PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE SISTEMA MUNICIPAL DE ENSINO
CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO Comissão de Educação Infantil
Parecer n.º 005/2015 CME/PoA Processo n.º 001.008926.13.1
Renova a autorização de funcionamento da Instituição de Educação Infantil Crescer com Lazer – Associação dos Moradores do Loteamento Timbauva, no município de Porto Alegre. Aprova o Projeto Político-pedagógico e o Regimento Escolar.
O Conselho Municipal de Educação de Porto Alegre - CME/PoA, no uso das prerrogativas que lhe confere os incisos V e VI, Art. 10, da Lei n.º 8.198, de 26 de agosto de 1998, recebeu da Secretaria Municipal de Educação - SMED o Processo n.º 001.008926.13.1 para renovação da autorização de funcionamento da Instituição de Educação Infantil Crescer com Lazer – Associação dos Moradores do Loteamento Timbauva, sita à rua Irmão Faustino João, nº 59 – Bairro Mário Quintana, em Porto Alegre, conforme determina a Resolução nº 005, de 07 de Agosto de 2002 do CME/PoA.
2 Instruem o processo, dentre outros, os seguintes documentos:
2.1 Requerimento do responsável legal pela Instituição solicitando abertura de processo para fins de renovação de autorização de funcionamento da Instituição (fl.
02);
2.2 Cópia do Parecer n.º 013/2009 do CME/PoA que Credencia e autoriza o funcionamento da Instituição de Educação Infantil Crescer com Lazer e outras (fls.
03-14);
2.3 Regimento Escolar - RE (fls. 15-27);
2.4 Projeto Político-pedagógico da Escola - PPP (fls. 28-44);
2.5 Fichas de Verificação “in loco” - FV (fls. 45-63), Relatório resultante da verificação “in loco” – RV (fls. 64-67) e Declaração de horários de atendimento (fls.
76 -77);
2.6 Projeto de Formação Continuada – PFC (fls. 68-75).
2 3 Da análise do processo, a Comissão de Educação Infantil destaca:
3.1 Do Parecer nº 013/2009 do CME/PoA que “Credencia/autoriza o funcionamento da […] Instituição de Educação Infantil Crescer com Lazer […]” não foram atendidas as recomendações apontadas no item 5.4:
a) revise o conteúdo do Regimento Escolar, quando da renovação da autorização de funcionamento com vistas ao atendimento do Art. 7º e § 2º, da Resolução CME/PoA n.º 006/2003;
b) atenda a relação criança/adulto em todos os grupos e em todos os momentos do dia conforme determina ao Art. 16 da Resolução CME/PoA n.º 003/2001;
3.2 O RE está organizado com os elementos constitutivos mínimos e necessita de atualização em conformidade com a legislação educacional nacional (Lei Nº 9394/1996 e Lei Nº 12.796/2013), normativas vigentes do Sistema Municipal de Ensino (Resoluções nº 015/2014 e nº 013/2013, Parecer nº 013/2013 todos do CME/PoA), observando as normas gramaticais e da ABNT.
O item MATRÍCULA, TRANSFERÊNCIA E CANCELAMENTO registra que para a matrícula ocorre um “processo de seleção, com critérios estipulados pela mantenedora, segundo os objetivos para os quais a Instituição foi fundada. As rematrículas ocorrem no início do mês de dezembro diante preenchimento de uma avaliação escolar” (fl. 26). Na documentação solicitada, arrola: “Comprovante de renda da mãe ou responsável (com data do mês atual);” (fl. 26) e conclui: “A matrícula somente será efetivada mediante a entrega de todos os documentos da família.” (fl. 26). Não fica claro como acontece o processo de seleção, tampouco os critérios estipulados pela mantenedora para o ingresso da criança na escola. O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Nº 8069/1990 assegura em seu artigo 53:
A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; [...]
A Lei que Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, Lei Nº 11.494/2007 assim dispõe:
Art. 8º A distribuição de recursos que compõem os Fundos, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, dar-se-á, entre o governo estadual e os de seus Municípios, na proporção do número de alunos matriculados nas respectivas redes de educação básica pública presencial, na forma do Anexo desta Lei.
§ 1º Será admitido, para efeito da distribuição dos recursos previstos no inciso II do caput do art. 60 do ADCT, em relação às instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos e conveniadas com o poder público, o cômputo das matrículas efetivadas:
[...]
3
§ 2º As instituições a que se refere o § 1o deste artigo deverão obrigatória e cumulativamente:
I - oferecer igualdade de condições para o acesso e permanência na escola e atendimento educacional gratuito a todos os seus alunos;
[grifo nosso]
A Resolução CNE/CEB Nº 5/2009, por sua vez, assevera em seu artigo 5º,
A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, é oferecida em creches e pré-escolas, as quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a controle social.
§ 1º É dever do Estado garantir a oferta de Educação Infantil pública, gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção. [grifo nosso]
[...]
No item DISPOSIÇÕES GERAIS permanece o texto solicitado para revisão no Parecer de Credenciamento/Autorização.
