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Fatores associados ao consumo de tabaco em adolescentes escolares da região sul do Brasil

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EDUARDA KROENKE DE VASCONCELLOS ALMEIDA

FATORES ASSOCIADOS AO CONSUMO DE TABACO EM ADOLESCENTES ESCOLARES DA REGIAO SUL DO BRASIL

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado como requisito parcial ao grau de Médico e aprovado em sua forma final pelo Curso de Medicina, da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, de novembro de 2018

_____________________________________________________________________________ Profa. e orientadora Márcia Regina Kretzer, Dra.

Universidade do Sul de Santa Catarina

_____________________________________________________________________________ Universidade do Sul de Santa Catarina

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FATORES ASSOCIADOS AO CONSUMO DE TABACO EM ADOLESCENTES ESCOLARES DA REGIAO SUL DO BRASIL

FACTORS ASSOCIATED WITH TOBACCO CONSUMPTION IN SCHOOL ADOLESCENTS OF THE SOUTH REGION OF BRAZIL

Eduarda Kroenke de Vasconcellos Almeida1 Márcia Regina Kretzer2 Silva Cardoso Bittencourt3

_____________________________________________________________________

1 Discente do Curso de Medicina. Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL - Campus Pedra Branca - Palhoça (SC) Brasil. E-mail: eduardakvasconcellos@gmail.com

2Enfermeira. Doutora em Saúde Coletiva. Docente do curso de Graduação em Medicina. Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL - Campus Pedra Branca - Palhoça (SC) Brasil. E-mail:marcia.kretzer1@gmail.com

3Médica. Doutora em Ciências Humanas. Decente do curso de Graduação em Medicina. Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL – Campus Pedra Branca – Palhoça (SC). E-mail:silvia.bittencourt@unisul.br

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RESUMO: Introdução: O tabaco é considerado pela Organização Mundial de Saúde

como uma das principais causas evitáveis de morte. Na adolescência ocorre uma grande exposição e vulnerabilidade para experimentação e uso do tabaco. Objetivo: Avaliar os fatores associados ao consumo de tabaco entre adolescentes escolares da Região Sul do Brasil. Metodologia: Estudo transversal a partir dos microdados da pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PENSE), 2015. Os participantes foram adolescentes de 13 a 19 anos, de escolas públicas e privadas do Sul do Brasil. Teste Qui-quadrado, p < 0,05. Aprovado por Comitê de Ética. Resultados: 2305 pesquisados; prevalência de experimentação de fumo de 28,8%, com idade média de 13 anos, e uso nos últimos 30 dias em 7,8%. Entre os que experimentaram, 28,9% com consumo recente de tabaco. Associação com não morar com pai (RP 1,35;IC95 1,064-1,913;p=0,014), pais que fumam (RP 1,528;IC95 1,082-2,156.;p=0,016), presença de pessoas que fumam (RP 2,151; IC95 1,514-3,058; p<0,001), consumo de álcool nos últimos 30 dias (RP 3,274; IC95 2,072-5,173; p<0,001), experimentação de drogas (RP 2,043; IC 1,537-2,650; p<0,001), uso de drogas nos últimos 30 dias (RP 3,355; IC95 2,418-4,653; p<0,01) e sexarca (RP 1,622; IC95 1,197-2,198; p=0,001).Conclusão: O contexto/convívio familiar, uso de outra drogas e a influência de fatores comportamentais podem aumentar o consumo de tabaco entre adolescentes. Palavras-chave: adolescente, tabagismo, comportamento de risco

INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabaco é uma das principais causas evitáveis de mortes no mundo. Estima-se que durante o século XX cem milhões

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de pessoas foram à óbito devido a complicações relacionadas ao consumo de tabaco. Atualmente o hábito de fumar é responsável por 12% da mortalidade da população adulta no planeta1. Aproximadamente cinco milhões de pessoas morrem anualmente por

doenças relacionadas ao uso de tabaco em todos os países, 200 mil apenas no Brasil, e calcula-se que em 2020 serão dez milhões de mortes ao ano e 70% dessas perdas ocorrerão nos países em desenvolvimento2,3.

