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PATRICIA DO SOCORRO DIAS DOS SANTOS AS IMPLICAÇÕES DO USO DE ANTIBIÓTICO AO RECÉM- NASCIDO DURANTE A LACTAÇÃO. Macapá

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PATRICIA DO SOCORRO DIAS DOS SANTOS

AS IMPLICAÇÕES DO USO DE ANTIBIÓTICO AO RECÉM- NASCIDO DURANTE A LACTAÇÃO

Macapá

2017

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PATRICIA DO SOCORRO DIAS DOS SANTOS

AS IMPLICAÇÕES DO USO DE ANTIBIÓTICO AO RECÉM- NASCIDO DURANTE A LACTAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Macapá - FAMA, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Enfermagem.

Macapá

2017

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AS IMPLICAÇÕES DO USO DE ANTIBIÓTICO AO RECÉM-NASCIDO DURANTE A LACTAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Macapá - FAMA, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Enfermagem.

Aprovado em: __/__/____

BANCA EXAMINADORA

_________________________________

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

_________________________________________

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

_______________________________________

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

________________________________________

(4)

Dedico este trabalho à minha família pelo apoio nos momentos mais difíceis da jornada, pela compreensão e amor incondicional. “Tudo que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado”

(Roberto Shinyashiki).

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AGRADECIMENTOS

A meu filho Herick Patrick dos Santos Amaral por ser meu braço direito nessa

jornada, pois no momento mais difícil que eu enfrentei ele sempre estava presente

pelo apoio e palavras de motivação que fizeram com que eu chegasse até o final do

curso. À minha mãe Maria Irene Dias dos Santos pelo apoio e o incentivo que não

me deixa desistir de um sonho. A meu Filho Enzo Elerandro dos Santos pelos

momentos de muito carinho e compreensão na ausência de seus melhores

momentos de sua infância. Ao meu esposo Dario Vasconcelos dos Santos pela

compreensão e carinho ao longo da travessia. À minha amiga Linda Shirley Rocha e

Vanessa Gomes, pelo incentivo e contribuição prestigiosa ao longo do curso. Aos

meus professores que com muita dedicação e responsabilidade nos proporcionaram

momentos relevantes de aprendizagem e interação. Meu muito obrigado a todos.

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RESUMO

Acredita-se que a lactação seja uma das maneiras mais eficientes de suprir as demandas nutricionais, imunológicas e psicológicas do bebê, tendo forte impacto no desenvolvimento de uma personalidade sadia na criança. O uso do antibiótico indiscriminadamente, sem receita médica, sem indicação adequada ou usada para quadros que não sejam uma infecção bacteriana e sem orientação da equipe multiprofissional, pode causar efeitos colaterais no recém-nascido e com isso o objetivo desse trabalho é descrever as implicações do uso de antibióticos ao recém- nascido durante a lactação. Esse trabalho tem como característica uma revisão integrativa de artigos nas bases Lilacs, PubMed e Scielo. Como critérios de inclusão foram selecionados artigos publicados no período de 2007 a 2016. Amamentação é importante quanto para mãe e para o recém-nascido, pois o período de lactação ajuda a combater a hemorragia no pós-parto e acelera a recuperação da mulher e diminuir risco de câncer de mama. O leite materno contém componente e mecanismos capazes de proteger a criança de várias doenças e rico em vitaminas, proteínas e sais minerais, nenhum outro alimento oferece as características imunológicas do leite humano. O uso de antibiótico durante a lactação atinge baixas concentrações no leite materno. Podem modificar a flora e alterar os mecanismos de defesa do intestino podendo resultar em diarreia e má absorção dos nutrientes. Por menor que seja a passagem do antibiótico ao leite materno, o neonato sempre estará sujeito aos efeitos nocivos desse fármaco, o profissional deve orientar a nutriz sobre o uso inadequado de antibióticos durante o período de amamentação, que é um processo essencial na vida do ser humano. As contribuições da enfermagem na prática do aleitamento materno são de extrema importância, tanto para o conhecimento, como para a informação e a prática que passa a ser primordial. Em sua conjuntura, o enfermeiro atua como gerenciador e junto a essa posição precisa promover as informações por meio de estratégias específicas de conscientização e aconselhamento, conforme a necessidade exigir.

Palavras-Chave; Lactação, fármacos, amamentação, Antibiótico, complicações.

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ABSTRACT

Lactation is believed to be one of the most efficient ways to meet the infant's nutritional, immunological and psychological demands, and has a strong impact on the development of a healthy personality in the child. The use of the antibiotic indiscriminately, without a prescription, without adequate indication or used for pictures that are not a bacterial infection and without guidance of the multiprofessional team, can cause side effects in the newborn. To describe the implications of the use of antibiotics to the newborn during lactation. It is characterized as an integrative review of articles in the Lilacs, PubMed and Scielo bases. Inclusion criteria were selected Articles published in the period from 2007 to 2016. Breastfeeding is important for the mother and the newborn, since the lactation period helps Combat postpartum haemorrhage and accelerates the recovery of women and reduces risk of breast cancer. Breast milk contains components and mechanisms capable of protecting the child from various diseases and rich in vitamins, proteins and minerals, no other food offers the immunological characteristics of human milk. The use of antibiotics during lactation reaches low concentrations in breast milk. They can modify the flora and alter the defense mechanisms of the intestine, which can result in diarrhea and malabsorption of the nutrients. No matter how small the passage of the antibiotic into breast milk, the neonate will always be subject to the harmful effects of this drug, the professional should guide the nursing woman about the inappropriate use of antibiotics during the period of breastfeeding, which is an essential process in the life of the being human.

The contributions of nursing to the practice of breastfeeding are extremely important, both for knowledge and for information and practice that becomes paramount. In its conjuncture, the nurse acts as manager and next to this position need to promote the information through specific strategies of awareness and counseling, as the need to require.

