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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL – UFMS CAMPUS DE AQUIDAUANA

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

EMPREENDEDORISMO SOCIAL NAS ALDEIAS DOS MUNICÍPIOS DE AQUIDAUANA E ANASTÁCIO-MS

Marluce Gomes Carvalho da Silva

Aquidauana-MS Novembro/2019

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RESUMO: Este artigo tem como principal objetivo elencar e descrever ações desenvolvidas no âmbito do empreendedorismo social que foram implementadas junto as comunidades indígenas dos municípios de Aquidauana e Anastácio-MS. O artigo parte da seguinte problemática: No âmbito do empreendedorismo social, que ações têm sido realizadas nas aldeias dos municípios de Aquidauana e Anastácio-MS? O estudo foi realizado durante o segundo semestre do ano de 2019 no município de Aquidauana e Anastácio e teve como universo pesquisado alunos indígenas que estudam na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e que residem em aldeias da região desses dois municípios em questão, onde alunos indígenas responderam um questionário semiestruturado sobre empreendedorismo social nas aldeias que residem. Após aplicação dos questionários, seguiu-se para a fase de tabulação, onde foi utilizado o software Excel, possibilitando facilmente o entendimento das informações. Verificou-se que entre as ações de empreendedorismo social existente nas aldeias, destacam-Verificou-se horta comunitária (6.98%); artesanatos como bijuterias, artes em cerâmicas, roupas tradicionais (9.30%). Destaca-se que 9.30% dos respondentes disseram que não existia nenhuma ação e 74.42% não souberam elencar ações de empreendedorismo social em sua aldeia. Outro dado relevante é que 51.16% dos entrevistados relataram saber o conceito de empreendedorismo social e entre estes apenas 16.28% disseram que na sua aldeia existiam ações de Empreendedorismo Social.

PALAVRAS-CHAVE: Empreendedorismo; Empreendedorismo social; Aldeias.

ABSTRACT:. This article has as main objective to list and describe actions developed in the scope of social entrepreneurship that were implemented with the indigenous communities of the municipalities of Aquidauana and Anastácio-MS. The article starts from the following problem: In the context of social entrepreneurship, what actions have been carried out in the villages of the municipalities of Aquidauana and Anastácio-MS? The study was conducted during the second semester of 2019 in the municipality of Aquidauana and Anastácio and had as its universe researched indigenous students who study at the Federal University of Mato Grosso do Sul (UFMS) and who live in villages in the region of these two municipalities in question. , where indigenous students answered a semi-structured questionnaire on social entrepreneurship in their resident villages. After applying the questionnaires, we proceeded to the tabulation phase, where Excel software was used, making it easy to understand the information. It was found that among the actions of social entrepreneurship existing in the villages, stand out community garden (6.98%); handicrafts such as costume jewelry, ceramic arts, traditional clothing (9.30%). It is noteworthy that 9.30% of respondents said that there was no action and 74.42% could not list social entrepreneurship actions in their village. Another relevant fact is that 51.16% of respondents reported knowing the concept of social entrepreneurship and among these only 16.28% said that in their village there were Social Entrepreneurship actions.

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1 INTRODUÇÃO

O empreendedorismo teve um significativo crescimento mundial, onde tem como principais destaques a promoção de geração de empregos, consequentemente o aumento de geração de renda, tendo como ferramenta novas tecnologias potencializando junto aos empreendedores um papel capaz de desenvolvimento local e regional (SOUZA et al., 2019).

O Empreendedorismo pode ser definido como a capacidade de coordenar, idealizar, criar mudanças, saber empreender, saber sair de situações de riscos, ousar, arriscar para ter âmbito empresarial, agregando valores, buscando identificar novas oportunidades, auxiliando a empresa com um bom negócio com excelentes fins lucrativos (MENEZES, 2003). Entende-se que há características que são marcantes para os empreendedores que optam por abrir seu próprio negócio e consequentemente obter sucesso, que seriam a paixão pela profissão, a motivação, o empenho, a doação de todo tempo ao trabalho e a visão de lucratividade (FERREIRA et al.,2019,apud DORNELAS, 2005).

A palavra Empreendedorismo é derivada da tradução da palavra entrepreneurship, muito utilizada para designar os estudos que são relativos ao empreendedor, ao seu perfil, as suas origens, ao seu sistema de atividades, e o seu universo de atuação (DORNELAS,2001).

O Empreendedorismo através de seu desempenho na sociedade possui um conjunto de práticas que garante renda e geração de emprego, através da capacidade de qualidades empresariais, com iniciativas, persuasão e criatividade ( OLIVEIRA et al.,2019, apud FILION, 1992).

Verifica-se que com o surgimento de novos empreendedores, há a promoção de geração de renda e também de oportunidades no mercado de trabalho, fazendo com que surjam diversos modelos de investimento econômico (CAMPELO, et al.,2019, apud, MAURICIO, 2016).

Uma das referências do empreendedorismo que marca o tema é o autor Jean Baptiste Say (1767-1832) que, em seus estudos, versou sobre a Lei de Mercados, mais conhecida como Lei de Say, onde o ponto mais importante afirma que a produção cria a sua própria demanda, fato que impossibilitava uma crise geral de uma superprodução (DUTRA, 2004).

