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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED)

Por: Carlos Rafael de Souza Menezes

Orientadora

Prof. Ana Claudia Morrissy

Niterói 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED)

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Finanças e Gestão Corporativa

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AGRADECIMENTOS

Aos meus amigos e parentes, a instituição “A Vez do Mestre” e a todas as pessoas que me apoiaram para a confecção desse trabalho acadêmico.

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DEDICATÓRIA

Dedico a toda a minha família, namorada e amigos.

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RESUMO

Este trabalho discute sobre os principais impactos do Sistema Público de Escrituração Digital – SPED para as organizações que estiveram implantando-o. Foi pretendido trazer no final algumas respostas sobre o questionamento: As organizações conseguiram se adequar as exigências do SPED? Há importância para as empresas estarem acompanhando todas as mudanças na legislação, analisar toda a integridade das informações antes mesmo de serem transmitidas para a Receita Federal do Brasil, verificar toda a estrutura da empresa e de apresentar uma equipe para acompanhar todo o projeto do SPED. A análise tem seu foco nas grandes empresas que estiveram buscando soluções capazes de contribuírem na implantação do SPED com sucesso e dessa forma se adequando as novas regulamentações, que ao mesmo tempo proporciona as empresas a reavaliarem e maximizarem os processos internos e externos, com ganhos efetivos de produtividade. A hipótese é que as empresas obrigadas a entregarem o SPED vêm sofrendo muito com a nova adequação e reformulação de sua estrutura exigida no layout para a geração do arquivo. Além da falta de uma equipe com usuários preparados para esse tipo de projeto como é o SPED. A principal ameaça é com a integridade das informações contidas no arquivo para serem transmitidas a Receita Federal do Brasil, pois estão sendo realizados diversos tipos de cruzamentos com as demais obrigações acessórias. Portanto, é fundamental as empresas garantirem totalmente a integridade dessas informações, reduzindo a possibilidade de inconsistências e evitando o nível de exposição fiscal tributária.

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METODOLOGIA

Esse trabalho será desenvolvido por meio de referências bibliográficas (Livro, Revista, Etc.) pesquisa qualitativa e exploratória, redação em forma de narrativa, pesquisa da legislação pertinente ao SPED.

Os métodos que levaram ao problema proposto se resumiram à coleta de dados na legislação que tiveram efeitos nas áreas contábil, financeira e informática (Tecnologia da Informação), a saber: Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007 – que institui o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e a Instrução Normativa RFB nº 787, de 19 de novembro de 2007 – que institui a Escrituração Contábil Digital (ECD).

Para contribuir na busca de soluções para o eventual problema, foi realizado pesquisa de campo, por meio de questionários e argumentações de funcionários de grandes empresas das áreas que estão envolvidos na implantação desse projeto.

As explicações adicionais ao temas citados, pertencentes ao vocabulário do pesquisador não leigo, foram incluídas no rodapé como anotações com a intenção de trazer ao eventual pesquisador um texto mais formal de fácil entendimento.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - 10 CAPÍTULO II - CAPÍTULO III – CONCLUSÃO ANEXOS BIBLIOGRAFIA 42

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INTRODUÇÃO

Conhecido também como o “Big Brother” tributário devido a todas essas mudanças nas rotinas contábeis e fiscais dentro das organizações, o SPED irá proporcionar a substituição da emissão de livros, documentos fiscais e contábeis impressos e arquivados por documentos eletrônicos.

Composto por três pilares – Nfe, SPED Contábil e Fiscal este projeto do governo tem como principal objetivo padronizar e unificar os processos tributários realizando um cruzamento ente os dados contábeis com os fiscais disponibilizando-os para as três esferas governamentais: Federal, Estadual e Municipal. Teria então a melhor possibilidade de apontar e eliminar as práticas de sonegações tributárias realizadas por várias organizações e conseqüentemente aumentar o valor das arrecadações para o projeto do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC).

As empresas terão que fazer uma reestruturação tecnológica nos seus Sistemas Integrados de Gestão (ERP), porém as que já utilizam no trabalho diário a integração entre o software, as informações contábeis e fiscais não sofrerão impactos tão profundos comparados com o das empresas de pequeno porte e que ainda não possui. Com isso elas terão mais dificuldades para absorverem as mudanças.

O mais importante no projeto do SPED não é apenas ter a disposição um software que gere um arquivo com as informações conforme o leiaute padronizado pelo governo, sem dúvidas, deve-se ter cuidados com as informações que estarão nesses arquivos e que serão transmitidas para os órgãos competentes. Nesse ponto entre outro impacto que o SPED trouxe para as empresas que é da necessidade de capacitação profissional. Essas informações deverão ser checadas com cautelas e também é muito importante

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fazer o cruzamento e as ligações das mesmas para evitar que ocorram falhas com as integridades dos dados antes mesmo de transmitir o arquivo para o governo.

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CAPÍTULO I

OBJETIVO, EVOLUÇÃO (LEGISLAÇÃO) E

COMPOSIÇÃO

“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.”

(Charles Darwin)

O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) visa promover a atuação integrada dos fiscos (Federal, Estadual e Municipal), bem como tornar mais célebre as informações fiscais.

O projeto foi instituído pelo Decreto nº 6.022 de Janeiro de 2007, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC 2007-2010).

O SPED foi desenvolvido conjuntamente por representantes da Receita Federal, Secretárias da Fazenda dos Estados, Banco Central, CVM, SUSEP, Órgãos Públicos e um grupo de 27 empresas pilotos. Consiste na modernização do cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas pelos contribuintes às administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores, utilizando-se da certificação digital como forma de assinar e se responsabilizar pelo envio dos documentos eletrônicos.

1.1 – Objetivo

Entre os principais objetivos do SPED, destacam-se três fatores como sendo os mais importantes, são eles:

Favorecer para a integração dos fiscos – padronizando e compartilhando das informações contábeis e fiscais respeitando as restrições legais;

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Tornar mais eficientes e uniformes as obrigações acessórias aos contribuintes – firmando uma transmissão única de distintas obrigações acessórias de diferentes órgãos fiscalizadores;

Tornar mais rápido e eficiente a identificação de ilícitos tributários – melhorando o processo de controle, a rapidez no acesso às informações e tornando mais rígido a fiscalização com o cruzamento da base de dados e auditoria eletrônica aperfeiçoando o combate contra a sonegação.