Key words; Lactation, drugs, breastfeeding, Antibiotic,

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 9

1- A IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO ENTRE MÃE E O RECÉM – NASCIDO

... 11

1.1 BENEFÍCIOS DA LACTAÇÃO. ... 11

1.2 PRÁTICAS APROPRIADAS PARA PROMOÇÃO DA AMAMENTAÇÃO ... 14

2- PAPEL DO ENFERMEIRO SOBRE A ORIENTAÇÃO DO USO DE ANTIBIÓTICO

DURANTE A LACTAÇÃO ... 16

2.1 ENFERMAGEM X FÁRMACO ... 16

2.2 ABANDONO PRECOCE DO ALEITAMENTO MATERNO E SEUS FATORES

CONDICIONANTES ... 21

3- OS PROFISSIONAIS DA SAÚDE NA ESTRATÉGIA DE AUXILIO NO

ACONSELHAMENTO DAS LACTANTES ... 23

3.1 A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA SAÚDE PÚBLICA ... 23

3.2 PAPEL DO ENFERMEIRO NA ORIENTAÇÃO SOBRE OS COMPONENTES DO

LEITE MATERNO PARA SAÚDE DA CRIANÇA ... 26

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 29

REFERÊNCIAS ... 30

(9)

9

INTRODUÇÃO

Acredita-se que a lactação seja uma das maneiras mais eficientes de suprir as demandas nutricionais, imunológicas e psicológicas do bebê, tendo forte impacto no desenvolvimento de uma personalidade sadia na criança. Não obstante, os riscos associados ao uso de fármaco repassado para bebê por meio de leite materno nunca foram assunto de grande preocupação cientifica, pois a pequena porcentagem de crianças amamentadas e pequena incidência de uso de fármaco por mães no pós- parto pouco estimulava o estudo da consequência do uso de antibiótico durante lactação.

Enquanto alguns estudos mostram que a privação do leite materno antes do sexto mês de vida (desmame precoce) e um dos principais responsável grande número de doença e morte infantis e considerado o fator responsável pelo abandono precoce da amamentação também estão questões relacionadas aos ricos de exposição dos lactentes a medicação maternas. Como objetivo geral foi contribuir com informações que auxiliem os profissionais da saúde no aconselhamento e na tomada de decisões relativas às implicações ao uso de antibióticos ao recém- nascido durante a lactação.

Já como objetivos específicos, A importância da amamentação entre mãe e o recém – nascido. O enfermeiro sobre as orientações do uso de antibiótico durante a lactação Os profissionais da saúde na estratégia de auxilio no aconselhamento das lactantes.

Para a construção desta pesquisa que abordará uma revisão sistemática da

literatura, ocorreu uma minuciosa seleção de artigos e monografias encontrados nas

bases de dados da biblioteca virtual de Saúde, Scientific Eletronic Libray Online

(SCIELO), LILACS, Com base nos descritores foram feitas as seleções necessárias

dos artigos, livros e revistas seguindo os critérios de inclusão que versassem sobre

a pergunta norteadora, que estivessem indexados dentro da base de dados acima

citada, publicados em português, no período de 2007 a 2016, para levantamento dos

artigos, utilizamos as palavras chaves: Lactação, fármacos, amamentação,

Antibiótico, complicações. Critérios de exclusão foram exclusos artigos em língua

estrangeira, com conteúdo restrito e os fora do período supracitado.

(10)

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Após leitura e análise minuciosa de artigos, livros e revistas, enfatizando seus

títulos-resumos com o objetivo de buscar coerência a pergunta norteadora; foram

encontrados 104 artigos foram excluídos 88, dos 16 abordavam o as implicações do

uso de fármaco somente 08 foram selecionados, 05 livros e 03 revistas que também

foram selecionadas conforme o critério de inclusão exclusão. Entende-se que esta

pesquisa precisa ser mais aprofundada, pois o tema é de grande relevância, e

necessário instruir as nutrizes sobre as implicações do uso de fármaco durante

lactação.

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11

1- A IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO ENTRE MÃE E O RECÉM – NASCIDO 1.1 BENEFÍCIOS DA LACTAÇÃO

O leite humano é o alimento que reúne as características nutricionais ideais, com balanceamento adequado de nutrientes, desenvolve inúmeras vantagens imunológicas e psicológicas importantes na diminuição da morbidade e mortalidade infantil. O aleitamento materno é uma estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para o recém-nascido. Constitui-se a forma mais econômica e eficaz de intervenção na redução da morbimortalidade infantil e permite um grande impacto na promoção da saúde integral do bebê. (CHALMERS, et al.2015).

O leite não só tem todos os nutrientes para desenvolvimento do bebe como fornece anticorpos, fundamentais para o sistema imunológico, especialmente na fase em que a criança ainda não recebeu as primeiras vacinas. A amamentação esta relacionada à menor taxa de diarreia, infecções respiratórias, otite, e o aleitamento ajudam na regulação da sociedade, já que a criança aprende a ingerir a quantidade suficiente para ser sentir satisfeito. (OLIVEIRA, 2011).

A lactação é a melhor e mais saudável alimentação nos primeiros meses de vida e deve ser iniciado imediatamente após o parto e continuando até os dois anos de vida. O leite materno contém componente e mecanismos capazes de proteger a criança de várias doenças e rico em vitaminas, proteínas e sais minerais, nenhum outro alimento oferece as características imunológicas do leite humano. (BRASIL, 2014).

Segundo Brasil, (2015) Amamentação e de grande importância quanto para mãe e para o recém-nascido, durante o período de lactação amamentação ajuda a Combate a hemorragia pós-parto e acelera a recuperação da mulher, facilita a perda de peso diminui o risco de câncer de mama, endométrio e de ovário, diminui o risco de desenvolver diabetes tipo dois na mãe, não é necessário esterilizar nenhum utensílio e por isso pode acontecer em qualquer local.

A amamentação traz inúmeros benefícios durante a lactação, previne

doenças e diminui a taxa de mortalidade do bebê, diminuir as chances do bebê ter

alergias, diminui a cólica dos primeiros meses, acalma o bebê ,o leite esta na

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temperatura correta e por isso não há perigo de queimar o bebe, diminui o risco do bebe ter doenças mentais (SOUZA, 2010).

