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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO E DOUTORADO EM METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO E

DOUTORADO EM METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

PRISCILLA MOTA DA COSTA

MEDIAÇÃO EM DISCIPLINAS BLENDED LEARNING NO ENSINO SUPERIOR

Londrina 2019

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PRISCILLA MOTA DA COSTA

MEDIAÇÃO EM DISCIPLINAS BLENDED LEARNING NO ENSINO SUPERIOR

Dissertação apresentada à UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias.

Orientador: Profa. Dra. Fátima Aparecida da Silva Dias

Londrina 2019

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Ficha catalográfica elaborada por CRB1 2949 C837m Costa, Priscilla Mota da

Mediação em disciplinas blended learning no ensino superior / Priscilla Mota da Costa. – Londrina - PR: 2019.

85 p.: il.

Dissertação (mestrado) – Universidade Pitágoras UNOPAR - Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias, Mediação em disciplinas blended learning no ensino, Londrina, 2019.

Orientador: Dr.a Fátima Aparecida da Silva Dias.

1. Mediação. 2. Ensino Híbrido. 3. Blended Learning. 4. Formação

Continuada. I. Costa, Priscilla Mota da. II. Dias, Fátima Aparecida da Silva. III. Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias. IV. Título.

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PRISCILLA MOTA DA COSTA

MEDIAÇÃO EM DISCIPLINAS BLENDED LEARNING NO ENSINO SUPERIOR

Dissertação apresentada à UNOPAR, no Programa de Mestrado e Doutorado em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias, área e concentração em ensino, linha de pesquisa Ensino de Linguagens e suas Tecnologias como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre conferida pela Banca Examinadora formada pelos professores:

_________________________________________ Profa. Dra. Fátima Aparecida da Silva Dias

UNOPAR

____________________________________________ Profa. Dra. Maria Gracilene de Carvalho Pinheiro

UFGD

_________________________________________ Prof. Dr. Diego Fogaça Carvalho

UNOPAR

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Dedico este trabalho as mulheres da minha vida: Maria do Socorro (in memoriam), Jane Mota - mãe e Joelma Laureano - esposa, por todo amor incondicional a mim direcionado, por serem o meu porto seguro e minha mola impulsora sempre que me aproximo ao fundo do poço.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela vida, por tudo que tem me permitido e proporcionado em meu caminho até hoje.

Agradeço a minha esposa Joelma Laureano por todo amor dedicado, pela compreensão nas minhas angústias de falta de tempo para com ela, familiares e amigos, bem como por ser minha válvula de escape para descontração no momento de estresse e o porto seguro nas dificuldades do dia a dia.

Agradeço minha família, mãe, pai e irmãos pela dedicação, apoio, carinho e sustento incondicional durante toda a minha vida e principalmente nos momentos mais difíceis.

Agradeço a Faculdade Anhanguera Brasília, na forma do professor Juliano Carregaro, por todo apoio para tornar o sonho do mestrado possível.

Agradeço a Danielle Melo por ter confiado no meu trabalho e ter aberto o caminho para a tão sonhada docência no ensino superior e posteriormente pela amizade e por ser sempre o afago divertido e descontraído nos momentos de correria da minha rotina.

Agradeço ao Raphael Affonso, chefe, coordenador do curso e amigo, por ter estimulado para realização do edital, e principalmente por todo apoio dado durante o mestrado, inclusive pela total compreensão nos meus momentos de ausência para dedicação a essa pesquisa, gratidão eterna pela confiança, apoio, amizade, conselhos e auxílio durante minha caminhada.

Agradeço à minha orientadora Dra. Fátima Dias, por toda dedicação, apoio, correções, conselhos e caminhos apontados para a melhor pesquisa possível

Agradeço a todos os professores do programa, que com toda certeza foram peça chave para meu crescimento didático e acadêmico na carreira e também como ser humano e em especial ao Osmar, Diego e Maria Gracilene por todos os conselhos, dicas, correções, auxílio durante essa pesquisa

Agradeço ao grupo de estudo formado pelos colegas do mestrado por todo apoio.

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“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.”

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COSTA, Priscilla Mota da. MEDIAÇÃO EM DISCIPLINAS BLENDED LEARNING NO ENSINO SUPERIOR.2019. 85 p. Dissertação apresentada à Unopar para a obtenção do título de Mestre em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias. – Universidade Pitágoras Unopar, Londrina, 2019.

RESUMO

A mediação pedagógica pode ser caracterizada no trabalho do docente/tutor em realizar a curadoria e/ou separação dos conteúdos e os formatos de apresentação desses temas a fim de tornar o estudo autônomo e mais atrativo para o aluno. Tendo em vista, que pesquisas indicam as dificuldades de aprendizagem de alguns alunos no modelo híbrido, esta pesquisa tem como objetivo caracterizar os aspectos da mediação pedagógica, tecnológica, operacional e afetiva nos encontros presenciais das disciplinas blended learning. Participaram da pesquisa quatro professores que atuam em disciplina blended ou híbrida de uma instituição de Ensino Superior do Distrito Federal em um curso que possui disciplinas hibridas, presenciais e interativas. No que se refere a fundamentação teórica para discutir mediação foram utilizados os autores Mill, Schnetzler, Sampaio, Meier e Garcia. Quanto ao conceito de Ensino Híbrido utilizamos os autores Bacich, Neto & de Mello Trevisani, Bergmann & Sams, Horn & Staker e Schmitz. Para constituir a revisão da literatura referente ao tema, utilizamos como fonte de pesquisa bancos de dissertações da Biblioteca Digital da USP, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, Plataforma Sucupira. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, baseada nas cinco características de Bogdan, & Bilklen. A análise dos registros dos áudios e resumos estendidos dos professores participantes evidenciaram a caracterização dos aspectos de mediação pedagógica, operacional, afetiva e tecnológica. Assim, concluímos o quão relevante é a adaptação dos professores para a aplicabilidade de novos modelos, bem como a formação continuada, para que tenham sempre uma rede de amparo no momento das dúvidas.

Palavras-chave: Mediação. Ensino Híbrido. Blended Learning. Formação Continuada.

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COSTA, Priscilla Mota da. MEDIAÇÃO EM DISCIPLINAS BLENDED LEARNING NO ENSINO SUPERIOR.2019. 85 p. Dissertação apresentada à Unopar para a obtenção do título de Mestre em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias. – Universidade Pitágoras Unopar, Londrina, 2019

ABSTRACT

Pedagogical mediation can be characterized in the teacher's / tutor's work in curating and / or separating the contents and presentation formats of these themes in order to make the study autonomous and more attractive to the student. Given that research indicates the learning difficulties of some students in the hybrid model, this research aims to characterize the aspects of pedagogical, technological, operational and affective mediation in face-to-face meetings of blended learning subjects. Four teachers who work in blended or hybrid discipline of a Higher Education institution of the Federal District participated in the research in a course that has hybrid, classroom and interactive subjects. With regard to the theoretical foundation to discuss mediation were used the authors Mill, Schnetzler, Sampaio, Meier and Garcia. As for the concept of Hybrid Teaching, we use the authors Bacich, Neto & de Mello Trevisani, Bergmann & Sams, Horn & Staker and Schmitz. To constitute the review of the literature on the subject, we used as research source databases of dissertations of the USP Digital Library, Brazilian Digital Library of Theses and Dissertations, Sucupira Platform. This is a qualitative research, based on the five characteristics of Bogdan, & Bilklen. The analysis of the audio records and extended summaries of the participating teachers evidenced the characterization of aspects of pedagogical, operational, affective and technological mediation. Thus, we conclude how relevant is the adaptation of teachers to the applicability of new models, as well as continuing education, so that they always have a support network in the moment of doubt.