1.2 – Evolução

No ano de 2003 a Receita Federal do Brasil deu início ao projeto do SPED por meio da publicação que segue:

“A Emenda Constitucional n º 42, aprovada em 19 de dezembro de 2003, introduz o inciso XXII no art. 37 da Constituição Federal o qual prevê a integração entre às administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive por meio do compartilhamento dos cadastros e de informações fiscais.”

Atendendo o Disposto Constitucional, foi realizado em julho de 2004, em Salvador, o I ENAT – Encontro Nacional de Administradores Tributários, que reuniu o secretário da Receita Federal, os secretários da Fazenda dos Estados e Distrito Federal e o representante das Secretarias de Finanças dos Municípios das Capitais.

O I ENAT buscava encontrar soluções conjuntas:

• Maior integração administrativa;

• Padronização e melhor qualidade das informações;

• Racionalização de custos e da carga de trabalho operacional no atendimento; • Maior eficácia da fiscalização;

• Maior possibilidade de realização de ações fiscais coordenadas e integradas; • Maior possibilidade de intercâmbio de informações fiscais entre as diversas

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• Cruzamento de informações em larga escala com dados padronizados; • Uniformização de procedimentos.

Em consideração a esses fatos, foram assinados dois protocolos de cooperação técnica, um objetivando a elaboração de um cadastro sincronizado e, outro, de forma geral, que viabilizasse o desenvolvimento de métodos e instrumentos de forma que atendessem aos interesses das administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

No ano de 2005, foi realizado o II ENAT na cidade de São Paulo, buscando dar efetividade aos trabalhos de intercâmbio entre os mesmos. Foram assinados dos protocolos da cooperação nº 02 e nº 03, cujo objetivo é desenvolver e implantar o Sistema Público de Escrituração Digital – SPED.

Em 2006 é instituído o EFD (Escrituração Fiscal Digital) por meio do Convênio ICMS 143/06. A escrituração prevista na forma deste convênio substitui a escrituração e impressão dos seguintes livros:

I – Registro de Entradas; II – Registro de Saídas; III – Registro de Inventário;

IV – Registro de Apuração do IPI; V – Registro de Apuração do ICMS.

A Escrituração Fiscal Digital é de uso obrigatório para os contribuintes do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Operações de Serviços de Transportes Interestaduais e Intermunicipais e de Comunicação – ICMS ou do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI: § 1º O contribuinte poderá ser dispensado da obrigação estabelecida nesta cláusula, desde que a dispensa seja autorizada pelo fisco da unidade federada do contribuinte e pela Secretaria da Receita Federal.

§ 2º O contribuinte obrigado à EFD, a critério da unidade federada, fica dispensado das obrigações de entrega dos arquivos estabelecidos pelo Convênio ICMS 57/95.

Ficam obrigados à Escrituração Fiscal Digital – EFD a partir de 1º de janeiro de 2009, sendo facultada a cada uma das unidades federadas, em conjunto com a secretaria da Receita Federal do Brasil, estabelecer esta obrigação para determinados contribuintes durante o exercício de 2008.” (Convênio ICMS 143/06).

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Em 2007, foi aprovado o Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, que institui o projeto do Sistema Público de Escrituração Digital – SPED. Neste mesmo ano, ainda tiveram as seguintes publicações:

• Convênio do ICMS nº 79, de 6 de junho de 2007, que altera os convênios ICMS nº 57/95 e 54/05, os quais dispõem sobre a emissão de documentos fiscais e a escrituração de livros fiscais por contribuintes usuários de sistema eletrônico de processamento de dados;

• Ato Cotepe / ICMS nº 11, de 28 de junho de 2007, que dispõe sobre as especificações técnicas para a geração de arquivos da Escrituração Fiscal Digital – EFD, e revoga o Ato Cotepe nº 82, de 19 de dezembro de 2006; • Ato Cotepe nº 9, de 28 de junho de 2007, que altera o art. 2º do Ato Cotepe /

ICMS nº 35, de 5 de junho de 2005;

• Convênio ICMS nº 123, de 23 de outubro de 2007, que altera o Convênio nº 143, que institui a Escrituração Fiscal Digital – EFD;

• Instrução Normativa RFB nº 787, de 19 de novembro de 2007, que institui a Escrituração Contábil Digital – ECD, estabelece a sua obrigatoriedade e aprova o manual de orientação do leiaute para geração do arquivo. Trata-se da substituição da escrituração em papel pela digital e da obrigação de transmitir em versão digital os seguintes livros:

I – Livro Diário e seus Auxiliares , se houver; II - Livro Razão e seus Auxiliares , se houver;

III – Livro Balancetes Diários, Balanços e Fichas de Lançamentos Comprobatórios dos assentamentos neles transcritos.

Em 2008, foi aprovado o Ato Cotepe / ICMS nº 9 que dispõe sobre as escriturações técnicas para a geração de arquivos da Escrituração Fiscal Digital – EFD.

Também nesse mesmo ano, foi liberado o protocolo ICMS 77/08 que trata da obrigatoriedade da EFD.

No ano de 2009, foram aprovados as seguintes normas e regulamentos: • Ato Cotepe nº 01 – altera a relação de contribuintes obrigados à EFD.

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• Ato Cotepe nº 15 – prorroga até setembro / 2009 a entrega dos meses de “jan/09 a ago/09”.

• Instrução Normativa nº 926 – em relação aos fatos contábeis desde 1º de janeiro de 2009, as demais sociedades empresariais sujeitas à tributação do imposto de renda com base n lucro real (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 926, de 11 de março de 2009).

1.3 – COMPOSIÇÃO

Como já foi mencionado anteriormente, o Sistema Público de Escrituração Digital – SPED foi criado por meio do Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007 como o objetivo de modernizar a informatização entre o fisco e os contribuintes.

Para a coordenação e administração do SPED, foi estabelecido no Protocolo de Cooperação ENAT nº 2/2005 que caberá a Receita Federal do Brasil o papel exclusivo de direcionar o desenvolvimento e implantação do sistema, bem como comprometendo-se a zelar e cuidar de todas as soluções propostas e do conteúdo das informações recebidas através dos contribuintes obrigados a estarem enviando os arquivos pertinentes ao SPED.

