenvolvimento:

- Planejamento Estratégico dos Produtos: determina o Portfólio de produtos, ou seja, quais produtos serão desenvolvidos.

- Planejamento do Projeto: anteprojeto, definição de escopo, viabilidade técnico-econômica, mercado, pessoas, prazos, custos e riscos.

(2) Desenvolvimento:

- Projeto Informacional: Transforma a saída da fase anterior em especificações do Projeto (estabelece metas para os parâmetros).

- Projeto Detalhado: transforma a linguagem verbal em geográfica. Arranjo esquemático das partes do produto. Arquitetura do Produto. Diagramas, desenhos, não completamente

definidos. A fase se completa, considerando a ergonomia e a estética.

- Preparação da Produção: Mobilização dos recursos para produção, preparação de

dispositivos para produção, produção de um lote piloto, desenvolvimento de fornecedores e treinamento de pessoal.

(4)

4 - Lançamento do Produto: Desenvolvimento dos processos de comercialização, vendas, distribuição, atendimento ao cliente e assistência técnica. Lançamento do Produto. (3) Pós-Desenvolvimento:

- Acompanhar produto/processo: Realização de avaliações de satisfação dos clientes, monitoramento do desempenho e auditoria no processo de desenvolvimento.

- Descontinuar produto: Analisa e define a descontinuidade do produto, e planeja o fim da produção.

Com o objetivo de garantir a melhoria no processo de desenvolvimento de produtos, caso necessário, o gestor de gerenciar mudanças considerando o recurso pessoal, a infra estrutura disponível e o detalhamento da solução do produto.

2.2 Produção mais Limpa

Com o objetivo de disseminar instrumentos de redução de poluição ambiental e de utilização de recursos naturais, a UNIDO - Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial - e a UNEP criaram um programa para a disseminação das práticas de P+L no mundo. O braço da UNIDO no Brasil, foi inicialmente o Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL), criado em 1995 e sediado na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul – FIERGS. Nos mesmos moldes, criou-se a Rede Brasileira de Produção mais Limpa,

distribuída hoje por mais de 16 Estados e contando, atualmente, com a participação de instituições como governo, bancos, indústria e universidades.

Em consonância com os acordos multilaterais estabelecidos na Rio 92, o conceito de

Produção Mais Limpa foi definido conjuntamente pela Organização pelo Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (UNIDO) e pelo Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (PNUMA), no início da década de 1990, como a aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva integrada aos processos, produtos e serviços com o intuito de aumentar a ecoeficiência e reduzir os riscos à saúde e ao meio ambiente.

Segundo o Centro Nacional de Tecnologias Limpas do SENAI (CNTL SENAI, 2007) o programa de Produção mais Limpa visa fortalecer economicamente a indústria através da prevenção da poluição, inspirado pelo desejo de contribuir com a melhoria da situação ambiental de uma região. Baseado em problemas ambientais conhecidos, o Programa de Produção mais Limpa investiga o processo de produção e as demais atividades de uma empresa, e estuda-os do ponto de vista da utilização de materiais e energia.

Esta abordagem ajuda a induzir inovações dentro das próprias empresas, a fim de trazer a elas e toda a região, um passo em direção ao desenvolvimento sustentável. A partir disto, são criteriosamente estudados os produtos, as tecnologias e os materiais, a fim de minimizar os resíduos, as emissões e os efluentes, e encontrar modos de reutilizar os resíduos inevitáveis. Neste sentido, este Programa não representa uma solução para um problema isolado, mas uma ferramenta lucrativa para estabelecer um conceito holístico.

Algumas razões que levam a implantação do programa de P+L são:

 A produção mais limpa baixa os custos da produção, de tratamento Fim de Tubo, dos cuidados com a saúde e da limpeza total (remoção de gases) do meio ambiente;

 A produção mais limpa melhora a eficiência do processo e a qualidade do produto, assim contribuindo para a inovação industrial e a competitividade;

 A produção mais limpa baixa os riscos aos trabalhadores, comunidade, consumidores de produtos e gerações futuras, decrescendo assim seus custos com riscos e prêmios de seguros;

 A produção mais limpa pode garantir a imagem pública da empresa produzindo benefícios sociais e econômicos intangíveis.