O Empreendedorismo pode ser definido como a capacidade de coordenar, idealizar, criar mudanças, saber empreender, saber sair de situações de riscos, ousar, arriscar para ter âmbito empresarial, agregando valores, buscando identificar novas oportunidades, auxiliando a empresa com um bom negócio com excelentes fins lucrativos (MENEZES, 2003). Entende-se que há características que são marcantes para os empreendedores que optam por abrir seu próprio negócio e consequentemente obter sucesso, que seriam a paixão pela profissão, a motivação, o empenho, a doação de todo tempo ao trabalho e a visão de lucratividade (FERREIRA et al.,2019,apud DORNELAS, 2005).

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O empreendedor sempre cria um equilíbrio, encontrando uma posição objetiva e clara, em um ambiente que se encontra com problemas e turbulências, identificando assim possíveis oportunidades, e aumentando suas chances de conhecimento e desenvolvimento.(MACHADO, et al., 2014, apud, KIZNER, 1973).

Batista (2005) classifica os empreendedores em empreendedor corporativo (o empreendedor interno), empreendedor start-up (aquele que cria novos negócios/empresas) e o empreendedor social (que cria empreendimentos com missão social). Para o autor os empreendedores são pessoas que se destacam onde quer que trabalhem.

Especificamente o empreendedorismo social, foco desse artigo, são ações que envolvem grupos dentro das comunidades e tem como objetivo gerar renda extra para os envolvidos e também auxiliar a comunidade com a redução de problemas locais, adequando-os a este novo cenário, solucionando problemas sociais, focando promove-las com plena capacidade de resolver nem que sejam de forma pequena as dificuldades diárias lançadas devido as turbulências que a crise tem deixado por onde passa (ROQUE, 2010). Anastácio, Cruz Filho e Marins (2018) afirmam que os empreendedores sociais são agentes de mudança focados em identificar e resolver problemas sociais.

Considerando a importância da cultura indígena, que tem grande importância devido a diversidade que elas apresentam e, considerando ainda que ambos os municípios contam com aldeias indígenas, este artigo parte da seguinte problemática: No âmbito do empreendedorismo social, que ações têm sido realizadas nas aldeias dos municípios de Aquidauana e Anastácio-MS?

O objetivo do artigo é elencar e descrever ações desenvolvidas no âmbito do empreendedorismo social que foram implementadas junto as comunidades indígenas dos municípios de Aquidauana e Anastácio-MS.

Dado que ações empreendedoras tem o poder de transformar regiões e localidades, como no caso do empreendedorismo social, fomentando o desenvolvimento de questões sociais especificas, como em grupos como mulheres e etnias indígenas , o empreendedorismo social promove a autoestima desses grupos, demonstrando a importância de estudos para esta comunidade.

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REFERENCIAL TEÓRICO

Esse capítulo tem como objetivo apresentar os principais conceitos teóricos que servirão de base para o desenvolvimento do artigo. Assim serão apresentados os conceitos mais importantes sobre os seguintes temas: Empreendedorismo, Empreendedorismo no Brasil, Empreendedorismo Social e Empreendedorismo Indígena.

2.1 O Empreendedorismo

Entende-se que o pioneiro que deu origem ao tema empreendedorismo foi o banqueiro, economista e escritor, Richard Cantillon, onde com seu vasto conhecimento

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descobriu que havia um significado importante entre empreendedor, que seria aquela pessoa capaz de assumir riscos e o significado do capitalista que é aquele que fornece o capital, que tem vasta importância numa organização (DORNELLAS, 2005). Para este economista, os empreendedores estavam a todo tempo com seus projetos ameaçados, pois não haviam estratégias no ramo organizacional (FILION, 1999).

De acordo com Filion (1999) para que haja devidas mudanças há uma ligação entre empreendedores e a inovação, visando lucro através do empreendedorismo, segundo o pai do empreendedorismo Jean-Baptiste Say. Os empreendedores eram associados como inovadores que assumiam sua própria independência como uma atividade formal, segundo o sociólogo Max Weber (FILION, 1999).

Sabe-se que David MacClelland, foi fundamental para esclarecer a conduta na realização dos empreendedores através de sua ânsia pelo sucesso organizacional, onde o psicólogo americano viu que havia uma aptidão em superar obstáculos para se obter seus objetivos ( FILION, 1999).

Considera-se que o empreendedor é aquele que adquire certos riscos, com formas emocionais, físicas e também de formas ativas, e a forma capitalista seria a passiva, segundo Marco Polo (DORNELAS, 2001).

Desta maneira houve um significativo crescimento perante as ideias que se destacavam na época, onde as Três Eras distintas do Pensamento Empreendedor (Era Econômica, 1870-1940; Era Ciências Sociais, 1940-1970; Era Estudos de Gestão, 1970, trouxeram uma sucinta evolução no empreendedorismo (LANDSTRÕM; BENNER, 2010).