Esse ato teve publicação no Diário Oficial da União sob nº 118, quarta-feira, 23 de junho de 2010, conforme abaixo:

“ Fica então determinado que o SPED será administrado pela Secretaria da Receita Federal com a participação de representantes indicados pelas administrações tributárias dos estados, do distrito federal e dos municípios, órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta que tenham atribuição legal de regulação, normatização, controle e fiscalização dos empresários e das sociedades empresarias”.

Tendo em vista a legislação vigente, compete a Secretaria da Receita Federal: a) Adotar as medidas necessárias para viabilizar a implantação e o

funcionamento do SPED;

b) Coordenar as atividades relacionadas ao SPED;

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d) Estabelecer a política de segurança e de acesso às informações armazenadas no SPED.

O projeto do SPED é composto por três pilares que serão relados a seguir:

1.3.1– Escrituração Contábil Digital – ECD

Instituído por meio do Decreto nº 6.022/2007, a ECD tem como objetivo a substituição da emissão dos Livros Diário e Razão, bem como as Demonstrações Contábeis em papel, pela sua existência apenas digital.

O arquivo deverá ser assinada digitalmente de acordo com as Normas da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP Brasil pelo contribuinte, através do seu representante legal ou por quem a legislação indicar. A assinatura digital será verificada quanto a sua existência, prazo e validade para o contribuinte identificado na ECD, no início do processo de transmissão do arquivo para os fiscais.

Para a assinatura digital do livro, são no mínimo, dois signatários: a pessoa física que, segundo os documentos arquivados na Junta Comercial, tiver poderes para a prática de tal ato e o contabilista. Assim, devem ser utilizados somente certificados digitais e-PF ou e-CPF, com segurança mínima tipo A3. Não existe limite para a quantidade de signatários e os contabilistas devem assinar por último.

O artigo 3º da Instrução Normativa nº 787 determina a obrigatoriedade da ECD nas seguintes condições:

“Em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2008, as pessoas jurídicas sujeitas a acompanhamento econômico-tributário diferenciado, nos termos da Portaria RFB nº 11.211, de 7 de novembro de 2007 e sujeitas à tributação do imposto de renda com base no lucro real; Em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2009, as demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação do imposto de renda com base no lucro real.”

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1.3.2 - Escrituração Fiscal Digital – EFD

O convênio ICMS 143/06, instituí a EFD como sendo de uso obrigatório para os contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS ou do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, por meio de arquivo digital conforme leiaute estabelecido no Ato Cotepe/ICMS 09/08.

A obrigatoriedade da EFD, que atingiria inicialmente todos os contribuintes, foi restringida pelo Protocolo ICMS nº 77, de 18 de setembro de 2008 e também foi especificado nesse mesmo Protocolo o perfil de apresentação do arquivo contendo a EFD por contribuinte, que deverá ser detalhado (perfil “a”) ou consolidado (perfil “b”).

A relação das primeiras organizações obrigadas a transmitir o arquivo para a Receita Federal do Brasil está disponível no site do CONFAZ (http://www.fazenda.gov.br/confaz) identificado como “Lista_Obrigados_EFD_2009.pdf”.

A EFD visa substituir a escrituração e impressão dos seguintes livros por meio digital:

Registro de Entradas; Registro de Saídas; Registro de Inventário;

Registro de Apuração do IPI; Registro de Apuração do ICMS.

O arquivo digital, bem como os documentos fiscais que deram origem a escrituração, deverão se mantidos e armazenados pelos contribuintes do imposto, conforme especificado no artigo 455, inciso II e parágrafo único do Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010.

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“II – armazenar o arquivo digital da EFD observando os requisitos de segurança, autenticidade, integridade e validade jurídica, pelo mesmo prazo estabelecido pela legislação para a guarda dos documentos fiscais. Parágrafo único: a geração, o armazenamento e o envio do arquivo digital não dispensam o contribuinte da guarda dos documentos que deram origem às informações nele constantes, na forma e nos prazos estabelecidos pela legislação aplicável.”

Assim como na ECD, os arquivos gerados para a EFD deverão ser submetidos à assinatura digital conforme as normas da ICP Brasil.

O arquivo da EFD comporta apenas uma assinatura digital. O contribuinte poderá adotar a melhor opção que lhe for mais conveniente:

• O e-PJ ou e-CNPJ que contenha a mesma base do CNPJ do estabelecimento; • O e-PF ou e-CPF do representante legal da empresa no cadastro CNPJ; • A pessoa jurídica ou a pessoa física com procuração eletrônica cadastrada no

site da RFB.

1.3.3 – SPED nota Fiscal Eletrônica – NF-e

O SPED NF-e foi desenvolvido pelas Secretarias de Fazenda dos Estados e a Receita Federal do Brasil, a partir da assinatura do Protocolo ENAT 03/2005, de 27/08/05, que originou ao Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais (ENCAT) a responsabilidade de coordenar o desenvolvimento e implantação do projeto NF-e.

A NF-e é um documento emitido e armazenado eletronicamente, de forma digital, com o objetivo de documentar qualquer operação que envolva a circulação de mercadorias ou prestação de serviços ocorridos entre emissor e recebedor, com validade jurídica determinada por meio também da assinatura digital. A NF-e está substituindo a antiga nota fiscal em papel.

O emitente e o destinatário deverão manter em arquivo digital as NF-e pelo prazo estabelecido na legislação tributária para a guarda dos documentos fiscais. Quando solicitado, deverão apresentar os arquivos digitais à administração tributária.

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Atualmente a legislação nacional permite que a NF-e substitua apenas a chamada nota fiscal modelo 1 / 1A, que é utilizada, em regra, para documentar transações comerciais com mercadorias entre pessoas jurídicas.

Está presente no Anexo 1 os prazos obrigatórios de guarda de documentos fiscais e contábeis exigidos pela Legislação Tributária.

O certificado digital na geração da NF-e será necessário em dois momentos:

1º - O primeiro é na assinatura digital do documento eletrônico. O certificado digital deverá conter o mesmo CNPJ do estabelecimento emitente ou de sua matriz;

2º - O segundo é na transmissão do documento eletrônico. Qualquer certificado digital no padrão ICP-Brasil, ainda que não esteja ligado à empresa emitente, poderá transmitir o documento eletrônico para a Secretaria da Fazenda e recuperar a resposta com a autorização de uso, rejeição ou denegação da NF-e.

