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Benefícios do exercício físico aos indivíduos com doença de Parkinson

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Academic year: 2021

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BENEFITS OF PHYSICAL EXERCISE FOR INDIVIDUALS WITH PARKINSON’S DISEASE

Fabiana da Rosa Tavares

Resumo: A Doença de Parkinson (DP) é descrita como uma enfermidade neurológica

degenerativa, crônica e progressiva, desencadeada pela perda de neurônios do Sistema Nervoso Central (SNC), responsáveis pela produção e liberação da dopamina, um neurotransmissor importante para o controle dos movimentos. Acomete em geral pessoas idosas, sendo a maioria a partir dos 50 anos de idade. Entre os sintomas da doença destacam-se: o tremor de repouso, lentidão dos movimentos, rigidez muscular, entre outros. Sendo assim, o estudo buscou através da revisão bibliográfica, verificar os benefícios de diferentes programas de Exercícios Físicos para pessoas com DP, bem como as características clínicas, epidemiológicas e sociais. As consultas se limitaram a produção científica dos últimos dez anos, publicadas no idioma português. As principais intervenções apresentadas foram: a hidroginástica, o treinamento resistido, o treino de marcha, exercícios isométricos e respiratórios, Pilates e Teste de 1RM. Foi possível concluir com esse estudo que o tratamento medicamentoso aliado ao exercício físico, pode controlar e amenizar os sintomas da DP, bem como melhorar a qualidade de vida desses indivíduos. Cabe ao profissional de Educação Física identificar as diferentes características de cada indivíduo e fazer valer a sua atuação no tratamento da DP.

Palavras-chave: Exercício Físico e Doença de Parkinson.

Abstract: Parkinson's disease (PD) is described as a degenerative, chronic and progressive

neurological disease, triggered by the loss of central nervous system (CNS) neurons responsible for the production and release of dopamine, an important neurotransmitter for movement control. It usually affects older people, being the majority from the 50 years of age. Among the symptoms of the disease are: rest tremor, slow movements, muscle stiffness, among others. Thus, the study searched through the bibliographic review, verify the benefits of different Physical Exercise programs for people with PD, as well as clinical, epidemiological and social characteristics. The consultations were limited to the scientific production of the last ten years, published in the Portuguese language. The main interventions presented were: water aerobics, resistance training, walking training, isometric and respiratory exercises, Pilates and 1RM Test. It was possible to conclude from this study that the drug

Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso de Educação Física Bacharelado da Universidade do

Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel, 2019. Orientador: Profª. Ana Cristina Mendes da Silva, Msc. Tubarão, 2019.

 Acadêmico do curso de Educação Física Bacharelado da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul. E-mail: fabiana.rosa@unisul.br.

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treatment combined with physical exercise can control and ameliorate the symptoms of PD, as well as improve the quality of life of these individuals. It is up to the Physical Education professional to identify the different characteristics of each individual and to assert their performance in the treatment of PD.

Keywords: Physical Exercise. Parkinson's Disease.

1 INTRODUÇÃO

A doença de Parkinson (DP) foi descrita pela primeira vez por James Parkinson em 1817, a DP ocorre em uma pequena parte do cérebro chamada de substância negra. A DP é uma enfermidade neurológica degenerativa, crônica e progressiva, que acomete em geral pessoas idosas. Essa doença é desencadeada pela perda de neurônios do Sistema Nervoso Central (SNC) em uma região conhecida como substância negra, sendo estes neurônios responsáveis pela produção e liberação da dopamina, um neurotransmissor importante principalmente para o controle dos movimentos. Quando 70 a 80% da substância negra estão deterioradas, ocorre uma grande redução dos níveis de dopamina na região dos núcleos da base, desencadeando os principais sinais que são o tremor de repouso, a bradicinesia ou lentidão dos movimentos, a acinesia ou rigidez muscular e a hipocinesia ou diminuição da amplitude de movimentos, além das alterações posturais e na marcha (MENESES; TEIVE, 2003). Como consequência dessa desordem motora, indivíduos com a DP apresentam desequilíbrio postural, diminuição das capacidades funcionais e alta incidência de quedas (CHRISTOFOLETTI et al., 2006).

As células do nosso cérebro morrem o tempo todo, entretanto na DP esse decréscimo acontece mais rapidamente. Muitos pesquisadores tentam sugerir respostas para essa degeneração desordenada. Dentre as possibilidades estão o envenenamento do meio ambiente (principalmente os pesticidas utilizados em zonas rurais), o uso desordenado de determinados medicamentos que podem desencadear a perda das células dopaminérgicas, a diminuição de substâncias protetoras no cérebro, bem como as causas genéticas (OXTOBY; WILLIANS, 2000).

A DP é de difícil diagnóstico e na maioria das vezes já está presente há muito tempo antes da sua descoberta definitiva. O diagnóstico da DP é realizado por exclusão, utilizando testes motores e não motores específicos para este fim. Em alguns casos são realizados exames de neuroimagem, como tomografia computadorizada, ressonância magnética, dentre outros, a fim de certificarem-se de que o indivíduo não possui nenhuma

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outra doença neurológica. O diagnóstico da doença baseia-se na história clínica e nos resultados dos exames neurológicos (OXTOBY; WILLIAMS, 2000).