(5)

5 Conforme o CNTL (2004), a implantação de técnicas de P+L em processos produtivos

permite a obtenção de soluções que venham a contribuir para a solução definitiva dos problemas ambientais, já que a prioridade da metodologia está baseada na identificação de opções de não geração dos resíduos.

Para Nascimento (2004), a P+L é, antes de tudo, uma ação econômica, porque se baseia no fato de que qualquer resíduo de qualquer sistema produtivo só pode ser proveniente das matérias-primas ou insumos de produção utilizadas no processo. Todos os resíduos, ontem, eram matéria-prima e foram comprados e pagos como tal.

Entretanto o CNTL (2004) descreve que a P+L não é apenas um tema ambiental e econômico, mas também um tema social, pois considera que a redução da geração de resíduos em um processo produtivo, muitas vezes, possibilita resolver problemas relacionados à saúde e à segurança ocupacional dos trabalhadores.

Desenvolver a P+L minimiza estes riscos, na medida em que são identificadas matérias-primas e insumos menos tóxicos, contribuindo para a melhor qualidade do ambiente de trabalho.

3.

Metodologia para o Desenvolvimento de Produtos Ecoeficientes 3.1 Considerações Iniciais

Na literatura encontram-se diversas metodologias para o desenvolvimento de novos produtos, cabendo a empresa analisar e decidir qual delas seguir.

No presente trabalho foi utilizada a metodologia baseada na metodologia de Rozenfeld et al. (2006), na qual é composta pelas seguintes etapas: planejamento estratégico de produtos, planejamento de projeto, projeto informacional, projeto conceitual, projeto detalhado, preparação da produção, lançamento do produto, acompanhamento do produto e descontinuação do produto ( Figura 2).

Foi utilizado também como metodologia a produção mais limpa na qual a empresa busca reduzir a utilização de recursos naturais e minimizar a geração de resíduos sólidos, líquidos e emissões de gases poluentes, obtendo assim não só adequação ambiental, mas também redução de custos de produção.

Para o desenvolvimento deste artigo, os alunos criaram uma empresa, definiram o setor de atuação e a partir da integração entre o processo de desenvolvimento de produto (Rozenfeld et al., 2006) e a metodologia produção mais limpa, desenvolveram um pen drive, considerando aspectos de ecoeficiencia e de inovação. Segue abaixo, o passo a passo da metodologia proposta.

3.2 Planejamento Estratégico Corporativo

Planejamento estratégico está relacionado com os objetivos de longo prazo e com as ações que afetarão a organização como um todo. O estabelecimento de um planejamento estratégico envolve a definição da visão, da missão e dos objetivos estratégicos. Sendo que estes

objetivos devem ser estabelecidos visando potencializar as forças e oportunidades ou neutralizar e bloquear fraquezas e ameaças.

A empresa criada atua no ramo de eletrônica e busca a inovação e a ecoeficiencia. Para tal, segue a definição de sua missão e visão:

Missão: Atuar com excelência operacional, incentivando uma cultura inovadora e a

ecoeficiencia nos produtos e serviços.

Visão: Ser uma empresa de referência em inovações tecnológicas, reconhecida pela qualidade

e praticidade de nossos produtos, com responsabilidade socioambiental.

Para a análise dos cenários e a definição dos objetivos estratégicos, foi utilizada a Matriz SWOT (figura 1), com o objetivo de mapear as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças.

(6)

6

Forças

Produtos inovadores, Preocupação com a sustentabilidade de seus produtos.

Fraquezas

Empresa recente, Poucos recursos.

Oportunidades

Inexistência dos produtos da empresa no mercado, Interesse do mercado por produtos que agridam menos o meio ambiente.