O certificado digital a ser utilizado deverá ser de pessoa jurídica, do tipo A1 ou A3. Com isso o e-CPF não poderá ser utilizado para a NF-e, já o e-CNPJ pode, no entanto não é o mais indicado. O ideal é utilizar o e-PJ, a ser emitido especificamente para o processo de assinatura de NF-e.

1.3.4 – CERTIFICAÇÃO DIGITAL

Um certificado digital é um arquivo eletrônico que identifica quem é seu titular, pessoa física o jurídica, ou seja, é um documento eletrônico de identidade. Quando são realizadas transações, de forma presencial, muitas vezes é solicitada uma identificação, por meio de um registro que comprove a identidade.

Hoje, a certificação digital já é considerada uma ótima ferramenta de segurança extremamente eficaz, garantindo a integridade das informações que trafegam na internet e identificação da origem e do seu destino. A Medida Provisória nº 2.200 – 2, de 24/08/01, garantem a validade jurídica dos

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documentos assinados eletronicamente com os certificados digitais emitidos no âmbito da ICP-Brasil.

A certificação digital, utilizada nas transações eletrônicas garante:

Privacidade nas transações – é a garantia de que as informações trocadas nas transações eletrônicas não serão lidas por terceiros;

Integridade das mensagens – é a garantia de que as informações trocadas nas transações eletrônicas não foram alteradas no caminho que percorreram; Autenticidade – é a garantia da identidade da origem e destino da informação; Assinatura digital – permite aferir, com segurança, a origem e a integridade de um documento eletrônico;

Não-repúdio – é a garantia de que somente o titular do certificado digital poderá ter realizado determinada operação.

Diante de todos esses benefícios, o SPED prevê que os livros e documentos fiscais que integram a escrituração dos contribuintes sejam transmitidos por meio da Certificação Digital. Essa exigência do fisco é encontrada nas seguintes normas:

“O arquivo deverá ser assinado digitalmente de acordo com as Normas da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil pelo contribuinte, por seu representante legal ou por quem a legislação inidicar.”

(Convênio ICMS 143/06, cláusula segunda).

“Para garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica da EFD, as informações a que se refere o § 1º serão prestadas em arquivo digital com assinatura digital do contribuinte ao seu representante legal, certificada por entidade credenciada pela ICP-Brasil.”

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CAPÍTULO II

PARTICIPANTES E PROBLEMAS NA IMPLANTAÇÃO

“Todo problema é uma charada, onde as soluções são as

formas criativas de se tirar proveito das dificuldades.” (Autor desconhecido)

Para transmitir os arquivos gerados referentes ao SPED Contábil e SPED Fiscal a Receita Federal do Brasil contou com a criação de um software capaz de validar todas as informações contidas nesses arquivos, conhecido como PVA (Programa Validador e Assinador).

A empresa responsável pelo desenvolvimento desse programa é o SERPRO (Serviço Federal de Processamento de Dados), que atende aos órgãos da administração federal, estadual e municipal desenvolvendo tecnologias e soluções em informática com eficiência. Por se criada para atender aos interesses do governo, o SERPRO está priorizando às demandas do sistema tributário brasileiro e por esse motivo tem como seu principal cliente a Secretaria da Receita Federal do Brasil.

O SERPRO teve participação decisiva para o funcionamento da nova Receita Federal, que foi criada por meio da Lei nº 11.457 de 16/04/07 com o objetivo de trazer maiores benefícios a justiça fiscal e proporcionando ao cidadão menos burocracia quando defender de assuntos ligados aos impostos fazendários e previdenciários.

O Programa Validador e Assinador (PVA) será utilizado pelo contribuinte para a geração, validação, assinatura por meio do Certificado Digital e a transmição para o ambiente SPED. É importante salientar que não será recepcionado pelo SPED os arquivos que não forem validado pelo PVA oficial, bem como arquivos não assinado ou assinado por pessoa não autorizada.

Após ter transmitido os arquivos, o contribuinte receberá o recibo de comprovante de envio da Receita Federal do Brasil, que é muito importante

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que seja arquivado ou salvo conforme sua preferência, para apresentação numa eventual fiscalização.

O Guia Prático bem como o PVA, estão disponíveis no site da Receita Federal para download (http://www.receita.fazenda.gov.br/sped/download).

2.1 – Participantes

Para o SPED ser desenvolvido, foram necessários as participações de alguns membros e entidades do governo e um grupo de 27 empresas piloto com grandes participações no mercado nacional para a implantação desse projeto.

2.1.1 – Membros

Ø Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais – ABRASF; Ø Banco Central do Brasil – BACEN;

Ø Comissão de Valores Mobiliários – CVM;

Ø Departamento Nacional de Região de Comércio – DNRC;

Ø Encontro Nacional dos Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais – ENCAT;

Ø Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB;

Ø Secretarias de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal;

Ø Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA; Ø Superintendência de Seguros Privados – SUSEP.

2.1.2 – Entidades

Ø Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT;

Ø Associação Brasileira das Companhias Abertas - ABRASCA;

Ø Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviço - ABECS; Ø Associação Brasileira de Bancos - ABBC;

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Ø Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores - ANFAVEA; Ø Conselho Federal de Contabilidade - CFC;

Ø Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN;

Ø Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas - FENACON;

Ø Federação Nacional das Empresas de Serviços Técnicos de Informática e Similares – FENAINFO;

Ø Junta Comercial do Estado de Minas Gerais – JUCEMG.

2.1.3 – Empresas Pilotos

Ø Ambev;

Ø Banco do Brasil S.A;

Ø Brasilveiculos Companhia de Seguros; Ø Caixa Econômica Federal;

Ø Cervejarias Kaiser Brasil S.A. – FEMSA; Ø Cia. Ultragaz S.A;

Ø Disal - Administradora de Consórcios Ltda - Grupo Assobrav; Ø Eurofarma Laboratórios Ltda;

Ø FIAT Automóveis S.A;

Ø Ford Motor Company Brasil Ltda; Ø General Motors do Brasil Ltda; Ø Gerdau Aços Longos S.A; Ø Petróleo Brasileiro S.A; Ø Pirelli Pneus S.A; Ø Redecard S.A; Ø Robert Bosch; Ø Sadia S.A;

Ø Serpro – Serviço Federal de Processamento de Dados; Ø Siemens Vdo Automotive Ltda;

Ø Souza Cruz S.A;

Ø Telefônica - Telecomunicações de São Paulo S.A; Ø Tokio Marine Seguradora;

Ø Toyota do Brasil Ltda;

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Ø VarigLog - Varig Logística S.A; Ø Volkswagen do Brasil Ltda;

Ø Wickbold & Nosso Pão Indústrias Alimentícias Ltda.