Key words: Mediation. Hybrid Teaching. Blended Learning. Continuing Formation.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Aspectos da Mediação 20

Figura 2 - Sala de Aula Invertida com Uso de Metodologias Ativas 26

Figura 3 - Correlação das características da pesquisa qualitativa de acordo com Bogdan e Bilklen, (1994). 38

Figura 4 - Ementa Fase I Curso KLS 43

Figura 5 - Ementa Fase II Curso KLS 44

Figura 6 - Mediação Pedagógica Professor 01 50

Figura 7 - Mediação Pedagógica Professor 02 51

Figura 8 - Mediação Pedagógica Professor 03 52

Figura 9 - Mediação Pedagógica Professor 04 53

Figura 10 - Caracterização de Mediação Pedagógica e Operacional 54

Figura 11 - Mediação Operacional Professor 01 55

Figura 12 - Mediação Operacional Professor 02 56

Figura 13 - Mediação Operacional Professor 03 57

Figura 14 - Mediação Operacional Professor 04 58

Figura 15 - Caracterização de Mediação Afetiva 59

Figura 16 - Caracterização de Mediação Tecnológica 61

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Modelos de Ensino Híbrido 29 Quadro 2 – Dissertações 33 Quadro 3 – Análise de Conteúdo 46

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem DI - Disciplina Interativa

DIB - Disciplina Interativa Blended IES- Instituição de Ensino Superior MEC - Ministério da Educação PBL - Problem Based Learning

PRONATEC - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego RAPs - Roteiros De Aulas Práticas

SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial TDIC - Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 12

1.1 Meu Caminhar ... 12

2. FUNDAMENTAÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA... 18

2.1 Mediação ... 18 2.2 Ensino Híbrido ... 20 2.3 Revisão de Literatura ... 32 3. METODOLOGIA DA PESQUISA ... 37 3.1 Tipo de Metodologia ... 37 3.2 Contexto da Pesquisa ... 38 3.2.1 Instituição Investigada...38 3.2.2 Curso Investigado...42 3.2.3 Participantes...45 3.3 Procedimentos Metodológicos ... 45 4. ANÁLISE DE CONTEÚDO ... 48

4.1 Caracterização de Mediação Pedagógica ... 49

4.2 Caracterização de Mediação Pedagógica e Operacional ... 53

4.3 Caracterização de Mediação Operacional ... 55

4.4 Caracterização de Mediação Afetiva ... 58

4.5 Caracterização de Mediação Tecnológica ... 60

5. CONSIDERAÇÕES ... 64

6. REFERÊNCIAS ... 66

7. APÊNDICES ... 69

8. Apêndice A – Transcrição dos Áudios ... 70

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1. INTRODUÇÃO

Para a compreensão da pesquisa, julgamos necessário o conhecimento do leitor sobre a carreira acadêmica e profissional da autora, bem como os desafios enfrentados especificamente na docência e, principalmente, com a inserção da tecnologia em sala de aula, que foram parte fundamental para a construção da investigação.

1.1. Meu Caminhar

Ainda no Ensino Médio, eu tinha uma única certeza para o vestibular, cursar alguma graduação na qual eu não fosse exclusivamente professora. Pois bem, escolhi uma profissão que estava em alta no mercado de trabalho e que, pelas projeções, prometia um futuro promissor na área. Cursei a graduação de Bacharel em Ciências Farmacêuticas com êxito e na perspectiva de tornar-me farmacêutica clínica ou manipuladora.

No último semestre da faculdade, recebi um convite da coordenação de cursos técnicos do SENAI – Sistema Nacional de Aprendizagem Industrial, para dar aulas em uma etapa do PRONATEC – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, e me apaixonei pela sala de aula, tanto que me formei no final do ano e no início do ano seguinte já estava matriculada na pós-graduação em Docência do Ensino Superior, campo de estudo escolhido por dois motivos: primeiro porque, naquele momento, meu principal objetivo era ser professora universitária, segundo, porque na minha opinião, com a formação de bacharel, eu precisava saber um mínimo sobre docência, sala de aula, didática, entre outros conhecimentos pedagógicos.

Durante o curso de pós-graduação, trabalhei e fui sócia de uma drogaria, o que me permitia ter horários diferenciados de trabalho para que pudesse dar continuidade à docência. Finalizada a pós-graduação, ainda na drogaria, consegui uma vaga de professora em cursos técnicos. Ministrei aula

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para diversos cursos, sempre enviei currículos para instituições de Ensino Superior. Até que fui chamada para uma microaula de processo seletivo e fui aprovada.

Iniciei a tão almejada carreira de professora do Ensino Superior com uma disciplina e, no semestre seguinte, já estava com várias, o que fez com que eu fosse conhecendo a fundo a instituição de ensino superior na qual trabalhava. Um ano após a minha entrada, a coordenadora me ofertou carga horária para ser tutora presencial das disciplinas interativas. A função consistia em receber e corrigir, nas datas predeterminadas pelo calendário acadêmico, uma atividade discursiva sobre uma situação problema relacionada às aulas que alunos assistiam no ambiente virtual de aprendizagem – AVA.

Essas atividades eram parte da avaliação, a outra parte era uma prova presencial na instituição, feita pelos responsáveis que elaboraram o conteúdo disponível no AVA da disciplina. Isso perdurou por dois semestres, até que a rede de faculdades foi assimilada por um grupo de ensino privado e iniciou um processo rápido de implantação de novas tecnologias e modelos de disciplina e ensino.

Foi implantado um modelo de ensino com a proposta de sala de aula invertida e atribuição de autonomia ao aluno, já que ele teria uma vastidão de conteúdo no ambiente virtual de aprendizagem para acessar, além da presença em sala de aula, que seria mediada por um professor.

O passo seguinte à implantação do modelo de sala de aula invertida foi a implantação de modelos de disciplinas, sendo uma delas as disciplinas

blended, o que gerou alguma dificuldade para os professores, pois, apesar dos

treinamentos, não estava claro para todos como era essa proposta de um ensino misto. Antes o professor dava aula teórica e prática, agora, com o novo modelo, foi explicado que ele daria somente aula prática, ou mediaria aulas presenciais sobre os conteúdos presentes no ambiente virtual de aprendizagem, já que os alunos teriam tutores online para sanarem as dúvidas em relação às webaulas ofertadas no AVA.

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Não tive grandes dificuldades para passar por todo o processo de modificação tecnológica que ocorreu nos modelos de aula da instituição, pois, apesar de não ser nativa digital, tenho computador portátil desde a comercialização deles no país, o que também ocorreu com celular e

smartphones. A minha destreza tecnológica facilitou muito a minha

compreensão do modelo e do envolvimento da tecnologia proposta nesse tipo de ensino e, por inúmeras vezes, passei as reuniões de treinamento auxiliando os colegas sobre como funcionava algo no computador, ou, principalmente, como trabalhar no ambiente virtual de aprendizagem. Até hoje, faço constantemente vídeos explicativos sobre uma determinada função dentro do ambiente virtual de aprendizagem ou do portal do professor, principalmente se for alguma inovação nesses portais.

Diante desse cenário, a formação, de meus colegas, para trabalhar com o novo modelo era nitidamente necessária e buscar somente informações nos cursos de formação continuada já não era mais suficiente para saber como poderia melhorar os encontros presenciais e, principalmente, como poderiam estimular os alunos a compreenderem o papel deles nesse novo modelo. Quando a instituição divulgou por meio dos e-mails corporativos o edital de mestrado interno, cuja linha de pesquisa era justamente Metodologias para o Ensino de Linguagem e suas Tecnologias, inscrevi-me e passei nas etapas do processo seletivo. No decorrer das aulas, surgiu a necessidade de caracterizar os aspectos da mediação nas disciplinas blended learning.