Ameaças

Mercado altamente competitivo, Alto investimento inicial em marketing por ter produtos novos, Necessidade de capital intelectual elevado. Figura 1 – Matriz SWOT

Segue abaixo a lista de objetivos estratégicos da empresa criada, definidos com base na Matriz SWOT:

 Investir em pesquisa e desenvolvimento;

 Formar um grupo de colaboradores com alto nível de conhecimento e capacidade de inovação;

 Tornar a empresa conhecida no mercado através de investimentos em marketing;  Buscar alianças comerciais para auxiliar na obtenção de recursos.

Estes objetivos serão utilizados nas próximas etapas da metodologia.

3.1 Planejamento Estratégico do Produto

O objetivo dessa fase é obter um plano contendo o portfólio de produtos da empresa. A partir da criação dos alunos, vivência e pesquisa sobre produtos eletrônicos, foram definidos dois produtos para o desenvolvimento desta etapa. A tabela 2 apresenta os produtos de uma mesma família, com as suas respectivas funções, benefícios e oportunidade.

Produto Aparelho que faz a transmissão de dados para

aparelhos que possuam entrada USB.

Dispositivo sonoro para encontrar objetos perdidos

Função Transmissão de dados entre aparelhos com

porta USB. Encontrar objetos perdidos

Benefícios Maior praticidade na transferência de dados e

não transmite vírus.

Maior rapidez para encontrar objetos perdidos

Oportunidade/

Necessidade Eletrônica Eletrônica

Tabela 2 – Identificação de potencias produtos

Dentre a família de produto do ramo de eletrônica a empresa precisava definir entre os dois produtos, qual seria o mais adequado para ser desenvolvido. Para tal, foi utilizada a

ferramenta Modelo de Notas.

Para realização do modelo de notas primeiramente foram definidos alguns critérios

importantes baseados nos objetivos estratégicos, a saber: inovação, custo e beneficio; e em seguida os critérios foram ponderados, com base na opinião da equipe responsável pelo desenvolvimento do produto (alunos). A ponderação é definida a partir da soma das notas, atribuídas na comparação dos critérios.

Critérios Inovação Custo Benefício Peso LEGENDA

Inovação 2 0 2 2 = mais importante

Custo 0 1 1 1 = igual importância

Benefício 2 1 3 0 = Menos importante

Tabela 3- Ponderação dos critérios utilizados para seleção do produto

Após a ponderação dos critérios, foi analisado o grau de importância de cada um desses critérios para cada um dos produtos. Multiplicando o peso dos critérios e a nota (01 – 05) do grau de importância dos produtos, obtêm o produto com maior aderência aos objetivos estratégicos da empresa.

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7

Critérios/Produtos Peso DataDrive Controle Remoto LEGENDA

Inovação 2 5 3 Grau de Importância:

Custo 1 4 4 Notas de 1 a 5

Benefícios 3 5 4

Soma 29 22

Tabela 4 – Definição do Produto a ser desenvolvido

Observa-se acima que o produto DataDrive obteve maior nota (29), e por este motivo é o produto selecionado para ser desenvolvido.

3.2 Planejamento do projeto

Nesta etapa, de forma genérica, os gestores devem empreender esforços no sentido de identificar as atividades, recursos, partes interessadas e a melhor forma de integrá-los para que o projeto siga em frente com o mínimo de erros. Nesta etapa também deve ser estimado o investimento para o desenvolvimento do produto.

Para o produto DataDrive, a equipe do projeto definiu que:

 As partes interessadas desse projeto são: a empresa, seus acionistas, fornecedores e os potenciais clientes do produto.

 O prazo de pré-desenvolvimento, desenvolvimento, produção e lançamento do produto é estimado em um ano e meio.

O marketing do produto deve ser trabalhado para captação do interesse das partes interessada, desde o investido até o consumidor. Decisões estratégias para a venda do produto devem ser definidas. Segue abaixo informações sobre o produto que serão utilizadas pela equipe de marketing.

Slogan DataDrive Transferindo conhecimento

O que você faz? A empresa atua no ramo de produtos eletrônicos, buscando inovação e ecoeficiência.

Qual problema pode resolver?