A DP não é contagiosa, trata-se de uma doença degenerativa, que pode afetar qualquer indivíduo, independentemente de sexo, raça, cor ou classe social. Entretanto, é uma doença que afeta principalmente a população idosa. A maioria dos indivíduos tem os primeiros sintomas geralmente a partir dos 50 anos de idade, existindo casos raros de aparecimento da doença por volta dos 40 anos ou até mesmo aos 21 anos (GUIMARÃES, 2011; OXTOBY, 2000; POMPEU et al., 2008). De acordo com dados da Associação Brasileira de Parkinson 2% dos indivíduos com mais de 65 anos têm a doença, dos 65 aos 69, 2,3% a 2,8% apresentam a doença e dos 85 aos 89 anos a prevalência é de 2,8% a 4,8%. No Brasil, estima-se que em torno de 200 mil indivíduos sofram com a doença, segundo a OMS.

Segundo TEIVE (2000) a DP possui uma evolução progressiva e irreversível, podendo ser avaliada em 5 estágios de gravidade segundo a escala de Hoehn & Yahr (HOEHN;YAHR ,1967): estágio 1, a doença é unilateral; estágio 2, envolvimento bilateral e axial, estágio 3, comprometimento do equilíbrio; estágio 4, apresentação de incapacidades graves; estágio 5, o indivíduo necessita da utilização de cadeira de rodas ou está confinado ao leito.

O controle dos sintomas da DP se faz através do tratamento farmacológico, não farmacológico e cirúrgico. O tratamento farmacológico é indicação obrigatória e visa o controle dos sintomas, pois nenhuma abordagem farmacológica impede completamente a progressão da doença. Entretanto, com o passar do tempo e a consequente progressão da doença, o efeito do medicamento diminui e maiores dosagens são necessárias para a continuidade do tratamento. Como consequência, os indivíduos passam a apresentar flutuações motoras e discinesias (movimentos involuntários) – efeitos colaterais ao tratamento farmacológico de longa duração (OBESO; OLANOW; NUTT, 2000).

Atualmente, associadas ao tratamento farmacológico, algumas cirurgias, a fisioterapia, a terapia ocupacional, a fonoaudiologia, e as atividades físicas, têm sido utilizadas como forma de amenizar os sintomas da DP. Combinados, estes tratamentos auxiliam de maneira significativa e expressivamente na melhora da qualidade de vida dos pacientes (OXTOBY; WILLIAMS, 2000; OLANOW; STERN; SETHI, 2009; TEIXEIRA-ARROYO; SANTOS; GOBBI, 2013).

Além disso, tem sido relatado que a instabilidade postural é resistente ao tratamento farmacológico (BLOEM et al., 2001). Assim pesquisadores têm buscado por

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intervenções não farmacológicas que, associadas ao uso de medicamentos, possam contribuir para a melhora da qualidade de vida de pessoas com DP.

A fisioterapia é amplamente utilizada no processo de reabilitação neurológica, procurando retardar ou impedir a perda de habilidades gerais e incapacidade. Na DP, o tratamento fisioterapêutico tem como objetivo manter o máximo nível de mobilidade, atividade e independência do paciente, promovendo assim melhor qualidade de vida para os mesmos (GOULART et al., 2005).

Programas de exercícios físicos representam uma estratégia de intervenção não farmacológica de grande destaque na literatura. Estudos apontam que o exercício físico tem efeito positivo no processo de controle de evolução da doença, auxiliam o desenvolvimento da função pulmonar, aumentam a força muscular, melhoram o equilíbrio e a marcha auxilia na autoestima e na confiança do paciente (OXTOBY; WILLIAMS, 2000). As atividades devem sempre ser apropriadas de acordo com a capacidade de seus praticantes e orientadas por um profissional capacitado (OXTOBY; WILLIAMS, 2000). A progressão da DP é variável e desigual entre os pacientes e isso deve ser considerado na prescrição de exercícios físicos. Os programas de atividade física desenvolvidos ou aplicados para pessoas com DP incluem caminhada em terrenos irregulares como montanhas (LÖKK, 2000), a caminhada em esteira (MIYAI et al., 2000; POHL et al.,2003), o fortalecimento muscular, especialmente de membros inferiores (BRAGA et al., 2003; GOULART et al., 2005; SCANDALIS et al.,2001), a dança e estímulo da corporeidade ( SIQUEIRA, VIEIRA,2005; HACKNEY , EARHART, 2009), os trabalhos com dicas auditivas visuais e somatossensoriais (ALMEIDA, 2010; MARK et al., 2008; NOCERA et al.,2009; RIDGEL et al., 2009; SAGE ;) e os exercícios multifuncionais (PEREIRA et al., 2012; TANAKA et al., 2009; VITÓRIO et al.,2011).

É importante destacar que ainda não existe um consenso sobre qual tipo de exercício apresenta os maiores benefícios para as pessoas com DP.

Assim, pretendeu-se com este estudo através de uma revisão bibliográfica verificar os benefícios do exercício físico aos indivíduos com a DP. Descrevendo os benefícios que o exercício físico traz aos indivíduos com a DP e expressar a importância do profissional de Educação Física no tratamento e prescrição de exercícios para esta população.

