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PALAVRAS-CHAVE: Sistema S, SESCOOP, cooperativas, contribuição social, contribuição sobre o domínio econômico.

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A CONTRIBUIÇÃO PARA O SESCOOP E A SUA NATUREZA SUBSTITUTIVA Luiz Gustavo Saraiva RESUMO: O presente artigo visa tratar o impacto da criação do Serviço Nacional de

Aprendizagem do Cooperativismo – SESCOOP, pela Medida Provisória nº 1.715/98, cujo objetivo é o de organizar, administrar e executar, em todo o território nacional, o ensino de formação profissional, desenvolvimento e promoção social do trabalhador em cooperativa e dos cooperados. A contribuição ao referido Serviço Social veio em substituição às contribuições de mesma espécie: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI; Serviço Social da Indústria – SESI; Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial –

SENAC; Serviço Social do Comércio – SESC; Serviço Nacional de Aprendizagem do

Transporte – SENAT; Serviço Social do Transporte – SEST; Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR. A criação do SESCOOP trouxe à tona a divergência de entendimento de algumas cooperativas agropecuárias, que possuem como objetivo a industrialização de laticínios. Segundo estas a criação da nova entidade, e por consequência seus meios de custeio, não as alcançaria, posto que estariam adstritas ao recolhimento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, com fundamento legal no §1º do art. 6º da Lei nº 2.613/55. Desta forma, buscou-se, no presente artigo, estudar a evolução legislativa das contribuições ao Sistema “S”, com foco nas cooperativas agropecuárias produtoras de laticínios até a criação do SESCOOP. Por esse motivo foi necessário tratar das alterações legais desde a criação do Serviço Social Rural, em 1955. A pesquisa revelou que as contribuições ao SESCOOP e ao INCRA possuem natureza jurídica distinta — enquanto a primeira é uma contribuição social geral, a segunda é contribuição especial de intervenção no domínio econômico. A pesquisa também revelou que as contribuições não se confundem, posto que a contribuição ao SESCOOP, para as cooperativas agropecuárias, inclusive de laticínios, se deu em substituição à contribuição do SENAR, e não do INCRA. Assim, as cooperativas agropecuárias, produtoras de laticínios, devem contribuir, cumulativamente, ao SESCOOP e ao INCRA.

PALAVRAS-CHAVE: Sistema “S”, SESCOOP, cooperativas, contribuição social,

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INTRODUÇÃO

O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – SESCOOP foi criado pela Medida Provisória nº 1.715, de 03 de setembro de 1988, a qual foi reeditada por diversas vezes, tendo como última edição a de nº 2.168/2001 – D.O.U. 24/08/2001. O referido instrumento normativo descreve o objetivo do SESCOOP, que é o de organizar, administrar e executar em todo o território nacional o ensino de formação profissional, desenvolvimento e promoção social do trabalhador em cooperativa e dos cooperados.

A contribuição para o SESCOOP, de 2,5% (dois e meio por cento) sobre o montante da remuneração paga a todos os empregados das cooperativas, conforme determinação contida no artigo 10 da MP nº 2.168 de 24/08/2001, possui natureza substitutiva às contribuições anteriormente devidas (até 31/12/1998) e recolhidas para Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI; Serviço Social da Indústria – SESI; Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC; Serviço Social do Comércio – SESC; Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte – SENAT; Serviço Social do Transporte – SEST e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR.

Tal fato gerou dúvidas quanto à correta adequação por parte das cooperativas agropecuárias, principalmente de uma grande cooperativa central com sede em Minas Gerais, cujo objetivo é o de beneficiar/industrializar a produção de leite de suas cooperativas associadas.

Segundo a referida cooperativa central, a criação do SESCOOP não trouxe alteração ou inovação quanto aos seus recolhimentos à Previdência Social, tendo em vista que sua atividade preponderante é a produção de laticínios, sendo mantido, assim, o recolhimento de suas contribuições única e exclusivamente ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, conforme determinação do art. 2º do Decreto-Lei 1.146, de 31 de dezembro de 1970.

A referida celeuma levou a um aprofundamento do estudo sobre a natureza substitutiva da nova contribuição, resgatando a evolução jurídica das contribuições para o Sistema “S”, até a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – SESCOOP, a fim de demonstrar se as cooperativas, de qualquer grau, produtoras de laticínios, são obrigadas a recolher as contribuições ao SESCOOP ou ao INCRA.

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1. DA NATURREZA JURÍDICA DAS CONTRIBUIÇÕES PARA O “SISTEMA S”

Antes de tratar especificamente da natureza jurídica das contribuições para o Sistema “S”, faz-se necessário definir tais instituições.