O tabagismo na adolescência apresenta-se como um problema de grande proporção4. Diariamente cerca de cem mil crianças e adolescentes tornam-se tabagistas

em todo mundo5 e 80% deles vivem em países não desenvolvidos6. Entre os adultos,

90-75% dos fumantes do mundo iniciaram o hábito durante a adolescência e preservam o costume durante sua vida1,7. No Brasil, 77,1% dos fumantes adultos iniciaram a prática

de fumar diariamente antes dos 19 anos de idade8.

Tal prática entre adolescentes demonstra-se com dados variáveis, porém continuam alarmantes em todo mundo. Em relação a experimentação de cigarro, em torno de 50% dos adolescentes dos EUA já fumaram alguma vez na vida9. Na União

Europeia estes valores variaram de 72% a 82%10, e na América Latina oscilou entre

66,3% (Chile) e 26,9 (Brasil)11. A prevalência do consumo regular de tabagismo entre

adolescentes apresenta variação de 24,9 a 66,3% entre os estados dos dos EUA12. No

Brasil, no ano de 1997, 32,7% dos estudantes. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2012 apontaram a prevalência de 27,2% de adolescentes que faziam uso regular de tabaco13.

A adolescência é uma faixa etária onde há uma grande exposição e vulnerabilidade para experimentação e uso abusivo substâncias lícitas e ilícitas. É um período de adaptação a mudanças orgânicas e comportamentais, onde o adolescente encontra-se entre a dependência infantil e a autonomia da fase adulta; momento

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marcado pela construção da identidade e pela formação do caráter14. O comportamento

de risco na adolescência, determinado por participações em atividades que possam comprometer a saúde mental e física, pode ser desencadeado pela natureza exploratória do jovem e pela influência do meio em que convivem15-17. O ato de fumar, para crianças

e adolescentes, é fundamentado num modelo de repetição, dentro de um contexto social, por réplica comportamental, imagens sociais positivas e pela crença nos benefícios (como alívio do estresse, controle do apetite e melhora da concentração)16-21.

Contudo, apesar das estratégias para dificultar o acesso ao cigarro e aumentar a conscientização dos jovens sobre os riscos do fumo, o tabagismo entre jovens provém da facilidade de acesso ao tabaco e das influencias sociais, ambientais e genéticas, Outro fator que favorece o consumo é o aparecimento tardio das complicações relacionadas ao tabaco22,23. Apesar da alta tributação (em torno de 76,3% sobre o preço

final), o Brasil possui um dos menores valores de venda de cigarro do mundo, pois o preço de produção é baixo, fazendo com que o produto torne-se acessível inclusive a população de menor renda24.

A prática de hábitos não saudáveis, principalmente o uso do fumo, relaciona-se com o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis15,26. Os dados

epidemiológicos que demonstram as complicações e a idade média de início do tabagismo, apontam a importância do conhecimento dos fatores que interferem no uso do tabaco na adolescência e são indispensável para a elaboração de estratégias de prevenção, tratamento e redução dos índices de morbimortalidade relacionados ao fumo27. A identificação dos fatores de risco possibilitam a análise da dimensão desse

problema e apresentam-se como uma notável ferramenta de diagnóstico para implantação de medidas de controle e prevenção28 visando intervenção em âmbito

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ao tabaco na adolescência é a melhor maneira de evitar as complicações causadas pelo uso do cigarro. Desta forma, o objetivo do estudo é avaliar os fatores associados ao consumo de tabaco entre adolescentes escolares da Região Sul do Brasil.

MÉTODOS

Estudo epidemiológico observacional transversal realizado da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE)- Amostra 2, do ano de 2015 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir de um convênio com o Ministério da Saúde, e apoio do Ministério da Educação 30. Foram analisados dados da Região Sul

do Brasil., a partir do acesso dos microdados da pesquisa no site: ftp://ftp.ibge.gov.br/pense/2015/microdados/, disponibilizados no formato Excel.

Foram avaliadas informações de adolescentes de 13 a 19 anos, de ambos os sexos que estudavam em escolas públicas e privadas das capitais da região sul do Brasil

do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e da 1ª a 3ª série do ensino médio . A faixa etária se deve a metodologia do PeNSE 2015 (amostra 2), o questionário eletrônico restringiu a possibilidade de resposta para escolares menores de 13 anos de idade nos temas uso de cigarro, bebidas alcoólicas e drogas ilícitas, saúde sexual e reprodutiva e violência sexual7.