Durante esta fase a amamentação pode funcionar como um método contraceptivo, porque como a menstruação não vem à mulher não tem período fértil.

No entanto isto só acontece quando a mãe dá de livre demanda e em grande quantidade, alimentando o bebê exclusivamente com o leite materno até o bebê completar seis meses. (BRASIL, 2015).

É de grande relevância o leite materno nos custos do orçamento familiar e também para o estado. A alimentação artificial comparada ao aleitamento materno e bem mais dispendiosa, acrescentando-se ainda os custos indiretos como uso de medicações e atendimentos ambulatoriais e hospitalares em razão de morbidades que poderiam ser evitadas através da amamentação poderiam ser evitadas através da amamentação materna até os 6 meses de vida (MUNIZ,2010).

De acordo com UNICEF (2007), as crianças que recebem leite materno, possuem melhor desenvolvimento e apresentam relativo aumento da inteligência em relação às crianças não amamentadas no peito, além de prevenir alterações ortodônticas, de fala e diminuição na incidência de caries. Até os seis meses de vida o bebê amamenta com leite materno não necessita de chá, água ou qualquer outro tipo de alimento, pois o leite materno já conte todos os nutrientes necessários e na qualidade que ele precisa, não sendo necessária complementação alimentar.

Crianças que são amamentadas no peito são mais seguras e tem mais facilidade para aceitar os alimentos, pois o leite tem características da Alimentação da mãe.

Acredita-se que a amamentação traga benefícios psicológicos para a criança

e para a mãe. Uma amamentação prazerosa, os olhos nos olhos e o contato

contínuo entre mãe e filho certamente fortalecem os laços afetivos entre eles,

oportunizando intimidade, troca de afeto e sentimentos de segurança e de proteção

na criança e de autoconfiança e de realização na mulher. Amamentação é uma

forma muito especial de comunicação entre a mãe é o bebê e uma oportunidade de

a criança aprender muito cedo a se comunicar com afeto e confiança (CLARO

2009).

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Segundo Antunes (2008), mães relatam a diminuição de mau humor e estresse após as mamadas, efeito do hormônio de ocitocina que e liberado em grande quantidade na corrente sanguínea durante a amamentação. Ela relata também a sensação de bem estar no final das mamadas que se deve a liberação endógena de beta-endorfina no organismo materno. Estudo tem mostrado a relação benéfica entre a amamentação e a incidência de doenças, como cânceres ovariano, fraturas óssea por osteoporose, menor risco de artrite reumatóide e o retorno mais rápido do peso pré-gestacional (NASCIMENTO, 2011).

Segundo a OMS, e recomendado amamentação materna exclusiva por 4- 6meses e complementada ate dois anos ou mais, pois, não há vantagem em se iniciar alimentos complementares antes dos seis meses, podendo acarretar prejuízos para a saúde do bebê. Por isso, vários países adotaram oficialmente a amamentação materna exclusiva, devendo ser ate os seis meses de vida da criança.

(MUNIZ, 2010).

Amamentação e a melhor maneira de alimentar a criança nos primeiros meses de vida, e ideal para o crescimento saudável e para o seu desenvolvimento. o leite e o alimento natural para os bebes,eles fornecem toda a energia e os nutrientes de que o recém-nascido precisa nos primeiros meses de vida e fornece,ate a metade do primeiro ano e ate um terço durante a segundo ano de vida.o leite materno contem linfócitos e imunoglobulinas que ajudam no sistema imune da criança ao combater infecções e protegendo também contra doença crônica e infecciosa e ainda promove o desenvolvimento sensor e cognitivo da criança (SOUZA,2010).

A recomendação da amamentação materna exclusiva ate 6 meses,e a

complementação alimentar nesse período ,justificada por um correto

acompanhamento do crescimento ,com os instrumentos da caderneta de saúde da

criança curva de crescimento ,peso e comprimento por idade,acompanhamento do

calendário vacina,complementação de ferro e vitaminas,a amamentação exclusiva

ou não ,trará benefícios certos para criança (MUNIZ,2010).

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1.2 PRÁTICAS APROPRIADAS PARA PROMOÇÃO DA AMAMENTAÇÃO

Na história da humanidade, verifica-se que o leite materno foi sempre identificado como ideal para criança pequena, mas a partir do século XX a prática do aleitamento foi gradativamente diminuída. No Brasil esta diminuição ocorreu

principalmente nas áreas urbanas e periféricas das grandes cidades, desde 1940.

Vários fatores foram responsáveis por esse declínio, destacando-se entre eles as modificações das estruturas sociais; o surgimento das indústrias produtoras de leite em pó; o impacto da publicação comercial, o desinteresse geral dos profissionais da área da saúde e “as rotinas alimentares estabelecidas na maternidade” (SILVA, 2010).

A partir da década de 1970 a situação levou organismos internacionais a criar leis e recomendações para incentivar a retomada da pràtica do aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida da criança. No Brasil iniciou-se o programa materno infantil em 1974, mas a grande ênfase do programa era a suplementação alimentar para gestantes e lactentes. Na década de 80 surgiu o programa de assistência integral a saúde da mulher e da criança (PAISMAC) e Programa de Assistência Integrada à Saúde da criança (ZUGAIB, 2008).

Essa discussão aponta a necessidade da implementação de programa de promoção, apoio e proteção ao aleitamento materno e criação de um conjunto de normas para comercialização e distribuição de alimentos para lactente, surgindo então o código internacional de comercialização de substitutos do leite materno (SILVA, 2010).

No encontro em Florença (Itália) organizado pela OMS e UNICEF foi

elaborado um conjunto de medidas para atingir os “Dez passos para o sucesso do

aleitamento materno” que se tornou pré-requisito básico para todo da instituição,

incentivar e orientar na pratica sobre a importância do aleitamento materno para vir

reduzir os altos índices do desmame precoce, outras ações foram criadas para

estimular o aleitamento materno, como: método mãe–canguru, projeto carteiro

amigo e bombeiro, amigo da amamentação continuaram abaixo do desejado (SILVA,

2010).

