• Nenhum resultado encontrado

INTERVENÇÃO DO VEREADOR RUI REI NA SESSÃO PÚBLICA DE ESCLARE- CIMENTO DE ALHANDRA EM 28 DE OUTUBRO DE 2008

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "INTERVENÇÃO DO VEREADOR RUI REI NA SESSÃO PÚBLICA DE ESCLARE- CIMENTO DE ALHANDRA EM 28 DE OUTUBRO DE 2008"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

INTERVENÇÃO DO VEREADOR RUI REI NA SESSÃO PÚBLICA DE ESCLARE-CIMENTO DE ALHANDRA EM 28 DE OUTUBRO DE 2008

Podemos hoje dizer que há nitidamente duas Alhandras.

Uma que se apresenta confinada entre o Rio Tejo, a linha de caminho-de-ferro, a fábrica da Cimianto, e pela fábrica da Cimpor.

A outra Alhandra é a poente da linha de caminho-de-ferro, que é a Zona de Expansão de Alhandra.

Esta zona de Alhandra onde nos encontramos hoje, devido às características orográficas do território não pode ter perspectivas de expansão.

Assim se compreende que a expansão mais recente de Alhandra se tenha processado no sentido do interior, mais concretamente, do Vale de Alhandra, ao longo das ribeiras que ladeiam a ribeira de Santo António, no sentido de Á-dos-Loucos, na encosta Norte, e de Subserra, na encosta do lado Sul.

A expansão imediata fez-se através de operações de loteamento, prioritariamente nas zonas de cotas mais baixas, de cada um dos lados da ribeira de Santo António, com os loteamen-tos da Quinta da Várzea e da Marquesa, e o desenvolvimento do bairro da Cooperativa de Habitação Económica da CHABITAL, progredindo, posteriormente, no sentido de ambas as encostas.

De acordo com Plano Director Municipal em vigor, a área de uso urbano - de uso residencial e industrial - ocupa mais de ¾ da freguesia, estando localizada junto aos principais corredo-res de acesso, não havendo grandes perspectivas de expansão devido às características orográficas do território da freguesia.

Entre 1981 e 2001, esta freguesia teve um decréscimo de população, tendo tido uma varia-ção de -11,6% até 1991, e um ligeiríssimo aumento inferior a 1% de 1991 a 2001. Este pequeno aumento foi sustentado não pela sede de freguesia, mas sim pelos pequenos luga-res isolados, pelas zonas de expansão que confinam com São João dos Montes.

Aliás, acontece o contrário do que foi dito pelo Sr. Arquitecto da Plural durante esta apresen-tação, quando referiu que esta freguesia acompanhava o crescimento do concelho.

Isto significa, que esta Alhandra entre o Rio e o caminho-de-ferro tem vindo a perder popula-ção, está envelhecida, e como já não pode aumentar o perímetro urbano, não se vislumbra que venha a recuperar a população que teve na década de 80.

Se não se começar efectivamente a recuperar, e a dotar esta vila de uma maior qualidade de vida, seremos meros espectadores de alguma degradação. Portanto poderemos concluir que, ou requalificamos ou desaparecemos.

Quando o slogan desta freguesia é “Alhandra, uma freguesia em movimento”, posso concluir que isso depende da perspectiva...

Contudo, há instrumentos que permitem a revitalização desta freguesia, e o PDM é um des-ses instrumentos, e é para discutir também o futuro de Alhandra que estamos aqui hoje.

(2)

1

As autarquias não têm obrigação legal de intervir directa ou indirectamente na questão habi-tacional (não concordo em absoluto com esta afirmação que consta no Relatório de Propos-ta), contudo muitas quererão e deverão faze-lo na medida em que é manifesta a ligação que a habitação tem com o desenvolvimento local.

Com efeito, a situação da habitação tende a ser melhor quanto maior o grau de desenvolvi-mento de um território.

O Decreto-Lei n.º 104/2004, de 7 de Maio, veio criar um regime jurídico excepcional de reabi-litação, no qual o primeiro princípio é o de que, no quadro dos poderes públicos, a responsa-bilidade pelo procedimento de reabilitação urbana cabe, principalmente, a cada município. Neste sentido, é concedida aos municípios a possibilidade de constituírem Sociedades de

Reabilitação Urbana, às quais são atribuídos poderes de autoridade e de polícia

administra-tiva, como os de expropriação e licenciamento.