Foram incluídos 2.305 estudantes que responderam a pergunta “Alguma vez na vida, você já fumou cigarro, mesmo uma ou duas tragadas? Na resposta afirmativa à esta pergunta (variável denominada experimentação de cigarro), foi analisado o consumo de cigarro nos últimos 30 dias, variável dependente do estudo (denominada consumo recente de tabaco). Foram analisadas variáveis demográficas, psicossociais, hábitos de vida e características do consumo de tabaco.

As variáveis demográficas e psicossociais analisadas foram: sexo, raça, , estado nutricional, série, turno, dependência administrativa da escola, morar com a mãe, morar

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com o pai, escolaridade da mãe, realizar algum trabalho e se o mesmo é remunerado . As variáveis relacionadas aos hábitos de vida foram: realização de atividade física, experimentação de drogas, idade de experimentação de droga, uso de drogas nos últimos 30 dias, , experimentação de álcool, idade de experimentação de álcool, uso de álcool nos últimos 30 dias, início da atividade sexual (sexarca), idade da sexarca, Aas variáveis analisadas para caracterizar o consumo do fumo foram: experimentação do fumo, idade da experimentação do fumo, maneira de obter cigarro, recusa na venda de cigarro, uso de outros produtos derivados do tabaco, frequência de uso de outros derivados do tabaco, pessoas fumaram em sua presença e se pais ou responsáveis são fumantes.

Os dados foram analisados no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS)Version18.0.[Computer program].Chicago:SPSSInc;2009. Os dados foram descritos em frequências. Utilizado O teste do Qui-quadrado, com nível de significância p<0,05. A medida de Associação utilizada foi a Razão de Prevalência (RP) com os respectivos Intervalos de Confiança 95% (IC95%).

O projeto obedeceu aos preceitos éticos do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Res. no 466/2012, e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNISUL

CAAE:81167517.1.0000.5369.

RESULTADOS

Foram analisadas informações de 2.305 adolescentes escolares das três capitais da região Sul do Brasil, com idade entre 13 e 19 anos, média de 14,13 (±2,13). Identificou-se maior prevalência do sexo masculino (53,4%), raça branca (63,4%) seguida da parda (20,9%). Os estudantes que declararam estar acima do peso (Índice de

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Massa Corporal de 25,0 kg/m2 em diante) foram 31,9% do total. Dentre os participantes da pesquisa, 59,2% cursavam o Ensino Fundamental, 79,0% estudavam em escola pública e 90,6% no período diurno. Dos estudantes analisados, 26,6% afirmaram realizar algum tipo de trabalho, em grande parte remunerado (96,3%).

Observou-se que 65,0% dos estudantes moravam com o pai e 89,0 % que moravam com a mãe. Quanto à escolaridade da mãe, 40,5% estudaram no máximo até completar o Ensino Fundamental. O sedentarismo, considerando menos de 10 minutos de atividade física diária, foi constatado em 10,4%. Identificou-se que grande parcela dos avaliados alegaram já terem experimentado bebida alcoólica (69,4%), e destes, mais da metade consumiu bebida alcoólica no último mês (54,6%). A idade média de experimentação foi de 13 anos de idade (±5,8%). Em relação ao uso de drogas, 17,6% afirmaram já terem experimentado, e destes, 44,7% utilizaram droga nos últimos 30 dias. A idade média de experimentação de drogas foi de 14 anos (±1,84). Na vigente pesquisa, menos da metade (41,6%) reportaram já iniciado atividade sexual (sexarca), com média de idade média de 14 anos (±1,81).

Em relação ás características relacionados ao fumo (Tabela 1), 28,8% (n=663) dos estudantes que participaram da pesquisa afirmaram já terem fumado em algum momento da vida, com média de idade de 13 anos (± 2,371). O consumo recente de fumo foi identificado em 8,3% do total de pesquisados. Entre os que experimentaram tabaco, 28,9% afirmaram terem fumado nos últimos 30 dias (consumo recente de tabaco). O lugar mais comum onde foi conseguido o cigarro foi em loja ou botequim (35,5%), e quando houve “tentativa” de compra, houve recusa de venda em 32,7%. Dentre os que afirmaram usar algum outro produto derivado do tabaco, o narguilé foi o que apresentou maior prevalência (69,5%), seguido por cigarros enrolados a mão

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(5,8%). A maioria dos estudantes (54,3%) respondeu que pessoas fumaram na sua presença na última semana e 33,1% tinham pais fumantes.

