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CONTROLE DA REBROTA NA CULTURA DO ALGODOEIRO

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Academic year: 2021

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CONTROLE DA REBROTA NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Denis Santos da Silveira (UNIDERP / denisx@terra.com.br), Josimar França da Silva (UNIDERP/ josimarf@hotmail.com), Rafael Yoshioka de Vidis, Carlos Henrique Ferreira Rodrigues (UNIDERP), Adriana Paula D’Agostini Contreiras Rodrigues (UNIDERP), Edison Rubens Arrabal Arias (UNIDERP),

Fernando César Bauer (UNIDERP)

RESUMO - Procurou-se avaliar a eficiência química e mecânica de diferentes tratamentos para a eliminação total da soqueira do algodoeiro durante um período de 100 dias. O experimentou constou de 13 tratamentos distribuídos em delineamento de blocos casualizados, com três repetições. T1 = roçada (testemunha); T2 = grade pesada sem roçada;T3 = 2,4D + glifosate (2+2 L/ha); T4 = 2,4D + glifosate (1+2 L/ha) e reaplicação aos 45 dias de glifosate (2 L/ha); T5 = 2,4D (2 L/ha); T6 = 2,4D (2 L/ha) e reaplicação aos 45 dias de 2,4D + glifosate (1+2 L/ha); T7 = 2,4D (2 L/ha) e reaplicação aos 45 dias de 2,4D (2 L/ha); T8 = 2,4D (2 L/ha) e reaplicação aos 45 dias de glifosate (2 L/ha); T9 = glifosate (2 L/ha); T10 = glifosate (2 L/ha) e reaplicação aos 45 dias de glifosate (1 L/ha); T11 = glifosate (2 L/ha) e reaplicação aos 45 dias de 2,4D (2 L/ha); T12 = picloran (Padros) – 2% v/v; T13 = roçada + grade pesada. O tratamento que proporcionou 100% de controle da rebrota do algodoeiro tanto aos 45 quanto aos 100 dias de avaliação, foi à incorporação da planta inteira com a grade aradora (T13). Palavras-chave: rebrota do algodão, tratamento químico, tratamento mecânico, destruição de

soqueira.

INTRODUÇÃO

Entre as fibras vegetais cultivadas, o algodão é a mais antiga, sendo atualmente cultivado em mais de 60 países.

A fibra do algodão é a mais utilizada pelo homem, pois tem inúmeras aplicações industriais, principalmente para a confecção de tecidos (CORRÊA, 1989). Nas fiações brasileiras, o algodão responde por aproximadamente 80% das fibras utilizadas.

No cerrado brasileiro a cultura apresentou grandes dificuldades na década de 80, com a ocorrência do bicudo (Anthonomus grandis) e incentivos para importação do algodão, que fizeram a demanda interna do produto pela indústria têxtil nacional entrar em franco declínio (MELO FILHO e RICHETTI, 2003).

Essas dificuldades resultaram em queda substancial da produção que, aliado a baixa adoção de tecnologias, baixa qualidade e falta de escala de produção e comercialização, impossibilitou a convivência adequada da cultura com algumas pragas, principalmente o bicudo (A. grandis), resultando em baixa competitividade do produto local em relação ao importado.

A necessidade de alternativas de rotação para a cultura da soja fez com que produtores do Centro-Oeste percebessem o algodão como alternativa viável, surgindo como nova oportunidade de negócio para a região. Na década de 90, o surgimento de novas técnicas de cultivo e cultivares de algodoeiro propiciaram a migração da cultura do algodoeiro para as áreas do cerrado brasileiro, a qual responde hoje pela maior parte da produção brasileira. A boa adaptabilidade da cultura no cerrado brasileiro tem sido obtida pelas condições de clima favorável, terras planas que possibilitam a

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mecanização total da lavoura, permitindo incentivos em tecnologias modernas (ALMEIDA e SILVA, 1999).

A praga do bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis Boh. Coleóptera: Curculionidae), é uma das principais da cultura, responsável por sérios prejuízos, que quando não controlada pode vir a inviabilizar o cultivo do algodão (BASTOS et al., 2005).

Inicialmente encontrado no Brasil durante a safra 1982/1983 (Habib e Fernandes, 1983), este inseto foi responsável por perdas significativas na produtividade da cultura. As perdas relativas ao ataque do bicudo ocorrem devido à preferência alimentar do inseto pela estrutura frutífera reprodutiva do algodoeiro (botões florais e frutos verdes).

