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Universidade Federal do Maranhão. Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais ISSN:

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Academic year: 2021

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Universidade Federal do Maranhão Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais ISSN:1983-4527

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© 2009 – Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste caderno poderá ser reproduzida, seja por quais forem os meios empregados, sem a permissão por escrito da Coordenação do Programa. As idéias, pensamentos, opini-ões, conceitos ou visões emitidos em artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. UNIverSIdade Federal do MaraNhão

REITOR

Prof. Dr. Natalino Salgado Filho

PRÓ-REITOR DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Prof. Dr. Fernando Carvalho Silva

COORDENADOR DO PPGCS

Prof. Dr. Marcelo Domingos Sampaio Carneiro EDITORIA

Editor: Igor Gastal Grill

Secretária: Soraya Cristina Barbosa Carvalho Design gráfico: Raquel Noronha

Normalização: Maria Stela Martins Veloso | Soraya Cristina Barbosa Carvalho

Revista Pós Ciências Sociais/Universidade Federal do Maranhão, Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, v.6, n.12, 2009. 280p. São Luís: EDUFMA, 2009.

v. 6, n. 12 Semestral, 280p. ISSN: 1983-4527

Continuação de Caderno Pós Ciências Sociais (ISSN: 1807-3492)

1. Ciências Sociais - Periódicos. I. Universidade Federal do Maranhão. II. UFMA. Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais. III. Título.

CDD 300.05

Tiragem: 500 exemplares CDU 3.05

Endereço:

Revista Pós Ciências Sociais - Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais - Centro de Ciências Humanas - Universidade Federal do Maranhão

Av. dos Portugueses, s/n. Campus do Bacanga - São Luís - MA - CEP: 65.085-580 Tel: 98 3301-8325 Site: www.ppgcsoc.ufma.br E-mail: revistapgcs@ufma.br

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COMITÊ EDITORIAL

Professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Prof. Dr. Horácio Antunes Sant’Ana Júnior

Prof. Dr. Igor Gastal Grill

Prof. Dr. Marcelo Domingos Sampaio Carneiro Prof. Dr. Sérgio Figueiredo Ferretti

Mestrandos em Ciências Sociais Carolina da Silva Portela Jesus Marmanillo Pereira Paulo de Tasso Alves Martins Valdir Mariano de Sousa Wheriston Silva Neris CONSELHO EDITORIAL

Prof. Dr. Alexandre Fernandes Corrêa (UFMA)

Prof. Dr. Alejandro Frigério (Universidad Católica Argentina) Prof. Dr. Alfredo Wagner Berno de Almeida (UFAM) Prof. Dr. Álvaro Roberto Pires (UFMA)

Prof. Dr. André Marenco dos Santos (UFRGS) Prof. Dr. Carlos Benedito R. Silva (UFMA) Prof. Dr. César Barreira (UFC)

Profa. Dra. Ednalva Maciel Neves (UFPB) Profa. Dra. Elizabeth M. B. Coelho (UFMA) Profa. Dra. Irlys Barreira (UFC)

Prof. Dr. José O. Alcântara Jr. (UFMA) Prof. Dr. José Ricardo Ramalho (IFCS/UFRJ) Prof. Dr. José Vicente Tavares dos Santos (UFRGS) Prof. Dr. Leopoldo Waizbort (USP)

Profa. Dra. Lúcia Maria Machado Bógus (PUC/SP) Prof. Dra Maria José da Silva Aquino (UFPA)

Profa. Dra. Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcante (IFCS/UFRJ) Prof. Dr. Marion Aubrée (EHESS/ IHEAL/ Paris III)

Profa. Dra. Maristela de Paula Andrade (UFMA)

Prof. Dr. Martin Gegner (Brandenburg University of Technology [BTU], Cottbus, Alemanha) Prof. Dr. Miguel Serna (Universidad de la República, Uruguai)

Profa. Dra. Mundicarmo Rocha Ferretti (UFMA) Prof. Dr. Pierre Teisserenc (Université Paris XII) Prof. Dr. Ricardo Rezende Fegueira (UFRJ)

Prof. Dr. Roberto Malighetti (Universitá Degli Studi di Milano Bicocca-Itália) Profa. Dra. Sandra Nascimento Sousa (UFMA)