Os Serviços Sociais Autônomos integram o denominado Sistema “S” e são conceituados por Hely Lopes Meirelles como:

Todos aqueles instituídos por lei, com personalidade de Direito Privado, para ministrar assistência ou ensino a certas categorias sociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos, mantidos por dotações orçamentárias ou por contribuições parafiscais.

São entes paraestatais, de cooperação com o Poder Público, com administração e patrimônios próprios [...]. Embora oficializadas pelo Estado, não integram a Administração direta nem a indireta, mas trabalham ao lado do Estado, sob seu amparo, cooperando nos setores, atividades e serviços que lhes são atribuídos, por serem considerados de interesse específico de determinados beneficiários. (MEIRELLES, 2000, p. 346)

Desta forma, os Serviços Sociais Autônomos não se inserem no âmbito da Administração Pública direta ou indireta, são entes paraestatais, ou seja, se inserem ao lado do Estado cooperando com o Poder Público, possuindo, assim, natureza peculiar. Porém, submetem-se a algumas normas públicas, como o dever de licitar e de prestar contas ao Tribunal de Contas da União – TCU, como ressalta Julieta Mendes Lopes Vareschini:

No entanto, pelo fato de gerirem recursos decorrentes de contribuições parafiscais, de desempenharem atividades de natureza pública no interesse das categorias profissionais que representam e de possuírem inúmeros privilégios próprios das pessoas jurídicas de direito público, tais entidades submetem-se a algumas normas públicas como, por exemplo, o dever de licitar e de prestar constas ao respectivo Tribunal. (VARESCHINI, 2011, p. 461)

A Constituição da República em seu art. 149 trata da competência outorgada à União para instituir três espécies de contribuições especiais, quais sejam, as sociais de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas.

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. (BRASIL. Constituição. 1988)

Ressalte-se que as contribuições do Sistema “S” foram expressamente recepcionadas pela nova ordem constitucional através do artigo 240 da Constituição da República:

Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical. (BRASIL. Constituição. 1988)

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Através de interpretação sistemática dos artigos 149 e 240 com o artigo 195, todos da Constituição Federal, poder-se-ia concluir pela natureza de contribuição social, mais especificamente de contribuição para a seguridade social, posto que, caso contrário, não haveria razão em se fazer a ressalva do artigo 240. Este é o entendimento de Leandro Paulsen: O art. 240 da CF só faz sentido na medida em que considerarmos que o Constituinte compreendeu as contribuições dos empregadores sobre a folha de salários, destinada às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical como contribuições de seguridade social. Só nesta perspectiva é que poderíamos imaginar a incidência, relativamente a elas, do art. 195 da CF, afastada pela expressa disposição do art. 240. Seriam, assim, contribuições assistenciais, buscando o entendimento dos objetivos elencados no art. 203, com destaque para promoção da integração ao mercado de trabalho. Cabe ressaltar que, estando tais finalidades dentre os objetivos a serem buscados pelo Poder Público relativamente à Ordem Social, pode a União se desincumbir de seu dever diretamente ou viabilizar a outra pessoa jurídica, pública ou privada, desde que sem fins lucrativos, que o faça mediante receita de cunho tributário, eis que, de qualquer forma, se terá a instituição da contribuição para uma finalidade que é do interesse público, não restando desfigurada. É o caso dessas contribuições. Como consequência do art. 240 da Constituição, as contribuições nele referidas então existentes — só assim se pode interpretar a referência às ‘atuais contribuições’ —, quais sejam, SESC, SESI, SENAC E SENAI, mesmo considerados como de seguridade social, podem continuar a ser calculadas sobre a folha de salários, ao lado da contribuição estabelecida pela Lei 8.212/91, e a ser disciplinadas por lei ordinária, além do que estão sujeitas à anterioridade comum e não à especial. Estes os efeitos da não aplicação, as tais contribuições, do artigo 195, ou seja, das regras especiais que este traz. (PAULSEN, 2009, p. 601-602)

Importante frisar que, dentre os objetivos traçados pela Constituição Federal para a seguridade social, encontram-se, de maneira geral, o custeio da educação e inclusão do trabalhador no mercado de trabalho, confirmando a natureza das contribuições do Sistema “S” para a seguridade social:

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. [grifo nosso]

[...]

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,

independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:

I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;

V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. (BRASIL. Constituição. 1988) [grifo nosso]

Alguns doutrinadores defendem que as contribuições destinadas ao Sistema “S” são de interesse das categorias profissionais ou econômicas, por estarem circunscritas a

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setores econômicos. Contudo, entendemos que não lhes parece assistir razão. Como reforço desse posicionamento, transcrevemos, abaixo, brilhante lição de Ives Granda da Silva Martins1:

Como se percebe, entendo que tais contribuições especiais não se enquadram naquelas de interesse das categorias, mas sim na das contribuições sociais, na medida em que todo o Sistema “S” é dedicado a dar condições de integração na sociedade dos que frequentam tais escolas de aprendizado.