Outra praga de grande importância na cultura do algodoeiro é o pulgão (Aphis gossypii), inseto vetor responsável pela disseminação de viroses na cultura (mosaico das nervuras e vermelhão) (ALMEIDA 1999, SANTOS et al, 2004).

Ambas as pragas podem sobreviver de um ano para o outro em restos culturais ou nas rebrotas do algodoeiro, o que poderá acarretar em altas infestações dessas pragas já no início do novo ciclo da cultura, resultando em acréscimo do custo de produção. Deste modo, dentre as medidas para manejo de pulgões e do bicudo a legislação preconiza a destruição das soqueiras logo após a colheita, evitando ao máximo a rebrota das plantas.

Dentre os métodos utilizados para a destruição da soqueira, pode-se utilizar tanto o mecânico quanto o químico. A utilização de produtos fitossanitários para a erradicação das soqueiras ainda não é recomendada por ser ineficiente, fazendo com que os produtores tenham que utilizar os métodos mecânicos, mais caros e demorados, ou a associação dos dois métodos.

Por isso, o presente trabalho teve por objetivo avaliar diferentes formas para controle da rebrota do algodoeiro utilizando os métodos químicos e mecânicos, aplicados isoladamente e em associação.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi instalado na Fazenda Escola Três Barras da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal - UNIDERP, município de Campo Grande, Estado do Mato Grosso do Sul, em solo classificado como LATOSSOLO VERMELHO, Distroférrico, com 45% de argila, na safra agrícola 2005/2006. O solo foi preparado no sistema tradicional, usando aração e gradagem, sendo a semeadura realizada no dia 13/12/2005 com a cultivar CNPA ITA 90, com uma densidade de 12 sementes por metro linear e espaçamento de 80 cm entre as linhas de plantio. Na adubação de semeadura utilizou-se 400 kg/ha da formula 06-30-24 (N, P2O5, k2O). Após a colheita, e antes da aplicação dos tratamentos, os restos culturais foram roçados (exceto o tratamento 2), utilizando uma roçadora rotativa, tracionada por um trator de 70 HP.

Os tratamentos, em número de 13, forma distribuídos em delineamento de blocos casualizados, com três repetições, se encontram discriminados na Tabela 1.

As parcelas foram constituídas de 8 linhas de plantio com 6 metros de comprimento espaçadas de 0,8 metros entre si. As avaliações da rebrota e da destruição das soqueiras foram realizadas apenas nas duas linhas centrais da parcela. As aplicações dos tratamentos químicos foram realizadas com um pulverizador costal de vazão constante, pressurizado com CO2, com barra de 1,5 metros, equipadas com 4 pontas 110.02 distanciados a 0,5m na barra e 2 bar de pressão de trabalho. As parcelas foram distanciadas em 3 metros, para que não houvesse a possibilidade de interferência de uma aplicação sobre a parcela vizinha.

Avaliou-se a eficiência química e mecânica dos tratamentos por um período de 100 dias, com notas que variaram de 0 a 10, sendo a nota 5,0 destinada inicialmente ao tratamento testemunha (roçada com brotação natural). Baseado no comportamento da testemunha, foram atribuídas notas de

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4 a 0 para a rebrota, sendo que a nota 4 correspondeu a rebrota inicial da planta e nota 0 a rebrota total. As notas de 6 a 10 foram atribuídas à eficiência do tratamento, ou seja, nota 6 para sintomas leves de fototoxicidade e presença de brotação leve e 10 para ausência total da rebrota do algodoeiro.

As avaliações foram realizadas a cada 7 dias onde foi acompanhado a eficiência de cada tratamento testado. Durante a condução do experimento a precipitação pluvial totalizou 1.237 mm.

Os dados, após tabulados, foram analisados pelo teste “F” e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (P < 0,05).

Tabela 1. Descrição dos tratamentos estudados para controle da rebrota do algodoeiro. Campo Grande-MS. 2006.

