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O uso de filtro solar em pacientes atendidos nos laboratórios de cosmetologia e estética da UNISUL Campus Universitário de Tubarão, SC

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1 O USO DE FILTRO SOLAR EM PACIENTES ATENDIDOS NOS LABORATÓRIOS

DE COSMETOLOGIA E ESTÉTICA DA UNISUL CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUBARÃO, SC.

Fabíola Lebarbenchon da Silva

Resumo: A radiação ultravioleta provoca efeitos na pele dentre eles, o envelhecimento. Como forma de prevenir danos decorrentes a exposição solar o filtro solar é indispensável para este efeito. Essa pesquisa teve como objetivo analisar o hábito de isso de protetor solar entre os indivíduos que procuraram por procedimentos estéticos nos Laboratórios de Cosmetologia e Estética – LCE da Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, SC. E foi delineada com uma abordagem quantitativa e transversal considerando todas as fichas de avaliação corporal e facial com registros de tratamentos estéticos nos LCE, a partir do primeiro semestre do ano de 2012 até 2016. A coleta de dados foi feita pelo programa Microsoft Excel® com análise descritiva pelo programa Epi Info 3.5.2. Dos atendidos 44%: IC95% [40,7;47,4%] referiram fazer o uso de filtro solar. Destes, 75,0% o fazem em horário inadequado. Verificou-se a necessidade de investigar na anamnese de atendimentos estéticos o uso de filtro solar e orientar para o uso adequado.

Palavras-chave: Protetor Solar. Higiene da pele. Centro de embelezamento e estética.

1 INTRODUÇÃO

Efeitos danosos são decorrentes da exposição excessiva sem proteção à radiação ultravioleta (RUV) que é subdividida em três bandas de acordo com o comprimento de onda. Os raios UVA apresentam o comprimento de onda mais longo (315-400 nm) e é ela quem induz os processos oxidativos. De comprimento menor a UVB (280-315 nm) é responsável por danos ocorridos diretamente ao DNA, fotoimunossupressão, eritema, espessamento do estrato córneo e melanogênese. A UVC (100-280 nm), com menor comprimento das três tem

Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso de Superior de Tecnologia em Cosmetologia e estética

da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo. Orientador: Profa. Silvana Cristina Trauthman, Mestre. Tubarão, 2017.

Acadêmica do Curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética. Universidade do Sul de Santa Catarina.

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caráter carcinogênico por poder ser absorvido pelo DNA das células onde incide. Felizmente esta radiação, é contida pela camada de ozônio (GONZÁLEZ, FERNANDEZ, GILABERTE, 2008; PALM, O’DONOGUE, 2007; SVOBODOVA, WALTEROVA, VOSTALOVA; 2006). As manifestações cutâneas apresentam uma linha evolutiva de aparecimento havendo a princípio a presença de queimadura e na sequência ocorrem progressivamente o espessamento da pele, as manchas hipercrômicas, as rugas finas e profundas, a ceratose actínica e o câncer da pele (SANTOS et al., 2007). A curto prazo quando um indivíduo se expõe a sol existe a possibilidade de danos como a queimadura solar. Quando não resulta em queimaduras, a pele sofre modificações resultando na hiperpigmentação da pele após 24 a 36 horas, e há um consequente espessamento da epiderme. Estas modificações têm como finalidade absorver parte da radiação incidente na tentativa da redução de danos. (SILVA, 2009).

Sabe-se que o número de rugas na pele tem relação direta com a dose diária de RUV recebida durante a vida, a genética e a pigmentação que o indivíduo possui. (MONTAGNER, 2009; VELASCO et al., 2011). E considera-se que envelhecimento celular acelerado, envelhecimento extrínseco, em sua maior parte ocorra pela UVA, pois as alterações que ela promove determinam uma redução na produção e aumento da degradação das fibras elásticas induzindo há perda da elasticidade da pele, entre outros, originando atrofia na pele e rugas precoces. (SCHMITT; MIOT, 2012; CRIADO; MELO; OLIVEIRA, 2012; SCHALKA, REIS, 2011).