É interessante notar que, no art. 203 da lei suprema [...] a presunção da integração ao mercado de trabalho é postada, em especial revelo, na ação do Estado e da sociedade.

Ora, o sistema “S” tem como escopo maior exatamente a integração da

juventude no mercado de trabalho, razão pela qual entendo que a natureza jurídica da contribuição para o sistema “S” não está entre aquelas voltadas para o interesse das categorias, mas sim entre as de natureza social,

lembrando-se que a assistência social, a saúde e a previdência conformaram a Seguridade no direito brasileiro. [grifo nosso]

Infelizmente ainda não existe um entendimento pacífico na jurisprudência nacional, embora haja um relativo consenso nos tribunais superiores no que toca ao enquadramento genérico das contribuições do Sistema “S” como sociais gerais. Os julgados do Supremo Tribunal Federal tomam como verdadeira a premissa de que tais contribuições fazem parte da categoria das contribuições sociais gerais, porém sem explicitar os fundamentos que embasam tal afirmação:

EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO: SEBRAE:

CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. Lei 8.029, de 12.4.1990, art. 8º, § 3º. Lei 8.154, de 28.12.1990. Lei 10.668, de 14.5.2003. C.F., art. 146, III; art. 149; art. 154, I; art. 195, § 4º.

I. – As contribuições do art. 149, C.F. ¾ contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas ¾ posto estarem sujeitas à lei complementar do art. 146, III, C.F., isto não quer dizer que deverão ser instituídas por lei complementar. A contribuição social do art. 195, § 4º, C.F., decorrente de “outras fontes”, é que, para a sua instituição, será observada a técnica da competência residual da União: C.F., art. 154, I, ex vi do disposto no art. 195, § 4º. A contribuição não é imposto. Por isso, não se exige que a lei complementar defina a sua hipótese de incidência, a base imponível e contribuintes: C.F., art. 146, III, a. Precedentes: RE 138.284/CE, Ministro Carlos Velloso, RTJ 143/313; RE 146.733/SP, Ministro Moreira Alves, RTJ 143/684. II. – A contribuição do SEBRAE ¾ Lei 8.029/90, art. 8º, § 3º, redação das Leis 8.154/90 e 10.668/2003 ¾ é contribuição de intervenção no domínio econômico,

não obstante a lei a ela se referir como adicional às alíquotas das contribuições sociais gerais relativas às entidades de que trata o art. 1º do D.L. 2.318/86, SESI, SENAI, SESC, SENAC. Não se inclui, portanto, a contribuição do

SEBRAE, no rol do art. 240, C.F.

III. – Constitucionalidade da contribuição do SEBRAE. Constitucionalidade, portanto, do § 3º, do art. 8º, da Lei 8.029/90, com a redação das Leis 8.154/90 e 10.668/2003.

IV. – R.E. conhecido, mas improvido. [grifo nosso]

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(RE 396266, 2003, site do STF, ultimo acesso em janeiro de 2013).

2. O SERVIÇO SOCIAL RURAL E SUA EVOLUÇÃO

Em 23 de setembro de 1955 foi criado, através da Lei 2.613, o Serviço Social Rural – SSR, nos moldes do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI (Decreto-Lei 4.048/42) e do Serviço Social da Indústria – SESI (Decreto-Lei 9.403/46), bem como do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC (Decreto-Lei 8.621/46) e do Serviço Social do Comércio – SESC (Decreto-Lei 9.853/46).

O inciso II do art. 2º da Lei 2.613/55 fixa a contribuição de 3% (três por cento) sobre a soma paga mensalmente aos seus empregados pelas pessoas naturais ou jurídicas mencionadas, incluídas na listagem as indústrias de laticínios.

Já o §1º do art. 6º da mencionada lei informa que as pessoas naturais e jurídicas que exerçam as atividades industriais, incluídas as indústrias de laticínios, deixarão de contribuir para os serviços de aprendizagem do comércio e da indústria. Ressalte-se que a preocupação do legislador foi além, posto que tratou explicitamente das sociedades cooperativas no §3º, afirmando que “as pessoas naturais ou jurídicas que exerçam as atividades industriais enumeradas neste artigo não se eximem de contribuição ainda quando em cooperativas de produção”.

Assim sendo, as cooperativas de produção de lácteos organizadas industrialmente, desde o advento da contribuição para custeio do Serviço Social Rural – SSR, deixaram de contribuir, especificamente, para o SENAI e para o SESI, nas alíquotas de 1% e 2%, respectivamente.