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NOTA DO COMITÊ EDITORIAL 07

DOSSIÊ

APRESENTAÇÃO: AMAzôNIA E PARADIGMAS DE DESENVOLVIMENTO 09

Neide Esterci | Horácio Antunes de Sant’Ana Júnior

O LEGADO CONSERVACIONISTA EM QUESTÃO 15

Neide Esterci | Annelise Fernandez

LES RESEXS: UN INSTRUMENT AU SERVICE DES POLITIQUES 41

DE DéVELOPPEMENT DURABLE EN AMAzONIE BRéSILIENNE

Pierre Teisserenc

A CIÊNCIA NOS TRÓPICOS: AS PRÁTICAS MéDICO-CIENTíFICAS EM MANAUS 69 NA PASSAGEM DO SéCULO XIX PARA O XX

Júlio Cesar Schweickardt

OS PERITOS NÃO GOVERNAMENTAIS DA BIODIVERSIDADE AMAzôNICA 89

E SEUS FINANCIADORES INTERNACIONAIS:

UMA PARCERIA DESIGUAL EM TORNO DE INTERESSES COMUNS

Benjamin Buclet

A PRESENÇA DO GADO EM RESERVAS EXTRATIVISTAS: ALGUMAS REFLEXõES 115

Mariana Ciavatta Pantoja | Eliza Lozano Costa | Augusto Postigo

USO E PROTEÇÃO AMBIENTAL NO LITORAL ATLâNTICO AMAzôNICO: EM DEBATE 131 PRÁTICAS E SABERES EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Maria José da Silva Aquino | Benilde de Nazaré Lamareira Rosa

ESTRATéGIAS, LIMITES E POSSIBILIDADES PARA O INGRESSO NUMA INDúSTRIA DE ALUMíNIO 145

Antonio Marcos Gomes | Marcelo Sampaio Carneiro

CARETAS DE CAzUMBA NO BUMBA-MEU-BOI DO MARANHÃO 161

Elisene Castro Matos | Sergio F. Ferretti

ECOLOGIA POLíTICA: O CAMPO DE ESTUDO DOS CONFLITOS SÓCIO-AMBIENTAIS 181

Lenir Moraes Muniz

A “ENCANTADA” ILHA DOS LENÇÓIS NO CENÁRIO DO ECOTURISMO: REFLEXõES 197 ACERCA DO FENôMENO TURíSTICO NUMA ABORDAGEM ANTROPOLÓGICA

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ARTIGOS

MOBILIDADES AFRICANAS EM SERGIPE: 229

DISCURSOS E PRÁTICAS DE SOLIDARIEDADES E DIFERENÇAS

Frank Marcon | Aline Ferreira da Silva | Daniela Moura Bezerra | Williams Souza Silva

REFLEXIVIDADE, CIDADANIA E SUBPOLíTICA: PARTINDO DE ULRICH BECk 243

Marcio Gomes de Sá

RESUMOS

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VI JORNADA MARANHENSE DE SOCIOLOGIA E

II SEMINÁRIO DESENVOLVIMENTO, MODERNIDADE E MEIO AMBIENTE

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É com imensa satisfação que lançamos o número 12 da Revista Pós Ciências So-ciais. Depois de atualizar a nossa periodi-cidade e apresentar o novo projeto gráfico (metas atingidas nos três últimos números), entramos em uma nova fase do periódico, a partir da qual começaremos a estruturar a revista também por dossiês temáticos pro-postos por professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFMA (que poderão contar com a colaboração de pesquisadores de outras instituições). Além disso, continuaremos divulgando trabalhos de importância para a comunidade das Ci-ências Sociais na seção artigos.

Neste número trazemos o Dossiê “Ama-zônia e os Paradigmas do

Desenvolvimen-to”, organizado por Horácio Antunes de Sant’Ana Júnior (UFMA) e por Neide Ester-ci (UFRJ) e composto por 11 artigos de pes-quisadores vinculados a diferentes institui-ções, além de dois artigos e resumos de tra-balhos apresentados na VI Jornada Mara-nhense de Sociologia.

Pretendemos fomentar, assim, a interlo-cução e o aprofundamento do debate sobre temas e problemáticas relevantes para as Ciências Sociais. Do mesmo modo, renova-mos nosso empenho em aprimorar sempre este espaço de difusão da produção acadê-mica nessa área do conhecimento.

São Luís, dezembro de 2009. Comitê Editoral

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O dossiê “Amazônia e paradigmas de desenvolvimento”, apresentado pela Re-vista Pós Ciências Sociais, em seu número 12, é resultado de uma longa e estreita co-laboração entre professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão (PPG-CSoc/UFMA) e do Programa de Pós-Gra-duação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGSA/UFRJ).