Desde 2004, por meio da Portaria do Ministério da Educação – MEC no. 4059, de 10 de dezembro, está autorizado que as instituições de ensino superior tenham em sua organização pedagógica até 20% da carga horária total de curso em disciplinas semipresenciais. O Decreto 5.622, de 2005, instituiu que não pode haver cursos totalmente a distância, há a exigência de alguns momentos presenciais, sejam para práticas laboratoriais, avaliações ou apresentações de trabalhos incluindo os de conclusão de curso. Sendo assim, as modalidades de ensino a distância no Brasil são semipresenciais (DA SILVA

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Dentro do modelo semipresencial surgiram as disciplinas híbridas, também conhecidas como blendeds, blended learning ou b-learning. Trata-se de disciplinas que misturam e combinam práticas pedagógicas presenciais e a distância (MORAN, 2004). Para Horn e Staker (2015), o ensino híbrido envolve o estudo online com algum instrumento de controle do estudante sobre o tempo, o local ou o ritmo, sendo ideal para o autor que a parte presencial do aprendizado seja supervisionada e distante de casa.

De acordo com Torres et al. (2015), as disciplinas híbridas têm o objetivo de combinar ao menos quatro métodos diferentes, por exemplo: atividades com uso de vídeos, aplicativos, games, Internet, ambiente virtual de aprendizagem, materiais online, atividades presenciais, atividades online e

offline, situações problemas relacionadas com a prática, entre outras. As

disciplinas no modelo blended apresentam algumas vantagens: flexibilização de formas de aprendizado, permite ao aluno realizar as atividades no horário que lhe for mais adequado, permite um tempo menor para alguns temas, já que, com o uso das tecnologias, um conceito que talvez fosse abstrato poderia ser rapidamente compreendido por meio do uso de games ou vídeos ilustrativos (TORRES et al.,2015).

No entanto, também apresentam desvantagens, como o desconhecimento do uso das tecnologias digitais por parte dos alunos, a dificuldade dos professores em trabalhar com as diversas linguagens tecnológicas e, principalmente, com o conceito da disciplina híbrida, que exige autonomia do aluno em aprender e até mesmo a responsabilidade em ter o momento do aprendizado. Essas características ainda não foram incorporadas por todos os alunos que estão em uma disciplina semipresencial (KONRATH; TAROUCO e BEHAR, 2009).

A mediação pedagógica é trazida por Vygotsky (2007) como uma ação materializada pela ajuda do outro. O processo de mediação pedagógica seria, portanto, a ajuda do professor no processo de ensino e aprendizagem, no qual o aluno possui um conhecimento prévio sobre algo (senso comum) que precisa ser relacionado ao conhecimento científico. No caso da disciplina

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semipresencial, na maioria das vezes, o aluno precisa associar o conhecimento prévio ao científico por meio do uso das tecnologias, cabendo ao professor mediar essa associação.

Em seus estudos, Machado (2009) demonstra que os alunos se sentem mais pertencentes ao processo de ensino e aprendizagem quando há presença humana, seja na forma do tutor (online) ou do professor presencial. Nesses estudos, os alunos referenciam que as aulas presenciais aliviam o sentimento de isolamento que ocorre no ambiente virtual de aprendizagem.

Os estudos citados mostram que cursos desenvolvidos a distância têm apresentado rara exploração dos distintos instrumentos de interação que as plataformas disponibilizam e que, mesmo quando eles existem, sua utilização tem ocorrido de forma superficial e sem importância para o aluno, acabam, muitas vezes, sem finalizar uma cadeia de raciocínio, sem um resumo crítico das questões ou, ainda, sem uma avaliação diagnóstica do objeto estudado.

Com o aumento da oferta de disciplinas no modelo híbrido – parte da disciplina é a distância e online, parte presencial –, surgiu a necessidade de verificar a importância do professor como mediador nesse modelo de ensino. Tendo em vista, que pesquisas indicam as dificuldades de aprendizagem de alguns alunos no modelo híbrido, esta pesquisa tem como objetivo caracterizar os aspectos de mediações, pedagógicas, tecnológicas, operacionais e afetivas nos encontros presenciais das disciplinas blended learning.

Estruturamos o texto em cinco capítulos. Neste capítulo, apresentamos o caminhar da pesquisadora e as inquietações que motivaram a realização da pesquisa.

A Fundamentação Teórica e a Revisão de Literatura compõem o segundo capítulo, no qual apresentamos a contextualização da temática das dimensões da mediação encontradas nas publicações sobre o tema, seguida da ponderação sobre o ensino híbrido, referenciando sua origem, tipos e aplicabilidade para que possa ser replicável em qualquer local de ensino.

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O terceiro capítulo expõe o percurso metodológico do estudo, tipificando a pesquisa, destacando suas características e o método de investigação. Elenca as peculiaridades do estudo a partir do objeto de pesquisa, delimita o campo de estudo e destaca os participantes envolvidos na investigação. Além de estabelecer os critérios de inclusão e exclusão dos participantes, define os procedimentos e instrumentos de coleta de informações, bem como destaca as categorias de análise e interpretação dos dados.

O quarto capítulo, análise de conteúdo, descreve os resultados obtidos, confrontando as correntes teóricas expostas com comparativos de outras obras e cria uma correspondência até então inexistente nos bancos de dissertações que é a relação das ações de mediação exclusivamente no ensino híbrido ou blended learning. Expõe como foi realizada a interpretação dos dados a partir das categorizações de Bardin (2011), discutidas na construção desta pesquisa.

O quinto capítulo – Considerações Finais – apresenta as considerações da análise desta pesquisa.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo apresentamos a fundamentação teórica com a contextualização da temática das dimensões de mediação encontradas nas publicações sobre o tema, seguida da ponderação sobre o ensino híbrido, referenciando sua origem, tipos, e aplicabilidade para que possa ser replicável em qualquer local de ensino.

2.1 Mediação

Segundo o dicionário online Michaelis, mediação é o “ato de servir como intermediário entre pessoas, grupos, partidos, noções etc., com o objetivo de eliminar divergências ou disputas.”

Para o estudo da mediação na aprendizagem, nesta pesquisa, classificaremos os aspectos da mediação em pedagógica, operacional, afetiva e tecnológica.

De acordo com Mill (2018), a mediação pedagógica pode ser caracterizada pela forma ou conduta do docente ao demonstrar ou apresentar um assunto/conteúdo auxiliando o discente na constituição do conhecimento e a correlacionar a sua realidade.

Logo, o papel do docente na mediação está ligado aos planejamentos, execução e condições para que ocorra a aprendizagem, atuando como um motivador, colaborador, mediador, incentivador, consultor, objetivando um trabalho em equipe e colocando o aluno como peça principal do processo de aprendizagem (SCHNETZLER et. al., 2016).

Na Educação a Distância, a mediação pedagógica pode ser caracterizada no trabalho do docente/tutor em filtrar e/ou separar os conteúdos e os formatos de apresentação desses temas a fim de tornar o estudo autônomo e mais atrativo.

Para estudiosos da mediação pedagógica, como Freitas e Souza (2013), ela pode ser dividida em dois grandes grupos. No primeiro, o professor exerce o papel central na articulação de todo o processo de aprendizagem; no

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segundo, o professor é um dos participantes do processo de aprendizagem, junto a ele estão os alunos e as diversas formas tecnológicas de aprendizagem, sendo o docente apenas um orientador ou consultor na metodologia de aprendizagem de cada aluno. Para isso, os autores citam a importância da qualificação dos docentes em mediação, já que a mediação tem que fazer sentido para o aprendizado dos alunos.