O câncer de pele é considerado como dano de longo prazo em sua etiologia identifica-se a RUV como um dos principais agentes envolvidos (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER 2016; CABRAL; PEREIRA, PARTATA, 2003). As pessoas que se expõem ao sol de forma prolongada e frequente, por atividades profissionais e de lazer, constituem o grupo de maior risco de desenvolver câncer de pele e principalmente as de pele clara. (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2016).

Como a radiação vem sofrendo aumentando de intensidade nos últimos tempos torna relevante o uso e a reaplicação dos protetores solares, considerados importantes substâncias, que protegem para minimizar o surgimento das doenças de pele, principalmente o câncer de pele (SCHALKA; STEINER, 2013; RAMOS, et al., 2009; ARAÚJO; SOUZA,2008). Apesar da relevância do tema apenas 30% da população usa filtro solar diariamente (SCHALKA; STEINER, 2013).

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Justifica-se esse trabalho levando em consideração a busca por conhecer o uso de filtro solar entre os indivíduos que buscaram atendimento nos LCE na Universidade do Sul de Santa Catarina em Tubarão. Uma vez que os profissionais tecnólogos em cosmetologia e estética podem contribuir em prol a saúde dos atendidos beneficiando-os através da educação em saúde para o bom uso de medidas fotoprotetoras. Assim, o objetivo desse estudo foi analisar o hábito de uso de protetor solar entre os indivíduos que procuraram por procedimentos estéticos nos Laboratórios de Cosmetologia e Estética – LCE da Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, SC.

2 MÉTODOS

A classificação desta pesquisa quanto a fonte de informação é do tipo documental, a profundidade da análise exploratória retrospectiva. Considerou-se como amostra todo o contingente populacional, assim por censo foram incluídas no levantamento 865 fichas de avaliação corporal e facial com registro de tratamentos estéticos a partir do primeiro semestre do ano de 2012 até o encerramento das atividades do segundo semestre de 2016.

No LCE existem diferentes instrumentos para avaliação e registro dos atendidos, estes documentos equivalem ao prontuário e recebem o nome de ficha acrescida da nomenclatura que orienta o cuidado ou a área a ser realizado. As fichas de avaliação corporal e facial possuem campos que permitem fazer registros dos hábitos de fotoproteção. Enquanto, que as fichas utilizadas para os atendimentos relacionados às práticas complementares e aos anexos cutâneos não permite anotas tais informações, assim estas foram desconsideradas ainda que se destinem ao atendimento corporal. O campo que dispunha de registro para conhecer sobre o uso ou não de protetor solar foi “cuidados diários e produtos em uso pelo paciente na região a ser tratada”.

A técnica de coleta de dados foi por observação sistemática da fichas de avaliação corporal e facial, possível pelo uso de um formulário estruturado desenvolvida pelos pesquisadores. As variáveis analisadas foram os dados demográficos de idade, sexo, fototipo; as condições clínicas: classificação da pele quanto a hidratação, manchas pigmentares, classificação Goglau, hábitos: cuidados diários, produtos em uso, uso de filtro solar, vestuário do dia-a-dia, horário de exposição solar; informação sobre o ano de atendimento.

A variável fototipo está categorizada de acordo com a classificação de Fitzpatrick. (FITZPATRICK, 1988). Onde, as características fenotípicas são agrupadas em números

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romanos, descrevendo: I - Pele branca – sempre queima – nunca bronzeia – muito sensível ao sol; II - Pele branca – sempre queima – bronzeia muito pouco – sensível ao sol; III - Pele morena clara – queima (moderadamente) – bronzeia (moderadamente) – sensibilidade normal ao sol; IV - Pele morena moderada – queima (pouco) – sempre bronzeia – sensibilidade normal ao Sol; V - Pele morena escura – queima (raramente) – sempre bronzeia – pouco sensível ao sol; VI - Pele negra – nunca queima – totalmente pigmentada – insensível ao sol.