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1.1 METODOLOGIA

Esta pesquisa foi caracterizada como descritiva do tipo bibliográfica. Foram incluídos artigos científicos e livros específicos referentes à Doença de Parkinson aliada ao Exercício Físico e, excluídos os artigos de revisão, dissertações, teses, artigos de Fisioterapia e artigos com animais. As consultas se limitaram a produção científica dos últimos dez anos, publicadas no idioma português, nas bases de dados do Lilacs, Bireme, e MedLine. Foram encontrados através das palavras chaves: Doença de Parkinson e Exercício Físico, um total de (N=9) artigos no Lilacs, onde foram excluídos (N=2) artigos de fisioterapia; (N=7) artigos no Bireme e (N=7) artigos no Medline, onde a quantidade de artigos achados era duplicada para todas as bases, sendo selecionados (n=7) artigos para esta pesquisa. A TABELA 01 abaixo apresenta a descrição metodológica da pesquisa.

TABELA 01 – Descrição metodológica da seleção dos artigos para a revisão. Bases de Dados Artigos encontrados

e selecionados

Artigos duplicados Artigos excluídos

BIREME (n=7) artigos (n=7) artigos (n=0) artigos

MEDLINE (n=7) artigos (n=7) artigos (n=0) artigos

LILACS (n=9) artigos (n=7) artigos (n=2) artigos de

fisioterapia

Total de artigos (n=7) artigos (n=7) artigos (n=0) artigos

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2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Esta revisão bibliográfica procurou verificar os benefícios de diferentes programas de exercício físico para indivíduos com DP, bem como suas características clínicas, epidemiológicas e sociais. Em relação às referências sobre a DP, foi encontrado um número expressivo de artigos, porém a maioria desses artigos descrevia os estudos e tratamentos farmacológicos ou fisioterápicos indicados para a DP. Sendo que se destacaram na busca apenas sete artigos que apresentaram propostas específicas de exercícios físicos para indivíduos com DP, dentro do contexto da Educação Física.

Programas de exercícios físicos representam uma estratégia de intervenção não farmacológica de grande destaque na literatura. Muitos estudos têm relatado benefícios motores decorrentes da participação em programas de exercícios físicos em indivíduos com DP. É importante destacar que ainda não existe um consenso sobre qual tipo de exercício apresenta os maiores benefícios para as pessoas com DP. Dessa forma, diferentes protocolos de treinamento têm sido estudados, o QUADRO 1 apresenta os principais resultados dos estudos encontrados, que investigaram os benefícios do exercício físico para indivíduos com DP.

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QUADRO 01 – Estudos que investigaram os benefícios de diferentes programas de exercício na DP e os

principais resultados encontrados.

Estudos (autor/ano) Atividades desenvolvidas Período, duração e frequência. Resultados Conclusão Conceição e Tanaka (2015) Exercícios Isométricos, musculares e respiratórios. 4 meses/ 2x semana (45 min – Exercícios musculares/Isométricos) (15 min – Exercícios Respiratórios) Amostra: Individual Testes: Equilíbrio – Escala de Berg (Escore

de 55-56-55 pontos); IA – Axilar (5,5-6,0-5,0cm), Xifoide (11,0-8,0-10,5cm) e Umbilical (3,5-3,5-1,5cm). Melhora no desempenho do equilíbrio. Sem melhora significativa no aspecto respiratório. Lima et al., (2017) Treinamento Resistido dos principais grupos musculares e articulações. 20 semanas (2x por semana) 30 min sessão Amostra: Individual Escala Hamiltom Depressão: Antes – 25 pontos; Após – 5 pontos; Treinamento Resistido (Escala Borg) de 15 a 17 pontos Reduziu a intensidade dos sintomas depressivos, melhorou os parâmetros físicos e funcionais. Santos et al., (2015) Treino de marcha com e sem pistas visuais. 12 semanas (1x semana) Amostra: Grupo de 5 indivíduos (68±2 anos) Apresentaram diferença estatística quando P<0,05 com ou

sem as pistas visuais.

Melhorou a qualidade da marcha dos indivíduos. Costa (2013) Pilates (Cadilac, cadeira, solo e bola). 20 sessões 50 minutos (2 a 3x por semana) Amostra: Individual (76 anos) Escala Equilíbrio de Berg Antes – 40 pontos (71%) e Após – 51 pontos (91%). Melhora no equilíbrio, flexibilidade nas articulações, postura e força de membros inferiores. Reis et al., (2015) Hidroginástica (Análise de marcha). 4 meses (3x semana) 45 min Amostra: Individual (68 anos)

Valores das Variáveis Espaço-Temporal Marcha - Pré e Pós Teste – Cadência – (p=0,254) e Velocidade – (p= 0,160). As intervenções realizadas não contribuíram para possíveis alterações de marcha. Sem diferença

significativa. Bertoldi et al., (2012) Teste de 1RM (Teste de determinação de carga máxima). 12 semanas (2x semana) 60 min Amostra: Grupo de 9 indivíduos. Equilíbrio (p=0,008); Qualidade de Vida (p=0,013). Melhora na força, no equilíbrio e a qualidade de vida de indivíduos com DP. Barbieri et al., (2014) Exercícios Resistidos para Membros Inferiores e Superiores e tronco. 8 meses (3x semana) 60 min Amostra: Grupo de 17 indivíduos (69,94±7,39 anos). Goniômetro: Flexão Quadril – Pré=86°; Pós1= 87°; Pós2=88°/Flexão Joelho – Pré=104°; Pós1=103°; Pós2=101°. Aumento da amplitude de flexão de quadril. Redução da amplitude de flexão do joelho.