Essa colaboração se consolidou com a aprovação, pela Coordenação de Aper-feiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), de projeto inscrito no Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (PRO-CAD), sob o mesmo título do dossiê aqui apresentado, com vigência entre março de 2006 e março de 2010. O projeto envolve duas equipes de professores e alunos co-ordenadas pelos professores José Ricardo Ramalho, pelo PPGSA/UFRJ, e Sergio Fi-gueiredo Ferretti, pelo PPGCSoc/UFMA.

Neide Esterci

Horácio Antunes de Sant’Ana Júnior

Dossiê:

Amazônia e paradigmas de desenvolvimento

Seu objetivo principal é compreender a di-nâmica da implantação de projetos enten-didos como de desenvolvimento na Ama-zônia e discutir seus efeitos sobre o am-biente, povos indígenas, grupos étnicos e diferentes segmentos sociais locais.

A atuação das equipes envolvidas per-mitiu ampliar a troca de experiências no campo do ensino e consolidar as redes de pesquisa constituídas, favorecendo a for-mação dos pesquisadores em nível de pós-graduação e o aumento da produção cien-tífica, através do estímulo à realização de pesquisas e publicação dos seus resultados.

Ao longo de quatro anos foram feitas missões de estudos e de pesquisa tanto por parte de alunos de mestrado e professores do PPGCSoc no Rio de Janeiro quanto por parte de alunos de mestrado e doutorado e professores do PPGSA no Maranhão. Es-tas missões, além de permitirem ampliar as possibilidade de aprendizagem e refor-çar as perspectivas de mútua colaboração,

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10 Revista Pós Ciências Sociais v.6, n.12, 2009

possibilitaram a realização de pesquisas conjuntas a partir de temas como: traba-lho, trabalhadores e risco no trabalho; uni-dades de conservação, reservas extrativis-tas e conflitos sócio-ambientais; religião e cultura popular; construção de territoriali-dades e identiterritoriali-dades, tomando como campo empírico a Amazônia maranhense.

Os resultados das pesquisas e colabora-ções foram parcialmente apresentados no livro “Amazônia, desenvolvimento, meio ambiente e diversidade sociocultural”, que foi amplamente discutido pelas duas equi-pes em seus seminários anuais e publicado, em 2009, pela Editora da Universidade Fe-deral do Maranhão (EDUFMA).

O trabalho de colaboração entre os dois programas de pós-graduação procurou, ainda, envolver professores e pesquisado-res de outras instituições que têm estudado questões relacionadas à Amazônia e ao de-senvolvimento. Como resultado desse en-volvimento, novo projeto foi aprovado pe-la CAPES, no edital denominado PROCAD Novas Fronteira, com vigência prevista pa-ra março de 2010 a março de 2014. Sob o título de “Territórios Emergentes da Ação Pública Local e Desenvolvimento Susten-tável na Amazônia Brasileira”, o novo con-vênio envolve também o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Univer-sidade Federal do Pará (PPGCS/UFPA).

No dossiê que aqui apresentamos, com-posto por dez artigos, continuamos a di-vulgar resultados dos trabalhos de pesquisa realizados e debatidos no âmbito do PRO-CAD, além de buscarmos a participação de outros pesquisadores que foram convida-dos porque se envolveram em seu processo e/ou ajudam no aprofundamento das ques-tões por ele suscitadas.

No artigo “O legado conservacionista em questão”, a professoras Neide Esterci, do

PPGSA/UFRJ, e sua orientanda de doutora-do, Annelise Fernandez, recuperam o con-texto sócio-político e intelectual do conser-vacionismo ambiental no estado do Rio de Janeiro, marcado por políticas de instala-ção de unidades de conservainstala-ção que não contemplam a presença humana em seu in-terior, e indagam sobre as perspectivas de alteração deste quadro em função da influ-ência de movimentos socioambientalistas e das pressões dos grupos sociais residentes nas áreas protegidas do estado.

Pierre Teisserenc, Diretor-Adjunto do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Ação Local (CERAL) e professor de Sociologia Po-lítica da Universidade Paris 13 e da Univer-sidade Federal do Pará, no seu artigo “Les RESEXs: un instrument au service des poli-tiques de développement durable en Ama-zonie brésilienne” aplica o conceito de ins-trumento de política pública para abordar condições de realização das Reservas Ex-trativistas na Amazônia Brasileira, toman-do como exemplo a Reserva “Verde para Sempre”, em Porto de Moz – Pará. Descre-ve as dificuldades da moradores da Reserva para acompanhar o processo de ambienta-lização das problemáticas locais, verifican-do a ambiguidade desse instrumento a ser-viço de políticas locais nem sempre coeren-tes com os compromissos estabelecidos no nível do poder central.

