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ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DE RIQUEZA EM INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS: UMA ABORDAGEM SOB A DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA)

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ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DE RIQUEZA EM INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS:

UMA ABORDAGEM SOB A DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA)

Litiele Pereira1 Vinícius Costa da Silva Zonatto2 RESUMO

A DVA evidencia a distribuição de riqueza gerada pelas organizações aos seus diferentes agentes econômicos (governo, empregados, acionistas - remuneração do capital próprio, fornecedores e financiadores - remuneração do capital de terceiros, e, outros agentes). Neste sentido, este estudo teve por objetivo central analisar a distribuição de riqueza em instituições financeiras de capital aberto, com ações negociadas na BM&F Bovespa, a fim de se identificar se há diferença significativa na distribuição de riqueza aos colaboradores de empresas do setor público e privado. A metodologia utilizada na pesquisa é caracterizada como uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa dos dados, realizado por meio de análise documental. Foram analisadas as DVA destas instituições no período de 2008 e 2009. Os resultados encontrados indicam que empresas do setor público destinam maior parcela do valor adicionado (VA) aos seus colaboradores, enquanto empresas do setor privado remuneram melhor seus acionistas. Conclui-se que a DVA é um importante instrumento de gestão que possibilita as organizações e a sociedade, uma avaliação das práticas de gestão econômica e prioridades dessas instituições.

Palavras-chave: Valor adicionado, DVA, Remuneração de Pessoal

ABSTRACT

DVA shows the distribution of wealth created by organizations to their different economic agents (government, employees, shareholders - pay equity, suppliers and financiers - return on capital from third parties, and other agents). Thus, this study aimed to analyze the distribution of wealth in publicly traded financial institutions, with shares traded on the BM & F Bovespa, in order to identify whether there are significant differences in the distribution of wealth to employees of public sector enterprises and private sectors. The methodology of the research is characterized as a descriptive research with quantitative data approach, conducted through documentary analysis. We analyzed the DVA these institutions between 2008 and 2009. The results indicate that public sector enterprises aimed largest share of value added (VA) to its employees, while private sector companies better remunerate its shareholders. We conclude that VAD is an important management tool that enables organizations and society, an evaluation of management practices and economic priorities of these institutions.

Key-words: Value added, DVA, Remuneration of personnel

1 Graduanda do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Dom Alberto

2 Professor Orientador e Coordenador do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Dom Alberto, Doutorando em Ciências Contábeis e Administração e Mestre em Ciências Contábeis (FURB).

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1 Introdução

Um dos principais objetivos da contabilidade é fornecer as informações patrimoniais das entidades por meio de relatórios contábeis. Entre estes relatórios pode-se destacar a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), que tem como objetivo demonstrar o desempenho econômico das empresas e seu relacionamento com a sociedade.

A análise da DVA abrange dados financeiros que podem demonstrar a participação de uma empresa na economia de seu Município, Estado e País, pois além de apresentar o valor da riqueza criada pela entidade, apresenta também os valores destinados aos seus empregados, ao governo e ainda aos seus investimentos próprios (SANTOS, 2007).

A contabilidade, por meio das demonstrações financeiras, inclina-se tradicionalmente a atender a demanda por informações patrimonialistas, ou seja, informações orientadas para o resultado patrimonial, por meio do confronto entre receitas e despesas e da apuração do lucro contábil pertencente a proprietários e acionistas (COSENZA, 2003).

No entanto, esta cultura empresarial, vem mudando. Pelo menos no que diz respeito às informações de cunho sócio-econômico. De acordo com Santos (2007), a sociedade começa a cobrar das empresas, além das informações econômicas, dados sobre a participação dela no cenário da responsabilidade social. Não basta mais demonstrar somente o resultado econômico aos interessados pela empresa.

Toda a sociedade que contribui para o crescimento empresarial quer saber agora, quem são os sujeitos que se beneficiaram com este resultado econômico. Surge a relação social, envolvendo as instituições e todos os envolvidos na geração da riqueza.

Neste contexto, este estudo tem por objetivo central analisar a distribuição de riqueza em instituições financeiras de capital aberto, com ações negociadas na BM&F Bovespa, a fim de se identificar se há diferença significativa na distribuição de riqueza aos colaboradores de empresas do setor público e privado. A questão problema que norteou a pesquisa foi: Instituições financeiras do setor privado distribuem mais riqueza aos colaboradores do que as instituições financeiras do setor público?

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De modo mais específico buscou-se: i) identificar as instituições financeiras que negociam ações na BM&F Bovespa; ii) classificar estas empresas em conformidade com o seu controle acionário (empresa pública ou privada); e, iii) evidenciar as médias de distribuição de riqueza dessas instituições no período de 2008 e 2009.