Para classificar o nível de fotoenvelhecimento cutâneo pode se utilizar a classificação de Goglau que são agrupadas em números romanos seguindo assim: I – envelhecimento leve, entre 28 a 35 anos, sem rugas; II - envelhecimento moderado, entre 35 a 50 anos, rugas em movimento, ou de expressão; III - envelhecimento avançado, entre 50 a 65 anos, rugas em repouso, mesmo sem expressão. (KEDE, 2003).

Os dados coletados foram registrados no instrumento de coleta de dados e transferidos a um banco de dados no programa Microsoft Excel® para a tabulação. A análise estatística foi feita pelo programa Epi Info 3.5.2, onde os recursos da estatística descritiva forneceram as informações quantitativas das variáveis tabuladas, as quais foram apresentadas pela média e desvio padrão e as variáveis qualitativas foram expressas por número absoluto e proporções. A prevalência de uso de filtro solar é expressa em percentual e seu Intervalo de Confiança de 95%. O teste de associação empregado foi o Teste Exato de Fisher e o nível de significância considerado foi p<0,05.

Esta pesquisa foi realizada atendendo aos requisitos de pesquisas em humanos e teve aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unisul, segundo parecer 1.917.397.

3 RESULTADOS

No período em estudo foram atendidas 865 pessoas que buscaram realizar procedimentos estéticos corporais ou faciais, entre os quais se observou haver registro sobre aplicação de filtro solar em 44,5% (n= 385). Nas fichas que mencionavam filtro solar verificou-se que 99,0% (n= 381) referiram de modo afirmativo fazer o uso de filtro solar e 1,0% (n= 4) negou fazer uso. Logo, 44,0%: IC 95% [40,7;47,4%] dos atendidos para a realização de procedimentos estéticos corporais ou faciais referiram fazer o uso de filtro solar, destes 92,4% são mulheres e 7,6% são homens. Os dados demográficos dos que referiram fazer uso de filtro solar estão descritos na Tabela 1.

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Entre os que utilizaram filtro solar o hábito de pegar sol em horário adequado foi mencionado por 25,0% (n=18), enquanto 75,0% (n=54) o fazem em horários que compreende exposição entre 10 às 16 horas. Os horários adequados para se expor ao sol foram mencionados por 25,4% das mulheres e 20,0% dos homens.

A variável vestuário teve registro de alguma informação em 103 (27,0%) fichas que continham registro de uso de filtro solar. Porém, a descrição do tipo de vestuário limita-se ao registro de uso de calças, saias, e a condição quanto à largura e o conforto destas peças.

Tabela 1 – Perfil dos atendidos em uso de filtro solar, por sexo, no LCE da Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus Universitário de Tubarão, entre 2012 e 2016 (n=381).

Perfil Total n (%) Sexo n (%)

Masculino Feminino Ano de atendimento(n=340) 2016 2015 2014 2012 2013 89 (26,2) 84 (24,7) 73 (21,5) 56 (16,4) 38 (11,2) 10 (11,2) 7 (8,3) 3 (4,1) 3 (5,4) 3 (7,9) 79 (88,8) 77 (91,7) 70 (95,9) 53 (94,6) 35 (92,1) Idade em anos (n=29;317) 34,6 (±12,9) 33,5 (±12,5) 34,8 (±13,2) Fototipo (n=25;265) II III IV I V VI 100 (34,5) 94 (32,4) 47 (16,2) 39 (13,4) 8 ( 2,8) 2 (0,7) 11 (44,0) 8 (32,0) 3 (12,0) 2 (8,0) 1 (4,0) - 92 (34,7) 83 (31,3) 45 (17,0) 36 (13,6) 7 (2,6) 2 (0,8)

Fonte: Elaboração das autoras, 2017

Dentre os atendidos que mencionaram uso de filtro solar constata-se que as motivações de finalidade de tratamento estéticos buscadas no LCE foram 62,2% (n=58) para tratar face e 31,8% (n=18) para obter cuidados com corpo; a distribuição das finalidades de tratamento segundo a área facial e corporal, em cada gênero foi 15,2 (n=5) e 84,8% (n=28), respectivamente em homens foi 70,0% (n=28) e 30,0% (n= 12) para as mulheres.

