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Reabilitação Neuropsicológica do idoso com comprometimento cognitivo

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Academic year: 2021

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Reabilitação Neuropsicológica

do idoso com comprometimento

cognitivo

Márcia Motta

Doutoranda em Psicobiologia – FFCLRP-USP

Prof. Dra Carla Santana

(2)

Um aspecto importante da prática do terapeuta ocupacional é

correlacionar as perdas cognitivas com as perdas funcionais,

pois um indivíduo com comprometimento cognitivo pode ter as habilidades preservadas para a realização de determinada atividade ou tarefa diária.

Além disso, a adaptação contínua, para lidar com o ambiente, é necessária para o exercício e participação das atividades que constituem o cotidiano, como trabalhar, fazer compras, limpar a casa, conversar, assistir um filme.

(3)

A Reabilitação Neuropsicológica é uma terapêutica que visa a recuperação e a

melhoria de processos cognitivos e emocionais afetados por danos ao cérebro, além de promover o bem estar, a qualidade de vida e minimizar a magnitude

dos déficits na vida dos indivíduos.

A reabilitação cognitiva visa reabilitar um indivíduo para utilizar as funções

psicológicas básicas que são designadas como cognitivas: atenção, memória, habilidades sociais, além da capacidade de julgamento, e de avaliar e imaginar situações futuras, bem como, de usar a linguagem e a comunicação, em geral.

A estimulação cognitiva refere-se a todas as atividades desenvolvidas com o

intuito de manter as funções cognitivas preservadas, e compensar alterações nas funções que começaram a sofrer declínio, tais como: memória, atenção linguagem ou funções executivas.

O Treino Cognitivo é uma técnica (ensinar e treinar) que objetiva potencializar o

desempenho cognitivo de componentes remanescentes que correm o risco de sofrer prejuízos, além de servir como recurso de compensação.

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Pontos importantes

✓ Evitar atividades infantilizadas. Materiais destinados ao público adulto devem ser localizados ou elaborados.

✓ Atividades nem muito simples e nem muito complexas para evitar desinteresse e frustração, respectivamente.

✓ Foco nas habilidades preservadas.

✓ Sempre que possível, uso de estratégias e atividades que possam ser aplicadas no cotidiano.

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Pontos importantes

✓ Ele gosta? O que tem a ver com a vida da pessoa. ✓ Acolhimento constante. Cuidado com o blá, blá, blá.

✓ Descrever a atividade com calma. Utilizar palavras simples. Descrever o material.

Incentivo. Feedback positivo.

✓ Respeitar o momento: cada dia é um dia. O tempo é de cada um.

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Orientação temporal e espacial

As atividades de orientação temporal e espacial têm como intuito direcionar o idoso para a realidade.

Falta de orientação: confusão, sentimento de estar perdido. Saber o ano pode ajudar a lembrar se está aposentado ou não,

tarefas do dia, pode fornecer pistas sobre onde mora, membros da família que faleceram, se é avô, dentre outras

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Orientação temporal e espacial

Dispositivos: agenda, bipe, calendário...

Letras e números grandes. Estimular a dizer em voz alta: “Hoje é dia _ do mês de _ do ano de _. O dia da semana é _”. Fazer um X no dia que passou.

A repetição é importante para que a informação seja guardada na memória.

Perguntar: “Onde estamos?” Oferecer dicas verbais (começa com “São...), visuais ou do ambiente.

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Linguagem: Fluência verbal

A fluência verbal é a velocidade da fala. O estudo da fluência verbal permite diagnosticar problemas de linguagem e os

caracterizar.

Restrição por categoria: “O que encontramos no

supermercado?”

Restrição fonológica (restringindo a letra): “Digam-me nomes com a letra A”.

Restrição por categoria e fonológica: “O que há na cozinha com a letra A?”

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Visuoconstrução

Capacidade para realizar atividades formativas ou construtivas. É a habilidade de manejar partes ou estímulos físicos

organizando-os para formar uma entidade única. Quebra-cabeças (ideal entre 15 e 30 peças).