Desde sua constituição, o Serviço Social Rural – SSR, cujo objeto eram o aprimoramento e o bem estar do trabalhador rural, sofreu várias mudanças ao longo dos anos.

Em 1962 o Serviço Social Rural – SSR, através da Lei Delegada nº11, foi incorporado à Superintendência de Política Agrária – SUPRA, passando este órgão a arrecadar a referida contribuição.

Dois anos depois, em 1964, a Superintendência de Política Agrária – SUPRA foi extinta pela Lei 4.504/64 e seus recursos e fontes de custeio foram repassados ao Instituto Nacional do Desenvolvimento Agrário – INDA.

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Já em 1970 o Instituto Nacional do Desenvolvimento Agrário – INDA é extinto e absolvido, inclusive no que se refere à arrecadação da contribuição, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, de acordo com o Decreto-Lei 1.110/70.

Posteriormente, o Decreto-Lei 1.146, de 31 de dezembro de 1970, consolidou os dispositivos das contribuições criadas pela Lei 2.613/55, definindo expressamente a competência do INCRA para arrecadar a contribuição sobre a folha de salários inicialmente destinada ao SSR, diminuindo o percentual de 3% (três por cento) para 2,5% (dois e meio por cento). Ressalte-se que o legislador, no art. 2º da Lei, reforça a extensão às sociedades cooperativas que possuíam a atividade de indústria de laticínios. O legislador também afirma que estas cooperativas, que passaram a recolher a contribuição ao INCRA, estariam dispensadas das contribuições para os Serviços Sociais da Indústria – SESI, do Comércio (SESC) e Serviços Nacionais de Aprendizagem Industrial – SENAI ou do Comércio (SENAC).

Concluímos, pela evolução da legislação, que a contribuição que originalmente era destinada ao SSR, vinculada ao desenvolvimento da educação e aprimoramento da qualidade de vida dos trabalhadores rurais, como nos demais Serviços Sociais, acabou por perder essa referência. Destinada ao INCRA, passou a vincular-se a outros fins, como o da reforma agrária e assuntos correlatos.

3. O SENAR

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR foi criado pela Lei Federal 8.315, de 23 de dezembro de 1991, nos termos do artigo 62 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT:

Art. 62. A lei criará o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) nos moldes da legislação relativa ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (SENAC), sem prejuízo das atribuições dos órgãos públicos que atuam na área.”

O constituinte de 1988, talvez sensível à carência que a extinção do Serviço Social Rural teria deixado à assistência dos trabalhadores rurais, expressou, no art. 62 do ADCT, a obrigatoriedade de criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR, nos moldes da legislação dos serviços de aprendizagem da indústria e do comércio (SENAI e SENAC).

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Desta forma, o SENAR foi criado com o objetivo de organizar, administrar e executar em todo o território nacional o ensino da formação profissional rural e a promoção social do trabalhador rural, sendo fixada contribuição compulsória mensal de 2,5% (dois e meio por cento) sobre a folha de salários.

O art. 3º da Lei que criou o SENAR (Lei nº 8.315/1991) traz dentre o rol de tutelados, além das entidades agroindustriais, as cooperativas rurais2.

Art. 3° Constituem rendas do SENAR:

I - contribuição mensal compulsória, a ser recolhida à Previdência Social, de 2,5% (dois e meio por cento) sobre o montante da remuneração paga a todos os empregados pelas pessoas jurídicas de direito privado, ou a elas equiparadas, que exerçam atividades:

a) agroindustriais; b) agropecuárias;

c) extrativistas vegetais e animais;

d) cooperativistas rurais;

e) sindicais patronais rurais; II - doações e legados;

III - subvenções da União, Estados e Municípios;

IV - multas arrecadadas por infração de dispositivos, regulamentos e regimentos oriundos desta lei;

V - rendas oriundas de prestação de serviços e da alienação ou locação de seus bens;

VI - receitas operacionais;

VII - contribuição prevista no art. 1° do Decreto-Lei n° 1.989, de 28 de dezembro de 1982, combinado com o art. 5° do Decreto-Lei n° 1.146, de 31 de dezembro de 1970, que continuará sendo recolhida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra);

VIII - rendas eventuais.

§ 1° A incidência da contribuição a que se refere o inciso I deste artigo não será cumulativa com as contribuições destinadas ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), prevalecendo em favor daquele ao qual os seus empregados são beneficiários diretos. [grifo nosso]

Importante frisar que a criação do SENAR não se deu em substituição a outra entidade, possuindo nova fonte de custeio por determinação constitucional. Porém, a Lei 8.315/91, no §1º do art. 3º, deixa claro que a contribuição ao SENAR não será cumulativa com as contribuições destinadas ao SENAI e ao SENAC.