Transferência de arquivos ou dados em qualquer hora ou momento sem a necessidade de um computador.

Qual é o diferencial? Maior praticidade e não transmite vírus.

Porque você deve se interessar pelo produto?

Porque ele é um produto completo, ou seja, oferece diversas funcionalidades com um preço acessível

Tabela 5 - Informações para venda do Produto 3.3 Projeto informacional

O objetivo desta fase é levantar as expectativas e necessidades dos consumidores, e definir características específicas e técnicas do produto.

Para isso, elaborou-se uma pesquisa de opinião sobre como deveria ser um pen drive inovador, através de dois questionários: um aberto e um fechado. Devido às limitações do trabalho, por se tratar de uma trabalho desenvolvido em sala de aula, a amostra utilizada foi muito inferior à necessária para a realização de um estudo estatístico, por isso os resultados do questionário não podem ser generalizados. A amostra foi de quatro entrevistados que responderam as perguntas discursivas e posteriormente as objetivas.

Após a análise dos resultados do questionário aberto foi construída uma árvore demandada (tabela 6), com as funções primárias e secundárias consideradas necessárias pelos

entrevistados. Baseado nessa árvore foi elaborado e implementado o questionário fechado.

Nível primário Nível secundário

Funções complementares Mostrar hora,

(8)

8

Tocar música Tempo de duração da carga

Facilidade de navegação Características Leve Tamanho Agilidade Preço

Funções principais Capacidade

Transmissão de dados independente do computador

Diferencial

Fácil visualização

Mostrar encaminhamento da transmissão Informar capacidade livre

Tamanho da tela Tabela 6 – Árvore da qualidade demanda

Através do questionário fechado, buscou-se priorizar os requisitos (nível secundário) com maior grau de significância. Neste questionário foi solicitado que os entrevistados atribuíssem nota de 01 a 05, sobre o grau de significância quanto às necessidades e expectativas do

produto. A análise das respostas priorizou os seguintes requisitos: preço, fácil visualização, capacidade e transferência de dados independente do computador.

A partir desta definição foi possível construir uma Matriz da Casa da Qualidade (QFD, Quality Function Development) para transformar os requisitos dos clientes em requisitos do produto. Os requisitos dos produtos geralmente são definidos pela equipe técnica do projeto. Para este estudo foram definidos pelos alunos, a saber: tamanho do Pen drive, tamanho da tela, qualidade do material e tecnologia utilizada.

A importância desse método se deve ao fato da linguagem utilizada pelo consumidor ser normalmente diferente da linguagem técnica usada para elaborar o produto. Por isso, é preciso utilizar uma técnica/ferramenta que possa converter a linguagem do cliente na linguagem técnica, sem perdas conceitos.

Para este estudo foi utilizado a Matriz da Casa da Qualidade de forma simplificada. Esta ferramenta, utilizada na integra, busca compara o produto que esta sendo desenvolvido com os concorrentes. Necessidades dos Consumidores / Características específicas do produto Tamanho do Pen drive Qualidade do Material Tamanho da Tela Tecnologia Baixo preço Fácil visualização Capacidade x x x Transferência de dados x x

Tabela 7 – A Casa da Qualidade

Após a fase de definição de requisitos técnicos, utilizou-se uma tabela (tabela 8) para realizar uma priorização das metas, para que os esforços sejam concentrados nos requisitos que tem maior influência no atendimento das necessidades dos clientes.

(9)

9 Para a priorização das metas, as necessidades dos consumidores foram ponderadas (escala de 01 a 05) a partir da opinião dos próprios consumidores. Em seguida, a equipe do projeto atribuiu notas para a legenda utilizada na Casa da Qualidade. Negativo forte: -9, Negativo fraco: -3, Positivo forte: +9, positivo fraco: +3. Com base nestes valores e na análise da matriz de correlação apresentada na tabela 7, os resultados quantitativos da tabela 8

(multiplicação dos pesos dos requisitos do cliente com as notas das características do produto) colaboraram para a definição das ações que devem ser tomadas para o desenvolvimento do produto.