O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, Júlio Cesar Schweickardt, no artigo “A ciência nos trópicos: as práticas médi-co-científicas em Manaus na passagem do século XIX para o XX”, discute as práticas científicas no Estado do Amazonas no pe-ríodo de formação e construção da disci-plina da medicina tropical, a partir da cate-goria “doenças tropicais”, que auxiliou na definição de um objeto incerto e amplo nas terras de clima quente. Demonstra que

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Ma-Amazônia e paradigmas de desenvolvimento 11 naus, devido as suas características

geo-gráficas e suas condições ambientais, pos-sibilitava a perpetuação de doenças como a malária e a febre amarela e que os médicos da cidade acompanhavam os debates sobre as descobertas e sobre a profilaxia dessas doenças e buscaram aplicá-los na região.

Benjamin Buclet, pesquisador do Ins-tituto de Pesquisa para o Desenvolvimen-to (IRD) vinculado ao governo francês, no artigo “Os peritos não governamentais da biodiversidade amazônica e seus financia-dores internacionais: uma parceria desi-gual em torno de interesses comuns”, pro-põe a discussão do componente geopolítico da biodiversidade no Brasil, expondo algu-mas facetas da produção de conhecimen-tos sobre a biodiversidade através da análi-se das relações entre grandes Organizações Não Governamentais na Amazônia e seus financiadores internacionais. Toma como casos emblemáticos o IMAZON e o IPAM, que ganharam legitimidade no campo da expertise socioambiental, e analisa o dese-quilíbrio presente nas parcerias estabeleci-das com seus financiadores.

“A presença do gado em reservas ex-trativistas: algumas reflexões” é um arti-go de Mariana Ciavatta Pantoja, professora da Universidade Federal do Acre, Eliza Lo-zano Costa, doutoranda em Sociologia pela UNICAMP, e Augusto Postigo, doutorando em Antropologia pela UNICAMP. Os auto-res, estudando a Reserva Extrativista do Alto Juruá, no Acre, demonstram que a passagem do século XX ao XXI assistiu a expansão da atividade pecuária nesta unidade de conser-vação e que a opção pela pecuária é parte de um conjunto de transformações em cur-so que põem em questão o sistema de ucur-so, posse e acesso a terra historicamente vigente nos seringais, com o aumento da circulação de dinheiro na região, a ausência de

políti-cas públipolíti-cas eficazes de apoio ao extrativis-mo tradicional, as políticas sociais de gover-no que favorecem e incentivam um processo de “urbanização na floresta”.

Benilde de Nazaré Lameira Rosa e sua orientadora no mestrado em Ciências So-ciais da Universidade Federal do Pará, Ma-ria José da Silva Aquino, no artigo “Uso e proteção ambiental no litoral atlântico amazônico: em debate práticas e saberes em unidades de conservação”, abordam a participação assimétrica de cientistas, pes-cadores e outros segmentos sociais locais bem como de seus saberes no processo de criação da Área de Preservação Ambiental da Costa de Urumajó, no Pará. Essa políti-ca ambiental objetiva-se mais como impo-sição do que como reivindicação de movi-mentos sociais locais, organizados em tor-no da garantia de melhores condições de vida e trabalho. O artigo discute, no en-tanto, as possibilidades de aprendizagem de novos referenciais territoriais e de orga-nização de ação local na participação das pessoas afetadas por estes processos.

“Estratégias, limites e possibilidades para o ingresso numa indústria de alumí-nio” é o artigo de Antonio Marcos Gomes e de seu orientador no Mestrado em Ciências Sociais da Universidade Federal do Mara-nhão, Marcelo Sampaio Carneiro. Discu-te as possibilidades de inserção profissio-nal numa indústria metalúrgica, buscando compreender como a reestruturação pro-dutiva afeta a oferta de empregos indus-triais, e analisa as estratégias utilizadas pe-los candidatos ao cargo de operador para obter um posto de trabalho, investigando suas trajetórias sociais, seus investimen-tos educacionais e seus percursos profis-sionais, apontando as dificuldades da in-serção num emprego metalúrgico numa re-gião de baixa densidade industrial.