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No sentido de promover a iniciação da amamentação e sua continuidade, foram implementadas, na prática clínica, diversas intervenções desde o nascimento até ao momento da alta hospitalar. Apesar dos enormes benefícios do AM, constatou-se que a amamentação nem sempre ocorre de forma tranquila e natural como seria expectável (ARAÚJO, 2009).

Durante as consultas o pré-natal, as gestantes devem ser orientadas quanto às vantagens quanto para mãe e para bebê da mamada exclusiva, e possível consequência do desmame precoce; como será a produção de leite e a manutenção da amamentação, orientar sobre a ordenha manual e conservação de leite materno, caso precisar voltar a trabalhar ou algum imprevisto. Esclarecimentos quanto à alimentação da gestante e da nutriz, o efeito do uso de drogas e contraceptivos também é assuntos importantes. Além disso, deve-se explicar sobre a importância da amamentação na sala parto alojamento em conjunto, sobre as técnicas da amamentação e os problemas e dificuldade na amamentação (OLIVEIRA, 2011).

Como é relativamente recente o reconhecimento da importância do aleitamento materno exclusivo e também a sua definição, ainda existe muita confusão e desconhecimento sobre o significado da amamentação exclusiva e seu valor. Embora se saiba que o conhecimento não garante mudanças de atitude, ele é considerado um passo importante no processo de mudanças do comportamento (CLARO 2009).

Segundo Lelis (2012) Para a manutenção da amamentação, a mãe precisa receber apoio e ajuda centrada nas dificuldades específicas ou nas suas crises de autoconfiança. No seguimento, a atenção ao acolhimento é semelhante à do acompanhamento pré-natal. A dinâmica de grupo antes das consultas oferece às mães informações relevantes, deixando-as mais tranquilas e facilitando a comunicação com o profissional durante a assistência.

A amamentação é uma prática que existe desde as mais antigas civilizações,

sendo que durante décadas da existência da espécie humana foi considerada a

forma mais natural e praticamente exclusiva de alimentar a criança nos seus

primeiros meses de vida (ACCIOL et al, 2009).

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2- O ENFERMEIRO SOBRE AS ORIENTAÇÕES DO USO DE ANTIBIÓTICO DURANTE A LACTAÇÃO

2.1 ENFERMAGEM X FÁRMACO

O enfermeiro tem o papel de promover o cuidado integral com as puerperais, pois com esse conhecimento poderá, auxiliar em situações complicadas, orientar sobre uso de fármaco durante a lactação, para evitando assim, o desmame precoce.

(QUEIROS, 2009).

A passagem de drogas do sangue para o leite materno ocorre por mecanismos envolvendo membranas biológicas, as quais possuem em sua constituição proteínas e fosfolípides. Após atravessar o endotélio capilar, a droga passa para o interstício e atravessam a membrana basal das células alveolares do tecido mamário Proteínas e lipídeos da membrana exercem influência na velocidade da passagem e na concentração da droga no leite (CLARO 2009).

Embora o conhecimento a respeito de drogas na lactação tenha sido muito ampliado, ainda não se conhecem os efeitos colaterais para as crianças amamentadas de muitas drogas utilizadas pela nutriz. Além disso, os efeitos de muitas drogas novas ainda não foram devidamente estudados ou apresentam divergências na literatura quando utilizados na lactação. Portanto, surge a necessidade de atualizações constantes sobre o uso de medicamentos durante a amamentação, visando racionalizar esse uso e proteger o aleitamento materno (CHALMERS, et al.2015).

Mães no processo de amamentação deveriam ser fortemente encorajadas a

restringir o consumo de fármacos recreacionais, pois é reconhecido que essa é uma

fase particularmente estressante na vida materna, e talvez a mulher precise de

suporte adicional, sugestões e apoio de profissionais da saúde para limitar a

exposição da criança e substancias. Nesse modo, é relevante que a equipe de

saúde conheça a realidade familiar da mulher para discutir e implementar a atuação

de acordo com a vivência da nutriz, não estabelecendo ações baseadas em

pressupostos (OLIVEIRA, 2011).

(17)

17

Entretanto, considera-se essencial que todos os profissionais das ciências da saúde estejam aptos a fornecerem orientações consistentes. Considera-se o enfermeiro como elemento essencial para compor a equipe responsável pelo acompanhamento das lactantes. Isso porque o referido profissional apresenta alto grau de conhecimento técnico-científico específico e que poderá contribuir sobremaneira no processo de educação em saúde para o uso racional de medicamentos no período de amamentação (FRAGOSO, 2014).

De acordo com Domingues (2010) o enfermeiro é o profissional que está presente na maior parte do tempo com a puérpera e assim, tem uma função de educador nos programas de saúde. Sendo assim, os enfermeiros podem incentivar e encorajar a amamentação e apoiar as mães, ajudando-as no início precoce da amamentação a adquirirem autoconfiança em sua capacidade de amamentar (OLIVEIRA, 2011).

Segundo Boécio (2007), o profissional da saúde deve criar um protocolo por escrito para que toda a equipe possa seguir a mesma ideia. O enfermeiro como educador deverá treinar toda a sua equipe, capacitando-a para que haja a implantação desse documento tirando as dúvidas como posicionamento para a amamentação,vantagens do leite materno,manejo do mesmo tirando assim traumas e tabus não só da puérpera, mas também, do seu companheiro.(ARAÚJO, 2009).

Devendo ainda, acompanhar a gestante durante e após o parto, auxiliando nas primeiras mamadas o profissional enfermeiro deve estar disponível, observando como está sendo a pega do recém-nascido e sanar as dúvidas quanto ao aleitamento materno e aos cuidados com o recém-nascido. Segundo o Ministério da saúde é necessário que o enfermeiro acompanhe a mãe e informe sobre os problemas mais frequentes que podem surgir na hora da amamentação (BRASIL 2009).