Necessidades dos Consumidores / Características específicas do produto Peso Qualidade do Material Tamanho do Pen drive Tamanho da Tela Tecnologia Baixo Custo 4 -9 -3 -3 -9 Fácil visualização 2 3 3 9 9 Capacidade 3 - - - 9 Transferência de dados 5 3 - - 9

Soma dos pontos -21 -6 6 54

Tabela 8 – Priorização das Metas

Com base na tabela acima, os requisitos considerados mais importantes para essa pesquisa foram a tecnologia utilizada e o tamanho da tela.

3.4 Projeto conceitual

Nessa etapa será definido o conceito do produto, ou seja, uma solução de projeto a partir do atendimento aos requisitos do produto. É nessa fase que as atividades da equipe do projeto relacionam-se com a busca, criação, representação e seleção de soluções.

Inicialmente foram definidas várias soluções de projeto e posteriormente definidos três conceitos diferentes, para que então sejam analisados e definido o mais adequado para realidade do produto.

Requisitos/Conceitos Conceito 1 Conceito 2 Conceito 3

Capacidade 4 Gb 16 Gb 32 Gb

Tipo de Energia Bateria Pilha Bateria Recarregável

Material Plástico Plástico Borracha

Tamanho do PenDrive 2,5 cm/7,5 cm 4 cm/8 cm 6 cm/2,5cm

Tamanho da Tela 2 cm/5 cm 3 cm/3 cm 3,5cm/2 cm

Mostra Hora sim não Sim

Toca música não sim Sim

Tabela 9 – Tipos de Conceitos do Produto

O método conhecido como Método de Pugh ou Método da Matriz de Decisão foi o escolhido para avaliar as alternativas de concepção. Neste método cada conceito é comparado com um conceito referencial. Neste estudo foi comparado com notebook, pois a equipe do projeto definiu como o produto que compreende características similares a do Pen drive que está sendo desenvolvido. Os conceitos receberam pontuação negativa caso fosse inferior naquele critério em relação ao referencial, pontuação positiva caso fosse superior e pontuação 0 caso fosse similar ao referencial (tabela 10).

Depois de realizadas todas as comparações foi definido o conceito 3, que teve a maior pontuação, ou seja, dos três conceitos era o que melhor atendia os requisitos do produto. Com o conceito já definido foram avaliados os pontos em que o conceito obteve requisitos inferiores ao do referencial para posterior tentativa de melhorá-lo nestes aspectos. Esses

(10)

10 requisitos foram: tamanho da tela, facilidade de navegação e capacidade. Porém nestes

aspectos existem limitações nas alterações do conceito, por isso foram consideradas inviáveis.

Requisitos Peso Conc 1 Conc 2 Conc 3 Referencial

Mostrar hora 2 0 -1 0

Não transmitir vírus 4 1 1 1

Tocar musica 2 -1 0 0 Duração da carga 4 1 -1 1 N Facilidade de navegação 4 0 -1 -1 O Leve 4 1 1 1 T Tamanho 5 1 1 1 E Capacidade 5 -1 -1 -1 B Agilidade 4 -1 0 1 O Custo 4 1 1 1 O Transmissão de dados 4 1 1 1 K Mostrar arquivos 4 0 0 0

Mostrar encaminhamento da transmissão 2 0 0 0

Informar capacidade livre 2 0 0 0

Tamanho da tela 3 -1 -1 -1

Total 11 3 17

Tabela 10 – Matriz Pugh para definição da Concepção do Produto

Na fase da definição do design foram estudados vários modelos de design (Figura 6), através da técnica Brainstorming, e escolhido o que melhor atende as necessidades dos consumidores.

Figura 6 - Opções de Designs do Produto

Como o tamanho da tela foi um requisito considerado relevante, foi selecionado o design em que a tela proporcionasse facilidade na navegação entre as pastas. Por isso foi escolhido o design 5, porque este possui uma tela horizontal que facilita a leitura do nome do arquivo das pastas e músicas.