A mediação operacional está associada à parte burocrática nas relações de ensino, como as dúvidas dos alunos em relação ao acesso ao ambiente virtual de aprendizagem, acesso aos boletos, matrículas/rematrículas e mensalidades; acompanhamento da lista de presença, orientação sobre dependências das instituições de ensino e biblioteca (MILL, 2018).

É importante que o docente realize esse tipo de mediação, tendo em vista que ele é o representante da instituição de ensino e está mais próximo ao aluno para auxiliá-lo nas suas necessidades administrativas.

Em relação à mediação afetiva, Sampaio et. al. (2019) afirmam que é por meio da afetividade que alunos e docentes podem desenvolver conexões que apoiam de forma positiva o processo de ensino e aprendizagem. O docente, ao evidenciar afeto pelo aluno e pelo seu aprendizado, faz com que esse aluno se sinta determinado e seguro. Logo é constituída a parceria entre docente e aluno que possuem, como seres humanos, a necessidade de pertencimento e afeto para descobrir sentido e significação nos encontros diários em sala de aula, caso contrário aumentam as possibilidades de adoecimento, desistências e evasão, que são desafios impostos à convivência no ambiente escolar.

Por fim, a mediação tecnológica está ligada ao surgimento das tecnologias digitais de informação e comunicação - TDIC, visto que se abre um leque de opções de recursos abertos, ambientes virtuais de aprendizagem etc. (MILL, 2018).

Assim, a mediação tecnológica pode ser entendida como o papel do docente na mediação do uso dos diversos recursos tecnológicos de forma a utilizá-los em benefício da aprendizagem (MILL, 2018). Para sintetizar os estudos sobre o tema mediação, elaboramos a Figura 1.

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Figura 1 - Aspectos da Mediação

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

É clara, a importância da intersecção das mediações aqui classificada para a rotina do professor, a comunicação, o vínculo, o estímulo do docente para com os alunos são fundamentais para um ambiente salutar de aprendizagem e, principalmente, para estimular nos alunos a motivação pelos estudos, o desenvolvimento da autonomia, a formação do pensamento crítico e a construção da confiança e segurança que os alunos apresentam por seus docentes (MEIER & GARCIA, 2008).

2.2 Ensino Híbrido

O ensino híbrido, ou blended, tem origem na palavra inglesa para misturas, que seria um tempo do aprendizado online e outra parte presencial com o auxílio de um tutor, professor ou mediador. O Ensino Híbrido surgiu basicamente como um produto do ensino online, porém com algumas características diferentes (BACICH, NETO & DE MELLO TREVISANI, 2015).

•Ações voltadas para a criação de afeto, respeito, parceria e criação de um ambiente salutar para aluno e professor •Ações dos professores

voltadas para o uso de tecnologia em sala de aula, como estímulo ao uso de computadores, tablets e smartfones. •Orientações, encaminhamentos em relação a parte burocratica, acesso ao portal, boleto, notas, lançamento de faltas, evasão, matricula e rematricula •Ações de planejamento,

execuções, curadoria dos materiais, do ambiente virtual de aprendizagem e do momento

presencial.

Mediação

Pedagogica OperacionalMediação

Mediação Afetiva Mediação

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No ensino online, todo o conteúdo a ser abordado ocorre a distância. No ensino híbrido, a parte mais densa (teoria, webaula, exercícios e livro) do conteúdo ocorre a distância e o desenvolvimento do conteúdo ocorre presencialmente, em um local de ensino com a presença de um professor, ou algum agente de controle para acompanhamento das dificuldades do aluno durante o estudo a distância realizado por ele.

A definição de ensino híbrido é um programa de educação formal, no qual um estudante aprende, pelo menos em parte, por meio de ensino online. Nesta modalidade, o aluno exerce algum tipo de controle em relação ao tempo, ao lugar, ao caminho e/ou ao ritmo, e as atividades são realizadas, pelo menos em parte, em um local físico supervisionado longe de casa. As modalidades, ao longo do caminho de aprendizagem de cada estudante em um curso ou uma disciplina, são conectadas para fornecer uma experiência de aprendizagem integrada (BACICH, NETO & DE MELLO TREVISANI, 2015).

Ensino híbrido é diferente de ensino enriquecido por tecnologia. Com o primeiro, os estudantes têm pelo menos algum controle sobre o tempo, o lugar, o caminho e/ou o ritmo de sua aprendizagem, enquanto no último, as atividades de aprendizagem são padronizadas para toda a classe.

O ensino híbrido proporciona ao aprendiz a oportunidade de aprender de formas diferentes. No ambiente virtual de aprendizagem, ele encontrará tecnologias digitais de informação e comunicação diversas, como videoaulas, jogos interativos, vídeos, exercícios e plataformas adaptativas que, por meio da inteligência artificial, conseguem detectar as dificuldades dos alunos e tentar saná-las de modo a criar mais atividades nessas lacunas (BACICH, NETO & DE MELLO TREVISANI, 2015).

Em sala de aula, o aluno já apresenta um conhecimento prévio ao conteúdo porque utilizou as diferentes ferramentas do AVA e o professor irá trabalhar, então, com o desenvolvimento do conteúdo, trazendo exercícios, situações problema, games que auxiliem ao aluno na aplicação do conhecimento adquirido.

Um fator importante do modelo é o tempo. No estudo online, o aluno estuda no tempo dele, pausa, retorna, tenta novamente, até conseguir alcançar o objetivo da aula. Presencialmente, porém, o professor também precisa

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trabalhar com controle de tempo, para que, além do desenvolvimento do conteúdo, ele possa corrigir as atividades propostas no ambiente virtual, verificar e sanar as dificuldades apresentadas pelos alunos em sala ao desenvolverem as tarefas estipuladas (BERGMANN & SAMS,2016).

O ensino híbrido não se prende a apenas um formato. Para que seja replicado e flexível a qualquer tipo de disciplina e nível de ensino, o modelo apresenta sugestões de metodologias a serem trabalhadas, as principais são: Flex, A la Carte, Virtual Enriquecido e Rotação. Normalmente as instituições de ensino utilizam a junção de diferentes modelos para personalizar o estilo adotado (HORN, & STAKER, 2015).

O modelo Flex: iniciou-se na escola Wichita Public Schools, no Kansas – Estados Unidos. A escola iniciou um modelo de ensino híbrido focado nos alunos que necessitavam de notas para a recuperação ou nos alunos que haviam abandonado a escola. Eles contrataram uma empresa de ensino que ofertava cursos on-line para os alunos com a supervisão de professores credenciados. A escola alugou um espaço comercial, que deixou aberto aos alunos para que frequentassem no horário que julgassem ideal dentro do prazo de um ano. Nesse formato, ao final do período de um ano, os alunos realizaram cerca de mil cursos propostos por essa empresa (HORN, & STAKER, 2015).

O modelo Flex dá a liberdade para a possibilidade do ensino híbrido, e o ensino online é o alicerce do estudo, podendo encaminhar o aluno para atividades presenciais. O professor tutor estará presente no local, porém, basicamente, os alunos aprendem a maior parte do conteúdo em um espaço físico tradicional de ensino. Os alunos caminham pelo modelo Flex conforme seu desenvolvimento individual. Os professores estão à disposição presencialmente, iniciam projetos e discussões para aprofundamento do conteúdo, porém apresentam menor interação nesse modelo. Em outras palavras, a essência do ensino Flex é o estudo on-line e a autonomia do aprendiz em relação ao segmento presencial, ou os professores presenciais são apenas apoio caso os alunos necessitem (HORN, & STAKER, 2015).