Sabe-se que uma unidade básica com ofício de promover benefícios ao sistema econômico se define como empresa, onde tem como seu ideal a produção de bens e serviços ( SANTOS, 1982). O Empreendedorismo é notado como um instrumento que o individuo uniu á criação de empresas, a fim de se obter a sua sobrevivência e de desenvolver oportunidades e solucionar devidos problemas, produzindo capital humano e social (ZARPELLON, 2010).

O empreendedorismo conhecido à anos atrás, ganhou destaque e força no Brasil a vinte anos, com crescimento também em pesquisas no ramo acadêmico, e com grande abertura econômica a partir da década de 1990 (PELOGIO, ROCHA, MACHADO, ANEZ, 2011).

2.2 O Empreendedorismo no Brasil

Ressalta-se que desde a década de 1990 até os dias atuais, vivencia-se na história brasileira uma imensa busca pelo auto emprego, onde indica-se que á prática do empreendedorismo acaba sendo cada vez mais frequente, com empreendedores involuntários, recém formados, ou trabalhadores que foram demitidos de outras empresas e principalmente por cidadãos que não possuem oportunidades no mercado de trabalho (FERREIRA et al., 2019, apud, HENRIQUE; CUNHA, 2008).

Para Ferreira et al., (2019), apud Erber, (2010), com desafios que são enfrentados pela situação atual brasileira, onde se encontra com um novo cenário econômico mundial, a chave para se manter no crescimento seria diante do desafio da inovação.

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Relata-se também que desde o final da década de 1990, o objetivo do país seria a promoção de transferência do conhecimento científico com a tecnologia, tendo como propósito o desenvolvimento da capacidade tecnológica e inovadora das empresas (FERREIRA, et al., 2019, apud, MORAIS, 2008). Observa-se que com o passar dos tempos, as crises que vem afetando o Brasil e o mundo, permitem que a economia emergente se expanda e que o caminho para obter o progresso é através do empreendedorismo e da inovação, que são adquiridos através de altos investimentos em educação (FERREIRA, et al., 2019, apud BARBOSA; SILVA, 2011).

Segundo relata Ferreira, et al., (2019), apud, Brasil,( 2009), existe uma lei de nº 11.196, de novembro de 2005, denominada lei do bem, onde foi instituído o incentivo fiscal as empresas que desenvolvam pesquisas tecnológicas contratando pesquisadores para fazer tal feito. Foi criado também outros programas que mecanizam créditos e subvenções como a capitalização de fundos de investimentos de empresas inovadoras.

Sabe-se que a evolução do empreendedorismo no Brasil, nos últimos 15 anos, segundo fontes de pesquisa como a Global Entrepreneurship Monitor (GEM), e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas( SEBRAE), onde além de aumentar significativamente o numero de empreendedores , teve destaque também no avanço da contribuição feminina na economia do país (DA SILVA, 2019).

Para Vieira (2011), segundo relatos da revista Pequenas Empresas Grandes Negócios ,o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que os empregos formais no país, formado por mulheres, possuem crescente estatística em relação a geração de emprego, onde segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), as mulheres tem preferencia em atividades ligadas ao comércio varejista com 33%, com 20% ficou a área ligada ao ramo alimentício e 12% a área de indústria de transformação.

Segundo Villas Boas (2010), há uma relevante diferença entre homens e mulheres no fato de empreender com estilos diferenciados, onde as mulheres possuem ótima capacidade de persuasão em relação aos clientes e fornecedores, contribuindo para o progresso de sua empresa.

O empreendedorismo feminino segundo relatos da Global Entrepreneurship Monitor 2010 (GEM) descreve que a necessidade de empreender entre homens e mulheres é a mesma, onde buscam pelo seu sustento, de seus familiares, melhor situação financeira.

Ainda segundo relatos da GEM (2010), nos últimos anos até os dias atuais as mulheres que se tornaram chefes de família vêm tomando conta do empreendedorismo, ampliando a participação da economia do país, onde dados relatam que as famílias chefiadas por mulheres em 1993 foi de 220 mil, em 2006 foi para 2,2 milhões.

Sabe-se que as mulheres são vítimas de discursos que as apontam como mulheres fortes, onde tem capacidade de desenvolver várias atividades ao mesmo tempo, onde pesquisas apontam mudanças sobre o papel da mulher na sociedade, tendo a redução das diferenças de gênero e a exploração feminina no âmbito corporativo (DULCE; MOREIRA, 2018).

Constata-se que o empreendedorismo na atualidade tem por consideração, importante atividade com o desenvolvimento mundial da economia e com a sociedade, onde diversos profissionais buscam entender e compreender o processo de ser empreender no ambiente organizacional (SILVA, 2019, apud KELLY at al., 2012).

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Para Corsino, Mariani, (2019), apud Salim e Silva, (2010) tem-se como reconhecimento que no Brasil, o empreendedorismo é visto como promotor de desenvolvimento econômico e social, obtendo a geração de emprego e renda, criando, inovando e solucionando questões sociais, estimulando programas governamentais, favorecendo a economia ao seu redor. Segundo pesquisa feita pela GEM, 2017,o ambiente institucional predominante no ano 2000 e em comparação no ano de 2017, onde houve uma discreta evolução, com fatores considerados favoráveis e também a manutenção de novos empreendimentos que se evidenciou em relação á fatores que são limitadores (CORSINO, MARIANI, 2019, apud, GEM, 2017).

