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Venâncio Viana de Medeiros Filho e outro. Rodrigo dos Santos Lima e outro

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-••••••n•• • * ' ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DO DESEMBARGADOR ACÓRDÃO APELAÇÃO OVEL N" 200.2003.011626-9/001

RELATOR Desembargador João Machado de Souza

APELANTE : Execut Consultoria & Negócios Imobiliários Ltda - Advs.

Venâncio Viana de Medeiros Filho e outro

APELADOS : Sebastião Gomes Pereira e Ádria Perazzo Gomes - Advs. Rodrigo dos Santos Lima e outro

APELAÇÃO CÍVEL. Locação. Pretensão deduzida em face dos fiadores. Exceção de pré-executividade. Admissibilidade. Questões relativas às condições da ação. Avença locatícia celebrada por tempo determinado. Prorrogação do pacto sem anuência dos fiadores. Extinção da fiança. Cobrança de valores referentes a período posterior ao término da garantia. Carência da ação. Ilegitimidade passiva ad causam comprovada. Exclusão dos fiadores do pólo passivo da demanda. Desprovimento do recurso.

- Não responde o fiador pelos encargos relativos à prorrogação da relação locatícia, visto não ter tomado ciência da continuidade da avença, mesmo existindo no contrato cláusula prevendo a elasticidade do acordo, ex vi da-Súmula 214 do STJ.

VísTos, relatados e discutidos os presentes autos acima identificados:

ACORDA a Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do

Estado da Paraíba em, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, por unanimidade.

Trata-se de apelação cível (fls.102/107) interposta pela EXECUT - CONSULTORIA & NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS LTDA contra sentença (fls. 97/100) que acolheu a exceção de pré-executividade, para reconhecer

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a nulidade da execução proposta em face de SEBASTIÃO GOMES PEREIRA,

Ta ÁDRIA PERAZZO GOMES, ARNALDO MONTEIRO DA COSTA E LÚCIA DE

LOURDES MONTEIRO DA COSTA, em razão de não mais subsistir os efeitos da fiança por todos prestada, com supedânio no art. 1.483, do CC/1916, e art. 819, do CC/ 2002.

Em seu arrazoado, a apelante alega, preliminarmente, que houve, por parte dos dois primeiros fiadores, a indicação de bem à penhora, razão pela qual o magistrado não poderia ter acolhido a exceção, haja vista que neste caso a defesa deveria ter sido feita exclusivamente através de embargos. No mérito, pugna pela reforma do decisunt recorrido.

Nas contra-razões (fls.111/114), os recorridos repeliram a preliminar suscitada e, no mérito rogou pela manutenção da sentença prolatada no juízo a quo.

A Procuradoria de Justiça (f1s120/ 121) opinou pelo desprovimento do recurso apelatório interposto.

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o relatório.

VOTO

Trata-se de apelação cível interposta com o intuito de ver alterada a sentença que acolheu a exceção de pré-executividade para reconhecer a nulidade da execução proposta em face de Sebastião Gomes Pereira, Adria Perazzo Gomes, Arnaldo Monteiro da Costa e Lúcia de Lourdes Monteiro da Costa.

Ressalte-se, por oportuno, que o imóvel locado pertence a José Pinheiro Barbosa, que firmou com a Execut - Consultoria & Negócios 0.

Imobiliários contrato de administração do imóvel (fls. 54/56), situado na avenida Cabo Branco n.° 3060, Bairro Cabo Branco.

Em síntese, a Execut - Consultoria & Negócios Imobiliários promoveu execução por título extrajudicial contra os apelados, fiadores do contrato de locação (fls.11/14), pactuado entre a administradora ora recorrente e Eudacler Leal de Souza, locatário.

Por sua vez, Sebastião Gomes Pereira e Adria Perazzo Gomes apresentaram exceção de pré-executividade, visando a declaração de extinção da execução em razão de sua ilegitimidade passiva ati causant.

Acolhida a exceção, irresignada a apelante, pretende a reforma do deciston, alegando, preliminarmente, que a mesma padece de vício

insanável isto porque 02 (dois) dos executados ofereceram bens à penhora e, neste

-caso, a exceção resta prejudicada, sendo os embargos o meio hábil para o devedor

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insurgir-se contra a execução. Aduziu, ainda, que sendo a matéria relativa a R'441t1

,r . .1 contrato de locação, a Lei de Regência é a Lei do Inquilinato. Ao final, asseverou a responsabilidade dos fiadores pelo pagamento da divida, uma vez que assumiram o compromisso no início do contrato locaticio até a entrega das chaves do imóvel.

Ab initio, cumpre registrar que a exceção de

pré-executividade é o meio hábil para o enfrentamento de questões relativas às condições da ação, entre as quais se insere a ilegitimidade passiva ad causam da parte executada.

Nesse sentido a lição de Francisco Fernandes de Araújo:

"Assim, na ausência de pressupostos de constituição da

execução (art. 267, IV do CPC), como a falta de

jurisdição, falta de sujeito de direitos, falta de petição

(111 inicial, falta de citação, falta de capacidade postulatória

etc., bem como a ausência de presu postos processuais de validade, como petição inicial apta, citação válida, juízo competente, Juiz imparcial, capacidade processual das partes etc.