Ao testar a associação entre as variáveis sociodemográficas com o consumo recente de tabaco (Tabela 2), identificou-se significância estatística com não morar com o pai (RP1,35; IC95% 1,064-1,913); p=0,014) e com pais que fumam, 1,528 vezes mais prevalente (p=0,016).

Ao analisar a associação entre as hábitos de vida com o consumo recente de tabaco (Tabela 3), encontrou-se significância estatística com o fato de pessoas terem fumado em sua presença nos últimos 7 dias, sendo 2,151 vezes mais prevalente (p<0,001); com o consumo de álcool nos últimos 30 dias (RP2,183; IC05% 1,077-9,409; p<0,001) experimentação de drogas (RP2,043; IC 1,537-2,650; p<0,001), uso de drogas nos últimos 30 dias, 3,355 vezes mais prevalente (p<0,001) e também com a sexarca, 1,622 vezes mais frequente (p=0,001).

DISCUSSÃO

No estudo em discussão, em torno de 30% dos adolescentes referiram experimentação de fumo alguma vez na vida, com idade média de 13 anos, semelhante ao encontrado em 2015 por Martinez-Torres e col em estudo com 4.118 estudantes da Colômbia, com prevalência de experimento de tabaco de 27,1%31.Em estudo transversal

realizado em 2014 por Figueiredo e col. com 74.589 adolescentes de todo Brasil, 18,5% fumaram pelo menos uma vez na vida e 23,3% dos adolescentes do Sul do Brasil afirmaram já terem feito experimentação com idade entre 15 a 17 anos32 . Barreto e col.

em estudo com dados da PeNSE 2012 realizado com 61.037 estudantes do 9o ano,

identificaram que 22,6% responderam já terem experimentado cigarro uma vez na vida. Neste estudo, as regiões Sul e Centro-Oeste demonstraram maiores chances de

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experimentação e uso recente do tabaco33. Pesquisa realizada por Vargas et al com

estudantes no interior de Goiás evidenciou prevalências similares com o estudo em relação a experimentação de tabaco (33,4%) e a idade entre 15 e 17 anos mostrou-se como um fator de risco para o consumo de tabaco, exibindo risco de prevalência 1,98 vezes maior25.Porém pesquisa feita por Elicker e col. em Porto Velho, RO, apresentou

prevalência de experimentação de tabaco de 17,5% e idade média de experimentação de 11,8 anos 34.

Em relação ao uso recente de tabaco, 8,3% do total de pesquisados afirmaram consumo de fumo nos últimos 30 dias anteriores á pesquisa. A OMS apresentou em 2016 pesquisa realizada sobre o uso regular de tabaco em adolescentes europeus e a prevalência oscilou entre 52,0% na Groelândia e 3,0% na Armênica, a média no continente foi de 11,5%35. A prevalência de consumo de tabaco entre adolescentes na

Alemanha foi de 12,0%36 e no Chile foi de 15%37. Em investigação no Sul da

Califórnia, USA em 2014, com 5490 adolescentes, a prevalência foi de 13,7% de consumo de cigarro ou cigarro eletrônico38.

No Brasil, foram encontrados resultados similares ao atual estudo, com variação entre 5,7%32, 6,2%34, 6,7%25 e 14,0%31.

No estudo em discussão, entre os estudantes que afirmaram experimentação de fumo, 28,9% adotou o hábito de fumar. Barreto e col demonstraram resultados similares, com prevalência de 27,2% de fumo nos últimos 30 dias entre os que que afirmaram experimentação de cigarro33.

As prevalências elevadas na região Sul do Brasil podem estar relacionadas à influência da migração europeia e também a proximidade a países como Argentina e Uruguai que apresentam altas prevalências39. Outro fator a ser considerado é o fato do

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Brasil ser o segundo maior produtor de fumo no mundo e a região Sul ser a região mais importante do país na produção de fumo40,41.