Define-se que além desta significante evolução, há dois pontos que são limitadores da ação empreendedora do país, que é o contexto político e o clima econômico, onde tem destaque a crise política no país, um dos principais pontos desmotivadores dos empreendedores brasileiros (CORSINO; MARIANI, 2019, apud GEM ,2017).

Aborda-se que como um dos principais problemas enfrentados pelas pequenas empresas seria a falta de financiamento, a falta de capital humano adequados para ajuda-las, onde também se encontra as taxas tributaria em alta, também a sensibilidade as mudanças dos ciclos econômicos e a tomada de decisão que pela pressa são mal planejadas (PEREIRA, 2019,apud MANAGMENT CENTER DO BRASIL, 1964).

Segundo Pereira, ( 2019), apud, Chiavenato,( 2008) para ter uma empresa bem sucedida não basta ter espírito empreendedor, pois ele deve saber como evitar ou neutralizar ameaças, saber como identificar as oportunidades até em ambientes turbulentos e o mais importante é o de saber ter um bom planejamento do capital financeiro.

Entende-se que a Educação em Empreendedorismo (EE) teve seu desenvolvimento na última década de 2.000, onde se alavancou com a quantidade e a qualidade, tornando um tema no Brasil, mais frequente e mais relevante, proporcionando o desenvolvimento de competências importantes para os indivíduos, preparando-os para a carreira, com maior percentual de sucesso (SÁ, 2019, apud, LOPES, et al.,2017).

Sabe-se que a crise financeira e econômica no Brasil fez crescer o empreendedorismo, que estava em queda em certos momentos de seu crescimento econômico, que em 2014, teve uma recessão, onde a saída seria o empreendedorismo como uma atividade para quem está desempregado (CARVALHO, et al.,2019, apud DA COSTA, 2010). Já em 2016, o país obteve a segunda maior taxa total de empreendedores, com 36% da população adulta tendo algum envolvimento no ramo empresarial, mas neste mesmo ano a queda de indicadores de crescimento está associada a crise financeira do Brasil.

Para Souza, 2019, apud, Dornelas, (2002), mencionam que o movimento de empreendedorismo brasileiro necessita basear-se em alicerces sólidos, onde visa buscar melhores práticas empreendedoras para sua utilização.

Relata-se que em através de pesquisas teve indicio que o empreendedor social brasileiro tem um perfil elevado em relação ao nível de agradabilidade, aberto a novas experiências e á extroversão, tendo influencia positiva á criação de iniciativa social (CARNEIRO, 2019).

Entende-se que o termo empreendedorismo social, já difundido nos Estados Unidos e na Europa, teve seu inicio no Brasil, a partir da década de 1990, com fins de

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designar ações para ter resoluções em problemas sociais de maneira sustentável, onde se adotou um comportamento empreendedor com conjunção das dimensões social e econômica (CARNEIRO; BERNARDINO, 2019, apud, RIGUEIRO, 2014).

2.3 O Empreendedorismo Social

O termo empreendedorismo social em relação ao empreendedorismo tradicional, tem uma estratégia diferenciada, onde se volta ao desenvolvimento de uma comunidade, com poucas oportunidades trabalhistas, gerando oportunidades de se alavancarem economicamente (MORT, WEERVARDENA, CARNEGIE,2003).

O empreendedorismo social é de suma importância para a comunidade, onde são viabilizadas estruturas que são voltadas com o intuito social, sustentável, que vem se destacando a cada ano e também humanístico, com o objetivo de empreender e se preocupar com questões sociais e coletivas (MELO NETO E FROES, 2002). Um dos objetivos que se tem se destacado no empreendedorismo social, é o combate à situação de pobreza nas comunidades e individualmente (FISCHER, 2011).

O processo que abrange a identificação de um problema especifico, sendo ele um problema social e tendo assim uma ideia ou atitude para sua solução, onde neste processo se avalia o modelo de negocio, o impacto social, a sustentabilidade ambiental, criando uma visão de oportunidades, levando em conta a sustentabilidade social, tendo ou não fins lucrativo ( ROBINSON, 2006). Os empreendedores sociais, tendem a pensar socialmente, ou seja, tem a ver com suas ações que levam em conta aspectos humanos e coletivo em vez de conter aspectos econômico e individual (MELO NETO E FROES, 2002).

Segundo Lima, (2008), os remanescentes de Quilombos, são grupos sociais, mobilizados por organizações, em busca de reconhecimento territorial e também em busca pelo reconhecimento pessoal, de suas conquistas. Compreende-se que a cultura organizacional tem preservado os valores adquiridos, os hábitos, normas que são formais e informais e o mais importante que seria o aprendizado adquirido aos integrantes da comunidade atuantes na organização (CERQUEIRA–ADÃO 2010).

Famílias quilombolas que residem no estado do Rio grande do sul, que poucas vivem em situação financeira adequada para sobrevivência, herdaram propriedades rurais, criando assim mecanismos de empreendedorismo social, onde o empreendedor é aquele que ao invés de ser competitivo com o próximo ele serve de elo para o cooperativismo. (ROUERE e PADUA, 2001).