Com este diploma, para além da redução dos prazos processuais, prevê-se, efectivamente, a possibilidade de intervenção forçada, direitos estes que passam a estar ao dispor dos muni-cípios de forma a aumentar a eficácia das operações de reabilitação.

A avaliação da situação habitacional do Concelho do Vila Franca de Xira traduz, sobretudo, a falta de habitação adequada às necessidades da população em função dos seus escalões de rendimento.

Efectivamente, as carências actuais rondam os 3 500 fogos (num total de 53 711 alojamen-tos familiares clássicos), quando existe, no entanto, uma importante componente de fogos inoperantes (6 186 fogos vagos2), sendo que destes, cerca de 60% não se encontra disponí-vel no mercado.

Seria, assim, em teoria, possível resolver todas as presentes carências quantitativas com base unicamente no parque existente.

A sua utilização permite encarar a possibilidade de substituir, com vantagens de custos, uma política de mero investimento em habitação nova como forma de responder às carências, por uma política que privilegie a melhor utilização do existente.

O resultado prático de uma tal política depende obviamente de outros factores, como sejam as formas de propriedade, a heterogeneidade do parque, questões afectivas e sociais de apego à habitação, incentivos, etc., factores que pela sua natureza não facilitam a gestão do parque existente.

No entanto, uma maior atenção à gestão, conservação e melhoramento do parque habitacio-nal existente parece perfeitamente justificável no quadro de uma política de habitação. Presentemente, a gestão municipal é responsável por aproximadamente 1300 fogos, existin-do, quase o mesmo número de casos (1142), a aguardar resolução, inscritos como penden-tes, na Divisão de Habitação, Saúde e Acção Social (DHSAS), da Câmara Municipal.

Se fizermos uma relação entre o número de fogos vagos que está disponível, e o número de casos pendentes para atribuição de fogos, verificamos, que estão disponí-veis mais do dobro dos fogos, que serão necessários para os mais desfavorecidos. Aqui, podemos realmente fazer a diferença, actuando em diversos campos, que vão desde a gestão do parque habitacional à Acção Social. E num momento em que a crise financeira mundial que é desculpa para tudo e está bem presente, considero que uma boa política a adoptar pelo nosso município, seria a aquisição de fogos devolutos para distribuição pelas famílias carenciadas, e que aguardam resolução, ou para o arren-damento aos jovens do nosso concelho.

Ou seja, simultaneamente, conseguiríamos fazer circular dinheiro na economia local, recuperar e habitar fogos devolutos, bem como aumentar o património municipal. Isto traria obviamente melhorias na coesão social, e seria uma política habitacional contrária à “guetização” dos mais carenciados.

Perante a existência de 6 186 fogos vagos3 e a existência de cerca de 3 500 fogos em défi-ce4, atribui-se, naturalmente, a causa deste desajuste à difícil gestão do parque habitacional.

1

Relatório de Proposta (versão 5) - Página 164 2

Para Venda, arrendamento, demolição e outras situações 3

Destes 6186 fogos vagos, cerca de 60% estão fora do mercado. 4

(3)

Efectivamente, se aqueles fogos estivessem no mercado imobiliário, as carências poderiam reduzir-se substancialmente.

Mas, antes de mais, uma melhor gestão passa pela preservação e reabilitação do parque habitacional existente.

Efectivamente, se por um lado se coloca a questão da inoperância dos fogos devolu-tos, porque não contribuem para a satisfação das necessidades de alojamento de mui-tas das nossas famílias, aqueles estão, por outro lado, mais vulneráveis à degradação e depredação.

Hoje, que estamos em Alhandra, onde temos cerca de 8% dos processos pendentes no âmbito da Habitação Municipal, e onde assistimos ao envelhecimento da vila de Alhandra, não posso deixar de perguntar que estratégia está adoptada em relação ao parque habita-cional existente, que está degradado e/ou devoluto.

É fundamental num concelho como o de Vila Franca de Xira, inserido que está na Área Metropolitana de Lisboa, com as dinâmicas urbano-territoriais que lhe são conhecidas, a manutenção de uma reserva de fogos vagos para permitir a mobilidade da população e o bom funcionamento do mercado da habitação.

Alhandra é a freguesia mais pequena do Concelho, tem apenas 1,65 Km², é uma freguesia pequena e com uma fatia pequena no que diz também respeito aos Investimentos que lhe estão previstos.