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Os dados descritivos da pele registrados nas fichas de atendidos na situação de uso de filtro solar confirmado, negado ou ignorado pela ausência de informação estão descritos na Tabela 2, a seguir.

Tabela 2 – Características da pele dos atendidos no LCE da Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus Universitário de Tubarão entre 2012 e 2016.

Aspectos da pele Total n (%)

Filtro solar n (%) p Sim Não/Ignorado Teor de água (n=127) hidratada desidratada 68 (53,5) 59 (46,5) 8 (57,1) 6 (42,9) 60 (53,1) 53 (46,9) 0,0643 Manchas melânicas (n=305) melanose solar efélides cloasma acromia hipocromia hipercromia de contato 197 (64,6) 69 (22,6) 20(6,6) 10 (3,3) 4 (1,3) 5 (1,6) 109 (55,3) 34 (21,0) 7 (4,3) 7 (4,3) 3 (1,9) 2 (1,2) 88 (61,5) 35(24,5) 13 (9,1) 3 (2,1) 1 (0,7) 3 (2,1) 0,3374 Avaliação Goglau (n=456) I II III IV 194 (42,5) 168(36,8) 86 (18,9) 8 (0,9) 102 (44,9) 87(38,0) 48 (21,0) 2 (0,9) 92 (40,2) 81(35,7) 38 (16,7) 6 (2,6) 0,2743

Fonte: Elaboração das autoras, 2017

4 DISCUSSÃO

Por fotoproteção se compreende o conjunto de medidas diretamente relacionadas à reduzir a exposição ao sol e prevenir o desenvolvimento do eritema, câncer de pele, fotoenvelhecimento e o agravo de certas doenças relacionadas a imunossupressão.

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(SCHALKA; STEINER, 2013; CABRAL; PEREIRA e PARTATA, 2013; CRIADO; MELO; OLIVEIRA, 2012; RAMOS, et al., 2009).

No presente estudo, menos da metade dos registros dos atendidos no LCE descrevem a situação de uso de filtro solar. Este achado está entre as menores proporções de uso de filtro solar verificadas no Brasil, as quais são descritas entre 39,3 a 83,9% em dados de estudos populacionais de composições amostrais diversas. (SANTOS et al., 2013; FABRIS et al, 2012; CASTILHO et al., 2010). E nestes mesmos estudos há a confirmação de ser mais frequente a realização da aplicação de filtro solar entre as mulheres. Este hábito foi evidenciado por Castilho e colaboradores (2010), que observaram diferença significativa (p<0,010) na comparação entre os sexos, onde as mulheres utilizam filtro solar diariamente. Contudo, no presente estudo não pode ser averiguada a existência de associação entre algum sexo e o uso de fotoprotetor, pela baixa proporção de registros sobre o não uso de filtro solar. O que se destaca é ter ocorrido maior proporção de uso de filtro solar no sexo feminino entre os que buscam tratar distúrbios estéticos na face, e ser a prática deste importante cuidado sendo mais frequentes nos fototipos II, III e VI.

Os filtros solares foram desenvolvidos para proteger a pele contra danos do sol sendo evidenciado que a aplicação deste forma uma barreira protetora a qual por exposição ao sol atenua o risco de câncer de pele. Considera-se eficiente o fotoprotetor capaz de prevenir não apenas queimaduras mas ainda diminuir ou prevenir lesões causadas pela radiação solar conhecidas como fotoenvelhecimento cutâneo. (FLOR et al., 2006; DIFFEY, 2001).

A efetiva ação dos fotoprotetores é assegurada pela correta aplicação considerando desde a seleção do nível de proteção, quantidade aplicada, reaplicações e pelo emprego de filtros UVA e UVB. (CABRAL; PEREIRA e PARTATA, 2013; SCHALKA; STEINER, 2013). Recomenda-se aplicar o produto de 20 a 30 minutos antes de se expor a radiação solar para que este seja absorvido e proteja a pele contra os danos que a exposição solar possa provocar (DIFFEY, 2001); proceder reaplicação a cada 2 ou 3 horas ou após longos períodos de imersão na água e não excluir o uso em dias nublados. (DIFFEY, 2001; CABRAL; PEREIRA e PARTATA, 2013; SCHALKA; STEINER, 2013). O tempo de reaplicação depende do protetor solar utilizado, a intensidade de exposição, do contato com a água, suor e da área exposta. (SCHALKA; STEINER, 2013; DIFFEY, 2001).