Outro exemplo de empreendedorismo social ocorre com empresas como a GRAAC, que desde 1991 realiza ações voltadas a crianças que fazem tratamento de combate ao câncer, com reduções de custo em seus tratamentos. Ações como essas são as que mais se destacaram no país, facilitando os planos daqueles que realmente precisam, passando em cima de padrões que desestruturam financeiramente regras dessas empresas, ou seja, com ou sem crise existem e resistem a todos os fantasmas que tentam assombrar seus sonhos (SEBRAE, 2017). O empreendedor social tende a pensar socialmente, ou seja, tem haver com suas ações que levam em conta aspectos humanos e coletivos em vez de conter aspectos econômico e individual. (MELO NETO E FROES, 2002).

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O Empreendedorismo social tem se destacado nas empresas do Brasil, onde o mesmo ocupou a 13° posição no ranking mundial do empreendedorismo que foi realizado pela Global Entrepreneurship Monitor no ano de 2008,onde obteve 12,02% de TEA( Taxa de Empreendedores em Estágio inicial), onde conceitua-se que a cada 100 brasileiros, 12 realizam algo com empreendedorismo.(GEM,2008). Mas no ano de 2015 este número cresceu consideravelmente onde subiu para 34,5%, segundo a GEM, onde a cada 100 brasileiros que iniciam como empreendedores 71 deles assumem o ramo do negócio por motivação e não por necessidades. (BARRETO,2015). Já no ano de 2018 este índice chegou á 61,8%, relatam os dados da Global Entrepreneurship Monitor, mostrando também que houve um elevado número de empreendedores jovens (18 á 24 anos) sendo de 22,2% (GRAÇA, 2019).

Em conclusões sobre estudos feitos, permitiu-se traçar que os empreendedores sociais brasileiros, possuem afiliação com a comunidade e os objetivos de caráter pessoal, exercendo influencia positiva na decisão de empreender socialmente. Resultou também que os empreendedores sociais brasileiros recorrem a outras formas de financiamento, tornando positivo estudar sobre estes fatores que influenciam a escolha da missão social, com âmbito de atuação das organizações sociais (CARNEIRO; BRENARDINO, 2019).

2.4 Empreendedorismo Indígena

Sabe-se que a população indígena brasileira no século XVI era de 7 milhões a 10 de diversas etnias (Almeida, 2012; 2015;2016), mas em 2010, segundos relatos do IBGE era de 896,9 mil pessoas que tem distribuição com 305 etnias, sendo que a tribo Ticuna vem em primeiro lugar como a mais povoada , seguida pela Guarani, e no quinto lugar a tibo Terena, predominante em nosso estado.

Conforme cita Silva et. al.,2019, apud Almeida (2017), os indígenas brasileiros são receptíveis as formas de vida com a sociedade não indígena ainda mais nas ações que envolvem vendam e compram de produtos, buscando serem aceitos pela sociedade.

O empreendedorismo indígena trata-se da expansão comercial de artefatos como o artesanato que com sua diversidade valoriza a cultura indígena, ficando conhecido no mundo, sendo um incentivo a renda dos povos indígenas (SILVA, et al., 2019).

Como percebemos, através de diversas formas de artesanato, o empreendedorismo indígena permite a inserção dos povos indígenas no mercado de trabalho, onde há a promoção de preservação de uma cultura muito rica em termos de patrimônio nacional. (SILVA et al., 2019).

As hortas comunitárias são apontadas atualmente como uma alternativa viável para as comunidades onde estão sendo implementadas, possibilitando debates sobre questões ambientais, de sustentabilidade e geração de renda para populações em condições de risco social e econômico ( RODRIGUES, 2019).

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Segundo relatos de Porto; Proença (2019), a comunidade indígena na reserva de desenvolvimento sustentável Puranga Conquista, localizada na zona rural do município de Manaus, onde teve fundação em 1996, com migração indígena do município de Santa Isabel do alto rio negro, onde possuem hábitos de trabalhos coletivos, como a farinhada, artesanato, produção agrícola, garantindo a renda desta comunidade.

Entende-se que os saberes tradicionais desempenham grande importância, garantindo a sustentabilidade social, econômica e ambiental na Amazônia, onde o envolvimento comunitário tem-se tornado cada vez mais para a comunidade, contribuindo para a preservação e a sustentabilidade dessas áreas (PORTO; PROENÇA, 2019, apud DIEGUES, 2000).

Para Pereira (2003), enfoques teóricos convergem para uma lógica, onde certas comunidades atingem sua emancipação ao ter a contemplação do empreendedorismo social no âmbito das suas necessidades.

Sabe-se que a maioria dos projetos no ambiente das comunidades indígenas é criado para que, logo após garantir o direito as terras, ele não tenha que abandoná-la por dificuldades diárias de sustento, Isso mostra que a comunidade indígena através da expansão dos espaços políticos e principalmente da população indígena em relação à construção de suas próprias organizações. (PORTO; PROENÇA, 2019).

