CARNEIRO HIDRÁULICO COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM EM OFICINA PARA TÉCNICOS EM AGROPECUÁRIA
Autores: Sofia TONI¹, Danieli Cristina de SOUZA², Roselaine vieira SONEGO³.
Identificação autores: ¹Licencianda em Ciências Agrícolas- IFC Araquari, ²Docente Licenciada em Ciências Agrícolas- IFC Araquari, ³Pedagoga
Introdução
Para que uma propriedade rural funcione corretamente é necessário que seus componentes de produção, infraestrutura, recursos financeiros e humanos estejam em sintonia.. No sistema de produção, um elemento indispensável é a utilização de água para as tarefas corriqueiras, deste modo, um equipamento necessário são aqueles que elevam a água até a propriedade e distribuem. A fim de proporcionar o conhecimento com alternativas que elevem a água até a propriedade e faça a sua distribuição, de forma eficiente com o baixo custo de implantação e baixa manutenção, explora-se a construção e uso do carneiro hidráulico, como uma ferramenta que atende essas exigências e não necessita de energia elétrica para a sua funcionalidade se tornando viável para propriedades afastadas das fontes (Peixoto e Luchese, 2015).
Desta maneira, ao analisar a importância da aproximação da teoria com a prática, principalmente para alunos do ensino médio técnico em agropecuária, utiliza-se de metodologias como a elaboração de oficinas que oferece uma oportunidade única para sistematizar o saber teórico, a partir da construção dos seus conhecimentos na referida temática (Nogueira e Dickman, 2009). Uma vez que realizaram atividades práticas, dinamizadas que consigam absorver o conteúdo e dar significância técnica para sua futura atuação profissional e socioambiental a partir dos valores construídos ao desenvolver uma tecnologia acessível e compatível com as distintas realidades do meio rural
Partindo da integração necessária entre os saberes técnicos do equipamento Carneiro Hidráulico e suas aplicabilidades, objetiva-se descrever um relato de experiência vivenciada com os alunos dos primeiros anos do técnico em agropecuária integrado ao ensino médio, a fim de verificar a significância desde conteúdo a partir da
metodologia aplicada para o aprendizado dos mesmos, através de auto avaliação da oficina ministrada sobre Carneiro Hidráulico.
Material e Métodos
Os dados mencionados estão embasados em um primeiro momento pela ação de levantamento de referenciais teóricos Neto (1969), Nogueira e Dickman (2009), Silva (2007), Rojas (2002), Abate e Botrel (2002) e Ortiz e Brenelli (2012) e por se tratar de um estudo qualitativo e de elaboração de elementos didáticos para a área agrícola, foram construídos esquemas de funcionamento em proporção de cartolinas do carneiro hidráulico e também um protótipo utilizando os seguintes materiais: conexões simples como niples, Ts e um conector de mangueira e os mais sofisticados que é a válvula de retenção e a válvula de impulso. Para que ocorra o funcionamento do carneiro hidráulico acontece nele um princípio físico que deve ser compreendido pelos estudantes do curso técnico agrícola e ou por agricultores que venham utilizar o carneiro hidráulico.
Após a confecção do protótipo para o uso na oficina em sala de aula da instituição do IFC-Câmpus Araquari o Programa de Iniciação a Docência-PIBID proporcionou aos licenciados participantes do referido programa que ministrassem oficinas para os alunos do Técnico em Agropecuária da instituição. A elaboração da especifica oficina foi baseada no funcionamento e em como se pode utilizar o equipamento nas propriedades agrícolas, mostrando a importância e vantagens do carneiro hidráulico, em prol a promover a interdisciplinaridade do equipamento com as matérias ofertadas no curso integrado. A construção do protótipo torna-se um instrumento didático e de fácil manejo a sala de aula, materializando o que estava a nível conceitual.
Resultados e discussão
A construção de um protótipo de um carneiro hidráulico possibilita apropriação dos conceitos teóricos porque trata de aprender fazendo, aprender em ação por meio de observação real dos conceitos físicos e agrotécnicos nele envolvidos, logo o aprendiz demonstra sua apropriação conceitual ao demonstrar o conhecimento e
habilidades adquiridos durante a execução do protótipo, além de que a aprendizagem por meio de construção de protótipo também favorece o nível motivacional.
