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Análise da Evolução do SINASC no Sistema de Saúde Brasileiro

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Análise da Evolução do SINASC no Sistema de

Saúde Brasileiro

Paula Antonia dos Santos Mendes1, Leila Blanes2

1. Tecnólogo em Informática com Ênfase em Gestão de Negócios. Faculdade de Tecnologia da Zona Leste – FATEC, São Paulo (SP), Brasil.

2. Professor Doutor. Universidade Aberta do Brasil, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil.

Resumo

Objetivo: O Objetivo desse estudo é realizar uma revisão da literatura sobre os

estudos de avaliação da qualidade dos dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Método: As bases de dados Medline, Lilacs, Scielo e Google Acadêmico foram pesquisadas. Os artigos foram selecionados segundo relevância com o tema desse estudo. O ano de 1990 foi considerado para início de busca de dados referenciais, pois foi o ano do início da implantação do SINASC.

Resultados: Um total de nove artigos foi revisado. A avaliação sobre cobertura do

SINASC foi realizada em cinco artigos e a qualidade na coleta de dados foi avaliada em quatro artigos. A cobertura apresentou taxa de até 90%. Porém, variáveis importantes mostraram inconsistências na qualidade das informações contidas no SINASC. Conclusão: O SINASC é considerado um sistema consolidado em âmbito nacional, porém para tornar-se um sistema confiável é necessário criar mais formas de avaliação na qualidade dos dados.

Descritores: Sistema de Informação, Nascidos Vivo, Declaração de Nascido Vivo,

Estatísticas Vitais.

Introdução

Atualmente, a informação tornou-se uma necessidade crescente para qualquer área de conhecimento humano. Na área da saúde, a informação pode ser entendida como o produto obtido a partir de uma combinação de dados médicos, refletindo as concepções, valores, intenções e outras particularidades daquele que a utiliza. Devido sua importância, a informação em saúde influencia diretamente a tomada de decisão, podendo também ser utilizada como indicador da qualidade de vida e do progresso do ser humano como um todo.

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Entre as diversas esferas das informações de saúde podemos destacar as

informações sobre nascidos vivos. De acordo com Jorge, Laurenti e Gotlieb1, a fonte

primária de dados de nascidos vivos é o registro civil. No entanto, foi verificada a ausência de padronização na coleta dos dados. O que impedia o estudo e elaboração de estatísticas referente aos nascidos vivos no país.

Para realizar os estudos necessários, era necessário um rol de informações mais detalhadas, como a condição da criança após o nascimento, informações relativas a gestações anteriores, entre outros. Para isso, era preciso a criação de um sistema próprio para nascidos vivos, padronizado para todo o país e incrementado pelos hospitais ou serviços de saúde responsáveis pelo nascimento. A partir dessa necessidade, a Portaria nº 649/GM/MS, de 04 de julho de 1989, criou o Grupo de Estatísticas Vitais (GEVIMS). O objetivo do GEVIMS era implantar um sistema especifico para informações sobre nascidos vivos. Em 1990, o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) começou a ser implantado no território nacional, adotando como documento padrão a Declaração de Nascido Vivo (DNV). A implantação do SINASC em âmbito nacional aconteceu de forma gradativa. Desde 1994 o sistema funciona no Brasil, entretanto, em São Paulo, o mesmo só foi

considerado em funcionamento a partir do ano 20002.

Esse trabalho tem o objetivo de verificar a evolução do SINASC através de revisão de literatura, e analisar a qualidade das informações inseridas no sistema.

Métodos

Para realização desse estudo foi realizada uma busca nas bases de referências bibliográficas Medline, Lilacs, Scielo, Google Acadêmico e nas referencias utilizadas dos artigos analisados. O ano de 1990 foi considerado para a busca de bases de dados nesse estudo, pois nesse ano foi iniciada sua implantação. A estratégia de busca na base de dados Google Acadêmico foi realizada com os seguintes termos: ("SINASC" or "live birth" or "nascido vivo") and ("informação" or "information") and ("qualidade" or "quality") and ("declaração de nascidos vivos" or "DNV') and ("Brasil" or "Brazil"). As pesquisas nas outras bases de dados foram realizadas com termos semelhantes. Os artigos selecionados foram em língua portuguesa e inglesa.

A partir da leitura dos artigos, foram selecionados artigos que continham o SINASC como principal fonte de dados. Sendo excluídos os resultados de

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comentários, editoriais, epístolas, notícias, artigos que não abordavam o tema e

avaliação de outros sistemas informacionais (SIM – Sistema de Informação sobre

Mortalidade). Do total de artigos selecionados, foram excluídas também as duplicidades.