O lactente só deverá ser exposto ao antibiótico quando o risco á mãe lactante

for maior do que os efeitos adversos que possam vir a surgir no lactante,

decorrentes da exposição ao fármaco. Pode-se notar que a grande maioria dos

antibióticos atravessa o leite materno, porém a maior parte e considerada segura e

compatível com a amamentação. Há antibióticos em uso clinico que ainda não foram

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estudados em lactentes, como vancomicina, nitrofurantoína, quinopristin/dalfopristin e linezolid, e, portanto, não entram na lista dos fármacos compatíveis com amamentação. (CLARO 2009).

Dentre os fatores relacionados com o lactente, a idade tem sido destacada como uma das mais importantes variáveis a serem consideradas no momento de determinar-se a segurança do fármaco para uso durante a lactação. A grande maioria dos efeitos adversos em lactentes devido à medicação materna é descrita em recém-nascidos e lactentes jovens. A relação entre idade do lactente e risco de efeito adverso sofre influência do tipo de aleitamento praticado, se exclusivo ou não, é também do grau de maturidade dos principais sistemas de eliminação de fármacos (BRASIL, 2010).

Outros fatores que podem determinar maior risco para o lactente são complicações como hipóxia, acidose metabólica, sepsis e outras doenças, que podem interferir no metabolismo e excreção das drogas pela criança. A taxa de absorção das drogas pelo trato digestório do lactente também influencia no efeito destas substâncias sobre seu organismo. Assim, drogas excretadas em grandes concentrações no leite materno provavelmente não produzirão efeitos sistêmicos no lactente caso não sejam absorvidas (BRASIL, 2014)

Os fatores relacionados com a droga estão associados às características farmacológicas e às vias de administração. A transferência de fármacos para o leite materno depende das seguintes facilitadas quando a droga em questão apresenta baixo peso molecular, elevada lipossolubilidade, baixa capacidade de ligação às proteínas plasmáticas, forma não ionizada, elevada meia-vida de eliminação, alta bio disponibilidade e elevado poder de concentração no plasma materno (BRASIL, 2015).

O uso de antibiótico durante a lactação atinge baixas concentrações no leite

materno. Por serem medicamentos frequentemente prescritos para tratar infecções

nos recém-nascidos e lactentes, essas classes de fármaco podem modificar a flora e

alterar os mecanismos de defesa do intestino, isso pode resultar em diarreia e má

absorção dos nutrientes, podendo ocorrer efeitos relacionado ou não a dose. O

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antibiótico pode alterar e interferir com a cultura microbiologia quando o seu uso for incorreto (OLIVEIRA, 2011).

Muitos profissionais de saúde, talvez por desinformação ou até desinteresse, preferem interrompera amamentação em vez de se esforçarem para compatibilizá-la com a terapêutica materna (LAMOUNIER et al,2009)

Deve ficar muito claro aos profissionais de saúde em geral que a amamentação só deverá ser interrompida quando o risco de exposição do lactente, através do leite materno, for maior que o beneficio proposto pela terapêutica antimicrobiana. É necessário, portanto, conhecer muito bem os efeitos adversos do antibiótico sobre o lactente, procurando minimizar o risco de sua exposição garantido, desta forma, segurança para ambos (mãe e filho) (ARAÚJO, 2009).

Quando fármacos são utilizados pela nutriz, sem orientação da equipe multiprofissional, as mamadas podem ser comprometidas devido à reduzida capacidade de excreção e os efeitos que os fármacos transferidos podem ocasionar através do leite materno e ocorrendo complicações hepáticas e renais ao recém- nascido (BRASIL 2015).

Os Antibióticos são as drogas mais prescritas em UTI- neonatal (UNN), seu uso racional é crucial. A utilização de antimicrobianos de amplo espectro e por tempo prolongado está associada a risco aumentado de doenças invasivo, sepse tardia e aumento da resistência bacteriana

(

PAGANOTTI, et al.2013).

Por menor que seja a passagem do antibiótico ao leite materno, o neonato

sempre estará sujeito aos efeitos nocivos desse fármaco. Conhecer os efeitos de

cada antibiótico sobre o lactente facilita na escolhia da antibioticoterapia materna,

trazendo segurança tanto para mãe quanto ao neonato. A produção do leite e sua

química são bem diferentes, ou seja, na amamentação existem vários antibióticos

que a mãe pode tomar tranquilamente, sem nenhum problema para o bebê. Mas

para que isso possa ocorrer corretamente tem que passar por uma avaliação

multiprofissional (CLARO 2009). É importante ainda a correção de outros fatores

gerais enquanto se aguarda a ação antibacteriana, como equilíbrio térmico,

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hidroeletrolítico e ventilatório. Afastar outras causas que podem mimetizar o quadro clínico (BRASIL, 2015).

Para que o profissional de saúde possa se orientar sobre o uso de medicamentos na lactação, torna-se útil o conhecimento dos fatores que determinam sua segurança nesse período. Tais fatores podem estar relacionados com o leite materno, com a mulher, com o fármaco e o lactente (CHALMERS, et al.2015).

Devem ser orientadas todas as nutrizes que a frequentemente prescritos durante a amamentação, por curtos períodos de tempo, o que reduz o risco para o lactente. A principal preocupação é a alteração da flora intestinal da criança, levando à diarréia e monilíase, e à interferência na interpretação do resultado de culturas do lactente (BRASIL, 2010).

O aleitamento materno deve ser interrompido, caso haja evidência de que o medicamento que a mãe está utilizando possa ser prejudicial para o bebê ou quando não tiver informações suficientes a respeito dessa substância utilizada e esta não puder ser substituída por outra, que não seja nociva ao lactente. Se não for possível evitar o uso de medicamentos, deve-se utilizar aquele que já tenha sido estudado e que seja transmitido em pouca quantidade para a criança, minimizando os riscos. O aleitamento deve então ser interrompido apenas se a mãe necessitar de tratamento medicamentoso (CHAVES et al. 2004).