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Através desta pesquisa pode-se verificar que grande parte dos estudos apresentam benefícios dos exercícios físicos aos pacientes com DP, descrevendo as metodologias de exercícios físicos que proporcionaram melhoras relacionadas à qualidade de vida, a melhora no desempenho da marcha e do equilíbrio, ao desenvolvimento da força muscular, ao controle postural e aumento da amplitude de movimento das principais articulações, dentre outras que auxiliam indivíduos com DP. Considerando que a DP é uma doença progressiva, a manutenção das funções avaliadas já seria importante para os pacientes, tornando os resultados observados, principalmente em períodos longos como o de oito meses de intervenção, ainda mais significativos. Além disso, a maioria desses estudos sustenta a hipótese de que é possível retardar a progressão dos sintomas da DP a partir de práticas regulares de exercícios físicos, melhorando a qualidade de vida dessa população.

Na maioria dos estudos, a intervenção foi aplicada em uma frequência de 2 a 3 vezes por semana. Entretanto estudos com apenas uma vez por semana também mostram resultados positivos, indicando que os programas devem ser propostos com frequência de 1 a 3 vezes por semana, dependendo do exercício proposto e da condição física dos indivíduos.

O estudo de CONCEIÇÃO e TANAKA (2015) apresentaram uma análise dos efeitos do exercício físico combinado com o exercício respiratório sobre os aspectos motores, a capacidade respiratória e a função cognitiva em um indivíduo com a DP. O indivíduo apresentava diagnóstico clínico da DP idiopática, sendo sua principal queixa a diminuição da capacidade respiratória. O treinamento físico foi realizado duas vezes por semana, 45 minutos por sessão, sendo distribuídos da seguinte forma: aquecimento na esteira, alongamentos dinâmicos, exercícios musculares em suspensão, desenvolvidos em isometria, exercícios musculares localizados. Já o programa de exercício respiratório contemplava seis exercícios, com 15 minutos totais para serem desenvolvidos. A combinação de exercício físico com o respiratório totalizou uma hora de duração, o programa consistia em dois meses de treinamento, período que corresponde à metade da intervenção, realizaram-se as avaliações para verificar possíveis benefícios do programa em curto período de tempo. O protocolo de treinamento se estendeu para mais dois meses, totalizando quatro meses de intervenções. Diversas são as origens dessa deficiência respiratória ocasionada na DP, como flexão do tronco e cifoescoliose, que juntamente com uma acentuada rigidez muscular, artrose e bradicinesia dificultam a expansão torácica, restringindo a passagem do ar. Em relação á combinação entre exercício físico e respiratório, os resultados obtidos no presente estudo apontaram uma melhora no desempenho do indivíduo no teste de equilíbrio. Na escala de equilíbrio funcional de Berg, a pontuação máxima é de 56 pontos, e quanto mais altos os

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resultados obtidos, melhor o equilíbrio do indivíduo, que atingiu respectivamente, escore 55, 56, 55 nas avaliações pré, durante e pós-intervenção. O resultado dos aspectos respiratórios foi através do teste de cirtometria que tem como objetivo encontrar o índice de amplitude (IA) de cada um dos pontos torácicos, na altura da prega axilar com Pré: 5,5 cm; Intermédio: 6,0 cm; Pós: 5,0 cm; na região do apêndice xifoide com Pré: 11,0 cm; Intermédio: 8,0 cm; Pós: 10,5 cm; e na linha da cicatriz umbilical com Pré: 3,5 cm; Intermédio: 3,5 cm; Pós: 1,5 cm. Acreditava-se que, com a prática regular dos exercícios, os resultados seriam superiores aos iniciais, contudo percebeu-se que o indivíduo diminuiu a prática de exercícios físicos (natação), atividade que vinha desenvolvendo paralelamente à pesquisa, mas durante o período da pesquisa acabou optando por praticar somente os exercícios contidos neste protocolo de treinamento. Já os resultados do aspecto cognitivo o indivíduo alcançou 29 pontos nas três avaliações, indicando que não se encontrava em estado de demência, não havendo comprometimento cognitivo.

Já o estudo de LIMA et al. (2017) apresentaram os efeitos do treinamento resistido sobre os sintomas depressivos, parâmetros físicos e funcionais de um homem com DP. O indivíduo estava no estágio 3 da DP segundo a Escala de Estágios de Incapacidades de Hoehn e Yahr, além disso ele apresentava hipertensão, diabétes mellitus tipo 2 e baixa visão, sintomas motores da DP : tremor em repouso, rigidez muscular, bradicinesia e postura curvada, sintomas depressivos como: tristeza, irritabilidade, fadiga, apatia, desanimo, perda de apetite, perda de peso, perda de interesse por atividades de lazer, pessimismo, dificuldades em conciliar o sono e pensamento suicida. Dessa forma decidiu-se aplicar a Escala de Hamilton para Depressão (HAM-D), com o propósito de investigar a gravidade dos sintomas depressivos. O indivíduo apresentava elevado descondicionamento da musculatura esquelética, dificuldade para andar e levantar da cadeira, e não conseguia realizar flexão do quadril direito. A avaliação física foi realizada medindo-se a força de pressão manual com o auxílio de um dinamômetro (Saehan), a flexibilidade no Banco de Wells e a resistência aeróbia (marcha estacionária). Ele também foi submetido a testes funcionais como: sentar e levantar de uma cadeira e locomover-se pela casa, o teste de equilibrar-se em uma perna só e a velocidade máxima de andar (teste de 6 metros). No intuito da reabilitação da força e funcionalidade, foi prescrito um protocolo de treinamento resistido, que abrangeu os principais grupos musculares e articulações, sendo estes: o levantamento terra, remada unilateral, supino vertical, panturrilha em pé e abdominal infra. Foram realizadas duas sessões semanais de treinos em dias alternados, durante vinte semanas, cada sessão com duração média de 30 minutos. A carga de treinamento foi ajustada para garantir um esforço