Após a exclusão, os artigos selecionados foram caracterizados a partir do período de publicação, ano que a pesquisa foi realizada, revista responsável pela publicação, metodologia e resultados.

Resultados

Após realizar a busca nas bases de dados, foram encontrados dez artigos, baseados na leitura dos títulos e resumos. Com a leitura dos artigos em sua totalidade, foi selecionado um total de nove artigos que adequadamente preenchiam todos os critérios de seleção estabelecidos neste estudo, e estão apresentados na Tabela 1.

Título do artigo

Autor (es) e ano da publicação

Objetivos Resultados Conclusões

Avaliação da qualidade dos dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos em 1997-1998 Antônio Augusto Moura da Silva, Valdinar Sousa Ribeiro, Antônio Freitas Borba Júnior, Liberata Campos Coimbra e Raimundo Antônio da Silva; 2001. Verificar a concordância entre as informações constantes no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) referentes a partos hospitalares e aquelas obtidas por inquérito seccional (padrão-ouro).

A cobertura estimada do Sinasc foi de 75,8% (IC95%; 73,3%-78,2%). Os campos do Sinasc que apresentaram boa confiabilidade foram: peso ao nascer, sexo, hospital de nascimento, tipo de parto e idade materna. As estimativas do baixo peso ao nascer foram semelhantes nas duas pesquisas e a concordância foi alta (kappa=0,94). Entretanto, a prematuridade foi mais alta no inquérito (11,2%) do que no Sinasc (1,7%), e a concordância foi baixa (kappa=0,09).

A cobertura estimada do Sinasc foi baixa. A análise do arquivo do Sinasc mostrou que a cobertura estimada foi baixa; a taxa de baixo peso ao nascer parece ter boa validade e reprodutibilidade; e a taxa de prematuridade está subestimada. Sistema de informações sobre nascidos vivos: um estudo de revisão Natália Santana Paiva; Claudia Medina Coeli; Arlinda Barbosa Moreno; Raphael Mendonça Guimarães; Kenneth Rochel de Camargo Júnior; 2011.

O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão de literatura sobre o uso do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) na pesquisa em saúde.

O número de artigos publicados por ano cresceu ao longo do período estudado. A maioria dos estudos foi desenvolvida na região Sudeste e empregou o município como a unidade geográfica da análise. Uma gama variada de temas foi avaliada, incluindo descrições do perfil de nascidos vivos, avaliações de serviços e programas de saúde e fatores de risco para desfechos infantis.

Concluindo, embora o SINASC represente uma fonte de dados importante para a pesquisa sobre a saúde materno-infantil, a cobertura do sistema e a confiabilidade dos seus dados precisam ser melhor avaliadas. Qualidade do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc): análise crítica da literatura Dixis Figueroa Pedraza; 2012.

Realizar uma revisão da literatura sobre os estudos de avaliação da qualidade dos dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc).

Um total de treze artigos foi revisado. A avaliação da cobertura foi tema de análise em oito estudos, a completitude em quatro e a confiabilidade em sete. A maioria deles apresentou resultados de cobertura superior a 90%, indicando sua viabilidade para o cálculo de indicadores. Entretanto, prevaleceu o sub-registro dos nascimentos no Sinasc com variação entre 75,8% e 99,5%. As variáveis instrução materna, paridade e número de consultas de pré-natal foram as que mostraram maior inconsistência. Por sua vez, a variável paridade foi a que mostrou maior incompletude.

O desenvolvimento de estudos para encontrar novas formas de avaliar o Sinasc é destacado como estratégia privilegiada para a melhoria da qualidade do sistema. Avaliação da qualidade das variáveis epidemiológica s e demográficas do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, 2002. Dalia E. Romero; Cynthia Braga da Cunha; 2007.

Este estudo avalia a qualidade dos dados no Sistema Brasileiro de Nascidos Vivos Informação (SINASC), com foco na clareza metodológica da documentação e integridade de dados adequada e consistência nos, e os níveis estatais com finalidade regional nacionais em 2002.

As variáveis analisadas foram: cor da pele / raça de escolaridade recém-nascido, da mãe, estado civil materno, ocupação materna, idade materna, consultas pré-natais, nascidos vivos, natimortos e peso ao nascer. Para a maioria das variáveis, SINASC mostra boa integridade e consistência dos dados, mas houve problemas graves com a qualidade dos dados sobre as crianças anteriores e ocupação. Quanto à raça, houve alguns problemas metodológicos na definição e incompleto preenchimento do Distrito Federal (Brasília) e os Estados de São Paulo, Bahia e Sergipe.

