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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

1.0249.13.000900-7/001

Número do Númeração

0084397-Des.(a) Claret de Moraes (JD Convocado) Relator:

Des.(a) Claret de Moraes (JD Convocado) Relator do Acordão:

03/11/2015 Data do Julgamento:

18/11/2015 Data da Publicação:

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA -PROTESTO EXTRAJUDICIAL - POSSIBILIDADE - LEI N. 9.492/97 COM A REDAÇÃO CONFERIDA PELA LEI N. 12.767/2012 - LEI ESTADUAL N. 19.971/2011 JURISPRUDÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SUSPENSÃO PELO MERO AJUIZAMENTO DE AÇAO ANULATÓRIA -IMPOSSIBILIDADE - NECESSIDADE DE CONFIGURAÇÃO DAS HIPÓTESES DO ARTIGO 151 DO CTN - RECURSO PROVIDO. - Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a existência de expresso permissivo legal autoriza a realização do protesto extrajudicial da Certidão de Dívida Ativa.

- O mero ajuizamento de ação anulatória não dá ensejo, por si, à suspensão da exigibilidade do débito e, via de conseqüência, do protesto, haja vista a necessidade de configuração de uma das hipóteses estatuídas no artigo 151 do CTN.

- Recurso provido. Decisão reformada.

AGRAVO DE INSTRUMENTO-CV Nº 1.0249.13.000900-7/001 - COMARCA DE EUGENÓPOLIS AGRAVANTE(S): ESTADO DE MINAS GERAIS -AGRAVADO(A)(S): MARCO AURÉLIO DE ARAÚJO BELLO RAMOS A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a 6ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

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RONALDO CLARET DE MORAES (JD CONVOCADO)

RELATOR

RONALDO CLARET DE MORAES (JD CONVOCADO) (RELATOR)

V O T O

Cuida-se de agravo de instrumento com pedido de concessão de efeito suspensivo interposto pelo ESTADO DE MINAS GERAIS contra a decisão de f. 10-TJ, proferida nos autos da ação declaratória de inexigibilidade de débito tributário ajuizada por MARCO AURÉLIO DE ARAÚJO BELLO RAMOS em face do ora recorrente, que deferiu a antecipação de tutela requerida para determinar o cancelamento ou a suspensão, acaso ainda não formalizado, do protesto extrajudicial da CDA debatida (n. 01000181886).

Aduz o recorrente, em suma: que a decisão judicial deve ser reformada, pois imperiosa a manutenção do protesto debatido para fins de interrupção da prescrição da obrigação (art. 174, III, do CTN); que a mera discussão judicial da obrigação não dá ensejo à concessão da suspensão da exigibilidade do crédito tributário, haja vista as presunções legais irradiadas da CDA questionada; que a cobrança extrajudicial, mediante o protesto da obrigação, é expressamente prevista na Lei n. 19.971/2011 e deságua na interrupção do prazo prescricional; que a decisão deve ser reformada, a fim de que remanesça permitido o protesto da CDA objurgada.

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ausência de periculum in mora decorrente da pretensão recursal (f. 101/103-TJ), vieram aos autos às informações do MM. Juízo a quo de f. 109, noticiando a manutenção da decisão atacada e o cumprimento do disposto no artigo 526 do CPC.

Contrarrazões às f. 111/114, asseverando: que a exigibilidade irradiada da CDA torna desnecessário o ato de seu protesto extrajudicial; que dos débitos em questão já tiveram a prescrição interrompida através do ajuizamento das respectivas execuções fiscais; que a pendência de discussão dos débitos impede a inscrição questionada.

Desnecessária a intervenção ministerial. É o relatório.

Controverte-se no âmbito do presente agravo acerca da legitimidade do ato de protesto extrajudicial de Certidão de Dívida Ativa, à luz da existência de debate judicial acerca da validade do débito e da incompatibilidade do referido ato com a natureza do título em espeque. De início, cumpre ser reconhecida a existência de expressa autorização legal para a submissão da Certidão de Dívida Ativa ao protesto extrajudicial.

De acordo com a redação conferida pela Lei n. 12.767/2012 ao artigo 1º, parágrafo único, da Lei n. 9.492/97, o título em questão foi expressamente incluído dentre os documentos representativos de dívida sujeitos ao protesto:

Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.

Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as certidões de dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal,

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dos Municípios e das respectivas autarquias e fundações públicas.