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submáximo entre 8-12 repetições. Após as 20 semanas de treinamento resistido a HAM-D e os testes físicos e funcionais foram reaplicados. O indivíduo apresentou diminuição dos escores da HAM-D, Antes: 25 pontos e Após: 5 pontos. Ele também obteve melhora em todos os testes físicos e funcionais, Mão direita – Antes: 21 KgF e Após: 24 KgF; Mão esquerda – Antes: 21 KgF e Após: 23 KgF; Flexibilidade – Antes: 10 cm e Após: 15 cm; Resistência Aeróbia – Antes: 81 e Após: 98; Equilíbrio – Antes: 19,25 seg e Após: 24,15 seg; Velocidade máxima de andar – Antes: 7,35 seg e Após: 6,63 seg. Segundo o próprio indivíduo e sua esposa, ele passou a dormir melhor, ser mais otimista, deixou de ter pensamentos suicidas, passou a sentir-se mais feliz e capaz de realizar tarefas que antes dos exercícios era incapaz, como: se levantar com maior facilidade da cama ou de uma cadeira, realizar flexão do quadril direito, segurar um copo ou talher com mais destreza e passou a caminhar melhor e tremer menos. Concluindo que o protocolo de treinamento resistido utilizado reduziu a intensidade dos sintomas depressivos em um homem com DP, além de melhorar os parâmetros físicos e funcionais.

O estudo de SANTOS et al. (2015) apresentaram um relato de caso de cinco indivíduos com diagnóstico clínico da DP. Os voluntários realizaram treinamento de marcha com e sem pistas visuais uma vez por semana, durante doze semanas. Além disso, os voluntários não praticavam nenhum tipo de exercício físico ou participavam de programa de reabilitação física e funcional por um período mínimo de seis meses prévios ao início da presente investigação ou durante a participação da mesma. Todos os voluntários apresentaram estágio 3 da DP, caracterizado por doença bilateral leve a moderada com alguma instabilidade postural e capacidade para viver independente. Na primeira etapa os voluntários foram estimulados a caminhar até o final de um percurso horizontal retilíneo com 6 metros de comprimento e retornar à posição inicial três vezes consecutivas. Na segunda etapa, o treinamento da marcha foi realizado utilizando o mesmo protocolo aplicado na construção da linha de base, agora contendo as pistas visuais fixadas no chão na lateral do percurso de marcha e separadas por uma distância de 50 cm umas das outras. As pistas visuais consistiam em figuras que simulavam as posições dos pés em cada fase do ciclo de marcha. O tempo de marcha foi aferido por meio de um cronômetro digital (Herweg Brasil). Os resultados de velocidade da marcha com e sem pistas visuais foram comparadas para o mesmo indivíduo por meio do teste t para amostras pareadas. Resultados apresentaram diferença estatística quando P<0,05. O exame motor foi realizado especificamente para avaliar a rigidez, agilidade das pernas, marcha e estabilidade postural antes e após a aplicação do treinamento de marcha. O parâmetro rigidez não foi modificado após o treinamento de marcha. Já o parâmetro

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agilidade das pernas após o treino de marcha evidenciou melhora em três dos cinco indivíduos, os quais antes do treinamento apresentavam comprometimento moderado com fadiga precoce e retardo do movimento (Grau2) e, em seguida demonstraram leve desaceleração do movimento e / ou redução da ADM (Grau1). Dois dos cinco indivíduos mantiveram o mesmo grau de dificuldade antes e após o treino de marcha. A análise do parâmetro marcha (UPDRS) evidenciou que quatro indivíduos obtiveram algum grau de progressão após o treinamento. Esses, antes do treinamento, andavam com dificuldade, apresentavam passos curtos, festinação ou propulsão (Grau2) e após o mesmo, andaram devagar, no entanto não havia a presença de festinação ou propulsão (Grau1). Apenas um dos cinco indivíduos não mostrou melhora deste parâmetro. O último parâmetro da UPDRS avaliado, estabilidade postural, no presente estudo, não evidenciou modificação com o treino de marcha. Todos os voluntários avaliados apresentaram algum grau de retropulsão, mais com recuperação espontânea (Grau1), antes e após o treino de marcha. De modo geral, todos os voluntários foram capazes de completar o percurso de marcha em menor tempo na presença de pistas visuais. No entanto, quando essas pistas eram removidas, o tempo de marcha apresentou aumento significativo (P<0,05). O treino de marcha com a utilização de pistas visuais pode ser um recurso útil para melhorar o status motor geral dos indivíduos com a DP. O aprimoramento dos parâmetros cinemáticos da marcha parece ser sustentado por período prolongado, mesmo quando os indivíduos são privados dessas pistas visuais.