A atual pesquisa apontou que a maneira mais usual dos estudantes obterem cigarro foi por meio de compra em loja ou botequim, sendo que 35,5% dos pesquisados conseguiram cigarro dessa maneira. Quando o entrevistado buscou o comércio de cigarro, em 32,7% das vezes houve recusa na venda. Em estudo de Urrutia-Pereira e col. foi identificada que a facilidade de conseguir cigarros foi um fator associado 3,82 vezes ao uso regular do tabaco42. Isso demonstra que mesmo com o esforço do Brasil para

coibir diretamente o uso de tabaco por adolescentes através do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)43 - criado em 1990, que considera criminosa a conduta de venda,

fornecimento, ministração e entrega de bebidas alcoólicas e outros produtos capazes de causar dependência física ou psíquica – permanece elevada a compra e venda no comércio, facilitando o consumo de tabagismo.

O produto derivado de tabaco mais popular entre os adolescentes participantes do estudo em debate foi o narguilé, correspondendo a 69,5% do consumo total de outros produtos derivados de tabaco. Em investigação realizada nos EUA por Soneji e col., o narguilé apresentou-se como o segundo produto de tabaco mais utilizado, atrás somente do cigarro44 . Altas prevalências de consumo de narguilé foram encontradas também em

pesquisa através do Sistema de Vigilância de Tabagismo em Escolares (Vigiescola) realizada por Szklo e col. com 3.501 estudantes de 13 a 15 anos de 3 capitais brasileiras , Vitória (66,6%), Campo Grande (87,3%) e São Paulo (93,3%)45. Em estudo realizado

por Hallal et al no Brasil, por meio de dados do PeNSE 2012 com alunos do 9o ano,

identificou que 4,8% fizeram uso de outros derivados de tabaco. O uso de cigarros se apresentou como fator de risco para uso destes derivados (OR:7,6)46. O maior interesse

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melaço, o que confere sabor especial facilitando a palatabilidade e o consumo pelos adolescentes47.Além disso, é muito popular entre os jovens que ser reúnem em grupos

para o seu consumo.

Dentre os estudantes que responderam ter o consumo recente de tabaco(fumado nos últimos 30 dias) identificou-se associação entre os que não moravam com o pai, entre os que tinham pais fumantes , e entre os que conviveram com pessoas fumantes. Diversos estudos também evidenciaram que filhos de pais fumantes apresentam mais risco de serem fumantes. Estudo transversal feito por Dantas et al no nordeste brasileiro, apontou a convivência com alguém que fuma como fator de risco, sendo 2,16 vezes mais prevalente48. Malcon et al constataram como fatores de risco: pai fumante

(1,88 vezes mais prevalente), mãe fumante (2,03 vezes mais prevalente) e irmãos mais velhos fumantes (2,64 vezes maior prevalência)49. Oliveira et al investigaram os fatores

de risco para o uso de tabaco em adolescentes de uma escola publica e outra privada do estado de São Paulo e observaram como fatores de risco: pai fumante (escola particular OR:3,12 e escola publica OR:2,05) e mãe fumante (escola particular OR:10,56 e escola publica OR:1,26)50. Martinez-Torres demonstraram que o fato de possuir mãe fumante

aumenta em 5,15 vezes a chance do filho consumir tabaco31. Vargas e col descreveram

como fatores associados ao tabagismo em adolescentes ter pai ou mãe fumante, sendo 2,89 vezes maior a prevalência em quem possuía tal fator25. Pesquisa realizada por

Tondowski e col com 17.246 estudantes do Ensino Médio do Brasil mostrou que filhos de pais fumantes têm maiores chances para experimentação de tabaco (OR=1,7) e para o uso frequente (OR=2,2)51.Teixeira e col investigaram fatores que influenciam a

iniciação tabágica em estudantes escolares no Sul do Brasil e destacaram-se: de famílias monoparentais (OR:2,39), porém diferentemente do estudo apresentado não houve relação com familiares tabagistas (p=0,241)52. E Urrutia-Pereira e col. demonstraram

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como fator de proteção ao consumo de tabaco o fato de não ter contato com cigarro em casa na última semana (OR:0,51)42. Entretando, em estudo de Elicker e col. o fato de

pais serem fumantes não apresentou fator de associação com o tabagismo entre os pesquisados34.