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O modelo A la Carte é mais utilizado para o Ensino Médio, mas atualmente podemos perceber suas aplicações no Ensino Superior como forma de início da implantação de modelos híbridos e de ambientes virtuais de aprendizagem. Esse modelo, normalmente, é oferecido de forma complementar à sala de aula tradicional, como disciplinas optativas dentro de um curso superior, por exemplo, ou como ensino de uma língua dentro do Ensino Médio. É ensino híbrido porque o curso será realizado online, mas o aluno também precisa realizar suas outras atividades presencialmente, geralmente de forma tradicional. Diferentemente do modelo Flex, no qual o professor tutor está presente fisicamente, nesse modelo, o professor tutor está presente somente

on-line (HORN, & STAKER, 2015).

O Virtual Enriquecido retrata cursos que oferecem encontros de aprendizagem presencial, porém concebe que os alunos realizem o restante do trabalho online, no local onde eles escolherem. Alguns cursos podem ser presenciais alguns dias na semana, por exemplo, e permitem que os alunos estudem de forma independente realizando lições online em qualquer local. Outros podem personalizar como requisito a aula presencial com base no progresso do aluno; se estiver moroso, precisa ter aulas presenciais com mais frequência. Diferentemente da Sala de Aula Invertida, dificilmente o aluno encontrará com o professor todos os dias da semana. Também difere de um curso a distância, porque há a obrigatoriedade do momento presencial.

Rotação é o modelo que aparentemente mais agrada aos professores de acordo com Horn e Staker (2015) e consiste na mistura do ensino on-line associado a algum outro tipo de aprendizagem, estudo de caso, exercícios, situações problema, entre outros. Esse modelo é dividido em quatro subtipos.

(i) Rotação por estações, em que o professor forma pequenos grupos e acompanha individualmente o crescimento de cada aluno. Geralmente criam pequenas estações com níveis diferentes de atividades. O professor, previamente, estipula uma média de tempo necessária para a realização de cada nível de atividade. É possível ainda criar uma estação extra para aqueles

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alunos que apresentam maior facilidade com o conteúdo e conseguem terminar as atividades de forma mais rápida. Assim não ficam ociosos em relação aos demais colegas, podendo, inclusive, ajudá-los na explicação das atividades. O modelo facilita que o professor verifique quais são as dificuldades de cada aluno e permite uma ação imediata para a resolução da dificuldade ou uma análise para as atividades da aula seguinte;

(ii) Laboratório Rotacional é um modelo parecido com o anterior. A diferença é que o momento do conteúdo on-line é realizado na própria instituição de ensino, durante o período da aula. Esse modelo reduz o tempo do professor para a explanação de conceitos básicos em vinte e cinco por cento do tempo. No laboratório, os alunos são acompanhados por monitores e, nos outros setenta e cinco por cento do tempo em que os alunos estão com os professores, é possível trabalhar o conteúdo de forma mais crítica e com aplicações do que foi aprendido no laboratório de informática. Esse modelo faz com que o laboratório de informática das instituições se torne parte do aprendizado e não somente um mero espaço físico institucional (HORN, & STAKER, 2015).

(iii) Rotação Individual é o modelo em que, ao invés de estações rotativas, cada aluno tem a sua área individual durante todo o período em que cursar a disciplina. Eles acessam o conteúdo online na instituição em que estudam e, quando vão para a sala de aula, os professores focam em oficinas, discussões críticas, proposições de projetos e atividades práticas para estabelecer competências de contextos e pensamento crítico (HORN, & STAKER, 2015).

(iv) Sala de Aula Invertida, ou Flipped Classroom, é o modelo mais conhecido dentro dos modelos de rotação devido à maior exposição midiática. O modelo consiste em inverter a sala de aula, ou seja, a parte mais densa do conteúdo é dada online e o aluno assistirá a essa aula em casa, ou no local de sua preferência (não em sala de aula), no seu horário de estudo preferido, podendo voltar a videoaula parar anotar suas dúvidas para a sala de aula, adiantar os conteúdos de acordo com o seu tempo. Em sala, ele irá aplicar seu

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conhecimento de forma ativa, através de aulas práticas, resolução de problemas, projetos e discussões, por exemplo (BERGMANN & SAMS,2016).

Bergmann e Aaron Sams, professores de ciências na Woodland Park

High School, em Woodland Park, Colorado, foram dos primeiros professores a

trabalharem com a metodologia da sala de aula invertida. Montaram uma videoteca de aulas de química e os alunos estudavam esses vídeos em casa. Na sala de aula, eles reservavam o tempo inicial das aulas para sanar dúvida em relação ao conteúdo do vídeo. Na sequência da aula, os alunos aplicavam o conteúdo aprendido, na forma de lista de exercícios, aulas experimentais no laboratório ou projetos científicos relacionados aos temas das aulas (HORN, & STAKER, 2015).

Com o passar dos dias, os pais dos alunos estavam acompanhando as aulas, professores de escolas próximas estavam utilizando a videoteca como auxílio às aulas de química e, por fim, professores e alunos em todo o mundo tiveram acesso ao material (BERGMANN & SAMS,2016).

Os professores ficaram, então, conhecidos por serem inventores do modelo de sala de aula invertida, e dizem que, por meio dessa metodologia, conseguiram melhorar a aprendizagem dos alunos, inclusive nos temas mais complexos do estudo da química. Os autores demonstram que, via o modelo, o aluno que perdeu a aula, por motivos de saúde ou qualquer outro motivo, pode caminhar junto com a turma no conteúdo, já que a parte teórica da disciplina está disponível online e, em sala de aula, eles conseguem sanar as dúvidas relacionadas ao conteúdo (BACICH, NETO & DE MELLO TREVISANI, 2015).

Na Figura 2 é possível observar uma sintetização de como podem ser utilizadas as metodologias ativas na sala de aula invertida e as habilidades desenvolvidas pelo aluno nesse tipo de ensino, bem como o papel do professor.

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Figura 2 - Sala de Aula Invertida com Uso de Metodologias Ativas

Fonte: Schmitz (2016)

A sala de aula invertida permite ainda o trabalho de dois níveis de habilidades, como vimos na Figura 2, a sala de aula invertida permite, ainda, o trabalho de dois níveis de habilidade. É possível desenvolver as habilidades cognitivas na pré-aula de forma a conhecer o conteúdo, recordar expressões e introduzir conceitos; na aula, o aluno tem oportunidade de esclarecer dúvidas, solucionar problemas, interagir e orientar colegas, gerar discussões, elaborar projetos; na pós-aula, ele irá rever conceitos e testar o nível de conhecimento através de exercícios (SCHMITZ, 2016).

Outro foco são as habilidades socioemocionais, que proporcionam ao aluno o aprendizado autônomo, com autocontrole de tempo e espaço, comunicação, bem como motivação, autonomia, perseverança, resiliência, colaboração e criatividade, que são características exigidas pelo mercado de trabalho na bagagem de um bom profissional (SCHMITZ, 2016).

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Existem diversas maneiras de inverter a sala de aula, basta que o professor passe um texto ou um vídeo sobre o conteúdo para que o aluno leia ou assista em casa anteriormente à aula. Entretanto, para que seja de fato ensino híbrido pelo modelo de sala de aula invertida ou Flipped Classrom, é necessário seguir os quatro pilares instituídos pelo conselho diretor e os principais líderes da Flipped Learning Network (FLN) - comunidade on-line original, sem fins lucrativos. Isso é obrigatório para os educadores que estão utilizando ou para os interessados em aprender mais sobre a sala de aula invertida e as práticas de aprendizado invertidas (SCHMITZ, 2016).