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Ordenação de eventos

Filipetas com os passos descritos para fazer alguma atividade, e pede-se para que o idoso coloque na ordem correta.

Prática familiar ao cotidiano do idoso.

Discutir, conversar sobre cada etapa, fazer paralelos com a vida. É possível graduar.

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Atenção

A atenção é uma qualidade da percepção que funciona como uma espécie de filtro dos estímulos ambientais, avaliando quais são os mais relevantes e dotando-os de prioridade para

o processamento cognitivo.

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Atenção visual

Atenção auditiva

Música: quantas vezes aparece determinada palavra, qual o sentido da letra. Falar três palavras distintas e pedir para que repita de trás para frente. Gato,

tigre, leão.

Frases desconexas que devem ser colocadas em ordem: “O vidro quebrado da janela está”.

Jogos de sete erros, caça-palavras, atividades de rastreio visual, dentre outras.

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Atenção auditiva

Exercício de atenção auditiva no qual uma lista de headlines sobre hábitos de vida saudável são apresentados e os participantes têm que decidir se cada item é bom ou ruim elevando sua mão direita ou esquerda, respectivamente. Após, espera-se que os participantes possam lembrar a última palavra de cada headline.

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Atenção dividida

Observar o padrão de um desenho contendo diversos quadrados, círculos, triângulos e corações, e enquanto repetem uma seqüência silábica em voz alta (pa-pa-ra-pa-pa) devem contar quantas figuras de cada tipo estão desenhadas.

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Memória

A memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar (evocar) informações disponíveis, seja internamente, no

cérebro (memória biológica), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial).

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Memória retrospectiva

“O que fizemos hoje?”

Memória prospectiva (lembrar de lembrar)

Elaborar estratégias, junto com o idoso, que podem ser utilizadas para melhorar a memória.

Que estratégias internas você poderia usar para gravar o caminho para o seu novo médico?

Para guardar informações pessoais sobre um(a) novo(a) amigo(a)? Para lembrar do nome de um restaurante?

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Memória

Explicações sobre os benefícios da organização para a memória, explicações sobre como organizar uma lista de supermercado em categorias (oferecendo um exemplo) e posterior exercício de memorização de lista com encorajamento para utilização de categorização.

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Função executiva

A função executiva é um termo abrangente para a gestão (regulação, controle) dos processos cognitivos. O sistema executivo controla e gerencia outros processos cognitivos , como memória de trabalho, raciocínio, flexibilidade de tarefas e resolução de problemas, bem como o

planejamento e execução de tarefas.

Relato dos pacientes acerca de atividades do dia-a-dia referente a

organização, planejamento, orientação temporal e espacial, resolução de problemas e memória.

Jogo do labirinto: Um idoso precisa encontrar uma saída de um labirinto para chegar até a farmácia e comprar seus remédios.

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Estratégias de Atendimento

1. Terapia de Orientação da Realidade 2. Terapia de Reminiscência

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Terapia de orientação da realidade

A terapia de orientação da realidade (OR) tem como princípio apresentar dados de realidade ao paciente de forma organizada e contínua, criando estímulos ambientais que facilitem a orientação e levando em conta que a realidade não consiste apenas em orientação temporal.

Na OR tenta-se engajar o indivíduo em interações sociais e melhorar a comunicação através de informação contínua, sinalizações no ambiente, linguagem clara ou não verbal e treinamento de habilidades cognitivas, com atividades adequadas às suas dificuldades.

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Terapia de orientação da realidade

Realizar treinos das atividades do dia-a-dia mais comprometidas como atender corretamente o telefone, anotar recados, agendar consultas e outros compromissos e tomar os medicamentos adequadamente.

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Terapia de Reminiscência

A terapia de reminiscência tem como objetivo estimular o resgate de informações por meio de figuras, fotos, músicas, jogos e outros estímulos relacionados à juventude dos idosos. Essa técnica tem sido muito utilizada para resgatar emoções

vividas previamente, gerando maior sociabilização.