Outro fator importante é observar a recomendação de não é apropriada a exposição ao sol no período entre 10 e 16 horas considerando-se o horário de verão quando necessário. No Nordeste Brasileiro orienta-se o início da restrição a partir das 9 horas da

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manhã, já no Centro-Oeste Brasileiro ou estados com horário de verão ainda se orienta a manutenção da restrição até as 16 horas. (SCHALKA; STEINER, 2013). Quanto ao horário de exposição ao Sol o que se observou na maioria dos prontuários é que esta ocorre nos horários inadequados. Este hábito se assemelha ao revelado por um estudo realizado em Curitiba, PR, com estudantes, que apresentou ser prevalente as escolhas por horários de exposição solar inadequados entre 10 e 16 horas. (PURIM, WROBLEVSKI, 2014). Contrastando com o imediatamente referido, ainda que não seja a condição desejada o estudo conduzido com frequentadores de uma academia revelou proporções maiores de entrevistados que tem o hábito de tomar sol entre às 10 e 16 horas (40,0%). (FABRIS et al, 2012).

Visando uma ampla fotoproteção além de se utilizar o filtro solar são requeridas outras formas de barrar essa radiação, as medidas mecânicas que compreendem as vestimentas, óculos, luvas, chapéus e bonés. Considerados meios facilmente disponíveis e eficazes para defesa do organismo contra os efeitos nocivos da radiação UV. (GONZÁLEZ, FERNANDEZ, GILABERTE, 2008; PALM, O`DONOGHUE, 2007). Costa e Weber (2004), revelam que na região Sul do Brasil grande parte da sua amostra ignora a proteção obtida por chapéu, camiseta e guarda-sol. Já na região do Centro-Oeste outro estudo aponta o uso de óculos, camiseta e chapéu como sendo amplamente mencionado. (CASTILHO, SOUSA, LEITE, 2010). A averiguação do emprego destas medidas de proteção não pode ser feita entre os atendidos no LCE, pois as anotações nas fichas relativas às vestimenta estava dedicada à descrever sobre o tipo, largura e conforto. Atributos estes que não evidenciam o potencial de proteção contra a radiação solar.

A radiação solar embora tenha incontestável relevância, pode ainda provocar na pele alterações acelerando a cinética do envelhecimento. Os danos proporcionados podem se manifestar na forma de rugas, manchas, ressecamento e espessamento da pele, lesões cutâneas pré-cancerosas e em alguns casos de câncer de pele. (ROCHA et al., 2004). As manchas melânicas, como o melasma, o cloasma, as efélides, além das lesões pigmentadas do tipo queratose actínia, que é considerada uma lesão pré-cancerosa tem sol é a principal causa de aparecimento (STEINER, 2004), destaca-se que 35,3% (305) das pessoas que procuram o LCE para atendimento facial e/ou corporal tem manchas melânicas. Nos indivíduos com manchas melânicas percebeu-se haver uma menor frequência de ocorrência destas marcas entre os que se fotoprotegem comparado com aqueles cuja informação sobre este hábito é negado ou ignorado.

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Ainda no contexto dos agravos estéticos registrados nas fichas dos atendidos no LCE chama a atenção ter sido constatado maior frequência a melhor situação de hidratação da pele entre os indivíduos que tiveram registro de uso de filtro solar em suas fichas. Sugerindo que a exposição à radiação UV sem proteção neste grupo de indivíduos possa ser um dos responsáveis pela desidratação da pele.