2.2 – Problemas na Implantação

São vários os tipos de problemas encontrados pelas organizações que tiveram implantando o SPED. Nesse tópico estarei abordando e relatando quais foram os principais impactos internos ou externos sofridos pelas grandes empresas no que diz respeito ao SPED Fiscal e SPED Contábil.

Tanto a Escrituração Fiscal Digital – EFD como a Escrituração Contábil Digital – ECD, devem ter suas informações extraídas da base de dados do contribuinte para serem entregues ao fisco de forma organizada conforme o layout estabelecido pela Receita Federal do Brasil. Estas informações, dentro de um arquivo tipo texto, estão organizadas em blocos de informações que, por sua vez, estão organizadas em registros de forma hierárquica.

Segue a forma que foram estruturadas as escriturações em blocos:

Escrituração Fiscal Digital – EFD

• Bloco O – que trata Abertura, Identificação e Referência;

• Bloco C – que trata Documentos Fiscais I Mercadorias (ICMS/IPI); • Bloco D – que trata Documentos Fiscais II Serviços (ICMS); • Bloco E – que trata Apuração do ICMS e do IPI;

• Bloco H – que trata Inventário;

• Bloco 1 – que trata Outras Informações;

• Bloco 9 – que trata Controle e Encerramento do Arquivo Digital.

Escrituração Contábil Digital – ECD

• Bloco O – que trata Abertura, Identificação e Referência; • Bloco I – que trata Lançamentos Contábeis;

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• Bloco 9 – que trata Controle e Encerramento do arquivo digital.

Entre as principais dificuldades ou problemas encontrados pelas organizações na implantação da EFD e ECD, destaquei as que tiveram maiores impactos e que foram comprovados por meio de um questionário que foi respondido por profissionais de grandes empresas das áreas / departamentos que estavam envolvidos na implantação desses projetos.

Com os dados obtidos através desse questionário, foi desenvolvido um gráfico demonstrando os itens que obtiveram os maiores índices O modelo do questionário está localizado no Anexo 2 e o gráfico no Anexo 3.

2.2.1 – Falta de Equipe e Usuários Sem o Conhecimento

Técnico

As empresas tiveram muitas dificuldades no que diz respeito a usuários que possuíssem o conhecimento técnico fiscal e habilidades sistêmicas para desenho dos modelos ideais de trabalho que refletisse para as novas disposições legais e homologações das informações extraídas do sistema que utilizam dentro da organização.

Por conseqüência desse fator, as empresas sofreram com:

Falta de pessoal para o “novo dia-a-dia” de uma equipe fiscal decorrente da multiplicação de obrigações fiscais acessórias;

Cronograma do projeto estrapolado por prolongar o andamento das tarefas; Aumento de custo no projeto;

Aumento do risco da não entrega do arquivo para a Receita Federal do Brasil, devido a aproximidade com o prazo legal;

Algumas vezes, apresentando necessidades de desenvolvimento de “Planos B’s”;

Dificuldades de localizar bons profissionais até mesmo a curto prazo, com exclusividade para os projetos.

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2.2.2 – ENTENDIMENTO DA LEGISLAÇÃO / LAYOUT

Principalmente no SPED Fiscal, ocorreram diversas dúvidas nas cabeças dos profissionais que desenvolveram o software para a geração do arquivo como também para os usuários encarregados na execução do projeto.

Já existe uma grande complexidade de adequar todas as informações fiscais do contribuinte para um layout estipulado pela RFB, ainda mais com diversas alterações e até inclusões de novos campos determinados como obrigatórios para estarem presentes nos arquivos a serem gerados.

Ocorreram diversas alterações e inclusões que impactaram muito no andamento do projeto da Escrituração Fiscal Digital, citarei algumas dessas:

Alterações no layout

Ø Registro 0205 (Alteração do Item) – pertencente ao Bloco 0, nesse registro foi criado um novo campo, de número 05 (COD_ANT_ITEM). Ele refere-se ao código anterior do item com relação à última informação apresentada.

Ø Registro C600 (Consolidação Diário de Notas Fiscais / Contas de Energia Elétrica – código 06, Nota Fiscal / Conta de Fornecimento d’água Canalizada – código 09 e Nota Fiscal / Conta de Fornecimento de Gás – código 28, para empresas não obrigadas ao Convênio ICMS 115/2003) – pertencente ao Bloco C, nesse registro ocorreu uma significativa alteração no campo de número 06 (COD_CONS) no código de classe de consumo referente à energia elétrica ou gás.

Ø Registro D500 (Nota Fiscal de Serviço de Comunicação – código 21 e Nota Fiscal de Serviço de Telecomunicação – código 22) – pertencente ao Bloco D, nesse registro foi criado um novo campo, de número 24 (TP_ASSINANTE) que diz respeito ao código do tipo de assinante.

Ø Registro E116 (Obrigações do ICMS a Recolher – Operações Próprias) – pertencente ao Bloco E, nesse registro foi criado um novo campo, de número 10 (MÊS_REF), refere-se ao mês que foi apurado para o pagamento do ICMS por Operações Próprias.

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Novos Registros

Ø Registro 0300 (Tabela Cadastro de Bens ou Componentes do Ativo Imobilizado);

Ø Registro 0305 (Informações sobre a Utilização do Bem do Ativo Imobilizado); Ø Registro 0500 (Plano de Contas Contábeis);

Ø Registro 0600 (Centro de Custos);

Ø Registro C105 (Operações com ICMS Recolhido para UF Diversa do Destinatário do Documento Fiscal);

Ø Registro 1700 (Documentos Fiscais Utilizados);

Ø Registro 1710 (Documentos Fiscais Cancelados / Inutilizados);

Ø Registro 1800 (DCTA – Demonstrativo de Crédito do ICMS sobre Transporte Aéreo).

2.2.3 – ALTO CUSTO DE IMPLANTAÇÃO E COMPROMETIMENTO INTERNO

É sempre um assunto muito complicado para um gerente responsável por projetos complexos como são esses EFD e ECD, chegar para o presidente ou dono de uma empresa e falar que ele terá que retirar do seu caixa dinheiro para investir em novas tecnologias para a sua organização se adaptar as novas mudanças do Governo e que a princípio não obterá nenhum retorno financeiro para os seus cofres.