O trabalho está estruturado em quatro partes, tendo início pela apresentação da fundamentação teórica do estudo; em seguida descrevem-se o método e os procedimentos da pesquisa; na seqüência evidencia-se a análise e interpretação dos resultados encontrados; e, por fim, conclui-se sobre o objeto do estudo proposto.

2 Fundamentação Teórica 2.1 Valor Adicionado

Cosenza (2003) afirma que as primeiras aplicações da informação do valor adicionado tiveram suas origens nos Estados Unidos da América, na década de vinte, quando o mesmo foi utilizado como base para cálculo dos sistemas de pagamento de incentivos governamentais.

O valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. Inclui também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros e transferido à entidade (CPC, 2008b).

Vieira (2004 p. 34) explica que o valor adicionado corresponde a quanto à empresa acrescenta de valor sobre o que ela paga para terceiros, isto é, corresponde à remuneração que o mercado lhe presta pelo fato dela reunir matérias- primas, trabalho, equipamentos e tecnologia, e produzir ou vender algo de interesse dos adquirentes, ou ainda, por prestar um serviço aos seus clientes.

Segundo Cunha, Ribeiro e Santos (2005, p. 9), os agentes que colaboraram na criação do valor adicionado também podem ter uma visão nova sobre o desempenho das entidades. Os trabalhadores, por meio dessa demonstração avaliarão a oscilação da riqueza produzida pela empresa e acompanham a parcela que recebem e, conscientemente, lutarão por aumentos reais de salários e de incentivos em função do acréscimo na riqueza.

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Montoro Filho (1994, p. 27) explica que o valor adicionado pode ser entendido como:

o resultado da diferença entre o valor dos bens e serviços vendidos pela empresa, quaisquer que sejam, e o valor dos bens e serviços comprados pela empresa junto a outras empresas. Significa assim o acréscimo de valor que a empresa incorpora ao bem na cadeia produtiva.

De acordo com Gallizo (1990), o conceito de valor adicionado pode ser delimitado no âmbito de uma informação econômico-financeira de natureza histórica, que evidencia a circulação real do patrimônio e mostra o valor econômico que foi gerado por uma entidade durante certo período de tempo e, simultaneamente, como este valor foi distribuído entre aqueles que contribuíram para a sua criação.

2.2 Demonstração do Valor Adicionado

Conforme Neves e Viceconti (2002), a Demonstração do Valor Adicionado surgiu tendo em vista que nem a Demonstração do Resultado do Exercício nem as demais demonstrações contábeis são capazes de identificar quanto de valor a entidade está adicionando ou agregando às mercadorias ou insumos que adquire, nem o quanto e de que forma são distribuídos os valores adicionados ou agregados.

A DRE, por exemplo, é capaz apenas de identificar qual a parcela da riqueza criada que permanece na empresa em forma de lucro.

Para Fodra (2007, p. 51), embora existam semelhanças entre a DRE e a DVA, a DRE é destinada aos usuários interessados no lucro contábil e a DVA evidencia os outros destinatários dos valores produzidos pela entidade. Segundo Iudícibus e Marion (2000, p. 25), o valor adicionado procura evidenciar para quem a empresa canaliza a renda obtida, ou seja, a forma de distribuição do valor que a empresa adiciona. A DVA permite ao poder público conhecer quanto da riqueza gerada por uma empresa retornará ao estado e quanto desta riqueza será distribuída à população por meio dos empregados.

Silva (2008, p. 54), comenta que a DVA tem a finalidade de informar o valor da riqueza criada e a maneira de distribuí-la. Além de mostrar o lucro dos investidores, também mostra quem recebeu o restante da riqueza. A DVA ressalta os elementos que geram o valor adicionado e sua distribuição entre funcionários,

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acionistas, financiadores, governo, entre outros, e a parcela retida para investimentos.

Sendo assim, a apresentação da DVA é exigida por alguns países onde empresas internacionais desejam se instalar. Dessa forma, o país que irá sediar a empresa poderá conhecer o retorno que ela dar-lhe-á por meio da previsão do valor adicionado que gerará. Para esses países, o importante não é o que a empresa irá importar, mas sim, o quanto ela vai gerar de riqueza, bem como sua distribuição. A DVA possibilita visualizar, de forma clara, a parte da riqueza que pertence aos sócios, aos terceiros que financiam a entidade, aos funcionários e ao governo (NEVES e VICECONTI, 2002).