3.3 O PPP está organizado com os elementos constitutivos mínimos e necessita de atualização em conformidade com a legislação educacional nacional (Lei Nº 9394/1996 e Lei Nº 12.796/2013), normativas vigentes do Sistema Municipal de Ensino (Resoluções nº 015/2014 e nº 013/2013, Parecer nº 013/2013 todos do CME/PoA), observando as normas gramaticais e da ABNT;
3.4 As FV apontam que a escola atende a 88 crianças em turno integral. No quadro de profissionais vinculados à instituição está registrado que todo o atendimento aos grupos é realizado por educadores assistentes e possui coordenação pedagógica com formação em Pedagogia. A declaração de horários de atendimento registra que:
“Durante o repouso das crianças é realizado o intervalo das educadoras, de modo intercalado, sendo agrupadas as turmas, de modo à nunca deixar as crianças desacompanhadas, […].” (fl. 76) Entretanto, não fica claro como é feito esses agrupamentos neste momento e se fica resguardado a suficiência de adultos. O RV informa a necessidade de instalação de um chuveirinho nos sanitários infantis de modo a atender a Lei Complementar Nº 544/2006 que “Dispõe sobre a aprovação e licenciamento de projetos arquitetônicos para construção e/ou reciclagem de prédios para Escolas de Educação Infantil e Instituições de Educação Infantil”, sendo que a instituição foi orientada pela Comissão Verificadora para esta adequação. No RV consta que a instituição apresenta protocolo para obtenção do Alvará da Saúde e orienta quanto à obtenção do Alvará de Prevenção e Proteção Contra Incêndios – APPCI. Quanto ao serviço de nutrição, a Comissão “orientou para a contratação de Responsável Técnico pela área da Saúde.” (fl. 65);
3.5 O Projeto de Formação Continuada traz identificação, justificativa, objetivos, metodologia, planejamento operacional e considerações finais.
4 4 Diante do exposto, com base na Lei Municipal n.º 8.198/1998, na Resolução n.º 005 de 07 de agosto de 2002, na Resolução n.º 006 de 13 de junho de 2003, na Resolução n.º 013 de 05 de dezembro de 2013 e na Resolução n.º 015 de 18 de dezembro de 2014, todas do CME/PoA, e na análise dos documentos e informações constantes no processo n.º 001.008926.13.1, a Comissão de Educação Infantil propõe a este Colegiado que renove a autorização de funcionamento, a contar de 01 de setembro de 2013, da Instituição de Educação Infantil Crescer com Lazer, localizada no município de Porto Alegre, aprove o Projeto Político-pedagógico e o Regimento Escolar, com os vetos, ressalvadas as possíveis incorreções de linguagem, devendo ser atendidas as recomendações deste Parecer.
5 Dos vetos ao Regimento Escolar:
5.1 No item IX, Matrícula, Transferência e Cancelamento os excertos:
5.1.1 “processo de seleção, com critérios estipulados pela mantenedora, segundo os objetivos para os quais a Instituição foi fundada. As rematrículas ocorrem no início do mês de dezembro diante preenchimento de uma avaliação escolar”;
5.1.2 “Comprovante de renda da mãe ou responsável (com data do mês atual);”
5.1.3 “A matrícula somente será efetivada mediante a entrega de todos os documentos da família.”
5.2 No item X, DISPOSIÇÕES GERAIS o excerto “Por se tratar de um documento de cunho normativo-pedagógico, é passível de revisão em momento ou condições que a diretoria, a coordenação pedagógica, o corpo docente e a comunidade escolar julgar conveniente.”
6 É imprescindível que a Instituição, quando da renovação de autorização, apresente os documentos pedagógicos revisados e atualizados conforme apontado nos itens 3.2 e 3.3;
7 É imprescindível que a mantenedora:
7.1 Apresente à Administradora do Sistema, até 30 de julho de 2015, Plano de adequação para cumprimento da Resolução nº 015/2014 do CME/PoA, no que se refere:
5 7.1.1 Ao atendimento de no mínimo quatro horas diárias, com professor habilitado, em todos os grupos etários;
7.1.2 A adequação do número de crianças nos grupos e a suficiência de profissionais para o atendimento;
7.2 Apresente à Administradora do Sistema o Alvará de Prevenção e Proteção Contra Incêndios – APPCI, quando da obtenção deste;
7.3 Providencie um chuveirinho, conforme apontado no item 3.4;
7.4 Atenda as recomendações da Administradora do Sistema de acordo com o apontado no item 3.4;
7.5 Observe os prazos de adequação à Resolução n.º 015/2014 do CME/PoA e garanta, nas contratações de novos profissionais, a habilitação prevista;
8 É imprescindível que a Administradora do Sistema:
8.1 Oriente a escola quanto ao cumprimento das Resoluções nº 013/2013 e nº 015/2014, ambas do CME/PoA;
8.2 Oficie a este Conselho quando do atendimento dos itens 7.1, 7.2 e 7.3;
8.3 Envide esforços permanentes junto à Instituição e à mantenedora para o atendimento às exigências deste Parecer.
Em, 09 de abril de 2015.
Comissão de Educação Infantil Glauco Marcelo Aguilar Dias– Relator
Fabiane Borges Pavani Glória Celeste Pires Bittencourt
Aprovado por unanimidade, em Sessão Plenária realizada no dia 16 de abril de 2015.
Andreia Cesar Delgado
Presidente em Exercício do Conselho Municipal de Educação