De igual maneira, no que concerne ao Estado de Minas Gerais, a edição pela Lei n. 19.971/2011 do disposto no artigo 12-A, §2º, da Lei n. 15.424/2004 permitiu expressamente a realização do protesto das certidões em exame, in verbis:

Art. 12-A Os valores devidos na apresentação e distribuição a protesto de documentos de dívida pública serão pagos exclusivamente pelo devedor no ato elisivo do protesto ou, quando protestado o título ou documento, no ato do pedido de cancelamento do seu respectivo registro, observados os valores vigentes à época deste pedido.

§ 1° Não serão devidos emolumentos, Taxa de Fiscalização Judiciária nem quaisquer outras despesas pela Fazenda Pública credora quando esta solicitar a desistência ou o cancelamento do protesto por remessa indevida, bem como no caso de sustação judicial.

§ 2° Constituem documentos de dívida pública para os fins desta lei as certidões de dívida ativa inscritas na forma da lei, as certidões de dívida previdenciária expedidas pela Justiça do Trabalho, os acórdãos dos Tribunais de Contas e as sentenças cíveis condenatórias.

Desta feita, independentemente da irradiação ex lege dos atributos de certeza, liquidez e exigibilidade autorizadores de sua imediata execução, pode a Certidão de Dívida Ativa também ser levada a protesto sem que referida ação seja considerada indevido ato de coerção para quitação. Nesse sentido, a jurisprudência do colendo Superior Tribunal de Justiça:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO E S P E C I A L . V I O L A Ç Ã O A O P R I N C Í P I O D A C O L E G I A L I D A D E . INOCORRÊNCIA. DECISÃO RECORRIDA EM CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊNCIA DA SEGUNDA TURMA DO STJ. INOVAÇÃO

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PROTESTO DE CDA. LEI 9.492/1997.

POSSIBILIDADE. OBSERVÂNCIA DO RESP 1.126.515/PR. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.

1. Não viola o princípio da colegialidade a decisão monocrática proferida nos termos do art. 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil, que possibilita ao relator dar provimento ao recurso especial quando a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com jurisprudência do STJ. Ademais, o princípio da colegialidade restará sempre preservado ante a possibilidade de submissão da decisão singular ao controle recursal dos órgãos colegiados. 2. O intuito de debater novos temas, não trazidos inicialmente nas contrarrazões do recurso especial, se reveste de indevida inovação recursal, não sendo viável, portanto, a análise, sendo imprescindível a prévia irresignação no momento oportuno e o efetivo debate sobre a matéria. 3. A Segunda Turma do STJ, no julgamento do REsp 1.126.515/PR, Relator Ministro Herman Benjamin, DJe 16/12/2013, reformou a sua jurisprudência, passando a admitir a possibilidade do protesto da CDA. Na ocasião ficou consolidado que dada "a natureza bifronte do protesto, não é dado ao Poder Judiciário substituir-se à Administração para eleger, sob o enfoque da necessidade (utilidade ou conveniência), as políticas públicas para recuperação, no âmbito extrajudicial, da dívida ativa da Fazenda Pública". Ademais, a "possibilidade do protesto da CDA não implica ofensa aos princípios do contraditório e do devido processo legal, pois subsiste, para todo e qualquer efeito, o controle jurisdicional, mediante provocação da parte interessada, em relação à higidez do título levado a protesto".

4. Agravo regimental não provido.

(AgRg no REsp 1450622/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/06/2014, DJe 06/08/2014)

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No mesmo sentido, vem decidindo esta Corte Julgadora:

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO DIREITO TRIBUTÁRIO -AÇÃO CAUTELAR - PEDIDO LIMINAR - SUST-AÇÃO DE PROTESTO EXTRAJUDICIAL DE CDA - LEI 9.492/1997 E LEI 12.767/2012 - FUMUS BONI IURIS NÃO DEMONSTRADO - SUPERAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA NO ÂMBITO DO STJ. RECURSO DESPROVIDO.

- Versando os autos sobre medida cautelar, que visa a assegurar a viabilidade do direito pleiteado em ação principal, hão de estar presentes os requisitos do fumus boni iuris e periculum in mora para seu deferimento. - Após a edição da Lei 12.767/2012, que incluiu entre os títulos sujeitos a protesto as CDA's de dívida ativa da União, dos Estados e Municípios, houve reposicionamento da jurisprudência, sendo que, atualmente, prevalece no STJ o entendimento de que "a possibilidade do protesto da CDA não implica ofensa aos princípios do contraditório e do devido processo legal, pois subsiste, para todo e qualquer efeito, o controle jurisdicional, mediante provocação da parte interessada, em relação à higidez do título levado a protesto" (REsp 1126515/PR)

- R e c u r s o d e s p r o v i d o . ( T J M G - A g r a v o d e I n s t r u m e n t o - C v 1.0074.13.006964-9/001, Relator(a): Des.(a) Eduardo Andrade , 1ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 23/06/2014, publicação da súmula em 02/07/2014) EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO CAUTELAR DE SUSTAÇÃO DE PROTESTO - CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA - LEI N.º 12.767/2012 IMÓVEL ALIENADO SUSTAÇÃO DO PROTESTO -PRESENÇA DOS REQUISITOS LEGAIS.

