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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 492.750 - RS (2002/0171050-1)

RELATOR : MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA

RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : JESUS PEREIRA E OUTROS

RECORRIDO : ANTÔNIO FIRMINO RIBEIRO ADVOGADO : JULIETA TOMEDI

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO EXERCIDO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS. COMPROVAÇÃO POR MEIO DE FORMULÁRIO PRÓPRIO. POSSIBILIDADE ATÉ O DECRETO 2.172/97 – RUÍDOS ACIMA DE 80 DECIBÉIS CONSIDERADOS ATÉ A VIGÊNCIA DO REFERIDO DECRETO. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

1. A controvérsia dos autos reside, em síntese, na possibilidade ou não de se considerar como especial o tempo de serviço exercido em ambiente de nível de ruído igual ou inferior a 90 decibéis, a partir da vigência do Decreto 72.771/73.

2. In casu , foi constatado pelo laudo pericial que a parte autora, como operador de corte e anotador, no período de 11/9/1979 a 22/3/1988, trabalhava em atividade insalubre, de modo habitual e permanente em toda a sua jornada, estando exposta a níveis de ruído superiores a 80 decibéis.

3. A Terceira Seção desta Corte entende que não só o período de exposição permanente a ruído acima de 90 dB deve ser considerado como insalubre, mas também o acima de 80 dB, conforme previsto no Anexo do Decreto 53.831/64, que, juntamente com o Decreto 83.080/79, foram validados pelos arts. 295 do Decreto 357/91 e 292 do Decreto 611/92.

4. Dentro desse raciocínio, o ruído abaixo de 90 dB deve ser considerado como agente agressivo até a data de entrada em vigor do Decreto 2.172, de 5/3/97, que revogou expressamente o Decreto 611/92 e passou a exigir limite acima de 90 dB para configurar o agente agressivo. 5. Recurso especial a que se nega provimento.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do recurso, mas lhe negar provimento. Os Srs. Ministros Felix Fischer, Gilson Dipp e Laurita Vaz votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília (DF), 06 de junho de 2006 (Data do Julgamento)

MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA Relator

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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 492.750 - RS (2002/0171050-1)

RELATOR : MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA

RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : JESUS PEREIRA E OUTROS

RECORRIDO : ANTÔNIO FIRMINO RIBEIRO ADVOGADO : JULIETA TOMEDI

RELATÓRIO MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA:

Trata-se de recurso especial interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, forte na alínea a do permissivo constitucional, contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o qual entendeu que: é possível o reconhecimento do tempo de serviço especial quando comprovado o exercício da atividade profissional sujeita a condições que prejudiquem a saúde ou a integridade física; o enquadramento da atividade especial por agentes nocivos deve ser feito conforme a legislação vigente à época da prestação laboral e sua prova depende da regra incidente em cada período; a atividade sujeita a ruído superior a 80 decibéis pode ser enquadrada como especial até 4/3/1997.

Em suas razões (fls. 263/268), aponta a parte recorrente violação ao art. 58,

caput e § 1º, da Lei 8.213/91. Requer, em síntese, a reforma do acórdão recorrido, para que

fique assentado que, após o Decreto 72.771/73, o exercício de qualquer trabalho submetido a ruídos somente será considerado atividade especial se esses ruídos forem superiores a 90 dB.

Sem contra-razões (fl. 271) e admitido o recurso na origem (fl. 272), foram os autos encaminhados a esta Corte.

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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 492.750 - RS (2002/0171050-1)

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO EXERCIDO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS. COMPROVAÇÃO POR MEIO DE FORMULÁRIO PRÓPRIO. POSSIBILIDADE ATÉ O DECRETO 2.172/97 – RUÍDOS ACIMA DE 80 DECIBÉIS CONSIDERADOS ATÉ A VIGÊNCIA DO REFERIDO DECRETO. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A controvérsia dos autos reside, em síntese, na possibilidade ou não de se considerar como especial o tempo de serviço exercido em ambiente de nível de ruído igual ou inferior a 90 decibéis, a partir da vigência do Decreto 72.771/73.

2. In casu , foi constatado pelo laudo pericial que a parte autora, como operador de corte e anotador, no período de 11/9/1979 a 22/3/1988, trabalhava em atividade insalubre, de modo habitual e permanente em toda a sua jornada, estando exposta a níveis de ruído superiores a 80 decibéis. 3. A Terceira Seção desta Corte entende que não só o período de exposição permanente a ruído acima de 90 dB deve ser considerado como insalubre, mas também o acima de 80 dB, conforme previsto no Anexo do Decreto 53.831/64, que, juntamente com o Decreto 83.080/79, foram validados pelos arts. 295 do Decreto 357/91 e 292 do Decreto 611/92.