O estudo de COSTA (2013) teve por objetivo verificar os efeitos do método Pilates na qualidade de vida de um indivíduo idoso de 76 anos, diagnosticado há 10 anos com a DP. Antes do protocolo de treinamento de Pilates, foram realizados testes como a Escala de Hoehn e Yahr para verificou que o indivíduo se encontrava no estágio 4 da DP, foram aplicados outros testes como a escala de Equilíbrio de Berg que consistia em avaliar o equilíbrio estático e dinâmico do idoso, aplicou-se também o teste de força de membros inferiores – FMI que consistia em sentar e levantar na cadeira o maior número de vezes em 30 segundos, e o teste de sentar e alcançar sem banco, para avaliar a flexibilidade deste indivíduo. Depois de realizados os testes acima, foram utilizados o seguinte protocolo de exercícios: o idoso foi submetido a vinte sessões do método Pilates, com duração em média de 50 minutos à uma hora e frequência semanal de duas a três vezes, de acordo com a disponibilidade do mesmo. Os exercícios do protocolo foram: Cadilac – série de mobilidade da coluna em flexão; Cadeira – série para fortalecer latíssimo do dorso e tríceps em isometria; Solo e Bola – série para relaxamento muscular. Quanto à pontuação da Escala de Berg verificou-se que o idoso alcançou 40 pontos (71%) antes da aplicação do protocolo de

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exercícios de Pilates e após as vinte sessões, aumentou para 51 pontos (91%). O teste de força de membros inferiores, de sentar e levantar-se da cadeira em 30 segundos, contando o número de repetições, teve aumento significativo entre as avaliações. No primeiro dia, o indivíduo conseguiu um total de 17 repetições e no último dia aumentou para 21 o número de repetições. Para a realização das atividades cotidianas, essa variável é fundamental. Já com o teste de sentar e alcançar sem banco (SASB), a flexibilidade no primeiro dia foi de 18 cm e aumentou para 23 cm na última avaliação após o término da aula de Pilates. Observa-se que o Método Pilates foi uma alternativa na reabilitação deste idoso com a DP, porque demonstrou a melhora de equilíbrio, da flexibilidade nas articulações e postura, proporcionando satisfação ao praticante que deseja obter melhoria na qualidade de vida. O método Pilates, não retarda a progressão da DP, porém previne complicações secundárias como a perda da força muscular, redução na amplitude de movimentos, hipotensão e osteoporose induzida pela inatividade (RIBEIRO et al., 2009).

O estudo de REIS et al. (2015) teve como objetivo verificar os efeitos da hidroginástica em variáveis espaços temporais relacionadas a macha de uma portadora da DP. O sujeito da pesquisa foi uma idosa de 68 anos de idade e atualmente se encontrava no estágio 1,5 da evolução da DP. Como instrumento de medida se utilizou o sistema de reconstrução tridimensional de movimento Digital Motion Analysis System (DMAS) 5.0 da SPICAtek® ,composto por quatro câmeras digitais, da marca DALSA-CCD CA-D4, com resolução de 1024x1024 pixels, à 40 quadros por segundo (fps). Para a análise da cinemática da marcha, medidas durante o ciclo do andar foram monitorada, para as medidas de tempo e distância relacionadas aos seguintes eventos: 1 – toque inicial do pé no solo; 2 – saída do pé esquerdo do solo; 3 – toque inicial do pé esquerdo no solo e 4 – saída do pé direito do solo. Com base na definição destes eventos, variáveis espaciais e temporais foram determinadas, sendo que as variáveis dependentes (espaço-temporais) analisadas foram: TAD-D e TAD-E (tempo de apoio duplo direito e esquerdo), TBD e TBE (tempo de balanço direito e esquerdo), TAS-D e TAS-E (tempo de apoio simples direito e esquerdo), TTC (tempo total de ciclo), CPD e CPE (comprimento de passo direito e esquerdo), CPASS (comprimento de passada), LP (largura da passada), CAD (cadência) e V (velocidade). Os dados cinemáticos da marcha foram obtidos através da digitalização dos pontos de interesse (tornozelos direito e esquerdo – maléolos laterais das fíbulas), demarcados com fita reflexiva nos respectivos acidentes ósseos, representando os eixos articulares dos tornozelos do indivíduo. Para a realização tanto do tratamento quanto da coleta de dados limitou-se as seguintes variáveis de controle: medicação, ½ comprimido de Prolopa® 200/50mg três vezes ao dia (ao acordar, no almoço e

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no jantar); atividades físicas terrestres. Para a coleta propriamente dita, foram registradas imagens referentes a seis ciclos completos da marcha (adotou-se o toque do pé direito no solo como ponto de partida de cada ciclo) em cada coleta. O tratamento (exercícios de hidroginástica), variável dependente, foi realizado durante um período de quatro meses, três vezes por semana, com duração de 45 minutos por sessão. Os exercícios localizados e globais intervalados foram realizados tanto com auxílio de implementos (flutuadores, bastões, etc.) quanto livres. Utilizou-se estatística descritiva, bem como, após normalização dos dados (Shapiro-Wilk), estes foram comparados com o teste “t” de Student para amostras dependentes, com p<0,05. Verificou-se que houve diferença significativa, entre o pré e pós-teste, nas variáveis TAD-E (p=0,047) e TP-D (p=0,007). Ao comparar as variáveis espaciais no pré e pós-teste, verificou-se diferença significativa apenas nas variáveis CTC (p=0,005) e CP-D (p=0,011). Com relação às variáveis V e CAD não foram encontradas diferenças significativas ao se comparar o pré e pós-teste. Tanto no pré (p=0,013) quanto no pré-teste (p=0,033) foram observadas diferenças significativas entre os comprimentos dos passos direito e esquerdo do indivíduo. De maneira geral pode-se afirmar que a intervenção realizada não contribuiu para possíveis alterações na marcha do indivíduo estudado, haja vista que em algumas variáveis observou-se uma tendência à evolução do quadro clínico, enquanto em outras se observou o contrário. Sendo assim, supõe-se que o período de intervenção não foi suficiente para o estabelecimento/comprovação dos resultados efetivos dos exercícios físicos (hidroginástica) sobre variáveis motoras responsáveis pela marcha. Sugere-se a realização de estudos experimentais com efetivos controles dos efeitos da hidroginástica na marcha de indivíduos portadores da DP.