A escola é um promotor de conhecimento e motivação segundo Ortiz e Bartelli (2012), e essa motivação se dá através das interações sociais que acontecem na escola, seja com os outros alunos e professores, e essas interações acabam tendo relação direta com o aprendizado. Cunha (2014) nos aponta também que as relações afetivas vivenciadas com o mediador da disciplina forem satisfatórias para o aluno, os mesmos se sentirão mais confiantes e aptos, isso tem relação direta com a motivação de aprender e a motivação de querer montar um equipamento prático que eles mesmos vão poder mostrar aos produtores rurais e a outras pessoas onde vão trabalhar e será um conhecimento que vão levar junto, pois eles montaram o equipamento e com isso a chance de lembrarem é bem maior do que apenas um conteúdo que foi mostrado em sala de aula, segundo os alunos.
Com isso, a avaliação sobre como foi ministrado a oficina se deu a partir de um questionário, para ver como eles tinham aprendido em relação do que tinha sido ministrado, que foram entregues aos alunos que assistiram a oficina, nesse questionário continha os seguintes itens: a) nível de aprendizado sobre o conteúdo ministrado; b) avaliação comparativa da aprendizagem em sala aula convencional com o modelo de oficina; c) avaliação dos conteúdos aprendidos no formato de oficina e das razões dessa aprendizagem. Posteriormente os resultados obtidos foram analisados, avaliados e apontaram: sobre seu nível de aprendizagem no geral sobre os conteúdos ministrados foi de 91,7%. Sobre o seu nível de aprendizagem na oficina em relação a sala de aula foi 72,2% e já a avaliação para a oficina a média das notas foi de 92,3%. Para os conteúdos aprendidos a média do resultado foi que 49% dos alunos apresentaram a prática como um fator para melhor aprendizagem o que facilita entender os conceitos teóricos e 29% dos alunos informaram que essa forma de ensino prende a atenção, é dinâmico e facilita a compreensão. Outras informações observadas é que amplia a interação dos alunos com os conteúdos ministrados, onde encontram uma aplicação concreta da física para que possam melhorar se desempenho nas aulas e mostrar participação e curiosidades aos alunos.
Diante desses dados, observou-se que teorias educacionais que defendem um processo ensino aprendizagem que usa procedimentos práticos e concretos na apropriação conceitual, ou que advogam a necessidade de uma aprendizagem significativa e colaborativa que valoriza os processos de interação são valorizadas pelos estudantes.
Conclusão
Com isso concluímos que segundo os resultados obtidos, os alunos tiveram um melhor aprendizado. Cerca de 80% se declaram que conseguiram aprender bem com a oficina e cerca de 20% não tiveram um posicionamento a respeito. Não somente os alunos tiveram um aprendizado, quem ministra a oficina e até os seus professores que acompanharam os licenciados e os alunos em sala de aula também puderam aprender, por meio da integração de conteúdos técnicos e do ensino das disciplinas regulares, a fim de dar significância na aplicação de conhecimento,
Esta oficina foi de grande valia para os acadêmicos que estão inseridos no programa PIBID, pois mobilizou as competências professorais e o desejo de estar em sala de aula, junto aos estudantes e os professores dos alunos do curso técnico.
Referências
ABATE, C.; BOTREL, T. A. Carneiro hidráulico com tubulação de aço galvanizado
e em PVC. (Online) Scientia Agricola. Piracicaba, v.59, n.1, p. 173-203, Jan./mar.,
2002.
CUNHA, M.I. A relação Professor-Aluno. Repensando a didática/IIma Passos Alencastro Veiga (Coord.).- 29° ed.- Campinas, SP: Papirus, 2014. p. 149-159.
NETTO, J.M.A. Manual de aparelhos de bombeamento de água. In: ZAMBEL, A.R. USP/EESC, São Carlos, Cap 10, p. 183-200, 1969.
NOGUEIRA, A.L.F.S.; DICKMAN, A.G. Ensino de física a estudantes de
agronomia: contextualização nas aulas práticas. XVIII Simpósio Nacional de Ensino
OSTI, A.; BRENELLI, R. P.. Analise comparativa das representações de alunos e
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PEIXOTO, H.D.; LUCHESE, T.C. Estudo sistemático do Carneiro Hidráulico: Uma
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ROJAS, R.N.Z. Modelagem, otimização e avaliação de um carneiro hidráulico. Tese (Doutorado em agronomia) – Escola Superior de agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2002.
SILVA, A.O.; REIS, M. Elaboração de elementos didático de física integrados ao
ensino técnico em agropecuária da EAFSC. II Congresso de Pesquisa e Inovação da