Ainda é mais difícil para justificar sobre esse custo quando se trata de uma empresa multinacional e que sua matriz está localizada fora do Brasil e para explicá-los sobre a Legislação Brasileira é quase que impossível.

O autor Clóvis Padoveze define muito bem sobre o conceito de custo:

“Custo é a mensuração econômica dos recursos (produtos, serviços e direitos) adquiridos para obtenção e a venda dos produtos e serviços da empresa. Em palavras mais simples, custo é o valor para por alguma coisa.”

(Padoveze, 2006, p.04)

Existem outros fatores preocupantes que vem além dos altos gastos que se tem no projeto SPED Fiscal e SPED Contábil, que são:

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• Conscientização de pessoas influentes em outras diretorias, para apoiarem as mudanças que serão provocadas depois dessas implantações;

• Adaptação dos usuários ao novo sistema e da nova rotina que deverá se adequar no seu dia-a-dia;

• Comprometimento e manutenção do time durante todo o projeto (colaboradores, usuários chaves e consultores), possibilitando a eficácia para se obter os resultados esperados.

2.2.4 – QUALIDADE DA INFORMAÇÃO GERADA

Com a implantação do SPED os fiscos (federal, estaduais e municipais) passam a receber todas as informações fiscais e contábeis de forma analítica, o que possibilita a realização de inúmeras auditorias e cruzamentos.

As informações estarão disponíveis para diversas entidades. Informações inseridas nos arquivos encaminhados ao fisco com erros serão facilmente descobertas e consideradas indícios de fraudes / sonegações. Em alguns casos podem ocorrer até mesmo o impedimento da entrega do arquivo nos prazos estabelecidos.

A legislação permite que no ano de 2013 ainda sejam realizadas autuações nas informações extraídas do sistema do contribuinte de hoje, por meio de tecnologias ainda mais avançadas.

Se alguma dessas empresas obrigadas a entregar os arquivos do SPED Fiscal e Contábil, realizar alguma manipulação dentro do arquivo texto (.txt) para alterar alguma informação de valores, cadastros ou qualquer que seja, só para possibilitar que o seu arquivo seja validado com sucesso, estará correndo sérios riscos. Está previsto na legislação de alguns estados e na legislação federal, que o fisco poderá a qualquer momento fiscalizar o sistema de gestão para verificar se a informação extraída do sistema utilizado na empresa está igual ao que foi transmitido no arquivo.

A Receita Federal utiliza diversos cruzamentos entre o arquivo do SPED Fiscal como o do SPED Contábil, segue alguns desses:

SPED Fiscal – EFD SPED Contábil - ECD

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Bloco H – Inventário <---> Diário Auxiliar Estoque - Saldo Bloco C e D – Documentos Fiscais <---> Diário Auxiliar Faturamento - Dia Bloco G – CIAP <---> Diário Auxiliar Patrimônio

Registro 0150 – Participantes <---> Diário Contas a Pagar / Receber Registro 0200 – Produto <---> Diário Auxiliar Estoque

Bloco E – Apuração Impostos <---> Conta ICMS do Diário Geral

2.2.5 – CADASTROS INTERNOS (CLIENTES, FORNECEDORES E PRODUTOS)

Com a evolução digital, as empresas devem tomar muita cautela nas irregularidades fiscais e tributárias dos fornecedores.

No SPED Fiscal existem dois registros que fazem parte do Bloco 0 (Abertura, Identificação e Referência) que devem estar sincronizados com as informações contidas junto a Receita Federal e a outros órgãos governamentais, são eles: Registro 0150 (Tabela de Cadastro do Participante), que nada mais é que os cadastros dos clientes e dos fornecedores da organização que gera o arquivo; Registro 0200 (Tabela de Identificação do Item – Produto e Serviços), este registro informa todo o cadastro de mercadorias / produtos e serviços que a organização realiza nas transações fiscais.

Muitas empresas estão enfrentando vários problemas nesses dois registros devido aos seguintes fatores:

1º - Fornecedores e clientes com situação irregular, seja na Receita Federal, Secretaria de Fazenda e etc.;

2º - Dados cadastras em desacordo com o fisco;

3º - Cadastros de parceiros de negócios (clientes e fornecedores) com informações incompletas, desatualizadas ou simplesmente erradas, como por exemplo: CNPJ, CPF, código de município segundo a tabela do IBGE e etc.; 4º - Cadastros de materiais ou produtos com informações também incorretas ou nulas, como por exemplo: classificação do item (matéria-prima, revenda, serviços, etc) e o código da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM.

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Para uma organização que tem no seu cadastro de clientes, fornecedores e produtos um grande número de registros é muito importante e essencial que estejam corretos, porque podem provocar problemas como perda de créditos dos impostos, multas, retenção de mercadorias em trânsito, transações consideradas inidôneas e devolução de arquivos magnéticos.

2.2.6 – FALTA DE ESTRUTURA PARA GERAÇÃO E ARMAZENAMENTO DOS ARQUIVOS

Esse assunto também vem preocupando muita as organizações, que em alguns casos tem que investir em novas tecnologias que possibilitem um melhor processamento da sua infra-estrutura para a geração e armazenamento dos arquivos referentes a EFD e ECD.

O maior desafio das empresas é saber analisar o seu parque tecnológico e verificar qual é a necessidade de melhorar o seu processamento e armazenamento de dados tendo sempre a segurança e confiabilidade das informações contábeis e fiscais.

Considerando a questão de redundância de armazenamento os arquivos, visto também que é uma exigência do fisco, muitas empresas devem tomar mais cuidado nessa questão legal.

(30)

CAPÍTULO III

POSSÍVEIS SOLUÇÕES, VANTAGENS E

DESVANTAGENS E FUTURO DO SPED

“O que sua empresa quer é sua inteligência, criatividade, capacidade inovadora, motivação, comprometimento e não o seu sangue.”

(Autor desconhecido)

O Sistema Público de Escrituração Digital – SPED, é uma realidade entre a rotina das empresas e que a cada momento está gerando mudanças que devem ser adequadas nas organizações. Em 2009, muitas empresas tiveram que estruturar uma nova rotina contábil / fiscal, tendo que realizar diversas alterações em suas rotinas de trabalho. Porém, essas organizações superaram essas barreiras e lançaram com sucesso esses primeiros projetos.