1. Embora haja autorização legal para o protesto extrajudicial da certidão de dívida ativa nos termos do art. 29 da Lei n.º 9.492/1997 com redação dada pela Lei n.º 12.767/2012, deve ser deferida a medida cautelar de sustação de protesto diante de elementos que

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indicam a alienação pelo devedor do imóvel gerador dos débitos fiscais, antes da ocorrência dos fatos geradores.

2. Recurso provido. (TJMG - Agravo de Instrumento-Cv 1.0024.14.149921-0/001, Relator(a): Des.(a) Edgard Penna Amorim , 8ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 04/12/2014, publicação da súmula em 15/12/2014)

Logo, não há que se falar em ilegalidade no ato de protesto da CDA, independentemente do formal ajuizamento da correspondente execução fiscal.

Lado outro, a mera instauração de ação judicial voltada à discussão do débito por si só não autoriza a suspensão da exigibilidade da dívida e dos efeitos do protesto.

Com efeito, a busca pelo sobrestamento judicial das presunções legais irradiadas da Certidão de Dívida Ativa Tributária exige a configuração de uma das hipóteses listadas no artigo 151, do CTN:

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I - moratória;

II - o depósito do seu montante integral;

III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;

IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

V - a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;

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Nesse sentido, vem decidindo esta Câmara Julgadora:

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO EXECUÇÃO FISCAL -A J U I Z -A M E N T O D E -A Ç Ã O -A N U L -A T Ó R I -A - S U S P E N S Ã O D -A EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - IMPOSSIBILIDADEOBSERVÂNCIA DAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 151 DO CTN -AÇÃO ANULATÓRIA JÁ JULGADA EM 1ª E 2ª INSTÂNCIA - CONEXÃO COM O FEITO EXECUTIVO - INEXISTÊNCIA - SUMULA Nº 235 DO COL. STJ - SUCESSÃO TRIBUTÁRIA - REQUISITOS DO ART. 133 DO CTN NÃO DEMONSTRADOS - EMPRESA SUPOSTAMENTE SUCEDIDA AINDA EM FUNCIONAMENTO EXCLUSÃO DO POLO PASSIVO DA EXECUÇÃO -RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário, somente se mostra cabível nas hipóteses estritamente previstas no art. 151 do CTN. 2. O ajuizamento de ação anulatória, por si só, não é suficiente para ensejar a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, tampouco o sobrestamento do feito executivo, mormente quando a referida ação já fora julgada improcedente em 1ª e 2ª instância. 3. Nos termos da súmula 235 do col. Superior Tribunal de Justiça: "a conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado". 4. - Para que se configure a sucessão empresarial, para fins de responsabilidade tributária, na forma do art. 133, do CTN, mister que seja demonstrada a aquisição, pela empresa supostamente sucessora, do fundo de comércio da empresa supostamente sucedida, ou mesmo de alguns de seus elementos, ainda que a aquisição não seja formalizada e comprovada por instrumento de transferência. 5. Havendo elementos que demonstrem a continuidade das atividades da empresa supostamente sucedida, concomitantemente com a dita sucessora, não há que se falar em sucessão tributária porquanto ausentes os requisitos do art. 133 do CTN. 6. Recurso parcialmente provido. (TJMG - Agravo de Instrumento-Cv 1.0301.07.029544-1/001, Relator(a): Des.(a) Sandra Fonseca, 6ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 07/07/2015, publicação da súmula em 17/07/2015)

Desta feita, não tendo sido fulcrada a decisão a quo na realização de depósito judicial ou no reconhecimento da verossimilhança das alegações autorais, com a vênia respeitosa devida

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ao ilustrado convencimento motivado externado, tenho que razão assiste ao reclamo recursal quando assevera ilegítima a suspensão do protesto deferida em Primeiro Grau.

Pelo exposto, dou provimento ao agravo de instrumento, para revogar a decisão atacada.

Custas recursais ao final, pela parte vencida. É como voto.

DESA. YEDA ATHIAS - De acordo com o(a) Relator(a).

DES. AUDEBERT DELAGE - De acordo com o(a) Relator(a).

Referências

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