Após a criação do SENAR surge a dúvida: a referida contribuição substituiria a contribuição para o INCRA? O tema ainda é objeto de divergência. Isso porque existe

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corrente jurisprudencial, encabeçada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que entende que a contribuição de 2,5% sobre a folha de salários, prevista no art. 6º, caput, da Lei nº 2.613/55 e art. 2º do Decreto-Lei 1.146/70, não mais é devida ao INCRA, a partir da vigência da Lei nº 8.315/91, que criou o SENAR. Vejamos um exemplo recente3:

TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO AO INCRA, NO PERCENTUAL DE 2,5% SOBRE A FOLHA DE SALÁRIOS. CONTRIBUIÇÃO DE INTERESSE DE CATEGORIA PROFISSIONAL. REVOGAÇÃO PELA LEI Nº 8.315/91. CRIAÇÃO DO SENAR.

(...)

5. A contribuição de 2,5% sobre a folha de salários foi recepcionada pela Constituição de 1988 como contribuição de interesse de categoria profissional, porque objetiva, desde a sua criação, a prestação de serviços sociais no meio rural e a promoção do aprendizado e do aperfeiçoamento das técnicas de trabalho dos trabalhadores rurais, atendidos os ditames do art. 149 da CF/88, tanto no aspecto material quanto no formal.

6. A Lei nº 8.315/91, que cumpriu a determinação do art. 62 do ADCT, instituindo o SENAR, revogou tacitamente a contribuição ao INCRA, por regular inteiramente a matéria de que tratava a Lei anterior. O novo órgão substituiu as atribuições do

INCRA e foi prevista a mesma contribuição de interesse de categoria profissional, com a mesma finalidade, base de cálculo e alíquota e os mesmos contribuintes, de forma mais genérica, além de ser afastada a cumulatividade do tributo com as contribuições ao SENAI/SESI e ao SENAC/SESC. [grifo

nosso]

Contudo, no julgamento dos Embargos de Declaração ao Recurso Especial nº 1.075.310/AL, o Superior Tribunal de Justiça – STJ, enfrentando o tema, entendeu que ambas as contribuições são devidas e exigíveis, posto que constituem tributos distintos, afeitos a destinações diversas4:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CONTRIBUIÇÃO AO INCRA - ALCANCE DO ART. 149 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - INOVAÇÃO RECURSAL E COMPETÊNCIA DO STF - EXIGÊNCIA CONCOMITANTE DO PERCENTUAL DE 2,5% DESTINADO AO SENAR - OMISSÃO CONFIGURADA - SUPRIMENTO, SEM EFEITOS INFRINGENTES.

1. A ausência de manifestação do STJ acerca da tese de que o art. 149 da Constituição Federal, com a redação da EC 33/2001, impossibilita a instituição de CIDE sobre a folha de salários, como é o caso da contribuição ao INCRA, não configura quaisquer dos vícios do art. 535 do CPC, tendo em vista que a questão não foi devolvida a esta Corte no recurso especial ou nas contrarrazões recursais. 2. Demais disso, é precipuamente do STF a competência para dizer o alcance de dispositivos constitucionais como o apontado pela embargante.

3 BRASIL. Tribunal Regional Federal da 4ª Região. APELREEX nº 2003.72.02.001669-0. Órgão Julgador: Primeira Turma. Relator: Marcos Roberto Araujo dos Santos. D.E. 13/10/2009.

4 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. EDel no REsp1075310/AL. Rel. Ministra Eliana Calmon. Segunda Turma. Julgado em 17/09/2009, DJe 30/09/2009.

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3. Por outro lado, configurada omissão sobre a tese da alegada impossibilidade de cobrança da contribuição de 2,5% destinada ao INCRA, conforme exigido pelo art. 6º, caput, da Lei 2.613/55, merecem acolhida os embargos de declaração para sanar o vício.

4. Na linha da jurisprudência firmada por esta Corte, as contribuições ao INCRA e ao SENAR têm natureza e destinação diversas.

5. Legítima, portanto, a exigência da exação destinada ao INCRA, independentemente da instituída em benefício do SENAR pela Lei 8.315/91. Precedentes.

6. Embargos de declaração parcialmente acolhidos, sem efeitos infringentes. [grifo nosso]

A premissa defendida pelo STJ é de que as contribuições ao INCRA e ao SENAR possuem destinação diversa: enquanto a primeira é contribuição sobre o domínio econômico, a segunda possui natureza de contribuição social. Desta forma, por possuírem natureza diversa, elas não se excluem.