3.5 Projeto detalhado

Esta etapa engloba o detalhamento técnico e especificações, sendo definidas as formas, dimensões, propriedades das partes, componentes e a especificação das tolerâncias dos parâmetros do produto. O resultado desta fase é uma versão preliminar do próprio produto (protótipo), artesanalmente construído.

As especificações e dimensões gerais do DataDrive foram estabelecidas conforme os

requisitos verificados na etapa anterior, nessa etapa foram detalhadas os demais componentes e dimensões para então foi elaboração de um protótipo (que melhor se enquadrou nas

(11)

11

Figura 7- Croqui do DataDrive

Após a aprovação do croqui do produto, foi elaborado um protótipo virtual, desenvolvido em 3D, com o auxílio da ferramenta SOLID, para melhor compreensão do produto, conforme mostra a figura 8.

A utilização de imagens e animações virtuais através de um computador contribui para a redução do custo, pois pode evitar um retrabalho devido a erros na elaboração do projeto. Com os avanços e aperfeiçoamentos dos programas informáticos surge assim o conceito de prototipagem virtual, como uma alternativa de prototipagem. Esta se tem revelado uma excelente ferramenta ao serviço de design.

Figura 8 – Protótipo Virtual do DataDrive 3.5.1 Aplicação da Metodologia Produção Mais Limpa

A aplicação da metodologia da Produção Mais Limpa (P+L) nas empresas proporciona uma real eficiência quanto ao emprego de matérias-primas, água e energia nos processos

produtivos, produtos ou serviços.

O conceito fundamental dessa metodologia é a aplicação contínua de uma estratégia técnica, econômica e ambiental, de modo a aumentar a eficiência no uso das matérias-primas, como água e energia. A estratégia integra-se aos processos, produtos e serviços e caracteriza-se pela não geração, minimização ou reciclagem de resíduos e emissões, resultando em benefícios ambientais, ocupacionais e econômicos.

A metodologia Produção Mais Limpa é utilizada para nortear o processo construtivo de um produto, buscando benefícios ambientais e econômicos, com a economia de materiais e insumos, a não geração, minimização ou reciclagem de resíduos e emissões.

Para o produto DataDrive, primeiramente, foi definido pela equipe do projetos quais componentes seriam fabricados e quais seriam adquiridos de terceiros. Em seguida foi mapeado o processo construtivo, como esquematizado na figura 12.

Etapas do Processo de Construção Descrição das Etapas

Comprar insumos / componentes

A empresa compra matérias-primas de seus fornecedores. Os principais insumos são: componentes

eletrônicos, vidro, plástico, borracha, papelão, parafusos e ferramentas

Criar Design

É criado um modelo para o Data Drive, com suas especificações, estética, funcionalidades e otimização

do espaço físico necessário para seu funcionamento Cortar O vidro e a borracha são cortados nos formatos das

dimensões estabelecidas

Soldar Soldagem dos componentes eletrônicos

Modelar O plástico é moldado no formato do Data Drive Fazer Acabamento Realizar os retoques finais nas peças externas

Montar Junção de todas as peças, a fim de obter o produto final

Fazer Controle de Qualidade Aplicação de testes de qualidade em algumas amostras do produto final, a fim de constatar se o que foi

(12)

12 produzido está de acordo com as especificações

estabelecidas

Figura 12 – Mapeamento do Processo para construção do DataDrive

Com base no Mapeamento do Processo, foi elaborada a tabela abaixo (tabela 12), que

apresenta as entradas (matéria prima) e as saídas (resíduos) dos processos mais significativos, quanto ao impacto ambiental. Este diagnóstico deve ser analisado, a fim da identificação de oportunidade de produção mais limpa, ou seja, oportunidades de implantação de práticas com menor impacto ambiental e menor custo.