4. Dentro desse raciocínio, o ruído abaixo de 90 dB deve ser considerado como agente agressivo até a data de entrada em vigor do Decreto 2.172, de 5/3/97, que revogou expressamente o Decreto 611/92 e passou a exigir limite acima de 90 dB para configurar o agente agressivo.

5. Recurso especial a que se nega provimento.

VOTO

MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA (Relator):

A controvérsia dos autos reside, em síntese, na possibilidade ou não de se considerar como especial o tempo de serviço exercido em ambiente de nível de ruído igual ou inferior a 90 decibéis, a partir da vigência do Decreto 72.771/73.

In casu , foi constatado pelo laudo pericial que a parte autora, como operador de

corte e anotador, no período de 11/9/1979 a 22/3/1988, trabalhava em atividade insalubre, de modo habitual e permanente em toda a sua jornada, estando exposta a níveis de ruído superiores a 80 decibéis (fls. 241/242).

A Terceira Seção deste Superior Tribunal, em sede de julgamento de embargos de divergência, entendeu que não só o período de exposição permanente a ruído acima de 90 dB

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Superior Tribunal de Justiça

Dentro desse raciocínio, o ruído abaixo de 90 dB deve ser considerado como agente agressivo até a data de entrada em vigor do Decreto 2.172, de 5/3/1997, que revogou expressamente o Decreto 611/92 e passou a exigir limite acima de 90 dB para configurar o agente agressivo.

Salientou o voto condutor daquele EREsp que a autarquia previdenciária, por meio da Instrução Normativa INSS/DC 57, de 10/10/2001, reconheceu a prevalência do índice de 80 dB no tocante ao período anterior à edição do Decreto 2.172/97. O INSS, ao expedir a referida instrução, com o objetivo de traçar parâmetros para a aplicação da legislação previdenciária, estabeleceu que até 5/3/1997 o índice de ruído a ser considerado é de 80 dB e após essa data é de 90 dB. Assim, não havendo nenhuma ressalva com relação aos períodos em que os decretos regulamentadores anteriores já exigiam os 90 dB, essa instrução deve ser aplicada no âmbito judicial, sob pena de se dar tratamento desigual a segurados em condições iguais.

Nesse sentido, confira-se o seguinte precedente:

PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM. EXPOSIÇÃO AO AGENTE FÍSICO RUÍDO. LIMITE MÍNIMO 80 dB ATÉ 05/03/1997. POSSIBILIDADE.

1. O art. 292 do Decreto n.º 611/92 classificou como especiais as atividades constantes dos anexos dos Decretos n.os 53.831/64 e 83.080/79. Havendo colisão entre preceitos constantes nos dois diplomas normativos, deve prevalecer aquele mais favorável ao trabalhador, em face do caráter social do direito previdenciário e da observância do princípio in dubio pro misero.

2. Deve prevalecer, pois, o comando do Decreto n.º 53.831/64, que fixou em 80 dB o limite mínimo de exposição ao ruído, para estabelecer o caráter nocivo da atividade exercida. Precedente da Terceira Seção.

3. A própria Autarquia Previdenciária reconheceu o índice acima, em relação ao período anterior à edição do Decreto n.º 2.172/97, consoante norma inserta no art. 173, inciso I, da Instrução Normativa INSS/DC n.º 57, de 10 de outubro de 2001 (D.O.U. de 11/10/2001).

4. Embargos de divergência acolhidos. (EREsp 441.721/RS, Rel. Min. LAURITA VAZ, Terceira Seção, DJ de 20/2/2006)

Destarte, não merece reforma o acórdão recorrido, que entendeu estarem cumpridos os requisitos legais para o reconhecimento da atividade especial exposta a ruídos acima de 80 decibéis, até a data de 5 de março de 1997.

Ante o exposto, nego provimento ao recurso especial. É o voto.

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Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO QUINTA TURMA

Número Registro: 2002/0171050-1 REsp 492750 / RS

Números Origem: 1563198 200104010115989

PAUTA: 01/06/2006 JULGADO: 06/06/2006

Relator

Exmo. Sr. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Presidenta da Sessão

Exma. Sra. Ministra LAURITA VAZ Subprocuradora-Geral da República

Exma. Sra. Dra. ÁUREA MARIA ETELVINA N. LUSTOSA PIERRE Secretário

Bel. LAURO ROCHA REIS

AUTUAÇÃO

RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

PROCURADOR : JESUS PEREIRA E OUTROS

RECORRIDO : ANTÔNIO FIRMINO RIBEIRO

ADVOGADO : JULIETA TOMEDI

ASSUNTO: Previdenciário - Benefícios - Aposentadoria - Contagem do tempo de serviço

CERTIDÃO

Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

"A Turma, por unanimidade, conheceu do recurso, mas lhe negou provimento."

Os Srs. Ministros Felix Fischer, Gilson Dipp e Laurita Vaz votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília, 06 de junho de 2006

LAURO ROCHA REIS Secretário

Referências

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