2.3 Modelo de DVA

No Pronunciamento Técnico CPC 09 (2008b), o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) estabeleceu o seguinte modelo de DVA para as empresas em geral, conforme apresentado no Quadro 1.

QUADRO 1 – Modelo I de DVA para empresas em geral

DESCRIÇÃO

1) RECEITAS

1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços.

1.2) Outras receitas.

1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios.

1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição).

2) INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

(inclui os valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS)

2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços.

vendidos.

2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros.

2.3) Perda / Recuperação de valores ativos.

2.4) Outras (especificar) 3) VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4) DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO.

5) VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4) 6) VALOR ADICIONADO

RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

6.1) Resultado de equivalência patrimonial.

6.2) Receitas financeiras 6.3) Outras

7) VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 8) DISTRIBUIÇÃO DO VALOR

ADICIONADO (*)

8.1) Pessoal.

8.1.1) Remuneração direta 8.1.2)Benefícios

8.1.3) F.G.T.S.

8.2) Impostos, taxas e contribuições 8.2.1) Federais.

8.2.2) Estaduais.

8.2.3) Municipais.

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8.3) Remuneração de capital de terceiros 8.3.1) Juros

8.3.2) Aluguéis 8.3.3) Outras

8.4) Remuneração de capital próprio 8.4.1) Dividendos

8.4.2) Lucros retidos/Prejuízo do exercício.

8.4.3) Participação dos não controladores nos lucros retidos (só p/

consolidação) Fonte: CPC (2008b)

Como se pode observar no Quadro 1, em sua primeira parte (itens 1 a 7) é apresentada a riqueza criada pela empresa. Já na sua segunda parte (item 8) a DVA apresenta como a riqueza criada pela empresa foi distribuída entre seus beneficiários.

Logo, pode-se perceber a importância da DVA para as organizações, uma vez que esta evidencia efetivamente a contribuição social da empresa, no contexto onde a mesma está inserida. A seguir apresenta-se o método e os procedimentos da pesquisa.

3 Metodologia

Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa dos dados. Segundo Gil (2002, p. 41), a pesquisa descritiva “observa, registra, correlaciona e descreve fatos ou fenômenos de uma determinada realidade sem manipulá-los. Procura conhecer e entender as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política, econômica e demais aspectos que ocorrem na sociedade”.

Inicialmente realizou-se uma pesquisa bibliográfica, com o intuito de fundamentar o estudo proposto. “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”

(GlL, 2002, p. 44). A seguir, uma pesquisa documental, onde se buscou junto ao sitio da BM&F Bovespa os dados necessários para o estabelecimento da população objeto de estudo.

A população em questão refere-se às instituições financeiras de capital aberto que negociam ações na BM&F Bovespa. Ao todo foram identificadas 28 (vinte e oito)

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organizações. Foram analisadas a Demonstração do Valor Adicionado dos exercícios de 2008 e 2009 de todas estas empresas.

Destaca-se como limitação do estudo a não análise das DVA’s de empresas públicas e privadas de outros setores, a fim de se identificar similaridades com os achados da pesquisa. Os resultados do estudo são apresentados a seguir.

4 Análise dos Dados

4.1 Identificação das Instituições e Classificação pelo Controle Acionário

O primeiro item identificado se refere às instituições financeiras que serão objeto de estudo e seu respectivo controle acionário. A classificação utilizada na pesquisa para a definição de instituições financeiras se refere à classificação setorial utilizada pela BM&F Bovespa. Ao todo foram identificadas 28 (vinte e oito) instituições financeiras neste setor. O Quadro 2 apresenta a classificação realizada.

QUADRO 2 – Classificação das Instituições Financeiras pelo Controle Acionário

Os resultados encontrados no Quadro 2 evidenciam que, do total de instituições pesquisadas, 21 (vinte e uma) são privadas e apenas 7 (sete) públicas.

De posse destas informações, procurou-se apurar os índices de distribuição de riqueza entre as instituições dos dois setores, a fim de se concluir sob o objeto de estudo.

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4.2 Análise da Distribuição do Valor Adicionado (2008 e 2009)

A próxima etapa da pesquisa consistiu na evidenciação do valor adicionado (VA) das instituições pesquisadas. Inicialmente procurou-se analisar o VA do exercício de 2008, como se pode observar no Quadro 3.

QUADRO 3 – Análise das Distribuições do Valor Adicionado (%) no Exercício de 2008

Observa-se no Quadro 3 que os dados são apresentados em valores percentuais, convertidos em proporção a sua representatividade do valor total da riqueza gerada. Assim sendo, do total gerado (um inteiro), parte foi distribuído a pessoal, parte ao governo, parte destinado a remuneração do capital próprio ou de

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terceiros e parte distribuído a outros agentes econômicos envolvidos com a organização.