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12 Revista Pós Ciências Sociais v.6, n.12, 2009

O artigo “Caretas de Cazumba no Bum-ba-meu-boi do Maranhão”, escrito a qua-tro mãos por Elisene Matos e por Sergio Figueiredo Ferretti, seu orientador no mes-trado em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão, caracteriza este es-tranho personagem do folclore que se des-taca pelo uso de máscara com formas ani-malescas e túnica decorada com figuras de santos. Com origens diversas e símbolos múltiplos de grande beleza e originalida-de, como é analisado no texto, esta ma-nifestação da cultura popular maranhense atualmente vem despertando curiosidade de estudiosos pelos aspectos estéticos, sig-nificados simbólicos e a performance ritu-al das apresentações.

Lenir Moraes Muniz, em seu artigo “Eco-logia política: o campo de estudo dos con-flitos sócio-ambientais”, faz uma discussão sobre a ecologia política, uma abordagem teórico-metodológica que tem se consoli-dado nas ciências sociais e que aborda o conceito de conflitos sócio-ambientais co-mo sendo os conflitos travados em torno dos problemas do uso e da apropriação dos recursos naturais entre atores sociais que defendem diferentes lógicas para a gestão dos bens coletivos de uso comum.

Em “A ‘encantada’ ilha dos Lençóis no cenário do ecoturismo: reflexões acerca do fenômeno turístico numa abordagem an-tropológica”, Madian de Jesus Frazão Pe-reira estuda como a Ilha dos Lençóis, iden-tificada como uma “encantada” ilha mara-nhense, é apropriada através de uma mul-tiplicidade de discursos que exaltam o exo-tismo como atrativo turístico, enfatizando-se a rica biodiversidade local e os “misté-rios” que a cercam. Chama a atenção pa-ra o fato de que o imaginário sobre o lugar e seus habitantes, revestido da “encantaria sebastianista”, e o rico patrimônio natural

existente sejam arregimentados no discur-so do ecoturismo.

Além dos dez artigos que compõem o dossiê, o presente número da Revista traz dois artigos de colaboradores.

O artigo “Mobilidades africanas em Sergipe: discursos e práticas de solida-riedades e diferenças” de Frank Marcon, professor de Antropologia da Universida-de FeUniversida-deral do Sergipe, e Universida-de seus alunos Universida-de mestrado Aline Ferreira da Silva, Danie-la Moura Bezerra e Williams Souza Silva, visa identificar e analisar os discursos e as práticas de identidade e diferença pro-duzidas pelos africanos ditos de “nação”, libertos ou cativos, em Sergipe, no século dezenove, a partir de documentos como testamentos e inventários. Busca perceber como, quais e em que situações emergem referenciais de identidades entre os afri-canos de “nação”; suas práticas de redes de solidariedade e as táticas que utiliza-vam para consolidar suas redes de rela-ções, a partir de suas concepções sociais ideais e suas expectativas de vida.

Marcio Gomes de Sá, professor de Ad-ministração da Universidade Federal do Pernambuco, em seu artigo “Reflexividade, cidadania e subpolítica: partindo de Ulri-ch Beck” analisa como o sociólogo alemão Ulrich Beck, a partir do paradigma ecológi-co, aponta para uma sociedade contempo-rânea “de risco” na qual repensar e trans-formar seus aspectos negativos é uma for-ma de conceber a modernidade nufor-ma pers-pectiva “reflexiva”. Com base nessa teori-zação, visa discutir as possibilidades e li-mitações dos conceitos de “reflexividade” e “subpolítica”, utilizados por Beck, em con-textos periféricos como o brasileiro.

Por fim, são publicados resumos de trabalhos apresentados na VI Jornada Maranhense de Sociologia e no II

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Seminá-Amazônia e paradigmas de desenvolvimento 13 rio Desenvolvimento, Modernidade e Meio

Ambiente que, sob o título de “Impactos contemporâneos dos grandes projetos de desenvolvimento na Amazônia brasileira”, ocorreram conjuntamente entre os dias 06 e 09 de outubro de 2009, no Centro de Ci-ências Humanas da Universidade Federal do Maranhão, numa promoção conjunta da Sociedade Brasileira de Sociologia, Pro-grama de Pós-Graduação em Ciências So-ciais, Curso de Ciências Sociais da Univer-sidade Estadual do Maranhão, Sindicatos dos Sociólogos do Maranhão e Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente.

Nota sobre os autores

Neide Esterci é professora Titular do Progra-ma de Pós-Graduação em Sociologia e Antro-pologia da Universidade Federal do Rio de Ja-neiro, Líder do Grupo de Pesquisa Relações de Trabalho, Poder e Ecologia. Horácio Antunes de Sant’Ana Júnior é professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão, Líder do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Moder-nidade e Meio Ambiente.

Referências

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