Número de Tratamentos Tratamento

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Roçada

Grade aradora sem roçada 2,4D + glifosate (2+2 L/ha)

2,4D + glifosate (1+2 L/ha) e reaplicação aos 45 dias de glifosate (2 L/ha) 2,4D (2 L/ha)

2,4D (2 L/ha) e reaplicação aos 45 dias de 2,4D + glifosate (1+2 L/ha) 2,4D (2 L/ha) e reaplicação aos 45 dias de 2,4D (2 L/ha)

2,4D (2 L/ha) e reaplicação aos 45 dias de glifosate (2 L/ha) Glifosate (2 L/ha)

Glifosate (2 L/ha) e reaplicação aos 45 dias de glifosate (1 L/ha) Glifosate (2 L/ha) e reaplicação aos 45 dias de 2,4D (2 L/ha) Picloran (Padros) – 2% v/v

Roçada + grade aradora

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados das análises de variância bem como dos testes de comparação de médias dos tratamentos avaliados aos 45 e 100 dias após a aplicação dos tratamentos, encontram-se nas Tabelas 2 e 3.

As análises de variância indicaram que houve efeito significativo a 1% pelo teste F entre os tratamentos, tanto aos 45 quanto aos 100 dias, indicando que pelo menos um dos tratamentos diferiu dos demais nos dois períodos de avaliação.

Tabela 2. Análise de variância dos treze tratamentos estudados para a erradicação da soqueira do algodoeiro. Campo Grande. 2006..

Fontes de Variação G.L Q.M (45 dias) QM (100 dias)

Blocos Tratamento Erro 3 12 36 0,481 N.S 8,856 ** 0,356 0,378 N.S 8,359 ** 0,350 Total 51 C.V. (%) 7,85 8,92

Os coeficientes de variação apresentados pelas avaliações aos 45 e 100 dias (Tabela 2), foram de 7,85% e 8,92%, respectivamente, indicando ótima precisão experimental, o que demonstra a confiabilidade dos dados.

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Analisando-se os resultados do teste de Tukey (P < 0,05) constatou-se que os melhores tratamentos aos 45 dias da aplicação dos tratamentos foram à roçada das plantas do algodoeiro com a incorporação dos restos culturais através da grade aradora (T13) e a incorporação da planta inteira com grade aradora (T2), obtendo total controle da rebrota. Em seguida, o Tratamento 6 (aplicação de 2L ha-1 de 2,4D mais reaplicação aos 45 dias de 1 L ha-1 de 2,4D + 1 L ha-1 de glifosato) (Tabela 2). Estes resultados devem ser vistos com parcimônia, pois como se pode perceber, a segunda parte do tratamento 6 foi aplicada apenas nesta fase (45 dias), sendo assim, o efeito avaliado neste período foi devido apenas ao 2,4D. Ratificando esse resultado, constata-se que os demais tratamentos no quais foi utilizado o 2,4D na primeira fase de aplicação (T3; T4; T5; T6; T7 e T8) não foram significativamente diferentes entre si pelo teste de Tukey a 5% (Tabela 3).

Tabela 3. Notas médias da característica percentual de rebrota nos diferentes tratamentos para controle de soqueira.

45 Dias 100 Dias

Tratamento Nota* Tratamento Nota

13 2 6 7 3 12 5 4 8 11 10 9 1 10,00 A 10,00 A 8,50 AB 8,00 B 8,00 B 8,00 B 7,75 BC 7,75 BC 7,50 BCD 6,25 CDE 6,00 DE 6,00 DE 5,00 E 2 13 12 5 6 4 11 7 3 8 10 9 1 10,00 A 9,00 AB 7,75 BC 6,50 CD 6,50 CD 6,25 CD 6,25 CD 6,00 D 6,00 D 6,00 D 5,75 D 5,25 D 5,00 D Média 7,60 6,64

*médias seguidas da mesma letra na coluna, não diferem significativamente entre si a 5% pelo teste de Tukey.

Tratamentos: T1 = roçada (testemunha); T2 = grade pesada sem roçada;T3 = 2,4D + glifosate (2+2 L/ha); T4 = 2,4D + glifosate (1+2 L/ha)>> 45 dias >> glifosate (2 L/ha); T5 = 2,4D (2 L/ha); T6 = 2,4D (2 L/ha) >> 45 dias >> 2,4D + glifosate (1+2 L/ha); T7 = 2,4D (2 L/ha) >> 45 dias >> 2,4D (2 L/ha); T8 = 2,4D (2 L/ha) >> 45 dias >> glifosate (2 L/ha); T9 = glifosate (2 L/ha); T10 = glifosate (2 L/ha) >> 45 dias >> glifosate (1 L/ha); T11 = glifosate (2 L/ha) >> 45 dias >> 2,4D (2 L/ha); T12 = picloran (Padron) – 2% v/v; T13 = roçada + grade pesada;

Na avaliação realizada aos 100 dias após a roçada da soqueira, o tratamento que apresentou o melhor controle da rebrota (100%) foi à incorporação da planta inteira com grade aradora (T2), seguido da roçada das plantas do algodoeiro com a incorporação dos restos culturais através da grade aradora (T13) (90% de controle).