Nesse mesmo pensamento, os profissionais envolvidos nesses projetos do SPED, sejam das áreas fiscais, tributárias, contábeis e de TI, precisam acompanhar de perto todas as tarefas que forem homologadas.

3.1 – POSSÍVEIS SOLUÇÕES

Acompanhando todo esse cenário tributário brasileiro, o Confeb – Conselho Fiscal Empresarial Brasileiro, criou um fórum com exclusividade aos assuntos que tratam de Escrituração Digital e NF-e.

Composto por palestras de grandes empresas que apresentam de forma clara e objetiva todas as etapas do projeto, o evento partiu para a sua 4º edição e eu tive o prazer de estar presente nessas palestras que aconteceram nos dias 22 e 23 de junho de 2010 na cidade de São Paulo.

O Confeb por ser a voz dos profissionais das áreas fiscais, tributárias e contábeis, apresenta nesse fórum os casos de sucesso e com isso proporciona

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trocas de experiências entre os gestores das áreas envolvidas das maiores empresas do Brasil, além de permitir aos profissionais a reciclar e atualizar idéias, principalmente com relação à modernização dos projetos ligados a Escrituração Fiscal e Contábil e NF-e.

No 4º fórum do SPED as empresas que tiveram realizando as palestras, apresentaram diversas formas de soluções em que destacarei as que mais buscam relevâncias para os problemas que foram relatados no Capítulo II, são elas:

Ø Estruturação de uma equipe fiscal / contábil para atendimento aos novos requisitos fiscais;

Ø Gestão e treinamento para essa equipe que estará envolvida nos projetos; Ø Implantar formas de motivações e valorizações aos profissionais;

Ø Suporte aos usuários em suas novas responsabilidades;

Ø Levantamento de recursos necessários para montar o orçamento incluindo parceiro de TI que é o responsável pelo software gerador das informações presentes no arquivo, para que o orçamento planejado não tenha um custo muito ultrapassado do que foi apresentado para os administradores;

Ø Contratar ou implantar um sistema PR com retornos de consulta que valide as informações do cadastro interno (clientes e fornecedores) com as informações da Receita Federal, Secretarias de Fazenda Estaduais e etc. Esse sistema irá proporcionar o preenchimento e atualização da base cadastral possibilitando a não ocorrência de erros que são acusados pelo PVA (Programa Validador e Assinador) no momento da validação do arquivo;

Ø Levantamento de todos os benefícios (financeiros) e os problemas que acarretam se não ocorrer essa implementação principalmente no faturamento da empresa devido a todos os seus impactos e complexidades, para obter então o apoio da administração da empresa;

Ø Definição completa do projeto por meio do organograma;

Ø Criação de um comitê para acompanhamento e desenvolvimento do projeto com alguns representantes das áreas envolvidas;

Ø Definição antes mesmo de iniciar o projeto se será necessário a contratação de consultores ou usuários.

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3.2 – VANTAGENS E DESVANTAGENS

O SPED proporciona diversas vantagens para todas as partes, seja ao fisco, as empresas e até mesmo a sociedade. As principais vantagens do SPED são:

Fisco

ü Maior integração entre os fiscos e melhor controle administrativo; ü Menor envolvimento involuntário em práticas fraudulentas;

ü Melhoria na qualidade da informação com o conseqüente aperfeiçoamento dos processos de controle fiscal;

ü Aperfeiçoamento do combate à sonegação.

Empresa

ü Possibilita a melhoria e o aperfeiçoamento dos processos internos de faturamento e logística operacional;

ü Descarta erros de escrituração no registro de NF-e e de entradas e saídas de mercadorias;

ü Redução de custo com a racionalização e simplificação das obrigações acessórias;

ü Minimiza os custos administrativos com a dispensa de emissão e armazenamento de documentos em papel.

Sociedade

ü Preservação do meio ambiente com redução de consumo de papel; ü Redução do Custo Brasil;

ü Incentivo ao uso de relacionamentos eletrônicos entre empresas (B2B); ü Utilização de padrões abertos (Web Services, Internet).

Para muitas empresas (contribuintes) o SPED é encarado como uma ameaça, visto pelo aumento da exposição das informações extraídas para o fisco. A Receita Federal está cruzando todos os dados do arquivo do SPED Fiscal e

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SPED Contábil com algumas obrigações acessórias como a DIPJ, DCTF, DIRF, etc.

3.3 – FUTURO DO SPED

A entrega da EFD e ECD marca apenas o início do SPED.

Para o início do ano de 2011, estão previstos mais cinco projetos do SPED, vejamos a seguir:

3.3.1 – SPED e-CIAP

O Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente (CIAP), nos modelos C ou D, destina-se à apuração do valor de ICMS a ser mensalmente apropriado relativo a bens do ativo permanente, cuja entrada no estabelecimento tenha a partir de 1º de agosto de 2000.

As implicações pela falta de registros das operações, envolvendo ativo imobilizado, bem como o não atendimento do CIAP, poderá representar penalidades para as organizações de 1% (um por cento) do valor das operações envolvendo o ativo imobilizado e possibilidade de interpretação dos créditos de ICMS apropriados.

O Ato Cotepe nº 38 de 19/09/2009 instituiu na Escrituração Fiscal Digital os registros pertinentes ao Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente (CIAP), no Bloco G da EFD.

O respectivo bloco será obrigatório a partir de janeiro de 2011 para as empresas que se apropriam de ICMS relativos às aquisições de ativo imobilizado.

Nesse sentido, o CIAP, antes em papel com pequena possibilidade de cruzamento de dados e identificação de divergências, passa a ser parte integrante da estrutura do SPED, ocasionando:

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Maior rastreabilidade com as notas fiscais escrituradas (entrada e créditos de ICMS sobre o Ativo Imobilizado);

Possibilidade de revisão automática de cálculo das parcelas; Evidência do imposto apropriado com a apuração de ICMS.

3.3.2 – SPED e-Lalur

A escrituração e entrega do e-Lalur é obrigatória para as pessoas jurídicas sujeitas à apuração do Imposto sobre a Renda pelo Regime do Lucro Real. Devem ser informadas todas as operações que influenciem, direta ou indiretamente, imediata ou futuramente, a composição da base de cálculo e o valor devido dos tributos (IRPJ e CSLL).