Analisando-se o Quadro 3, verifica-se que, em média, 56,91% do valor adicionado das instituições financeiras do setor privado é utilizado na RCP (Remuneração do Capital Próprio) dessas organizações. Tendo em vista que são instituições com ações em Bolsa de Valores, os resultados indicam que a política da empresa considera os acionistas como os principais interessados na distribuição de VA. Ao que se refere a remuneração dos colaboradores destas instituições, os resultados identificados no Quadro 3 mostram que apenas 25,86% do VA são investidos nos mesmos.

Em contrapartida, pode-se observar que, em instituições do setor público, a distribuição de VA aos colaboradores é a estratégia principal para estas instituições.

Em 2008, em média, 45,5% do VA foi distribuído aos colaboradores e apenas 36,67% deste valor foi destinado a remuneração de capital próprio. Logo, pode-se verificar que empresas do setor público remuneram melhor do que empresas do setor privado, bem como estas remuneram melhor seus acionistas, em relação a empresas públicas. A mesma análise foi realizada no exercício de 2009. Os resultados são apresentados no Quadro 4, evidenciado a seguir.

QUADRO 4 – Análise das Distribuição do Valor Adicionado (2009)

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Observa-se no Quadro 4 que, neste período, o valor adicionado das instituições financeiras do setor privado destinado a remuneração de capital próprio (RCP) ainda é a principal política destas organizações. De maneira geral, 53,31%

deste valor foi destinado a RCP, enquanto apenas 26,52% foi destinado a remuneração dos colaboradores.

Em instituições do setor público, ocorre o oposto. Verifica-se no Quadro 4 que a remuneração de pessoal consome 46,47% do VA dessas organizações, enquanto que os valores destinados a remuneração de capital próprio (24,96%), neste período, são inferiores aos valores destinados a remuneração do governo (26,98%).

Destaca-se que não foi objeto do estudo, identificar as instituições que remuneram abaixo ou acima das médias encontradas na pesquisa. Contudo, pode- se destacar que as empresas que melhor remuneram seus colaboradores no período pesquisado são:

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 Em 2008: Banco Patagônia S/A (59,34%); Banco do Estado de Sergipe (58,34%); BRB Banco de Brasília S/A (55,25%); e, Banco Mercantil do Brasil S/A (52,54%).

 Em 2009: Banco Indusval S/A (70,76%); Banco da Amazônia S/A (63,59%);

Banco do Estado de Sergipe (63,59%); e, Banco Mercantil do Brasil S/A (52,46%).

Neste sentido, verifica-se a importância da Demonstração do Valor Adicionado para as organizações e para a sociedade como um todo, uma vez que esta permite a evidenciação da riqueza gerada e distribuída, servindo a diferentes usuários para avaliar as práticas de gestão econômicas e prioridades das organizações.

5 Considerações Finais

Este estudo teve por objetivo central analisar a distribuição de riqueza em instituições financeiras de capital aberto, com ações negociadas na BM&F Bovespa, a fim de se identificar se há diferença significativa na distribuição de riqueza aos colaboradores de empresas do setor público e privado. A metodologia utilizada na pesquisa é caracterizada como uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa dos dados, realizado por meio de análise documental.

Foram analisadas as DVA destas instituições no período de 2008 e 2009.

Inicialmente procurou-se identificar as instituições financeiras de capital aberto que negociam ações na BM&F Bovespa. A seguir, procurou-se classificá-las quanto ao controle de capital. Os resultados encontrados mostram que, atualmente, 28 (vinte e oito) instituições financeiras negociam ações em Bolsa de Valores, sendo 21 (vinte e uma) privadas e apenas 7 (sete) estatais.

De posse destas informações, procurou-se apurar os índices de distribuição de riqueza entre as instituições dos dois setores, a fim de se concluir sob o objeto de estudo. Os resultados encontrados indicam que empresas do setor público destinam maior parcela do valor adicionado (VA) aos seus colaboradores, enquanto empresas do setor privado remuneram melhor seus acionistas.

Conclui-se que a DVA é um importante instrumento de gestão que possibilita as organizações e a sociedade, uma avaliação das práticas de gestão econômica e prioridades dessas instituições. Como recomendações a estudos futuros sugere-se

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que sejam efetuadas estas análises em empresas de setores altamente regulados, a fim de se comprovar se empresas do setor público tendem a destinar maior VA a colaboradores e empresas do setor privado, remunerarem melhor seus acionistas.

6 Referências

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