BERTOLDI, SILVA e NAVEGA (2013) apresentaram um estudo que teve como objetivo avaliar o efeito do fortalecimento muscular no equilíbrio, mobilidade e qualidade de vida em indivíduos com DP. Fizeram parte deste estudo nove indivíduos com diagnóstico médico de DP, classificados entre os estágios 1 e 3 da Escala de Hoehn & Yahr Modificada, que caracteriza incapacidade leva a moderada. Os indivíduos eram capazes de deambular de forma independente, não apresentavam outra doença neurológica associada e não sofreram modificações no tratamento medicamentoso durante a participação no estudo. Para análise dos resultados era necessário que o voluntário frequentasse pelo menos 75% das sessões, sendo que todos os voluntários tiveram frequência maior que a estabelecida. Antes e depois do término do programa de fortalecimento proposto, os indivíduos passaram por avaliações do equilíbrio, da mobilidade funcional e da qualidade de vida. Para a avaliação do equilíbrio foi utilizada a Escala de Equilíbrio de Berg. Para a avaliação da mobilidade funcional, foi

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utilizado o teste Timed Up and Go (TUG), nele é analisado o tempo gasto pelo indivíduo para se levantar de uma cadeira com braços, andar por uma distância de três metros e retornar à cadeira. Maiores valores de tempo representam maior risco de quedas. A avaliação da qualidade de vida foi realizada pelo Parkinson’s Disease Questionnaire (PDQ-39) do Health Services Research Unit, da Universidade de Oxford, validado para o inglês e adaptado para o português do Brasil em 2005, que compreende 39 itens que podem ser respondidos com cinco opções diferentes de resposta: “nunca”; “de vez em quando”; “às vezes”; “frequentemente”; “sempre” ou “é impossível para mim”. Já o teste de determinação de carga máxima, todos os voluntários passaram por um dia de adaptação dos exercícios no dia anterior ao início do teste. Os exercícios foram para os seguintes grupos musculares: flexores de joelho, quadríceps, adutores do quadril, abdutores do quadril, peitorais, bíceps braquial e tríceps. Para cada voluntário, foi realizado o teste de determinação de 1RM em dois grupos musculares de membros alternados (superiores e inferiores), de cada lado do corpo (direito e esquerdo), por dia, havendo um intervalo de descanso entre eles de 30 minutos. O programa de atividade física foi realizado duas vezes na semana, por 12 semanas, com sessões de uma hora de duração, em um local próprio para prática de atividade física. Para cada um dos grupos musculares, foram realizados em cadeia cinética aberta com o uso dos seguintes aparelhos de mecanoterapia: Flexores e extensores do joelho – mesa flexoextensora; Abdutores e adutores do quadril – cadeira adutora/abdutora; Adução horizontal do ombro – máquina para supino; Flexores do antebraço – aparelho para rosca direta e Extensores do antebraço – halteres. Na primeira, segunda e terceira quinzena, os voluntários treinaram com 30, 40 e 50% da carga alcançada no teste de uma repetição máxima (1RM), respectivamente. Nas semanas subsequentes, a carga trabalhada foi de 60% da 1RM. Para a reavaliação final da força muscular de cada voluntário, após o término do programa de treinamento, foi realizado o teste de 1RM. Ao final de cada mês de treino, os voluntários foram submetidos novamente ao teste de 1RM, e o valor absoluto de carga de treino foi reajustado. Após o programa de fortalecimento muscular, os indivíduos apresentaram melhora no equilíbrio (p=0,008) e na qualidade de vida (p=0,013). A mobilidade funcional não sofreu influência do treinamento proposto (p=0,19). O programa de treinamento se mostrou eficiente, já que foi capaz de aumentar a força em todos os grupos musculares trabalhados. Vale ressaltar que é de extrema importância manter e/ou aumentar a força muscular em indivíduos com DP, pois, segundo SCANDALIS et al., (2001), a diminuição da força muscular ocorre de forma efetiva no parkinsoniano. A fraqueza decorrente da DP leva os indivíduos à insegurança na realização de atividades, limitando-os às atividades estritamente necessárias, gerando maior atrofia

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muscular e consequente diminuição da força. Os resultados deste estudo mostraram que o programa de atividade física baseado em um programa de fortalecimento muscular foi efetivo em melhorar a força, o equilíbrio e a qualidade de vida de indivíduos com a DP.