Também os presu postos processuais negativos são aptos a ensejar a defesa por meio de exceção de pré-executividade (art. 267, V), como a coisa julgada, a litispendência, a perempção e o compromisso arbitral (art. 301, IX), embora sobre esse último paire controvérsias a respeito de sua classificação. As condições da ação (art. 267, IV), consubstanciadas na possibilidade jurídica do pedido, na legitimidade das (4

partes e no interesse processual, também darão ensejo à

defesa pelo meio mencionado, quando ausentes" (RT 775/739).

1

In c.asu, compulsando as provas carreadas aos autos,

verifica-se, na cláusula quinta do contrato de locação, que originou a dívida executada, figuram como fiadores os apelados. A referida cláusula prevê, ainda, que "os fiadores são solidários e principais pagadores, até a entrega das chaves...".

Dispõe a cláusula primeira do contrato de locação que "o contrato terá validade de 01 (hum) ano, com inicio em 06 de maio de 1998 e término no dia 05 de maio de 1999".

Referida avença foi renovada sem que houvesse, todavia, a anuência dos fiadores que não integraram a nova relação jurídico-processual, da

qual derivou o título executivo. -,..,..ADoRe Souza

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A execução de fiador que não participou da relação ,v

processual, da qual decorre o título judicial executado, caracteriza frontal ofensa ao art. 472 do Código Processual, bem assim aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.

À guisa de ilustração, é válido colacionar o aresto que se segue:

"PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. LOCAÇÃO. FIANÇA. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. PRORROGAÇÃO DO CONTRATO DE LOCAÇÃO. FALTA DE ANUÊNCIA DO FIADOR. RESPONSABILIDADE. INEXISTÊNCIA. SÚMULA 214 DO/STJ.

O contrato de fiança deve ser interpretado restritivamente, pelo que é inadmissível a responsabilização do fiador por obrigações locativas resultantes de prorrogação do contrato de locação sem a anuência daquele, sendo irrelevante a existência de cláusula estendendo a obrigação fidejussória até a entrega das chaves. Precedentes. Agravo Regimental a que se nega provimento" (AgRG no Resp 502836?SP, REL. MIN. Paulo Medina).

LOCAÇÃO. FIANÇA. EXONERAÇÃO DO FIADOR QUE NÃO ANUIU, EXPRESSAMENTE, • COM A PRORROGAÇÃO DO CONTRATO

PELAS PARTES. ART. 1500 DO ANTERIOR CC, CUJO SÍMILE É O ART. 835 DO ATUAL CC. 1. A despeito de o fiador haver-se comprometido com as obrigações do locatário até a devolução do imóvel, tal não deve prevalecer se ele não concordou, expressamente, com a prorrogação do contrato - Súmula 214?STJ -, ante a natureza benéfica dessa garantia, cuja interpretação deve ser restritiva.

2. Recurso Especial conhecido e provido, nos termos do voto condutor. (RESP 575659/RJ, Ministro Arnaldo Esteves Lima )

As obrigações decorrentes da fiança locatícia est. adstritas ao lapso temporal fixado no contrato originário, não respondendo o 'aclor pelos encargos relativos ao período de prorrogação da locação, porquanto na tenha a

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ela anuído, sendo irrelevante a existência de cláusula de permanência da garantia

até a entrega efetiva das chaves. , J

Tem prevalecido o entendimento no Superior Tribunal de Justiça no sentido de que o contrato acessório de fiança deve ser interpretado de forma restritiva, vale dizer, a responsabilidade do fiador fica delimitada a encargos do pacto locatício originariamente estabelecido. A prorrogação do contrato sem a anuência dos fiadores, portanto, não os vincula. Irrelevante, acrescente-se, a existência de cláusula de duração da responsabilidade do fiador até a efetiva entrega das chaves.

Assim, torna-se claro que os apelados não podem ser responsabilizados pelos débitos decorrentes da prorrogação do contrato de locação, exsurgindo evidente a ilegitimidade passiva dos mesmos para figurar no pólo passivo da demanda.

ell,

Deste modo, verificada a ilegitimidade passiva ad causam,

deve ser mantida a sentença atacada.

Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO APELATÓRIO,

mantendo a decisão singular em todos os seus termos, em harmonia com o parecer ministerial.

É como voto.

Presidiu a Sessão o Exm". Sr. Des. João Machado de Souza. Participaram do julgamento, além do relator, Exm". Des. João Machado de Souza, o 7 •

Exm". Dr. José Ferreira Ramos Júnior, Juiz convocado para substituir o Exm". Des. Antônio Elias de Queiroga e a Exm a . Dra. Vanda Elizabeth Marinho, Juíza de

Direito convocada para substituir a Exma . Dee. Maria de Fátima Moraes Bezerra

Cavalcanti. - __

Presente ao julgamento o(a) Exm"( a). Sr(a). Dr(a ). Guilherme Costa Câmara, Promotor de Justiça convocado.

Sala de Sessões da Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, João Pessoa, 08 de agosto de 2006.

Desembargador Jo o • ac :tido de Souza

REL tOR

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/CD/04

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---•

TRIRUNAL DE JUSTIÇAI

Coord...nadJria 'Judiciária

Registrado em ill &á/7(a(

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