Ressalte-se que a Receita Federal do Brasil coaduna com o entendimento esposado pelo STJ. A Instrução Normativa RFB nº971/2009, e suas alterações, enquadram as cooperativas que exerçam as atividades relacionadas ao art. 2º do Decreto-Lei nº 1.146/70 no código de recolhimento do Fundo de Previdência e Assistência Social – FPAS nº 795, vejamos:

Quadro – cooperativas de produção rural – contribuição sobre a folha FPAS 795

Alíquotas - contribuição sobre a remuneração de segurados: Previdência Social:. 20% GILRAT:... variável Código terceiros:.... 4099 Salário-educação:... 2,5% Incra:... 2,7% Sescoop:... 2,5% Total Terceiros: ...7,7% GFIP 1

Sociedade cooperativa que desenvolva atividade relacionada no art. 2º do Decreto-Lei nº 1.146, de 1970 - contribuições incidentes sobre a remuneração de segurados (empregados regulares da cooperativa) – setores rural e industrial.

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4. O SESCOOP

O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – SESCOOP foi criado pela Medida Provisória nº 1.715 de 03 de setembro de 1998, a qual foi reeditada por diversas vezes, sendo finalmente substituída pela MP nº 2.168-40/2001, dispondo seu art. 8º5:

Art. 8o - Fica autorizada a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – SESCOOP, com personalidade jurídica de direito privado, composto por entidades vinculadas ao sistema sindical, sem prejuízo da fiscalização da aplicação de seus recursos pelo Tribunal de Contas da União, com o objetivo de organizar, administrar e executar em todo o território nacional o ensino de formação profissional, desenvolvimento e promoção social do trabalhador em cooperativa e dos cooperados.

Parágrafo único. Para o desenvolvimento de suas atividades, o SESCOOP contará com centros próprios ou atuará sob a forma de cooperação com órgãos públicos ou privados.

O art. 10 da referida Medida Provisória definiu as fontes de custeio do novo serviço social. Tratou de informar, também, que a contribuição, destinada ao SESCOOP, se daria em substituição às contribuições destinadas ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, ao Serviço Social da Indústria – SESI, ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC, ao Serviço do Comércio – SESC, ao Serviço Nacional do Transporte – SEST e ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR. A referida contribuição, recolhida pela Previdência Social, aplicar-se-ia nas mesmas condições, prazos e privilégios às demais contribuições para a seguridade social.

O Decreto nº 3.017, de 06 de abril de 1999, aprovou o Regimento do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – SESCOOP, que traz como seus objetivos:

· Organizar, administrar e executar o ensino de formação profissional, a promoção social dos empregados de cooperativas, cooperados e de seus familiares, e o monitoramento das cooperativas em todo o território nacional;

· Operacionalizar o monitoramento, a supervisão, a auditoria e o controle em cooperativas;

· Assistir às sociedades cooperativas empregadoras na elaboração e execução de programas de treinamento e na realização de aprendizagem metódica e contínua;

5 BRASIL. Medida provisória n. 2.168-40 de 24 de agosto de 2001. Disponível em http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=233391, acesso em janeiro de 2013.

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· Estabelecer e difundir metodologias adequadas à formação profissional e promoção social do empregado de cooperativa, do dirigente de cooperativa, do cooperado e de seus familiares;

· Exercer a coordenação, a supervisão e a realização de programas e de projetos de formação profissional e de gestão em cooperativas, para empregados, associados e seus familiares;

· Colaborar com o poder público em assuntos relacionados à formação profissional e à gestão cooperativista e outras atividades correlatas;

· Divulgar a doutrina e a filosofia cooperativistas como forma de desenvolvimento integral das pessoas;

· Promover e realizar estudos, pesquisas e projetos relacionados ao desenvolvimento humano, ao monitoramento e à promoção social, de acordo com os interesses das sociedades cooperativas e de seus integrantes.

Sendo, assim, pode-se concluir que o objetivo do legislador foi o de criar contribuição especializada para o sistema cooperativista, não perdendo, contudo, o caráter das contribuições do Sistema “S”. Essa é, inclusive, a inteligência do §2º do artigo 10 da MP nº 2.168-40/01 ao mencionar que a contribuição ao SESCOOP foi instituída em substituição às contribuições de mesma espécie.

Art. 10. Constituem receitas do SESCOOP:

I - contribuição mensal compulsória, a ser recolhida, a partir de 1o de janeiro de 1999, pela Previdência Social, de dois vírgula cinco por cento sobre o montante da remuneração paga a todos os empregados pelas cooperativas;

II - doações e legados;

III - subvenções voluntárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

IV - rendas oriundas de prestação de serviços, da alienação ou da locação de seus bens;

V - receitas operacionais; VI - penas pecuniárias.