Entradas Processo Saídas Oportunidades de P+L

Vidro, Plástico, Borracha, Materiais da Placa, Papelão

(Embalagem), Entrada Macho e Fêmea, Parafuso

Compra Insumos/ Componentes Embalagens Provenientes das Entradas Melhoria de sistema de compras e vendas Substituição da matéria-prima ou do fornecedor Documentos com as

especificações Criar Design Rascunhos de Papel Re-design Ferramentas

Insumos Cortar

Rebarba do vidro, plástico e borracha

Modificação de Tecnologia Reuso e reciclagem interna Ferramentas de solda,

Material de solda, Material da Placa

Solda Restos de solda Modificação de tecnologia

Tabela 12 - Entradas e as saídas da compra de insumos e componentes

A partir da identificação das oportunidades de produção mais limpa, os gestores devem priorizar as ações a serem implantadas. Esta priorização, com base no conceito da produção mais limpa, deve considerar duas dimensões: foco na prevenção do impacto ambiental e baixo custo.

5. Conclusão

Dentro do contexto acadêmico em que se desenvolveu o projeto, utilizando-se como referência a metodologia do Rozenfeld, algumas etapas não foram desenvolvidas completamente devido à impossibilidade de um conhecimento maior sobre o assunto, tornando-as muito subjetivas. Porém, a utilização dessa metodologia proporcionou um conhecimento sobre as etapas do Processo de Desenvolvimento de Produtos e foi possível compreender a importância de cada uma delas.

O desenvolvimento do produto apresentado por este artigo tem como objetivo suprir as necessidades apresentadas por usuários de produtos similares. Através do DataDrive, o usuário pode transmitir e receber dados em qualquer local, não necessitando um produto secundário para intermediar a transferência. Este produto possui um diferencial em relação aos pen drives existentes no mercado, pois ele possui maior praticidade e não transmite vírus. Portanto as pessoas poderão se interessar por ele uma vez que este é completo e oferece diversas funcionalidades com um preço acessível.

Por apresentar uma quantidade de funcionalidades superior a de pen drives e MP3’s, este possuirá um valor financeiro mais elevado. Porém, o produto apresenta uma relação de custo/benefício maior que os produtos concorrentes, passando para o cliente a percepção de um investimento que atende as suas necessidades e garante a qualidade e duração do produto. Com relação à aplicação da metodologia produção mais limpa no processo produtivo do DataDrive, são identificadas oportunidades de soluções ecoeficientes, ou seja, a incorporação de práticas que visam reduzir o impacto ambiental e reduzir o curto do produto. Para tal, os gestores devem definir um plano de continuidade, priorizando as ações com foco na

prevenção do impacto ambiental e de baixo custo, a fim de viabilizar a implantação dessas práticas.

(13)

13 A integração de metodologias a fim de possibilitar o atendimento às necessidades do novo mercado deve ser praticada pelos gestores buscando a satisfação das partes interessadas e o equilíbrio ambiental.

Referências

ROZENFELD, H.; FORCELLINI, F. A.; AMARAL, D.C.; TOLEDO, J. C.; SILVA, S. L.;

ALLIPRANDINI, D. H.; SCALICE, R. K. Gestão de Desenvolvimento de Produtos: uma referência para a

melhoria do processo. São Paulo: Saraiva, 2006.

BAXTER, M. Projeto de Produto: guia prático para o desenvolvimento de novos produtos. 2ª ed. São Paulo:

Edgard Blücher, 2001.

TAKAHASHI, S. & TAKAHASHI, V. Gestão de inovação de produtos: estratégia, processo, organização e

conhecimento. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2007.

ULRICH, K. & EPPINGER, S. Product design and development. New York: McGraw-Hill, 1995. CHENG, L. C. & FILHO, L. D. R. M. QFD – Desdobramento da função qualidade na gestão de

desenvolvimento de produtos. São Paulo: Editora Blucher, 2007.

CARNEVALLI, J. A.; SASSI, A. C.; MIGUEL, P. A. Aplicação do qfd no desenvolvimento de produtos:

levantamento sobre seu uso e perspectivas para pesquisas futura. UNIME, 2003.

PEREIRA, J. V. Desenvolvimento de Novos Produtos em Vidro Utilizando Tecnologias de Prototipagem

Rápida. Faculdade de Engenharia do Porto, 2006.

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