O sistema social brasileiro constitui extrema desigualdade junto ao opressor das camadas sociais populares, ode está situada à comunidade indígena, que sobre este raciocínio pode aquilatar a dupla opressão que sofre o índio como indivíduo, junto aos seus direitos sociais, políticos e culturais, mas o que perante a atualidade, as comunidades indígenas deixam explicitadas por elas mesmas suas diferenças e seu desenvolvimento ( PORTO; PROENÇA, 2019, apud GOMES 2003).

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Quanto a natureza esse estudo se classifica como de natureza básica que para Moresi (2003), é definida como uma pesquisa que tem como objetivo gerar conhecimentos novos uteis para o avanço da ciência sem aplicação pratica prevista, envolvendo verdades e interesses universais.

Quanto a abordagem do problema trata-se de uma pesquisa qualitativa, que para Moresi (2003), é definida como uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, onde há uma ligação entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito, que pode ser traduzido em números, onde a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo da pesquisa qualitativa.

Quanto ao método científico trata-se de método dedutivo, pois segundo a definição de RODRIGUES. (2007), refere-se que neste método todas as premissas são verdadeiras, sendo que a conclusão também deve ser verdadeira, e que toda informação ou todo conteúdo factual da conclusão, já estava implicitamente nas premissas.

O estudo foi realizado durante o segundo semestre do ano de 2019 no município de Aquidauana e Anastácio e teve como universo pesquisado alunos indígenas que

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estudam na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e que residem em aldeias da região desses dois municípios em questão, onde alunos indígenas responderam um questionário sobre empreendedorismo social nas aldeias que residem. A pesquisa expõe as características de sua população envolvida em ações de empreendedorismo social, caracterizando-se, quanto aos fins e objetivo de estudo, como uma pesquisa descritiva, que para Rodrigues (2007), é definida como uma pesquisa onde os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados sem interferência do pesquisador, usando técnicas padronizadas de coleta de dados (questionário).

Quanto aos procedimentos a pesquisa é caracterizada como bibliográfica concebida a partir de materiais já publicados definida como forma direta e indireta, onde a pesquisa bibliográfica recupera o conhecimento cientifico acumulado sobre um problema. Também é desenvolvida a partir de materiais publicados em livros, artigos, dissertações e teses, constituindo parte de pesquisas descritiva ou experimental, e de campo definida como sendo a observação dos fatos onde ocorrem, não permitindo isolar e controlar as variáveis, mas perceber e relações estabelecidas. Como pesquisa bibliográfica revisa tópicos referentes a partir de documentos, livros, artigos científicos, jornais. O estudo ainda é considerado de campo pela realização de coleta de dados primários no questionário, pois não existiu nenhuma analise ou dado anterior a ela. Um questionário estruturado foi utilizado como instrumento para coleta de dados, com o qual se seguiu para uma entrevista face a face, via utilização de questionário com perguntas abertas, seguindo uma estrutura logica, sendo progressivo (do mais simples ao complexo), contendo linguagem clara e uma questão por vez (DANTON, 2002).

Optou-se, nessa pesquisa, por um estudo de caso pois ele é um método de pesquisa ampla, de analise qualitativa, que permite aprofundar o conhecimento, oferecendo subsídios para novas investigações sobre a mesma temática abordada. O estudo de caso é definido por Yin (1989) como uma inquirição empírica que investiga um fenômeno contemporâneo, dentro do contexto da vida real. Já para VENTURA. (2007), o estudo de caso é um instrumento de investigação, uma modalidade de pesquisa que pode ser aplicada em diversas áreas do conhecimento. Após aplicação dos questionários, seguiu-se para a fase de tabulação, onde foi utilizado o software Excel, possibilitando facilmente o entendimento das informações.

4 RESULTADOS

Primeiramente, com a realização da pesquisa via aplicação de questionários aos acadêmicos indígenas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), no campus de Aquidauana-MS foi possível traçar o perfil dos respondentes. Entre os entrevistados, 65.12% eram mulheres e 34.88% dos respondentes eram do sexo masculino.

No que se refere a faixa etária foi bastante diversificada, e observou-se que 20.93% eram acadêmicos até 20 anos. Os acadêmicos que tinham entre 21 e 30 anos somaram-se 43.51%, e os que tinham entre 31 a 40 anos somaram 18.60%. No grupo de acadêmicos com idade entre 41 e 50 anos verificou-se somarem 9.30%, e os acadêmicos com idade até 60 anos foram 4.65%. Entre os respondentes 68.79% foram acadêmicos indígenas com estado civil solteiro (a), 32.56% eram casados (as) e 4.65% são divorciados (as).

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Especificamente sobre o tema do artigo, quando questionados se sabiam o conceito, o significado de empreendedorismo social, observou-se que 51.16% dos entrevistados relataram saber o conceito do tema proposto enquanto que 48.84% disseram que não faziam ideia do que seria.

Entre os que relataram saber o que é empreendedorismo social, apenas 16.28% disseram que na sua aldeia existiam ações de Empreendedorismo Social, e 83.72% relataram não haver devidas ações, e 9.30% não souberam responder se existia ou não em sua comunidade algo relacionado com o que foi mencionado.