A Penicilina como um antibiótico atingem baixas concentrações no leite materno. São medicamentos frequentemente prescritos para tratar infecções nos recém-nascidos e lactentes. Raramente são observados efeitos colaterais.

Ocasionalmente podem provocar reações alérgicas. Neste caso, substituir o antimicrobiano. Orientar a mãe para manter a amamentação e evitar o uso do medicamento na criança no futuro. (BRASIL, 2010).

Já as Cefalosporinas oferecem pouco risco para o lactente devido à elevada

ligação com proteínas plasmáticas maternas. Apenas uma pequena quantidade da

droga passa para o leite. Há possibilidade de modificação da flora intestinal, efeitos

diretos na criança e interferência na interpretação do resultado de culturas. Observar

monilíase e diarreia no lactente

.

(BRASIL, 2010)

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2.2 ABANDONO PRECOCE DO ALEITAMENTO MATERNO E SEUS FATORES CONDICIONANTES.

As baixas taxas de AM e a cessação prematura do mesmo têm implicações desfavoráveis importantes para a saúde e para a estrutura social da mulher, da criança, da comunidade e do meio ambiente, resultando num aumento das despesas do serviço nacional de saúde, bem como no aumento das desigualdades em saúde.

As razoes alegada pelas mães para o desmame ou a introdução de outros alimentos podem ser agrupadas por áreas de responsabilidade (SOUZA, 2010).

O desmame precoce e a alimentação artificial têm se tornado hábitos comuns em período de lactação da criança, levando a taxas muitas vezes elevadas de morbimortalidade infantil nos primeiros anos de vida. Por isso, não é recomendado à introdução de outro tipo de alimentos, nem mesmo água, durante o período de AME.

Destaca-se que os principais motivos alegados pelas mães para justificar o desmame são: a necessidade de trabalhar fora do lar, ter pouco leite ou considerar o leite fraco, o bebê não querer mais mamar, o leite secar, e problemas relacionados às mamas. (ARAÚJO, 2009).

Outros problemas podem dificultar amamentação, entre eles podem ser citadas a fissura ou rachadura da mama. Este problema e provocado devido a má pega ou ao posicionamento errado durante as mamadas podendo ser evitado mantendo os peito enxutos, posicionando o bebê de forma correta para amamentar evitando que as mamas fiquem muitos cheios e ou doloridas (OLIVEIRA,2011).

A mastite e um processo inflamatório da mama, que pode ser ou não acompanhado de infecção, provocado normalmente por fissuras, retenção do leite, esvaziamento incompleto das mamas, intervalos longos entre as mamadas, desmame brusco, et. e geral mal estar febre e calafrio (OLIVEIRA, 2011).

O desmame apresenta-se nos dias atuais com um dos grandes problemas de

saúde publica, pois e cada dia maior o numero de mães que fazem uso de outro tipo

de alimentos em detrimento ao leite materno (NIC, 2011).

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As causas muitas vezes são de aspecto cultural, que acreditam que os alimentos lácteos, não humanos, podem trazer tanto ou maiores benefícios para os seus filhos (NIC, 2011). Segundo MORAIS (2010), as puerperais têm conhecimento simples sobre essas práticas.

Para Morais (2010) a mãe muitas vezes se torna frustrada na sua experiência de amamentação quando o bebê rejeita o peito durante amamentação, ocasionando um estresse na mãe, podendo estar relacionado à tensão de se não conseguir aconchegar o bebê durante amamentação.

Um grande mito das mães e a associação da flacidez das mamas com a amamentação que e equivoco. O que realmente acontece e que devido ao uso de sutiãs frouxos ou utilização incorreta com passar dos tempos a tendência das mamas e ser tornarem mais flácidas recomendam-se a utilização de sutiãs firmes.

Durante o período da amamentação a mulher deve utilizar sutiãs com reforços, pois nesta fase as mamas estão maiores do que o tamanho normal (MORAIS, 2010).

Outro fator que leva ao desmame precoce e a influencia de propaganda de leites infantis modificados ou formulas, leite integral, farinhas e cereais. A ocorrência do desmame precoce vem ocorrendo mesmo sabendo que nos primeiros seis meses o leite fornece 100%das calorias necessárias a criança. O sucesso do aleitamento materno depende de fatores que podem influir positiva ou negativamente. Dentre eles, alguns fatores relacionam-se mãe, como a sua personalidade e sua atitude frente à situação de amamentar, outros se referem à criança e o ambiente (NICK, 2011).

A técnica de amamentação e de extrema importância para liberação de forma

efetiva do leite para ao RN e para a prevenção de processos dolorosos e trauma nos

mamilos, sendo indispensável e orientação das mulheres pelos profissionais de

saúde quando a técnica desde o pré-natal. (MORAIS, 2010).

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3- OS PROFISSIONAIS DA SAÚDE NA ESTRATÉGIA DE AUXILIO NO ACONSELHAMENTO DAS LACTANTES

3.1 A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA SAÚDE PÚBLICA

De acordo com Morais (2010), o enfermeiro, como profissional de saúde pública, tem importante papel nas atividades de prevenção e promoção do aleitamento materno, devendo trabalhar com visitas domiciliares, palestra, grupos de apoio, orientação a mãe e seus familiares sobre a importância da amamentação exclusiva, intensificando essas ações no pós-parto e garantindo que amamentação continue após a licença-maternidade.

O enfermeiro e sua equipe durante o pré-natal deverá promover e orientar as gestantes quanto aos benefícios da amamentação, e orientar sobre as desvantagens do uso de leites artificiais ou outros tipos de alimentos, desfazendo os mitos que elas trazem e incentivando a prática da amamentação exclusiva, prevenido e tratando as possíveis complicações que possam surgir estando próximo das mães antes, durante e após o parto, contribuindo dessa forma para a formação da autoconfiança e sucesso na amamentação. (MORAIS, 2010).