A Flipped Learning Network (FLN) foi iniciada, em 2012, por pioneiros reconhecidos, como Jon Bergmann, Aaron Sams, Gudenrath April, Kristin Daniels, Troy Cockrum, Brian Bennett e outros. São seus pilares:

• Flexible Environment ou Ambiente Flexível. É necessário criar um ambiente flexível, onde os alunos decidam a melhor forma de aprendizagem, que permita interação e facilite ao professor detectar e modificar as ações para simplificar o processo para o aluno (FLIPPED LEARNING NETWORK – FLN, 2014). • Learning Culture ou Cultura de Aprendizagem. Nesse modelo,

transfere-se a responsabilidade pela instrução para o aluno. O tempo na sala de aula será utilizado para explorar tópicos com mais profundidade e como oportunidade de criar experiências de aprendizagem de maior riqueza. Tem como resultado o envolvimento ativo dos alunos na construção do conhecimento, avaliando e participando de suas próprias aprendizagens, tornando-as significativas de forma individual (FLIPPED LEARNING NETWORK – FLN, 2014).

• Intentional Content – Conteúdo Dirigido. Os professores são tidos como facilitadores do processo de aprendizado e cabe a eles a responsabilidade por selecionar o que eles precisam para ensinar e trabalhar como curadores dos materiais que os alunos irão explorar sozinhos. Dessa maneira, os professores

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utilizam o conteúdo de for a obterem o máximo de tempo efetivo de aula, adotando métodos e estratégias de aprendizagem ativa focados no aluno, segundo o seu nível e área académica (FLIPPED LEARNING NETWORK – FLN,

2014).

• Professional Educator – Educador Profissional. Os professores são peça fundamental para o processo de inversão da sala de aula, precisam estar mais atentos às demandas e às dificuldades de cada aluno. É necessário que deem retorno imediato em relação aos questionamentos e precisam aprender a lidar com o caos controlado da sala de aula. Além disso, precisam estar abertos a críticas, inovações e troca de experiências com outros professores que trabalham com essa metodologia (FLIPPED LEARNING NETWORK – FLN, 2014). No próximo subtítulo, apresentamos a revisão de literatura apresentando o estudo de levantamento das dissertações sobre o ensino híbrido e a mediação para a constituição das correlações das dimensões da mediação por parte dos professores nas disciplinas blended learning no capítulo das análises.

Para melhor compreensão dos modelos de ensino híbrido elaboramos o quadro com a metodologia, o papel do aluno e professor e alguns exemplos de aplicações para cada modelo.

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Quadro 01- Modelos de Ensino Híbrido Modelo de Ensino Hibrido Metodologia: Como se desenvolve Exemplo de Aplicabilidade da Metodologia

Papel do Aluno Papel do

Professor Mediador Flex Refere-se a cursos ou matérias em que ensino online é o alicerce da aprendizagem do aluno, mesmo que às vezes direcione os estudantes para atividades presenciais. Disciplinas que o conteúdo é completamente disponibilizado online, mas a instituição oferece um professor presencial para auxiliar o aluno. Aprendem principalmente em uma escola tradicional, física, exceto por alguma lição de casa. movem-se pelo curso Flex de acordo com suas necessidades individuais

Professor tutor está no local para oferecer ajuda e, em muitos programas, iniciam projetos e discussões para enriquecer e aprofundar a aprendizagem.

A la carte Inclui qualquer

curso ou disciplina que um estudante faça inteiramente onli ne enquanto também frequenta uma escola física tradicional. Graduação com disciplinas presenciais e oferta de curso de extensão online Os estudantes podem fazer os cursos online du rante o tempo na sala de estudos ou após a escola, além das disciplinas regulares que estão cursando na escola. O professor tutor é o professor online. Não há encontro e nem mediação presencial por parte do professor. Virtual enriquecid o Cursos que oferecem sessões de aprendizagem presencial, mas permite que os estudantes façam o resto do trabalho online, de onde eles preferirem Cursos podem ser presenciais nas terças e quintas-feiras, por exemplo, e permitem que os estudantes trabalhem de forma independente em lições online, seja na escola, seja fora dela, nas segundas, quartas e sextas-feiras Os estudantes frequentam sessões de aprendizagem presencial, mas permite que os estudantes façam o resto do trabalho online, de onde eles preferirem e que trabalhem de forma independente em lições online. O modelo de pessoal é colaborativo; embora os professores virtuais sejam os professores responsáveis pelas disciplinas, os professores presenciais fornecem uma orientação fundamental.

Rotação Qualquer curso

ou matéria em que os estudantes alternam – em uma sequência fixa ou a critério do professor – entre modalidades de aprendizagem Divide-se em rotação por estação, laboratório rotacional, sala de aula invertida e rotação individual Os estudantes alternam entre ensino online, ensino conduzido pelo professor em pequenos grupos e tarefas registradas em papel e O professor é responsável por criar a maneira de rotação, o controle do tempo em cada local e a mediação individual de acordo com a necessidade de cada aluno

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em que pelo menos uma seja online. realizadas em suas mesas Rotação por estação Ocorre dentro de uma sala de aula ou de um conjunto de salas de aula, onde são disponibilizadas estações com atividades para que os alunos desenvolvam em um determinado tempo ou por níveis de dificuldade. READ 180, voltado para estudantes do ensino fundamental ao ensino médio cujo desempenho da leitura está abaixo da proficiência, orienta os professores a iniciar e terminar cada sessão da aula com uma discussão que envolva toda a turma. Entre elas, os estudantes se dividem em grupos e alternam entre três estações. Os estudantes alternam entre ensino online, ensino conduzido pelo professor em pequenos grupos e tarefas realizadas em estações O professor é responsável por criar a maneira de rotação, o controle do tempo em cada estação e a mediação individual ou para um pequeno grupo de acordo com a necessidade de cada aluno Laboratóri o rotacional É semelhante à Rotação por Estações, mas os estudantes se encaminham para o laboratório de informática para a parte de ensino online do curso. Monitores, em vez de professores habilitados, supervisionam os estudantes durante o tempo no laboratório. Rocketship Education em San Jose, Califórnia, os estudantes passam 25% de seu dia escolar

em um laboratório de aprendizagem onde praticam habilidades básicas online. Durante os outros 75% do dia, eles permanecem em suas salas de aula tradicionais. Os estudantes aprendem de forma tradicional com os professores em sala de aula, e em laboratório de informática de forma autônoma ou auxiliado por monitores ou tutores.

Libera tempo dos professores e espaço da sala de aula, usando um laboratório de informática e uma estrutura de pessoal diferente para o componente online.

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Sala de Aula Invertida A parte mais densa do conteúdo é dada online e o aluno assistirá essa aula em casa, ou no local de sua preferência (não em sala de aula), no seu horário de estudo preferido, podendo voltar a vídeo aula, parar, anotar suas dúvidas para sala de aula, em sala ele irá aplicar seu conhecimento de forma ativa, através de aulas práticas, resolução de problemas, projetos e discussões por exemplo Uso da Khan Academy para a aprendizagem de conteúdo de biologia e em sala aplicação de projetos que utilize os conceitos estudados online. Enquanto estão na escola, os estudantes praticam resolução de problemas, discutem questões ou trabalham em projetos. O período em sala de aula torna-se um tempo para aprendizagem ativa, e não mais a aprendizagem passiva Professor responsável pela criação ou curadoria do conteúdo online, das atividades de aplicabilidade do conteúdo no momento presencial e a mediação prestada aos alunos Rotação Individual Um software, ou um professor, estabelece o cronograma de cada aluno. As Rotações Individuais são diferentes dos outros modelos de rotação porque os estudantes não rotacionam necessariament e por estações ou modalidades disponíveis; seus cronogramas diários são personalizados de acordo com suas necessidades. Desafio Nota Máxima, programa utilizado para preparar os alunos para provas de concurso, onde são enviados exercícios por disciplinas, o software do programa analisa as maiores dificuldades de aprendizado de cada aluno e enviam novos exercícios de acordo com as dificuldades analisadas. Cada estudante tem uma lista de prioridades individualizada para orientá-lo ao longo das rotações O professor aprofunda, de forma presencial, o conteúdo introduzido online e ajuda os estudantes a aplicá-lo.