Esta tendência de melhor estado da pele entre os usuários de filtro solar, embora suave, ainda foi evidenciada na investigação dos dados da escala Goglau, que apresentou com menores intensidades de envelhecimento os usuários uso de fotoproteção. Observou-se que quanto maior o grau de envelhecimento menor o uso de filtro solar, sugerindo que o envelhecimento e o hábito do cuidado contra a radiação possam ocorrer de modo inverso.

Entende-se que a falta do campo que investigue de modo direto o uso de filtro solar nos prontuários contribua para esses resultados e é possível que entre estes indivíduos que foram atendidos no LCE no período deste estudo existisse o hábito do uso o que não pode ser confirmado. Conhecer sobre uso de filtro solar nos tratamentos estéticos é importante por este ser um valioso produto aliado da maioria dos tratamentos, e ainda há a inegável finalidade de preservação da saúde que a proteção solar oferece. Para além das questões estéticas Schalka e Steiner (2013), entendem que a política para a prevenção do câncer de ele, através da fotoproteção consciente, é medida prioritária em termos de saúde pública para o Brasil.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entre os atendidos para a realização de procedimentos estéticos corporais ou faciais, apenas 44,0%: IC95% [40,7; 47,4%]. O hábito de pegar sol em horário adequado foi mencionado por 25% (n=18) sem discrepância da frequência deste nos diferentes sexos. Os sinais de fotodano são perceptíveis entre as algumas das pessoas que procuram o LCE para atendimento facial e/ou corporal, pela ocorrência de manchas melânicas, e a escala Goglau revela o grau mais avançado como o mais frequente entre os que não fazem uso de fotoproteção. E foi percebido a tendência de melhor estado de hidratação e melhor avaliação pela escala Goglau da pele entre os usuários de filtro solar.

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É relevante ponderar a necessidade de haver uma investigação direta sobre o uso do filtro solar a todos os atendidos na LCE, e em especial aqueles que já apresentam manchas causadas pela produção de melanina, ou qualquer outro sinal de fotodano. Na mera opinião dos proponentes desta pesquisa, e com propósito restrito à propor melhorias seria relevante haver nas fichas de avaliação corporal e facial haver campos específicos para preenchimento sobre: a) uso de filtro solar; b)situações de uso (diário) exposição ao sol (recreação); c) fator de fotoproteção; d) horário de exposição antes das 10 e após as 16 horas (sim ou não) entre as 10 e as 16 horas, indeterminado; e) área do corpo em que aplica; f) quantidade aplicada; g) reaplicação h) o intervalo de tempo entre as aplicações. E orientar de modo amplo aos profissionais que executam os atendimentos para que nos atendimentos sejam realizadas ações educativas para o uso adequado de fotoprotetores.

THE USE OF A SOLAR FILTER IN PATIENTS ATTACHED TO THE COSMETOLOGY AND AESTHETIC LABORATORIES OF UNISUL CAMPUS

UNIVERSITÁRIO DE TUBARÃO, SC.

Abstract: Ultraviolet radiation causes effects on the skin, among them aging. As a way to prevent damage from sun exposure, the sunscreen is indispensable for this purpose. This research aimed to analyze the habit of sunscreen among individuals who sought aesthetic procedures at the Cosmetology and Aesthetics Laboratories - LCE, University of Southern Santa Catarina, Tubarão, SC. This research it was outlined with a quantitative and cross-sectional approach considering all the physical and facial evaluation records And it was outlined with a quantitative and cross-sectional approach considering all the physical and facial evaluation records how descriving records of aesthetic treatments in LCE, from the first semester of the year 2012 to 2016. The program Microsoft Excel® with descriptive analysis by the Epi Info 3.5.2 program did the data collection. Of those treated 44%: 95% CI [40.7; 47.4%] reported using sunscreen. Of these, 75.0% do so at inappropriate times. It was verified the need to investigate in the anamnesis of aesthetic treatments the use of sunscreen and to guide to the appropriate use

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AGRADECIMENTOS

A professora Silvana Cristina Trauthman pela dedicação, apoio e compromisso nas orientações deste trabalho.

A Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades. Aos meus familiares que me incentivaram ir até o fim.

Ao Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética.

Referências

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