Ao analisar o Programa de Investimentos, verifico que nada está previsto para esta fregue-sia.

Pergunto qual é a relação dos Equipamentos previstos para esta freguesia com o Programa de Execução e Financiamento que acompanha esta Revisão do PDM?

Ainda no que diz respeito aos Equipamentos5, pergunto porque é que a carta de Equipamen-tos Existentes que faz parte deste Plano, não tem os equipamenEquipamen-tos construídos desde há sete anos para cá?

Onde nem aparece por exemplo a Piscina Baptista Pereira...

O mesmo se aplica à Carta de Equipamentos Propostos cuja última revisão é de Abril de 2000.6

Em relação ao Rio e aos Valores Culturais, de todo o Concelho, Alhandra é, com certeza a freguesia que maior relação mantém com o Rio.

Naquilo que é a defesa e protecção dos Valores Culturais, pergunto em que medida está integrado o Património Cultural Avieiro.

Falamos muito no Rio, já apresentei inclusivamente em Reunião de Câmara Municipal uma proposta neste sentido, que continuo sem ver vertida nesta Revisão do PDM.

Hoje, que estamos aqui tão perto do Rio, faço outra simples pergunta:

Porque é que nas plantas do anterior PDM víamos 4 Mouchões e neste PDM só vemos 3 Mouchões?

Pergunto também como será reflectido em PDM o usufruto do Rio e a relação do Sporting Clube de Alhandra e os seus atletas.

5

No que diz respeito ao capítulo Equipamento Cultural, Desportivo e de Segurança Social, foi executado um estudo em Abril de 2000, relati-vo à situação 1999/2000, e de acordo com o Anexo - Equipamentos Colectirelati-vos, este último que acompanha a presente revisão do PDM e que aponta diversas vezes para a falta de informação fornecida quer pela Câmara Municipal, quer pelas Juntas de Freguesia (nomeadamente no que diz respeito às Casas da Juventude, áreas de Campos de Jogos, ou actividade Teatral). Mas revela-nos que na área cultural há um défice de salas de espectáculos em todas as freguesias.

6

Estas são as cartas que estão hoje disponíveis para consulta no site da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, em: http://cmvfx.diinoweb.com/files/pdm/20080923115420536745.pdf

(4)

Falta de directrizes estratégicas e regras claras ao nível regional;

No que às Acessibilidades diz respeito, gostaria de colocar algumas questões.

Começo pela questão da ligação a Alverca, se não há a possibilidade de avançar com o alargamento da auto-estrada, considero que a própria BRISA tem que contribuir para uma alternativa à EN10.

Ou desclassifica a auto-estrada, ou contribui para uma via alternativa à Nacional 10, em valor equivalente ao que seria o alargamento.

Julgo que a Câmara Municipal deveria proceder a uma avaliação das construções e vias em falta, e a partir desse valor, pedir responsabilidades ao Governo e à administração da BRISA. Não se compreende porque é que o Nó II de Vila Franca de Xira, por exemplo, não tem uma saída para quem se dirige de Lisboa para Vila Franca de Xira e queira sair para Alhandra. Julgo que as vias propostas, V4, V24 e V25 que confluem todas no Nó II de Vila Franca de Xira estão de alguma forma confusas na ligação ou conexão a este Nó. Não compreendo porque é que a V4 - que é a variante prevista entre Alhandra e o Nó II, no Bairro da Mata - não entronca directamente na via que será a variante de Vila Franca de Xira.

Em Matéria de Transportes, os transportes de passageiros (rodoviários e ferroviários) têm um papel determinante para a mobilidade da população, em especial em freguesias como é o caso de Alhandra, em que existe uma forte dependência ao nível do emprego, com conce-lhos vizinhos. Deste modo, os transportes colectivos rodoviários de passageiros, e o trans-porte ferroviário, desempenham um papel muito importante, quer nas ligações interconce-lhias, quer nas ligações de tipo local ou rebatimento sobre outros modos mais pesados.

7

De acordo com o Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROT AML), os Planos Directores Municipais em processo de revisão, devem inte-grar a problemática dos transportes, tendo em conta objectivos de racionalização do sistema, de melhoria do serviço, de crescimento de utilização do transporte colectivo e, por outro lado, de integração das cadeias logísticas. Deste modo, deverão articular coerentemente os usos do solo, a forma e estruturas urbanas, os transportes e o ambiente.