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Com as funções dos alunos, do professor e do tutor definidas como no quadro podemos perceber que independente do tipo de modelo escolhido o ensino hibrido de fato mescla o ensino online com o presencial, aqui fica clara a importância da autonomia e responsabilidade dos alunos para o seu desempenho e avanço nas disciplinas e também é possível resumir a função do professor como um mediador do processo de aprendizagem em todos os modelos. A figura central do aprendizado definitivamente é o aluno.

O próximo subtítulo apresenta o estudo de levantamento das dissertações sobre do ensino híbrido e mediação para a constituição das correlações das dimensões da mediação por parte dos professores nas disciplinas blended learning no capítulo das análises.

2.3 Revisão da Literatura

Para constituir a revisão da literatura referente ao tema, utilizamos como fonte de pesquisa bancos de dissertações da Biblioteca Digital da USP, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, Plataforma Sucupira.

Para a composição da revisão, inicialmente, foi realizada a pesquisa pelas palavras chave “mediação pedagógica”, “disciplina blended learning” e “ensino híbrido”.

Nessa busca, foram encontradas 20 (vinte) dissertações no Banco Digital da USP, 89 (oitenta e nove) na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações e 944 (novecentos e quarenta e quatro) na Plataforma Sucupira. Para refinar a busca na Plataforma Sucupira foi utilizado o descritor “mediação pedagógica” que reduziu de 944 dissertações para 699 dissertações, dentre essas dissertações, apenas 11(onze) envolviam o tema na área de ensino.

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Em todas as plataformas utilizadas para a busca, ao unir os descritores “mediação pedagógica no ensino híbrido” ou “mediação pedagógica em blended learning” ou ainda “mediação pedagógica + ensino híbrido” e/ou “mediação pedagógica + blended learning” não foram encontradas dissertações que unisse os dois temas.

Após o refinamento da pesquisa foram selecionadas 05 (cinco) dissertações por atenderem aos critérios de busca por palavras-chave, pela leitura flutuante (o primeiro contato com os documentos que serão submetidos à análise) dos resumos das dissertações, pois a busca apenas com as palavras-chave apresentou um leque de dissertações que não possuem relação com o tema da pesquisa, devido ao descritor “mediação pedagógica” ser pouco

Quadro 02- Dissertações

Autor Títulos Ano

1

OSMUNDO Uma metodologia para a educação superior baseada no ensino híbrido e na aprendizagem ativa.

2017

2 FERMOZELLI Estratégias de Blended Learning (ensino híbrido) no

ensino de patologia geral em um curso de medicina.

2016

3

CANNATÁ

Ensino híbrido na educação básica: narrativas docentes sobre a abordagem metodológica na perspectiva da personalização do ensino 2017 4 GOMES Utilização da metodologia

Blended Learning na disciplina

introdução em Engenharia Elétrica. 2013 5 BESSA A importância da mediação ao pensar um novo modelo de tutoria

2017

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específico, as dissertações escolhidas são ilustradas no Quadro 01 – Dissertações que está organizado segundo a ordem de citação de cada autor pesquisado (BARDIN, 2011).

A dissertação de Osmundo (2017), na qual discute que o ensino das disciplinas blended learning envolve dois tempos de estudo, um momento que exige autonomia dos alunos para estudar sozinho acompanhado das tecnologias digitais de informação e comunicação e outro momento onde há presença do professor e colegas com foco no aprendizado é coletivo:

O ensino híbrido é um modelo de educação formal que se caracteriza por mesclar dois modos de ensino: o on-line, em que geralmente o aluno estuda sozinho, aproveitando o potencial de ferramentas on-line, estas inclusive podem guardar dados individuais dos alunos sobre características gerais dos seus momentos de estudo, como acertos, erros, correções automáticas de suas atividades, tempo total de estudo, conteúdo estudado, dentre outros; e o off-line, momento em que o aluno estuda em grupo, com o professor ou com colegas, valorizando a interação e o aprendizado coletivo e colaborativo (OSMUNDO, 2017 p.18).

Para tanto, a autora explica que:

Aplicando essa metodologia, os estudantes desenvolvem senso de atuação e propriedade no próprio progresso, sendo capazes de conduzir a própria aprendizagem em um ritmo individual, não apenas pela aquisição do conteúdo, mas pelo aprendizado do conhecimento que poderá ser desdobrado em várias possibilidades além da seara laboral (OSMUNDO, 2017 p.18).

Dando sequência a contextualização dos estudos autónomo dos alunos, Fermozelli (2016), destaca o papel do professor como peça fundamental para o suporte ao aluno, bem como a mediação afetiva do professor em reconhecer e trabalhar as dificuldades dos alunos nesse modelo de ensino relacionando ainda a importância dos dois tempos de estudo, o online e o presencial:

[...] nessa abordagem pedagógica tanto o momento a distância quanto o momento presencial são extremamente importantes e interdependentes; o ensino virtual não substitui o presencial, ou vice-versa. Os alunos precisam reconhecer que são estudantes, que precisam buscar informações e construir o conhecimento. Para tanto, necessitam modificar a postura de receptores de informação e tornarem-se críticos e atuantes. Ao mesmo tempo, os docentes devem reconhecer as

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necessidades e deficiências dos alunos, buscando guiá-los para um aprendizado eficiente e significativo (FERMOZELLI,

2016, p.18).

Para que seja possível uma mediação efetiva na busca de guiar os alunos a um aprendizado eficiente, a pesquisa de Cannatá (2017) ressalta as falas de professores que trabalham no ensino híbrido, sendo um dos pontos de destaque, o planejamento mais exigente e cansativo para o planejamento da aula presencial, mas em contrapartida o momento sala de aula é mais prazeroso:

Na sala de aula, a gestão do tempo deve ser muito bem dimensionada para que o aluno possa realizar as atividades propostas com tranquilidade, e para que o professor tenha tempo de sobra para fazer as observações, mediações e intervenções que sentir necessidade. A implementação da metodologia do ensino híbrido requer uma gestão capaz de identificar, avaliar, validar, organizar e disseminar ações pertinentes e motivadoras que permitam que o professor a coloque em prática. É preciso criar uma cultura híbrida como expressão da identidade escolar (Cannatá, 2017 p. 123). Cannatá (2017), faz um apanhado geral dos conflitos e necessidades do professor no ensino com o uso das TDIC e demonstra a preocupação na formação continuada desse profissional para que ele se encaixe no novo modelo de ensino híbrido no qual ele é a figura do mediador e não mais o único detentor do conhecimento. Sendo assim, para a autora é necessário:

O professor, ao reconfigurar os espaços de aprendizagem, reconfigura seu papel, que por consequência passa a ser o de atuar como um mediador e problematizador na construção do conhecimento, e não como um transmissor de conhecimento ou um orador em aulas expositivas. O professor deve assumir o papel de um educador atuante e, por isso, "deve ser um dirigente, um organizador e um criador de acontecimentos” (CANNATÁ, 2017 p. 40).

Em igual sentido, Gomes (2013) reforça em seus estudos que o professor passa a ser um coordenador ou um mediador ao orientar o aluno a escolher a melhor ferramenta tecnológica para mediar seu aprendizado:

[...]professores que assumem o papel de mediador / coordenador permitindo que o aluno tenha autonomia para definir qual a ferramenta / recurso tecnológico para desenvolvimento do aprendizado colaborativo[...] (GOMES; 2013 p.30).