A análise estatística confirmou uma associação significativa entre completitude e indicadores de pobreza e desigualdade de dados. O estudo mostrou que as melhorias na qualidade dos dados SINASC poderia fazer este sistema uma boa fonte epidemiológica para identificar fatores de risco e condicionantes

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Título do artigo

Autor (es) e ano da publicação

Objetivos Resultados Conclusões

Avaliação do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) – Minas Gerais – 2000 Luiza de Marilac de Souza; 2004.

O objetivo principal deste trabalho consistiu em estimar o grau de cobertura do SINASC (Sistema de Informações de Nascidos Vivos) para o estado de Minas Gerais em 2000. O objetivo secundário foi avaliar aspectos relacionados à qualidade das informações preenchidas na Declaração de Nascido Vivo (DN).

A comparação dos nascimentos estimados pelo Censo com os coletados pelo SINASC indicou um grau de cobertura do sistema de 88% para o estado de Minas Gerais. Quanto à qualidade da informação, no que se refere à presença de informação classificada como ignorada, verificou-se que as variáveis que não apresentaram excelente qualidade, ou seja, porcentagem de ignorados inferior a 10% foram: número de filhos tidos mortos, número de filhos tidos vivos, raça/cor, índice de Apgar de 1º e 5º minuto. Não foi verificada preferência sistemática por dígitos quando da análise da variável idade materna. No que diz respeito à avaliação da variável sexo, a razão de sexo ao nascer de 1.05, indicou o padrão esperado, não constatando indicativo de problemas nos dados.

Desta forma, ressalta-se que, de modo geral, a qualidade dos dados obtidos pelo SINASC no estado de Minas Gerais pode ser considerada adequada e que, portanto, as informações avaliadas podem fornecer indicadores valiosos sobre a saúde materna e infantil. Análise da qualidade das estatísticas vitais brasileiras: a experiência de implantação do SIM e do SINASC Maria Helena Prado de Mello Jorge; Ruy Laurenti; Sabina Léa Davidson Gotlieb; 2007.

Mostrar a evolução dos Sistemas de Informações sobre Mortalidade e Nascidos Vivos, desde a concepção, implantação (respectivamente, 1975 e 1989), até sua avaliação.

Os Sistemas foram concebidos para suprir falhas do Registro Civil e permitir conhecer o perfil epidemiológico em todo o país. Este registro é ato jurídico e as anotações referem-se a dados necessários à comprovação legal do evento; à área de saúde faltavam informações sobre esses eventos e suas características relacionadas à saúde. Mostram-se avaliações quantitativas e qualitativas dos sistemas, feitas em níveis federal, estadual e municipal, visando medir a fidedignidade e as limitações dos dados.

Conclui-se que os Sistemas vêm melhorando acentuadamente e, para o futuro, espera-se que a captação dos eventos, em ambos, aproxime-se de 100%, com adequada qualidade. Confiabilidade do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos Hospitalares no Município do Rio de Janeiro, 1999-2001. Mariza Miranda Theme Filha; Silvana Granado Nogueira da Gama; Cynthia Braga da Cunha; Maria do Carmo Leal; 2004.

O objetivo deste artigo é avaliar a cobertura e fiabilidade dos dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos no Município do Rio de Janeiro, com base em uma análise das declarações de nascidos vivos emitidos pelos vários hospitais e comparados com informações do "Estudo sobre Peri e neonatal morbidade e mortalidade e Cuidados na Cidade do Rio de Janeiro".

Um total de 9.608 entrevistas com mulheres pós-parto foram pareados caso a caso com as respectivas certidões de nascimento. A análise estatística consistiu no cálculo do índice Kappa ajustado para a prevalência das variáveis categóricas e o coeficiente de correlação intra-classe para as variáveis contínuas, com um nível de significância de 95%. O estudo mostrou uma excelente cobertura (96,5%) de partos hospitalares na cidade do Rio de Janeiro durante o período estudado. As variáveis que apresentam os mais altos níveis de concordância (acima de 0,90) foram sexo da criança, peso ao nascimento, idade da mãe, tipo de parto e tipo de gravidez. As variáveis estado civil, escolaridade da mãe e número de consultas pré-natal mostrou índices de confiabilidade mais baixos (Kappa <0,70).