Entre as ações de empreendedorismo social elencadas pelos respondentes, destacam-se: Horta comunitárias (6.98%); artesanatos como bijuterias, artes em cerâmicas, roupas tradicionais (9.30%). Destaca-se que 9.30% dos respondentes disseram que não existia nenhuma ação e 74.42% não souberam elencar ações de empreendedorismo social em sua aldeia.

Sobre as vantagens que o empreendedorismo social trouxe para a comunidade, 11.63% disseram que trouxe melhoria nas condições de trabalho, melhorando a renda da comunidade, e 6.98% relataram a melhoria na alimentação dentro da aldeia, mas houve respostas que afirmaram que não o empreendedorismo social não trouxe nenhuma vantagem a comunidade (65.12%), finalizando com 16.28% entrevistados que não souberam responder esta questão. Todavia, a justificativa para esses números, pode ser o fato de que apenas 51.16% dos entrevistados relataram saber o conceito de empreendedorismo social e entre estes apenas 16.28% disseram que na sua aldeia existiam ações de Empreendedorismo Social.

Quando questionados sobre a importância do empreendedorismo social para a aldeia, 2.33% valorizam a união entre os membros da comunidade; 9.30% evidenciaram que essas ações demostram mais a cultura indígena; 6.98% disseram que pode ser uma grande ajuda aos jovens que não possuem experiência, ou se tem seria uma oportunidade de obter uma renda extra. Os que relataram não saber a importância totalizaram 81.39%.

Quando questionados se os participantes das atividades de empreendedorismo social na aldeia possuem experiência na atividade que desenvolve, 6.98% revelaram que possuem experiência nas atividades desenvolvidas, e 55.81% relataram não, e que 2.33% não souberam responder esta pergunta.

Quando questionados se os participantes das ações de empreendedorismo social receberam treinamento para o desenvolvimento das atividades, 11.63% emitiram conhecimento sobre treinamentos aos participantes envolvidos antes de iniciarem tal ação; e 72.09% disseram que a comunidade não recebe treinamento para desenvolver funções de Empreendedorismo, e 2.33% não soube responder esta questão.

Sobre a ampliação da renda da população envolvidas nas ações de empreendedorismo social, 4.65% não souberam responder se estas ações proporcionam uma ampliação na renda, 25.58% relatam que houve um acréscimo na economia da comunidade e 69.77% relataram que não houve ampliação de renda.

Sobre os materiais mais utilizados dentro da aldeia para ações de Empreendedorismo Social, verificou-se que a cerâmica totaliza 2.33%; sementes, artesanato totalizam 16.28%; destacando-se com 81.40% aqueles que não souberam responder esta questão. Ressalta-se que 39.53% afirmaram que são utilizados produtos para confecções destas peças da própria natureza e que 6.98 % relatam que esta peça vem de terceiros; 51.16% não souberam responder a esta pergunta.

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As peças confeccionadas (como bijuterias, peças em cerâmicas, balaios, vestimentas) são vendidas mensalmente no Memorial Indígena na cidade de Campo Grande (9.30%); na casa do artesão no município de Aquidauana (13.95%). 46.51% dos respondentes não souberam o destino das peças fabricadas, e 30.23% dos respondentes afirmaram que as peças são vendidas anualmente na própria aldeia na festa indígena que se comemora no dia 19 de abril.

Quando questionados se as peças são fabricadas em grupos ou por pessoas individuais, verificou-se que 25,58% relataram que são fabricadas na comunidade em grupos; 32.56% responderam que por apenas uma pessoa, que é responsável por todo este trabalho, 41,86% relataram que sabiam responder como estas tarefas são efetuadas.

Quando questionados se a renda obtida é utilizada para melhores condições dentro da comunidade, 27.91% das respostas foram positivas sobre o destino da renda, afirmando que ela é utilizada para melhores condições dentro da comunidade. 72.09% disseram que não sabem qual o destino dado a renda arrecadada através desta ação na comunidade. De acordo com os respondentes as ações de Empreendedorismo Social têm ajuda de outras pessoas que não fazem parte da comunidade, sendo que 11.63% são órgãos como prefeitura, comércio de pessoas que são amigas de alguns membros da comunidade; 16.28% relatam não haver ajuda de terceiros; 62.79% não souberam responder esta pergunta.

Ao serem questionados se eles ajudariam a comunidade com o Empreendedorismo Social, 95.35% disseram que contribuiriam para desenvolvimento das ações, e 4.65% relataram que não se interessariam nestas atividades. Dentre os entrevistados, 69.77%, relataram que depois de verem ações voltadas ao Empreendedorismo social, sentiram vontade de abrir seu próprio negócio, enquanto 30.23% não adotam esta ideia como seu principal objetivo.

Verifica-se que nem todas as aldeias da região do municípios de Aquidauana e Anastácio-MS possuem ações voltadas ao Empreendedorismo Social, como a horta comunitária e o artesanato que são bem influentes nestas comunidades. Quando os respondentes foram questionados se gostariam que na sua aldeia tivessem métodos para empreender e consequentemente ajudar a sua comunidade, 93.02% relataram que tem interesse, e 6.98% responderam que essas ações não mudaria em nada. Entre os entrevistados, 81.40% disseram que a sua comunidade se interessa por ideias, propostas e trabalhos visando o empreendedorismo social, e 18.60% das respostas são contrarias as expectativas de interesse nestas ações.