(38)

Pensando no processo da mediação do professor no modelo de disciplinas blended learning, existem diversas diferenças e principalmente exigências em relação ao professor, iniciando na formação do docente via gestão para que trabalhe no modelo, é necessário que o professor tenha que pensar na aula além de quatro paredes, que envolve ao menos dois momentos diferentes de aprendizado, o momento do aluno que normalmente é acompanhado por TDIC e que exige autossuficiência dele e o momento sala de aula no papel de mediador desse aluno, muitas vezes também utilizando TDIC e por fim, pensar nos tempos desses momentos.

Segundo Bessa (2017), a mediação no ensino híbrido é o caminho para a motivação do desenvolvimento do aluno para sua formação profissional e social

Portanto, identificamos que o aluno não só constrói conhecimento com as mediações do professor e do tutor, mas também por meio do acesso às informações contidas nos ambientes virtuais de aprendizagem e a mediação realizada possui um papel de grande importância para o sucesso do acadêmico. A mediação é a via pela qual a comunicação se torna essencial no processo de aprendizagem. Por meio da interação social e de ferramentas tecnológicas, ela viabiliza a prática pedagógica e a propagação do conhecimento, motivando o desenvolvimento, profissional e social do aluno (BESSA, 2017 p.34).

As pesquisas mencionadas apresentam relação com a investigação proposta nesta pesquisa no que se refere ao papel do professor no modelo de ensino híbrido e a importância da mediação pedagógica, operacional, afetiva e tecnológica do professor em sala de aula, contribuindo para a fundamentação teórica deste estudo.

No próximo capítulo apresentamos a metodologia para o embasamento dessa pesquisa.

(39)

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Neste capítulo apresentamos o percurso metodológico do estudo, tipificando a pesquisa, destacando suas características e o método de investigação. Elencamos as peculiaridades a partir do objeto de pesquisa, delimitamos o campo de estudo e os participantes envolvidos na investigação. Além de estabelecermos os critérios de inclusão e exclusão dos participantes; definimos os procedimentos e instrumentos de coleta de dados, bem como destacamos as categorias de análise e interpretação dos dados.

3.1 Tipo de metodologia

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, baseada nas cinco características de uma pesquisa qualitativa de acordo com Bogdan e Bilklen, (1994). A seguir ressaltamos tais características;

Primeira característica:

• Na investigação qualitativa a fonte direta de dados é o ambiente natural, constituindo o investigador e o instrumento principal, na qual o e os investigadores da pesquisa qualitativa frequentam o local da pesquisa.

Segunda característica:

• A investigação qualitativa é descritiva, a fonte da pesquisa qualitativa são palavras ou imagens, sendo a transcrição uma forma de pesquisa qualitativa de acordo com os autores. Terceira característica:

• Os investigadores qualitativos interessam-se mais pelo processo do que simplesmente pelos resultados ou produtos. Quarta característica:

• Os investigadores qualitativos tendem a analisar os seus dados de forma indutiva, segundo o autor os investigadores baseiam suas análises em teorias fundamentadas.

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• O significado é de importância vital na abordagem qualitativa, de acordo com os autores os investigadores qualitativos preocupam-se com aquilo que se designa por perspectivas participantes.

A pesquisa encaixa-se em todas as características apontadas pelos autores conforme ilustrado na Figura 03:

Figura 3- Correlação das características desta pesquisa com Bogdan e Bilklen, (1994).

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

3.2 Contexto da Pesquisa

A seguir apresentaremos a instituição e o curso investigados, bem como os participantes da pesquisa.

3.2.1 Instituição Investigada

A pesquisa foi desenvolvida em uma instituição de Ensino Superior localizada em uma região administrativa do Distrito Federal: Taguatinga, que possui uma população estimada de 223 mil habitantes, fica próxima da maior região administrativa do Distrito Federal e de algumas cidades do estado de

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Goiás como Águas Lindas e Santo Antônio do Descoberto. Sendo a população de todas as regiões citadas o público alvo da instituição.

Os cursos atualmente ofertados se concentram nas áreas humanas e da saúde, em bacharelados e licenciaturas. A pós-graduação é ofertada nas modalidades presenciais e a distância, nas áreas de humanas e saúde. Seu público é formado, na maioria, por alunos de diferentes condições e origem social.

As disciplinas ofertadas nos cursos presenciais dividiam-se em disciplinas presenciais e disciplinas interativas. As disciplinas presenciais eram ministradas pelos docentes na instituição, tendo como base um plano de ensino comum a toda a rede, que poderia ser adequado pelo professor de acordo com as necessidades da profissão para a região de inserção da instituição.

Atualmente as disciplinas presenciais são classificadas em dois tipos, AMI – Aula Modelo Institucional e AMP – Aula Modelo Professor e seguem o modelo de sala de aula invertida. As disciplinas AMP possuem todo o conteúdo do AVA, livro didático, plano de ensino, web aula, pré aula e pós aula. As disciplinas AMP, o professor posta no AVA todo o conteúdo que será utilizado na disciplina, no formato de pré aula, aula e pós aula.

Com a assimilação da IES - instituição de ensino, por um grupo educacional o novo modelo adotado pelo grupo foi o KLS – Kroton Learning

System que tem o objetivo de trabalhar com a Aula Modelo em que se adota

dois tipos de disciplinas além das presenciais, as disciplinas semipresenciais e as interativas, buscando maximizar a eficácia das atividades em sala de aula. Estruturar o tempo fora da sala de aula para o benefício de aprendizagem, criar e manter a parceria entre alunos e professores.

As disciplinas semipresenciais ou as disciplinas interativas – DIs adotadas apresentam dois formatos de execução, a depender da estrutura de carga horária da disciplina:

- Disciplina interativa – DI: disciplina composta por um conjunto de atividades proporcionais à carga horária semestral de acordo com o curso. Os conteúdos são

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definidos nos planos de ensino de cada disciplina. Para esse formato, o aluno possui um cronograma de atividades virtuais, a serem realizadas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), e uma agenda presencial, composta pela realização de avaliações na instituição. No AVA, o aluno tem acesso a um material institucional estruturado com elementos que viabilizam o seu aprendizado: Web Aula, livro didático interativo e atividades diagnósticas e de aprofundamento. Para suportar o desenvolvimento do aluno, tem-se a participação de atores que acompanham e o orientam durante o seu percurso na disciplina. São eles: o tutor, a quem compete a mediação do processo de ensino-aprendizagem; o coordenador de curso, que faz o acompanhamento das atividades presenciais obrigatórias realizadas pelo aluno. Cada um com papéis e atribuições específicas, definidas no regulamento e manual do aluno, disponibilizado no AVA.

- Disciplina Interativa Blended – DIB: disciplina híbrida, com elementos presenciais e interativos, na qual parte do conteúdo é ofertada via material didático institucional, no AVA, e a outra parte do conteúdo e/ou componente prático é ofertada em espaços específicos na instituição. Para suportar o desenvolvimento do aluno, tem-se a participação de atores que acompanham e o orientam durante o seu percurso na disciplina. São eles:

O tutor, responsável por acompanhar as atividades no AVA do processo de ensino e aprendizagem, tendo como principais atribuições: Auxiliar os alunos nas atividades do AVA, acompanhando e dando as orientações necessárias a sua realização; Mediar todas as dúvidas relacionadas ao conteúdo teórico, respondendo questionamentos e dúvidas relacionadas às atividades; Colaborar para a melhoria de desempenho no processo de

Referências

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