O artigo discute a importância da qualidade dos dados no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) e uso do sistema como uma ferramenta para ajudar a definir as políticas de saúde materna e infantil. Nascimentos pré-termo no Brasil entre 1994 e 2005 conforme o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) Mariângela F. Silveira; Iná S. Santos; Alicia Matijasevich; Deborah Carvalho Malta; Elisabeth Carmen Duarte; 2009. Monitorar nascimentos prematuros é essencial dado o seu impacto na morbidade e mortalidade infantis e seus custos económicos e sociais. Este artigo é baseado em dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC).

As tendências temporais de nascimentos prematuros são apresentadas para o Brasil, regiões e capitais, de 1994 a 2005. A nível nacional houve um aumento na taxa de parto prematuro, acompanhada por uma redução na proporção de informações sobre a idade gestacional. As regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste seguiu a tendência nacional, enquanto a taxa de nascimentos prematuros caiu nas regiões Norte e Nordeste. Foram comparados os resultados do Sinasc com os de estudos de base populacional.

A cobertura e a qualidade do SINASC têm aumentado ao longo do tempo, mas os problemas com a determinação da idade gestacional ainda permanecem, levando à subestimação das taxas de parto prematuro. Devido à importância do SINASC para o monitoramento, são necessários mais esforços para melhorar a precisão do sistema. Defeitos congênitos no Município do Rio de Janeiro, Brasil: uma avaliação através do SINASC (2000-2004). Fernando Antônio Ramos Guerra; Juan Clinton Llerena Júnior; Silvana Granado Nogueira da Gama; Cynthia Braga da Cunha; Mariza Miranda Theme Filha; 2008. Avaliar a ocorrência de defeitos congênitos na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, utilizando o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC).

Foi realizado um estudo transversal em todos os recém-nascidos vivos com defeitos de nascimento de 1 de janeiro de 2000, a 31 de dezembro de 2004. As variáveis que se refere a defeitos de nascimento (presença e sistema de afetados), o tipo de serviço de saúde, mães, gestações, nascimentos, e entregas. Prevalência de defeitos de nascimento foi de 83 / 10.000 nascidos vivos. Os defeitos de nascimento mais freqüentes envolvendo o sistema músculo-esquelético, sistema nervoso central, fissura de lábio e palato e anomalias cromossômicas. A maioria dos casos nasceram em maternidades públicas (municipais) e privadas, com maior prevalência no Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz. As mulheres mais velhas e aqueles com menor escolaridade tinham mais nascidos vivos recém-nascidos com malformações congênitas.

A proporção de casos ignorados foi alto, chegando a 21% em algumas instituições. Maior divulgação dos dados do SINASC sobre defeitos de nascimento deve ser incentivada. Estudos de confiabilidade são recomendados para melhor aproveitamento desses relatórios.

Tabela 1 - Características dos artigos selecionados baseados nos critérios de evolução na inserção de dados no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC).

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Discussão

Nessa revisão de literatura podemos observar que após mais de 20 anos da implantação do SINASC (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos), sua consolidação é plena. Entretanto, durante esse estudo ficou evidenciado que a eficiência na coleta de dados deve ser constantemente avaliada.

Dos artigos selecionados, a avaliação sobre cobertura foi tema de cinco estudos e quatro abordaram sobre a qualidade na coleta de dados. Dos cinco artigos que abordaram a cobertura do SINASC, três obtiveram resultados acima dos 90%,

porém o estudo realizado por Silva, Ribeiro, Borba Júnior, Coimbra e Silva3 e Souza4

apresentaram o nível de cobertura de 75% e 88%, respectivamente. Souza4 ainda

discorre sobre a taxa de mortalidade infantil que nos últimos anos apresentou uma queda, se concentrando no período neonatal. Para que essa informação fosse confirmada é necessário um melhor conhecimento sobre a veracidade das informações obtidas no SINASC, através da DNV (Declaração de Nascido Vivo).

Referente à qualidade das informações do estudo de Romero e Cunha5,

podemos verificar que as principais variáveis que obtiveram boa integridade durante os estudos dos dados foram: cor da pele/raça do recém-nascido, escolaridade, estado civil e idade materna, número de consultas de pré-natal realizadas, nascidos vivos, natimortos e peso ao nascer. Houve inconsistência nas variáveis: ocupação

materna e nascimentos anteriores. Silva, Ribeiro, Borba Júnior, Coimbra e Silva3

acrescentam como variáveis íntegras: hospital do nascimento e tipo do parto.