BARBIERI et al. (2014)apresentaram um estudo que tinha como objetivo verificar o efeito do exercício físico na amplitude de movimento articular dos membros inferiores de indivíduos com DP. Participaram deste estudo 17 indivíduos (idade: 69,94±7,39 anos), selecionados do Programa de Atividade Física para Pacientes com DP (PROPARK-UNESP, Rio Claro). Foram incluídos no programa por apresentarem diagnóstico clínico para DP idiopática, fazer o uso regular de medicamentos para controle da DP, estar entre os estágios 1 e 3 na escala de Hoehn e Yahr (NY), não participar de nenhum outro programa de exercício e não apresentar outras doenças neurológicas associadas à DP. A amplitude de movimento articular foi avaliada por meio da goniometria (goniômetro universal marca Carci®) nas seguintes articulações do membro inferior direito: quadril (rotação interna e externa, adução e abdução), joelho (flexão e extensão) e tornozelo (flexão plantar e dorsiflexão). As avaliações clínicas e da amplitude das articulações do membro inferior foram realizadas: antes do período de execução do programa multimodal de exercício físico (pré-teste); após quatro meses de exercício físico (pós-teste I); e após oito meses de exercício físico (pós-teste II). O programa multimodal de exercício físico foi caracterizado por atividade física generalizada com o objetivo de treinar os componentes da capacidade funcional (resistência aeróbia, flexibilidade, força, coordenação motora e equilíbrio). De forma geral as atividades foram classificadas em: rítmicas, ginástica localizada, atividades lúdicas, alongamento, atividades para os componentes da capacidade física e atividades para funções cognitivas. O programa de exercício físico foi dividido em dois períodos de quatro meses, cada período apresentou 3 fases com 4 ciclos de 16 sessões, totalizando 48 sessões em cada período (96 sessões no total). A frequência de exercício físico foi de 3 vezes por semana, tendo cada sessão duração de 60 minutos. A progressão do exercício físico ocorreu em intensidade e complexidade das atividades, de acordo com cada componente da capacidade funcional: resistência aeróbia, flexibilidade, força muscular, coordenação motora e equilíbrio. O efeito do exercício físico na amplitude articular de forma geral e de acordo com o gênero e estágio da doença foi verificado por meio de uma MANOVA (p=0,05) com fator exercício físico (pré-teste, pós-teste I e pós-pós-teste II), gênero (mulheres e homens) e estágio da doença (inicial e moderado), com medidas repetidas para o primeiro fator. Os testes indicaram que o exercício físico melhorou a amplitude de movimento para a abdução e adução do quadril apresentou aumento após oito meses de exercício físico (p<0,05). A amplitude articular da adução do quadril

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apresentou aumento após os primeiros quatro meses de exercício físico, mais sem manutenção do aumento após oito meses de exercício físico (p<0,05) voltando ao nível do pré-teste. A amplitude de movimento de dorsiflexão do tornozelo apresentou aumento após quatro meses de exercício físico, com manutenção dos valores após oito meses (p<0,04). De forma geral, os resultados confirmaram a hipótese do estudo, indicando que após oito meses de exercício físico houve melhora na amplitude de movimento articular de pacientes com DP. O programa multimodal de exercício físico trouxe como resultados das amplitudes articulares: Flexão Quadril – Pré-Teste 86º; Pós-Teste I 87º; Pós-Teste II 88º; Flexão de joelho – Pré-Teste 104º; Pós-Teste I 103º; Pós-Teste II 101º. Pode-se concluir que o programa multimodal de exercício físico de oito meses foi eficiente em melhorar a amplitude de movimento articular de pacientes com DP. Os benefícios do exercício físico, para essa capacidade física, foram independentes do gênero e da severidade da DP.

Foram encontrados poucos estudos que façam uma relação direta entre Exercício Físico e Doença de Parkinson dentro do contexto da Educação Física, mais parece haver uma tendência em acreditar que o exercício físico regular é benéfico para indivíduos com a DP, sendo capaz de amenizar alguns sintomas da doença como a redução da capacidade de realizar algumas atividades diárias devido à rigidez muscular e articular, a bradicinesia ou lentidão dos movimentos e a instabilidade postural. Pode-se dizer que o exercício físico não cura a DP, mais aliado ao tratamento medicamentoso pode amenizar e diminuir a progressão dos sintomas da doença e melhorar a qualidade de vida desses indivíduos.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta revisão bibliográfica procurou verificar através dos estudos encontrados, os benefícios de diferentes tipos de programas de exercício físico aos indivíduos com DP. As principais intervenções apresentadas foram: a hidroginástica, o treinamento resistido ou fortalecimento muscular, treino de marcha com pistas visuais e não visuais, o Pilates, exercícios isométricos, musculares e respiratórios. Observou-se resultados destas intervenções como a redução dos sintomas depressivos, melhora dos parâmetros físicos e funcionais, aumento da amplitude articular das principais articulações (quadril e joelho), melhora no desempenho do equilíbrio, melhora da flexibilidade e da qualidade de vida. Com base nas características apresentadas pelas pessoas com DP é possível observar os prejuízos

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relacionados à saúde física e psicológica. Sendo considerado um fator essencial, o tratamento medicamentoso aliado à prática regular do exercício físico e supervisionado por um profissional de Educação Física, deveria ser escolhido como pilar de tratamento logo que o indivíduo recebesse o diagnóstico da DP. Sendo indicado para qualquer outra população, assim como em outras doenças, é necessário que o profissional de Educação Física conheça as características dos indivíduos com DP e a necessidade de atuação e prescrição de exercícios físicos para esta população.

De maneira geral pode-se concluir que os estudos encontrados abrem um grande campo para a atuação do profissional de Educação Física, juntamente com outros profissionais, como fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos e neurologistas têm muito a contribuir para a melhoria da qualidade de vida desses indivíduos. Pois o tratamento estabelecido dependerá da condição e estágio que esse indivíduo se encontra. Apesar de poucos estudos, os indivíduos com DP deveriam manter-se ativos, pois tão importante quanto o tratamento medicamentoso, a prática regular de exercícios físicos são de grande importância, a fim de minimizar os sintomas, e o agravamento da doença e complicações futuras.

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