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Manutenção em microfones dinâmicos de mão

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Academic year: 2021

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Manutenção em microfones dinâmicos de mão

Autor: Fernando Antônio Bersan Pinheiro

Nada dura para sempre. Nem os microfones. Por mais cuidado que se tenha, por mais quedas evitemos, sempre haverá uma vez que o microfone, por um motivo qualquer, vai parar de funcionar.

E uma vez sem funcionar... o seu destino será o lixo! Será mesmo? Neste artigo vamos aprender a fazer pequenas manutenções em microfones dinâmicos de mão. Para nosso exemplo, vamos usar um velho (1995) microfone LeSon SM-58.

Pela foto, dá para notar que o mic foi bem usado. Sujeira no corpo

Este microfone já teve umas 10 etiquetas coladas nele, fita isolante colorida (muita gente monta um código de cores para indicar uma determinada função), etc, fita durex, etc. O grande problema é que a cola das fitas e etiquetas fica grudada no corpo, mesmo após a retirada da sua cobertura (o plástico da fita ou o papel da etiqueta). E essa cola é terrível: toda a sujeira do lugar gruda na cola. Deixa o microfone mais sujo e “melecado” que tudo.

Vamos tentar deixar o microfone como novo, ou pelo menos parecido com isso. Para tanto, precisamos fazer uma boa limpeza no seu corpo. Os passos são:

1) Retire manualmente todas as sobras de etiqueta de papel, fita durex, fita isolante, etc.

Alguns pedaços de fita são muitos finos, e talvez uma faca ou estilete ajudem a raspá-los. Só que na verdade, atrapalham! Vão descascar a tinta do microfone, deixando-o pior, Use uma régua plástica para raspar a superfície. Em geral, ela não produz danos à pintura.

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2) Remova a cola grudada no corpo

Para remover a cola, há um segredo. Não adianta usar água, nem álcool nem detergentes. O que

precisamos é de um pouco de óleo. Embeba uma bucha de cozinha em óleo (serve os de cozinha mesmo – soja, canola, etc, ou mesmo óleo lubrificante) e agora basta “fazer força” para deixar o microfone como novo!

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Não é necessário muito óleo. Use pouco, equivalente a uma colher de chá. Espalhe o óleo sobre uma das pontas, e esfregue por todo o corpo. Como este microfone é de aço escovado, isso facilita as coisas: podemos usar o lado abrasivo da esponja, o que faz o trabalho ir rápido. Se o microfone é pintado, é melhor usar o lado macio, mas costuma demorar mais tempo.

3) Remova o óleo.

Novamente, nada de água. Um dos piores inimigos dos microfones é a água, pois a umidade afeta as cápsulas. Para secar, use folhas de papel toalha.

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Se após remover o óleo ainda percebermos alguma sobra de cola, embeba outra parte da esponja com cola e repita a operação.

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Globo

O nome “globo” quer dizer “corpo esférico, redondo”, segundo o Aurélio. Mas depois de algumas quedas no chão, o globo deste microfone pode ser chamado mesmo é de “plano”.

Tentar desamassar para voltar a ser corpo esférico novamente é tarefa muito ingrata, e que não faz praticamente nenhuma diferença na sonoridade. Logo, melhor mesmo é não perder tempo com isso. Um problema que aflige muito os microfones da LeSon é que o seu globo é formado por duas grades

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metálicas distintas, presas por uma peça central única, de onde as grades soltam-se com o tempo. Para consertar, retire o globo do microfone e pressione manualmente as grades contra a peça central, colocando as pontas da grade novamente no encaixe respectivo. Isso feito, use adesivo instantâneo (tipo Superbonder ou semelhante), e segure bem por pelo menos 3 minutos. Faça um lado de cada vez. Funciona muito bem, e fica como novo.

Quem não quiser, há globos avulsos para vender. Mas é melhor gastar R$ 3,00 em um tubo de Superbonder que 15,00 em um globo, não?