Pedraza6 tem como resultado de seu estudo que a variável número de consultas de

pré-natal apresentaram inconsistências. Souza4 abre espaço em seu estudo para

avaliar as informações com campos com o valor ignorado. As variáveis que apresentam excelente grau de qualidade possuem menos de 10% de seus campos com a informação ignorada. Podemos citar as seguintes variáveis: número de filhos mortos, número de filhos vivos, raça/cor e índice de Apgar 1º e 5º minuto. Theme

Filha, Gama, Cunha e Leal7 ainda acrescentam que em seu estudo as variáveis que

apresentam índice de concordância acima de 90%: tipo de parto e tipo da gravidez. Segundo o estudo realizado por Guerra, Llerena Júnior, Gama, Cunha e

Theme Filha8, deve haver uma maior divulgação do SINASC sobre os defeitos de

nascimento, para que outros estudos sejam realizados a fim de estudá-los. Jorge,

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sistema informacional, e a importância da captação de dados na qualidade final das informações apresentadas no SINASC. Podemos verificar que a implantação do SINASC pode ser considerada consolidada, entretanto faz-se necessária mais atenção na coleta de dados e a avaliação de sua qualidade, pois as informações contidas na DNV são à base de importantes estudos demográficos e

epidemiológicos9. Silveira, Santos, Matijasevich, Malta e Duarte2 discutem sobre o

aumento do número apresentado no SINASC de nascimentos prematuros devido à inconsistência das informações colhidas. Através do conhecimento real das condições dos nascimentos pode ser a base para a atuação de serviços de prevenção e atendimento básico em saúde.

Conclusões

O nascimento é responsável por diversos indicadores epidemiológicos. Essas informações podem ser utilizadas na prevenção de doenças e como ponto de partida da atenção básica em saúde para o cuidado materno-infantil. Para que essas informações fossem colhidas de modo singular, foi criando a Declaração de Nascido Vivo (DNV), responsável por guardar todas as informações referentes à mãe, bebê e gestação, a fim de auxiliar a formação de pesquisas e estatísticas vitais para

aumentar a qualidade de vida da mãe e do bebê4. De acordo com Guerra, Llerena

Júnior, Gama, Cunha e Theme Filha8, os dados coletados pelo SINASC, através da

DNV, quando realizados de forma correta, fornecem instrumentos relevantes para estudos populacionais, demográficos e epidemiológicos.

Contudo, podemos perceber a evolução do SINASC desde sua implantação. A confiabilidade das informações inseridas vem crescendo com o passar dos anos. A cobertura do SINASC nos artigos avaliados a partir do ano 2000 ultrapassa os 90%, sendo que os artigos até esse ano estimaram a cobertura em cerca de 80%. Entretanto, o fator mais relevante nesse estudo é encontrar novas formas para avaliar a qualidade das informações presentes no SINASC. Com esse padrão na melhora da captação dos dados, espera-se que no futuro o SINASC aproxime-se de 100% de qualidade na coleta de dados.

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Referências

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2. Silveira MF, Santos IS, Matijasevich A, Malta DC, Duarte EC. Nascimentos pré-termo no Brasil entre 1994 e 2005 conforme o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Cad.

Saúde Pública [online]. 2009, vol.25, n.6, pp.1267-1275. ISSN 1678-4464.

http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2009000600009.

3. Silva AAM, Ribeiro VS, Borba Júnior AF, Coimbra LC, Silva RA. Avaliação da qualidade dos dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos em 1997-1998. Revista Saúde Pública 2001; 35(6):508-514. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v35n6/7062.pdf.

4. Souza LM. Avaliação do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) – Minas Gerais – 2000. XIV Enc. Nacional de Estudos Populacionais; 2004 Set 20-24; Caxambu (MG): ABEP; 2004. Disponível em: http://www.abep.nepo.unicamp.br/site_eventos_abep/PDF/ABEP2004_118.pdf 5. Romero DE, Cunha CB. Avaliação da qualidade das variáveis epidemiológicas e demográficas do

Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, 2002. Caderno Saúde Pública 2007; 23(3):701-714. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v23n3/28.pdf.

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7. Theme Filha MM, Gama SGN, Cunha CB, Leal MC. Confiabilidade do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos Hospitalares no Município do Rio de Janeiro, 1999-2001. Cad. Saúde Pública 2004; 20(Supl. 1): S83-91. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/csp/v20s1/09.pdf. 8. Guerra FAR, Llerena Júnior JC, Gama SGN, Cunha CB, Theme Filha MM. Defeitos congênitos no

Município do Rio de Janeiro, Brasil: uma avaliação através do SINASC (2000-2004). Cad. Saúde

Pública, Rio de Janeiro, 24(1):140-149, jan, 2008. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/csp/v24n1/13.pdf.

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