a esta tribuna para destacar e parabenizar um homem que é exemplo de trabalho e determinação em favor do cooperativismo e da agricultura brasileira.
Falo de José Oswaldo Galvão Junqueira, o “Maninho” dos que têm o privilégio de conhecê-lo e de com ele trabalhar. Atualmente presidindo a Cooperativa dos Agricultores da Região de Orlândia (Carol) e a Cooperativa Central de Crédito Rural do Estado de São Paulo (Cocecrer-SP), sua conduta se pauta sobretudo pela lucidez, pela clareza acerca da realidade, das possibilidades e dificuldades do setor agrícola.
Suas administrações buscam promover uma ação solidária entre o cooperativismo de produção e o de crédito, principalmente em regiões de agricultura diversificada.
Nesse sentido, tem-se mostrado incansável na luta pela integração dos cooperados, por meio da conscientização, do melhoramento tecnológico e da busca de novas alternativas.
À frente da Carol e da Cocecrer-SP, tem lutado de forma incansável para conscientizar o maior número possível de produtores rurais sobre a importância do cooperativismo de crédito.
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7 3E9 B B C 7 51De maneira obstinada, defende a instalação de um círculo virtuoso, em que os recursos da comercialização sejam aplicados nas cooperativas de crédito, para que o dinheiro obtido na venda de um produto possa financiar a produção de outro e vice-versa.
Essa ação, nobres Colegas, exige conhecimento da realidade e discernimento para descortinar as aparências, analisar as dificuldades e projetar soluções.
José Oswaldo Galvão Junqueira possui essas qualidades, nobres Colegas.
Prova disso é a excelente matéria “A realidade da economia nacional”, veiculada no informativo de novembro da Carol.
Ali, Senhor Presidente, há uma brilhante e necessária reflexão: por trás das aparências, há verdades preocupantes. Como exemplo, a matéria cita o valor do salário-mínimo e demonstra que a sua valorização não é real.
Com absoluta transparência, o autor esclarece que, de fato, o salário mínimo atual, de 300 reais, ultrapassou a casa dos 100
dólares e que, no início de 2003, os 200 reais do mínimo
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correspondiam a menos de 60 dólares. Mas lembra que é preciso ter claro o que isso significa, que é necessário ver além das aparências.
Naquela época, o dólar estava cotado a R$ 3,54; hoje, a moeda americana vale cerca de R$ 2,20. Usando como parâmetro a moeda americana, naquela época, a gasolina custava cerca de 60 centavos; hoje, custa mais de um dólar.
Para se ter uma idéia da dimensão do problema, basta verificar que o agricultor brasileiro plantou no ano passado com o dólar na casa dos R$ 3,20 e colheu com a moeda valendo cerca de R$ 2,20. Houve forte descapitalização, e as previsões para a próxima safra não são das melhores. Estima-se que haverá menos tecnologia e menos investimentos em insumos e que a colheita não deverá ultrapassar os 110 milhões de toneladas de grãos, o que significa uma baixa de R$ 17 bilhões em nossa balança comercial.
Como se vê, as aparências escondem, na verdade, a crise provocada pela sobrevalorização do real. Uma crise que penaliza sobremaneira o setor agrícola, nobres Colegas.
Por outro lado, a matéria alerta que a inflação está sob controle, mas à custa de taxas de juros escorchantes, o que afeta os
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7 3E9 B B C 7 51setores produtivos, tirando-lhes recursos imprescindíveis para investir na produção.
Não há dúvida de que o setor exportador agrícola do Brasil, em grande parte responsável pelo número recorde do superávit comercial do país, já começa a dar sinais de sofrimento, e a crise, Senhor Presidente, não demora a chegar às prateleiras dos supermercados, aos preços dos alimentos.
A atual política econômica, nobres Colegas, só favorece o empresário estrangeiro e o capital especulativo. Por trás das aparências, é preciso ter claro que “não é por esse caminho que se sustenta a economia nacional. Nem é com falácia que se garante o desenvolvimento e o bem-estar da população”.
Portanto, nobres Colegas, é preciso estar alerta para que as aparências não nos enganem.
Reitero meus cumprimentos a José Oswaldo Galvão Junqueira, por sua atuação frente à Carol e à Cocecrer-SP. Seguramente ela tem sido determinante para o êxito do trabalho de seus cooperados, a despeito da grave crise por que passa a agricultura nacional.
*73E9BBC751*
7 3E9 B B C 7 51Parabenizo-o, sobretudo, pela forma lúcida com que percebe e analisa as grandes questões nacionais e pela manifestação clara dessas idéias, que tanto contribuem para esclarecer e conscientizar todos os que lêem ou ouvem suas palavras. A matéria que citei neste pronunciamento é exemplo disso.
Era o que tinha a dizer, Senhor Presidente. Muito obrigado.