§ 1o A contribuição referida no inciso I deste artigo será recolhida pela Previdência Social, aplicando-se-lhe as mesmas condições, prazos, sanções e privilégios, inclusive no que se refere à cobrança judicial, aplicáveis às contribuições para a Seguridade Social, sendo o seu produto posto à disposição do SESCOOP.

§ 2o A referida contribuição é instituída em substituição às contribuições, de mesma espécie, devidas e recolhidas pelas sociedades cooperativas e, até 31 de dezembro de 1998, destinadas ao:

I - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI; II - Serviço Social da Indústria - SESI;

(13)

III - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC; IV - Serviço Social do Comércio - SESC;

V - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte - SENAT; VI - Serviço Social do Transporte - SEST;

VII - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR. [grifo nosso]

Importante ressaltar que, pela sua natureza substitutiva, a nova contribuição, criada a favor do SESCOOP, não alcançou as cooperativas de crédito, apesar de recolherem o mesmo percentual de 2,5% (dois e meio por cento) sobre a folha de pagamento à Previdência Social. Com a publicação da Lei Federal nº 11.524/2007, as cooperativas de crédito se igualaram às demais cooperativas, passando a recolher a referida contribuição ao SESCOOP.

CONCLUSÃO

O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – SESCOOP foi criado pela Medida Provisória nº 1.715/98 com o objetivo de organizar, administrar e executar em todo o território nacional o ensino de formação profissional, desenvolvimento e promoção social do trabalhador em cooperativa e dos cooperados.

O SESCOOP possui como fonte de recursos a contribuição devida pelas cooperativas, no montante de 2,5% (dois e meio por cento) sobre a folha de salários dos empregados em cooperativas. Tal contribuição substitui as contribuições feitas anteriormente aos outros integrantes do Sistema “S”, como SENAI, SESI, SENAC, SESC, SENAT, SEST e SENAR, conforme §2º, do artigo 10, da referida Medida Provisória.

Desta forma, se a sociedade cooperativa dispõe de empregados, ela deve recolher para o SESCOOP.

A contribuição do SESCOOP é considerada uma contribuição a terceiros, por ser uma entidade de formação, desenvolvimento profissional e promoção social dos cooperados e trabalhadores em cooperativas, e, devido à sua natureza, é uma contribuição social geral, conforme o art. 240 da Constituição da República.

Cabe ressaltar, conforme demonstrado no presente artigo, que antes da criação do SESCOOP, as cooperativas de produtores rurais contribuíam para o Serviço de Aprendizagem Rural – SENAR, criado pela Lei nº 8.315/91 e regulamentado pelo Decreto nº566/92.

(14)

Com a criação do SESCOOP em 1998 a contribuição ao SENAR foi substituída, conforme §2º do art. 10 da Medida Provisória 1.715/98. Desta forma, tem-se que a contribuição do SESCOOP para as cooperativas agropecuárias, inclusive de laticínios, adveio de especialização da contribuição ao SENAR.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA por sua vez, criado pelo Decreto-Lei nº 1.110/70, é entidade autárquica vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e devido à sua natureza é financiado por contribuições de intervenção no domínio econômico. Assim, a contribuição ao INCRA é uma contribuição especial de intervenção no domínio econômico.

Tratam-se, portanto, as contribuições para o SESCOOP e para o INCRA, de espécies distintas de um mesmo gênero. Em outras palavras, a contribuição ao SESCOOP é uma contribuição social geral e a destinada ao INCRA é uma contribuição especial de intervenção do domínio econômico. Ocorre, no caso em análise, uma superposição de contribuições, o que é admitido pela sistemática tributária pátria.

As cooperativas rurais que industrializam laticínios são obrigadas a recolherem a citada contribuição para o SESCOOP, justamente pelo fato de possuírem empregados em seus quadros e, fundamentalmente, por haver um comando legal que as obriga a fazerem tal recolhimento.

A dúvida apresentada quanto à contribuição das cooperativas que exercem atividade de industrialização de laticínios, na forma do art. 2º, inciso II do Decreto-Lei 1.146/70 encontra fonte na redação do § 1º do artigo 2º do referido Decreto-Lei que dispensa, na criação do INCRA, os contribuintes das contribuições para o SESI, SENAI e SESC, SENAC.

Equivocam-se aqueles que entendem que tal dispositivo teria dispensado às cooperativas rurais, que exerçam as atividades de industrialização de laticínios, de todas as contribuições para o Sistema “S” posteriormente instituídas, como é o caso das contribuições ao SENAR e ao SESCOOP.