5 DISCUSSÃO

Os resultados encontrados no presente estudo sugerem que existem ações de empreendedorismo social, mas que ainda é pouco em comparação ao número de aldeias presentes na região do município de Aquidauana/MS. São constatadas ao todo 11 aldeias nos dados desta pesquisa, sendo elas: Aldeias Bananal, Lagoinha, Água Branca, Ipegue, Colônia Nova, Morrinho, Imbirussu, Limão Verde, Córrego seco, Buritizinho e Cruzeiro (CASTRO, 2018). Todavia 04 aldeias apresentaram alguma ação de empreendedorismo social, sendo elas Aldeia Bananal, Limão Verde, Lagoinha e Água Branca, e no Município de Anastácio a Aldeia Aldeinha.

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Segundo dados dos respondentes, as peças utilizadas para as confecções vêm da própria natureza com 39.53%, onde 6.98% dizem que as peças vem de terceiros. Como o povo indígena vive sempre em contato com a natureza os materiais utilizados em suas artes são oferecidos por ela, onde a diversidade de matéria prima abre um leque de diversidades e transformações para a criação destas peças (RESUMO ESCOLAR, 2014).

Entre os entrevistados 93.02% relataram que mantém interesse em ajudar a sua comunidade a obter renda para si e sua comunidade. Dados do Censo demográfico de 2010 analisam as formas de rendimentos dos índios brasileiros, onde 52.09% deles não obtêm de nenhuma renda, por isso seria importante o desenvolvimento destas ações nas comunidades indígenas (GROCHEWSKI, 2015).

Os resultados que o Empreendedorismo Social nas aldeias demonstram que esses, tem ajuda de terceiros com ( conforme relato de 11.63% dos entrevistados), onde são órgãos como a prefeitura e também comércio de pessoas que não são indígenas. A incubadora Amazonas Indígena Criativa (AmIC) atua com empreendedores, microempresários, cooperativas e associações comunitárias, que nas aldeias desenvolvem negócios geradores de trabalho e renda a partir de sua produção, que é, majoritariamente, artesanal, e que, ao mesmo tempo, contribuem para a promoção do desenvolvimento sustentável e da justiça social (CHAGAS et. al.,2018).

Ressalta-se que dentre estes dados houve o questionamento das ações serem desenvolvidas em grupo ou por apenas um membro da comunidade, tendo 25.58% dos respondentes sinalizado a realização em grupo e 32,56% sinalizaram que realiza-se por uma só pessoa. Outra ação de empreendedorismo social foi verificada na Aldeia Tico lipú, localizado no município de Aquidauana-MS conforme Natura (2016). Essa ação contribui de forma positiva para o desenvolvimento da comunidade indígena, onde há aproximadamente 8 anos se fundou um projeto denominado ¨Projeto coletivo de mulheres indígenas da aldeia Tico lipú, onde se produzem biojóias, com produtos retirados da natureza da região, sendo vendidos na feira mensal que acontece no mesmo município. Destaca-se que nesse artigo, a ação não foi mencionada por nenhum dos entrevistados, sendo que houve perguntas abertas, mas que dentre os 43 entrevistados apenas 3 respondentes a preencheram..

6 CONCLUSÃO

Este artigo possibilitou compreender o funcionamento do Empreendedorismo Social nas aldeias da região de Aquidauana/MS, onde foi possível verificar quais ações se destacam, e como são apresentadas, possibilitando o crescimento dentro da comunidade e levando o seu trabalho ao conhecimento de todos fora da aldeia.

O desenvolvimento do presente estudo possibilitou a percepção da importância de ações de empreendedorismo social nas aldeias, pois essas ações tem auxiliado muitas pessoas dentro e fora da comunidade, com oportunidades que cada vez mais se tornam difíceis, devido a crise no país, por exemplo.

Ao fazer um questionário em ambiente fechado, no Campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, verificou-se que existem aldeias com o desenvolvimento em empreendedorismo social, porém das 11 aldeias existentes no município de Aquidauana, poucas possuem esta ação em prática, sendo que somente 4 aldeias desenvolvem alguma ação de empreendedorismo social.

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Dada a importância do assunto, torna-se necessário o desenvolvimento de formas de tornar possível o conhecimento de muitas pessoas sobre este assunto, onde foi encontrado poucos estudos sobre o mesmo em aldeias e, além disso, verificou-se que os próprios estudantes participantes das entrevistas tinham percepção limitada quanto ao tema.

Para pesquisas futuras, sugere-se que além de pesquisas no Campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, com acadêmicos indígenas, também seja feito um levantamento em todas as aldeias da região, para que se tenha dados mais concretos e objetivos, alcançando uma melhor percepção tanto do entendimento do público alvo quanto ao tema, quanto da existência de ações de empreendedorismo social desenvolvidos nessas comunidades para que a proposta do estudo seja melhor atingida e possa ser melhor descrita para conhecimento de pesquisadores interessados no tema.

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Referências

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