A experimentação de drogas apresentou-se associada ao consumo recente de tabaco, 2,04 vezes mais prevalente. O uso de droga nos últimos 30 dias também apresentou associação, sendo 3,35 mais prevalente. A associação com a experimentação de droga também foi encontrado por Barreto et al na análise dos dados a PeNSE 2009, que demonstrou fator de risco para o consumo de cigarro de 16,69 vezes mais23.Elicker

e col evidenciaram que o adolescente que consumiu de drogas nos últimos 30 dias apresentou 1,84 vezes mais chance de fumar34. De mesmo modo, observou-se em

estudo de Oliveira et al que o consumo de drogas ilícitas foi fator de risco, com OR: 5,03 em escola particular e OR: 3,97em escola publica50.

Outro fator que demonstrou associação com o consumo recente do tabaco entre os adolescentes foi a sexarca, sendo 1,6 vezes mais prevalente. A sexarca também apresentou-se como associação positiva ao consumo de tabaco com razão de prevalência de 10,64 em investigação de Viana et al.53e por Barreto e col, 6,33 vezes

mais prevalente33.

Dentre os inúmeros fatores de que influenciam para o comportamento de risco entre os adolescentes pode-se citar: o fácil acesso a substâncias nocivas, conflitos familiares, a falta de identidade própria e a dificuldade de se inserir em grupos de adolescentes, que para ser aceito pelo grupo adquire atitudes semelhantes aos de seus colegas54. Em revisão feita por Davim e col foram descritas características do

adolescente que possivelmente o levariam a apresentar comportamento de risco: tendência a apresentar baixa autoestima, ansiedade, impulsividade, rebeldia,

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engajamento em situações de risco, dificuldade de comunicação e interação familiar55.Vale também ressaltar que família é o primeiro grupo de referência na vida

dos jovens, por isso é fundamental que os pais possam se representar modelos saudáveis a seus filhos56.

O estudo apresenta algumas limitações por se tratar de um inquérito realizado com adolescentes que frequentam escolas públicas e privadas apenas das capitais da região sul, não representando a totalidade da população de adolescentes. Por se tratar de um estudo transversal, não é possível estabelecer relação de temporalidade ou causalidade para parte das associações identificadas.

CONCLUSÃO

A adolescência é uma fase de transição entre a infância e a vida adulta, neste período é comum que o adolescente se encontre em um período de vulnerabilidade devido as transformações vivenciadas nesta fase da vida e frente a isso ocorre o aumento de exposição a riscos57.

No estudo avaliou características relacionadas ao tabagismo entre os adolescentes avaliados. Foi encontrada associação significante com o consumo de tabaco o fato do adolescente não morar com o pai, ter pais fumantes, alguém ter fumado em sua presença nos últimos 30 dias, já ter tido a primeira relação sexual, já ter experimentado drogas e ter usado droga nos últimos 30 dias.

Os resultados encontrados apontam que o contexto/convívio familiar, uso de outra drogas e a influência de fatores comportamentais, como fatores psicológicos e comportamentais podem aumentar o consumo de tabaco entre adolescentes.

Por isso são necessários programas de educação preventiva e um maior controle para o cumprimento da lei que proíbe a venda de tabaco a menores de 18 anos.

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(21)

Tabela 1. Descrição das características relacionadas ao uso de fumo por estudantes da Região Sul do Brasil segundo Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, 2015.

Variável n %

Experimentação fumo (n=2.305) Sim

Não

Fumaram em sua presença (n=2.300)

1 ou mais dias Nenhum dia

Pais fumantes (n=2.301) Nenhum deles

Pai / responsável masculino Mãe /responsável feminina Pai e mãe ou responsáveis Pais fumantes (n=2.261) Sim Não Idade experimentação (n=663) Até 13 anos 14 anos ou mais

Consumo recente de tabaco (n=662) Sim

Não

Maneira de obter cigarro (n=662) Loja ou botequim

Vendedor ambulante Deu dinheiro para alguém Pediu a alguém

Pegou escondido Pessoa mais velha deu Conseguiu de outro modo

Recusa na venda de cigarro (n=165) Não houve recusa de venda Houve recusa de venda

Uso de derivados de tabaco (n=244) 1 ou 2 dias 3 a 5 dias 6 a 9 dias 10 a 19 dias 20 a 29 dias Todos os 30 dias