E para limpar marca de batom em globo, como se faz? Também com o globo separado do microfone, use uma escovinha de limpeza molhada com água. Dá conta do recado fácil, fácil. Mas não se esqueça de antes retirar a espuma de dentro, com todo o cuidado. A espuma molhada pode mofar. Após a limpeza, deixe o globo secar ao Sol.

Pintura

Alguns modelos de microfones são pintados (corpo e/ou globo), e com o tempo a tinta descasca, dando uma aparência bem feia ao microfone.

A solução é bem simples, basta pintá-lo novamente. Só que alguns cuidados são necessários.

1) Descasque o máximo de pintura “velha” que conseguir. Use uma esponja de cozinha, seca (sem água nem óleo), no lado abrasivo.

2) Proteja a cápsula. Enrole jornal na mesma, proteja-a bem. A tinta poderá tampar os poros por onde entra o som na cápsula, alterando a sonoridade.

3) Pinte o globo separadamente, com o cuidado de antes retirar a espuma interna. Tenha o cuidado de examinar o globo depois de pintado, para que não haja nenhum dos buraquinhos da grade tampado. Se houver, “fure” com algo pontiagudo.

Para pintar, use tinta spray, tipo Colorjet ou equivalente, comuns para pintar bicicletas, etc. Coloque o microfone de pé (apoiado pelo conector), em cima de jornal velho, e pinte-o por igual, circundando-o. Mas pense bem antes de pintar. Isso praticamente tira toda a originalidade do microfone. Se estiver pensando em vendê-lo, melhor vendê-lo com pintura descascada que todo pintado.

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Uma única queda (do alto de um pedestal, por exemplo) pode ser muitas vezes fatal para a cápsula. Seus componentes internos soltam-se (sonoridade muda) ou rompem-se (sem som). Neste caso, a solução pode ser trocar a cápsula.

No Brasil, qualquer eletrônica terá algumas cápsulas avulsas para vender. Só que a qualidade deixa muito a desejar. As cápsulas são em sua maioria genéricas (sem marca), importadas por empresas como a FTG e a CSR. Preços até R$ 30,00. Qualidade de som em geral acompanhando o preço.

A LeSon é talvez a única fabricante que disponibiliza cápsulas originais de reposição, sendo fácil encontrar cápsulas do seu SM-58 (há diversos modelos de SM-58 da LeSon, B, BK, Plus, P4, mas cápsula avulsa só a do SM-58B). Custo médio: R$ 60,00. Apesar de ser uma cápsula de boa qualidade (todo mundo conhece a sonoridade do LeSon SM-58, e ela não é ruim), o custo é alto, principalmente com o dólar baixo fazendo com que alguns microfones razoáveis se aproximem desse valor.

Em grandes cidades, talvez haja uma ou outra cápsula melhor, mas a maioria dos fabricantes não disponibiliza as cápsulas para venda direta ao consumidor. Só as assistências técnicas que possuem. É “mais negócio” vender o microfone todo que somente a cápsula.

Quanto às genéricas... elas vem sem especificações técnicas (diagrama polar, sensibilidade, resposta de freqüência, etc). Logo, não pense em colocá-las para as aplicações principais. Quem sabe crianças, um back-vocal, um instrumento menos importante, etc.

Então, vamos ver como fazer:

1) Retire o globo

2) Retire a cápsula do microfone. A cápsula é fixada ao corpo de metal do microfone através de uma

borracha. Esta, por sua vez, é colada ao corpo através de cola de contato. Em microfones antigos como este, a cola já perdeu sua força, e é relativamente fácil soltar a borracha simplesmente “torcendo-se” a cápsula para um lado e para outro. Já quando o microfone é novo, essa é uma das tarefas bem difícil.

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3) Retirada a cápsula, vemos 3 fios, que correspondem aos 3 fios do conector XLR do microfone.

O preso ao parafuso é o aterramento, enquanto os outros dois são o positivo e o negativo.