3.3.3 – SPED e-Fopag

Este é um projeto bem amplo, pois além da criação da folha de pagamento digital o projeto permitirá eliminar a impressão da folha de pagamento e os arquivos de algumas obrigações acessórias.

A equipe que participa do desenvolvimento deste projeto deve trabalhar todo ano de 2010 e tem previsto as seguintes situações:

Até novembro de 2010: realização de testes de homologação pelas empresas piloto do SPED;

Em janeiro de 2011: início da obrigatoriedade para as empresas com acompanhamento diferenciado, normal e especial;

A partir de junho de 2011: a obrigatoriedade passará a vigorar para as demais empresas de lucro real e presumido.

3.3.4 – SPED PIS / COFINS

O EFD-PIS/Cofins (Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), instituído pela Instrução Normativa 1052/ 2010 e com o leiaute publicado no Ato Declaratório Cofis 31/2010.

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As empresas devem revisar tanto os critérios de apuração quanto os créditos dos impostos, os quais, segundo a Receita Federal, são lançados, muitas vezes, de forma incorreta.

O novo livro também inclui mais de 150 tipos de registros, ultrapassando a casa de 1.000 campos, os quais estão sendo ajustados pelo grupo piloto do SPED.

A partir de janeiro do próximo ano, serão obrigadas a entregar o livro EFD-PIS/Cofins todas as pessoas jurídicas sujeitas a acompanhamento econômico-tributário diferenciado e sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com

base no Lucro Real.

Em julho será a vez das demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação baseada no Lucro Real. E janeiro de 2012 serão incluídas as pessoas jurídicas cuja tributação do Imposto sobre a Renda se baseia no Lucro Presumido ou Arbitrado.

As demais empresas podem optar por também entregar este livro, que será mensal e feita a até o quinto dia útil do segundo mês subseqüente. Então, a primeira remessa deste arquivo ao SPED com informações de janeiro de 2011 será no dia 7 de março.

Quem não entregar o livro será penalizado com multa de R$ 5 mil por mês-calendário ou fração.

O arquivo da EFD-PIS/Cofins deverá ser elaborado por sistema do contribuinte no formato publicado pela Receita Federal e submetido ao PVA a ser disponibilizado pelo órgão, que deve verificar a correção das informações. O arquivo deve ser assinado pelo representante legal da empresa, ou procurador constituído na Receita Federal, com certificado de segurança mínima tipo A3. O PVA permitirá o envio do arquivo para o site do SPED. Para quem está obrigado a entregar a EFD-PIS/Cofins, a Receita Federal já dispensou a entrega da Instrução Normativa 86 (IN 86) no que se refere aos dados apresentados neste novo livro. Com o tempo a Receita Federal deve

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reduzir a apresentação das demais demonstrações entregues e que tem informações redundantes com o livro EFD-PIS/Cofins.

3.3.5 – SPED P3

O projeto P/3 (Livro de Controle da Produção e do Estoque) está acompanhado de outra leva pesada de obrigações fiscais que serão postas em prática em menos de seis meses. Muitas empresas ainda estão presas a antigos vícios no processo e encontram grandes dificuldades para atender plenamente o P/3.

O principal problema na condução deste projeto é a cultura para gerar estas informações, seja no entendimento do tipo de informação que o fisco pede, seja na importância dele como documento de lastro e custeio das empresas. Há também dificuldades no entendimento da área de TI sobre o conteúdo informado neste leiaute e principalmente, no engajamento da área de produção para passar informações da produção, muitas vezes tratadas como sigilosas.

O SPED P/3 foi instituído pelo SEFAZ mineiro através da resolução n. 3.884/07 e foi alterada recentemente pela resolução n. 4.232, de 30 de junho de 2010, exige as seguintes informações no arquivo:

• Apresentação de todas as ordens de produção;

• Apresentação do todas as fases do processo produtivo, inclusive aquelas realizadas em terceiros (beneficiamento/subcontratação);

• Perdas do processo produtivo (eventuais, naturais) entre outras informações.

Neste momento, a exigência já faz parte da legislação mineira e até o final do ano entra na legislação do SPED Fiscal. Portanto, é necessária uma grande mudança interna tanto no que diz respeito à de determinadas culturas que são inacessíveis a este novo cenário, como também buscar o

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apoio da Produção, bem como de fornecedores de soluções de produção (MRP). Também é preciso garantir o apoio das áreas de TI, Contabilidade, Fiscal, Financeiro, Controladoria, Auditoria interna, etc.

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CONCLUSÃO

Concluiu-se que o problema lançado no início deste trabalho poderá ser solucionado com a participação em fóruns onde ocorrem trocas de experiências entre os gestores das áreas envolvidas das maiores empresas do Brasil, além de permitir aos profissionais a reciclar e atualizar idéias, principalmente com relação à modernização dos projetos ligados a Escrituração Fiscal e Contábil e NF-e.

É inegável que o SPED proporciona diversas vantagens para todas as partes, seja ao fisco, as empresas e até mesmo a sociedade. Redução de custos com a dispensa de emissão e armazenamento de papéis, racionalização e simplificação do relacionamento com os diversos entes da administração tributária e órgãos reguladores, diminuição de custos administrativos, melhoria, ainda que compulsória em algumas empresas, dos processos contábeis, otimização dos recursos empregados nas áreas contábeis, tributária, controles internos e etc.

Para muitas empresas (contribuintes) o SPED é encarado como uma ameaça vista pelo aumento da exposição das informações extraídas para o fisco. A Receita Federal está cruzando todos os dados do arquivo do SPED Fiscal e SPED Contábil com algumas obrigações acessórias como a DIPJ, DCTF, DIRF, etc.

Para o início do ano de 2011, o SPED forçará as empresas a realizarem uma grande mudança interna tanto no que diz respeito à de determinadas culturas que são inacessíveis a este novo cenário, como também de buscar o apoio nas áreas envolvidas seja de TI, Contabilidade, Fiscal, Financeiro, Controladoria e etc, para as novas implantações (SPED e-CIAP, SPED e-Lalur, SPED e-Fopag, SPED PIS / COFINS e SPED P3). Portanto será preciso que todos os departamentos da organização se reúnam e se estruturem para montarem uma equipe que concretizem todos esses novos projetos com sucesso.

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ANEXO 2

ENTREVISTA

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ANEXO 3

Gráfico

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Referências

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