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Terapia de Reminiscência

Na terapia por reminiscência podem ser resgatadas lembranças ligadas a questões emocionais.

As atividades podem estar relacionadas a relatos sobre a história de vida dos pacientes, suas alegrias e frustrações.

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Usando produtos da despensa

✓ Na despensa separe os produtos que serão utilizados. Deixei-os todos em alturas funcionais.

✓ Individualmente, peça para o idoso encontrá-los um a um e separá-los, levando-os para uma mesa onde vocês possam dar continuidade.

✓ Verificar validade dos produtos.

✓ Propor a ele identificar pratos que podem ser feitos com produtos cuja data de validade está próxima. Podem ser pratos para cada produtos ou até mesmo um que combine todos eles.

✓ Verificar por quanto tempo o produto durou (use a data de fabricação e a validade); Quanto tempo ele ainda tem de validade? Adapte a complexidade do cálculo à capacidade do idoso.

✓ Organizar a despensa de acordo com as validades do produto.

Uma atividade como esta é super importante para pessoas que sempre estiveram à diante do funcionamento da casa e, devido a uma disfunção cognitiva, tiveram que se ausentar.

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Referências

Abreu, V. P. S. (2007). Avaliação da percepção e da cognição. In: Cavalcante, A. & Galvão, C. Terapia Ocupacional: fundamentação & prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 94-101.

Bottino, C. M. C. et al. (2002). Reabilitação cognitiva em pacientes com Doença de Alzheimer. Relato de trabalho em equipe multidisciplinar. Arq Neuropsiquiatr, 60(1), 70-79.

Brum, P. S. & Yassuda, M. S. (2012). A estimulação cognitiva no comprometimento cognitivo leve e doença de Alzheimer no contexto Multidisciplinar. In: Forlenza, O. et al. (2012). Doença de Alzheimer: uma perspectiva do tratamento multiprofissional. São Paulo: Editora Atheneu. 51-60.

Chaves, G. F. S. & Paula, V. J. R. (2012). Terapia Ocupacional e o uso de jogos como estímulo cognitivo. In: Forlenza, O. et al. (2012). Doença de Alzheimer: uma perspectiva do tratamento multiprofissional. São Paulo: Editora Atheneu. 87-91.

Oliveira, A. M. (2012). Métodos e técnicas de terapia ocupacional utilizados no tratamento de idosos com demência. In: Forlenza, O. et al. (2012). Doença de Alzheimer: uma perspectiva do tratamento multiprofissional. São Paulo: Editora Atheneu. 93-100.

Carvalho, F. C. R., Neri, A. L., & Yassuda, M. S. (2010). Treino de memória episódica com ênfase em categorização para idosos sem demência e depressão. Psicol Reflex Crit, Porto Alegre, 23(2), 317-323. Lima-Silva, T. B., Fabrício, A. T., Silva, L. D. S. V., Oliveira, G. M. D., Silva, W. T. D., Kissaki, P. T., ... & Aramaki, F. O.

(2012). Training of executive functions in healthy elderly: Results of a pilot study. Dementia &

Neuropsychologia, 6(1), 35-41.

Silva, T. B. L. D., Oliveira, A. C. V. D., Paulo, D. L. V., Malagutti, M. P., Danzini, V. M. P., & Yassuda, M. S. (2011). Treino cognitivo para idosos baseado em estratégias de categorização e cálculos semelhantes a tarefas do

cotidiano. Rev. bras. geriatr. gerontol, 14(1), 65-74.

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Memória

Memória operacional/funcional

Colocar 3 palavras pronunciadas em ordem alfabética sem anotar.

Colocar palavras (adulto, bebê, adolescente) na seqüência temporal correta (bebê, adolescente, adulto).

Observar fragmentos de palavras (dit, m, o, su, osca) e mentalmente formam palavras sem usar o mesmo fragmento mais de uma vez (súdito, mosca), sem anotar.

Referências

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