Esses resultados vieram confimar o que é recomendado pela legislação. O enterrio dos restos culturais é prática obrigatória no estado do Paraná desde a década de 70. A destruição total dos restos culturais é uma prática necessária, pois podem proporcionar abrigo e sobrevivência das principais pragas do algodoeiro, podendo inviabilizar economicamente o próximo plantio.

Contudo, ao se observar a eficiência dos tratamentos que utilizaram herbicidas percebe-se que, dentre eles, o mais eficiente foi o Picloran, superando até mesmo aplicações sequênciais de 2,4D. A inclusão desse produto no experimento se deu justamente para avaliar seu comportamento especificamente no momento da rebrota do algodoeiro. Porém, é sabido que esse produto não é

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registrado para a cultura do algodoeiro, devendo ser melhor estudado para avaliar a pertinência ou não da extensão de uso para esse fim.

CONCLUSÕES

O tratamento que proporcionou 100% de controle da rebrota do algodoeiro tanto aos 45 quanto aos 100 dias de avaliação, foi à incorporação da planta inteira com a grade aradora (T13).

CONTRIBUIÇÃO PRÁTICA E CIENTÍFICA DO TRABALHO

O trabalho vem ratificar a recomendação da utilização de práticas mecânicas na destruição das soqueiras da cultura do algodoeiro. Demonstrou, também, que o uso de herbicidas, mesmo que associados a determinadas práticas mecânicas, não apresenta controle satisfatório da rebrota.

Além disso, ao observar os resultados, percebe-se que, dentre os tratamentos químicos, o mais eficiente foi o Tratamento 12, com a aplicação de Picloran a 2%. Esse produto apesar de não recomendado para a cultura do algodoeiro demonstrou potencial para seu uso na erradicação da soqueira. Entretanto, o que se apurou foi somente o potencial de uso, não sendo recomendado sua utilização até que estudos mais aprofundados e o registro do produto para esse fim, sejam efetuados.

Ressalta-se que o tratamento mais eficiente é, também, menos agressivo à saúde do operador das máquinas agrícolas e à contaminação ambiental, quando comparado aos demais tratamentos testados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, R.P. de; SILVA, C.A.D. da. Manejo integrado de pragas do algodoeiro. In: BELTRÃO, N.E. de M. (Org.). O agronegócio do algodão no Brasil. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 1999. v. 2, p. 753- 820.

BASTOS, C.S.; PEREIRA, M.J.B.; TAKIZAWA, E.K.; OHL, G.; AQUINO, V.R. Bicudo do algodoeiro: identificação, biologia, amostragem e táticas de controle. Campina Grande: Embrapa Algodão ,

2005. 31p. (Embrapa Algodão. Circular Técnica 79).

CORRÊA, J. R. V. Algodoeiro: informações básicas para seu cultivo. Belém: EMBRAPA-UEPAE Belém, 1989. 29 p. (EMBRAPA-UEPAE Belém. Documentos, 11).

MELO FILHO. G. A. de; RICHETTI, A.; Cadeia produtiva do algodão de Mato Grosso do Sul: eficiência econômica e competitividade. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste; Campo Grande: Seprotur, 2003. 72p.

HABIB, M.E.M; FERNANDES, W.D. Anthonomus grandis Boheman (Curculionidae) já está na lavoura do Brasil. Revista da Agricultura, n.58, p.74, 1983.

MACÊDO, N. E. de. O agronegócio do algodão no Brasil. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 1999. 2v. 1023p.

SANTOS, K. B. dos; NEVES, P. M. J.; SANTOS, W. J. dos. Resistência de cultivares de algodoeiro ao vírus do Mosaico das Nervuras transmitido pelo pulgão Aphis gossypii (Glover) (Hemiptera: Aphididae). Neotropical Entomology. Londrina: v.33, n.4, p. 481-486, 2004.

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