A técnica de amamentar e de extrema importância para a liberação de forma efetiva do leite para o RN e para a prevenção de processo dolorosa e trauma nos mamilos, sendo indispensável à orientação para essas nutrizes pelo profissional enfermeiro quando a técnica desde o período pré-natal. O enfermeiro deve orientar além de dominar as técnicas de manejo da amamentação, pois dessa forma o profissional consegue promover, proteger e apoiar a amamentação (MORAIS, 2010).

Nos dias atuais, as mulheres optam pela amamentação, mais as crianças não podem optar. Ela tem direito de serem amamentadas para crescerem sadias física e mentalmente, e ter qualidade de vida. Os profissionais de saúde têm um papel importante na defesa do direito RN de ser amamentado (ABDALA, 2011).

O enfermeiro deve orientar a nutriz que não ser deve substituir o leite humano

por outros alimentos ou líquido, nos primeiros meses de vida, pois pode acarretar

sérios danos ao estado nutricional da criança. Ao oferecer água ou outro líquido para

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criança, o seu apetite diminuirá para o leite materno que e rico em nutriente (NICK, 2011).

O enfermeiro como uma de suas funções tem o papel de compartilhar o conhecimento técnico especifico seja no aspecto individual, em grupo ou coletivo, onde estas relações caracterizam-se por confiança, aceitação e o reconhecimento de seu valor, gerando um aumento da motivação e o compromisso com o ensino e aprendizagem. A educação é uma prática que está sujeita à organização de uma sociedade, e deve ter condições de criar um espaço de intervenção nessa realidade (WALDOW, 2009).

O profissional de saúde tem o compromisso interpessoal, constituído de atitudes humanas, pois todos somos aprendizes e devemos trabalhar em conjunto sempre respeitando a diversidade e a cultura de cada pessoa ou lugar, o enfermeiro deve ser uma pessoa interessada e estar sempre em busca de novos conhecimentos através da educação continuada e ter prazer em ensinar, estas competências asseguram uma docência de melhor qualidade e assim repassado da melhor forma o reconhecimento para sua paciente (WALDOW, 2009).

A consulta de enfermagem apresentou-se como uma prática de cuidado desenvolvida pelos enfermeiros. Eles associam a consulta de enfermagem à oportunidade de realizar atividades educativas, fortalecer o vínculo, conhecer e ouvir o usuário, além de ser orientada para os conflitos, as dificuldades e a resolução dos problemas do usuário dentro de seu contexto social (ACIOLI et al,2014

).

Percebe-se a consulta de enfermagem como um espaço propício para o

desenvolvimento das práticas de cuidado, pois nela o enfermeiro tem a oportunidade

de ouvir demandas, avaliar as condições de saúde física e psicoemocional,

conhecer mais profundamente o usuário e orientar, uma vez que ele pode utilizá- la

para entender o contexto emocional, social e as relações familiares. Assim, este

espaço favorece um cuidar que compreende mais que um momento tecnicista, mas

uma atitude de envolvimento afetivo com o outro, fortalecendo o vínculo profissional-

usuário (BERNARDES, 2013).

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Segundo Araujo (2007), o enfermeiro e responsável pelo sucesso da prática da amamentação, e sua atuação deve iniciar no pré-natal e se estender até o período da amamentação, sendo capazes de auxiliar as mães e incentivado o aleitamento materno, sem desrespeitar as questões culturais e os tabus relacionados à amamentação.

As atividades educativas também foram identificadas como uma importante prática de cuidado dos enfermeiros da atenção básica, que se relacionam, principalmente, às orientações por eles prestadas aos diferentes atores sociais.

Perpassam a promoção da saúde, a prevenção e o controle de agravos, o auto- cuidado, e ainda, as orientações técnicas sobre a realização de procedimentos. São realizadas por meio de consultas de enfermagem individuais ou coletivas, palestras e grupos de saúde, como constatado nos relatos a seguir: da importância do cumprimento dos prazos, a gente agenda conforme as vacina (ACIOL et al,2014

).

As ações de incentivo, promoção e apoio ao aleitamento materno devem ocorrer no conjunto das ações dos profissionais, durante o pré‐natal, o pré‐parto, o nascimento, assim como nas imunizações, teste do pezinho e retorno para a consulta de puerpério. É essencial que a equipe de saúde tenha o papel de acolhimento de mães e bebês, disponível para escuta e para o esclarecimento de dúvidas e aflições, incentive a troca de experiências e faça, sempre que necessário, uma avaliação singular de cada caso (OLIVEIRA, 2009).

Araújo (2007) analisa a amamentação como um grande desafio para o

profissional de saúde, uma vez que ele se depara com uma demanda para a qual

não foi preparado e que exige sensibilidade e habilidade no seu trato. É importante a

capacitação periódica do profissional de saúde publica, para atuar na assistência em

amamentação, em uma abordagem que ultrapasse as fronteiras do biológico e

compreenda a nutriz em todas as suas dimensões do “ser mulher”. Fica evidente

que o profissional de saúde orienta suas ações de incentivo ao aleitamento e

entende esse fenômeno como um ato natural, decorrente do instinto materno,

apesar de reconhecer que esse processo é determinado por objetos sociais do

contexto familiar.

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3.2 PAPEL DO ENFERMEIRO NA ORIENTAÇÃO SOBRE OS COMPONENTES DO LEITE MATERNO PARA SAÚDE DA CRIANÇA.

O leite humano e ideal para o RN e a sua complexidade imunológica o torna uma substancia viva ativamente protetora. Ele e um alimento completo e essencial adéquam-se as mudanças e necessidades nutricionais, imunológicas e afetivas da criança durante o seu desenvolvimento e crescimento (NICK, 2011).