É importante observar nesse ponto que o defeito pode ser apenas um fio com solda ruim. Não deixe de observar. Após retirar o parafuso e a base de borracha, vemos então a cápsula:

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Novamente, olhe com cuidado se não é apenas um fio solto. Uma simples solda pode dar nova vida ao microfone. Caso queira testar a cápsula, basta medir com um multímetro, na posição de 200 Ohms. As cápsulas costumam ter impedância entre 100 e 600 Ohms. Um valor infinito (nos multímetros digitais, o número 1 escrito à esquerda) indica que a bobina está rompida. Atente que uma cápsula pode estar com impedância e apresentar mal funcionamento (perda de graves ou de agudos, por exemplo).

4) Neste ponto, atente que deve existir alguma indicação de polaridade positiva (sinal de + ou algo vermelho). Anote os fios correspondentes (quem é positivo e negativo). Se não houver, será preciso

medir com um multímetro. Meça a continuidade dos fios, entre cada pino do conector até a ponta. A norma é:

- pino 1 malha de terra - pino 2 positivo - pino 3 negativo

5) Desfaça as soldas. Cuidado: além de termos alguém com boa experiência com soldas bem

pequenas, devemos ter atenção especial em relação ao ferro de solda! Como os fios envolvidos são muito finos, o ferro deverá ser de no máximo 20W. Melhor ainda se for uma estação de solda com potência ou temperatura reguláveis.

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6) Feito isso tudo, agora está na hora de levarmos o microfone (o tubo de metal e globo) à loja, escolher uma nova cápsula. No caso deste LeSon, seria possível deixá-lo realmente novo e original,

apenas trocando a cápsula. Entretanto, no intuito de aprendermos (e economizar um pouco), vamos comprar outro modelo.

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Dos 4 modelos encontrados acima, somente o 2º e o 4º vem com a borracha apropriada para firmar no tubo de metal (o corpo do microfone). Um simples teste permite verificar se a nova cápsula encaixa perfeitamente no tubo ou não. Mas não basta somente encaixar no corpo, também precisa conseguir fechar o microfone com o globo. Neste aspecto, a segunda cápsula foi reprovada, já que o seu grande tamanho não deixava fechar o globo! Assim, sobrou apenas ou a cápsula original LeSon ou quarto modelo, que por um acaso é cópia da cápsula original do SM-58 da Shure. Não se enganem: é cópia, e bem inferior*. Custou R$ 25,00, com nota fiscal e tudo.

* Havia diferença de diâmetro no plástico preto da cápsula, entre vários exemplares do mesmo modelo existentes na loja. Na maioria, o globo não entrava, devido ao diâmetro da cápsula ser maior que o diâmetro da boca do blogo, mas conseguimos encontrar uma que “passou apertado”. A diferença deve ter sido de 2 mm de diâmetro entre uma peça e outra, mas se existe essa diferença externamente, quem dirá internamente! E ainda bem que testamos o funcionamento na loja, antes de fechar negócio.

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Cuidado para o terminal com o parafuso não fechar curto em nada.

8) Feito isso, encaixe a nova cápsula no lugar e faça um teste sonoro. Se tudo funcionou bem, então

retire a cápsula novamente, e passe adesivo de contato (cola de sapateiro) na borracha, para ajudar na fixação junto ao corpo.

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razoável. Para as crianças, por R$ 25,00 e 40 minutos de serviço, está ótimo.

Mas pense muito bem antes de fazer esse gasto. Se para dar uma “reforma completa” for necessário comprar material além da cápsula (tinta Colorjet, cola Amazonas, Superbonder, etc), é bem capaz de não ser economicamente interessante, já que há alternativas de baixo custo. Só para comparar, a cápsula de R$ 25,00 da CSR é a mesma que equipa alguns microfones da marca (HT-48 ou CSR-48, HT sem chave e CSR com chave liga-desliga) de custo médio igual a R$ 50,00! Só que a cápsula tem garantia de 3 meses e os mics de 6 meses! Faça as contas antes! Pessoalmente este autor não recomenda, melhor comprar um microfone novo, ainda que de seja um mic de baixo custo. Mas valeu bem a pena gastar os R$ 25,00 para escrever este artigo!

O mesmo princípio pode ser usado para quem precisar fazer manutenção em um microfone sem fio. Se o mesmo não captar som algum, pode ser apenas a cápsula, e como vimos é algo simples de verificar.

Referências

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