Assim, as cooperativas rurais que industrializam laticínios, antes enquadradas e sujeitas ao art. 3º, inciso I, alínea “d” da Lei nº 8.315/91 (SENAR), hoje se mostram elencadas e sujeitas ao art. 10, inciso I, §2º da Medida Provisória nº 1.715/98 (SESCOOP), devem contribuir, cumulativamente, ao INCRA e ao SESCOOP.

(15)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BRASIL. Lei nº 2.613, de 23 de setembro de 1955. Autoriza a União a criar uma Fundação denominada Serviço Social Rural. Diário Oficial da União, Brasília, 23 set 1955.

BRASIL. Lei nº 8.315, de 23 de dezembro de 1991. Dispõe sobre a criação do Serviço de Aprendizagem Rural (Senar) nos termos do art. 62 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Diário Oficial da União, 24 dez 1991.

BRASIL. Medida provisória n. 2.168-40 de 24 de agosto de 2001. Dispõe sobre o Programa de Revitalização de Cooperativas de Produção Agropecuária – RECOOP, autoriza a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – SESCOOP, e dá outras

providências. Disponível em

http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=233391, acesso em janeiro de 2013.

BRASIL. Tribunal Regional Federal da 4ª Região. APELREEX nº 2003.72.02.001669-0. Órgão Julgador: Primeira Turma. Relator: Marcos Roberto Araujo dos Santos. D.E. 13/10/2009. Disponível em http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/6920696/apelacao-reexame-necessario-apelreex-1669-sc-20037202001669-0-trf4, acesso em janeiro de 2013. BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário n. 396.266. Relator: Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, julgado em 26/11/2003. Disponível em http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=261730, acesso em janeiro de 2013.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. EDel no REsp1075310/AL. Rel. Ministra Eliana Calmon. Segunda Turma. Julgado em 17/09/2009, DJe 30/09/2009. Disponível em https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/ita.asp?registro=200801591823&dt_publicacao=30/09/ 2009, acesso em janeiro de 2013.

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(16)

MARTINS, Ives Gandra da Silva. Contribuições sociais para o sistema “S” –

constitucionalização da imposição por força do artigo 240 da Lei Suprema – recepção pela nova ordem do artigo 577 da CLT. In: Revista Dialética de Direito Tributário n.º 57,

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VARESCHINI, Julieta Mendes Lopes. Licitações e Contratos no Sistema S. 4. ed. Curitiba: JML, 2011.

(17)

INSTITUTO BRASILIENSE DE DIREITO PÚBLICO

A CONTRIBUIÇÃO PARA O SESCOOP E A SUA NATUREZA SUBSTITUTIVA

Saraiva, Luiz Gustavo Orientadora: Luana Teresa Freitas Costa Gomes

Pós-Graduação Lato Sensu em Direito e Gestão das Entidades dos Serviços Sociais Autônomos

Brasília 2013

RESUMO

SARAIVA, LG. 2013. A contribuição para o SESCOOP e a sua

natureza substitutiva. – Instituto Brasiliense de Direito Público,

Brasília.

O presente artigo visa tratar o impacto da criação do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – SESCOOP, pela MP nº 1.715/98, cujo objetivo é o de organizar, administrar e executar o ensino de formação profissional, desenvolvimento e promoção social do trabalhador em cooperativa e dos cooperados. A contribuição ao referido Serviço Social veio em substituição às contribuições de mesma espécie: SENAI; SESI; SENAC; SESC; SENAT; SEST;

SENAR. A criação do SESCOOP trouxe à tona a divergência de

entendimento de algumas cooperativas agropecuárias, que possuem como objetivo a industrialização de laticínios. Segundo estas a criação da nova entidade não as alcançaria, posto que estariam adstritas ao recolhimento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, com fundamento legal no §1º do art. 6º da Lei nº 2.613/55. Assim, buscou-se, neste artigo, estudar a evolução legislativa das contribuições ao Sistema “S”, com foco nas cooperativas agropecuárias produtoras de laticínios até a criação do SESCOOP. Por esse motivo foi necessário tratar das alterações legais desde a criação do Serviço Social Rural, em 1955. A pesquisa revelou que as contribuições ao SESCOOP e ao INCRA possuem natureza jurídica distinta — enquanto a primeira é uma contribuição social geral, a segunda é contribuição especial de intervenção no domínio econômico. A pesquisa também revelou que as contribuições não se confundem, posto que a contribuição ao SESCOOP, para as cooperativas agropecuárias, inclusive de laticínios, se deu em substituição à contribuição do SENAR, e não do INCRA. Assim, as cooperativas agropecuárias, produtoras de laticínios, devem contribuir, cumulativamente, ao SESCOOP e ao INCRA.

PALAVRAS-CHAVE: Sistema “S”, SESCOOP, cooperativas,

Referências

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