De que modo, esta situação foi integrada na Revisão do PDM?

Pergunto isto, porque aqui em Alhandra, a dependência do sistema de transportes é óbvia. Há uma semana atrás, ouvi na sessão de esclarecimento da Póvoa de Santa Iria, a Sra. Presidente da Câmara, gabar o nosso sistema de transportes, dando como exemplo, uma viagem que fez recentemente de comboio entre Vila Franca de Xira e a Gare do Oriente. Partiu de Vila Franca de Xira perto do meio-dia, e demorou apenas 15/20 minutos até à Gare do Oriente, e isto é óptimo porque foi rápido e directo. Ora, este é um bom exemplo, no entanto não serve a maioria da população do Concelho, pois a maioria das viagens não são feitas ao meio-dia, e é directo, porque não pára em diversas estações e apeadeiros, como por exemplo aqui em Alhandra.

De acordo com o Relatório de Proposta8 que acompanha esta Revisão do PDM, os cons-trangimentos do Sistema de Transportes actual são diversos, nomeadamente:

Insuficiência e má qualidade na intermodalidade;

Inadequação dos sistemas de informação e de bilhética;

Insuficiente oferta de transportes colectivos de passageiros fora dos eixos e horários de procura elevada;

mobilidade reduzida;

Deficiente acesso aos transportes colectivos para pessoas de

Insuficiente integração dos vários operadores de transporte;

7

Página 199 do Relatório de Proposta (versão 5) 8

(5)

Multiplicidade de organismos, entidades e operadores intervenientes no sector, sem a devida coordenação institucional;

Tendência de conquista de mercado pelo transporte individual;

Subaproveitamento da rede de transportes colectivos e incapacidade de promover a sua utilização;

Ausência de políticas de promoção do transporte público, numa visão integrada e multi-modal.

Pergunto novamente, que medidas estão contempladas neste PDM, com vista a melho-rar o actual Sistema de Transportes?

Pergunto ainda se não se deveria avaliar o impacto da duplicação da linha de caminho-de-rro na vila de Alhandra e dos Alhandrenses.

fe

Termino com uma pergunta sobre a Junta de Freguesia, e que vem de encontro à interven-ção do Sr. Presidente da Junta.

Com as perguntas que o Sr. Presidente da Junta fez aqui hoje, e com as dúvidas que levan-tou, continua a ser pertinente perguntar qual foi o nível de participação na elaboração do Plano das Juntas de Freguesia? Ou será que apenas tiveram acesso a este plano depois de finalizado e pronto para discussão?

Porque algumas das dúvidas que foram aqui apresentadas são obviamente de quem não articipou e não viu em tempo útil esta Revisão do Plano Director Municipal.

p

Alhandra, a laboriosa e tão caracteristicamente vila ribatejana merece mais e melhor deste lano Director Municipal.

P

lhandra, 28 de Outubro de 2008 A

O Vereador

Referências

Documentos relacionados

Na primeira, pesquisa teórica, apresentamos de modo sistematizado a teoria e normas sobre os meios não adversarias de solução de conflitos enfocados pela pesquisa, as características

Portanto, podemos afirmar que alcançamos o nosso objetivo, pois o resultado do estudo realizado nos forneceu dados importantes para a compreensão daquilo que nos

In this work, TiO2 nanoparticles were dispersed and stabilized in water using a novel type of dispersant based on tailor-made amphiphilic block copolymers of

Esta pesquisa teve como objetivo avaliar as características de madeira do híbrido Euca/ytpus grandis x Euca/ytpus urophylla e da celulose entre o primeiro ano até o sétimo ano

F REQUÊNCIAS PRÓPRIAS E MODOS DE VIBRAÇÃO ( MÉTODO ANALÍTICO ) ... O RIENTAÇÃO PELAS EQUAÇÕES DE PROPAGAÇÃO DE VIBRAÇÕES ... P REVISÃO DOS VALORES MÁXIMOS DE PPV ...

2. Identifica as personagens do texto.. Indica o tempo da história. Indica o espaço da história. Classifica as palavras quanto ao número de sílabas. Copia do texto três

À vista de tudo quanto foi dito, a forma mais adequada para compreender a questão parece ser a seguinte: (i) os direitos fundamentais são, em princípio,