As proteínas presentes no leite são a caseína e as proteínas do soro. O leite humano fornece ao ser humano todos os aminoácidos essenciais (isoleucina, lisina, leucina, triptofano, treonina, metionina, fenilalanina, valina e taurina), assim pela excelente qualidade de proteínas, quanto à digestibilidade e alta biodisponibilidade, supre satisfatoriamente as necessidades dos RN, incluindo o RN pré-termo, garantindo taxas de crescimento adequadas, geralmente dispensando suplementação (BRASIL, 2011).

O colostro começa a ser produzido no segundo trimestre de gestação ate os primeiros dias pós-parto. A sua coloração inicia e branco amarelado, sua concentração é espessa e torna-se mais liquida no final da gestação e logo após o parto, em uma quantidade mais volumosa para atender as necessidades do RN (ABDALA, 2011).

Além dos anticorpos, o colostro humano contém inúmeros fatores bioquímicos e células imunocompetentes, que interagem entre si e com a mucosa dos tratos digestivo e respiratório do lactente, conferindo não apenas imunidade passiva, como também estímulo ao desenvolvimento e maturação do próprio sistema imune de mucosas do neonato (PASSANHA, 2010).

O colostro modifica-se para o leite de transição e leite maduro e esta evolução

tem duração do terceiro ate o décimo quarto dia após o nascimento. A composição

do colostro difere do leite maduro nos seguintes aspectos: contém o dobro de

proteína, mais albumina e globulinas; menor concentração de lactose, gordura e

maior concentração de sais minerais, fatores de crescimento e fatores imunológicos

como a imunoglobulina A secretora. Esta imunoglobulina forma uma barreira na

mucosa gastrointestinal do RN impedindo a instalação de microorganismos

(MUNIZ,2010).

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O leite humano e o colostro contem linfócitos T e B, monócitos, macrófagos, neutrófilos e células epiteliais. Os macrófagos são as principais células a chegam a totalidade de 90% observando-se uma alta concentração nesta fase inicial ao final da primeira semana de lactação, o colostro pode atingir dez vezes a concentração celular do sangue periférico (ABDALA, 2011).

O leite humano contém os linfócitos de memória que são os principais estimuladores do sistema imunológico dos RNs e lactantes. O sistema imune do RN evolui rapidamente pela exposição de sua microflora intestinal, obtida da mãe após o nascimento. Na lactente, o mecanismo entre o mamário ou broco mamário ocorre quando patógenos entram em contato com as mucosas do intestino ou aparelho respiratório e são fagocitados pelos macrófagos,desencadeando uma ação estimulante nos linfócitos T,promovendo a diferenciação dos linfócitos B produtores de IgA (ABDALA, 2011).

Os RNs nascem com uma deficiência ou janela imunológica e ao receberem as imunoglobulinas do colostro e estas assim atingirem a corrente sanguínea a torna competentes (ABDALA, 2011).

O leite humano e composto de basicamente por proteínas, açúcar, minerais e vitaminas e gorduras. A composição do leite varia de uma mãe para outra que são afetados por variáveis como: idade materna, paridade, saúde e classes do seu estado nutricional, a menos que se trate de causa de subnutrição grave (NICK, 2011).

Além da composição adequada de nutrientes, o leite materno possui outros componentes que atuam na defesa do organismo do lactente, como imunoglobulinas, fatores anti-inflamatórios e imunoestimuladores. Seus mecanismos incluem atividade específica contra agentes infecciosos, crescimento celular da mucosa intestinal aumentando a resistência às infecções, entre outros (Ribeiro et al ,2007).

Os anticorpos presentes no leite materno são dirigidos a inúmeros

microorganismos com os quais a mãe entrou em contato durante toda sua vida,

representando um tipo de “repertório” imunológico. A maior parte desses

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microorganismos já entrou em contato com as superfícies mucosas do aparelho gastrintestinais ou respiratórias maternas (PASSANHA, 2010).

A amamentação exclusiva salva milhões de crianças a cada ano por prevenir doenças infecciosas agudas e crônicas, principalmente respiratórias e intestinais.

Considerando todos os efeitos benéficos da amamentação e a proteção exclusiva

que esta oferece contra diversas doenças (PASSANHA, 2010).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a revisão bibliográfica realizada neste estudo foi possível sumarizar diversas recomendações da literatura cientifica frente à temática do uso de antibiótico durante a lactação.

Apesar de nem todos os profissionais da saúde realizar á prescrição de fármaco para lactente, è necessário que tenham conhecimento sobre efeitos do antibiótico prescrito-administrado para garantir a segurança da mãe é do bebê.

Cabe principalmente ao profissional de enfermagem observar se existem efeitos na vigência do uso de antibiótico que ainda não tem seus efeitos muito bem esclarecidos, uma vez que é ele o responsável por grande parte do cuidado e da observação do binômio.

Afirmar-se que o uso de antibiótico durante amamentação sem prescrição e indevido pode ser considerado uma falta de cuidado por parte dos profissionais da saúde, já que atualmente existe um grande número de medicamentos que podem desempenhar o efeito esperado sobre a saúde da mulher sem prejudicar a criança ou a mãe.

Assim, comprova-se que o leite materno é ideal para a criança nos primeiros seis meses de vida da criança sem a necessidade de introduzir outros alimentos e para mãe além de ser o método mais fácil e barato, previne doenças e promove o aumento do vínculo entre mãe é filho.

Portanto, para que a prática do aleitamento materno tenha sucesso, e

indispensável o apoio dos profissionais de saúde, auxiliando e cuidado das mães e

crianças em processo de aleitamento, orientar a nutriz sobre as implicações de uso

de medicamentos, as dificuldades e crenças e principalmente reforçar a importância

do aleitamento materno exclusivo ate o 6 º mês , incentivo a promoção e apoio na

amamentação.

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REFERÊNCIAS

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Faculdade de medicina. Núcleo de educação em Saúde Coletiva Uberaba, 2011.57f. Monografia (especialização em Saúde da família).

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<http://www.scielo.br/scielo.Php?Scrip=Sciarttextpid=14138123200800100015&ing=

emnm=isso>. Acesso em 05 de outubro de 2017

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