Derivado de tabaco usado (n=243) Cigarros de cravo

Cigarros enrolados à mão Cigarrilhas Charutos Narguilé Cigarros indianos Cigarro eletrônico Outros 663 1642 1250 1050 1512 344 254 151 749 1512 337 321 191 471 93 8 22 47 25 21 46 54 111 110 43 28 27 16 20 7 14 3 3 169 5 10 32 28,8 71,2 54,3 45,7 66,8 15,2 11,2 6,7 33,1 66,9 51,2 48,8 28,9 71,1 35,5 3,1 8,4 17,9 9,5 8,0 17,6 32,7 67,3 45,1 17,6 11,5 11,1 6,6 8,2 2,9 5,8 1,2 1,2 69,5 2,1 4,1 13,2

(22)

Tabela 2. Associações entre os fatores sociodemográficos com o consumo recente de tabaco por estudantes da Região Sul do Brasil segundo Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, 2015.

Variável Consumo recente Tabaco n (%) RP (IC95%) Valor p Sexo Masculino Feminino 101 (29,4%) 90 (28,3%) 1,037 (0,816 / 1,328) 0.764 Raça Branca Não Branca 103 (26,1%) 88 (33%) 0,791 (0,623 / 1,004) 0,550 Série que estuda

Ensino médio

Fundamental 117 (26,9%) 74 (32,6%) 0,825 (0,647 /1,052) 0,124 Turno que estuda

Noite Dia

50 (33,8%) 141 (27,4%)

1,232 (0,944 / 1,607) 0,133 Mora com mãe

Sim Não

32 (34,8%) 159 (27,9%)

1,247 (0,915 / 1,699) 0,176 Mora com pai

Não Sim 95 (33,9%) 96 (25,1%) 1,35 (1,064 / 1,913) 0,014 Escolaridade da mãe Até Fund. Acima de Fund. 72 (29,8%) 71(24,4%) 1,219 (0.922 / 1.613) 0.165 Trabalho Não Sim 111 (27,5%) 79 (30,7%) 0,894 (0,701 / 1,139) 0,366 Trabalho remunerado Sim Não 77 (30,3%) 2 (66,7%) 0,455 (0,019 / 2,435) 0.175 Pais fumantes Sim Não 90 (33,6%) 94 (24,9%) 1,528 (1,082 / 2.156) 0,016 Estado Nutricional Acima do peso Eutrófico 64 (32,7%) 127 (27,3%) 1,198 (0,933 / 1,538) 0,162 Administração escolar Publica Particular 161 (29,0%) 30 (28,0%) 1,035 (0,744 / 1,44) 0,839

(23)

Tabela 3. Associações entre hábitos de vida com o consumo recente de tabaco por estudantes da Região Sul do Brasil segundo Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, 2015. Variável Consumo recente tabaco n (%) RP (IC95%) Valor p Atividade Física Menos 1 hora/dia 1h/dia ou mais 59 (31,1%) 57 (27,1%) 1,144 (0,842 / 1,554) 0,453

Idade experimentação fumo

Até 13 anos 14 anos ou mais

91 (27%) 98 (30,5%)

0,844 (0,695 / 1,125) 0,318

Fumaram em sua presença

1 ou mais dias Nenhum dia 160 (34%) 30 (15,8%) 2,151 (1,514 / 3,058) <0,001 Experimentação Álcool Sim Não 188 (29,8%) 03 (9,4%) 3,183 (1,077 / 9,409) 6,214

Idade experimentação Álcool

Até 13 anos 14 anos ou mais

113 (31,7%) 72 (26,1%)

1,123 (0,945 / 1,559) 0,127

Álcool nos últimos 30 dias

Sim

Não 162 (35,4%) 26 (14,4%) 3,274 (2,072 / 5,173) <0,001

Experimentação Droga

Não

Sim 129 (38,6%) 62 (18,9%) 2,043 (1,537 / 2,65) <0,001

Idade experimentação Drogas

Até 14 anos

15 anos ou mais 70 (39,8%) 59 (37,3%) 1,065 (0,812 / 1,398) 0,649

Drogas nos últimos 30 dias

Não Sim 94 (62,7%) 34 (18,7%) 3,355 (2,418 / 4,653) <0,001 Sexarca Sim Não 149 (32,6%) 41 (20,1%) 1,622 (1,197 / 2,198) 0.001 Idade da sexarca Até 14 anos 15 anos ou mais 89 (33,7%) 59 (30,9%) 1,091 (0,832 / 1,432) 0,526

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